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Pós-Graduação em Ciência da Computação JACKSON BARRETO SILVA Implementação e Gerenciamento da Telefonia no IFBA no Campus de Jequié usando voz sobre IP e Software Livre Universidade Federal de Pernambuco [email protected] www.cin.ufpe.br/~posgraduacao RECIFE 2017

JACKSON BARRETO SILVA Implementação e Gerenciamento da ...‡… · brasileira, o SNEP por ser uma distribuição genuinamente brasileira e o Elastix pelo fato de ser a distribuição

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Pós-Graduação em Ciência da Computação

JACKSON BARRETO SILVA

Implementação e Gerenciamento da Telefonia no IFBA no

Campus de Jequié usando voz sobre IP e Software Livre

Universidade Federal de Pernambuco

[email protected] www.cin.ufpe.br/~posgraduacao

RECIFE

2017

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Jackson Barreto Silva

Implementação e Gerenciamento da Telefonia no IFBA no

Campus de Jequié usando Voz sobre IP e Software Livre

Dissertação de mestrado apresentado à

Coordenação da Pós-Graduação em

Ciências da Computação do Centro de

Informática, como parte dos requisitos para

obtenção do título de Mestre em ciências da

computação do mestrado profissional com

ênfase em redes de computadores.

Orientador: Prof. Dr. Rafael Dueire Lins

Recife

2017

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Jackson Barreto Silva

Implementação e Gerenciamento da Telefonia no IFBA no

Campus de Jequié usando Voz sobre IP e Software Livre

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciência da Computação da

Universidade Federal de Pernambuco, como

requisito parcial para a obtenção do título de Mestre

Profissional em 31 de Maio de 2017.

Aprovado em: 31/05/2017.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Prof. José Augusto Suruagy Monteiro

Centro de Informática / UFPE

__________________________________________

Prof. Obionor de Oliveira Nóbrega

Universidade Federal Rural de Pernambuco

__________________________________________

Prof. Rafael Dueire Lins

Centro de Informática / UFPE

(Orientador)

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AGRADECIMENTOS

Muito obrigado a meus Amigos e Familiares e principalmente a Deus por ter-

me dado condições e força para a realização deste trabalho.

Muito obrigado a todos os professores do Centro de Informática da UFPE que

contribuíram para meus conhecimentos e principalmente ao meu Orientador Prof. Dr.

Rafael Dueire Lins e ao Prof. Dr. Jose Augusto Suruagy Monteiro pela paciência e

orientações prestadas.

Muito obrigado aos meus colegas da turma pela motivação e contribuições

importantes para o desenvolvimento deste trabalho.

Muito obrigado a todos que contribuíram de alguma forma para a realização

deste trabalho.

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RESUMO

Reduzir custos telefônicos através da utilização da tecnologia de voz sobre

redes IP (VoIP) e adoção de software livre é uma estratégia utilizada por milhares de

organizações públicas e privadas em todo o mundo. Nesta dissertação é proposta a

utilização de uma solução de PBX-IP baseada em software livre, com o objetivo de

economizar na aquisição de produtos proprietários, com a utilização da tecnologia

de voz sobre o protocolo IP para redução dos gastos com ligações telefônicas

internas e externas, pelo Instituto Federal de Educação Tecnológica da Bahia (IFBA)

no Campus de Jequié. As ferramentas apresentadas para as implementações e o

gerenciamento de uma central PBX-IP foram o Fone@RNP por ser desenvolvida

pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) para as instituições públicas

brasileira, o SNEP por ser uma distribuição genuinamente brasileira e o Elastix pelo

fato de ser a distribuição mais utilizada mundialmente. Relações destas tecnologias

são definidas, apresentadas, analisadas e avaliadas. Todas as ferramentas são

baseadas em Asterisk, porém com interface gráfica para o gerenciamento. A solução

proposta, após todo o estudo de caso, é a utilização do serviço Fone@RNP sem a

necessidade de aderir à infraestrutura do mesmo, com a utilização de aplicativos

gratuitos de terceiro em sua substituição, pelo fato do custo da infraestrutura ser

considerado elevado. Passo a passo da instalação destes aplicativos são

apresentados, bem como descrições dos processos levantados, analisados e

avaliados, contribuindo para a infraestrutura da instituição.

Palavras-Chave: Telefonia. PBX-IP. VoIP. Software-Livre.

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ABSTRACT

Reducing telephone costs through the use of voice over IP (VoIP)

technology and adoption of free software is a strategy used by thousands of public

and private organizations around the world. This M.Sc. dissertation proposes the use

of a free software-based PBX-IP solution with the objective of saving on the

acquisition of proprietary products, plus the use of voice technology over the IP

protocol to reduce costs with internal and external telephone calls at the Federal

Institute of Technological Education of Bahia (IFBA) in the Jequié Campus. The tools

presented for the implementation and management of a PBX-IP exchange are the

Fone@RNP, developed by the Rede Nacional de Ensino e Pesquisas (RNP) for

Brazilian public institutions, SNEP, a genuinely Brazilian distribution, and Elastix, the

most used distribution worldwide. Such technologies are presented, analyzed and

assessed. All such tools are Asterisk based, but with a GUI for management. The

solution proposed after the whole case study is the use of the Fone@RNP service

without the need to adhere to its complete infrastructure, with the use of free third

party applications because the cost of the infrastructure is considered high. Their

step-by-step installation are presented as well as the descriptions of the processes

compiled, analyzed, and evaluated, contributing to the improvement of the IFBA

infrastructure.

Keywords: Telephony. PBX-IP. VoIP. Free software.

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LISTA DE SIGLAS

ACELP - Algebraic-Code-Excited Linear Prediction

ADPCM - Adaptive Differential Pulse Code Modulation

ADSL - Asymmetric Digital Subscriber Line

AGI - Asterisk Gateway Interface

API - Application Programming Interface

ATA - Adaptador para Telefone Analógico

B2B - Business to Business

BSD - Berkeley Software Distribution

CDR – Call Detail Record

CODEC - COdificador/DECodificador

CS-ACELP - Conjugate-Structure Algebraic-Code-Excited Linear Prediction

DAHDI - Digium Asterisk Hardware Device Interface

DHCP - Dynamic Host Configuration Protocol

DNS - Domain Name System

DOS - Disk Operating System

DSP - Digital Signal Processor

FXO – Foreign eXchange Office

FXS – Foreign eXchange Station

GK - Gatekeeper

GPL – General Public License

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GSM – Global System for Mobile comunications

GUI - Interface Gráfica de Usuário

GW - Gateway

GWT - Gateway Transparent

HTTP – HyperText Transfer Protocol

IAX – Inter Asterisk eXchange

IAX2 - Inter Asterisk eXchange verson 2

IETF - Internet Engineering Task Force

IFBA – Instituto Federal da Bahia

I/O – input/output

IP – Internet Protocol

ISA - Industry Standard Architeture

ISDN - Integrated Services Digital Network

ISO - International Organization for Standardization

ITU-T - Telecommunication Standardization Secto

IVR - Interactive Voice Response

LAN - Local Área Network

LD-CELP - Low Delay - Code Excited Linear Prediction

LGPL - Library General Public License

LTS - Long Term Evolution

MAC - Media Access Control

MCU - Multiponto Control Unit

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MGCP - Media Gateway Control Protocol

MIME - Multipurpose Internet Mail Extensions

MOS - Mean Opinion Score

MP-MLQ - Multi-Pulse Maximum Likelihood Quantization

MSN - Microsoft Service Network

NAT - Network Address Translation

OSI - Open Systems Interconnection

P2P - Peer-To-Peer

PABX – Private Automatic Branch eXchange

PAT - Parcela Adicional de Transição

PBX - Private Branch Exchange

PC - Personal Computer

PCM – Pulse Code Modulation

PGP - Pretty Good Privacy

PHP - Hypertext Preprocessor

PPP - Point-to-Point Protocol

PSTN – Public Switched Telephone Network

QoS – Quality of Service

RAM - Random Access Memory

RFC - Request for Comments

RNP – Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

RSVP - Resource ReSerVation Protocol

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RTCP – Real Time Control Protocol

RTFC - Rede de Telefonia Fixa Comutada

RTP – Real Time Protocol

RTPC - Rede de Telefonia Pública Comutada

SATA - Serial Advanced Technology Attachment

SDP - Session Description Protocol

SI – Sistema de Informação

SIP – Session Initiation Protocol

SL - Software Livre

SLR – SIP Local Router

SMTP – Simple Mail Transfer Protocol

SO - Sistema Operacional

SRC – SIP Router Center

TCP – Transmission Control Protocol

TDM - Time Division Multiplexing

TI – Tecnologia da Informação

UA – User Agent

UAC – User Agent Client

UAS – User Agent Server

UDP – User Datagram Protocol

URA – Unidade de Resposta Audível

VoIP – Voice over Internet Protocol

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WAN - Wide Area Network

WWW - World Wide Web

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Lógica de uma chamada SIP....................................................... 23

Figura 2.2 - Conexão entre dois servidores Asterisk via IAX .......................... 26

Figura 2.3 - Arquitetura do Asterisk ................................................................ 33

Figura 3.1 - Diagrama da rede lógica do campus IFBA Jequié ....................... 34

Figura 3.2 - Arquitetura do serviço Fone@RNP ............................................. 36

Figura 3.3 - Arquitetura detalhada do Fone@RNP ......................................... 37

Figura 3.4 - (SLR+PBX-IP+GWT) ................................................................... 39

Figura 3.5 - Adesão – GWT ............................................................................ 40

Figura 3.6 - Adesão – SRL ............................................................................. 40

Figura 3.7 - Adesão – SRL sem PBX-IP legado ............................................. 41

Figura 3.8 - Adesão personalizada (E1 + GSM) ............................................. 42

Figura 3.9 - Processo inicial de instalação do SNEP-livre .............................. 43

Figura 3.10 - Processo de seleção de Layout de teclado ............................... 44

Figura 3.11 - Processo de Particionamento do disco ..................................... 44

Figura 3.12 - Processo de configuração de usuário e senha “root”. ............... 45

Figura 3.13 - Processo de configuração de usuário comum ........................... 45

Figura 3.14 - Processo de configuração de senha para usuário comum ........ 46

Figura 3.15 - Processo de instalação/finalização do SNEP ............................ 46

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Figura 3.16 - Logando com usuário jackson no SNEP ................................... 47

Figura 3.17 - Verificando endereço IP do SNEP ............................................. 47

Figura 3.18 - Cadastro de registro de licença do SNEP ................................. 48

Figura 3.19 - Colar código de registro de licença do SNEP ............................ 48

Figura 3.20 - Sistema SNEP registrado e concluído ...................................... 49

Figura 3.21 - Criação dos ramais .................................................................... 49

Figura 3.22 - Criação de múltiplos ramais ...................................................... 50

Figura 3.23 - Criação do tronco IAX2 ............................................................. 50

Figura 3.24 - Criação rota de saída ................................................................ 51

Figura 3.25 - Rotas de saída .......................................................................... 51

Figura 3.26 - Registrando ramal da atcom no servidor SNEP ........................ 52

Figura 3.27 - Registrando ramal da intelbras no servidor SNEP .................... 52

Figura 3.28 - Tela do SNEP regras de negócios ............................................ 52

Figura 3.29 - Tela inicial de instalação do elastix ........................................... 55

Figura 3.30 - Processo de seleção de Layout de teclado ............................... 55

Figura 3.31 - Processo de Particionamento do disco ..................................... 56

Figura 3.32 - Configuração da interface de rede ............................................ 56

Figura 3.33 - Solicitação do nome do host ...................................................... 57

Figura 3.34 - Definição de senha do usuário root ........................................... 57

Figura 3.35 - Tela inicial do Elastix ................................................................. 58

Figura 3.36 - Criação dos ramais no elastix .................................................... 58

Figura 3.37 - Placa FXO 4 para linhas analógicas PSTN ............................... 59

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Figura 3.38 - Criação do tronco ZAP DAHDI .................................................. 59

Figura 3.39 - Criação do tronco IAX2 (parte 1) ............................................... 60

Figura 3.40 - Criação do tronco IAX2 (parte 2) ............................................... 60

Figura 3.41 - Criação rota de saída – Campus Jacobina ................................ 61

Figura 3.42 - Configuração de rede do Telefone IP ........................................ 62

Figura 3.43 - Registrando o Telefone IP no servidor VoIP elastix .................. 63

Figura 3.44 - Tela do Elastix gerenciamento em tempo real........................... 63

Figura 3.45 - Arquitetura Lógica do serviço Fone@RNP IFBA - Jequié ...... 65

Figura 3.46 - Configuração do elastix para integração com Fone@RNP ...... 66

Figura 3.47 - Site da comunidade Issabel....................................................... 66

Figura 3.48 - Tráfego sem ligação VoIP ......................................................... 67

Figura 3.49 - Tráfego com ligação VoIP ......................................................... 67

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LISTA DE TABELA

Tabela 1.1 - Levantamentos de custos ........................................................... 21

Tabela 1.2 - Aplicativos livres e gratuitos ........................................................ 22

Tabela 2.1 - Scores MOS de alguns CODECs ............................................... 30

Tabela 3.1 - Teste de funcionalidade .............................................................. 73

Tabela 3.2 - Teste de usabilidade ................................................................... 73

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 18

1.1 Motivação.. ............................................................................................. 19

1.2 Objetivo do Trabalho ............................................................................. 19

1.3 Estado da Arte ........................................................................................ 20

1.4 Software Livre ........................................................................................ 23

1.5 Organização do Trabalho ...................................................................... 25

2 CONCEITOS DE TELEFONIA CONVENCIONAL E VoIP ..................... 26

2.1 RPTC ....................................................................................................... 26

2.2 VoIP ......................................................................................................... 27

2.2.1 H.323 ....................................................................................................... 31

2.2.2 SIP ........................................................................................................... 31

2.2.3 IAX ........................................................................................................... 34

2.3. Ferramentas e Serviços ......................................................................... 36

2.3.1 Asterisk .................................................................................................... 36

2.3.2 O projeto ZAPATA ................................................................................... 40

2.3.3 Características do Asterisk ...................................................................... 41

2.4 Considerações Finais. .......................................................................... 42

3 IMPLANTAÇÃO E GERENCIAMENTO .................................................. 43

3.1 Ambiente de Implantação ...................................................................... 43

3.2 Fone@RNP ............................................................................................. 44

3.3 SNEP ....................................................................................................... 51

3.3.1 Processo de Instalação do SNEP ............................................................ 52

3.3.2 Gerenciamento do SNEP ......................................................................... 61

3.4 ELASTIX .................................................................................................. 62

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3.4.1 Processo de Instalação do Elastix ........................................................... 63

3.4.2 Gerenciamento do Elastix ........................................................................ 71

3.5 Resultados das Avaliações ................................................................... 72

3.6 Análises da Solução Adotada ............................................................... 74

3.7 Considerações Finais ............................................................................ 77

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 78

REFERÊNCIAS ...................................................................................... 80

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18

1 INTRODUÇÃO

A tecnologia de Voz sobre IP (VoIP, do inglês Voice over IP) vem se

expandindo nos últimos anos entre os usuários domésticos e coorporativos, tendo

em vista os recursos oferecidos pela rede de dados do protocolo Internet (IP), com o

tráfego de diversos tipos de mídias (áudio, imagem, vídeo e dados). Com o avanço

da tecnologia VoIP houve uma mudança de comportamento da população,

passando a ter mais acesso à comunicação com um custo mais baixo. A alta

sofisticação da tecnologia VoIP é transparente para a maioria dos usuários que

utilizam o sistema através dos diversos aplicativos e aparelhos disponíveis no

mercado, como os aplicativos para smartphones, celulares, telefones IP e outros. A

alta sofisticação dessa tecnologia em relação à telefonia convencional está na

conversão do sinal de analógico que é utilizado na telefonia convencional para digital

que é utilizado na comunicação VoIP. Essa conversão é realizada através de

sofisticados codificadores e decodificadores (DUEIRE LINS, Rafael; CONTENTE,

Douglas; CARLOS, Vitor, 2011).

Há diversos aplicativos que utilizam a tecnologia VoIP. Um dos pioneiros no

Brasil a utilizar o VoIP sobre redes P2P (peer-to-peer) foi o sistema proprietário

Skype em 2003, responsável pela grande popularização da telefonia IP. Outros

aplicativos que utilizam voz sobre as redes de dados IP são: MSN, GoogleTalk (hoje

substituído pelo Google Hangout), Whatsapp, dentre outros que permitem

chamadas de voz e vídeo gratuitas, desde que haja infraestrutura de rede

disponível. Há mais de uma década que muitos programas usam a tecnologia VoIP

para implementar funcionalidades das centrais de telefonia tradicional, entre os

quais pode-se destacar o Asterisk (DUEIRE LINS, Rafael; CONTENTE, Douglas;

CARLOS, Vitor, 2011).

Este trabalho trata da implementação e gerenciamento da telefonia no IFBA

no Campus de Jequié usando Voz sobre IP e Software Livre. O Asterisk será a

plataforma PBX-IP, utilizando as ferramentas gráficas Elastix, SNEP e Fone@RNP

para o gerenciamento do Asterisk. Tais ferramentas são aqui descritas e analisadas.

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19

1.1 Motivação

O papel da tecnologia de informação - TI - nas organizações tem assumido

uma importância jamais vista na história da humanidade. A questão que se coloca

como foco deste estudo consiste em analisar a importância da estratégia utilizada

pelas instituições no contexto educacional para redução dos custos operacionais,

ainda mais se considerarmos o contexto atual de instituições públicas e privadas.

Nas instituições públicas os orçamentos são insuficientes para atender de forma

adequada as necessidades operacionais. Em contrapartida, nas instituições privadas

a concorrência é alta sendo imperativa a necessidade por uma gestão otimizada de

recursos, sendo essa uma exigência por parte das instituições de ensino que

pretendem permanecer no seu negócio (OLIVEIRA e CASTRO, 2006). Esta

dissertação tem como foco instituições públicas de ensino, em particular o Instituto

Federal de Educação Tecnológica da Bahia (IFBA) no Campus de Jequié.

A escolha de software livre pode trazer redução dos custos com TI, sendo de

particular importância em instituições públicas de ensino no Brasil, uma vez que os

recursos financeiros delas são escassos e normalmente há cortes nos orçamentos

por parte dos Governos. É pertinente que se pergunte como se deve desenvolver

um projeto para que se consiga realmente aplicar da melhor forma possível todos os

benefícios encontrados no software livre.

Esta dissertação visa não só diminuir os custos operacionais de telefonia no

IFBA-Jequié, mas também fornecer diretrizes para outros Institutos Federais

gerando material de apoio à decisão, na escolha de software livre, para o

gerenciamento e redução dos seus custos com telefonia.

1.2 Objetivo do Trabalho

O principal objetivo desse trabalho é realizar um estudo dos principais

softwares PBX-IP de interface web que funciona sobre a plataforma Asterisk e

implementar no Instituto Federal de Educação de Jequié para substituir uma central

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20

PABX convencional com software livre de forma eficaz e eficiente com desempenho

satisfatório na qualidade dos serviços.

Todas as técnicas apresentadas neste trabalho serão avaliadas através de

experimentos práticos com o estudo de caso, realizando as instalações e

configurações dos aplicativos propostos no ambiente de trabalho para que haja

interoperabilidade dos mesmos.

Os Aplicativos PBX-IP propostos para as análises serão o Elastix, SNEP e

Fone@RNP, tendo como objetivo Geral implementar no IFBA - Jequié ferramentas

livres, que proporcionem redução de custos e gerenciamento nas ligação de forma

satisfatória e eficaz, substituindo completamente ou reduzindo drasticamente os

custos da telefonia tradicional e como objetivos específicos verificar qual a interface

mais amigável para o usuário realizar o gerenciamento do Asterisk, qual a solução

requer menor custo financeiro e qual a infraestrutura menos complexa para

implementação dessa ferramenta.

1.3 Estado da Arte

Em abril de 2014, Diego Guacho, M., Rivadeneira, F.M. descrevem um

projeto que propõe a implementação de laboratórios de computação em centros

educacionais, incentivando a economia de custos de um ambiente. Esse trabalho

propõe o uso de ferramentas de computação e serviços desenvolvidos em software

livre no setor da educação. Os requisitos técnicos para implementações desses

laboratórios são mínimos, permitindo a reutilização de computadores antigos ou

novos terminais, mas com baixo consumo de energia, sem afetar o desempenho dos

laboratórios. Nesse mesmo artigo, os autores fazem um levantamento dos custos

que teriam com licenças caso a solução aplicada fosse através de softwares

proprietários, conforme Tabela 1.1, esse custo inicial poderia ser reduzido com as

licenças através de software livre.

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21

Tabela 1.1 - Levantamentos de custos. Fonte: (Diego Guacho, M., Rivadeneira, F.M., 2014)

TABELA DE CUSTOS INICIAIS DO PROJETO

ITENS R$

Custo com Hardware 4.268,82

Custo com Software 130,00

Licença de 1 Microsoft Office – Custo estimado de

instalação

92,21

Custo com Configurações de 20 terminais 400,00

Custo Inicial Total ----- 4.891,03

Em (Silver, 2010) existe a defesa do gerenciamento e monitoramento de uma

infraestrutura de redes de computadores com software livre, descrevendo a

implementação de um sistema de monitoramento usando um pacote de software de

código fonte aberto para melhorar a disponibilidade de serviços e reduzir o tempo de

resposta quando problemas ocorrem. Tal referência, apresenta um breve panorama

da literatura disponível no monitoramento de sistemas de biblioteca e, em seguida

descreve a implementação de Nagios, um software de código aberto de

monitoramento de rede, para monitorar uma biblioteca regional.

Também em maio de 2010 foi publicado o artigo (Moretti e Crnkovic, 2010),

que tem como objetivo investigar o processo de migração de softwares proprietários

para softwares livres – SLs em um sistema de informação – SI em uma pequena

empresa, no caso, uma instituição de ensino médio. O SI é um recurso fundamental

e independe do porte ou ramo de atividade da empresa. Seu bom gerenciamento

pode ser capaz de potencializar processos, gerar conhecimento e criar vantagens

competitivas importantes. Contudo, o alto custo da aquisição de softwares

proprietários é um grande obstáculo para sua implantação abrindo uma boa

oportunidade de mercado para o SL, opção gratuita e com bom desempenho. Para

investigar o processo de migração para SLs foi conduzido estudo de caso em uma

cooperativa de ensino médio na qual se pode observar o crescimento da importância

do SI em sua operação. Na empresa em questão pode-se identificar, após a

implantação dos SLs, um aumento da sinergia interdepartamental, maior dinamismo

nas atividades por conta da eficiente obtenção das informações, e maior

confiabilidade no SI no que se refere à segurança. No que se refere aos SLs pode-

Page 23: JACKSON BARRETO SILVA Implementação e Gerenciamento da ...‡… · brasileira, o SNEP por ser uma distribuição genuinamente brasileira e o Elastix pelo fato de ser a distribuição

22

se observar claramente sua competitividade frente aos softwares proprietários. Na

época da investigação os autores fizeram um levantamento dos softwares livres que

também são gratuitos (tabela – 1.2), e chama atenção da diferença entre software

livre e software gratuitos sendo que uma forma de diferenciação entre softwares diz

respeito à forma como eles são desenvolvidos e distribuídos.

Tabela 1.2 - Aplicativos livres e gratuitos. Fonte: (Moretti e Crnkovic, 2010)

Categoria Nome do software Onde encontrar na Internet

Sistema Operacional

Conectiva Linux www.conectiva.com.br

Debian www.debian.org

Fedora Red Hat www.fedora.redhat.com

FreeBSD www.freebsd.org

GNU/Linux www.linux.org

Kurumin www.guiadohardware.net

Mandrake www.mandrake.com

OpenBSD www.openbsd.org

Red Hat www.redhat.org

SuSE Linux www.suselinux.org

Servidor de Internet Apache www.apache.org

Pacote de Escritório

Abiword www.abiword.org

Koffice www.kde.org

OpenOffice www.openoffice.org

Programa Gráfico GIMP www.gimp.org

Navegadores Mozilla www.mozilla.org

Opera www.opera.com

Linguagem de

Programação

Perl www.perl.org

PHP www.php.net

Cliente de e-mail

Evolution www.evolution.com

Kmail www.kde.org

Mozilla mail www.mozilla.org

Serviço de rede SAMBA www.samba.org

Porém, com a evolução e o dinamismo que ocorre com os softwares, alguns

desses referenciados na tabela 1.2, não estão mais disponíveis ou já foram

implementados de forma mais eficiente em outros produtos.

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23

1.4 Software Livre

Conhecido como Software Livre ou até mesmo do inglês como Free Software,

segundo a interpretação de software livre feita pela Free Software Foundation, é

qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado,

modificado e redistribuído com algumas alterações. Levando em conta que a forma

usual de um software ser divulgado e liberado é sendo conjugado por uma

permissão de software livre (como possuem a GPL ou a BSD), e com o ensejo do

seu código-fonte (Roberts, 2016).

Software Livre define-se pela simultaneidade de quatro vertentes de liberação

para os usuários do software, feitas pela Free Software Foundation. As quatro

vertentes à liberdade mínima direcionada ao software livre são:

1. O poder de realizar o programa, para indefinido propósito;

2. A liberdade de compreender a funcionalidades do programa e utilizá-lo

para quaisquer necessidades;

3. Obtenção do código-fonte é um importante e indispensável pré-

requisito nesta lista de liberdades;

4. A capacidade de ajudar alheios produzindo cópias do mesmo.

Um programa que é considerado como software livre deve fazer com que

sejam seguidas todas as liberdades listadas. Sendo assim, um usuário deve ser livre

para redistribuir cópias, com ou sem alterações no seu sistema, independente de

cobrar ou não uma taxa pela distribuição, com indistinção de pessoa ou lugar. Ser

totalmente livre para elaborar esses valores, demonstra que não se tem que pedir ou

pagar pela aprovação, quando estiver tendo posse do programa (Rollings, 2012).

O usuário tem também por direito a liberdade de elaborar alterações e utiliza-

las privativamente no trabalho ou até mesmo no lazer, sem necessidade de

mencionar que elas existem. Caso o usuário publique as alterações realizadas, o

mesmo não se tornará obrigado a avisar nada ou a ninguém. A liberdade de usar um

software tem como significado a liberdade para qualquer tipo de pessoa física ou

jurídica usar o programa independente do tipo de sistema computacional, para o tipo

de trabalho ou atividade que bem desejar, sem que se torne necessário anunciar ao

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desenvolvedor ou a qualquer outro cargo em especial. A liberdade de redistribuir

cópias sem obrigação de incluir formas binárias do programa, assim como o código-

fonte, para as versões originais e para as alteradas. De modo que a liberdade de

fazer modificações, e de publicar versões aperfeiçoadas, tenha significado, deve-se

ter acesso ao código-fonte do programa. Assim sendo, a permissão ao código-fonte

é uma condição necessária ao software livre. Para que as liberdades se tornem

reais, elas devem ser irrevogáveis desde que o usuário não cometa algo errado; se o

desenvolvedor do software revogar a licença, mesmo que o usuário não tenha dado

pretexto, o software não é considerado livre (Stroupstrup, 1997).

A distribuição do software livre é uma distribuição pelo compartilhamento do

conhecimento tecnológico. Seus “zeladores” são uma enorme quantidade de

estudantes, cientistas, diferentes combatentes pela liberdade e as forças político-

culturais que auxiliam a disseminação mais justa dos benefícios da era da

informatização. Os defensores do software livre consideram como opositoras as

grandes empresas que crescem exclusivamente de um paradigma econômico

fundamentado na exploração de licenças de uso de software e do controle do

monopólio das senhas essenciais para programas exclusivos a computadores.

Grande parte dos softwares livres têm páginas na Internet para chamar a

atenção de desenvolvedores que trabalham na rede mundial de computadores

(Colcher, 2005).

É importante diferenciar as categorias: software aberto, software gratuito e

software livre. Existem muitos softwares gratuitos que são proprietários. Quando um

software é distribuído gratuitamente, isso não significa que ele seja um software

livre. Como exemplos são os programas PGP, Real Player, Adobe Acrobat Reader,

entre outros. Para ser um “software livre” tem que levar em conta a questão de

liberdade, e jamais a de preço. Para compreender o que realmente significa, deve-se

focar em “liberdade de expressão”, “software livre” se enfoca a liberdade que os

usuários possuem em executar, copiar, distribuir, estudar, modificar e aperfeiçoar o

devido software (Colcher, 2005).

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A devida regra não entra em conflito com as liberdades; na verdade, ela as

protege. Portanto, um usuário pode ter comprado o direito para receber cópias do

software GNU, ou mesmo pode ter conseguido cópias sem custo algum. Porém,

independentemente de como este obteve o seu software, sempre terá a liberdade de

copiar e modificar o software, ou mesmo até de vender essas cópias para outrem.

Deve-se lembrar que quando se fala de “software livre” não significa que está se

falando de “software não-comercial” são coisas distintas e que requerem limites e

regras diferenciadas (Colcher, 2005).

Olhando por um lado econômico, a adoção do software livre capacita a

redução drástica do envio de royalties mediante pagamento de licenças de software,

produzindo assim maior sustentabilidade do processo de inclusão digital de uma

sociedade e de informatização e modernização de empresas e instituições (Colcher,

2005).

1.5 Organização desta dissertação

Esta dissertação está dividida em quatro capítulos. O capítulo 1, esta

Introdução, apresenta as considerações iniciais do trabalho, a motivação, os

objetivos específicos e gerais do trabalho, o estado da arte sobre a utilização de

software livre e a estrutura geral de organização do trabalho.

O capítulo 2 descreve os conceitos básicos de VoIP e Asterisk, são

apresentadas também as definições e histórico sobre a tecnologia de PBX-IP

Asterisk.

No capítulo 3 são implantadas e analisadas as ferramentas de interface web

para gerenciamento de uma central PBX-IP como o SNEP, Elastix e o Fone@RNP,

e apresentado o resultado das análises

No capítulo 4 são apresentadas as conclusões sobre o trabalho e as

sugestões para trabalhos futuros.

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26

2 CONCEITOS DE TELEFONIA CONVENCIONAL E VoIP

Este capítulo trata de conceitos básicos de algumas tecnologias utilizadas na

telefonia convencional e da telefonia de voz sobre o protocolo IP. Definindo algumas

características importantes para melhor compreensão desta dissertação.

2.1 Rede Pública de Telefonia Comutada (RPTC)

A sigla RPTC que significa “rede pública de telefonia comutada” (originada do

inglês, public switched telephone network ou PSTN) é o termo utilizado para definir a

rede telefônica mundial comutada do serviço telefônico convencional. Sendo

gerenciada normalmente pelas operadoras de serviços telefônicos. No início foi

planejada para prestar seus serviços como uma rede de linhas fixas analógicas,

porém atualmente compreendem também as linhas digitais e os dispositivos

móveis conhecidos como os telefones celulares (Colcher, 2005).

A rede de telefonia tradicional RTPC é um sistema de comunicação

estabilizado, possibilitando que os usuários façam chamadas de áudio na maior

parte do mundo civilizado. Essa rede foi arquitetada e estabelecida de modo a trazer

toda sua inteligência para o interior da rede (centrais telefônicas) deixando os seus

terminais (aparelhos telefônicos) sem qualquer função em relação ao gerenciamento

da chamada telefônica. De modo que, o sistema evoluiu vagarosamente. Todo o

planejamento de controle do sistema é realizado de uma forma par-a-par e híbrida,

ou seja, ainda são imprescindíveis servidores centrais para realizar o controle das

chamadas e para o gerenciamento da sessão estabelecida (DUEIRE LINS, Rafael;

CONTENTE, Douglas; CARLOS, Vitor, 2011).

A rede de telefonia pública comutada existe desde o começo do século XX.

Um sistema de telefonia fixa é composto por centrais de comutação telefônica,

terminais de serviço telefônico, rede de cabos de interligação entre os assinantes do

serviço de telefonia pública e a central pública de comutação telefônica e por

entroncamentos de transmissão entre as várias centrais telefônicas.

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As centrais telefônicas são conhecidas como central PABX, que significa em

inglês Private Automatic Branch Exchange, traduzido para o português fica “Troca

automática de ramais privados”, sendo assim concluímos que a comutação entre

transferência das ligações internas e externas, acontece sem a intervenção de um

operador ou da telefonista.

A distribuição é também conhecida como rede primária, é uma rede composta

por cabos de alta capacidade, conhecidos como cabo primário, que levam as

facilidades do distribuidor geral até pontos de distribuição denominados de Armários

de Distribuição. Um cabo primário pode alimentar vários armários de distribuição.

Em geral, ficam instalados 600 pares primários em cada armário (COMER, 2016).

Rede de acesso também conhecida como rede secundária, ela começa no

armário de distribuição e é terminada na casa do cliente. Geralmente o seu trajeto é

aéreo. Composta de cabos de menor capacidade, geralmente de 200 pares,

conhecidos por cabos secundários. A rede de acesso pulveriza o atendimento até os

assinantes (COMER, 2016).

2.2 VoIP

Uma das características de um sistema de comunicação é permitir que uma

mensagem originada por uma fonte de informação possa ser entregue corretamente

em seu destino. As redes de computadores segue um modelo de referência com

procedimentos e regras definidas e divididas em camadas com o dever de executar

suas funções de forma adequada, assim também, ocorre com os sistemas de

telefonia, que se caracterizam pela necessidade de inicializar, estabelecer, controlar

e encerrar sessões entre usuários. Esse conjunto de procedimentos é chamado

sinalização (DUEIRE LINS, Rafael; CONTENTE, Douglas; CARLOS, Vitor, 2011).

A telefonia via protocolo IP, Voice Over Internet Protocol, Voz sobre IP, ou

simplesmente VoIP é uma tecnologia que permite a transmissão de voz por pacotes

IP, possibilitando a realização de chamadas telefônicas pela rede de computadores.

A mesma transforma nossas conversas telefônicas analógicas em pequenos pacotes

de dados digitais e os envia pela rede IP, essa rede pode ser uma rede local (LAN)

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ou uma rede de longa distância (WAN), entre outras distribuições geográficas de

redes sobre o protocolo IP (Willrich, 2016).

Além da praticidade, ocorre uma diminuição em torno de 70%, segundo a

RNP em seu manual de apresentação do Fone@RNP, no custo das ligações,

mesmo que se esteja falando por horas com uma pessoa localizada no outro lado do

mundo. Por isso sua popularidade cresceu tanto e tão rapidamente, incluindo entre

as empresas que utilizam para aperfeiçoarem e expandir os recursos de seus

serviços telefônicos de maneira econômica e eficiente

Para efetuar a comunicação através de voz sobre IP também podem ser

utilizados os telefones IP, que são aparelhos telefônicos reais que são diretamente

ligados à Internet ou rede local e que processam a comunicação e tradução dos

pacotes em voz sem utilizar o computador. Existem também adaptadores (ATAs)

que permitem o uso de seu aparelho telefônico convencional transformando o

mesmo em um telefone IP. E, por fim, Gateways, que são aparelhos especiais

geralmente utilizados para conectar os sistemas telefônicos (PABX) das empresas à

Internet, transformando os ramais e extensões em Telefones IP.

A rede no qual os pacotes VoIP trafegam é uma rede IP, que não sabe o que

é voz, ela apenas foi projetada para levar pacotes de dados de uma ponta à outra

com a maior agilidade. Porém o conteúdo dos pacotes só é conhecido pelas

aplicações que os geraram ou irá tratá-los.

Cabe aos elementos da rede (switches, hubs, interface de VoIP, roteadores,

etc.) conduzir os pacotes ao destino, para que possam ser “reconvertidos” para voz.

Todos esses procedimentos são transparentes aos usuários do sistema de telefonia.

Segundo (Soares; Freire, 2002), “As técnicas empregadas para enviar

informações de um ponto VoIP a outro podem ser as mais variadas (Frame Relay 2-

3 0SI, ADSL, PPP, etc.) e meios físicos (par metálico, rádio, fibra ótica, etc.),” porém

sempre utilizando o protocolo IP. Para que ocorra o funcionamento na transmissão

de voz, o VoIP captura a voz, ainda na forma analógica e a codifica em pacotes de

dados (digitais), que podem ser enviados por qualquer rede TCP/IP (Transport

Control Protocol/Internet Protocol), possibilitando que trafeguem normalmente pela

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Internet. Assim que os pacotes chegam ao destino, são decodificados em sinais

analógicos e transmitidos a um meio no qual seja possível ouvir o som (Colcher,

2005).

Foi necessário investir em qualidade de serviço (QoS - Quality of Service) e

uma das soluções é o aumento da largura de banda para transmissão e recepção

de dados. E como o acesso à Internet em banda larga é cada vez mais comum, o

VoIP passou a ser mais utilizado. Porém, apenas mais velocidade não é o bastante.

Por isso, surgiram outras soluções, como o protocolo RTP (Real Time Protocol), que,

basicamente, faz com que os pacotes sejam recebidos na mesma ordem de envio. O

RTP "ordena" os pacotes de dados, possibilitando que a transmissão de dados em

tempo real. No caso de algum pacote se atrasar, o RTP cria uma interpolação entre

o "intervalo" deixado pelo pacote e este não é entregue (DUEIRE LINS, Rafael;

CONTENTE, Douglas; CARLOS, Vitor, 2011).

O atraso de pacotes pode ocorrer por vários motivos, como o

congestionamento dos buffers nos equipamentos de transmissão da rede, também

porque eles podem seguir caminhos diferentes para chegar ao destino. Se você

estiver transmitindo um arquivo isso não significa um problema, já que seus pacotes

são "encaixados" no destinatário. Porém com voz e vídeo em tempo real, isso nem

sempre acontece.

Além do RTP, existe o protocolo de controle próprio chamado RTCP (RTP

Control Protocol) que cuida da sua sincronização, controle e interface com o usuário

e que também é definido na RFC 1889. Um canal RTCP é aberto sempre que se

abre um canal RTP. A RFC 1889 define que o RTP utilize sempre uma porta par e o

RTCP a porta ímpar imediatamente superior à que foi alocada para o RTP.

Geralmente são alocadas as portas 5004 e 5005 para o RTP e o RTCP,

respectivamente. O RCTP é baseado na transmissão periódica de pacotes de

controle entre os participantes de uma sessão, através do mesmo procedimento

utilizado para a transmissão de pacotes de dados. A característica principal do

RTCP é oferecer feedback sobre a qualidade da comunicação, permitindo a

realização de codificação adaptativa e dos controles de fluxo e congestionamento,

controlando a taxa de transmissão dos participantes de modo a tornar o sistema

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altamente escalável (DUEIRE LINS, Rafael; CONTENTE, Douglas; CARLOS, Vitor,

2011).

.

Por ainda necessitar por melhorias, a IETF (Internet Engineering Task Force),

entidade responsável pelo RTP e pelo RTCP, sugeriu a aplicação do protocolo

RSVP (Resource Reservation Protocol), que tem como principal função alocar parte

da banda disponível para a transmissão de voz. Existem ainda os codificadores e

decodificadores (codecs), que são protocolos que somam mais funcionalidades e

maior qualidade à comunicação. Entre eles estão o G.711, o G.722, o G.723, G.726,

o G.727, G.729 entre outros. O que os diferencia são os algoritmos usados, a média

de atraso, a taxa de bits e principalmente a qualidade da voz. Cada CODEC provê

certa qualidade de voz. Uma medida comum usada para determinar a qualidade do

som produzido pelos CODECs específicos é o MOS (Mean Opinion Score). Com o

uso do MOS, uma ampla faixa de ouvintes julgam a qualidade de uma amostra de

voz (correspondendo a um CODEC particular) numa escala de 1 a 5, quanto mais

próximo do 5 o CODEC é considerado melhor. A partir desses resultados, é

calculada a média dos scores para atribuir o MOS para aquela amostra, veja tabela

2.1 com alguns métodos de compressão, taxa de transferência, MOS score e atraso

(DUEIRE LINS, Rafael; CONTENTE, Douglas; CARLOS, Vitor, 2011).

Tabela 2.1 - Scores MOS de alguns CODECs Fonte: [CISCO-CODEC2]

Método de Compressão Taxa (kbit/s) MOS Score Atraso(ms)

G.711 PCM 64 4,1 0,75

G.726 ADPCM 32 3,85 1

G.728 LD-CELP 16 3,61 3 para 5

G.729 CS-ACELP 8 3,92 10

G.729 x 2 Encodings 8 3,27 10

G.729 x 3 Encodings 8 2,68 10

G.729ª CS-ACELP 8 3,7 10

G.723.1 MP-MLQ 6,3 3,9 30

G.723.1 ACELP 5,3 3,65 30

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2.2.1 H.323

O padrão H.323 é parte da família de recomendações ITU-T

(International Telecommunication Union - Telecommunication Standardization

Sector) H.32x, que pertence à série H da ITU-T, e que trata de "Sistemas

Audiovisuais e Multimídia". A recomendação H.323 tem o objetivo de especificar

sistemas de comunicação multimídia em redes baseadas em pacotes. Além disso,

estabelece padrões para codificação e decodificação de fluxos de dados de áudio e

vídeo. O padrão H.323 especifica quatro tipos de componentes, que interligados,

possibilitam a comunicação multimídia.

Um Terminal (TE) H.323 é um componente da rede que provê comunicação

em tempo real com outro TE H.323, Gateway (GW) e Multipoint Control Unit (MCU).

A comunicação consiste de controle, sinalização, áudio, vídeo, e ou dados entre

os dois pontos finais (endpoints). Um terminal pode estabelecer uma chamada

diretamente com outro terminal ou através da ajuda de um Gatekeeper (GK). O

Gatekeeper (GK) é uma entidade H.323 na rede que provê tradução de endereços e

controla o acesso (autorização e autenticação) à rede dos terminais H.323, GWs, e

MCUs. Os GKs podem comunicar-se entre si para coordenar seus serviços de

controle. O GK também provê serviços para os terminais, GWs e MCUs como

gerenciamento de banda, localização de GWs e tarifação. A função do GK é

opcional em sistemas H.323. Ele é logicamente separado das outras entidades

H.323, mas pode coexistir fisicamente com terminais, GWs ou MCUs. Terminais

H.323 devem suportar o padrão G.711 para codificação de áudio e o suporte para

outros padrões é opcional. Os terminais H.323 habilitados com vídeo deve suportar o

codec H.261 e o suporte ao outros codec é opcional (DUEIRE LINS, Rafael;

CONTENTE, Douglas; CARLOS, Vitor, 2011).

2.2.2 SIP

O Protocolo de Iniciação de Sessão (Session Initiation Protocol - SIP) é um

protocolo de código aberto de aplicação, que utiliza o modelo “requisição-resposta”,

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similar ao HTTP, para iniciar sessões de comunicação interativa entre utilizadores. É

um padrão da Internet Engineering Task Force (IETF) (RFC 2543, 1999.).

SIP é um protocolo de sinalização para estabelecer chamadas e conferências

através de redes via Protocolo IP, um exemplo típico seria o VoIP. O

estabelecimento, mudança ou término da sessão é independente do tipo de mídia ou

aplicação que será usada na chamada; uma chamada pode utilizar diferentes tipos

de dados, incluindo áudio e vídeo.

Figura 2.1 - Lógica de uma chamada SIP Fonte: RNP

SIP teve origem em meados da década de 1990 (naquele tempo o H.323 era

o padrão utilizado) para que fosse possível adicionar ou remover participantes

dinamicamente numa sessão multicast. O desenvolvimento do SIP concentrou-se

em ter um impacto tão significativo quanto o protocolo HTTP, a tecnologia por trás

das páginas da web que permitem que uma página com links clicáveis conecte com

textos, áudio, vídeo e outras páginas da web. Enquanto o HTTP efetua essa

integração através de uma página web, o SIP integra diversos conteúdos a sessões

de administração. O SIP recebeu uma adoção rápida como padrão para

comunicações integradas e aplicações que usam presença - presença significa a

aplicação estar consciente da sua localização e disponibilidade (COMER, 2016).

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SIP foi moldado, inspirado em outros protocolos de Internet baseados em

texto como o SMTP (email) e o HTTP (páginas da web) e foi desenvolvido para

estabelecer, mudar e terminar chamadas num ou mais utilizadores numa rede IP de

uma maneira totalmente independente do conteúdo de dados da chamada. Como o

HTTP, o SIP leva os controles da aplicação para o terminal, eliminando a

necessidade de uma central de comutação (COMER, 2016).

Um tipo de servidor intermediário do SIP é um Servidor Proxy SIP, que

encaminha pedidos antes do Agente do utilizador para o próximo servidor SIP

retendo também informações com a finalidade de poderem ser usadas para fins

contabilísticos. Além disso, o servidor proxy SIP pode operar com comunicação com

estado completo (stateful), por exemplo como um circuito TCP, ou sem estado

(stateless), como por exemplo um UDP. O servidor SIP com estado completo pode

“dividir” chamadas por ordem de chegada para que várias extensões que estejam a

tocar todos ao mesmo tempo sendo que a primeira a atender ficará com a chamada.

Essa capacidade significa que se pode especificar que um telefone de desktop SIP,

um telefone celular SIP e aplicações de videoconferência de casa SIP possam

sinalizar simultaneamente quando receber uma chamada. Ao atender um dos

dispositivos é iniciada a conversação, os restantes param de sinalizar. O servidor

proxy SIP pode utilizar múltiplos métodos para tentar resolver o pedido de endereço

de host, incluindo busca de DNS, busca em base de dados ou retransmitir o pedido

para o “próximo” servidor proxy (Colcher, 2005).

O Registrador SIP fornece um serviço de informação de localidades; ele

recebe informações do Agente do Usuário e armazena essa informação de registro.

A arquitetura do SIP faz uso do SDP (Session Description Protocol). O SDP foi uma

ferramenta de conferência multicast via IP desenvolvida para descrever sessões de

áudio, vídeo e multimídia. Na realidade, qualquer tipo de MIME (Multipurpose

Internet Mail Extension) pode ser descrita, similar à habilidade do e-mail de suportar

todos os tipos de anexos em mensagens. A descrição da sessão pode ser usada

para negociar uma aceitação de um conjunto de tipos de mídias compatíveis.

Como resultado dessa arquitetura, o endereço do usuário SIP remoto é

sempre o mesmo (por exemplo, sip:[email protected]), mas ao invés de estar

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amarrado a um endereço estático, ele comporta-se como um endereço dinâmico que

reflete a localização atual do destinatário. A combinação de Proxy e Servidor

Redirecionador dá ao SIP grande flexibilidade de arquitetura. O usuário pode

empregar vários esquemas simultaneamente para usuários localizados e é o que faz

a arquitetura do SIP ser bem adaptada para suportar mobilidade. Mesmo quando o

usuário remoto é móvel, o Proxy e o redirecionador podem ser usados para passar

adiante o pedido de conexão para o usuário da localização atual. As sessões podem

envolver múltiplos participantes, de forma similar a uma chamada multiponto H.323.

Comunicações dentro de uma sessão em grupo podem ser via multicast ou via uma

rede de chamadas unicast, ou até mesmo uma combinação dos dois. Outro

resultado da arquitetura do SIP é a sua adequação natural como um ambiente de

colaboração devido às suas habilidades de apresentar múltiplos tipos de dados,

aplicações, multimídia, etc. com uma ou mais pessoas (COMER, 2016).

Há certo número de produtos comerciais e de fonte aberta do SIP disponíveis

atualmente e o desenvolvimento comercial tem se mostrado com foco nos Agentes

do Usuário como o telefone SIP e os softwares de Agentes do Usuário. Exemplos

notáveis incluem o “Messenger” da Microsoft. Uma linha mais desenvolvida de

produtos com a arquitetura SIP está disponível pela Siemens, Cisco, Nortel

Networks, PingTel, 3COM (US Robotics), e outros.

O SIP e o H.323 são padrões para rota de chamada, sinalização de chamada,

troca de capacidade, controle de mídia e serviços adicionais. A força do H.323 tem

sido a sua interoperabilidade com a rede telefônica pública comutada (PSTN) e

disponibilidade em equipamentos de videoconferência acessível e confiável. O SIP

é um protocolo desenvolvido para rede IP e promete grande escalabilidade e

flexibilidade (COMER, 2016).

2.2.3 IAX

O IAX (Inter-Asterisk eXchange) foi desenvolvido pelos mesmos criadores do

Asterisk se tornando assim seu protocolo específico. A maior motivação para sua

criação foram as limitações encontradas em outros protocolos como SIP e H.323.

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Essas limitações tornavam muito difícil a implementação de algumas funcionalidades

nos servidores Asterisk. O IAX provê uma operação transparente com firewalls, NAT

e PAT (IP mascarado) e suporta alocação, recebimento, transferência e registro de

chamadas. O protocolo Inter-Asterisk eXchange, um protocolo de controle da

camada de aplicação e meios de comunicação para criar, modificar e terminar

sessões de multimídia sobre protocolos Internet na redes (IP). IAX foi desenvolvido

pela comunidade de código aberto para o Asterisk PBX (Private Branch Exchange) e

destina-se principalmente a Voice over Internet Protocol (VoIP) de controle de

chamadas, mas pode ser usado com streaming de vídeo ou qualquer outro tipo de

mídia. IAX é um protocolo de "tudo em um" para lidar com multimídia em redes IP.

Ele combina os serviços de comunicação e controle no mesmo protocolo. Além

disso, IAX usa um único fluxo de dados UDP em uma porta (4569) estática

simplificando enormemente para o Network Address Translation (NAT) do gateway

de passagem, eliminando a necessidade de outros protocolos para contornar NAT, e

simplificando para a rede e para o gerenciamento de firewall. IAX emprega uma

codificação compacta que diminui o uso da banda e é bem adequado para o serviço

de telefonia via Internet. Além disso, a sua natureza aberta permite novas adições

para tipo de cargas necessárias e suportar serviços adicionais. O protocolo IAX2 foi

publicado em Fevereiro de 2010, suporta criptografia nativa de ambos os fluxos de

controle e de mídia usando AES-128 (DUEIRE LINS, Rafael; CONTENTE, Douglas;

CARLOS, Vitor, 2011).

Figura 2.2 - Conexão entre dois servidores Asterisk via IAX Fonte: VoIP - Conceitos e Aplicações

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2.3 Ferramentas e Serviços

Nesta seção são apresentados alguns detalhes da plataforma de PBX-IP

Asterisk, pelo fato de ser a plataforma mais utilizada mundialmente para prover uma

central telefônica através de software livre e também por ser a plataforma utilizada

nesta dissertação, onde os aplicativos de ambiente gráfico, analisados, rodam sobre

o Asterisk para facilitar sua implementação e gerenciamento.

2.3.1 Asterisk

O Asterisk é um software Livre, de código aberto, que complementa em modo

de software os meios definidos em um PABX mais convencionais, usando VoIP

como tecnologia. Foi elaborado por Mark Spencer no ano de 1999. Primeiramente

produzido pela companhia Digium, e hoje em dia recebe contribuições de

colaboradores do mundo inteiro. Seu progresso é ativo e sua área de aplicação é

muito bem vista no mercado.

Toda cronologia histórica de um programa se inicia com uma situação na qual

o desenvolvedor possuía necessidade ou muitas vezes curiosidade e, por falta de

capital, iniciativa própria, vontade de aprendizado em uma nova linguagem ou até

mesmo pela simples vontade de ficar rico, resolveu pegar a problemática e resolver

com iniciativas próprias.

Na língua inglesa, tem uma expressão para quem faz as coisas com as

próprias mãos, “scratch your own itch”, que traduzindo para o português é “coçar sua

própria coceira”. Possivelmente, o principal motivo de crítica direcionado a

programas open source seja reflexo desta expressão, levando em conta que é

bastante difícil coçar a coceira de outros e fora poucas exceções, o dono de um

projeto impõe sua forma de trabalhar e sua visão ao mesmo.

Antes do advento do núcleo (kernel) do Linux, já existiam pacotes com código

fonte aberto (open source) distribuídos gratuitamente, e a história já é bem

conhecida por todos. A criação do Apache, servidor web usado por mais de 62% de

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sites na Internet segundo a Netcraft, seguiu uma linha semelhante balanceando

necessidade com falta de alternativa no mercado.

Com a evolução do setor de TI, e ainda contando com o Linux como sistema

operacional, muitas empresas começaram a usar PHP, MySQL e Apache como

plataforma para seus sistemas, alternativa considerada madura e estável. O PHP foi

criado inicialmente como uma biblioteca de apoio e suporte a aplicações escritas em

linguagem C para a web.

Este roteiro serviu para introduzir a história de Mark Spencer. Mark resolveu

montar um negócio de suporte técnico para Linux. Como toda empresa em seu

início, sua verba era limitada e insuficiente para comprar uma ferramenta crucial à

sua operação: um sistema de PBX. Como já era um desenvolvedor open source, foi

autor do GAIM, programa de mensagens instantâneas, dentre outros.

Mark publicou seu trabalho e uma comunidade começou a formar-se em torno

dele. O programa foi batizado de Asterisk, e em pouco tempo já possuía recursos

que eram encontrados somente em aparelhos caros de PBX. Notando que o

mercado carecia do hardware necessário para aplicar o sistema efetivamente, Mark

montou um negócio para fabricar essas placas e aparelhos. A empresa se chama

Digium e se dedica a vender hardware e suporte, para bancar o desenvolvimento do

Asterisk, que continua com o código aberto, mudando o rumo de sua empresa de

suporte técnico apenas para provedora de soluções em telefonia. Com um pouco de

sorte e muita competência, ele embarcou na crescente onda de Voz sobre IP (VoIP)

em grande estilo, como fornecedor de uma solução que equivale ao que o Apache

foi para a expansão dos servidores na Internet. É interessante o efeito colateral do

uso de algumas tecnologias aqui no Brasil. Durante muito tempo, técnicos ganharam

seu dia instalando e configurando máquinas com Linux usadas como firewall, para

compartilhar uma conexão à Internet, ou mesmo como ponte entre as linhas

privadas instaladas entre pequenos provedores e micro empresas. Imagine-se só

uma linha usada para ligações 0800 transformada em um link para Internet de 33,6

Kbps e, posteriormente, de 56 Kbps. Durante um tempo provedores se sustentavam

disso, até o mercado de Internet se estabelecer, sempre usando Linux como base, e

variados programas e scripts feitos para outras finalidades. Com o Asterisk está

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acontecendo a mesma coisa. Com sua flexibilidade de configuração e recursos, o

programa se tornou base para que empresas nacionais começassem a fornecer

serviços de VoIP a um preço muito baixo. Muitos técnicos estão mudando de

firewalls e gateways para “instaladores de VoIP”.

A cada dia surgem integradores que aproveitam a estrutura existente de PBX

de uma empresa, e usando servidores comuns com placas baratas integram uma

rede de telefonia normal à Internet fornecendo serviços de chamada à longa

distância com custo mínimo.

Surgiram muitas alternativas para prestação de serviço de terminação, que é

a ponta final que liga a Internet com a rede telefônica comum, tanto em território

nacional quanto para chamadas de longa distância, todas acessíveis e com preços

baixos.

O Asterisk foi originalmente desenvolvido para Linux, mas atualmente pode

ser instalado e executado em uma grande variedade de sistemas operacionais,

incluindo NetBSD, OpenBSD, FreeBSD, Mac OS X, Solaris e até mesmo Microsoft

Windows, onde é conhecido por Asterisk Win32. Dentre suas características, o

Asterisk é um software, baseado na licença GPL (GNU General Public License), que

executa todas as funções de uma central telefônica convencional através das

principais tecnologias de comunicação existentes no mercado, como por exemplo:

linhas telefônicas analógicas, links de telefonia digital via placas de comunicação

TDM (Time-Division Multplexing, ou Multiplexação por divisão de tempo), VoIP

(Voice over IP, ou Voz sobre IP) através dos protocolos SIP, H.323, IAX2, MGCP,

entre outros.

Através do Asterisk é possível estabelecer uma chamada entre qualquer um

desses protocolos. O Asterisk é o que chamamos de B2B User Agent, ou melhor,

Back-to-Back User Agent, ele estabelece uma chamada telefônica, separando cada

“perna” da chamada entre origem e destino, e monitora todo o tráfego de áudio entre

esses pontos. Por isso, caso esses pontos estejam utilizando CODECs diferentes, o

Asterisk consegue transcodificar o áudio sem qualquer problema. Pode-se dizer que

o Asterisk possui todas as funcionalidades das chamadas centrais telefônicas

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convencionais, como unidade de resposta audível (URA), correio de voz,

conferência, distribuição automática de chamadas, entre outras, e caso seja

necessário, é possível acrescentar novas funcionalidades ao sistema através do

próprio plano de discagem do Asterisk, módulos customizados escritos em C, ou

ainda através de scripts escritos em Asterisk Gateway Interface (AGI) (KELLER,

Alexandre 2011).

Uma das melhores definições para o Asterisk encontra-se no livro VoIP –

Conceitos e Aplicações de Rafael Dueire Lins, Douglas Contente e Vitor Carlos,

conforme descrito abaixo:

O Asterisk é um software que emula as funcionalidades de um PBX. Foi criado e vem sendo aprimorado pela Digium Inc., e, aos moldes do Linux, por uma base de usuários em constante crescimento. Ele funciona em plataforma Linux, além de outras plataformas Unix. O código do Asterisk é aberto, ou seja, pode ser manipulado por qualquer pessoa, e possui infindáveis possibilidades de configuração. Todas as configurações, a exemplo do plano de discagem, e outros recursos especiais, são implementadas em software. A possibilidade de se realizar mudanças de forma rápida, o grande conjunto de opções de configuração e o código aberto, permite um alto grau de adaptação do Asterisk às necessidades de cada usuário.

O Asterisk não se resume apenas a um mero software de PBX. Ele é muito

mais. Sua utilização em conjunto com VoIP aliada a uma conexão rápida à Internet,

permite uma conectividade com vários recursos. Com ele é possível uma empresa,

por exemplo, comunicar-se com seus escritórios ou funcionários em diversas partes

do mundo a custos muito baixos e com boa qualidade de serviço. O Asterisk ainda

se destaca por possibilitar a implementação de funcionalidades presentes nos mais

avançados e caros dispositivos de PBX existentes no mercado, com a vantagem de

ser um software livre.

Logo que o Asterisk foi lançado no mercado, uma das maiores dificuldades na

utilização era sua complexidade, pois tudo era configurando em linhas de comandos,

não existia uma interface gráfica. Em 2005 a Digium lançou o Asterisk@HOME com

uma interface gráfica para resolver este problema, utilizando o FreePBX como

gerenciador gráfico, mas logo depois a Trixbox comprou o projeto que com o passar

do tempo acabou sendo abortado.

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Após a venda do Asterisk@HOME para a Trixbox, a Digium lançou o

AsteriskNOW, mas em sua primeira verão ocorreu muitos bugs e a versão não foi

bem aceita no mercado. O AsteriskNOW é uma distribuição Linux completa com o

Asterisk, a estrutura do driver DAHDI e a GUI administrativa do FreePBX. Grande

parte da complexidade do Asterisk e do Linux é tratada pelo instalador, pelo utilitário

de gerenciamento de pacotes yum e pela GUI administrativa.

2.3.2 O projeto ZAPATA

O projeto ZAPATA foi conduzido por Jim Dixon. Ele é o responsável pelo

desenvolvimento do hardware da Digium. É interessante ressaltar que o hardware

também é aberto e pode ser produzido por qualquer empresa. Hoje a placa com 4

E1/T1s é produzida pela Digium e também por outros fabricantes. A história do

projeto Zapata pode ser vista abaixo - uma pequena tradução - Por Jim Dixon, no

livro Construindo Sistema de Telefonia com o Asterisk (GOMILLION, 2006).

Há 20 ou 25 anos, a AT&T começou a oferecer uma API permitindo aos usuários customizar a funcionalidade de seu sistema de correio de voz e auto-atendimento chamado Audix. O Audix rodava em plataforma Unix e custava como tudo em telefonia até o momento, milhares de dólares por porta com uma funcionalidade bastante limitada. Em uma tentativa de tornar as coisas possíveis e atrativas (Especialmente para quem não tinha um PABX AT&T) alguns fabricantes vieram com uma placa que podia ser colocada em um PC que rodava DOS e respondia a uma única linha telefônica (FXO apenas). As placas não tinham uma qualidade tão boa quanto as atuais e muitas terminaram como secretárias eletrônicas igualmente ruins. Novas placas de telefonia foram lançadas com preços muito salgados e as companhias continuaram gastando na faixa de milhares de dólares por porta. Afinal de contas, mesmo com as margens altas de muitos fabricantes, as placas de telefonia possuíam grande capacidade de processamento na forma de DSPs, processadores de sinais digitais. Se você observar ainda hoje um gateway de voz sobre IP, vai ver que boa parte do custo ainda está relacionada aos DSPs. No entanto, o poder de processamento dos microcomputadores continuou crescendo. De forma a provar o conceito inicial comprei uma placa Mitel89000C “ISDN Express Development Card” e escrevi um driver para o FreeBSD. A placa ocupou bem pouco processamento de um Pentium III 600MHz, provando que se não fosse a limitação do I/O (A placa gerenciava de forma ineficiente o I/O exigindo muitos wait-states) ela poderia atender de 50 a 75 canais. Como resultado do sucesso, eu sair e comprei o necessário para criar um novo desenho de cartão ISA que usasse o I/O de forma eficiente. Eu consegui dois T1s (48 canais) de dados transferidos sobre o barramento e o PC gerenciou isto sem problemas. Então eu tinha as placas e ofereci-as para venda (Umas 50 foram vendidas) e coloquei o desenho completo (incluindo arquivos de plotagem da placa) na web.

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O DAHDI (Digium Asterisk Hardware Device Interface) é um projeto para

desenvolvimento de placas de telefonia e seus drivers – módulos do kernel – de

padrão aberto (open hardware e open source). O nome DAHDI é substituto do antigo

nome Zaptel ou Zapata, que teve de ser alterado por questões de direitos autorais

pertencentes à uma empresa com o mesmo nome. Sendo assim, a partir de 2008 o

antigo projeto Zaptel passou a ser chamado projeto DAHDI. Portanto, pode ser

comum encontrar antigas documentações referenciando o projeto Zaptel ao invés de

DAHDI.

O drive DAHDI é uma biblioteca de módulos para o kernel (drivers), tem a

função de um middleware que faz a comunicação do canal de driver do Asterisk – ou

FreeSWITCH – com os drivers das placas. Sendo assim, ao instalar a biblioteca ou

pacote DAHDI, serão instalados todos os módulos das placas compatíveis com esta

arquitetura e também um processo de middleware que realiza a comunicação dos

componentes. Conclui-se que o DAHDI tem a função de estabelecer toda a

comunicação entre a aplicação e o hardware de telefonia.

2.3.3 Características do Asterisk

Existem várias funcionalidades das versões suportadas do Asterisk. O tipo de

versão define quanto tempo vai ter suporte. A versão de suporte estendido (LTS)

será totalmente suportada por quatro anos, com um ano adicional de manutenção de

correções de segurança. Lançamentos padrões são suportados por um período mais

curto de tempo, o que será de pelo menos um ano de suporte completo e um ano

adicional de manutenção de correções de segurança.

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Figura 2.3 - Arquitetura do Asterisk Fonte: RNP

Com a junção do Asterisk, que Mark Spencer desenvolveu, da placa que Jim

Dixon projetou, e do módulo do kernel GNU/Linux que ambos desenvolveram,

possibilitou que surgisse um novo PABX no mercado, utilizando-se desses três

elementos, em que se poderiam comunicar telefones e linhas reais (KELLER,

Alexandre 2011).

2.4 Considerações Finais do Capítulo

Neste capítulo foi realizado um estudo das definições conceituais,

conhecendo características, ferramentas, serviços e suas particularidades, entre a

telefonia convencional e a telefonia VoIP. No próximo capítulo iremos realizar na

pratica, através de um estudo de caso, os conhecimentos teóricos já adquiridos.

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3 IMPLANTAÇÃO E GERENCIAMENTO

Visto que o Asterisk não possui uma interface administrativa bem aceita no

mercado, que facilite a implantação e gerenciamento dos PBX-IP, este capítulo da

dissertação realiza uma análise das aplicações de código aberto com Interface

Gráfica de Usuário (GUI), que rodam na plataforma Asterisk para implantar uma

central VoIP PABX-IP no Instituto Federal da Bahia no Campus de Jequié.

3.1 Ambiente de Implantação

O Instituto possui quatro linhas telefônicas analógicas e 40 ramais VoIP da

fabricante Intelbras e Atcom. Como se encontra sem recursos financeiros para

aquisição de uma central VoIP PABX convencional optou-se por uma solução livre

de licença.

As análises aqui executadas foram fundamentadas em estudos de casos,

levantamentos bibliográficos e os testes de usabilidade e funcionalidades, que são

testes muito utilizados na engenharia de software. O cenário da instalação do

sistema VoIP está exibido no diagrama da rede lógica do campus, conforme exibido

na figura 3.1.

wanwan

DIAGRAMA DA REDE LOGICA DO CAMPUS DO

IFBA JEQUIÉ

40 ramais

VoIP(telefone IP)

200 Estações

de Trabalho

switch core

Roteador RNP jumper link

20Mbps

Firewall Pfsense(DHCP;Proxy)

GLPI Arquivo

PC VoIP (Asterisk com Elastix)

AD

Zabbix

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Figura 3.1 - Diagrama da rede lógica do campus IFBA Jequié Fonte: Própria

A configuração do PC onde será instalado o servidor VoIP é a seguinte:

processador Core i5, 4GB de memória RAM, disco SATA de 1TB, contendo unidade

de DVD, placa de rede 100/1000, e uma placa VoIP 4 FXO PCI.

As ferramentas analisadas foram o Elastix, SNEP e o Fone@RNP. Os

critérios para escolha destas ferramentas foram os seguintes:

Fone@RNP por ser desenvolvido pela RNP para prover serviço VoIP

entre as instituições federais que mantêm parceria com a RNP.

SNEP por ser genuinamente brasileira e possuir uma vasta

documentação e fórum de discussão disponível.

Elastix por ser uma das interfaces gráficas de PBX-IP mais utilizadas

no mundo, também possuir uma vasta documentação e fórum de

discussão disponível.

3.2 Fone@RNP

O uso do Fone@RNP é permitido somente para as organizações que

possuem cooperação com a RNP, como as agências estatais e instituições de

ensino e pesquisa com participação ou parceria em projetos em comum com a RNP.

O Fone@RNP oferece uma alternativa econômica para o serviço de telefonia

de seus clientes. As chamadas telefônicas são encaminhadas sobre uma rede de

dados de alto desempenho da RNP, conhecida como rede Ipê. O Fone@RNP faz

ligações gratuitas de longa distância entre seus participantes e para telefones fixos

na rede pública a baixo custo e para algumas universidades ao redor do mundo a

custo zero. A adesão ao serviço não tem custos, porém o cliente precisa ter uma

infraestrutura local para suportar os serviços e além disso ajudar a entregar as

ligações para fixos destinadas à sua cidade, pois todas ligações realizadas pela

instituições participante da rede Fone@RNP para a rede pública (PSTN) que esteja

mais próxima à instituição participante do serviço, será realizada por esta instituição.

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Tendo em vista esta característica há casos que em vez de redução da conta

telefônica pode haver um aumento da mesma. Normalmente isso ocorre nas

instituições que ficam localizadas em cidades que recebem um maior fluxo de

ligações, como é o caso das reitorias.

Conforme se pode observar na figura 3.2 abaixo a arquitetura do serviço VoIP

do Fone@RNP, onde a RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa) interliga as

instituições clientes através da rede de dados de alto desempenho ipê e para

realizar as ligações convencionais, onde existe um custo de tarifação, passa pela

Rede de Telefonia Pública Comutada (PSTN).

Figura 3.2 - Arquitetura do serviço Fone@RNP.

Fonte: RNP

Para um detalhamento mais minucioso da arquitetura do Fone@RNP veja-se

a figura 3.3, onde na Central da RNP há um servidor chamado SRC (SIP Roteador

Central) e dois SLR (SIP Roteador Local) os SLR trabalham de forma redundante, e

nas instituições clientes participantes há dois SLR tanto na Reitoria quanto nos

campi, os SLR se interligam para formar uma rede VoIP. Também há dois PBX-IP

Asterisk redundantes que fazem o papel de uma central PABX convencional

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avançada e um gateway transparente (GWT) que serve para interligar o PABX

convencional legado à rede de telefonia fixa comutada (RTFC) e ao PBX-IP Asterisk.

Figura 3.3 - Arquitetura detalhada do Fone@RNP. Fonte: RNP

As versões disponíveis do Fone@RNP são a versão2008 e a versão2012,

que têm os seguintes requisitos de instalação:

Na distribuição 2008, a infraestrutura local do Fone@RNP nas instituições

clientes é composta por:

Dois computadores com, no mínimo, um processador de 3GHz e 1GB

de RAM;

uma placa Digium TE110P, caso a conexão com o PBX seja digital; ou

uma placa Digium TDM400P, se a conexão for analógica.

Porém, a instituição pode também optar por não conectar a infraestrutura do

VoIP ao PABX local tornando, assim, desnecessária a utilização dessas placas. A

RNP deixará de dar suporte a esta versão 2008 em dezembro de 2017.

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Na distribuição 2012 a infraestrutura dos serviços do fone@RNP é composta

por:

SRC – Roteador SIP Central que fica hospedado na RNP. Esses

servidores trabalham com redundância e balanceamento de carga.

GWT - Gateway transparente é um equipamento fabricado para atender o

Fone@RNP.

SRL – Roteador SIP Local que fica hospedado na instituição cliente. Esses

servidores trabalham com redundância e balanceamento de carga e

necessita de dois IPs públicos.

PBX IP - PBX IP é o servidor que roda o Asterisk e realiza as funções de

uma central telefônica convencional robusta. Esses servidores trabalham

com redundância e balanceamento de carga e necessita de três IPs

públicos.

NOTA: A quantidade e especificação das máquinas podem variar em virtude do

tamanho de cada instituição. O detalhamento mais preciso é fornecido durante o

processo de adesão, onde a equipe de operação da RNP dá o suporte necessário à

instituição para esse dimensionamento.

Conforme a estrutura do campus do IFBA de Jequié, com 40 (quarenta)

telefones IP e 4(quatro) linhas analógicas da operadora OI, os requisitos mínimos

para adesão do Fone@RNP são:

Duas máquinas virtuais para o SRL localmente na unidade com um

endereço IP público em cada máquina,

Duas máquinas virtuais para o PBX IP localmente na unidade com três

endereços IP públicos e

Um gateway SIP entre o SRL e a operadora.

Observe-se que são necessários 5 IPs públicos no total geral, computadores com

capacidade para rodar 4 servidores virtuais, além da aquisição de um gateway SIP,

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como mostrado na figura 3.4. Teria que fazer a adesão pelo servidor SLR, servidor

PBX-IP e o Gateway SIP. No final desta implantação o custo da infraestrutura

termina saindo elevado.

Figura 3.4 - (SLR+PBX-IP+GWT) Fonte: RNP com adaptação

Existem outras formas de adesão ao serviço Fone@RNP como por exemplo:

Adesão – GWT,

Adesão – SRL com PBX-IP legado,

Adesão SRL + PBX-IP sem PBX-IP legado e

Outros cenários personalizados que só serão projetados a partir da

demanda individual de cada instituição cliente.

A seguir, vamos explanar algumas dessas formas de adesão:

Adesão – GWT: é um Appliance fone@RNP, hardware nacional, suporta 2 ou 4 E1

(tronco digital) por Appliance, custa em torno de 60% do valor correspondente ao

mercado, baixa complexidade de instalação, normalmente em 4 horas consegue-se

adesão, sem alteração no PBX tradicional (Central Legado) ou na Operadora,

Equipamento atuando na borda E1 da instituição, fácil e rápida integração com o

PABX legado, alto custo em caso de muitas E1. O cenário padrão da instituição para

esta forma de adesão é que o PABX tenha uma porta E1 em utilização com a

operadora. A instalação do GWT tem que ficar no máximo a 10 metros do PBX

legado (tradicional) e existe a necessidade de associar endereços IPs públicos ao

GWT. Na figura 3.5 abaixo é mostrado o desenho da arquitetura da adesão GWT.

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Figura 3.5 - Adesão – GWT. Fonte: RNP

Adesão – SRL com PBX-IP legado: é um softswitch Fone@RNP, máquina virtual

que roda sobre o Vmware, tem a função de fazer o roteamento das chamadas SIP,

balanceamento de tráfego local e redundância para proporcionar alta

disponibilidade, faz a integração de equipamentos do Fone@RNP e de outros

fabricantes, demanda regras a serem criadas no PBX, custo zero para implantação,

baixo índice de suporte. Os requisitos e procedimentos para adesão a esta forma é

instalar SRL1 e SRL2 em solução de virtualização, associar endereços IP público ao

SRL1 e SRL2, não existir NAT entre o PBX Legado IP e o SRL1 e SRL2, PBX IP

Legado. Deve suportar protocolo SIP Padrão e função de trânsito. A figura 3.6

apresenta o desenho da arquitetura da adesão SRL.

Figura 3.6 - Adesão – SRL Fonte: RNP

Adesão – SRL sem PBX-IP legado: o SRL é o softswitch fone@RNP que já

descrevemos no parágrafo anterior, já o PBX-IP é uma máquina virtual que roda

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sobre o Vmware realizando a função de uma central telefônica VoIP avançada, uma

solução baseada para uso corporativo, baseada em OpenSIP, capaz de suportar até

10.000 ramais, necessita que o usuário suporte ao protocolo SIP padrão, faz a

integração com o SRL e o MediaGateway. O perfil da instituição para aderir a este

serviço é aquela que está sem solução de telefonia ou demanda ampliação da

telefonia. A instituição deve adquirir os opcionais de Telefone IP, operadora

telefônica e precisa de um MediaGateway. O custo de instalação do PBX IP é

gratuito. Para proceder na implantação é preciso Instalar SRL previamente, depois

Instalar PBX IP em solução de virtualização (VM1 e VM2), associar três endereços

de IP públicos ao PBX IP, não existir NAT entre o PBX IP e os SRLs, Telefone IP ou

softphone deverá suportar SIP Padrão. A figura 3.7 apresenta o desenho da

arquitetura da adesão SRL sem PBX-IP legado.

Figura 3.7 - Adesão – SRL sem PBX-IP legado. Fonte: RNP

Na figura 3.8 podem ser vistos outros cenários personalizados de acordo com

as necessidades de cada cliente. Na figura 3.8 é apresentada uma instituição com

duas operadoras de telefonia, sendo uma operadora de telefonia fixa utilizando um

tronco digital E1 e mais uma operadora de telefonia móvel celular GSM. Nesse

cenário foi necessária a aquisição de dois mediagateways, um para cada operadora

de telefonia, além dos servidores SRL e dos servidores PBX-IP.

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Figura 3.8 - Adesão personalizada (E1 + GSM) Fonte: RNP

Atualmente, são mais de 260 instituições participantes desse serviço, a

adesão ao serviço se faz através da página do serviço e implica na efetivação de um

processo de homologação realizado pela equipe técnica da instituição cliente com

supervisão da equipe de operação e suporte do serviço na RNP, que atualmente a

RNP terceiriza esse serviço para a empresa CAM Tecnologia.

3.3 SNEP

SNEP é um software PBX baseado em Asterisk e GNU/Linux licenciado sob

LGPL e desenvolvido pela Opens Tecnologia, capaz de rodar em hardware de baixo

custo com um ótimo desempenho. É uma família de soluções que transforma as

comunicações das empresas, integrando voz e dados e sistemas. É um PABX-

híbrido, gerenciador de Call Center, executando monitoramento de qualidades,

atendimentos e a função de gateway de voz. O SNEP é um sistema que fornece

recursos de informações do servidor, em que, em uma única tela em uma plataforma

livre, fornece:

status do servidor (distribuição, kernel, CPU, Asterisk, MySQL e

arquivos de voz),

informações a respeito de memória e espaço em disco,

logs dos sistemas, cadastro de centro de custos,

recursos de importar arquivos “.csv”,

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cadastro de ramais e grupos (captura, salas de conferência e

atendimento),

entroncamentos (E1 e VOIP),

regra de negócio,

relatórios,

gráficos e

muitas outras funcionalidades de monitoramento e controle.

3.3.1 Processo de Instalação do SNEP

Fazer Download da ISO com a versão SNEP-livre, no endereço:

<<http://www.sneplivre.com.br>>, e gravar imagem em CD ou Pasta de Arquivos.

Inicialize a máquina com a imagem gravada e tecle <ENTER> para Instalar na

primeira tela, conforme mostrado na Figura 3.9 abaixo.

Figura 3.9 - Processo inicial de instalação do SNEP-livre

Fonte: Própria

Na segunda tela “Layout Teclado” escolha o modelo de teclado compatível e

tecle <ENTER>, conforme mostrado na Figura 3.10.

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Figura 3.10 - Processo de seleção de Layout de teclado

Fonte: Própria

Na terceira tela do “Particionador de Discos”; escolha o método de

particionamento desejado e tecle <ENTER> novamente. Em seguida aparecerá a

tela do Sistema Operacional (SO) que apresentará os discos rígidos (HDs);

selecione o disco a ser usado para instalação do SNEP <ENTER>, conforme

mostrado na Figura 3.11.

Figura 3.11 - Processo de Particionamento do disco

Fonte: Própria

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54

A partir deste ponto, o sistema formatará as partições e instalará o “Sistema

Básico”, onde será solicitada a inserção da senha de usuário root, conforme

mostrado na figura 3.12.

Figura 3.12 - Processo de configuração de usuário e senha “root”.

Fonte: Própria

A próxima etapa consiste em informar um nome de um “usuário/senha

comum”, nome completo de um usuário comum (caixa baixa) (sem permissão de

“administrador”) para o SO (jackson) e tecle em <continuar>, conforme mostrado na

Figura 3.13.

Figura 3.13 - Processo de configuração de usuário comum

Fonte: Própria

Após esta tela escolha uma senha para o usuário comum (Jackson),

conforme figura 3.14.

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Figura 3.14 - Processo de configuração de senha para usuário comum

Fonte: Própria

Na tela seguinte aguarde o processo da instalação e finalização da instalação

do SNEP, conforme figura 3.15.

Figura 3.15 - Processo de instalação/finalização do SNEP

Fonte: Própria

Após concluir a instalação do SNEP (logando com usuário jackson e

verificando nº de IP no Shell do SNEP). Logar como usuário root ou outro usuário e

verificar número de IP para acessar interface gráfica via WEB por meio do

navegador, conforme mostrado na Figura 3.16 e Figura 3.17.

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Figura 3.16 - Logando com usuário jackson no SNEP

Fonte: Própria

Figura 3.17 - Verificando endereço IP do SNEP

Fonte: Própria

Veja que o comando utilizado para obter o endereço IP do Servidor SNEP

PBX-IP foi o comando “ifconfig” onde encontrou o IP: 10.17.10.190, de posse deste

endereço basta abrir um navegador web na rede local e digitar a seguinte linha:

<http://10.17.10.190/snep>> entre com o usuário admin e senha admin123, no

primeiro acesso aparecerá a tela para fazer o cadastro de registro de licença free no

SNEP, conforme figura 3.18.

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Figura 3.18 - Cadastro de registro de licença do SNEP

Fonte: Própria

Após se cadastrar é enviado via e-mail uma chave com o código de liberação e

registro do produto livre, basta copiar este código e colar na tela seguinte, conforme

figura 3.19 e figura 3.20.

Figura 3.19 - Colar código de registro de licença do SNEP

Fonte: Própria

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Figura 3.20 - Sistema SNEP registrado e concluído

Fonte: Própria

Agora que o sistema já está instalado e pronto para ser utilizado, vamos

proceder com a criação dos ramais. Na criação dos ramais basta colocar as

seguintes informações: definir um número para o ramal, um nome de identificação

do ramal, escolha do protocolo de comunicação SIP e a senha do ramal que neste

estudo de caso definimos a senha igual ao numero do ramal, conforme figura 3.21.

Figura 3.21 - Criação dos ramais

Fonte: Própria

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O SNEP possibilita também a criação de múltiplos ramais de uma só vez, isso

facilita a criação de ramais de uma empresa de grande porte onde há muitos ramais

para ser definidos, conforme figura 3.22.

Figura 3.22 - Criação de múltiplos ramais

Fonte: Própria

O procedimento para criação do tronco para se comunicar com outras filiais

ou campi através da rede de dados IP no SNEP é realizado através do protocolo

IAX2 que é nativo do Asterisk, conforme figura 3.23.

Figura 3.23 - Criação do tronco IAX2

Fonte: Própria

Após a criação do tronco, iremos criar as rotas de saídas para cada campi ou

filiais que desejaremos nos comunicar com o VoIP. De acordo com nosso plano de

discagem definido anteriormente, veja que a rota de saída para a reitoria é 03xx e

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04xx, ou seja, ao discar esse número no ramal, automaticamente sairá pela rota pré-

definida, conforme figura 3.24.

Figura 3.24 - Criação rota de saída

Fonte: Própria

Ao instalar o SNEP uma rota de saída é criada automaticamente, que é a rota

de ramais para ramais, esta rota é conhecida no SNEP como rota padrão, conforme

figura 3.25.

Figura 3.25 - Rotas de saída

Fonte: Própria

Após o sistema estar configurado, passamos a cadastrar os ramais da Atcom

e Intelbras no servidor SNEP PBX-IP. O procedimento para cadastrar esses ramais

se faz da seguinte maneira: primeiramente liga o ramal IP e coloca na rede com um

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servidor de DHCP ativado, no visor do ramal IP irá aparecer o IP fornecido pelo

servidor DHCP, anote esse IP e acesse o ramal IP pela interface gráfica via

navegador. Normalmente o usuário e a senha desses telefones IP é usuário:admin e

senha:admin, após acessar altere o IP para fixo ou uma faixa de IP pré definida e

registre a conta no servidor VoIP PBX-IP, conforme figuras 3.26 e 3.27.

Figura 3.26 - Registrando ramal da atcom no servidor SNEP

Fonte: Própria

Figura 3.27 - Registrando ramal da intelbras no servidor SNEP

Fonte: Própria

3.3.2 Gerenciamento do SNEP

O gerenciamento do SNEP é realizado de modo centralizado na aba regras

de negócios, esta tela é considerada o coração do SNEP, pois é nela que se

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definem todos os parâmetros do gerenciamento, como por exemplo: centro de custo

que será contabilizado a ligação, quem pode ligar para quem, por qual tronco a

ligação sairá, entre outros parâmetros. Conforme figura 3.28 abaixo.

Figura 3.28 – Tela do SNEP regras de negócios.

Fonte: Própria

3.4 Elastix

O Elastix é um software PBX baseado em código livre que provê todas as

funcionalidades de um PABX e está revolucionando o mundo das telecomunicações.

Ele pode substituir um PABX de grande porte utilizando um computador com

configurações básicas que se comunica com o mundo VoIP e com a rede pública de

telefonia, com o Elastix é possível a criação de diversas aplicações a um baixo

custo, com os mesmo recursos ou até com recursos superiores a muitos PABX

encontrados hoje no mercado de telecomunicações, implementa grande parte de

sua funcionalidade sobre os software Asterisk, Hylafax, Openfire, FreePBX e Postfix,

esses software fornecem um PBX, fax, mensagem instantânea, gerenciador gráfico

de central telefônica e Correio electrónico respectivamente. O Elastix foi criado pela

empresa equatoriana Paulo Santo Solutions em meados de dezembro de 2006, uma

distribuição que apresentava muitas ferramentas sob uma única interface Web que

chamou a atenção por sua usabilidade. A partir de dezembro de 2016 foi adquirida

pela empresa 3CX, sendo que a versão 2.5.0 free continua sendo disponibilizada,

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porém foi criada uma nova versão 5.0 totalmente diferente da plataforma atual. No

entanto, está sendo formada uma comunidade chamada Issabel que promete dar

continuidade à atualizações e suporte ao Elastix e promete também que a próxima

versão do Elastix passe a se chamar Issabel.

Exemplos de aplicações fornecidas pelo Elastix:

Portabilidade, para redução de custos com as operadoras

Call Centers

Interface de detecção de hardware de telefonia

Suporte protocolo SIP, IAX, H323, MGCP, SKINNY entre outros.

VoiceMail;

Atendimento Programado

CRM (Sugar ou VTiger)

Suporte aos Codecs: ADPCM, G.711, G.722, G.723.1, G.726, G.729,

GSM, iLBC.

Suporte para interfaces analógicas FXS/FXO, interfaces digitais

E1/T1/J1.

Suporte aos hardwares de telefonia Khomp, OpenVox, Digium,

Sangoma, entre outros.

Suporte aos telefones IP das fabricantes Atcom, Khomp, Atcom,

Aastra, Linksys, Cisco, Nokia, UTstarcom, entre outras.

Conferências

Vídeo-Conferência

Bilhetagem detalhada

URA ou IVR (resposta interativa de voz) entre outras.

3.4.1 Processo de Instalação do Elastix

Fazer Download da ISO com a versão elastix 2.5.0, no endereço:

<<https://www.elastix.org/downloads/>>, e gravar imagem em CD ou Pasta de

Arquivos. Inicialize a máquina com a imagem gravada e tecle <ENTER> para

Instalar na primeira tela e escolha a linguagem desejada, conforme mostrado na

Figura 3.29 abaixo.

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Figura 3.29 - Tela inicial de instalação do elastix

Fonte: Própria

Na segunda tela “Layout Teclado” escolha o modelo de teclado compatível e

tecle <ENTER>, conforme mostrado na Figura 3.30.

Figura 3.30 - Processo de seleção de Layout de teclado

Fonte: Própria

Na terceira tela do “Particionador de Discos”; escolha o método de

particionamento desejado e tecle <ENTER> novamente. Em seguida, aparecerá a

tela do Sistema Operacional (SO) que apresentará os discos rígidos (HDs);

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selecione o disco a ser usado para instalação do elastix <ENTER>, veja que o

sistema de arquivo utilizado é o ext3 do Linux, conforme mostrado na Figura 3.31.

Figura 3.31 - Processo de Particionamento do disco

Fonte: Própria

Na próxima tela o sistema detecta automaticamente o driver da placa de rede

com seu endereço MAC e solicitará as configurações da interface que pode ser

manual ou automática através de um servidor de DHCP, conforme figura 3.32.

Figura 3.32 - Configuração da interface de rede

Fonte: Própria

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A partir deste ponto, o sistema formatará as partições, solicitará o nome do

host(Sjeq01), senha do usuário administrador root e senha do banco de dados

MySQL, conforme figura 3.33.

Figura 3.33 - Solicitação do nome do host

Fonte: Própria

Na próxima tela o sistema solicita uma senha para o usuário administrador

root. Evite colocar símbolos nesta senha, pois na necessidade de acesso remoto via

ssh às vezes dá bug, sendo assim recomendado colocar uma senha com apenas

letras e números.

Figura 3.34 - Definição de senha do usuário root

Fonte: Própria

Após concluir a instalação do Elastix (logando com usuário root e senha

definida na instalação), deve-se acessar a interface gráfica via WEB por meio do

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navegador para ter acesso à tela inicial, onde é exibida a configuração do host,

gráficos de utilização dos recursos do sistema e serviços ativos, conforme mostrado

na Figura 3.35.

Figura 3.35 - Tela inicial do Elastix

Fonte: Própria

Agora que o sistema já está instalado e pronto para ser utilizado, vamos

proceder com a criação dos ramais. No Elastix, ramal é conhecido como extensão.

Na criação de uma extensão ou ramal basta colocar as seguintes informações:

definir um número para o ramal, um nome de identificação do ramal, escolha do

protocolo de comunicação SIP e a senha do ramal que neste estudo de caso

definimos a senha igual ao numero do ramal, conforme figura 3.36.

Figura 3.36 - Criação dos ramais no elastix

Fonte: Própria

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68

O procedimento para criação do tronco para se comunicar externamente

através da rede de telefonia convencional PSTN no Elastix necessita a instalação de

uma placa FXO, conforme Figura 3.37, onde serão conectadas as linhas telefônicas

e realizada a configuração do protocolo ZAP DAHDI.

Figura 3.37 - Placa FXO 4 para linhas analógicas PSTN

Fonte: Própria

Por padrão, o Elastix cria automaticamente um tronco ZAP DAHDI chamado

Channel go (ZAP), conforme figura 3.38.

Figura 3.38 - Criação do tronco ZAP DAHDI

Fonte: Própria

No entanto, o procedimento para criação do tronco para se comunicar com

outras filiais ou campi através da rede de dados IP (VoIP) no Elastix é realizado

através do protocolo IAX2 que é nativo do Asterisk, conforme figuras 3.39 (parte 1)

e 3.40 (parte 2).

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Figura 3.39 - Criação do tronco IAX2 (parte 1)

Fonte: Própria

Figura 3.40 - Criação do tronco IAX2 (parte 2)

Fonte: Própria

Após a criação dos troncos, iremos criar as rotas de saídas correspondentes

para todos os campi ou filiais que desejaremos nos comunicar com o VoIP. De

acordo com nosso plano de discagem definido anteriormente, vê-se que a rota de

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saída para o campus Jacobina é 11xx, ou seja, ao discar esse número no ramal,

automaticamente sairá pela rota pré-definida, conforme figura 3.41.

Figura 3.41 - Criação rota de saída – Campus Jacobina

Fonte: Própria

Após o sistema estar configurado, passamos a cadastrar os ramais no

servidor Elastix PBX-IP. O procedimento para cadastrar esses ramais se faz da

seguinte maneira: primeiro, liga-se o ramal IP e coloca-se na rede com um servidor

de DHCP ativado, no visor do ramal IP irá aparecer o IP fornecido pelo servidor

DHCP. Anota-se esse IP e acesse o ramal IP pela interface gráfica via navegador.

Normalmente o usuário e a senha destes telefones IP é usuário:admin e

senha:admin, após acessar primeiramente a aba network, altera-se o IP para fixo

ou uma faixa de IP pré definida e registra-se a conta no servidor VoIP PBX-IP na aba

VoIP, conforme figuras 3.42 e 3.43.

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Figura 3.42 - Configuração de rede do Telefone IP

Fonte: Própria

Figura 3.43 - Registrando o Telefone IP no servidor VoIP Elastix

Fonte: Própria

3.4.2 Gerenciamento do Elastix

O Gerenciamento no Elastix pode ser realizado em tempo real da ligação,

através da tela chamada Flash Operator Panel (FOP), onde é possível monitorar em

tempo real quais ramais estão realizando ligações, o tempo que estão em ligação,

quais troncos estão sendo utilizados, entre outras opções, conforme figura 3.44.

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Figura 3.44 – Tela do Elastix gerenciamento em tempo real

Fonte: Própria

3.5 Resultados das Avaliações

Após o estudo de caso e os levantamentos bibliográficos realizado das ferramentas

foi verificado como desvantagens da solução VoIP free a forte concorrência das

empresas instaladoras de PABX-IP (proprietário); escassez de mão de obra

especializada; cultura dos usuários nas mudanças de paradigmas de comunicação

de voz IP; largura de banda ineficiente para o tráfego dos dados de voz. Por outro

lado, vimos como vantagens a diminuição de custos com o tráfego de voz entre

organizações; sistema de telefonia (PBX-IP) próprio da organização, podendo ser

personalizado de acordo com suas necessidades, flexibilidade, escalabilidade,

praticidade e mobilidade nas ligações; domínio e controle sobre o sistema;

integração das empresas por meio de voz e dados.

Na comparação das soluções propostas neste trabalho foram realizados os

testes de funcionalidade - onde cinco usuários do sistema utilizaram o mesmo e

avaliaram - e o teste de usabilidade – onde foi avaliado por dois profissionais de

tecnologia da informação. Os testes de funcionalidade e usabilidade são testes

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muito utilizados na engenharia de software. As tabelas 3.1 e 3.2 apresentam os

resultados dos testes de funcionalidades e usabilidade do estudo de caso. Na

comparação das ferramentas, a solução Fone@RNP não foi implantada na íntegra

por ser uma ferramenta que demanda uma infraestrutura de alto custo, apesar da

solução ser grátis. No entanto, as ferramentas SNEP e Elastix, foram implantadas e

testadas na íntegra.

Tabela 3.1 - Teste de funcionalidade

Fonte: Própria

ITENS

TESTE DE FUNCIONALIDADES

FUNCIONAMENTO

ELASTIX SNEP

R B O E R B O E

1 Ligação entre ramais VoIP com qualidade

2 Ligação à rede externa (PSTN) com qualidade

2 Redirecionamento de chamada

4 URA

5 Relatório das ligações

LEGENDA: R=RUIM B=BOM O=ÓTIMO E=EXCELENTE

Tabela 3.2 - Teste de usabilidade

Fonte: Própria

ITENS

TESTE DE USABILIDADE

CONFIGURAÇÃO

ELASTIX SNEP

R B O E R B O E

1 Criação dos Ramais VoIP

2 Criação das Rotas de Saída

3 Criação das Rotas de Entrada

4 Criação de Tronco

5 Criação de Grupos

6 Criação da URA

7 Idioma da interface

8 Monitoramento das Chamadas em Tempo Real

9 Backup automático dos dados

LEGENDA: R=RUIM B=BOM O=ÓTIMO E=EXCELENTE

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3.6 Análise da Solução Adotada

Quanto aos recursos e serviços oferecidos pela tecnologia Fone@RNP, foi

possível configurar o servidor VoIP PBX-IP Elastix para oferecer este serviço sem a

necessidade de implantar toda a infraestrutura do Fone@RNP no campus do IFBA

em Jequié. Isso foi possível porque na reitoria do Instituto Federal da Bahia já havia

implantado a tecnologia Fone@RNP. Sendo assim, com apenas algumas

configurações básicas no Elastix e uma pequena alteração da infraestrutura do

campus foi possível a utilização dos benefícios da tecnologia Fone@RNP. Quanto à

infraestrutura do campus, foi necessário disponibilizar um endereço de IP válido (IP

público), portanto necessitando de pouca alteração na infraestrutura do campus, que

pode ser observada de acordo com a arquitetura lógica do serviço Fone@RNP do

IFBA - Campus Jequié, mostrada na figura 3.45.

Figura 3.45 – Arquitetura Lógica do serviço Fone@RNP IFBA - Jequié

Fonte: Própria

Referente à configuração do Elastix, foi preciso alterar algumas configurações

básicas, como a criação de um tronco com o protocolo SIP se interligando com o

SRL1 da reitoria, e a criação da rota de saída, conforme figura 3.46.

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Figura 3.46 - Configuração do elastix para integração com Fone@RNP

Fonte: Própria

Muito importante destacar que apesar da compra do Elastix pela 3CX, a

comunidade que sempre o manteve decidiu continuar com o projeto Elastix, apenas

alterando o nome para Issabel, pois o nome Elastix agora pertence à empresa 3CX.

A figura 3.47 apresenta o site da comunidade Issabel, tranquilizando os utilizadores

do Elastix.

Figura 3.47 - Site da comunidade Issabel

Fonte: Própria

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Após a implementação do Elastix com o serviço do Fone@RNP, foi realizado

um teste com cinco ramais ligando simultaneamente do campus Jequié para a

Reitoria, utilizando a tecnologia VoIP para analisar o consumo da rede de dados. No

entanto não houve um consumo significativo no tráfego da rede de dados, que possa

interferir no desempenho da rede. Conforme pode ser observado nas figuras 3.48

(tráfego sem ligação VoIP) e 3.49 (tráfego com ligação VoIP). Este teste foi

analisado com o serviço de monitoramento de tráfego disponibilizado pelo pfSense.

Figura 3.48 – Tráfego sem ligação VoIP.

Fonte: Própria

Figura 3.49 – Tráfego com ligação VoIP.

Fonte: Própria

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3.7 Considerações Finais do Capítulo

Neste capítulo foi exibido o ambiente de implantação da ferramenta, os

conhecimentos das características da infraestrutura, serviço e arquitetura do

Fone@RNP e também foram implantados, no ambiente de teste e produção os

aplicativos SNEP e elastik. Em um processo de estudo de caso, através de um

passo a passo. Foram demostrados os resultados das avaliações e análises da

solução adotada. No próximo capítulo serão apresentadas as considerações finais

da dissertação.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Finalizados todos os testes e estudos, verificamos que a melhor solução para

uma instituição de ensino de pequeno porte com até aproximadamente 200 ramais é

implantar um PBX-IP com o Elastix ou até mesmo o SNEP, não sendo necessária a

adesão a toda a infraestrutura oferecida pelo Fone@RNP. Porém aderindo ao

serviço da rede VoIP oferecida pela RNP, fazendo apenas as configurações nos

Servidores PBX-IP locais nos campi e implantando na Reitoria da Instituição a

infraestrutura do Fone@RNP.

As análises feitas nesta dissertação de Mestrado das ferramentas de software

livre para VoIP permitem afirmar de acordo com o estudo realizado, que tanto o

SNEP quanto o Elastix atendem perfeitamente às necessidades do Instituto Federal

de Jequié. O Fone@RNP, apesar de atender também às necessidades do ponto de

vista técnico, necessita de uma infraestrutura de custo muito elevado de

implantação, uma vez que o Fone@RNP foi projetado para atender instituições com

até 10.000 ramais ou seja não há uma versão enxuta do Fone@RNP para uma

instituição de pequeno porte com até 100 ou 200 ramais. Sendo assim, abortamos a

instalação da infraestrutura do Fone@RNP e decidimos implantar no ambiente de

produção do Instituto Federal de Jequié o Elastix por ser mais utilizado que o SNEP

e possuir vasto material de apoio e profissionais especializados. É importante

registrar que o SNEP, por suas características e funcionalidades, atende a todos os

requisitos de forma satisfatória. Outra característica que foi levada em consideração

pela escolha do Elastix é que o mesmo apresenta mais funcionalidades que o

SNEP, apesar de ser mais complexo.

A redução de custos nas contas telefônicas do IFBA no Campus de Jequié

ainda não pode ser observada, porém a redução de custo vai de acordo com o perfil

de ligação de cada instituição. Instituições em que a predominância é de ligações

locais, a tendência é que a economia seja menor que onde há grande número de

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chamadas de longa distância. Segundo dados da RNP, estes custos podem ser

reduzidos em torno de 70%.

Como proposta de trabalhos futuros, é interessante fazer um estudo

verificando as questões relacionadas à segurança com a utilização dos PBX-IP, pois

os servidores de PBX-IP são de grande importância para as instituições, sendo o

serviço de telefonia considerado um serviço crítico que requer um nível elevado de

prevenção contra ataques de malwares diversos. Pelo fato que esses servidores

PBX-IP ficam na borda da rede, com as portas dos protocolos utilizados abertos, no

caso de utilização do protocolo SIP a porta 5060 e no caso do protocolo IAX2 a porta

4569. Portanto, é de grande relevância um estudo para prover segurança nesses

tipos de servidores.

Também, será de grande contribuição a implementação de uma versão do

Fone@RNP com uma infraestrutura de baixo custo e oferecendo os serviços

necessários para os órgãos públicos federais com até 200 ramais, que é o caso da

maioria dos campi dos Institutos Federais de Ensino. A RNP tem alguns projetos em

andamento nesse sentido, mas por falta de recursos esses projetos não estão tendo

continuidade.

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