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MEGGS, Philip B.; PURVIS, Alston W. História do Design Gráfico Trad. Cid Knipel. São Paulo: Cosac Naify, 2009. 720 p. “Grande parte da inovação criativa no design gráfico durante as primeiras décadas do século ocorreu no âmbito dos movimentos de arte moderna e na Bauhaus, mas essas explorações rumo a uma nova abordagem do design em geral foram vistas e entendidas apenas por um público limitado e fora da corrente dominante da sociedade. Quem aplicou esses diferentes enfoques aos problemas cotidianos do designe os explicou para um público amplo de impressores, tipógrafos e designers foi Jan Tschichold”. (MEGGS e PURVIS, 2009, p.415) Legado da Bauhaus

Jan Tschichold e a Nova Tipografia

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Jan Tschichold e a Nova Tipografia

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  • MEGGS, Philip B.; PURVIS, Alston W.

    Histria do Design GrficoTrad. Cid Knipel.

    So Paulo: Cosac Naify, 2009. 720 p.

    Grande parte da inovao criativa no design grfico durante

    as primeiras dcadas do sculo ocorreu no mbito dos

    movimentos de arte moderna e na Bauhaus, mas

    essas exploraes rumo a uma nova abordagem do design em geral foram vistas e entendidas apenas por um pblico limitado e fora da corrente dominante da sociedade.

    Quem aplicou esses diferentes enfoques aos problemas

    cotidianos do designe os explicou para um pblico amplo

    de impressores, tipgrafos e designers foi Jan Tschichold.

    (MEGGS e PURVIS, 2009, p.415)

    Legado da Bauhaus

  • Legado da Bauhaus

    JanTschichold, que nunca deu aulas na Bauhaus, foi o que melhor materializou as ideias da escola.(Albert Kapr)

    http://tipografos.net/designers/elementare-typograhie.html

  • Jan Tschichold (1902-1974)

  • A personalidade central da tipografia vanguardista do sculo XX.

    Excertos de um artigo de Richard B Doubleday, publicado na revista Baselinehttp://tipografos.net/designers/tschichold.html

    Jan Tschichold (1902-1974)

  • Expoente bipolar das duas grandes correntes estticas que dominaram a tipografia do sculo XX:

    a ousada Nova Tipografia e o revivalismo da tipografia clssica, orientada pelas convenes seculares em

    vigor desde a Renascena.

    Excertos de um artigo de Richard B Doubleday, publicado na revista Baselinehttp://tipografos.net/designers/tschichold.html

    Jan Tschichold (1902-1974)

  • GOMEZ-PALACIO, Bryony;VIT, Armin.

    A referncia no design grficoTrad. Marcelo Alves

    So Paulo: Blucher, 2011

    Saindo dos limites entre a tipografia clssica, centrada, e a tipografia moderna, assimtrica,

    o trabalho de Jan Tschicholdpermanece como um exemplo vibrante das duas abordagens. (GOMEZ-PALACIO e VIT, 2011, p.140)

    Do Moderno ao Clssico

  • Jan Tschichold personificou trs personagens diferentes, cada um destes situado nos plos elementares e opostos

    da tipografia, que so a caligrafia e a geometria.

    O primeiro Tschichold, o jovem, foi o amante da caligrafia e da tradio.

    O segundo, foi o vanguardista, que deu toda a prioridade geometria, s letras construdas, ao desenho racionalizado.

    O terceiro Tschichold foi o modernista arrependido, que renegou o vanguardismo que professou melhor que nenhum outro, para regressar s fontes renascentistas, caligrafia, ao tradicional eixo simtrico. (HEITLINGER, 2008, p.26)

    HEITLINGER, PauloTipografia elementar

    de Iwan TschicholdIn Caderno de Tipografia

    Junho de 2008www.tipografos.net/cadernos/

    cadernos-09.html

  • Anncio com lettering manual para a Feira Comercial de LeipzigJan Tschichold, 1922

    Simetria de formas histricas de letras caracterizam o trabalho da juventude de Tschichold. (MEGGS e PURVIS, 2009, p.415)

  • Em 1923, aps se formar na academia de Artes Grficas e

    Produo de Livros em Leipzig, Jan Tschichold comeou sua

    abrangente carreira como designer de letras e livros

    trabalhando como autnomo para vrias editoras.

    (GOMEZ-PALACIO e VIT, 2011, p.140)

    Jan Tschichold (1902-1974)

    Filho de um designer e pintor de placas de Leipzig, Alemanha,

    Tschichold desenvolveu um interesse inicial pela caligrafia,

    estudou na Academia de Leipzig e entrou para o quadro de

    designers da Insel Verlag como um calgrafo tradicional.

    (MEGGS e PURVIS, 2009, p.415)

  • Em agosto de 1923, aos 21 anos de idade, Tschichold visitou a primeira exposio da Bauhaus em Weimar e ficou profundamente impressionado.

    Logo incorporou a seu trabalho os conceitos elaborados pela Bauhaus e pelos construtivistas russos e se tornou praticante da Nova Tipografia. (MEGGS e PURVIS, 2009, p.415)

    Cartaz de Exposio da BauhausJoost Schmidt, 1923

  • Sob o denominador comum neue typographie emergem os esforos conjuntos de alguns jovens designers (Gestalter), vindos sobretudo da Alemanha, da Holanda, da Unio Sovitica, da Checoslovquia, da Sua e da Hungria.

    Os princpios deste movimento registaram-se na Alemanha ainda em tempo de guerra.(HEITLINGER, 2008, p.28)

    HEITLINGER, PauloTipografia elementar

    de Iwan TschicholdIn Caderno de Tipografia

    Junho de 2008www.tipografos.net/cadernos/

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    Nova Tipografia

  • Uma tipografia moderna, a neue typographie do sculo XX, teria de, na opinio dos vanguardistas, cingir-se incondicionalmente s seguintes caractersticas:

    Simplicidade elementar Funcionalidade mxima Neutralidade total Validade internacional Estandardizao tcnica Utilizao fcil.

    (HEITLINGER, 2008, p.28)

    HEITLINGER, PauloTipografia elementar

    de Iwan TschicholdIn Caderno de Tipografia

    Junho de 2008www.tipografos.net/cadernos/

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    Nova Tipografia

  • Esta nova tipografia encerra a poca em que a Coluna de Trajano fora a referncia mxima.

    Encerrava tambm a fase de experimentao marcado pelo movimento Dad e pelo gesto pattico do Expressionismo.

    Vivia-se uma negao radical dos ornamentos e dos maneirismos do Jugendstil.(HEITLINGER, 2008, p.28 e 29)

    HEITLINGER, PauloTipografia elementar

    de Iwan TschicholdIn Caderno de Tipografia

    Junho de 2008www.tipografos.net/cadernos/

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  • (MEGGS, 2009, p.414)

    Cartaz para uma editoraJan Tschichold, 1924

    Uma das primeiras tentativas de Tschichold de aplicar princpios modernos de design, impresso em preto e dourado, proclama:

    Os livros da Philobiblon encontram-se disponveis aqui em Varsvia. (MEGGS e PURVIS, 2009, p.415)

  • Vivamente impressionado pela ruptura que os movimentos de vanguarda articulavam, deixou-se contagiar pelas mensagens vitais do movimento holands De Stijl, do Suprematismo e do Construtivismo Russo.

    Excertos de um artigo de Richard B Doubleday, publicado na revista Baselinehttp://tipografos.net/designers/tschichold.html

    Jan Tschichold (1902-1974)

  • (MEGGS, 2009, p.414)

    Cartaz do filmeCasanovaJan Tschichold, 1927

  • (MEGGS, 2009, p.414)

    Cartaz do filmeThe Woman Without a NameJan Tschichold, 1927

  • Tipografia Elementar (1925)

  • Uma exposio da Bauhaus em 1923, em Weimar, o exps Nova Tipografia, uma abordagem que tornou-se sinnimo de sua obra inicial,

    manifestada na publicao em 1925 de Elementare

    Typographie Mitteilungen (Notcias Tipogrficas).

    Essa obra explicava e ilustrava os princpios da Nova Tipografia.

    (GOMEZ-PALACIO e VIT, 2011, p.140)

    Para a Typographische Mitteilungen (Comunicaes tipogrficas) de outubro de 1925, Tschichold elaborou um nmero especial de 24 pginas intitulado Elementare Typographie, explicando e demonstrando a tipografia assimtrica

    a impressores, tipgrafos e designers.

    (MEGGS e PURVIS, 2009, p.415)

  • Capa para o nmero especialElementare TypographieJan Tschichold, 1925

  • Era impresso em vermelho e preto e

    apresentava o trabalho de vanguarda de

    Tschichold, bem como seus lcidos comentrios.

    (MEGGS e PURVIS, 2009, p.415)

    Tipografia Elementar (1925)

    Capa para o nmero especialElementare Typographie

    Jan Tschichold, 1925

  • Nessa poca grande parte da impresso

    alem ainda usava tipos gticos, texturas

    medievais e leiaute simtrico.

    O nmero especial de Tschichold foi

    uma revelao e gerou grande

    entusiasmo pelo novo enfoque.

    (MEGGS e PURVIS, 2009, p.415)

    Tipografia Elementar (1925)

    Capa para a revista Gebrauchsgraphik (1925)

  • Capa para a revista Gebrauchsgraphik (1925)

    Capa para o nmero especialElementare TypographieJan Tschichold, 1925

  • 5. A organizao externa [macro-tipografia, layout] a composio feita com os contrastes mais intensos, logrados atravs de formas, tamanhos e pesos diferenciados [hierarquia do contedo] e com a criao de relaes/ tenses entre os valores formais positivos [mancha grfica] e os valores negativos [o papel branco no impresso].

    6. Um desenho elementar tipogrfico consiste na criao da relao lgica e ptica entre as letras, as palavras e o texto a serem compostos num layout, com a relao determinada pelas caractersticas especficas de cada trabalho.

    7. Com o fim aumentar a sensao e penetrao da Nova Tipografia, podem utilizar-se linhas de orientao vertical e diagonal, como meios de organizao interna.

    8. A prtica do diagramao elementar (elementare gestaltung) exclui o uso de qualquer tipo de ornamento.

    O uso de barras e de outras formas elementares inerentes [quadrados, crculos, tringulos] deve estar convincentemente fundamentado na construo geral.

    O uso decorativo, pseudo-artstico e especulativo destes elementos no est em consonncia com a prtica do desenho elementar.

    9. A ordem dos elementos na nova tipografia dever basear-se no futuro na estandardizao do formato dos papis segundo normas DIN (Deutsche Industrie Norm). Em particular, o DIN A4 [210 x297 mm] deveria ser o formato bsico para papel de carta e outros impressos comerciais.

    10. Quer na tipografia, quer em outros campos, o desenho elementar no absoluto ou definitivo. Certos elementos variam a partir de novas descobertas, por exemplo, da fotografia; pelo que o conceito de desenho elementar mudar necessria e continuamente.

    Jan Tschichold

    O Declogo da Tipografia Elementar (1925)

    1. A nova tipografia tem cariz funcional.

    2. A funo de qualquer tipografia a comunicao. A comunicao deve aparecer na forma mais breve, simples e incisiva possvel.

    3. Para tornar a tipografia til aos fins sociais, ela requer uma organizao interna (a ordenao do contedo) e externa (relacionar os recursos da tipografia entre si) do material empregado.

    4. A organizao interna limitada pelos recursos elementares da tipografia: letras, nmeros, signos, fios da caixa de tipos e damquina de composio.

    No mundo atual, voltado para o visual, a imagem exata, a fotografia, tambm pertence aos meios elementares da tipografia.

    A forma elementar da letra a grotesca ou sem serifa, em todas as suas variantes: fino, medio e negrito; desde o condensado at o expandido.

    Tipos que pertencem a determinados estilos ou que tm um carter estritamente nacional (Gtico, Fraktur, Kirchen-slavisch) no possuem um desenho elementar e limitam a comunicao internacional. [...]

    Pode-se fazer uma grande economia usando exclusivamenteletras minsculas, eliminando todas as maisculas. A nossa escrita no perde nada se for articulada s em caixa baixa; pelo contrrio: torna-se mais legvel, mais fcil de aprender, mais econmica. Para que h de um fonema, por exemplo o a, ter duas representaes a e A? Para que devemos ter disponvel o dobro dos caracteres necessrios? A melhor soluo : um som = um carcter. [...]

    A estrutura lgica do texto impresso deve visualizar-se atravs do uso bem diferenciado dos tamanhos e cortes dos tipos, e sem qualquer considerao por estticas previamente definidas.

    As reas livres (no impressas) do papel so elementos de comunicao de importncia igual das partes impressas.

  • Pginas de Elementare TypographieJan Tschichold, 1925

  • Pginas de Elementare TypographieJan Tschichold, 1925

    Fios espessos pontuam o espao e o ensaio de Tschicholdexplica a nova abordagem. (MEGGS e PURVIS, 2009, p.415)

  • Pginas de Elementare TypographieJan Tschichold, 1925

  • Pginas de Elementare TypographieJan Tschichold, 1925

    Ilustrado pelo trabalho de Lisstzki, o design construtivista russo explicado. (MEGGS e PURVIS, 2009, p.415)

  • Pginas de Elementare TypographieJan Tschichold, 1925

  • 5. A organizao externa [macro-tipografia, layout] a composio feita com os contrastes mais intensos, logrados atravs de formas, tamanhos e pesos diferenciados [hierarquia do contedo] e com a criao de relaes/ tenses entre os valores formais positivos [mancha grfica] e os valores negativos [o papel branco no impresso].

    6. Um desenho elementar tipogrfico consiste na criao da relao lgica e ptica entre as letras, as palavras e o texto a serem compostos num layout, com a relao determinada pelas caractersticas especficas de cada trabalho.

    7. Com o fim aumentar a sensao e penetrao da Nova Tipografia, podem utilizar-se linhas de orientao vertical e diagonal, como meios de organizao interna.

    8. A prtica do diagramao elementar (elementare gestaltung) exclui o uso de qualquer tipo de ornamento.

    O uso de barras e de outras formas elementares inerentes [quadrados, crculos, tringulos] deve estar convincentemente fundamentado na construo geral.

    O uso decorativo, pseudo-artstico e especulativo destes elementos no est em consonncia com a prtica do desenho elementar.

    9. A ordem dos elementos na nova tipografia dever basear-se no futuro na estandardizao do formato dos papis segundo normas DIN (Deutsche Industrie Norm). Em particular, o DIN A4 [210 x297 mm] deveria ser o formato bsico para papel de carta e outros impressos comerciais.

    10. Quer na tipografia, quer em outros campos, o desenho elementar no absoluto ou definitivo. Certos elementos variam a partir de novas descobertas, por exemplo, da fotografia; pelo que o conceito de desenho elementar mudar necessria e continuamente.

    Jan Tschichold

    O Declogo da Tipografia Elementar (1925)

    1. A nova tipografia tem cariz funcional.

    2. A funo de qualquer tipografia a comunicao. A comunicao deve aparecer na forma mais breve, simples e incisiva possvel.

    3. Para tornar a tipografia til aos fins sociais, ela requer uma organizao interna (a ordenao do contedo) e externa (relacionar os recursos da tipografia entre si) do material empregado.

    4. A organizao interna limitada pelos recursos elementares da tipografia: letras, nmeros, signos, fios da caixa de tipos e damquina de composio.

    No mundo atual, voltado para o visual, a imagem exata, a fotografia, tambm pertence aos meios elementares da tipografia.

    A forma elementar da letra a grotesca ou sem serifa, em todas as suas variantes: fino, medio e negrito; desde o condensado at o expandido.

    Tipos que pertencem a determinados estilos ou que tm um carter estritamente nacional (Gtico, Fraktur, Kirchen-slavisch) no possuem um desenho elementar e limitam a comunicao internacional. [...]

    Pode-se fazer uma grande economia usando exclusivamenteletras minsculas, eliminando todas as maisculas. A nossa escrita no perde nada se for articulada s em caixa baixa; pelo contrrio: torna-se mais legvel, mais fcil de aprender, mais econmica. Para que h de um fonema, por exemplo o a, ter duas representaes a e A? Para que devemos ter disponvel o dobro dos caracteres necessrios? A melhor soluo : um som = um carcter. [...]

    A estrutura lgica do texto impresso deve visualizar-se atravs do uso bem diferenciado dos tamanhos e cortes dos tipos, e sem qualquer considerao por estticas previamente definidas.

    As reas livres (no impressas) do papel so elementos de comunicao de importncia igual das partes impressas.

  • Vida Nova na TipologiaTSCHICHOLD, Jan

    In Textos clssicos do design grficoOrgs. BIERUT, Michael; HELFAND,

    Jessica; HELLER, Steven; POYNOR, Rick

    Trad. Fernando Santos. So Paulo: WMF Martins Fontes,

    2010. 314 p

    Alm disso, a Nova Tipografia, em virtude de seus

    mtodos de design, abarca todo o domnio da impresso

    e no simplesmente o limitado campo da pura tipologia.

    Dessa forma, dispomos na fotografia de um instrumento objetivo de reproduo da objetividade, o qual compreensvel para todos.

    Por ser simplesmente outro mtodo de discurso visual, a fotografia tambm considerada um tipo. (TSCHICHOLD, 2010, p.48)

  • A Nova Tipografia (1928)

  • GOMEZ-PALACIO, Bryony;VIT, Armin.

    A referncia no design grficoTrad. Marcelo Alves

    So Paulo: Blucher, 2011

    Em 1928, Jan Tschichold publicou o primeiro de muitos livros e manuais, Die Neue Typographie (A Nova Tipografia), carregado de exemplos que demonstravam suas crenas medida que ele rejeitava a decorao e advogava um design funcional e eficiente. (GOMEZ-PALACIO e VIT, 2011, p.140)

  • Este foi o primeiro livro que Jan Tschichold escreveu e

    comps na sua totalidade, livro que se tornou imediatamente

    o grande manifesto renovador do design grfico.

    A Die Neue Typographie, obra prtica dirigida a tipgrafos,

    paginadores, impressores e publicistas, tornou-se em apenas

    um ano a obra de referncia para orientar os profissionais nos

    novos princpios da composio e da tipografia.

    Die Neue Typographie foi o primeiro manual de desenho tipogrfico e editorial verdadeiramente moderno.

    [...] O livro de Tschichold abordava o assunto sob o ponto

    de vista do paginador e do desenhador de tipos.

    (HEITLINGER, 2008, p.30)

    HEITLINGER, PauloTipografia elementar

    de Iwan TschicholdIn Caderno de Tipografia

    Junho de 2008www.tipografos.net/cadernos/

    cadernos-09.html

  • Folheto para o livro Die neue TypographieJan Tschichold, 1928

  • Folheto para o livro Die neue TypographieJan Tschichold, 1928

    Esse folheto funciona como um notvel exemplo didtico dos princpios que Tschichold defendia.

    O folheto de Tschichold para o livro ilustra sua tipografia radical, que rejeitava a decorao em favor do design racional planejado para a funo comunicativa. (MEGGS e PURVIS, 2009, p.417)

  • MEGGS, Philip B.; PURVIS, Alston W.

    Histria do Design GrficoTrad. Cid Knipel.

    So Paulo: Cosac Naify, 2009. 720 p.

    Seu livro de 1928, Die neue Typographie, defendia

    vigorosamente as novas ideias.

    Desgostoso com os tipos e arranjos degenerados,

    Tschichold procurou limpar o registro e encontrar

    uma tipografia assimtrica para expressar o esprito,

    a vida e a sensibilidade visual da poca.

    (MEGGS, 2009, p.415)

    A Nova Tipografia (1928)

  • Uma fora dinmica deve estar

    presente em cada projeto, afirmava

    ele, pois os tipos devem ser postos antes

    em movimento que em repouso.

    A organizao simtrica era artificial

    porque colocava uma forma preconcebida

    antes do significado das palavras.

    Tschichold privilegiava cabealhos

    alinhados margem esquerda, com

    comprimentos de linha desiguais.

    (MEGGS, 2009, p.417)

    Assimetria e dinamismo

    AnncioJan Tschichold, 1932

    Equilbrio assimtrico, um sistema de grids e uma progresso sequencial de pesos e tamanhos de tipo, determinados pela importncia das palavras para a mensagem global, caracterizam esse projeto. (MEGGS, 2009, p.417)

  • Pginas de Die neue TypographieJan Tschichold, 1928

  • Caixa baixa

  • Tschichold mostrou como o movimento de arte

    moderna podia relacionar-se com o design grfico ao

    sintetizar seu conhecimento prtico da tipografia

    e de suas tradies com as novas experincias.

    A essncia da nova abordagem era a clareza, no simplesmente a beleza;

    seu objetivo era desenvolver a forma a partir das funes do texto. (MEGGS, 2009, p.417)

    Cartaz para a exposioKonstruktivism (Construtivismo)

    Jan Tschichold, 1937

  • Cartaz para a exposioKonstruktivism (Construtivismo)Jan Tschichold, 1937

  • Plakate der Avantgarde. Ausstellung der Sammlung(exposio anvatgarde de Jan Tschichold)Jan Tschichold, 1930

  • Jan Tschichold acreditava que um design assimtrico e cintico de elementos contrastantes expressava a nova era da mquina. (MEGGS, 2009, p.417)

    Cartaz para Der Berufsphotograph (O fotgrafo profissional)Jan Tschichold, 1938

    Plakate der Avantgarde. Ausstellung der Sammlung(exposio anvatgarde de Jan Tschichold)

    Jan Tschichold, 1930

  • Cartaz para Der Berufsphotograph (O fotgrafo profissional)Jan Tschichold, 1938

  • MEGGS, Philip B.; PURVIS, Alston W.

    Histria do Design GrficoTrad. Cid Knipel.

    So Paulo: Cosac Naify, 2009. 720 p.

    Seu objetivo era o design funcional pelos meios

    mais diretos.

    Jan Tschichold declarou que o alvo de todo

    trabalho tipogrfico passar uma mensagem

    da maneira mais breve e eficiente.

    Ele enfatizava o carter da composio por mquina e

    seu impacto no processo e no resultado do design.

    (MEGGS, 2009, p.415)

    A Nova Tipografia (1928)

  • Cartaz para o filmeDie Hose (As Calas)Jan Tschichold, 1927

  • MEGGS, Philip B.; PURVIS, Alston W.

    Histria do Design GrficoTrad. Cid Knipel.

    So Paulo: Cosac Naify, 2009. 720 p.

    A funcionalidade, porm, no inteiramente

    sinnimo da Nova Tipografia;

    Tschichold observava que, embora o puro utilitarismo

    e o design moderno tivessem muito em comum,

    o movimento moderno procurava um contedo espiritual

    e uma beleza mais estreitamente ligada aos materiais

    utilizados, mas cujos horizontes residem mais alm.

    (MEGGS, 2009, p.417)

    A Nova Tipografia (1928)

  • Arquitetura Moderna

    HEITLINGER, PauloTipografia elementar

    de Iwan TschicholdIn Caderno de Tipografia

    Junho de 2008www.tipografos.net/cadernos/

    cadernos-09.html

    Jan Tschichold enaltece os ideias estticos e prticos do Funcionalismo: clareza e simplicidade.

    E passa a demonstrar como a Tipografia devia adoptar os mesmos princpios esttico-funcionais que j se observavam na arquitetura moderna.(HEITLINGER, 2008, p.31)

  • New Life in Print (1930)

  • Vida Nova na TipologiaTSCHICHOLD, Jan

    In Textos clssicos do design grficoOrgs. BIERUT, Michael; HELFAND,

    Jessica; HELLER, Steven; POYNOR, Rick

    Trad. Fernando Santos. So Paulo: WMF Martins Fontes,

    2010. 314 p

    Em 1930 e 1931, o Commercial Art publicou uma

    srie de artigos de Tschichold que defendiam a

    adoo da assimetria e do tipo sem serifa.

    (TSCHICHOLD, 2010, p.46)

    New Life in Print (1930)

  • Vida Nova na TipologiaTSCHICHOLD, Jan

    In Textos clssicos do design grficoOrgs. BIERUT, Michael; HELFAND,

    Jessica; HELLER, Steven; POYNOR, Rick

    Trad. Fernando Santos. So Paulo: WMF Martins Fontes,

    2010. 314 p

    (TSCHICHOLD, 2010, p.48)

    Novos processos tcnicos

  • A nova prtica racional e funcional da tipografia que Jan Tschichold reivindicou, s de forma limitada foi posta em prtica na sua poca. Depois da II Guerra Mundial, os seus postulados foram adotados enfaticamente pela Escola Sua, em nome dos valores de um Estilo Internacional.

    Vinte anos depois de a Bauhaus ter cerrado as portas, os suos viriam a ser os verdadeiros executores da nova tipografia, que se obtinha utilizando exclusivamente tipos sem serifa, fotografia, composio assimtrica, contrastes de tamanhos e posies dos elementos grficos, sempre estruturados por um Gitterraster, uma grelha auxiliar.(HEITLINGER, 2008, p.31)

    HEITLINGER, PauloTipografia elementar

    de Iwan TschicholdIn Caderno de Tipografia

    Junho de 2008www.tipografos.net/cadernos/

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  • Afastando-se da Nova Tipografia (1935)

  • MEGGS, Philip B.; PURVIS, Alston W.

    Histria do Design GrficoTrad. Cid Knipel.

    So Paulo: Cosac Naify, 2009. 720 p.

    Em maro de 1933, nazistas armados

    entraram no apartamento de Tschichold em

    Munique e o prenderam junto com sua esposa.

    Acusado de ser um bolchevique cultural

    e de ter criado uma tipografia antialem,

    foi afastado de seu cargo de ensino na cidade.

    Depois de seis semanas de custdia protetora,

    Tschichold foi solto, e sem demora levou

    a esposa e o filho de quatro anos para Basileia,

    na Sua, onde passou a trabalhar

    principalmente como designer de livros.

    (MEGGS, 2009, p.420)

    Jan Tschichold (1902-1974)

  • GOMEZ-PALACIO, Bryony;VIT, Armin.

    A referncia no design grficoTrad. Marcelo Alves

    So Paulo: Blucher, 2011

    Aps sete anos ensinando em Munique,

    Tschichold emigrou da Alemanha para a Basileia,

    na Sua, em 1933, fugindo do regime nazista.

    Voltou a trabalhar como designer de livros e comeou

    a distanciar-se da Nova Tipografia medida que ele

    adotava as letras serifadas e os arranjos clssicos,

    entendendo que a tipografia tinha mais nuances e que h

    mais de um modo de fazer um design de sucesso.

    (GOMEZ-PALACIO e VIT, 2011, p.140)

    Tschichold na Sua (1933)

  • MEGGS, Philip B.; PURVIS, Alston W.

    Histria do Design GrficoTrad. Cid Knipel.

    So Paulo: Cosac Naify, 2009. 720 p.

    Na Sua, comeou a afastar-se da Nova Tipografia e a usar em seus projetos fontes em estilos romano, egpcio e manuscrito.

    A Nova Tipografia havia sido uma reao contra o caos e a anarquia na tipografia alem (e sua) por volta de 1923, e Tschichold agora sentia que ela havia chegado a um ponto em que no eram possveis avanos adicionais. (MEGGS, 2009, p.420)

    Tschichold na Sua (1933)

  • Forma Tipogrfica (1935)

  • Em 1933, Tschichold foi preso e colocado em custdia

    de proteo, sendo obrigado a emigrar para a Suia.

    L, iniciou uma reviso de seu pensamento e das

    exigncias a favor da realidade mecnica, as quais eram

    excessivamente radicais. Desenvolveu trabalhos com

    tipos romanos e caligrafias em composio assimtrica.

    Essa nova fase foi marcada com a publicao do livro

    Typographische Gestaltung (Forma Tipogrfica), de 1935.

    Mazzini, Alex; Lima, Ana Gabriela Godinho. Consideraes sobre a edio brasileira de elementare typographie de Jan Tschichold.http://blogs.anhembi.br/congressodesign/anais/consideracoes-sobre-a-edicao-brasileira-de-elementare-typographie-de-jan-tschichold/

    Pgina de rosto do livroTypographische Gestaltung

    Jan Tschichold, 1935

    Tschichold na Sua

  • Cada vez mais, Tschichold aprofunda-se no design de livros,

    resgatando, estudando e desenvolvendo uma nova

    maneira de trabalhar com tipografia clssica, retornando,

    em muitos casos, composio centralizada.

    nesse mesmo ano [1935] que a reviso de pensamento de Tschichold se torna o piv de uma famosa briga entre

    Tschichold (simtrico) e Max Bill (assimtrico).

    Mazzini, Alex; Lima, Ana Gabriela Godinho. Consideraes sobre a edio brasileira de elementare typographie de Jan Tschichold.http://blogs.anhembi.br/congressodesign/anais/consideracoes-sobre-a-edicao-brasileira-de-elementare-typographie-de-jan-tschichold/

  • MEGGS, Philip B.; PURVIS, Alston W.

    Histria do Design GrficoTrad. Cid Knipel.

    So Paulo: Cosac Naify, 2009. 720 p.

    Em 1946 Tschichold escreveu que a atitude impaciente da Nova Tipografia se ajusta inclinao alem para o absoluto.

    Sua vontade militar de controlar e a pretenso ao

    poder absoluto refletem os temveis componentes

    do carter alemo que desencadearam o poder

    de Hitler e a Segunda Guerra Mundial.

    (MEGGS, 2009, p.420)

  • MEGGS, Philip B.; PURVIS, Alston W.

    Histria do Design GrficoTrad. Cid Knipel.

    So Paulo: Cosac Naify, 2009. 720 p.

    Tschichold passou a considerar que os designers grficos

    deviam trabalhar em uma tradio humanista que

    envolvesse as pocas histricas e bebesse do conhecimento

    e das realizaes dos antigos mestres tipgrafos.

    Continuava a achar que a Nova Tipografia era adequada para

    dar publicidade a produtos manufaturados e

    para a comunicao sobre a pintura e arquitetura

    contemporneas, mas tambm acreditava que era loucura

    us-la em um livro de poesia barroca, por exemplo,

    e chamava de uma verdadeira tortura ler pginas

    e pginas de tipos sem serifa.

    (MEGGS, 2009, p.420)

    Retomada dos tipos clssicos

  • GOMEZ-PALACIO, Bryony;VIT, Armin.

    A referncia no design grficoTrad. Marcelo Alves

    So Paulo: Blucher, 2011

    Em 1947, mudou-se para Londres, quando aceitou o convite para padronizar os populares livros da Penguin Books.

    Com pouca consistncia em centenas de livros, Tschichold

    estabeleceu preceitos consolidados nas regras de composio

    da Penguin para assegurar a qualidade de uma capa a

    outra e criando uma marca indelvel na indstria editorial.

    (GOMEZ-PALACIO e VIT, 2011, p.140)

  • (MEGGS, 2009, p.414)

    Jan Tschichold, 1950

  • (MEGGS e PURVIS, 2009, p.415)

  • Grid de instrues para as capas da King Penguin,Jan Tschichold

  • Durante os anos 1940, particularmente com seu

    trabalho de 1947-1949 como tipgrafo para

    a Penguin Books em Londres,

    Tschichold liderou uma retomada internacional da tipografia tradicional. (MEGGS, 2009, p.420)

    Capa de folheto para The Pelican History of ArtJan Tschichold, 1947

    A simetria clssica deste projeto tem um poder e uma sutileza comparveis s inscries romanas e ao melhor trabalho de Baskerville e Bodoni. (MEGGS, 2009, p.418)

  • A pedido dos grficos alemes que procuravam

    uma letra na linha da Garamond, que desempenhasse

    igualmente bem em todos os modelos de composio,

    Tschichold criou a Sabon em 1964 para que fosse

    produzida simultaneamente por trs fbricas:

    D. Stempel AG, Linotype e Monotype.

    (MEGGS e PURVIS, 2009, p.415)

    Sabon

    Desenhos originais da fonte SabonJan Tschichold

  • Baseada na Roma de corpo 14, atribuda a

    Claude Garamond a partir de uma folha de testes

    de 1592, emitida pela fbrica Egenolff-Berner,

    a Sabon foi batizada em homenagem a Jakob Sabon,

    um aprendiz de Claude Garamond e dono de uma

    fbrica de tipos na Alemanha que, posteriormente,

    ficou conhecida como Egenolff-Berner.

    (MEGGS e PURVIS, 2009, p.415)

    Sabon

  • Desde seu lanamento, a Sabon tem sido o esteio do design de livros, tida como a letra altamente legvel e agradvel. (MEGGS e PURVIS, 2009, p.415)

  • MEGGS, Philip B.; PURVIS, Alston W.

    Histria do Design GrficoTrad. Cid Knipel.

    So Paulo: Cosac Naify, 2009. 720 p.

    Tschichold continuou a escrever e a trabalhar com

    design na Sua at sua morte, em 1974.

    Porque via o valor da Nova Tipografia como tentativa de

    purificao, clareza e simplicidade de meios, foi capaz de

    levar a expresso tipogrfica realizao no sculo XX.

    Sua retomada da tipografia clssica restabeleceu a tradio humanista do design de livros e deixou uma marca indelvel no design grfico. (MEGGS, 2009, p.420)

    ltimos trabalhos

  • Depois da Segunda Guerra Mundial, Tschichold acreditava que os designers deviam utilizar a histria inteira do design para criar solues que expressassem contedo. (MEGGS, 2009, p.420)

    Capa de livro brochura. Jan Tschichold, 1950.

    Este projeto de srie evoca designs e impresses da era de Shakespeare.(MEGGS, 2009, p.418)

  • MEGGS, Philip B.; PURVIS, Alston W.

    Histria do Design GrficoTrad. Cid Knipel.

    So Paulo: Cosac Naify, 2009. 720 p.

    Ainda que grande parte de seu trabalho posterior

    empregasse a organizao simtrica e estilos de tipos

    clssicos com serifa, ele defendia a liberdade de

    pensamento e expresso artstica.

    Chegou a endossar o uso ocasional da tipografia

    ornamental como dotado de um efeito renovador,

    como uma flor em terreno rochoso.

    Observou que talvez fosse necessrio que uma pessoa

    primeiro perdesse sua liberdade (como acontecera com

    ele) para que pudesse descobrir seu verdadeiro valor.

    (MEGGS, 2009, p.420)

    ltimos trabalhos

  • The Form of the BookJan Tschichold, 1991

  • The Form of the BookJan Tschichold, 1991

    Livro que rene textos escritos por Jan Tschichold entre 1937 e 1974

  • The Form of the BookJan Tschichold, 1991

    O cnone de Van de Graaf

  • The Form of the BookJan Tschichold, 1991

  • The Form of the BookJan Tschichold, 1991

  • The Form of the BookJan Tschichold, 1991