16
Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a DIPJ - Entrega em atraso e retificação a CNPJ - Nova regulamentação a IRPJ/CSL - Compensação de prejuízos fiscais Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo N o 29/2014 / a Tributos e contribuições sociais Imposto de Renda Mútuo (empréstimo) de dinheiro entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física 01 / a S/A Eleição de acionista não residente no País para o Conselho de Admi- nistração 10 / a IOB Setorial Farmacêutico Simples Nacional - Farmácias de manipulação 11 / a IOB Comenta Tributos e Contribuições Federais Multas aplicáveis nos casos de lançamento de ofício 12 / a IOB Perguntas e Respostas Administração Tributária Certidão Negativa de Débitos - Financiamento imobiliário - Obten- ção 13 Contabilidade Anuidade do CRC - Idade mínima para solicitação de isenção 14 Investimento avaliado pelo método da equivalência patrimonial - Alteração de critério de avaliação em face das novas regras contábeis - Procedimentos 14 Livro Diário - Sociedades simples - Autenticação 14 Legislação Societária Sociedades anônimas de capital fechado - Manutenção de conselho de administração - Desobrigatoriedade 14

IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

  • Upload
    lyhanh

  • View
    213

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

Boletimj

Manual de Procedimentos

Veja nos Próximos Fascículos

a DIPJ - Entrega em atraso e retificação

a CNPJ - Nova regulamentação

a IRPJ/CSL - Compensação de prejuízos fiscais

Imposto de Renda e Legislação Societária

Fascículo No 29/2014

/a Tributos e contribuições sociaisImposto de RendaMútuo (empréstimo) de dinheiro entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a S/AEleição de acionista não residente no País para o Conselho de Admi-nistração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

/a IOB SetorialFarmacêuticoSimples Nacional - Farmácias de manipulação . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

/a IOB ComentaTributos e Contribuições FederaisMultas aplicáveis nos casos de lançamento de ofício . . . . . . . . . . . . 12

/a IOB Perguntas e RespostasAdministração TributáriaCertidão Negativa de Débitos - Financiamento imobiliário - Obten-ção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

ContabilidadeAnuidade do CRC - Idade mínima para solicitação de isenção . . . . . 14Investimento avaliado pelo método da equivalência patrimonial - Alteração de critério de avaliação em face das novas regras contábeis - Procedimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14Livro Diário - Sociedades simples - Autenticação . . . . . . . . . . . . . . . 14

Legislação SocietáriaSociedades anônimas de capital fechado - Manutenção de conselho de administração - Desobrigatoriedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

Page 2: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

© 2014 by IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Capa:Marketing IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo)0800-724-7900 (Outras Localidades)

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Imposto de renda e legislação societária : imposto de renda : mútuo (empréstimo) de dinheiro entre pessoas jurídicas.... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2200-2

1. Falência - Leis e legislação - Brasil 2. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasil 3. Pessoa jurídica - Brasil 4. SIMPLES - Leis e legislação - Brasil I. Série.

14-06480 CDU-34:336.2:347.72(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Tributação : Empresas : Direito tributário 34:336.2:347.72(81)

Page 3: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

Manual de ProcedimentosImposto de Renda e Legislação Societária

Boletimj

29-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 29 IR/LS

ImPOSTO de RendA

Mútuo (empréstimo) de dinheiro entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física SUMÁRIO 1. IR Fonte - Mútuos entre pessoas jurídicas ou entre

pessoa jurídica e pessoa física 2. Tratamento dos rendimentos (pelo beneficiário) e do

Imposto de Renda na fonte 3. Cômputo dos rendimentos na base de cálculo da CSL 4. Mútuos contratados com pessoas residentes ou

domiciliadas no exterior 5. Mútuos entre pessoas físicas 6. Não cobrança de encargos em mútuos entre

empresas ligadas 7. Despesa financeira da empresa

mutuária 8. Empréstimos contraídos de sócios,

administradores ou acionista controlador

9. Incidência do IOF 10. Modelo de contrato de mútuo

1. IR FONTE - MÚTUOS ENTRE PESSOAS JURÍDICAS OU ENTRE PESSOA JURÍDICA E PESSOA FÍSICA

1.1 Regra de incidência aplicável desde 1º.01.1999

Os rendimentos de operações de mútuo de recur-sos financeiros entre pessoas jurídicas ou entre pes-soa jurídica e pessoa física são equiparados, para fins de incidência do Imposto de Renda, a rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa, independente-mente de a fonte pagadora ser instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil (Bacen).

Até 31.12.2004, os rendimentos decorrentes dessas operações estavam sujeitos à incidência do Imposto de Renda na fonte, à alíquota de 20%, até mesmo quando a operação era realizada entre

empresas controladoras e controladas, coligadas e interligadas.

Desde 1º.01.2005, o Imposto de Renda incidente sobre essas operações passou a observar alíquotas escalonadas (portanto, não mais a alíquota única de 20%), considerado o prazo de contratação da ope-ração (veja subtópico 1.3, a seguir).

Nota

Estão dispensados da retenção do imposto os rendimentos auferidos por instituição financeira, sociedade de seguro, de previdência e de capita-lização, sociedade corretora de títulos, valores mobiliários e câmbio, socie-dade distribuidora de títulos e valores mobiliários e sociedade de arrenda-mento mercantil (RIR/1999, art. 774, I).

(Lei nº 11.033/2004, art. 1º; RIR/1999, arts. 729 e 730, III, e art. 770; Instrução Normativa RFB

nº 1.022/2010, arts. 38, III, e 43)

1.2 Base de cálculo do Imposto de Renda na fonte

A base de cálculo do Imposto de Renda na fonte será o valor do

rendimento obtido na operação de mútuo.

(RIR/1999, art. 731, § 2º)

1.3 Alíquotas

Conforme já foi mencionado no subtópico 1.1, desde 1º.01.2005 o Imposto de Renda na fonte incidente sobre essas operações passou a observar alíquotas escalonadas para residentes ou domicilia-dos no Brasil, considerado o prazo de contratação da operação. Essas alíquotas são as seguintes:

a) 22,5%, em operações com prazo de até 180 dias ou com prazo indeterminado;

b) 20%, em operações com prazo de 181 até 360 dias;

a Tributos e Contribuições Sociais

Os rendimentos de operações de mútuo

de recursos financeiros são equiparados, para fins

de incidência do Imposto de Renda, a rendimentos de aplicações financeiras de

renda fixa

Page 4: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

29-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 29 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

c) 17,5%, em operações com prazo de 361 até 720 dias;

d) 15%, em operações com prazo acima de 720 dias.

Notas

(1) No caso de operações existentes em 31.12.2004, os rendimentos produzidos pelas operações de mútuo até essa data serão tributados nos termos da legislação então vigente.

Em relação aos rendimentos produzidos em 2005, os prazos a que se referem as letras “a” a “d” são contados a partir:

a) de 1º.07.2004, no caso de operação efetuada até 22.12.2004; e

b) da data da operação, no caso de operação efetuada após 22.12.2004.

(2) Nas operações de mútuo de recursos financeiros entre pessoas jurí-dicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física em que o prazo de pagamento seja indeterminado, a alíquota do Imposto de Renda na fonte é de 22,5%.

(Lei nº 11.033/2004, art. 1º; Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010, art. 37, caput, incisos e § 6º, e art. 38, § 4º)

1.4 Momento em que o imposto deve ser retido

O imposto incidente sobre os rendimentos de operações de mútuo de recursos financeiros será retido no ato do pagamento dos rendimentos.

(Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010, art. 39, I; Instru-ção Normativa RFB nº 1.236/2012, art. 2º)

1.5 Responsabilidade pela retenção

A responsabilidade pela retenção do Imposto de Renda na fonte é da pessoa jurídica que efetuar o pagamento dos rendimentos e, no caso de o mutuário (o que paga os rendimentos) ser pessoa física, a pes-soa jurídica mutuante (a que recebe os rendimentos) fica responsável pela retenção.

(Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010, art. 39, § 1º)

1.6 Prazo para pagamento do imposto

O Imposto de Renda na fonte incidente sobre os rendimentos decorrentes de operações de mútuo deve ser recolhido até o 3º dia útil subsequente ao decêndio de ocorrência do fato gerador (pagamento dos rendimentos), utilizando-se o código:

a) 3426, no caso de beneficiário pessoa jurídica; e

b) 8053, no caso de beneficiário pessoa física.

(Lei nº 11.196/2005, art. 70, I, “b”; Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010, art. 39, I)

1.7 Exemplo

Admita-se que uma empresa tomou emprestado de uma pessoa física, pelo prazo de 360 dias, a importância de R$ 100.000,00, ficando estipulado juro de 1% ao mês, não capitalizável, a ser pago junta-mente com o principal, no vencimento.

Nesse caso, no vencimento do mútuo, a mutu-ária deverá pagar à mutuante o valor total de R$ 112.000,00 (R$ 100.000,00 mutuados mais os juros de R$ 12.000,00), efetuando o desconto do Imposto de Renda na fonte de 20% sobre os juros R$ 12.000,00 = R$ 2.400,00. O imposto retido deverá ser pago no prazo informado no subtópico 1.6.

1.8 Juros sobre valores creditados aos sócios ou acionistas a título de distribuição de lucros ou dividendos, ou juros remuneratórios do capital próprio

Os juros e outros encargos pagos ou creditados pela pessoa jurídica aos seus sócios ou acionistas, calculados sobre os juros remuneratórios do capital próprio e sobre os lucros e dividendos por ela dis-tribuídos, estão sujeitos ao Imposto de Renda na fonte, sendo-lhes aplicáveis as normas referentes aos rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa.

(Instrução Normativa SRF nº 12/1999, art. 1º)

2. TRATAMENTO DOS RENDIMENTOS (PELO BENEFICIÁRIO) E DO IMPOSTO DE RENDA NA FONTE

2.1 Pessoa jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado

Os rendimentos produzidos por aplicações finan-ceiras (aos quais são equiparados os rendimentos de operações de mútuo) integram o lucro real e, no caso de empresa tributada pelo lucro presumido ou arbitrado, devem ser somados ao lucro presumido ou arbitrado para fins de determinação da base de cálculo do imposto. O Imposto de Renda na fonte in-cidente sobre esses rendimentos é compensável com o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) devido no encerramento do período de apuração no qual os rendimentos forem computados na base de cálculo do imposto.

Nas empresas tributadas pelo lucro real:

a) no cálculo do imposto mensal por estimativa, esses rendimentos não são computados, e o

Page 5: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

29-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 29 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

imposto retido na fonte sobre eles não poderá ser compensado com o imposto mensal calcu-lado pela forma estimada;

b) nos meses em que forem levantados balanços ou balancetes de redução ou suspensão do imposto, os rendimentos em foco integrarão o lucro real do período em curso e o imposto re-tido na fonte sobre eles poderá ser deduzido do imposto calculado sobre o lucro real do pe

ríodo.

Nas empresas tributadas pelo lucro presumido ou arbitrado: os rendimentos auferidos em aplicações financeiras (inclusive os rendimentos provenientes de operações de mútuo) serão acrescidos à base de cálculo do lucro presumido ou arbitrado somente por ocasião da alienação, resgate ou cessão do título ou aplicação (regime de caixa).

(RIR/1999, art. 225, § 1º, arts. 229, 521, 536 e 773, parágra-fo único, I; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 9º, II, art. 12 e art. 37, §§ 1º e 2º; Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010, art. 55, § 9º, II)

2.2 Pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional ou isenta do Imposto de Renda

O Imposto de Renda na fonte incidente sobre os rendimentos auferidos em operações de mútuo rea-lizadas por pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional ou isentas do Imposto de Renda é conside-rado definitivo, o que significa que esse imposto não poderá ser restituído nem compensado.

(RIR/1999, art. 773, II)

2.3 Pessoa física

Para o beneficiário pessoa física, o Imposto de Renda na fonte incidente sobre os rendimentos focali-zados neste texto também é considerado definitivo, o que importa dizer que os rendimentos não integrarão a base de cálculo do imposto devido na Declaração de Ajuste Anual (serão declarados como rendimentos sujeitos à tributação exclusiva), e o imposto retido não poderá ser compensado na declaração.

(RIR/1999, art. 773, II)

3. CÔMPUTO DOS RENDIMENTOS NA BASE DE CÁLCULO DA CSL

Assim como qualquer outro rendimento prove-niente de aplicações financeiras, os rendimentos auferidos em decorrência de operações de mútuo

integram a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) devida pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, inclusive da contri-buição devida mensalmente, calculada por estimativa, presumido ou arbitrado.

(Lei nº 9.430/1996, arts. 29 e 30)

4. MÚTUOS CONTRATADOS COM PESSOAS RESIDENTES OU DOMICILIADAS NO EXTERIOR

4.1 Tributação na fonte quando a mutuante for pessoa jurídica domiciliada no exterior

Na tributação dos rendimentos de operações financeiras de renda fixa, quando o titular da apli-cação for residente ou domiciliado no exterior, deve-rão ser observadas as mesmas regras de tributação aplicáveis às operações realizadas por residentes ou domiciliados no Brasil.

Assim, no caso de operações de mútuo entre pes-soas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física (que se equiparam à aplicação financeira de renda fixa), sendo o mutuante residente ou domiciliado no exterior e o mutuário pessoa jurídica domiciliada no Brasil, serão aplicáveis as normas examinadas neste trabalho no tocante à incidência do Imposto de Renda na fonte e à alíquota.

(RIR/1999, art. 701)

Notas

(1) Caso o beneficiário dos rendimentos seja residente ou domiciliado em país com o qual o Brasil tenha celebrado acordo para evitar dupla tribu-tação do Imposto de Renda, aplica-se a alíquota prevista no acordo quando inferior à estabelecida na legislação brasileira.

(2) Ressalvadas as hipóteses beneficiadas pela aplicação da alíquota zero, os rendimentos decorrentes de qualquer operação em que o benefi-ciário seja residente ou domiciliado em país que não tribute a renda ou a tribute à alíquota máxima inferior a 20% sujeitam-se à incidência do Imposto de Renda na fonte à alíquota de 25%.

(3) O Imposto de Renda na fonte incidente sobre rendimentos de mú-tuos pagos ou creditados a beneficiários do exterior deve ser recolhido no próprio dia de ocorrência do fato gerador, utilizando-se os códigos informa-dos no subtópico 1.6, no caso de rendimentos de aplicações financeiras, ou 0481, no caso de juros de empréstimos.

(RIR/1999, art. 865, I, e art. 997; Lei nº 11.196/2005, art. 70, I; Lei nº 9.779/1999, art. 8º; Mafon/2014)

4.2 Tributação dos rendimentos de mutuante residente ou domiciliado no Brasil

Quando o mutuante for residente ou domiciliado no Brasil, os rendimentos de mútuos contratados com

Page 6: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

29-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 29 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

pessoas residentes ou domiciliadas no exterior serão tributados no Brasil da seguinte forma:

a) se o beneficiário for pessoa jurídica, os rendi-mentos serão computados no seu lucro líquido e comporão o lucro real, observando-se o se-guinte:

a.1) o imposto cobrado no exterior pelo país de domicílio do mutuário poderá ser compensado com o Imposto de Renda devido no Brasil, incidente sobre os mes-mos rendimentos;

a.2) se a empresa houver optado pelo paga-mento mensal do imposto por estimativa, os rendimentos auferidos serão compu-tados na base de cálculo do imposto mensal;

a.3) os rendimentos disponibilizados a contar de 1º.10.1999 deverão ser computados também na base de cálculo da CSL;

b) se o beneficiário for pessoa física, os rendi-mentos serão tributados no carnê-leão e na Declaração de Ajuste Anual, compensando-se o Imposto de Renda cobrado pelo país de do-micílio do mutuário, até o limite do Imposto de Renda devido no Brasil sobre esses rendimen-tos.

(RIR/1999, arts. 106, 225 e 394, § 1º, e art. 395)

4.3 Operações contratadas com pessoas vinculadas ou domiciliadas em países com tributação favorecida - Normas sobre preços de transferência

No caso de mútuo contratado entre pessoa jurídica domiciliada no Brasil e pessoa vinculada (do exterior) ou domiciliada em país que não tribute a renda ou a tribute à alíquota máxima inferior a 20%, para efeito de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL, deverá ser observado o seguinte:

a) quando decorrentes de contrato de mútuo, em relação aos juros pagos ou creditados à mutu-ante do exterior:

a.1) até 31.12.2012, nos casos em que o con-trato não é registrado no Bacen, somen-te serão dedutíveis para fins de determi-nação do lucro real até o montante que não exceda ao valor calculado com base na taxa London Interbank Offered Rate (Libor), para depósitos em dólares dos

Estados Unidos da América pelo prazo de 6 meses, acrescida de 3% anuais a título de spread, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros;

a.2) a contar de 1º.01.2013, somente serão dedutíveis para fins de determinação do lucro real até o montante que não exce-da ao valor calculado com base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América pelo prazo de 6 meses, acrescida de 3% anuais a título de spread, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros;

b) caso a mutuária seja do exterior, a mutuante domiciliada no Brasil deverá reconhecer, como receita financeira correspondente à operação, no mínimo, o valor calculado segundo a regra referida na letra “a”;

c) o valor dos encargos que exceder ao limite de dedutibilidade, calculado segundo a regra da letra “a”, bem como a diferença a maior entre a receita calculada segundo o mesmo critério e o valor contabilizado (no caso da letra “b”) deverão ser adicionados ao lucro real, presu-mido ou arbitrado, e à base de cálculo da CSL, apurados no quarto trimestre do ano ou em 31 de dezembro, no caso de apuração anual do lucro real.

Nota

Até 31.12.2012, nos casos de contratos registrados no Bacen, são admitidos os juros determinados com base na taxa registrada (Lei nº 9.430/1996, arts. 22, 24 e 28; Medida Provisória nº 563/2012, arts. 38 e 54, § 1º; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 36, § 10, e art. 41, § 5º; Lei nº 12.715/2012, arts. 48 e 78)

4.3.1 Juros pagos ou contratados com pessoa vinculada residente ou domiciliada no exterior em país com tributação favorecida

Sem prejuízo do disposto no subtópico 4.3, os juros pagos ou creditados por fonte situada no Brasil à pessoa física ou jurídica residente, domiciliada ou constituída no exterior, em país ou dependência com tributação favorecida ou sob regime fiscal privilegiado, somente serão dedutíveis, para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL, quando se verifique constituírem despesa necessária à atividade, no período de apuração, atendendo cumulativamente aos seguintes requisitos:

Page 7: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

29-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 29 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

a) no caso de endividamento com pessoa jurídi-ca vinculada no exterior que tenha participa-ção societária na pessoa jurídica residente no Brasil, o valor do endividamento com a pessoa vinculada no exterior, verificado por ocasião da apropriação dos juros, não seja superior a 2 vezes o valor da participação da vinculada no patrimônio líquido da pessoa jurídica resi-dente no Brasil;

b) no caso de endividamento com pessoa ju-rídica vinculada no exterior que não tenha participação societária na pessoa jurídica residente no Brasil, o valor do endividamen-to com a pessoa vinculada no exterior, verifi-cado por ocasião da apropriação dos juros, não seja superior a 2 vezes o valor do patri-mônio líquido da pessoa jurídica residente no Brasil; e

c) em qualquer dos casos previstos nas letras “a” e “b”, o valor do somatório dos endividamen-tos com pessoas vinculadas no exterior, veri-ficado por ocasião da apropriação dos juros, não seja superior a 2 vezes o valor do soma-tório das participações de todas as vinculadas no patrimônio líquido da pessoa jurídica resi-dente no Brasil. Para efeito do cálculo do total do endividamento, deverão ser consideradas todas as formas e prazos de financiamento, in-dependentemente de registro do contrato no Bacen.

Aplica-se o disposto neste subtópico às opera-ções de endividamento de pessoa jurídica residente ou domiciliada no Brasil em que o avalista, fiador, procurador ou qualquer interveniente é pessoa vincu-lada.

Verificando-se excesso em relação aos limites fixados nas letras “a” a “c”, o valor dos juros relativos ao excedente será considerado despesa não neces-sária à atividade da empresa, indedutível para fins da apuração do lucro real e da base de cálculo da CSL.

Os valores do endividamento e da participação da vinculada no Patrimônio Líquido, a que se refere este subtópico, serão apurados pela média ponde-rada mensal.

O disposto na letra “c” não se aplica no caso de endividamento exclusivamente com pessoas vinculadas no exterior que não tenham participação

societária na pessoa jurídica residente no Brasil. Nessa hipótese, o somatório dos valores de endivida-mento com todas as vinculadas sem participação no capital da entidade no Brasil, verificado por ocasião da apropriação dos juros, não poderá ser superior a 2 vezes o valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica residente no Brasil.

Cabe observar, ainda, que o disposto neste sub-tópico não se aplica às operações de captação feitas no exterior por instituições de que trata o § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212/1991, para recursos captados no exterior e utilizados em operações de repasse, nos termos definidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).

(Lei nº 12.249/2010, art. 24)

4.3.2 Operações contratadas com pessoa vinculada residente ou domiciliada no exterior, não constituída em país com tributação favorecida - Normas sobre preços de transferência

Sem prejuízo do disposto no subtópico 4.3, os juros pagos ou creditados por fonte situada no Brasil à pessoa física ou jurídica vinculada, residente ou domiciliada no exterior, não constituída em país ou dependência com tributação favorecida ou sob regime fiscal privilegiado, somente serão dedutíveis, para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL, quando se verificar constituírem despesa necessária à atividade, no período de apu-ração, atendendo cumulativamente ao requisito de que o valor total do somatório dos endividamentos com todas as entidades situadas em país ou depen-dência com tributação favorecida ou sob regime fiscal privilegiado não seja superior a 30% do valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica residente no Brasil.

Para efeito do cálculo do total de endividamento, deverão ser consideradas todas as formas e prazos de financiamento, independentemente de registro do contrato no Bacen.

Aplica-se o disposto neste subtópico às opera-ções de endividamento de pessoa jurídica residente ou domiciliada no Brasil em que o avalista, fiador, procurador ou qualquer interveniente é residente ou constituído em país ou dependência com tributação favorecida ou sob regime fiscal privilegiado.

Page 8: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

29-06 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 29 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

Verificando-se excesso em relação ao limite fixado e mencionado no primeiro parágrafo deste sub-tópico, o valor dos juros relativos ao excedente será considerado despesa não necessária à atividade da empresa e indedutível para fins de Imposto de Renda e da CSL.

Os valores do endividamento e do patrimônio líquido a que se refere este subtópico serão apurados pela média ponderada mensal.

Cabe observar, ainda, que o disposto neste sub-tópico não se aplica às operações de captação feitas no exterior por instituições de que trata o § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212/1991, para recursos captados no exterior e utilizados em operações de repasse, nos termos definidos pela RFB.

(Lei nº 12.249/2010, art. 25)

4.3.3 Indedutibilidade na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL

Sem prejuízo das normas do IRPJ, são indedutíveis na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a qualquer título, direta ou indiretamente, a pessoas físicas ou jurídicas resi-dentes ou constituídas no exterior e submetidas a um tratamento de país ou dependência com tributação favorecida ou sob regime fiscal privilegiado, salvo se houver, cumulativamente:

a) a identificação do efetivo beneficiário da en-tidade no exterior, destinatário dessas impor-tâncias;

b) a comprovação da capacidade operacional da pessoa física ou entidade no exterior de realizar a operação; e

c) a comprovação documental do pagamento do preço respectivo e do recebimento dos bens, direitos ou a utilização de serviço.

Para efeito da letra “a”, considerar-se-á como efe-tivo beneficiário a pessoa física ou jurídica, não cons-tituída com o único ou principal objetivo de economia tributária, que auferir esses valores por sua própria conta e não como agente, administrador fiduciário ou mandatário por conta de terceiro.

O disposto neste subtópico não se aplica ao pagamento de juros sobre o capital próprio de que trata o art. 9º da Lei nº 9.249/1995.

A comprovação do disposto na letra “b” não se aplica no caso de operações:

a) que não tenham sido efetuadas com o único ou principal objetivo de economia tributária; e

b) cuja beneficiária das importâncias pagas, cre-ditadas, entregues, empregadas ou remetidas a título de juros seja subsidiária integral, filial ou sucursal da pessoa jurídica remetente do-miciliada no Brasil e tenha seus lucros tributa-dos na forma do art. 74 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001.

(Lei nº 12.249/2010, art. 26)

4.4 Alteração de impacto - Lei nº 12.973/2014 (conversão, com emendas, da Medida Provisória nº 617/2013)

A partir de 1º.01.2015, começa a vigorar o novo regime tributário introduzido pela Lei nº 12.973/2014, resultante da conversão, com emendas, da Medida Provisória nº 627/2013. Entretanto, a pessoa jurí-dica pode optar pela aplicação antecipada desde 1º.01.2014, devendo ser observadas as formalidades constantes do subtópico a seguir.

4.4.1 Formalidades para a adoção no ano-calendário de 2014

A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) estabeleceu regras para a opção pela aplicação, no ano-calendário de 2014, das disposições constantes da Lei nº 12.973/2014, que altera a legislação tributária federal relativa ao IRPJ, à CSL, à contribuição para o PIS-Pasep e à revogação do regime tributário de transição (RTT), instituído pela Lei nº 11.941/2009, relativa à opção pelos efeitos da aplicação das novas regras tributárias no ano-calendário de 2014.

Nessa hipótese, a pessoa jurídica poderá optar pela aplicação, para o ano-calendário de 2014, das disposições contidas nos seguintes dispositivos da Lei nº 12.973/2014:

a) arts. 1º, 2º e 4º a 70, que alteram diversos dis-positivos da legislação tributária federal; e

b) arts. 76 a 92, que dispõem sobre a tributação em bases universais.

Page 9: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

29-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 29 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

As opções na forma mencionada são independentes e deverão ser manifestadas na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) referente aos fatos geradores ocorridos no mês de maio de 2014.

No caso de início de atividade ou de surgimento de nova pessoa jurídica em razão de fusão ou cisão, no ano-calendário de 2014, as referidas opções deverão ser manifestadas na DCTF referente aos fatos geradores ocorridos no 1º mês de atividade. Todavia, no caso de o 1º mês de início de atividade ou de surgimento de nova pessoa jurídica em razão de fusão ou cisão ocorrer no período de janeiro a abril de 2014, as opções devem, nesse caso, ser exercidas na DCTF referente aos fatos geradores ocorridos no mês de maio de 2014.

As opções serão irretratáveis e acarretarão a observância, a contar de 1º.01.2014, de todas as alterações trazidas pelos seguintes dispositivos da Lei nº 12.973/2014:

a) arts. 1º, 2º e 4º a 70 e dos efeitos produzidos pelas disposições previstas nos incisos I a VI, VIII e X do caput do art. 117, no caso da opção prevista no inciso I do caput do art. 1º; e

b) arts. 76 a 92 e dos efeitos produzidos pelas disposições previstas nos incisos I a VII e IX do caput do art. 117, no caso da opção previs-ta no inciso II do caput do art. 1º.

Ressalta-se que o exercício da opção não produzirá efeito quando a entrega da DCTF ocorrer fora do prazo.

(Instrução Normativa RFB nº 1.469/2014 - DOU 1 de 29.05.2014)

4.4.2 Lucros auferidos por coligada domiciliada no exterior

Os lucros auferidos por intermédio de coligada domiciliada no exterior serão computados na deter-minação do lucro real e da base de cálculo da CSL no balanço levantado no dia 31 de dezembro do ano--calendário em que tiverem sido disponibilizados para a pessoa jurídica domiciliada no Brasil, desde que se verifiquem as seguintes condições, cumulativamente, relativas à investida:

a) não esteja sujeita a regime de subtributação, assim considerado aquele que tributa os lu-

cros da pessoa jurídica domiciliada no exterior à alíquota nominal inferior a 20%;

b) não esteja localizada em país ou dependência com tributação favorecida, ou não seja benefi-ciária de regime fiscal privilegiado, de que tra-tam os arts. 24 e 24-A da Lei nº 9.430/1996;

c) não seja controlada, direta ou indiretamente, por pessoa jurídica submetida a tratamento tri-butário previsto na letra “b”; e

d) tenha renda ativa própria igual ou superior a 80% da sua renda total, assim considerado o somatório das receitas operacionais e não operacionais,conforme definido na legislação comercial do país de domicílio da investida.

O disposto nesse tópico não se aplica na hipótese de a pessoa jurídica coligada domiciliada no Brasil ser equiparada à controladora.

4.4.3 Implicações do descumprimento dos requisitos

Ressalta-se que os resultados auferidos por intermédio de coligada domiciliada no exterior que não atender aos requisitos mencionados, ou seja, na hipótese de se verificar o descumprimento de, pelo menos, uma das condições mencionadas anterior-mente, a parcela do ajuste do valor do investimento na coligada domiciliada no exterior equivalente aos lucros ou prejuízos por ela apurados deverá ser computada na determinação do lucro real e na base de cálculo da CSL da pessoa jurídica investidora domiciliada no Brasil, nas seguintes formas:

a) se positiva, deverá ser adicionada ao lucro lí-quido relativo ao balanço de 31 de dezembro do ano-calendário em que os lucros tenham sido apurados pela empresa domiciliada no exterior; e

b) se negativa, poderá ser compensada com lu-cros futuros da mesma pessoa jurídica no ex-terior que lhes deu origem até o 5º ano-calen-dário subsequente.

Os resultados auferidos por intermédio de outra pessoa jurídica, na qual a coligada no exterior mantiver qualquer tipo de participação societária, ainda que indiretamente, serão consolidados no seu balanço para efeito de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL da coligada no Brasil.

Page 10: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

29-08 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 29 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

O disposto nesse subtópico não se aplica na hipótese de a pessoa jurídica coligada domiciliada no Brasil ser equiparada à controladora.

Notas

(1) Para efeitos desse subtópico, os lucros serão considerados disponi-bilizados para a empresa coligada no Brasil:

a) na data do pagamento ou do crédito em conta representativa de obrigação da empresa no exterior;

b) na hipótese de contratação de operações de mútuo, se a mutuan-te, coligada, possuir lucros ou reservas de lucros; ou

c) na hipótese de adiantamento de recursos efetuado pela coligada, por conta de venda futura, cuja liquidação, pela remessa do bem ou serviço vendido, ocorra em prazo superior ao ciclo de produção do bem ou serviço.

(2) Para efeitos do disposto na letra “a” da Nota 1, considera-se:

a) creditado o lucro, quando ocorrer a transferência do registro de seu valor para qualquer conta representativa de passivo exigível da con-trolada ou coligada domiciliada no exterior; e

b) pago o lucro, quando ocorrer:

b.1) o crédito do valor em conta bancária, em favor da coligada no Brasil;

b.2) a entrega, a qualquer título, a representante da beneficiária;

b.3) a remessa, em favor da beneficiária, para o Brasil ou para qual-quer outra praça; ou

b.4) o emprego do valor, em favor da beneficiária, em qualquer pra-ça, inclusive no aumento de capital da coligada, domiciliada no exterior.

(3) Equipara-se à condição de controladora a pessoa jurídica domi-ciliada no Brasil que detenha participação em coligada no exterior e que, em conjunto com pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil ou no exterior, consideradas a ela vinculadas, possua mais de 50% do capital votante da coligada no exterior.

(Lei nº 12.973/2014, arts. 75, 81 a 83 e 119, § 2º)

5. MÚTUOS ENTRE PESSOAS FÍSICAS

No caso de mútuos contratados entre pessoas físicas, os rendimentos auferidos pela mutuante residente ou domiciliada no Brasil ficam sujeitos à tributação na forma do carnê-leão e na Declaração de Ajuste Anual.

(RIR/1999, arts. 83 e 106)

6. NÃO COBRANÇA DE ENCARGOS EM MÚTUOS ENTRE EMPRESAS LIGADAS

Atualmente (desde a extinção da correção monetária das demonstrações financeiras - Lei nº 9.249/1995, art. 4º), nos contratos de mútuo entre empresas controladoras e controladas e coligadas ou interligadas, não é exigido o reconhecimento de nenhuma receita financeira por parte da mutuante.

Entretanto, se a mutuante houver tomado emprestado de terceiros os recursos que repassar a empresas controladas, coligadas ou interligadas, e o repasse for feito sem a cobrança de encargos ou com a cobrança de encargos inferiores aos pagos para a obtenção dos recursos repassados, o Fisco poderá considerar indedutíveis as despesas financeiras pagas pela mutuante, na parte que exceder ao valor do encargo cobrado das controladas, coligadas ou interligadas, no repasse dos recursos, por considerá--las não necessárias.

Notas

(1) São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influên-cia significativa, observando-se o seguinte:

a) considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem controlá-la; e

b) é presumida influência significativa quando a investidora é titular de 20% ou mais do capital votante da investida, sem controlá-la.

(2) Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, direta-mente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.

(3) São interligadas as sociedades que tenham por controlador o mes-mo sócio ou acionista.

(4) Os graus de parentesco contam-se em linha reta e colateral, confor-me o número de gerações, ou seja:

a) em linha reta: pai e filho são parentes de 1º grau; avô e neto, de 2º grau; bisavô e bisneto, de 3º grau, e assim por diante;

b) na linha colateral: a contagem de gerações sobe de um dos paren-tes até o ascendente comum e depois desce até encontrar o outro parente; assim, irmãos são parentes de 2º grau (não há parentesco colateral de 1º grau), e tio e sobrinho são de 3º grau (primos são de 4º grau).

(Lei nº 6.404/1976, art. 243, §§ 1º, 2º, 4º e 5º; Lei nº 11.941/2009, art. 37; RIR/1999, arts. 299 e 384, §§ 1º e 2º; De-creto-lei nº 1.892/1981, art. 2º, § 2º, “b”; Parecer Normativo CST nº 23/1983)

7. DESPESA FINANCEIRA DA EMPRESA MUTUÁRIA

Conforme tem decidido o 1º Conselho de Contri-buintes, os encargos financeiros de empréstimos con-traídos para financiar as atividades da pessoa jurídica são dedutíveis como despesas operacionais para fins de apuração do lucro real, mesmo que o fornecedor dos recursos não seja instituição financeira, desde que a efetividade do empréstimo seja comprovada e os encargos financeiros pagos ou creditados sejam os usuais no mercado (Acórdãos nºs 101-75.541/1984 e 101-90.025/1996, da 1ª Câmara, 103-06.707/1985, da 3ª Câmara, e 105-9.436/1995, da 5ª Câmara).

Page 11: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

29-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 29 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

8. EMPRÉSTIMOS CONTRAÍDOS DE SÓCIOS, ADMINISTRADORES OU ACIONISTA CONTROLADOR

No caso de empréstimo contraído de sócios, administradores ou acionista controlador, ou de pessoa a eles ligada, o Fisco poderá exigir que seja comprovada, além da efetiva entrega dos recursos à empresa, a origem desses recursos para o forne-cedor, sob o risco de enquadramento da operação como omissão de receitas na empresa.

(RIR/1999, art. 282; Decisão SRRF nº 195/2000, da 8ª Re-gião Fiscal - São Paulo)

9. INCIDÊNCIA DO IOF

As operações de mútuo entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física sujeitam-se, também, à incidência do IOF segundo as mesmas normas aplicáveis às operações de financiamento e empréstimos praticadas pelas instituições financeiras.

(Decreto nº 6.306/2007, arts. 2º, I, e 3º a 10)

10. MODELO DE CONTRATO DE MÚTUO

A título de exemplo, segue modelo de contrato de mútuo:

MODELO DE CONTRATO DE MÚTUO

CONTRATO DE MÚTUO

Pelo presente instrumento particular, de um lado (identificação e qualificação do(a) mutuante; no caso de pessoa física: nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, números da Cédula de Identidade e da inscrição no CPF, e endereço completo; no caso de pessoa jurídica: razão ou denominação social, endereço completo da sede, número de inscrição no CNPJ e nome e qualificação da pessoa que a representa no ato), doravante denominada simplesmente MUTUANTE, e de outro lado (identificação e qualificação do(a) mutuário(a)), doravante denominada simplesmente MUTUÁRIO(A), têm entre si, justo e contratado, o seguinte:I - A Mutuante entrega à Mutuária, neste ato, a quantia de R$...........(por extenso), representada pelo cheque nº........, contra o Banco........., Agência.........II - A Mutuária se compromete a restituir à Mutuante a quantia mutuada, no dia ..... de .............. de 20.., acrescida de juros de ......% (.........por cento) ao ano, os quais serão calculados a partir desta data até o dia da efetiva liquidação da dívida.III - Fica facultado à Mutuária saldar a dívida antes da data do seu vencimento, estabelecida no item II (anterior), hipótese em que os juros serão calculados proporcionalmente até o dia do efetivo pagamento.IV - Para dirimir quaisquer dúvidas que venham a surgir em decorrência deste contrato, fica eleito o foro da Comarca de............., excluído qualquer outro, por mais privilegiado que seja.E, por estarem de acordo com todas as disposições nele consignadas, as partes assinam este instrumento particular, juntamente com duas testemunhas, em duas vias de igual teor, ficando cada parte com uma via.(Localidade), .... de ........................... de 20...........................................................................(Mutuante).........................................................................(Mutuário(a)Testemunhas:Nome: .................................................... Assinatura: ...............................................Nome:..................................................... Assinatura: ................................................

Notas

(1) No tocante à estipulação de encargos financeiros nos contratos de mútuo, é oportuno observar que:

a) quanto aos juros, a Medida Provisória nº 1.914-7/1999, atual Medida Provisória nº 2.172-32/2001, estabelece que são nulas de pleno direito as estipu-lações usurárias, assim consideradas as que estabeleçam, nos contratos civis de mútuo, taxas de juros superiores às legalmente permitidas (art. 1º), exceto nos casos de operações realizadas, nos mercados financeiros, de capitais e de valores mobiliários legalmente regulamentados, por entidades devidamente autorizadas (art. 4º);

b) quanto à atualização monetária do valor da dívida, a Lei nº 10.192/2001, art. 2º, § 1º (resultante da conversão da Medida Provisória nº 2.074-73/2001) dispõe sobre normas complementares ao Plano Real e estabelece que é nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou correção monetária de periodicidade inferior a um ano.

(2) Por oportuno, estabelece o Código Civil (arts. 406 e 591) que, se destinando o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa prevista para a atualização de impostos devidos à Fazenda Nacional, ou seja, a taxa Selic.

N

Page 12: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

29-10 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 29 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

a S/A

Eleição de acionista não residente no País para o Conselho de Administração SUMÁRIO 1. Regra original da Lei nº 6.404/1976 2. Regra da Lei nº 10.194/2001 3. Regra atual da Lei nº 12.431/2011 4. Constituição de procurador residente no País

1. REGRA ORIGINAL DA LEI Nº 6.404/1976

Em sua redação original, a Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A), art. 146, caput, exigia que todos os membros do Conselho de Administração fossem residentes no Brasil.

Assim dispunha o mencionado dispositivo:

Art. 146. Poderão ser eleitos para membros dos órgãos de administração pessoas naturais residentes no País, devendo os membros do conselho de administração ser acionistas e os diretores, acionistas ou não.

Existiam, então, três requisitos a serem obser-vados na eleição de membros do Conselho de Administração da companhia:

a) deveriam ser pessoas naturais (e não pessoas jurídicas);

b) deveriam residir no País; e c) deveriam ser acionistas da empresa.

2. REGRA DA LEI Nº 10.194/2001

A Lei nº 10.194/2001, art. 12 (originária da Medida Provisória nº 1.754-16/1999), alterou a redação da Lei nº 6.404/1976, art. 146. Com essa alteração, passava a ser admitida a eleição de acionista não residente no País para o Conselho de Administração.

Ficava mantida, contudo, a restrição para os diretores da sociedade. Esses devem ser residentes no País, podendo ser acionistas ou não.

Portanto, nova redação havia sido dada ao refe-rido dispositivo da Lei das S/A, devendo os membros do Conselho de Administração ser pessoas naturais e acionistas da companhia, residentes ou não no País.

Esta era a redação da Lei das S/A, art. 146, caput:

Art. 146. Poderão ser eleitos para membros dos órgãos de administração pessoas naturais, devendo os membros do

conselho de administração ser acionistas e os diretores residentes no País, acionistas ou não.

Como se observa, apenas duas das exigências anteriores haviam sido mantidas, ou seja, para ser eleito, o membro do Conselho deveria ser pessoa natural (residente ou não no País) e acionista da companhia.

3. REGRA ATUAL DA LEI Nº 12.431/2011

A Lei nº 12.431/2011 alterou novamente a redação da Lei nº 6.404/1976, art. 146. Com essa alteração, podem ser eleitas como membros dos órgãos de administração pessoas naturais, não havendo neces-sidade de serem acionistas, mantendo-se, contudo, a restrição segundo a qual os diretores devem ser residentes no País.

Esta é a redação vigente da Lei nº 6.404/1976, caput:

Art. 146. Poderão ser eleitas para membros dos órgãos de administração pessoas naturais, devendo os diretores ser residentes no País.

Nota

De acordo com o art. 146, § 1º, em foco (na redação dada pela Lei nº 10.303/2001), a ata da assembleia geral ou da reunião do Conselho de Admi-nistração que eleger administradores deverá conter a qualificação e o prazo de gestão de cada um dos eleitos, ser arquivada no registro do comércio e publicada.

4. CONSTITUIÇÃO DE PROCURADOR RESIDENTE NO PAÍS

Para finalizar, cabe salientar que a Lei nº 6.404/1976, art. 146, § 2º (na redação dada pela Lei nº 10.303/2001), dispõe que a posse do conselheiro residente ou domiciliado no exterior fica condicionada à constituição de representante residente no País, com poderes para receber citação em ações contra ele propostas com base na legislação societária.

Ainda segundo o mesmo dispositivo, esse repre-sentante deve ser constituído mediante procuração com prazo de validade que deverá estender-se por, no mínimo, 3 anos após o término do prazo de gestão do conselheiro.

Portanto, a lei permite a eleição de residente ou domiciliado no exterior para membro do Conselho de

Page 13: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

29-11Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 29 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

a IOB Setorial

Administração, mas impõe a constituição de repre-sentante residente no Brasil, por meio de procuração com o prazo de validade supracitado.

Registre-se que o art. 146, § 2º, citado anterior-mente (na redação da Lei nº 10.194/2001), definia que a procuração deveria ter prazo de validade coincidente com o do mandato do conselheiro, o que,

de fato, parece ser um período de tempo bastante exíguo. Lembramos, neste particular, que o art. 287, II, da Lei das S/A estabelece em 3 anos o prazo para prescrição das ações que menciona. Desse modo, a atual redação do dispositivo em foco ajusta-se melhor à sua finalidade.

N

FARmACêuTICO

Simples Nacional - Farmácias de manipulação

1. INTRODUÇÃO

Não podem optar pelo Simples Nacional as ativi- dades que tenham por finalidade a prestação de ser-viços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica e científica, que constituam profis-são regulamentada ou não.

Em regra geral, não podem se enquadrar no Simples Nacional as atividades que envolvam a prestação de serviços de conhecimentos técnicos especializados.

2. OPÇÃO

No passado, as farmácias de manipulação já podiam optar pelo Simples Federal, ainda durante a vigência da Lei nº 9.317/1996, conforme previsto no Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 7/2006:

O exercício da atividade de farmácia de manipulação não constitui impedimento a que a pessoa jurídica faça opção pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Con-tribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples), uma vez que não se trata de prestação de serviços, mas sim de atividade comercial.

Porém, as Soluções de Consulta Disit nºs 18 e 288/2005, ambas da 6ª Região Fiscal (Minas Gerais), decidiram de forma diferente:

ASSUNTO: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples

EMENTA: Simples. Farmácia de manipulação. Impossibi-lidade de opção. Pessoas jurídicas que executem ativi-dades características de farmácias de manipulação não podem optar pelo Simples.

Mesmo com o advento do Simples Nacional, intro-duzido pela Lei Complementar nº 123/2006, art. 17, XI, foi estabelecido que não pode recolher os tributos na forma do Simples Nacional a microempresa (ME) ou a empresa de pequeno porte (EPP) que tenha por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza téc-nica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, bem como a que preste serviços de instrutor, de corretor, de despachante ou de qualquer tipo de intermediação de negócios.

Posteriormente, a Resolução CGSN nº 94/2009 veio a relacionar no Anexo I os códigos previstos na CNAE impeditivos ao Simples Nacional e, no Anexo II, os códigos previstos na CNAE que abrangem con-comitantemente atividade impeditiva e permitida ao Simples Nacional. Vale observar que os anexos men-cionados listam, de forma taxativa, os impedimentos ao ingresso no Simples Nacional.

Nesse sentido, o código na CNAE 4771-7/02, que se refere ao comércio varejista de produtos farma-cêuticos para uso humano manipulados no próprio estabelecimento através de fórmulas magistrais (receitas médicas) e da farmacopeia brasileira, não está relacionado entre as atividades impeditivas nem entre as atividades impeditivas e permitidas.

3. BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo para a determinação do valor devido mensalmente pela ME ou EPP optante pelo Simples Nacional será a receita bruta total mensal auferida (regime de competência) ou recebida (regime de caixa), conforme opção feita pelo contri-buinte, observando-se que o regime de reconheci-mento da receita bruta será irretratável para todo o ano-calendário.

Page 14: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

29-12 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 29 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

Na hipótese de a ME ou EPP possuir filiais, deverá ser considerado o somatório das receitas brutas de todos os estabelecimentos.

Para efeitos da determinação da base de cálculo:

a) a receita bruta auferida ou recebida será se-gregada, considerando a receita destacada-mente, por mês e por estabelecimento, para fins de pagamento dos tributos e contribuições devidos no Simples Nacional, utilizando-se as tabelas dos Anexos I a V da Lei Complementar nº 123/2006, conforme o caso;

b) considera-se a receita bruta total mensal auferi-da ou recebida nos mercados interno e externo.

(Lei Complementar nº 123/2006, art. 18; Resolução CGSN nº 94/2009, art. 16)

4. ALÍqUOTA

Ratificando o teor manifestado pelo Fisco no Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 7/2006 (tópico 2), as farmácias de manipulação serão tributadas na forma do Anexo I da Lei Complementar nº 123/2006, sobre a receita decorrente da revenda de mercadorias.

(Lei Complementar nº 123/2006, art. 18; Resolução CGSN nº 94/2009, art. 25, I; Solução de Consulta Cosit nº 93/2014)

N

a IOB Comenta

TRIBuTOS e COnTRIBuIçõeS FedeRAIS

Multas aplicáveis nos casos de lançamento de ofício

Ato de lançamento de ofício é o ato administrativo que formaliza o crédito tributário na hipótese de haver expressa previsão legal neste sentido, ou em decor-rência do levantamento de um crédito tributário no procedimento de fiscalização. O art. 149 do Código Tributário Nacional aponta os motivos em que o lança-mento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa.

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:

I - quando a lei assim o determine;

II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária;

III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satis-fatoriamente, a juízo daquela autoridade;

IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;

V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;

VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito pas-sivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;

VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;

VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior;

IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.

Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.

Assim sendo, havendo lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas:

a) de 75% sobre a totalidade ou diferença de im-posto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de decla-ração e de declaração inexata;

b) de 50%, exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal (estimativa) que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apura-do prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líqui-do, no ano-calendário correspondente.

O percentual de multa a que se refere a letra “a” será:

a) duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/1964, quais sejam: sone-gação, fraude ou conluio, independentemente de outras penalidades administrativas ou cri-minais cabíveis;

b) aumentado de metade (inclusive quando du-plicado em razão de sonegação, fraude ou

Page 15: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

29-13Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 29 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

conluio) nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intima-ção para:

b.1) prestar esclarecimentos;

b.2) apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei nº 8.218/1991;

b.3) apresentar a documentação técnica completa e atualizada do sistema de pro-cessamento de dados, suficiente para possibilitar a sua auditoria, facultada a manutenção em meio magnético, sem prejuízo da sua emissão gráfica, quando solicitada.

Será concedida a redução da multa de ofício nos seguintes casos:

a) redução de 50%: se for efetuado o pagamento ou a compensação no prazo de 30 dias, con-tados da data em que o sujeito passivo foi no-tificado do lançamento (no prazo legal de im-pugnação);

b) redução de 40%: se o sujeito passivo requerer o parcelamento no prazo de 30 dias, contados da data em que foi notificado do lançamento (no prazo legal de impugnação);

c) redução de 30%: se for efetuado o pagamento ou a compensação no prazo de 30 dias, con-tados da data em que o sujeito passivo foi no-tificado da decisão administrativa de primeira instância (no prazo legal de recurso); ou

d) redução de 20%: se o sujeito passivo requerer o parcelamento no prazo de 30 dias, conta-dos da data em que foi notificado da decisão administrativa de primeira instância (no prazo legal de recurso).

Notas

(1) Nos casos de lançamento de ofício, além da exigência da multa de ofício, incidirão juros de mora sobre os valores devidos.

(2) Na hipótese de lançamento de ofício, não poderá haver exigência concomitante de multa de mora, tendo em vista que esta incide sobre os recolhimentos efetuados espontaneamente pelo contribuinte.

(3) No caso de provimento a recurso de ofício interposto por autoridade julgadora de primeira instância, aplica-se a redução prevista na letra “c”, para o caso de pagamento ou compensação, e na letra “d”, para o caso de parcelamento.

(4) A rescisão do parcelamento, motivada pelo descumprimento das normas que o regulam, implicará restabelecimento do montante da multa proporcionalmente ao valor da receita não satisfeita e que exceder o valor obtido com a garantia apresentada.

(Lei nº 8.218/1991, art. 6º, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009; Lei nº 9.430/1996, arts. 38 e 44, § 3º; Questões nºs 6 e 13 do Perguntas e Respostas DIPJ 2014, Capítulo XVIII)

N

a IOB Perguntas e Respostas

AdmInISTRAçãO TRIBuTáRIA

Certidão Negativa de Débitos - Financiamento imobiliário - Obtenção

1) Como proceder para obter uma certidão ne-gativa para fins de financiamento para compra de um imóvel?

A Certidão Negativa de Débitos Federais poderá ser solicitada pelo próprio contribuinte pessoa física, inventariante, herdeiro, meeiro, legatário ou procura-dor legalmente habilitado, nas unidades da Receita Federal do Brasil.

Se não for o próprio contribuinte, poderá seu pro-curador comparecer à unidade da RFB, munido do “Requerimento de Certidão Conjunta”, que deverá ter obrigatoriamente reconhecida a firma do contribuinte.

Qualquer pessoa pode solicitar pela Internet o formulário “Requerimento de Certidão Conjunta”, aprovado pela IN RFB nº 734/2007.

Havendo débito cuja exigibilidade esteja sus-pensa por decisão judicial, juntar cópias da petição inicial ou, nas situações correspondentes, da decisão judicial que houver concedido a medida liminar ou tutela antecipada, comprovantes dos depósitos judi-ciais ou demonstrativos da compensação efetuada por determinação judicial e, quando for o caso, certidão narratória da ação que suspendeu a exigibilidade do crédito tributário.

A certidão negativa comprova a inexistência de débitos perante órgãos públicos e, na área federal, é emitida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil dos tributos por ela administrados, exceto para os débitos enviados ou inscritos na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, quando por essa é fornecida, sendo usualmente solicitada para casos de compra e venda de imóveis, na solicitação de financiamen-tos, em casos de espólio ou de saída definitiva do País.

(Instrução Normativa RFB nº 734/2007)

Page 16: IOB - Imposto de Renda - nº 29/2014 - 3ª Sem · PDF fileManual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletim j Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014

29-14 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 29 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

COnTABIlIdAde

Anuidade do CRC - Idade mínima para solicitação de isenção

2) Qual é a idade mínima para fins de isenção da anuidade devida ao Conselho Regional de Contabili-dade (CRC) pelos contabilistas?

Será concedida isenção da anuidade ao Técnico em Contabilidade ou ao Contador que completar 70 anos de idade.

O contabilista que completar 70 anos de idade está isento do pagamento da anuidade devida ao Conselho Regional de Contabilidade (CRC) a que estiver sujeito, a partir do exercício subsequente.

Esse benefício se estende à anuidade do escritório individual do beneficiário, e, no caso de o beneficiário ser sócio de sociedade contábil, o benefício é devido apenas ao profissional.

(Resolução CFC nº 1.368/2011, art. 27, alterada pela Reso-lução CFC nº 1.382/2012)

Investimento avaliado pelo método da equivalência patrimonial - Alteração de critério de avaliação em face das novas regras contábeis - Procedimentos

3) Como deve proceder a pessoa jurídica que pos-suía investimento avaliado pelo método da equivalên-cia patrimonial que, em face das alterações promovi-das pela Lei nº 11.638/2007 e pela Lei nº 11.941/2009, passou a ser avaliado pelo método do custo?

Neste caso, a pessoa jurídica deve adotar os seguintes procedimentos:

a) considerar o valor contábil do investimento, in-cluindo ágio ou deságio não amortizado e pro-visão para perdas, existente no balanço no iní-cio do exercício mais recente em que a entida-de adotar as alterações introduzidas pela Lei nº 11.638/2007 e da Lei nº 11.941/2009, pela 1ª vez, como novo valor de custo para fins de mensuração futura e de determinação do seu valor recuperável; e

b) contabilizar, em contrapartida desses investi-mentos, os dividendos que vierem a ser rece-bidos por conta de lucros que já tiverem sido reconhecidos por equivalência patrimonial.

(Resolução CFC nº 1.152/2009, item 31, letra “b”)

Livro Diário - Sociedades simples - Autenticação

4) Onde deverá ser autenticado o livro Diário das sociedades simples?

As sociedades simples deverão autenticar seu livro Diário no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, para que a escrituração nele mantida, com observân-cia das disposições legais e comprovada por docu-mentos hábeis, faça prova a favor da pessoa jurídica.

(Lei nº 10.406/2002, art. 982; RIR/1999, art. 258, § 4º)

legISlAçãO SOCIeTáRIA

Sociedades anônimas de capital fechado - Manutenção de conselho de administração -

Desobrigatoriedade

5) As sociedades anônimas de capital fechado são obrigadas a manter conselho de administração?

Não. A manutenção de conselho de administra-ção somente é obrigatória para:

a) as companhias abertas;b) as companhias de capital autorizado (aquelas

cujo estatuto contenha autorização para au-mento do capital social, independentemente de reforma estatutária, nas condições previs-tas no art. 168 da Lei nº 6.404/1976);

c) as companhias de economia mista (com parti-cipação do Poder Público no seu capital e na sua administração).

Para as companhias de capital fechado, desde que não enquadradas nas hipóteses acima, a manu-tenção de conselho de administração é facultativa.

(Lei nº 6.404/1976, art. 138, § 2º, e art. 239)