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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL JAQUELINE PHILIPPSEN ROTILLI PBQP-H E SUSTENTABILIDADE: ANÁLISE DE IMPLANTAÇÃO EM CONSTRUTORAS DE SANTA MARIA/RS SANTA MARIA, RS 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

JAQUELINE PHILIPPSEN ROTILLI

PBQP-H E SUSTENTABILIDADE: ANÁLISE DE IMPLANTAÇÃO EM CONSTRUTORAS DE SANTA

MARIA/RS

SANTA MARIA, RS 2017

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Jaqueline Philippsen Rotilli

PBQP-H E SUSTENTEBILIDADE: ANÁLISE DE IMPLATAÇÃO EM CONSTRUTORAS DE SANTA MARIA/RS

Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheira Civil.

Orientadora: Prof.ª Drª Janis Elisa Ruppenthal

Santa Maria, RS 2017

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Jaqueline Philippsen Rotilli

PBQP-H E SUSTENTABILIDADE: ANÁLIDE DE IMPLANTAÇÃO EM CONTRUTORAS DE SANTA MARIA/RS

Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheira Civil.

Aprovado em 05 de dezembro de 2017:

_______________________________________ Janis Elisa Ruppenthal (Presidente/Orientador)

_______________________________________ André Lübeck

_______________________________________ Ana Laura Felkl Cassiminho

Santa Maria, 2017

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família, por todo o carinho e dedicação que me

foram doados.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente ao meu pai e minha mãe, por terem

me dado todo o suporte e apoio para chegar onde cheguei, ingressar numa

faculdade federal, e nunca terem me deixado faltar nada, principalmente amor.

Gostaria de agradecer também ao meu irmão Ricardo, que sempre me

incentivou a buscar e ser mais, aos meus avós Pedro, Mirtes, José e Nilza, por

ensinarem aos meus pais e a mim a importância do amor entre a família.

Gostaria de agradecer aos amigos da civil que sempre vou levar no coração:

Bárbara, Bianca, Lorenzo, Frederico, Vitor e Pablo. Não teria chegado aqui sozinha,

obrigada por serem minha segunda família. Agradecer ao meu namorado Bruno

pela paciência e companheirismo, e a sua família pelo carinho, generosidade e

boas energias a mim passadas.

Gostaria de agradecer a Deus, por me ensinar a gratidão, a generosidade,

o amor, e me dar a oportunidade de estar vivendo essa vida cercada de pessoas

do bem. Obrigada por sempre me tirar da escuridão.

Meus agradecimentos à professora Janis, pela orientação desse trabalho e

pelos ensinamentos a mim passados.

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RESUMO

PBQP-H E SUSTENTABILIDADE: ANÁLISE DE IMPLANTAÇÃO EM CONSTRUTORAS DE SANTA MARIA/RS

AUTORA: Jaqueline Philippsen Rotilli ORIENTADORA: Janis Elisa Ruppenthal

Devido ao aumento da competitividade, as empresas têm buscado melhorar seus processos construtivos e gerenciais visando eliminar desperdícios, diminuir seus custos, aumentar seus lucros e, consequentemente, entregar um produto final com qualidade superior e diferenciado. Para tanto, as empresas buscam o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat para auxiliá-las a melhorar e desenvolver a construção civil a níveis nacionais, além de estimula-las nas questões ambientais de sustentabilidade. Este estudo tem como objetivo identificar nas empresas da cidade de Santa Maria/RS, as dificuldades encontradas durante a implantação e na gestão do programa na sua totalidade, as melhorias geradas pelo mesmo, além de demonstrar a influência do programa no perfil sustentável das empresas. A pesquisa foi realizada em 5 empresas, das quais 1 já havia desistido da certificação, e 4 possuem a certificação em dia em nível A. A empresa que abandonou o programa apresenta motivos distintos para o mesmo. As demais empresas encontraram diversas melhorias evidenciadas após a implementação do PBQP-H, como a garantia da qualidade de projetos, obras e de materiais, componentes e sistemas construtivos e, em geral, não identificaram grandes dificuldades no processo de implementação e manutenção do programa. Além disso, foi possível constatar que a mentalidade do pessoal envolvido no setor da construção civil está mudando e melhorando no sentido de alcançar o caminho sustentável. Palavras-chave: Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat; sustentabilidade; qualidade; gestão; implementação.

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ABSTRACT

PBQP-H AND SUSTAINABILITY: DEPLOYMENT ANALYSIS IN BUILDING COMPANIES OF SANTA MARIA/RS

AUTHOR: Jaqueline Philippsen Rotilli ADVISOR: Janis Elisa Ruppenthal

Due to increased competitiveness, companies have been searched to improve their building and management process, looking to eliminate waste, decrease expenses, increase profits, and, consequently, deliver a final product with superior quality and differentiated. For that, companies seek the Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat to help them to improve and develop civil construction at national levels, in addition to stimulate them at the environmental issues of sustainability. This study aims to identify in the Santa Maria/RS companies, the difficulties found during the deployment and management of the program in its totality, the improvements generated by it and in addition to demonstrate the influence of the program in the sustainable profile of the company. The search was applied in six companies, and two of which had already withdrawn from the certification, and the others four are certified at level A. The companies that abandoned the program have deeds reasons to that. The others found many improvements after the deployment of PBQP-H, like the quality assurance of the projects, of the development, and of the component materials and construction systems, and, in general, they didn’t identify big difficulties in the deployment and management process. Beyond that, it was possible to verify that the mentality of the people involved in the civil construction sector is changing e improving in order to reach the sustainable path.

Keywords: Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat; sustainability; quality; management; deployment.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Diagrama de inter-relações da vida em sociedade urbana.........................23

Figura 2 - Arranjo Institucional do PBQP-H.................................................................25

Figura 3 - Estrutura do PBQP-H..................................................................................26

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Divisão regional de empresas certificadas com prazo em vigência............39

Gráfico 2 - Empresas gaúchas avaliadas em nível A e B...........................................40

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quantitativo de empresas avaliadas pelo PBQP-H em vigência, prazo vencido e

em total, para cada região...............................................................................................................38

Tabela 2 - Informações das empresas..........................................................................................41

Tabela 3 - Classificação SEBRAE de porte através de número de funcionários......................41

Tabela 4 - Informações complementares das empresas............................................................42

Tabela 5 - Empresas construtoras e o PBQP-H...........................................................................42

Tabela 6 - Respostas em porcentagem da primeira questão.....................................................43

Tabela 7 - Respostas em porcentagem da segunda questão....................................................44

Tabela 8 - Casos ocasionados pela implantação do PBQP-H...................................................45

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................13 1.1 OBJETIVOS..........................................................................................................13 1.1.1 Objetivo Geral........................................................................................13 1.1.2 Objetivos Específicos...........................................................................14 1.2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................14 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................16 2.1 QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL...............................................................16 2.1.1 Determinação do conceito de qualidade........................................................16 2.1.2 A introdução da gestão da qualidade no Brasil.............................................18 2.1.3 Qualidade no setor da construção civil..........................................................18 2.2 SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL................................................21

2.3 O PROGRAMA BRASILEIRO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DO

HABITAT....................................................................................................................24 2.3.1 PBQP-H: Conceito, estruturação e objetivos......................................24 2.3.2 Projetos do PBQP-H: O SiAC................................................................28 2.3.3 Auditorias e etapas de implantação.....................................................30

2.3.4 Níveis A e B da Especialidade Técnica Execução de Obras do SiAC: Implementação...............................................................................................32

2.3.5 Sustentabilidade no PBQP-H...............................................................33 2.3.6 Vantagens e dificuldade da certificação..............................................34 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................36 3.1 ABORDAGEM DA PESQUISA.............................................................................36

3.2 PROCEDIMENTOS..............................................................................................36 4. RESULTADOS.......................................................................................................38 4.1 PANORAMA ATUAL DO PBQP-H/SiAC...............................................................38

4.1.1 O PBQP-H no Brasil...............................................................................38 4.1.2 O PBQP-H no Rio Grande do Sul..........................................................39 4.2 QUESTIONÁRIO..................................................................................................40 4.2.1 Caracterização das empresas do estudo de caso..............................41 4.2.2 Execução do PBQP-H...........................................................................43 4.2.3 Melhorias adquiridas com o PBQP-H...................................................44 4.2.4 Casos gerados pela implementação do PBQP-H................................45 4.2.5 Sustentabilidade...................................................................................46

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4.2.6 Propostas e melhorias ao PBQP-H......................................................47 5. CONCLUSÃO.........................................................................................................48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................50 ANEXOS....................................................................................................................52

ANEXO I..........................................................................................................52 ANEXO II.........................................................................................................54 ANEXO III........................................................................................................58

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1. INTRODUÇÃO Devido às mudanças que vem acontecendo de maneira cada vez mais

frequente no mercado de trabalho, o ambiente da construção civil tem se tornado

altamente competitivo. Esse fato faz com que as empresas que tem interesse em

crescer ou se manter no topo busquem mecanismos para isso, e um deles é o

Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, ou PBQP-H.

De forma sucinta, segundo o Ministério das Cidades (2017), esse programa tem

como objetivo melhorar a qualidade do habitat e modernizar a produtividade. A busca

por esses dois objetivos pode contar com um conjunto de ações, entre as quais se

destacam a melhoria da qualidade dos materiais utilizados, a avaliação da

conformidade de empresas de serviços e obras, a normalização técnica, a formação

e requalificação da mão-de-obra, a aplicação de tecnologias inovadoras, entre outras.

Assim, a implementação do programa incentiva a melhoria da qualidade do produto,

do serviço, uma redução nos custos e a otimização do uso dos recursos.

Além disso, o programa PBQP-H inclui uma preocupação com a

sustentabilidade no canteiro de obras, contendo indicadores como geração de

resíduos, consumo de água, e consumo de energia ao longo da obra. Essa atenção

especial à sustentabilidade, além de fazer bem para o meio ambiente e a todos os

envolvidos, também traz benefícios a própria empresa que aplica seus ideais,

podendo vir a ser reconhecida como “empresa sustentável”. Esse título, atualmente,

é de grande importância.

Inicialmente, será abordada a fundamentação do conceito de qualidade, do

Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, seu enfoque na

sustentabilidade e em sequência os benefícios e os obstáculos da implementação

desse programa na empresa de construção civil, bem como seus resultados no

mercado de trabalho, através de pesquisas na cidade de Santa Maria/RS.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral Este trabalho tem como objetivo geral analisar a implementação da certificação

PBQP-H em construtoras da cidade de Santa Maria/RS, visando identificar as

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dificuldades no processo e as melhorias proporcionadas, além de sua importância na

questão da sustentabilidade.

1.1.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos desse trabalho são:

a) Esclarecer os conceitos de qualidade, sustentabilidade e o que é o PBQP-

H;

b) Descrever o processo de implementação do programa de qualidade em

questão em construtoras de Santa Maria/RS;

c) Identificar as dificuldades encontradas durante o processo, e possíveis

motivos de desistência do programa;

d) Buscar as melhorias resultantes da implementação;

e) Avaliar a questão da sustentabilidade considerada no programa.

1.2 JUSTIFICATIVA

Esse trabalho procura compreender normas técnicas que regem a certificação

PBQP-H para que também seja possível melhorar a relação entre o meio ambiente e

o homem, além de enquadrar a empresa da construção civil em um patamar de

competitividade a partir da excelência na qualidade de produção e do produto.

O PBQP-H é um instrumento do Governo Federal para o cumprimento dos

compromissos firmados pelo Brasil quando da assinatura da Carta de Istambul

(Conferência do Habitat II/1996). A sua meta é organizar o setor da construção civil

em torno de duas questões principais: a melhoria da qualidade do habitat e a

modernização produtiva (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2017).

No mundo atual, qualidade do produto, flexibilidade, rapidez de entrega e

racionalização dos custos de produção são fatores determinantes da competitividade.

Para suprir essas mudanças, é necessária uma inovação tecnológica, implementação

de novas máquinas e/ou formas de produzir, sendo necessária, também, uma

normatização para elas com critérios de qualidade atuais. É o que acontece no PBQP-

H.

O SiAC, projeto do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do

Habitat, se trata de uma ferramenta que busca avaliar o sistema de gestão da

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qualidade aplicado na empresa, e é através de sua análise que esse trabalho tem o

intuito de promover e incentivar o uso de programas como esse em empresas da área

da construção civil, difundindo a prática de sistemas de gerenciamento da qualidade,

e a importância da sustentabilidade aliada ao empreendimento.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

2.1.1 Determinação do conceito de qualidade

A análise do termo qualidade não tem seu apogeu no programa de qualidade

tratado nesse, ou em qualquer outro programa da construção civil, mas sim na década

de cinquenta, onde um Japão devastado pela Segunda Guerra Mundial buscava se

reerguer e retomar seu status na economia internacional. Foi com a base e o auxílio

de pesquisadores da gestão de qualidade (chamados comumente de “gurus da

qualidade”) como William Edwards Deming, Joseph Moses Juran, dentre outros, que

o asiático Kaoru Ishikawa desenvolveu ferramentas que expandiram a ideia de

qualidade.

Para Juran (1993), o conceito de qualidade está ligado ao fato de que as

características do produto devem ir ao encontro das necessidades dos clientes,

enquanto que para Deming (1990), os produtos oferecidos devem obter uma certa

homogeneidade gerada a partir de métodos de controle dos processos produtivos.

Além disso, Crosby (1957) baseia-se em conceitos como “zero defeitos” e “fazer certo

à primeira”, focando o planejamento na prevenção de erros.

Ishikawa aprimorou os estudos existentes sobre um sistema de gestão

chamado Controle de Qualidade Total (Total Quality Control), ou TQC, citado pela

primeira vez por Armand Feigenbaum. Esse estudo acerca da gestão de qualidade

transcendeu o seu conceito, que era inicialmente aplicado ao produto, onde se

buscava somente um produto final sem defeitos, para um sistema de controle de todo

o processo de produção. Para ele, o controle de qualidade deve ser exercido por todas

as pessoas para a satisfação das suas necessidades 1

O controle de qualidade começa e termina com a educação. Para promove-lo

com a participação de todos, a educação em controle de qualidade precisa ser

fornecida a todos os empregados, do presidente aos operários na linha de montagem

(ISHIKAWA, 1962). Dessa forma, são criadas estratégias que antecedem a produção

1 FEIGENBAUM, Armand V. Controle da qualidade total: gestão e sistemas. São Paulo:

Markon, 1994.

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ou confecção, fazendo com que a qualidade seja buscada e controlada desde o

princípio das etapas e aplicada em todos os setores de uma empresa.

Na sequência da busca pela excelência da qualidade, procura-se também a

redução de custos, desperdícios e retrabalhos, uma vez que, mesmo que se tratando

de um insumo ou serviço de alta qualidade, se o seu preço não for adequado, o cliente

não se sentirá satisfeito. Como foi defendido por Crosby (1980) em sua síntese de

ideias, a qualidade é medida pelo custo da não qualidade. Isso significa que na

competitividade do mercado não há espaço para erros que dispendem mais gastos

na confecção do produto final, já que esse preço não vai ser coberto pelo consumidor,

e sim pelo provedor.

Segundo Deming (1990), qualidade é tudo aquilo que melhora o produto do

ponto de vista do cliente. Somente o cliente é capaz de definir a qualidade de um

produto. O conceito de qualidade muda de significado na mesma proporção em que

as necessidades dos clientes evoluem. Apesar de antiga, a definição de qualidade de

Deming ainda se enquadra nos dias atuais, uma vez que esse processo de acatar as

necessidades dos clientes está cada vez mais dinâmico. Assim, a mentalidade da

qualidade de uma empresa precisa manter uma rotina de retroalimentação e alteração

constante, buscando sempre melhorar.

Garvin (1988) também contribuiu com as chamadas “dimensões” do conceito

de qualidade, sendo elas: as suas características (atributos básicos e especificações

técnicas), desempenho (características operacionais básicas), confiabilidade

(probabilidade de o produto satisfazer em desempenho e condições operacionais),

conformidade (grau de concordância com as especificações), durabilidade (vida útil

do produto), estética (primeira impressão do produto), qualidade observada

(percepção individual do cliente com relação ao produto) e atendimento ao cliente.

A definição de qualidade dada pela NBR ISO 9000/2000, diz que ela é definida

como sendo o grau no qual um conjunto de características inertes (propriedades

diferenciadoras) satisfaz a requisitos (necessidades ou expectativas que são

expressas, geralmente, de forma implícita ou obrigatória).

Em resumo, a qualidade se trata da satisfação do cliente, sendo essa satisfação

uma variável de cada país e de cada época, e está atrelada às principais estratégias

de competitividade das empresas. Ela tomou proporções mais amplas, e hoje está

associada a produtividade, ao aumento dos lucros e a melhoria dos resultados através

da redução de perdas e de desperdício.

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2.1.2 A introdução da gestão de qualidade no Brasil

Foi somente em meados dos anos oitenta que surgiu o interesse da indústria

brasileira na gestão da qualidade, com foco direcionado estritamente ao produto final,

apenas em algumas poucas empresas e em áreas específicas. Entretanto, nos anos

seguintes, para que as empresas sobrevivessem ao crescimento e ao aumento da

competitividade do mercado, foi necessária uma busca por inovações que gerassem

incremento da produtividade, redução de custos e maior controle de qualidade dos

produtos. Foi graças a essas imposições de mercado que as técnicas de gestão de

qualidade, que foram aprimoradas nos anos cinquenta, adentraram a cultura brasileira

(FIGUEIREDO, 2006).

As normas de gestão da qualidade ISO, consolidadas nos anos noventa,

tiveram repercussão internacional e causaram uma revolução em alguns aspectos,

como o posicionamento estratégico com foco no mercado e no cliente, elevando o

patamar nacional em frente a abertura econômica do país gerada pela globalização

da economia.

Com a necessidade de competir com o mercado externo mais eminente, foram

introduzidas inovações administrativas e difundidas experiências e informações que

consolidaram a gestão da qualidade no país, como o Programa Brasileiro da

Qualidade e Produtividade, criado pelo Governo Federal no início dos anos noventa.

2.1.3 Qualidade no setor da construção civil

Dentre os diversos setores industriais, foi o da construção civil que apresentou

maiores dificuldades de adaptação à programas de qualidade e produtividade na

década de oitenta e no início dos anos noventa. Na época, o mercado apresentava

procura maior que a oferta e resultados compensadores economicamente. Diante

dessa situação, as empresas em geral não se sentiam motivadas a aderir a esses

programas de qualidade e produtividade (FIGUEIREDO, 2006).

Em linhas gerais, essas empresas não se preocupavam com a gestão da

qualidade e se mantinham fiéis à cultura do improviso e da tentativa e erro. No caso

de um processo não produzir os resultados esperados, poderiam apenas refazer esse

trabalho, pois os consumidores pagariam por qualquer custo adicional.

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No mesmo sentido, as empresas também não se preocupavam com a

qualidade do produto, que, por ser escasso, não sofria questionamentos dos clientes

quanto às suas características. Um aspecto cultural bastante disseminado é o fato de

que os usuários das edificações não aplicam, com relação a esse produto, as mesmas

exigências de desempenho e qualidade que exigem de produtos de outras indústrias

(VIEIRA e ANDERY, 2002).

Esse comportamento de improviso e tentativa e erro é visto até hoje na indústria

da construção civil, entretanto, a diferença é que esse retrabalho não é mais um

problema do cliente, mas sim da empresa, sendo esse fato, uma das principais fontes

de desperdício e prejuízos nesse mercado.

Todavia, na década de noventa, originou-se uma nova realidade de mercado,

devido à baixa competitividade das empresas existentes e os elevados ganhos

financeiros, culminando com o surgimento de muitas organizações. À vista disso, as

empresas perceberam a necessidade de modificarem suas práticas gerenciais, pela

adição de sistemas de gestão e de garantia da qualidade (VIEIRA e ANDERY, 2002).

Um exemplo disto, foi uma melhor qualificação na mão-de-obra, cronogramas mais

compactos e condizentes com a procura e um melhor fornecimento de matéria prima.

É necessário ressaltar, que as ferramentas da gestão de qualidade foram

desenvolvidas para uma produção seriada, enquanto a construção civil deve entregar

um produto único e individual, sem produção em cadeia. Ao contrário dos demais

setores, os operários circulam através do produto, e não o produto circula pelos

operários.

Nessa situação, surge a necessidade de um sistema de gestão de qualidade

diferenciado para esse setor e, algumas vezes, diferenciado também para cada

empreendimento em desenvolvimento.

Enquanto os demais produtos dos demais setores são, em geral, produzidos

em um curto espaço de tempo, uma obra leva de meses a anos para ser concluída, o

que a deixa sujeita a modificações ao longo de sua execução. Em algumas situações

pelo simples fato de novas tecnologias adentrarem o mercado, ou a novos modismos

que tendem a ser seguidos.

O primeiro programa de qualidade voltado especificamente para a construção

civil foi criado na segunda metade dos anos noventa, no estado de São Paulo. O

programa chamado QUALIHAB teve base na NBR ISO 9002:1994 e estabeleceu

requisitos a serem cumpridos por construtoras que se candidatassem a realizar obras

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para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU,

2017).

Já o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, ou PBQP-

H, foi estabelecido em 1998 e tem como objetivo básico apoiar o esforço brasileiro de

modernidade e promover a qualidade e produtividade do setor da construção civil,

visando aumentar a competitividade de bens e serviços por ele produzido

(MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2017).

Assim, desde meados dos anos noventa, a construção civil vivia uma fase de

crescimento. Programas como o Minha Casa Minha Vida, lançado em 2009, e eventos

como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 também foram uma

oportunidade para maiores investimentos na construção civil (DA SILVA COSTA,

2016).

É importante destacar que em 2013 ocorreu uma mudança relevante no cenário

das edificações: a Norma de Desempenho – NBR 15.575 (ABNT, 2013) entrou em

vigor. Esse documento, de forma geral, voltou-se ao incremento de qualidade nas

edificações habitacionais, instituindo assim, nível de desempenho mínimo para os

elementos principais da obra ao longo de sua vida útil. Dessa forma, incumbiram-se

os construtores, os projetistas, e à indústria de materiais a conferir maior qualidade na

prestação de serviços, melhorando o atendimento aos clientes, que se tornaram mais

exigentes (CATÁLOGO DE INOVAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL, 2016).

Porém, no final do ano de 2013, segundo levantamentos retirados da Revista

Exame (2015), a rentabilidade do setor caiu de 11,2% para 2,3%. À vista disso, a

construção civil tem vivido uma crise sem precedentes, resultado também da sua

participação em escândalos de corrupção atrelados ao governo.

O que vem acontecendo na economia atual, devido à crise que assola a

população, é um aumento de exigências relacionadas ao produto. Isso quer dizer que,

não basta que a indústria apenas forneça seus produtos ou serviços à população, mas

que ela também prove e garanta que eles tenham a qualidade superior aos demais ou

diferenciais que agreguem valor, de forma que as necessidades e expectativas do

cliente sejam atendidas.

Para que a crise vivida na construção civil seja superada, é preciso que os

sistemas de gestão de qualidade sejam mais rigorosos, uma vez que não há mais

espaço para retrabalhos e outros problemas enfrentados ao longo dos

empreendimentos. Além disso, novas tecnologias e novos processos de produção

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também podem alavancar o setor construtivo através da competitividade. Essa

melhoria contínua dos processos de produção torna os negócios da empresa, além

de rentáveis, sustentáveis.

Segundo o portal da SEBRAE (2014), o setor da construção civil se tornou mais

dinâmico nos últimos trinta anos, sofrendo alterações de acordo com as novas

tecnologias e os novos modismos que vem surgindo. Dessa forma, houve uma

necessidade de monitoramento constante das etapas de uma obra, do projeto à

execução, de modo a garantir a qualidade exigida pelo cliente e o custo estimado, que

sempre deve buscar ser reduzido.

Esse monitoramento permite a empresa a detecção de pontos fracos a serem

reavaliados e pontos fortes a serem aperfeiçoados. Uma das ferramentas para esse

controle foram os programas de gestão, alguns deles tão importantes que se tornaram

exigências de órgãos públicos, entidades do setor e agências de financiamento para

que se efetivasse alguma parceria.

Além disso, é válido destacar que a adoção de inovações contribui

significativamente para o incremento da qualidade do produto final, porém, como

publicado na revista Construção Mercado (2014), o uso de muitas soluções não

estava bem difundido entre as construtoras, pois faltavam informações sobre os

benefícios indiretos, ou seja, faltava aos construtores se apropriarem das soluções

existentes no mercado com a finalidade de aumentar a produtividade da empresa. A

Câmera Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) identificou a necessidade de as

empresas do setor incorporarem inovações tecnológicas ao segmento e coordenou o

Programa de Inovação Tecnológica (PIT), que engloba diversos projetos, dentre os

quais, um é voltado para a capacitação para a inovação, através da coleta e

divulgação de casos de implementação de práticas inovadoras (CATÁLOGO DE

INOVAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL, 2016).

Percebe-se então, que há alguns anos o setor da construção vem buscando

inovações e boas formas de injeta-las em suas empresas em prol de um objetivo

principal: o de melhoria na qualidade e na produtividade.

2.2 SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL Conforme um diagrama de sustentabilidade urbana elaborado pela

Universidade de Michigan com a ONU-Habitat (2002), que traz a noção de

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“interseções duais/bilaterais” de um tripé de relações que, ao se entrelaçar,

encaminharia um processo em direção à sustentabilidade. Os enfoques social,

econômico e ambiental se cruzam para formar três interseções: equitativo (social e

econômico); tolerável (social e ambiental) e viável (ambiental e econômico). No

cruzamento das três está a sustentabilidade. Para que as iniciativas tenham

pretensões sustentáveis, teriam que vislumbrar ao menos duas dessas três

interseções (CADERNO – POR UMA NOVA CULTURA URBANA, 2017). A Figura 1,

retirada de um caderno de referência publicado pela CBIC, ilustra esse diagrama.

Figura 1 – Diagrama de inter-relações da vida em sociedade urbana.

Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção, 2017.

De maneira similar, conforme explicado na cartilha de construções sustentáveis

publicada pelo Ministério do Meio Ambiente, sustentabilidade é a busca de um

equilíbrio em que a sociedade, a economia e o ambiente se somam e vivem em

harmonia. Para que algo seja considerado sustentável, deve atender à três pilares,

deve ser: economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente adequado.

Hoje, a população do planeta Terra é de aproximadamente 7,6 bilhões de

pessoas, e muitas delas, adquiriram somente nos últimos tempos a possibilidade de

consumir, acumulando bens que ultrapassem às suas necessidades, buscando mais

conforto para si mesmos e suas famílias. Devido a este fato, brasileiros tem tido

maiores oportunidades de construir e reformar. A busca de uma vida urbana e o

abandono da vida rural também são um motivo para essa extrapolação no consumo

de recursos naturais.

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Entretanto, a Terra continua sendo apenas uma, e ela apresenta limites

naturais relacionados a essa exploração ambiental que devem ser respeitados. O

consumo sustentável é a única maneira de garantir qualidade de vida.

Sendo assim, o setor da construção civil tem pela frente o desafio de introduzir

na área urbana um novo conceito de habitação e construção, que ofereça ao cliente

o que ele busca e ao mesmo tempo uma redução de impactos ambientais ao planeta,

através de usos mais eficientes dos recursos e materiais, da diminuição de

desperdícios, e do desenvolvimento de projetos sustentáveis, que apresentem, por

exemplo, iluminação e ventilação naturais, além de outras vantagens providas pelo

meio ambiente, o consumo sustentável pode ser alcançado.

O desenvolvimento de pesquisas no ramo sustentável vem provando para

todos que alternativas sustentáveis, também chamadas de “eficientes” ou

“inteligentes”, estão disponíveis de forma acessível para todos os brasileiros, como é

o caso de lâmpadas mais econômicas, torneiras de fechamento automático e tintas à

base de água (CADERNOS DE CONSUMO SUSTENTÁVEL, 2017).

Segundo o Conselho Internacional da Construção (CIB), a indústria da

construção é o setor que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma

intensiva. Além disso, estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo

conjunto das atividades humanas sejam provenientes da construção.

A Agenda de Desenvolvimento Sustentável Pós-2015, também chamada

Agenda 2030, em vigor desde 2016, corresponde a um conjunto de programas, ações

e diretrizes que orientam os trabalhos das Nações Unidas e dos países membros em

busca de um crescimento sustentável. Nela, foram propostos 17 Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável (ODS), 169 metas e os meios de implementação das

mesmas. Além disso, mecanismos de acompanhamento devem ser inseridos, de

forma que os países consigam comunicar seus êxitos e identificar seus desafios,

ajudando-os a traçar estratégias e avançar em seus compromissos com o

desenvolvimento (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2016).

Um empreendimento sustentável gera uma economia de aproximadamente

30% em sua manutenção. Economiza-se água e energia, aumenta-se a vida útil e a

acessibilidade, ademais, a utilização de material reciclado também pode trazer

economia à obra (CADERNOS DE CONSUMO SUSTENTÁVEL, 2017).

Além de todas essas vantagens, a sustentabilidade em uma empresa também

serve como diferencial de qualidade e competitividade. A conscientização da

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população em relação a necessidade de limites na relação ser humano-meio ambiente

faz com que os clientes da indústria da construção civil vejam com bons olhos e

busquem uma empresa que usufrua de preferências sustentáveis.

Segundo pesquisa realizada recentemente pela Câmara Brasileira da Indústria

da Construção (CBIC), é possível notar que o consumidor brasileiro está cada vez

mais exigente sobre as inovações nos serviços de construção civil e disposto a pagar

mais, desde que o produto beneficie o consumo consciente.

Diante do crescimento desse cenário, é notável o aumento do número de

empresas à adotarem um perfil com maior responsabilidade socioambiental, e isso vai

além dos resultados no faturamento da empresa. Ao reconhecer essa necessidade e

buscar inovações ligadas a ela, as empresas estão contribuindo com a sociedade e

ganhando valor frente ao mercado de investidores e acionistas.

Além das iniciativas do setor de construção, vem acontecendo, também, o

incentivo do Governo. Em São Paulo, por exemplo, a prefeitura vem aumentando as

áreas denominadas Ecopontos, que são utilizadas para descarte de entulho e

resíduos de construções de pequeno porte, além de facilitar sua reciclagem (PORTAL

DA PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO, 2017).

Sendo assim, consoante ao bem de imensurável valor que é a qualidade de

vida no Planeta Terra, tanto para as pessoas que o habitam quanto para as futuras

gerações, a implementação de técnicas sustentáveis no setor da construção civil vem

para trazer ainda mais benefícios, como o aumento da produtividade, a redução de

custos e desperdícios, a abertura de novos mercados, a economia em manutenção e

a maior durabilidade de empreendimentos.

2.3 O PROGRAMA BRASILEIRO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DO HABITAT

2.3.1 PBQP-H: conceito, estruturação e objetivos

O Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Construção

Habitacional foi instituído em 18 de dezembro de 1998, pela Portaria nº 134/08, e se

trata de um instrumento do Governo Federal para exercer o cumprimento de

compromissos firmados pelo país através da assinatura da Carta de Istambul

(Conferência do Habitat II/1996). Nesta conferência, marcada pelo contexto da

urbanização crescente e problemática, ampliou-se o espectro de setores

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representantes, e, consagrou-se pela temática da descentralização e do poder local,

incluindo a participação de novos atores políticos como reguladores do meio urbano.

No ano de 2000, o programa sofreu uma ampliação, passando a englobar as

áreas de saneamento e infraestrutura urbana, e passando a se chamar Programa

Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, conceito mais amplo e que reflete

melhor sua nova área de atuação (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2017).

Em geral, o PBQP-H tem como objetivo principal elevar os patamares de

qualidade e produtividade da construção civil, através da modernização de suas

técnicas de mão-de-obra e gerenciais, além de ampliar o acesso a moradia, em

especial, para a população de mais baixa renda. A busca por esses objetivos envolve

um conjunto de ações, dentre as quais, se destacam a avaliação da conformidade de

empresas de serviço e obras, a melhoria da qualidade de materiais, a formação e

requalificação da mão-de-obra, a normalização técnica, a capacitação de laboratórios,

a avaliação de tecnologias inovadoras, a informação ao consumidor e a promoção da

comunicação entre os setores envolvidos (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2017).

O Programa é constituído por diversas entidades, como a Secretaria Nacional

da Habitação e o Ministério das Cidades, e tem sua gestão compartilhada por

construtores, projetistas, fornecedores, fabricantes de materiais e componentes, e

ainda, da comunidade acadêmica e de entidades de normalização e do Governo

Federal, que representam segmentos de cadeia produtiva. Dessa forma, o PBQP-H

se trata de um sistema construído a base de consensos e arranjos institucionais

firmados na parceria do setor público e privado.

A Figura 2 representa as relações institucionais do programa:

Figura 2 - Arranjo Institucional do PBQP-H

Fonte: Ministério das Cidades, 2017.

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Conforme demonstrado na Figura 2, o PBQP-H está inserido na estrutura do

Ministério das Cidades, mais especificamente na Secretaria Nacional de Habitação.

Ele conta com uma estrutura matricial de projetos, criada para dar conta do processo

de gestão e articulação do setor privado com a sociedade. As Coordenações, o Fórum

de Representantes Estaduais, o Comitê Consultivo (CTECH) e um Grupo de

Assessoramento (GAT) são os integrantes dessa estrutura, como demonstra a Figura

3, retirada do Ministério das Cidades:

Figura 3 - Estrutura do PBQP-H

Fonte: Ministério das Cidades, 2017.

Com a finalidade de alcançar melhores resultados na implementação do

desenvolvimento sustentável da habitação e saneamento urbano, o PBQP-H se

articula com o setor privado, envolvendo entidades representativas da área em sua

constituição.

Através de duas Coordenações Nacionais, as diretrizes são traçadas em

conjunto com o Ministério das Cidades em um fórum próprio de caráter consultivo

chamado Comitê Nacional do Desenvolvimento Tecnológico da Habitação (CTECH),

cuja presidência é rotativa entre entidades do governo e do setor privado.

O programa busca estimular o uso eficiente dos recursos existentes, oriundos

de fontes como OGU, FGTA, Poupança, entre outros, e sua aplicação através de

diferentes entidades, como CAIXA, BNDES, FINEP, SEBRAE, SENAI, entre outros.

Como o PBQP-H conta com grande investimento do setor privado, os recursos do

Governo Federal são focados no custeio, estruturação de novos projetos e divulgação,

apenas (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2017).

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O efeito de maior importância trazido pelo programa foi a formação de um novo

ambiente tecnológico e de gestão para o setor da construção civil, no qual suas ações

são firmadas visando à modernização não só no sentido de desenvolvimento ou

compra de tecnologias ligadas ao processos de produção e execução, ou materiais e

componentes industrializados adquiridos, mas também no setor organizacional

através de ferramentas de gestão de recursos humanos, de qualidade, de suprimento,

de informações de fluxos de produção e de projetos, por exemplo (MINISTÉRIO DAS

CIDADES, 2017).

Além disso, o programa conta com uma atuação integrada do poder público,

que amplia e otimiza os recursos e as ações com maior harmonia entre as políticas

de habitação municipais, estaduais e federais, descentralizando, de forma com que

sua aplicação seja mais coerente com a realidade de cada estado. A participação da

sociedade civil entrou para o programa para assegurar que as ações do poder público

correspondam às necessidades e prioridades da população (MINISTÉRIO DAS

CIDADES, 2017).

Ainda conforme cita o Ministério das Cidades (2017), os objetivos específicos

do programa são os seguintes:

a) Universalizar o acesso à moradia, ampliando o estoque de moradias e

melhorando as existentes;

b) Fomentar o desenvolvimento e a implantação de instrumentos e

mecanismos de garantia da qualidade de projetos e obras;

c) Fomentar a garantia da qualidade de materiais, componentes e sistemas

construtivos;

d) Estimular o inter-relacionamento entre agentes do setor;

e) Combater a não conformidade técnica intencional de materiais,

componentes e sistemas construtivos;

f) Estruturar e animar a criação de programas específicos visando à formação

e requalificação de mão-de-obra em todos os níveis;

g) Promover o aperfeiçoamento da estrutura de elaboração e difusão de

normas técnicas, códigos de práticas e códigos de edificações;

h) Coletar e disponibilizar informações do setor e do Programa;

i) Apoiar a introdução de inovações tecnológicas;

j) Promover a melhoria da qualidade de gestão nas diversas formas de

projetos e obras habitacionais;

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k) Promover a articulação internacional com ênfase no Cone Sul.

2.3.2 Projetos do PBQP-H: O SiAC

O programa é estruturado em projetos, onde cada projeto corresponde a um

conjunto de ações que busca desenvolver uma específica área da construção civil.

Dentre eles, o de maior interesse para os estudos deste, é o Sistema de Avaliação da

Conformidade de Empresas de Serviços e Obras (SiAC). Através desse projeto, se

avalia a conformidade do sistema de gestão da qualidade das empresas de serviços

e obras, considerando as características específicas da atuação dessas empresas no

setor da construção civil, baseado nas normas ISO 9000 (MINISTÉRIO DAS

CIDADES, 2017).

O Referencial do SiAC é aplicável a toda empresa construtora que pretenda

melhorar sua eficiência técnica e econômica e eficácia por meio da implementação de

um sistema de gestão da qualidade, independente do subsetor onde atue, desde que

respeite as especificidades definidas no documento Requisitos Complementares

aplicável ao subsetor em questão. Ainda conforme este referencial, ele visa, antes de

tudo, aumentar a satisfação dos clientes no que diz respeito ao atendimento de suas

exigências.

Um dos pontos marcantes da abordagem de processo é o da implementação

do ciclo de Deming, ou da metodologia conhecida como PDCA (do inglês Plan, Do,

Check e Act), onde, traduzindo e adequando ao português, Planejar significa prever

as atividades ou processos necessários para o atendimento das necessidades do

cliente, Executar significa a ação de execução das atividades ou processos

planejados, Controlar significa medir e checar os processos e seus resultados quanto

ao atendimento das exigências dos clientes, além de analisar os resultados e por fim

Agir, que significa levar adiante as ações que permitam melhoria permanente do

desempenho dos processos.

Os princípios do SiAC, segundo o Regimento são:

a) Abrangência Nacional: o Sistema é único, definido por um Regimento

Geral, Regimentos Específicos e Referenciais Normativos, adaptados às

diferentes especialidades técnicas e sub-setores da construção civil

envolvidos na produção do habitat.

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b) Caráter Evolutivo: Regimento estabelece níveis de avaliação da

conformidade progressivos, segundo os quais, os sistemas de gestão de

qualidade das empresas são avaliados e classificados. Ao mesmo tempo,

induz a implantação gradual do sistema da qualidade, dando às empresas

o tempo necessário para realizar a tarefa.

c) Caráter Pró-Ativo: busca-se criar um ambiente de suporte, que oriente as

empresas na obtenção do nível de avaliação da conformidade almejado.

d) Flexibilidade: pode se adequar às características regionais, às diferentes

tecnologias e às formas de gestão próprias das especialidades técnicas e

seus sub-setores.

e) Sigilo: as informações referentes a cada empresa são de caráter

confidencial. Transparência, de forma que os critérios e decisões tomadas

devam, necessariamente, ser pautados pela clareza e impessoalidade.

f) Independência: os agentes envolvidos nas decisões têm autonomia e

independência. O SiAC não tem fins lucrativos, e a relação de empresas

avaliadas em conformidade é pública e divulgada a todos os interessados.

g) Harmonia com o INMETRO: o INMETRO disponibiliza um Programa de

Credenciamento específico, de forma que os Certificados de Conformidade

para diversos níveis só terão validade se emitidos por Organismos de

Certificação de Obra (OCOs), credenciados pelo INMETRO e autorizados

pela Comissão Nacional do SiAC.

O objetivo do sistema, segundo Artigo 2º do Regimento Geral do SiAC, é avaliar

a conformidade de sistemas de gestão da qualidade de empresas do setor de serviços

e obras atuantes na construção civil. Essa avaliação é conduzida por um Organismo

de Avaliação da Conformidade (OAC), com base no próprio regimento, nos demais

documentos normativos de referência e na ABNT NBR ISO/IEC 17021-1 – Avaliação

da conformidade – Requisitos para organismos que fornecem auditoria e certificação

de sistemas de gestão – Parte 1: Requisitos.

Além disso, a estrutura do SiAC é constituída pelos seguintes agentes:

Coordenação Geral do PBQP-H, Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico

da Habitação (CTECH), Comissão Nacional (C.N.) e os já citados OACs, acreditados

pela Coordenação Geral da Acreditação do Instituto Nacional de Metrologia,

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Qualidade e Tecnologia (CGCRE) e autorizados pela C.N. para emitirem certificados

de conformidade do SiAC.

O projeto é composto por dois níveis, são eles: Nível B e Nível A. Cada nível

atende a uma série de requisitos da norma, e, dessa forma, o sistema propõe uma

evolução da implementação dos patamares de qualidade do setor.

2.3.3 Auditorias e etapas de implantação

Segundo o artigo 3º do Regimento Geral do SiAC, para a especialidade técnica

Execução de Obras, os subsetores passíveis de certificação são os seguintes:

a) Obras de edificações

b) Obras de saneamento básico

c) Obras viárias e obras de arte especiais.

Além dos requisitos do Referencial Normativo de cada nível que serão citados

a seguir, cada subsetor possui também requisitos complementares condizentes.

Inicialmente, para realizar a certificação, é necessário verificar os pré-requisitos

do programa, que são os seguintes:

a) Possuir pelo menos uma obra em andamento, já que na auditoria de

certificação é preciso comprovar que a empresa já executou pelo menos a

metade dos serviços controlados

b) Possuir Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)

c) Atender às exigências da norma SiAC de acordo com o nível de certificação

e subsetor em questão (as quais são encontradas nos Anexos I e II).

Para atender as exigências do Referencial normativo do SiAC, é necessário

conhece-lo e interpreta-lo de forma correta. Essas normas são divididas nos seguintes

tópicos:

a) Sistema de Gestão da Qualidade: este requisito determina que a

organização deve elaborar, implementar, manter e melhorar continuamente

o seu sistema de gestão da qualidade, devendo, para tanto, “mapear” o

fluxo dos diversos processos existentes, estabelecendo indicadores e

metas para cada um deles. Além disso, a organização deve manter

procedimentos documentados, bem como os registros relativos à operação

do sistema de gestão da qualidade.

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b) Responsabilidade da direção da empresa: este requisito determina que a

alta direção deve definir a política de qualidade da organização, bem como

os objetivos e planos da qualidade, além de providenciar os demais

recursos, a fim de que a organização atinja os objetivos estabelecidos.

Além disso, o requisito determina que a alta direção deve monitorar a

eficácia do sistema de gestão da qualidade.

c) Gestão de recursos: este requisito determina que todos os colaboradores

que desempenham atividades que interferem na qualidade do

produto/serviço da organização devem ter capacidade para tal, bem como

devem estar conscientes da política da qualidade declarada pela

organização. Além disso, o requisito determina que os demais recursos

(materiais e tecnológicos) sejam compatíveis com a qualidade requerida e

estejam à disposição dos colaboradores para serem utilizados.

d) Execução da obra: este requisito determina que a organização deve

executar a obra sob condições controladas, ou seja, deve estabelecer um

plano de qualidade da obra que contemple desde a qualidade do canteiro

de obras, estendendo-se ao planejamento dos mecanismos de

desenvolvimento dos projetos e demais serviços a serem desenvolvidos

nas obras, quer sejam elas de edificações, saneamento ou obras viárias.

Além disso, a organização deve exercer controle sobre os equipamentos

com os quais os diversos serviços são executados.

e) Medição, análise e melhoria: este requisito determina que a organização

deve estabelecer e implementar mecanismos de controle das não-

conformidades produzidas, bem como das ações corretivas e preventivas

determinadas. Além disso, a organização deve implementar mecanismos

voltados para o monitoramento da satisfação do cliente. Finalmente,

destaca-se que a organização deve realizar auditorias internas sobre o seu

sistema de gestão da qualidade, a fim de verificar a sua adequação, bem

como subsidiar a alta direção para que ela realize a denominada “Análise

Crítica do Sistema” (avaliação global da eficácia do sistema).

Tendo os pré-requisitos implantados, é necessário enviar uma declaração de

interesse de certificação para o Ministério das Cidades e se inscrever no programa.

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Essa declaração é um modelo padrão e deve ser assinada e reconhecida em cartório

(SIENGE, 2017).

O processo de verificação é a auditoria e ela ocorre em 2 fases:

1ª Fase: Chamada de auditoria inicial, são avaliadas as documentações

obrigatórias pela norma SiAC (manual de qualidade, controle de documentos,

controle de registros, auditoria interna, não conformidade, ação corretiva, ação

preventiva, análise crítica pela alta direção, objetivos da qualidade, entre

outros) e plano de auditoria para a auditoria da fase 2.

2ª Fase: Chamada de auditoria principal, são avaliados todos os processos da

empresa, conforme plano de auditoria disponibilizado na fase inicial. Após

conclusão dessa auditoria a empresa já sabe como está seu sistema de gestão

da qualidade, se ela será recomendada, se terá que tratar alguma não

conformidade ou se ela não foi recomendada.

Após a auditoria e verificação da conformidade pelo OAC, a empresa receberá

seu certificado e poderá consultar seu nome no site oficial do PBQP-H. O sistema de

gestão da qualidade da empresa deverá ser mantido, ou seja, tudo o que foi

implantado deverá ter continuidade, pois anualmente a empresa receberá auditorias

de manutenção onde será verificado se a empresa está realmente o mantendo.

2.3.4 Níveis A e B da Especialidade Técnica Execução de Obras do SiAC: Implementação

Para adquirir o nível de certificação B, a empresa necessita ter implantado

aproximadamente 74% dos requisitos determinados pelas normas SiAC, além de ter

no mínimo o controle de 40% a 50% dos serviços e dos materiais controlados,

respectivamente. Já para o nível A, a empresa deve ter implantado 100% dos

requisitos determinados pelas normas SiAC, além de ter 100% do controle dos

serviços e materiais.

Ambos os níveis têm validade máxima de 3 anos, conforme contrato com o

organismo certificador. Após esse período a empresa que se encontra no Nível B,

deverá evoluir seu sistema de gestão para o Nível A, e após 3 anos neste novo nível,

o contrato com o organismo certificador é renovado. A empresa que for certificada no

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Nível A deve sempre se manter neste nível, uma vez que ele representa o nível

máximo do programa.

2.3.5 Sustentabilidade no PBQP-H

Desde 2012 o SiAC conta com algumas exigências relativas à sustentabilidade,

que são os indicadores. A partir deles, as empresas construtoras que atuam no setor

de obras e edificações, devem estabelecer objetivos da qualidade voltados a

sustentabilidade dos canteiros de obras. Esses objetivos não estão identificados na

norma SiAC, logo, eles variam para cada construtora.

Conforme o referencial, seus indicadores devem ser os seguintes:

a) Indicador de geração de resíduos ao longo da obra: volume total de

resíduos descartados por trabalhador por mês – medido mensalmente e de

modo acumulado ao longo da obra em m³ de resíduos

descartados/trabalhador.

b) Indicador de geração de resíduos ao final da obra: volume total de resíduos

descartados por m² de área construída – medido de modo acumulado ao

final da obra em m³ de resíduos descartados/m² de área construída.

c) Indicador de consumo de água ao longo da obra: consumo de água potável

no canteiro de obras por trabalhador por mês – medido mensalmente e de

modo acumulado ao longo da obra em m³ de água/trabalhador.

d) Indicador de consumo de água ao final da obra: consumo de água potável

no canteiro de obras por m² de área construída – medido de modo

acumulado ao final da obra em m³ de água/m² de área construída.

e) Indicador de consumo de energia ao longo da obra: consumo de energia

elétrica no canteiro de obras por trabalhador por mês – medido

mensalmente e de modo acumulado ao longo da obra em kWh de energia

elétrica/trabalhador.

f) Indicador de consumo de energia ao final da obra: consumo de energia no

canteiro de obras por m² de área construída – medido de modo acumulado

ao final da obra em kWh de energia elétrica/m² de área construída.

A criação e implementação desses indicadores faz com que essas informações,

antes desconhecidas pelas empresas, se tornem agora uma preocupação. Assim,

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cabe a cada construtora adotar melhorias ambientais que reduzam seus indicadores.

Esse pode ser considerado o primeiro passo em busca da sustentabilidade, uma vez

que apenas essas ações não são suficientes para que a construção civil minore a

geração de resíduos e poluição.

Outro ponto de requisito normativo que diz respeito ao cuidado com o meio

ambiente é a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que contém uma exigência

relacionada ao destino adequado dos resíduos sólidos e líquidos gerados pela obra.

Eles devem ser tratados em conformidade com a Política Nacional de Resíduos

Sólidos e com as legislações estaduais e municipais aplicáveis. Essa questão se

encontra no Plano de Qualidade da Obra, que deve ser elaborado pela empresa.

2.3.6 Vantagens e dificuldade da certificação

É de o perfil de empresas construtoras ter sua maior preocupação na contenção

de gastos, e a certificação é vista como mais um custo em seus orçamentos, logo, ela

não é tida como prioridade para a maioria delas. O que não está calculado são as

economias geradas, por exemplo, pela redução do retrabalho, diminuição de

processos, menores problemas com relação a fornecedores, além de benefícios como

a garantia do domínio tecnológico, a maior competitividade e a conscientização dos

profissionais sobre a importância da qualidade e clientes mais satisfeitos.

Outro fator benéfico da certificação são os financiamentos de bancos como

Caixa Econômica Federal, Bradesco, Santander, Banco do Brasil, entre outros, que

exigem a mesma para serem aprovados.

Programas como o do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), BNDES

CONSTRUÇÃO CIVIL também são um exemplo de vantagem da certificação uma vez

que pretendem obter a certificação do PBQP-H e concedem benefícios àquelas que

já o possuem.

Já a considerada maior dificuldade de implementação do PBQP-H é, em geral,

a falta de envolvimento da direção e a resistência da documentação dos processos,

onde se tem medo de burocratização da empresa.

Além dessas, são consideradas também as dificuldades em adequação das

normas, fatores comportamentais dos funcionários, interpretação da norma sendo

necessário um gasto a mais com consultorias, e problemas na capacitação de

funcionários.

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Em resumo, segundo o Ministério das Cidades, já são milhares as empresas

certificadas e a busca pelo mesmo segue aumentando por motivos já registrados

nesse, como o aumento da competitividade, e, obviamente, da qualidade e

produtividade. Fatores esses, que devem ser ponderados por uma construtora na sua

consideração de implementação de um sistema de gestão. Esse assunto será visto

de forma mais detalhada no decorrer desse.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 ABORDAGEM DA PESQUISA

Essa pesquisa apresenta, sob enfoque de pesquisa qualitativa, as vivências,

experiências e opiniões de empresas de construção civil que obtiveram a qualificação

no programa de qualidade PBQP-H em diferentes níveis de implantação e situações.

A pesquisa que foi desenvolvida tem característica explanatória, visando captar

através do estudo de caso, as perspectivas, interpretações e dificuldades do pessoal

envolvido a respeito da realidade da certificação do PBQP-H.

3.2 PROCEDIMENTOS

Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o PBQP-H, o que

ele significa, qual sua importância e o seu processo de implementação através de

artigos, dissertações, teses e monografias, que foram buscadas pelo Google

Acadêmico. Além disso, o próprio portal do Ministérios das Cidades, na página no

programa, foi uma das bases da pesquisa, além de outros diversos sites.

Na sequência, no portal do Ministério das Cidades, foi realizada, no mês de

outubro de 2017, uma pesquisa no banco de dados do programa PBQP-H para coleta

de informações quantitativas em relação ao número de empresas com a certificação

em dia em todo o país, e o número de empresas que desistiram da certificação. Em

seguida, a pesquisa partiu para a área regional do Sul, estado do Rio Grande do Sul,

coletando os mesmo dados, e também um quantitativo de empresas em Nível A e B

de certificação.

O trabalho é voltado às construtoras da cidade de Santa Maria, uma vez que o

contato com elas seria facilitado, e o conhecimento das mesmas já existia. Então,

foram escolhidas empresas da cidade com certificação validada e vencida para que

fossem submetidas a um questionário. O qual foi elaborado baseado nas pesquisas

realizadas para a revisão, e montado de uma forma que todas as questões fossem

respondidas de forma simples e rápida, mas ao mesmo tempo que esclarecessem

como é o processo de implementação e gestão em cada empresa, sobre o impacto

na sustentabilidade e seus resultados, ele é encontrado no Anexo III.

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Com a escolha das empresas concluída e o questionário elaborado, as

empresas foram contatadas, por telefone ou e-mail, para que fossem convidadas a

participar da pesquisa. Para as que aceitaram, foi enviado o questionário, que foi

respondido através de uma ferramenta do Google que gera formulários, deixando à

critério das mesmas se gostariam ou não de ter seus nomes revelados. Na maioria

dos casos o questionário foi respondido pelo diretor da empresa ou pelo engenheiro

responsável.

Depois de ter em mãos as respostas, elas foram avaliadas e agrupadas em

forma gráfica ou de tabela, para que fosse possível tirar conclusões e avaliações dos

benefícios e dificuldades da certificação, e acerca da importância do programa para a

gestão da qualidade e para a sustentabilidade das empresas. Como uma empresa

escolheu se manter anônima, optou-se por identificar todas de forma aleatória com as

letras “A”, “B”, “C”, “D” e “E”.

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4. RESULTADOS

4.1 PANORAMA ATUAL DO PBQP-H/SiAC

A partir do banco de dados do programa PBQP-H, no Ministério das Cidades

(2017), é possível buscar, por região, estado, nível e situação de certificação, quantas

empresas foram avaliadas pelo programa, além de uma lista com o nome de cada

uma delas. Foi através dessa ferramenta que, a pesquisa a seguir, foi realizada para

complementação do trabalho.

4.1.1 O PBQP-H no Brasil

Os dados coletados no Ministério das Cidades (2017), foram em relação às

empresas em cada região do país que possuem a certificação em vigência ou com

seu prazo vencido. Através da Tabela 1, pode-se perceber a diferença para cada

região, e no Brasil em sua totalidade.

Tabela 1 – Quantitativo de empresas avaliadas pelo PBQP-H em vigência, prazo vencido e total para

cada região.

TOTAL VIGENTE VENCIDO

SUL 2507 472 2035

SUDESTE 4574 1034 3540

NORDESTE 2150 366 1784

NORTE 1964 178 1786

CENTRO-OESTE 1384 185 1199

BRASIL 12579 2235 10344 Fonte: Autor.

É possível perceber que com o passar o tempo, maior parte das empresas

desistiu da certificação. Os principais motivos, segundo Alves (2013), em sua

pesquisa realizada em empresas construtoras na cidade de Criciúma/SC, podem ser

as dificuldades de adequação e interpretação das normas, fazendo com que elas

tenham que recorrer a consultorias, o que implica em aumento de gastos, a resistência

por parte dos funcionários e colaboradores, burocratização da empresa e a

capacitação dos funcionários, uma vez que a área da construção civil se trata de um

ambiente com alta rotatividade de operários, tornando assim difícil qualifica-los.

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Além disso, também é notável a diferença da quantidade de empresas

certificadas em cada região, sendo a região Sudeste a com maior número de

certificados em vigência e a Norte com o menor (quase 6 vezes menor). Tal fato pode

ser explicado pelas diferenças culturais, econômicas e geográficas em cada estado,

que acabam por influenciar o setor da construção civil regionalmente. Além disso, o

nível de incentivo e importância que cada governo estadual, administração municipal,

órgão e empresa pública dá ao programa, também são questões que influenciam

nessa quantidade desparelha de certificações. O Gráfico 1 demonstra mais

nitidamente essa diferença pela porcentagem de empresas certificadas em cada

região, somente de empresas com prazo em vigência.

Gráfico 1 – Divisão regional de empresas certificadas com prazo em vigência.

Fonte: Autor.

4.1.2 O PBQP-H no Rio Grande do Sul

Ao mudar o foco da pesquisa para o estado do Rio Grande do Sul, a diferença

entre certificações vigentes e vencidas segue no mesmo nível. Verifica-se que da

totalidade de 795 empresas avaliadas, apenas 148 possuem a certificação do

programa válida.

Dessas 148 empresas, 102 delas possuem a certificação em nível A, enquanto

as outras 46 em nível B. O Gráfico 2 demonstra essa variação.

21%

46%

17%

8%8%

PBQP-H no Brasil

SUL SUDESTE NORDESTE NORTE CENTRO-OESTE

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Gráfico 2 – Empresas gaúchas avaliadas em nível A e B.

Fonte: Autor.

Essa diferença pode ser simplesmente explicada pelo fato de que o nível A de

certificação oferece um número maior de vantagens para a empresa, tais como

maiores subsídios e uma gama maior de oportunidades para se contrair investimentos

de órgãos públicos. Além disso, as diferenças entre as exigências para certificação

nível A e B são pequenas quando comparadas (Anexo I), o que faz com que as

empresas optem pelo nível superior sem passar pelo nível inferior.

4.2 QUESTIONÁRIO

Nessa parte do capítulo, as informações coletadas através do Questionário do

Anexo III, serão reunidas, demonstradas e analisadas. Das cinco empresas, uma

escolheu manter-se anônima, e devido a esse fato optou-se por manter todas elas no

anonimato, chamando-as aleatoriamente pelas letras “A”, “B”, “C”, “D” e “E”.

O questionário foi respondido pelos diretores ou engenheiros das empresas

inicialmente apresentando as características e informações particulares de cada uma

delas, para depois partir para as respostas específicas do Programa. E é nessa

mesma ordem que a pesquisa será aqui demonstrada.

69%

31%

PBQP-H no Rio Grande do Sul

Nível A Nível B

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4.2.1 Caracterização das empresas do estudo de caso

Inicialmente, cinco empresas construtoras da cidade de Santa Maria/RS foram

convidadas a participar da pesquisa, realizada através do Questionário presente no

Anexo III. As questões foram respondidas nos meses de outubro e novembro de 2017.

Uma empresa optou pelo anonimato, desta forma, todas foram chamadas

aleatoriamente de empresas “A”, “B”, “C”, “D” e “E”, e as suas características serão

mostradas na Tabela 2.

Tabela 2 – Informações das empresas.

Empresa Ano de

fundação Nº de

funcionários Porte da empresa

A 1993 400 MDE

B 1991 43 PE

C 2012 75 PE

D 2007 93 PE

E 2003 30 PE Fonte: Autor.

A classificação do porte da empresa por número de empregados utilizada para

a Tabela 2 está descrita na Tabela 3. Pode-se dizer, de forma resumida, que as

empresas estudadas se tratam de pequenas e médias empresas e que a maioria delas

está no mercado há mais de 10 anos, algumas até há mais de 20 anos, fato que traz

à pesquisa maior experiência.

Tabela 3 – Classificação SEBRAE de porte através do número de funcionários.

Porte da empresa Nº de funcionários

Microempresa (ME) 1 a 19

Pequena Empresa (PE) 20 a 99

Média Empresa (MDE) 100 a 499

Grande Empresa (GE) Acima de 500 Fonte: Autor.

Já na Tabela 4, serão mostradas as áreas de atuação de cada empresa. Em

média, a área de maior abrangência das empresas é a de execução de obras de

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edificação, tendo como principais atividades a execução de obras residenciais e

comerciais.

Tabela 4 – Informações complementares das empresas.

Empresa Área de atuação

A Obras Residenciais, Comerciais, Industriais, Públicas,

Loteamento/Infraestrutura e Incorporação

B Obras Residenciais e Comerciais

C Obras Residenciais, Comerciais, Públicas, Loteamenteo/Infraestrutura e

Incorporação

D Obras Residenciais

E Obras Residenciais e Comerciais

Fonte: Autor.

Na Tabela 5, são apresentadas as informações de cada empresa no que diz

respeito às suas relações com o PBQP-H, como, por exemplo, se o certificado se

encontra em vigência ou vencido, o ano de certificação e o Organismo de Certificação

(OC), onde DNV se trata de Det Norske Veritas Ltda., e ABS, ABS Group Services do

Brasil Ltda.

Tabela 5 – Empresas construtoras e o PBQP-H.

Empresa Situação Ano de

certificação OC

A Vigência 2006 DNV

B Prazo

vencido - ABS

C Vigência 2017 ABS

D Vigência 2017 DNV

E Vigência 2010 DNV

Fonte: Autor.

Percebe-se que vários certificados são recentes, provando essa necessidade

pela busca de alternativas para melhorar o ambiente organizacional, os processos

construtivos, e a própria qualidade final do produto a ser entregue. Verificou-se

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também que, em contrapartida à pesquisa a nível nacional e estadual, das cinco

empresas entrevistadas, apenas uma desistiu da certificação.

Ao ser questionada pelo motivo de desistência, a empresa “B” respondeu que

o motivo da busca pela certificação foi a vantagem dos financiamentos, e com o passar

do tempo, a empresa não possuía mais esse interesse, optando então por cancelar

sua certificação. Apesar disso, as respostas acerca das melhorias geradas pelo

programa foram positivas.

4.2.2 Execução do PBQP-H

Para essa questão, uma lista de itens referentes ao processo de execução do

programa foi elaborada, sendo pedido ao entrevistado que classificasse cada um dos

itens conforme o nível de facilidade ou dificuldade encontrados pela empresa para sua

resolução. Para demonstrar de uma forma resumida as respostas das empresas, foi

montada a Tabela 6 com as porcentagens de cada avaliação.

Tabela 6 – Respostas em porcentagem da primeira questão.

Difícil

Razoa-velmente

Difícil Médio

Razoa-velmente

Fácil Fácil

Elaboração de documentos 80% 20% Treinamentos 20% 60% 20% Aplicação na rotina de trabalho/resistência à mudanças 20% 40% 40% Análise de resultados 40% 40% 20% Identificação de falhas 40% 60% Correção de falhas no processo de implantação 100% Garantia da gestão do PBQP-H dentro da empresa 20% 60% 20% Garantia de que os serviços executados pelos funcionários ou terceiros estejam de acordo com o PBQP-H 20% 40% 40%

Manutenção do PBQP-H 40% 20% 40% Auditorias 20% 40% 40% Demonstração da qualidade dos empreendimentos para os clientes 20% 60% 20%

Garantia de qualidade dos fornecedores 20% 40% 40% Aplicação de normas 60% 40%

SOMA 80% 160% 580% 400% 80% Fonte: Autor.

Pode-se perceber através da soma que, inicialmente, as respostas parecerem

variadas, de forma geral e resumida, a maioria dos itens foi avaliada de medianos a

razoavelmente fáceis de serem aplicados.

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Os itens que apresentaram maiores dificuldades de execução foram a

aplicação na rotina de trabalho/resistência a mudanças e a garantia de que os serviços

executados pelos funcionários ou terceiros estejam de acordo com o PBQP-H. Os dois

itens estão relacionados aos empregados, provando que a mentalidade do trabalhador

do setor da construção civil ainda é muito fechada às práticas antigas.

Apesar de algumas empresas apresentarem dificuldades em outros itens, como

a garantia da gestão do PBQP-H dentro da empresa e nas auditorias, o intuito da

pesquisa é englobar as respostas e tirar conclusões gerais a respeito do programa.

Dessa forma, a conclusão que se tira é de que as atividades listadas, são, de maneira

resumida, classificadas como medianas de serem realizadas, algumas até podem ser

classificadas como fáceis, como por exemplo a análise dos resultados, os

treinamentos e a demonstração da qualidade dos empreendimentos para os clientes,

sendo esta última um grande feito do PBQP-H, já que se trata de um de seus maiores

objetivos.

4.2.3 Melhorias adquiridas com o PBQP-H

A segunda questão seguiu a mesma ideia da primeira, com uma lista de itens

referentes as melhorias percebidas com a certificação, a serem avaliadas pelos níveis

de evidência que a empresa obteve para cada um deles. Da mesma forma da Tabela

6, a Tabela 7 demonstra as respostas em porcentagem.

Tabela 7 – Respostas em porcentagem da segunda questão.

Não notei

Pouco evidente

Razoa-velmente evidente

Evidente Muito evidente

Melhor desempenho da construção 20% 60% 20% Garantia de qualidade de projetos e obras 100% Garantia de qualidade de materiais, componentes e sistemas construtivos 100% Combate às não conformidades técnicas 20% 60% 20% Padronização dos processos 60% 40% Evidencia de qualidade dos empreendimentos para os clientes 40% 40% 20% Melhoria na situação sustentável da obra/redução de desperdícios 20% 60% 20% Melhoria organizacional 20% 40% 40% Melhoria na competitividade da empresa 80% 20% Maior produtividade 40% 60%

SOMA 0% 0% 220% 600% 180% Fonte: Autor.

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Na segunda questão avaliativa, os resultados foram ainda mais positivos, não

havendo nenhum item avaliado como pouco evidente ou não notado, sendo que os

mais evidenciados foram a melhoria na competitividade da empresa, a garantia de

qualidade de projetos e obras e a garantia da qualidade de materiais, componentes e

sistemas construtivos, sendo que essas duas ultimas obtiveram 100% de

concordância entre as respostas das empresas. Isso demonstra que é possível aplicar

um sistema de gestão da qualidade para esse setor tão atrasado e heterogêneo que

é o da construção civil.

4.2.4 Casos gerados pela implementação do PBQP-H

Nessa questão, foi pedido ao entrevistado que marcasse qual ou quais dos

casos a ele citados ocorreu na empresa devido a implantação do Programa. Os dados

foram agrupados e demonstrados pela Tabela 8.

Tabela 8 – Casos ocasionados pela implantação do PBQP-H.

Casos Criação de um novo departamento 2 Exigência de contratação de mais mão-de-obra Criação de novos documentos 5 Criação de mais atividades para a rotina de obra 5 Possível aumento de custos 4 Possível atraso no cronograma de obra

Fonte: Autor.

Através dessa questão, observa-se que o Programa Brasileiro da Qualidade e

Produtividade exige significativas mudanças no ambiente organizacional da empresa,

e que essas mudanças podem gerar, além das melhorias citadas anteriormente, um

aumento no orçamento.

O programa exige a criação de novos documentos, de mais atividades para a

rotina da obra e um possível aumento de custos. Esse aumento de custos pode ser

causado pela busca das empresas por consultorias particulares, ou da necessidade

de implantação de softwares, para melhor manutenção do programa. Esses casos não

devem ser vistos como problemas, uma vez que é a partir deles que a qualidade de

execução e gestão será alcançada.

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O caso da criação de um novo departamento foi percebido em menor escala

entre as empresas, concluindo-se assim que as novas tarefas que surgiram com a

implantação do programa, foram divididas entre os departamentos já existentes na

empresa.

Já casos como o atraso no cronograma da obra e a exigência de contratação

de mais mão-de-obra não ocorreram em nenhuma empresa entrevistada, o que é um

sinal positivo, já que um possível atraso em cronogramas de obra poderia ser motivo

para desistência da certificação.

4.2.5 Sustentabilidade Foram elaboradas duas perguntas amplas a respeito da sustentabilidade no

questionário. A primeira perguntava aos entrevistados se eles consideravam o PBQP-

H uma influência positiva na questão da sustentabilidade, através de seus indicadores.

As respostas foram 100% positivas, demonstrando assim, que o PBQP-H pode ser

considerado o primeiro passo em busca da conscientização das empresas. O

programa exige indicadores de consumo de água, energia e indicadores da geração

de resíduos e seu controle, propiciando para a empresa uma avaliação através da

exposição desses valores anteriormente desconhecidos. Infelizmente o programa não

impõe metas para o cumprimento desses indicadores, fato que daria maior incentivo

na busca pela diminuição dos impactos ambientais gerados por esse setor.

Ainda, na segunda questão deste item, quanto perguntadas sobre a

importância de se tornar uma empresa sustentável, todas elas responderam ser

importantes. Isso demonstra que, apesar de lenta, a evolução para uma vida social

mais sustentável está aparecendo.

Porém, não vai ser somente através da implantação desse programa de

qualidade que a sustentabilidade será alcançada. As empresas também precisam

tomar providencias maiores em relação aos desperdícios ocorridos nesse setor, não

somente pelos impactos ambientais que eles geram, mas também na própria questão

econômica de cada empresa. Sugere-se que a gestão ambiental dos

empreendimentos seja iniciada desde a concepção do projeto, no planejamento e

orçamento, em toda a fase construtiva e durante a vida útil da estrutura,

reaproveitando a água e materiais, poupando-se energia elétrica, dentre outras

medidas que podem ser tomadas sem grandes obstáculos ou aumento de gastos.

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4.2.6 Propostas e melhorias ao PBQP-H Ainda sobre as respostas do questionário de estudo, as empresas foram

perguntadas a respeito de sugestões de melhorias para o programa, e apenas a

empresa “C” respondeu. Em sua resposta, o diretor e engenheiro da empresa

destacou a ideia de que os processos de qualidade deveriam ser montados para cada

empresa e adaptados a sua realidade, tendo em vista que, quanto mais próximo o

sistema de gestão da qualidade for da rotina dos processos da empresa, mais fácil

será a assimilação por parte da equipe.

A partir dessa resposta, pode-se perceber que a principal dificuldade realmente

é a inserção do programa e de sua rotina no dia-a-dia dos empregados. Porém, apesar

de os mesmos apresentarem resistência às mudanças ocasionadas pelo programa,

um de seus objetivos é justamente a padronização de um grau de qualidade de

materiais, processos, componentes e produtos do setor da construção civil.

Nota-se, então, a importância da conscientização dos funcionários de que a

implantação do programa é vantajosa para todos os envolvidos na empresa. Essa

iniciativa poderia partir do próprio PBQP-H, uma vez que essa dificuldade é enfrentada

pela maioria das empresas avaliadas. Por exemplo, poderiam ser realizadas palestras

explicativas para todos os setores da empresa, esclarecendo as vantagens e

motivações, e apontando o programa como uma base para se alcançar a excelência

de um processo construtivo mais enxuto, com corte de gastos, diminuição de

desperdícios, otimização do tempo e facilitação da mão-de-obra, uma vez que se

busca qualifica-la cada vez mais.

Outro aspecto válido de intercessão da direção do programa, é a respeito da

alta produção de documentação para adesão e manutenção do mesmo. Essa tarefa

não é bem vista pelos funcionários, uma vez que os faz trabalhar dobrado, ou ao

diretor, pois implica na contratação de mais mão-de-obra para a empresa,

aumentando, assim, seus gastos. Entretanto, por essa documentação ser, na maior

parte das vezes, necessária ela poderia ser otimizada, por exemplo, criando uma

documentação eletrônica através de softwares que facilitassem o preenchimento dos

mesmos e também não gerassem a produção de mais papeis a serem armazenados

pelos escritórios.

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5. CONCLUSÃO O trabalho realizado teve como foco o SiAC, principal projeto do Programa

Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat. Através da revisão bibliográfica foi

possível aprender mais sobre o termo qualidade, sua origem de implementação nas

indústrias e, mais especificamente no setor da construção civil. Além disso, verificou-

se a importância dos sistemas de gestão para que o produto final alcance sempre o

contento do cliente e para que ocorra redução de custos e retrabalhos, além de

melhorias organizacionais, sugerindo o PBQP-H como solução. Outro objetivo da

revisão bibliográfica era demonstrar o que é a sustentabilidade na construção civil e

como tentar alcança-la, além da sua relação com o Programa, através de seus índices

de consumo.

Com o estudo de caso foi possível avaliar como é o processo de implantação

do PBQP-H e como ele funciona depois de instalado através dos olhos das próprias

empresas. Através do questionário, foram coletadas informações a respeito das

dificuldades encontradas no processo de certificação, e conclui-se que as atividades

consideradas mais difíceis são a aplicação do programa na rotina de trabalho, onde,

em todos os setores envolvidos, pode-se encontrar certa resistência, e a manutenção

do PBQP-H. Quando questionados sobre fatos gerados pelo programa, criação de

novos documentos, criação de mais atividades para a rotina de obra e possíveis

aumentos de gastos foram os mais votados, podendo estes serem o motivo de

maiores obstáculos na manutenção do programa.

Já quando questionados a respeito das melhorias ocasionadas pelo programa,

nenhuma das listadas a eles não foi verificada no cotidiano da empresa, podendo

notar-se então que as qualidades se sobressaem as dificuldades. Principalmente pelo

fato de que a única empresa com o certificado cancelado dentre as entrevistadas

possui um motivo não relacionado aos avaliados pelo questionário e as demais,

quando questionadas a respeito dos seus níveis de certificação, responderam que

gostariam de mantê-lo.

Além disso, os entrevistados foram perguntados a respeito da influência

sustentável gerada pelo programa, e, com 100% de concordância, todas disseram que

o PBQP-H às auxiliou a reduzir os impactos ambientais, e que sim, é importante ser

uma empresa sustentável. Essas respostas demonstram que essa mudança na

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mentalidade do setor da construção civil veio para ficar, e deve ser cada vez mais

difundida entre as empresas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015, NBR ISO 9001 -Sistema de Gestão da Qualidade: fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro, 2015. ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013, NBR 15575-1 – Edificações Habitacionais - Desempenho – Requisitos gerais. Rio de Janeiro, 2013. ALVES, C. Avaliação do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade Habitacional (PBQP-H) nas Empresas de Construção Civil de Criciúma, SC. Dissertação de Monografia de Bacharel em Administração - Universidade do Extremo Sul Catarinense, Santa Catarina, 2013. ANDERY, P.R.P.; VIEIRA, M.P.C. O controle da qualidade na produção de edifícios – adequação ao PBQP-H. Jornada Sul-Americana de Engenharia Estrutural. Brasília, 2002. BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Disponível em < http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/desenvolvimento-sustentavel-e-meio-ambiente/135-agenda-de-desenvolvimento-pos-2015>. Acesso em 02 de 10 de 2017. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Cadernos de Consumo Sustentável. Disponível em <http://www.mma.gov.br/publicacoes/responsabilidade-socioambiental/category/90-producao-e-consumo-sustentaveis>. Acesso em 02 de 10 de 2017. BRASIL. Portaria n.134/08, de 18 de dezembro de 1998. Institui o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional – PBQP-H. Diário Oficial da União, Brasília, DF: 1998. Disponível em: <http://pbqp-h.cidades.gov.br/download_doc.php>. Acesso em: 10 de 10 de 2017. BRASIL. Portaria n.13, de 06 de janeiro de 2017. Dá nova redação a portaria n.582/12, de 06 de dezembro de 2012. Dispõe sobre o Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil –SiAC. Diário Oficial da União, Brasília, janeiro de 2017. Disponível em: <http://pbqp-h.cidades.gov.br/download_doc.php>. Acesso em: 10 de 10 de 2017. CBIC. Por uma nova cultura urbana - Caderno de Referência. Brasília, 2017. CBIC. Catálogo de Inovação na construção civil. Brasília, 2016. COSTA, A. da S. SIAC/PBQP-H: Interpretação dos requisitos e avaliação das motivações e dificuldades na sua implantação por construtoras. Projeto de Graduação do Curso de Engenharia Civil - Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.

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CROSBY, P.: Quality Is Free. Philip Crosby Associates, 1980. FEIGENBAUM, A. V.: Controle da Qualidade Total: Gestão e Sistemas. Markon, São Paulo, 1994. FIGUEIREDO, D. L. M. Diagnostico da Implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade em Empresas Construtoras e seus reflexos na Gerencia de Materiais de Construção. Dissertação Mestrado em Construção civil – Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerias, 2006 GRABIN, M. A. Avaliação da implantação do PBQP-H em empresas construtoras da região Noroeste e Alto Jacuí do Estado do Rio Grande do Sul. Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil - UNIJUI, Rio Grande do Sul, 2007. JURAN, M. J.: A Última Palavra: Lições de uma vida no Gerenciamento para a Qualidade. Ed. Banas, São Paulo, 1993. MINISTÉRIO DAS CIDADES. PBQP-H. Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil – SiAC. Brasília, DF, 2017. Disponível em: < http://pbqp-h.cidades.gov.br/projetos_siac_empresas.php>. Acesso em 09 de 05 de 2017. MINISTÉRIO DAS CIDADES. PBQP-H. Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, Brasília, DF, 2017. Disponível em <http://www.cidades.gov.br/pbqp-h>. Acesso em 09 de 05 de 2017. SIENGE, 2016/2017 Disponível em <https://www.sienge.com.br/blog/>. Acesso em 30 de 09 de 2017. PREFEITURA DE SÃO PAULO. Prefeituras Regionais Disponível em <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/regionais/>. Acesso em 15 de 10 de 2017. BRASIL. Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Disponível em <http://www.cdhu.sp.gov.br/producao-new/qualihab-apresentacao.asp>. Acesso em 15 de 10 de 2017. Revista Exame. Construção civil vive crise sem precedentes. Disponível em < https://exame.abril.com.br/revista-exame/a-crise-e-a-crise-da-construcao/>. Acesso em 02 de 10 de 2017.

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ANEXOS

ANEXO I - Quadro de requisitos do Sistema de Qualidade

SiAC - Execução de Obras Níveis SEÇÃO REQUISITOS B A

4. Sistema de Gestão

da Qualidade

4.1. Requisitos gerais X X

4.2. Requisitos de documentação

4.2.1. Genaralidades X X 4.2.2. Manual da Qualidade X X 4.2.3. Controle de documentos X X 4.2.4. Controle de registros X X

5. Responsabi-

lidade da direção da empresa

5.1. Comprometimento da direção da empresa X X 5.2. Foco no cliente X X 5.3. Política da qualidade X X

5.4. Planejamento 5.4.1. Objetivos da qualidade X X

5.4.2. Planejamento do Sistema de Gestão da Qualidade X X

5.5. Responsabilidade, Autoridade e Comunicação

5.5.1. Responsabilidade e autoridade X X 5.5.2. Representação da direção da empresa X X 5.5.3. Comunicação interna X

5.6. Análise crítica pela direção 5.6.1. Genaralidades X X 5.6.2. Entradas para a análise crítica X X 5.6.3. Saídas da análise crítica X X

6. Gestão de recursos

6.1. Provisão de recursos X X

6.2. Recursos humanos 6.2.1. Designação de pessoal X X

6.2.2. Treinamento, conscientização e competência X X

6.3. Infraestrutura X X 6.4. Ambiente de trabalho X X

7. Execução da obra

7.1. Planejamento da Obra 7.1.1. Plano da Qualidade da Obra X X 7.1.2. Planejamento da execução da obra X X

7.2. Processos relacionados ao cliente

7.2.1. Identificação de requisitos relacionados à obra X X

7.2.2. Análise crítica dos requisitos relacionados à obra X X 7.2.3. Comunicação com o cliente X

7.3. Projeto

7.3.1. Planejamento da elaboração do projeto X 7.3.2. Entradas de projeto X 7.3.3. Saídas de projeto X 7.3.4. Análise crítica de projeto X 7.3.5. Verificação de projeto X

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7.3.6. Validação de projeto X 7.3.7. Controle de alteração de projeto X

7.3.8. Análise crítica de projetos fornecidos pelo criente X X

7.4. Aquisição 7.4.1. Processo de aquisição X X 7.4.2. Informações para aquisição X X 7.4.3. Verificação de produto adquirido X X

7.5. Operações de produto e fornecimento de serviço

7.5.1. Controle de operações X X 7.5.2. Validação dos processos X 7.5.3. Identificação e rastreabilidade X X 7.5.4. Propriedade do cliente X 7.5.5. Preservação de produto X X

7.6. Controle de dispositivos de medição e monitoramento X X

8. Medição, análise e melhoria

8.1. Generalidades X X

8.2. Medição e monitoramento

8.2.1. Satisfação do cliente X X 8.2.2. Auditoria interna X X 8.2.3. Medição e monitoramento de processos X 8.2.4. Inspeção e monitoramento de materiais e serviços de execução controlados e da obra X X

8.3. Controle de materiais e de serviços de execução controlados e da obra não conformes X X 8.4. Análise de dados X X

8.5. Melhoria 8.5.1. Melhoria contínua X X 8.5.2. Ação corretica X X 8.5.3. Ação preventiva X

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ANEXO II - Requisitos Complementares para o Subsetos Obras de Edificações da Especialidade Técnica Execução de Obras SiAC – Serviços de Execução e Materiais Controlados

1. Definição dos serviços de execução controlados

No subsetor obras de edificações, a empresa deve elaborar sua lista de serviços

controlados a partir dos seguintes serviços de execução obrigatoriamente controlados,

segundo a etapa da obra:

Serviços preliminares:

1. compactação de aterro;

2. locação de obra.

Fundações:

3. execução de fundação.

Estrutura:

4. execução de fôrma;

5. montagem de armadura;

6. concretagem de peça estrutural;

7. execução de alvenaria estrutural.

Vedações verticais:

8. execução de alvenaria não estrutural e de divisória leve;

9. execução de revestimento interno de área seca, incluindo produção de argamassa

em obra, quando aplicável;

10. execução de revestimento interno de área úmida;

11. execução de revestimento externo.

Vedações horizontais:

12. execução de contrapiso;

13. execução de revestimento de piso interno de área seca;

14. execução de revestimento de piso interno de área úmida;

15. execução de revestimento de piso externo;

16. execução de forro;

17. execução de impermeabilização;

18. execução de cobertura em telhado (estrutura e telhamento).

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Esquadrias:

19. colocação de batente e porta;

20. colocação de janela.

Pintura:

21. execução de pintura interna;

22. execução de pintura externa.

Sistemas prediais:

23. execução de instalação elétrica;

24. execução de instalação hidrossanitária;

25. colocação de bancada, louça e metal sanitário.

Em qualquer nível, a empresa deve garantir que todos os serviços de execução que

tenham a inspeção exigida pelo cliente também sejam controlados. A partir destes ela deverá

ampliar a lista de materiais controlados, considerando aqueles já relacionados como críticos

para o atendimento das exigências dos clientes, e que sejam empregados em tais serviços.

Notas:

1) Quando aplicável, a produção de materiais e componentes em obra (tais como:

concreto, graute, blocos, elementos pré-moldados, argamassas, esquadrias, etc.) deve ser

incluída na lista de serviços de execução obrigatoriamente controlados.

2) Observar o previsto no requisito 7.5.1.1 do Referencial Normativo – SiAC - Execução

de Obras, quando a empresa construtora optar por adquirir externamente algum serviço de

execução controlado.

3) Caso a obra contenha serviços não listados acima, mas que sejam relacionados em

outro documento de Requisitos Complementares de subsetor da especialidade técnica

Execução de Obras, estes devem ser controlados.

2. Evolução do número de serviços de execução controlados, conforme nível de certificação

Da lista de serviços de execução controlados da empresa, uma porcentagem mínima

de serviços deve ser controlada. Esse percentual é relativo ao nível de certificação, sendo:

Nível “B”: 40 %;

Nível “A”: 100%.

Para obtenção da certificação em determinado nível, a empresa construtora deve:

a) ter desenvolvido os procedimentos documentados para as porcentagens mínimas

de serviços de execução controlados determinados acima, e aplicá-los efetivamente em obra

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do escopo visado, tendo treinado pessoal e gerado registros de sua aplicação, no mínimo

para a metade das porcentagens estabelecidas;

b) dispor de obra do escopo visado, de modo que, a cada nível de certificação, possa

nela ser observada a efetiva aplicação dos procedimentos, incluindo o treinamento de pessoal

e geração de registros, no mínimo para um quarto das porcentagens estabelecidas. As

quantidades restantes de serviços de execução controlados poderão ser auditadas sob a

forma de registros, incluindo os relativos aos treinamentos efetuados;

c) o número de serviços controlados a cada nível, resultante da aplicação das

respectivas porcentagens e fatores de redução da metade ou um quarto, conforme alíneas a)

e b) acima, deve ser arredondado obrigatoriamente para cima.

3. Definição dos materiais controlados A empresa construtora deve preparar uma lista mínima de materiais que afetem tanto

a qualidade dos seus serviços de execução controlados, quanto a da obra, e que devem ser

controlados. Esta lista deve ser representativa dos sistemas construtivos por ela utilizados e

dela deverão constar, no mínimo, 20 materiais. Em qualquer nível, a empresa deve garantir

que sejam também controlados todos os materiais que tenham a inspeção exigida pelo cliente,

como também todos aqueles que considerou críticos em função de exigências feitas pelo

cliente quanto ao controle de outros serviços de execução (ver item 2).

4. Evolução do número de materiais controlados, conforme nível de certificação

Da lista de materiais controlados da empresa, uma porcentagem mínima de materiais

deve ser controlada. Esse percentual é relativo ao nível de certificação, sendo:

Nível “B”: 50 %;

Nível “A”: 100 %.

Para obtenção da certificação em determinado nível, a empresa construtora deve:

a) ter desenvolvido os procedimentos documentados para as porcentagens mínimas

de materiais controlados determinados acima, e aplicá-los efetivamente em obra do escopo

visado, tendo treinado pessoal e gerado registros de sua aplicação, no mínimo para a metade

das porcentagens estabelecidas;

b) dispor de obra do escopo visado, de modo que a cada nível de certificação, possa

nela ser observado a efetiva aplicação dos procedimentos, incluindo o treinamento de pessoal

e geração de registros, no mínimo para um quarto das porcentagens estabelecidas. As

quantidades restantes de materiais controlados poderão ser auditadas sob a forma de

registros;

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c) o número de materiais controlados a cada nível, resultante da aplicação das

respectivas porcentagens e fatores de redução da metade ou um quarto, conforme alíneas a)

e b) acima, deve ser arredondado obrigatoriamente para cima.

5. Disposições finais válidas para serviços e materiais controlados 1) O número de serviços controlados poderá ser diferente de 25 (20 para o caso dos

materiais controlados) desde que justificado pelo sistema construtivo utilizado pela empresa.

Os porcentuais aplicam-se a este número de serviços apresentado pela empresa.

2) A quantidade de procedimentos elaborados é igual ou maior do que a quantidade

de serviços (materiais), pois um mesmo serviço (material) pode gerar mais de um

procedimento. Devem ser verificados todos os procedimentos relacionados à quantidade

exigida de serviços (materiais), independente de seu número.

3) Só deve ser verificada a evidência de treinamento no procedimento na fase

imediatamente anterior à execução do respectivo serviço.

4) Os registros somente são gerados quando os respectivos serviços são executados

(materiais são controlados). Portanto, em uma auditoria a soma do número de registros e do

número de serviços em execução (materiais sob controle) deve atender à quantidade de

serviços (materiais) controlados. Como se trata de certificação de uma empresa e não de uma

obra, podem ser utilizados registros e serviços (controles) de várias obras.

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ANEXO III - Questionário 1. Caracterização da empresa

Empresa (se preferir não informar, preencha com “anônimo”):______________________________________________________ Entrevistado:_____________________________________________________ Função na empresa:_______________________________________________ Data:____/____/____ Data de fundação da empresa:____/____/____ Número de funcionários:_________________________ Número de obras em execução atualmente:________________________

2. Érea de atuação no mercado ( ) Obras Residenciais ( ) Obras comerciais ( ) Obras Industriais ( ) Loteamento/Infraestrutura ( ) Incorporação ( ) Obras Públicas ( ) Outras:___________

3. PBQP-H A empresa possui certificação? ( ) Não, possuía mas desistiu. ( ) Sim, mas pretende abandonar. ( ) Sim, pretende manter o nível. ( ) Sim, pretende melhorar de nível. Se sim, há quanto tempo? Desde:_____________ Se sim, qual o nível de certificação atualmente? Se não, na época de certificação, qual era o nível certificado? ( ) A ( ) B Se não, qual o principal motivo de desistência? ___________________________________________ Avalie de 1 a 5 os itens abaixo com relação a facilidade ou dificuldade de execução.

1- Difícil 2- Razoavelmente difícil 3- Médio 4- Razoavelmente fácil 5- Fácil

( ) Elaboração de documentos; ( ) Treinamentos; ( ) Aplicação na rotina de trabalho/resistência à mudanças; ( ) Análise de resultados;

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( ) Identificação de falhas; ( ) Correção de falhas no processo de implantação; ( ) Garantia da gestão do PBQP-H dentro da empresa; ( ) Garantia de que os serviços executados pelos funcionários ou terceiros estejam de acordo com o PBQP-H; ( ) Manutenção do PBQP-H; ( ) Auditorias; ( ) Demonstração da qualidade dos empreendimentos para os clientes; ( ) Garantia de qualidade dos fornecedores; ( ) Aplicação de normas; Avalie de 1 a 5 os próximos itens com relação às melhorias adquiridas com o PBQP-H.

1- Não notei 2- Pouco evidente 3- Razoavelmente evidente 4- Evidente 5- Muito evidente

( ) Melhor desempenho da construção; ( ) Garantia de qualidade de projetos e obras; ( ) Garantia de qualidade de materiais, componentes e sistemas construtivos; ( ) Combate às não conformidades técnicas; ( ) Padronização dos processos; ( ) Evidencia de qualidade dos empreendimentos para os clientes; ( ) Melhoria na situação sustentável da obra/redução de desperdícios; ( ) Melhoria organizacional; ( ) Melhoria na competitividade da empresa; ( ) Maior produtividade; Quais dos problemas abaixo ocorreram devido a implantação do PBQP-H? ( ) Criação de um novo departamento ( ) Exigência de contratação de mais mão-de-obra ( ) Criação de novos documentos ( ) Criação de mais atividades para a rotina de obra ( ) Possível aumento de custos ( ) Possível atraso no cronograma de obra ( ) Outros:______________ O PBQP-H influenciou a empresa na questão da sustentabilidade, através de seus indicadores? ( ) Sim ( ) Não Você considera importante ser uma “empresa sustentável”? ( ) Sim ( ) Não Sugestões de melhorias para o Programa: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________