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HISTÓRIA E RELIGIOSIDADE. COM 800 ANOS DE TRADIÇÃO, BOM JESUS DOS NAVEGANTES LEVA MILHARES DE FIÉIS AS RUAS DA CIDADE BAIXA paginas:4 e 5 O GHETO, O CANTO E A FÉ TERÇA-FEIRA, 1 DE DEZEMBRO DE 2015, Ano 0001, Número 0002 ESPORTE COM EQUILÍBRIO E SAÚDE SLACKLINE É A MAIS NOVA TENDÊNCIA DO ESPORTE A equipe de reportagem do Jornal A Cor da Cidade, conversou com o atle- ta da modalidade Edney Junior que fala sobre a prática esportiva e da dicas para quem quer começar a praticar este esporte. páginas:10 e 11 GAL, GIL E CAETANO celebram meio século de carreira GENTE Com uma carreira de 10 anos e passagens pelas principais rádios FM de Salvador, Sandro Dias ani- ma os fins da Rádio Itapo- an FM. A Cor da Cidade fez o perfil do locutor. 14 foto: AG News OPINIÃO Filipe Oliveira fala sobre o comportamento da socie- dade brasileira na atuali- dade. MÚSICA A música tem a incrível capacidade de mudar os destinos de uma pessoa. Daniel Alcântara fala das mudanças que esta arte proporcionou em sua vida. Gênesis Freitas traz ima- gens que mostram a sin- gularidade e a plurarida- de se viver em Salvador. RETRATOS páginas: 16 e 17 06 18 08

Jornal A Cor da Cidade - ESTREIA

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O Jornal A Cor da Cidade chegou para revolucionar o mercado jornalístico baiano e brasileiro, com um enfoque positivo na verdadeira essência de ser soteropolitano. O gheto, o canto, a fé, a verdadeira cor dessa cidade somos nós.

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HISTÓRIA E RELIGIOSIDADE. COM 800 ANOS DE TRADIÇÃO, BOM JESUS DOS NAVEGANTES LEVA MILHARES DE FIÉIS AS RUAS DA CIDADE BAIXA paginas:4 e 5

O GHETO, O CANTO E A FÉ

TERÇA-FEIRA,1 DE DEZEMBRO DE 2015,Ano 0001, Número 0002

ESPORTE COM EQUILÍBRIO E SAÚDE

SLACKLINE É A MAIS NOVA TENDÊNCIA DO ESPORTE

A equipe de reportagem do Jornal A Cor da Cidade, conversou com o atle-ta da modalidade Edney Junior que fala sobre a prática esportiva e da dicas

para quem quer começar a praticar este esporte. páginas:10 e 11

GAL, GIL E CAETANO celebram meio século de carreira

GENTECom uma carreira de 10 anos e passagens pelas principais rádios FM de Salvador, Sandro Dias ani-ma os fins da Rádio Itapo-an FM. A Cor da Cidade fez o perfil do locutor.

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foto: AG News

OPINIÃOFilipe Oliveira fala sobre o comportamento da socie-dade brasileira na atuali-dade.

MÚSICAA música tem a incrível capacidade de mudar os destinos de uma pessoa. Daniel Alcântara fala das mudanças que esta arte proporcionou em sua vida.

Gênesis Freitas traz ima-gens que mostram a sin-gularidade e a plurarida-de se viver em Salvador.

RETRATOS

páginas: 16 e 17

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A COR DA CIDADESalvador, terça-feira, 01 de dezembro de 2015

A COR DA NOVIDADE

Existe algum limite entre a no-tícia e a informação? Para nós de A COR DA CIDADE esse li-mite é inexistente. Inexiste por que vamos muito além daquilo que comumente é dito, falado e mostrado pelas publicações co-irmãs. Nós vamos em busca do novo, da essência, da verdadei-ra cara de ser soteropolitano, baiano e brasileiro.

Em cada gheto existe uma grande história, em cada canto o amor pela nossa identidade e na fé a verdadeira cor de ser baiano.

O Jornal A Cor da Cidade veio para quebrar preconceitos e mostrar que nossas belezas não se limitam as águas do Porto da Barra, a cultura do Pelourinho ou os objetos do Mercado Mo-delo. A nossa verdadeira essên-cia pulsa em cada beco e viela desta cidade.

O Gheto, o Canto e a fé. A ver-dadeira cor desta cidade somos todos nós.

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IVETE SANGALO E NEOJIBÁ JUNTOS EM GRANDE SHOW EM PROL DO MARTAGÃO GESTEIRAO projeto idealizado pela direção do Neojiba (Núcleos Es-taduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia), tem show marcado para o dia 18 de dezembro, na Arena Fonte Nova, a partir das 21:00 H. O espetáculo musical tem ingressos à venda com preços para todos os bolsos. O valor arrecadado será revertido para doação ao Hospital da criança, Martagão Gesteira, que aos 50 anos de fundado, precisa de reformas imediatas. A regência da orquestra ficará no comando do ma-estro Ricardo Castro. Ivete Sangalo ao receber o convite não hesitou em aceitá-lo. Não é a primeira vez que a mesma par-ticipa de um projeto em prol do hospital. Em dezembro de 2012, a cantora e empresária realizou um show beneficen-te intitulado “Ivete Baladas”, na Concha Acústica do TCA. O show promete ser algo grandioso, pois a junção da orquestra com Ivete, trará um repertório recheado de canções de Gil e Caetano. Após o projeto ter sido anunciado, grandes artistas nacionais passaram a dar apoio, vestindo a camisa do hospi-tal. Ainda há a informação de que outros cantores como Car-linhos Brown e Claudia Leitte, farão participações no evento. Além disso, o espetáculo será transmitido pelo canal fecha-do Multishow, e poderá se tornar um DVD a ser comercia-lizado e, com renda também doada ao hospital da criança.FILIPE OLIVEIRA (DIRETO DA REDAÇÃO)

PROJETO DOMINGO NO TCA TRAZ GRANDES ESPETÁCULOS POR PREÇOS ACESSÍVEIS

O Domingo no TCA é um projeto que teve início em 2007 e, leva grandes espetáculos ao palco principal do Teatro Cas-tro Alves. Com shows aos domingos pela manhã, os valores são sempre os mesmos, apenas R$ 1,00 e R$ 0,50. Além de peças teatrais de grande sucesso, a participação de cantores também é frequente. Durante o projeto já passaram pelo pal-co Carlinhos Brown, Saulo Fernandes, Luiz caldas, Mariene de Castro e muitos outros. Peças teatrais como “Ópaíó” e “Áfri-cas”, além de musicais como “Aventuras do Maluco Beleza”. O curioso é que mesmo com preços acessíveis, ainda há uma falta significativa de público que venha ser de classes inferio-res. A procura por arte e cultura mais refinadas, ainda é algo distante da realidade da vida de muitos baianos, e o projeto Domingo no TCA deixa claro que preço não é o problema.FILIPE OLIVEIRA (DIRETO DA REDAÇÃO)

4° ENCONTRO ESTUDANTIL TODOS PELA ESCOLA ACONTECE NA ARENA FONTE NOVAUma grande celebração do protagonismo juvenil vivencia-da por estudantes e professores nas escolas da rede estadual de ensino durante o ano letivo de 2015. Esta é a tônica do 4º Encontro Estudantil Todas pela Escola: Ciência, arte, esporte e cultura, realizado pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia. De 02 a 04 de dezembro, a Itaipava Arena Fonte Nova, principal palco do futebol na Bahia, abre espaço para a música, artes visuais, literatura, cinema, patrimônio, esportes, ciências e dança, por meio de projetos estruturantes desenvolvidos pelos alunos. Trata-se das finais estaduais de iniciativas que diversi-ficam os saberes nos currículos escolares e garantem o direito ao conhecimento e à cultura. Estudantes de diversas regiões do Estado participam de atividades variadas, acompanhados de professores e dirigentes, relacionadas aos seguintes projetos: 8º Festival Anual da Canção Estudantil (Face), 7º Sarau Estadu-al do Tempo de Arte Literária (TAL), 8ª Mostra do Artes Visuais Estudantis (AVE), Quarta Aventuras Patrimoniais do Educação Patrimonial e Artística (EPA), 3ª Mostra de Curtas de 5 minutos do Produção de Vídeos Estudantis (Prove), 2ª Mostra do Proje-to Dança Estudantil (Dance), 2ª Apresentação do Canto Coral Estudantil (Encante), Jogos Estudantis da Rede Pública (Jerp), 5ª Feira de Ciências e Matemática da Bahia (Feciba), Bahia (Fe-ciba), IV Encontro da Educação Profissional e III Feira de Tec-nologias Sociais da Rede Estadual de Educação Profissional da Bahia, Tenda Digital e Centro Juvenil de Ciência e Cultura.

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800 ANOS DE HISTÓRIADevoção à Conceição da Praia ainda é uma das maiores comemorações na Bahia

Devoção a Nossa Senhora da Conceição da Praia atrai milhões de baianos e turistas.

Conhecido mundialmente pela alegria e hospitalidade, o baiano adora uma “Festa de Largo”. É assim na lavagem do Senhor do Bonfim, na Colina Sagrada, na festa de Iemanjá, no Rio Vermelho, na festa de Santa Bárbara, no Rosário dos Pretos e nas comemorações de Nossa Senhora da Conceição da Praia, padroeira da Bahia, no bairro do Comércio.

Celebrada no dia 8 e dezem-bro, esta festa reúne milhares de fieis católicos, baianos e turistas, que assistem a diversas missas e participam da tradicional procis-são pelas ruas da Cidade Baixa.

Tradicional festa nas imediações do Mercado Modelo, com barra-cas de comidas típicas e bebidas, unindo a profana alegria do baia-no à sagrada devoção religio-sa, a festa da Conceição da Praia

sustenta ao menos três referências históricas há mais de 850 anos.

A primeira delas aconteceu em 1147, com o início da devoção à Santa, em Portugal. De acordo com alguns relatos, os portugueses tor-naram-se devotos de Nossa Senho-ra da Conceição, assim que con-seguiram retomar Lisboa do poder dos mouros. Outra versão marca o ano de 1549. Segundo historia-dores, a tradição começou no Bra-sil, logo que a cidade de Salva-dor foi fundada neste mesmo ano, pelo governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, devoto da Santa.

Uma terceira teoria remonta à dé-cada de 1930, quando o mon-senhor Aquino Barbosa, então vigário da Conceição da Praia, sugeriu a uma baiana do aca-rajé que instalasse uma barraca maior para vender comida. A par-tir daí, começou o lado festivo que, até hoje, atrai inúmeras pessoas.

Os festejos começam ainda no fi-nal de novembro, com a novena que acontece todas as noites na Igreja de Nossa Senhora da Con-ceição da Praia, na Praça Cayru.

A celebração envolve missas cam-pais e a procissão. Paralelamente, ocorre a tradicional festa de Largo, nas imediações do Mercado Mo-delo, ponto de encontro de ami-gos e pessoas de todas as idades.Rafael Biset, gestor comercial, con-ta que “o público sempre se dividiu muito. Eu não alcançava a parte religiosa porque era pela manhã e eu estava na Barra, que por sua vez acabava mais cedo, devido às queixas dos moradores. É le-gal, eu sempre gostei. E você ob-serva sempre a diferenciação dos frequentadores dos dois lugares.”

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“Vejo na Imaculada Conceição o desejo da-queles que manifestam seu carinho a Nos-sa Senhora, e também o desejo de abra-çar a sua pureza. Isso é o que me chama atenção”, revela o Cônego Osmar Júnior.

O padre conta ainda que a proclamação do Dog-ma da Imaculada é “a afirmação daquilo que já está na fé do povo, de uma maneira oficial”.“Interessante a forma como as pessoas se re-únem pra poder fazer acontecer. É gratificante você ver o brilho no olhar das pessoas e saber que tudo aquilo é feito com amor. Não sou de-voto da Imaculada Conceição, mas foi por cau-sa dela que iniciei minha caminhada na Igreja Católica. E foi através dela que consegui algo extraordinário, que foi tocar na Basílica da Con-ceição da Praia”, declara o músico Tony Cleber.

Para o seminarista Fernando Dias, “a festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia é muito sustanciosa. Ir à festa da Virgem Maria é ir à sua própria casa e ser recepcionado pela sua mãe que te abraça e te acolhe. Ir à festa da Virgem é pedir a ela sua materna intercessão, a fim de que o Pai do céu escute as nossas súplicas” afirma.Nesse ano, a festa celebra os 161 anos da proclamação do dogma da Imaculada Con-ceição pelo Papa Pio IX, no ano de 1854.

CALENDÁRIO DE FESTAS RELIGIOSAS EM SALVADORDepois das comemorações pelo dia de Nossa Senhora da Conceição da Praia no dia 8 de dezembro, o calendário religioso de Salvador

segue a seguinte ordem:

1 de JANEIRO: BOM JESUS DOS NAVEGANTESProcissão marítima, a imagem do Bom Jesus, da Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia até a igreja Boa Viagem, em Salvador.

14 de JANEIRO: LAVAGEM DAS ESCADARIAS DA IGREJA DO SENHOR DO BONFIMMantida há mais de dois séculos, a festa também marca a presença do sincretismo religioso entre o catolicismo e o candomblé que cele-

bram o dia do Senhor Bom Jesus do Bonfim e Oxalá.

2 de FEVEREIRO: DIA DE HOMENAGENS A IEMANJÁLargo do Rio Vermelho é tomado por fiéis de Iemanjá, que levam presentes para a rainha do mar que são entregues por pescadores du-rante uma procissão marítima.

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OPINIÃO Filipe Oliveira

USA 10% DA CABEÇA, SOCIEDADE

O planeta Terra é de fato, um lugar imenso, capaz de abrigar bilhões de pessoas, e juntamente com elas, suas crenças, raças, culturas e personalidades. As di-ferenças presentes fazem parte desse quadro, mas parecem prejudiciais quando analisados e percebidos os tipos de desigualdade presentes na sociedade. É importante perceber que existe uma ponte entre o que é aceitável, e o que atinge de forma considerável um indivíduo da sociedade. Obviamente as diferen-ças por conta da nação de origem são inquestioná-veis, pois cada país carrega um idioma, um “pacote” de cultura, e sua forma de governo. Muito dos problemas do mundo se dão justamente por conta das desigualdades sociais que dividem a humanidade. Já é de costume falar-se das impostas diferenças entre: rico e pobre; negro e branco; pales-tinos e israelitas; homem e mulher. Tudo fruto de um sistema que se sobressai perante tanta “rivalidade”. É de extrema importância discutir-se a respeito desse fator, pois esse é um problema muito extenso e total-mente ligado a qualquer cidadão, ou seja, ninguém é isento das divisões. E esse mal complexo, influencia diretamente no desenvolvimento de uma sociedade. O Brasil é um exemplo disso, pois é este um país de-ficiente de uma boa distribuição de renda, o que faz de muitos, excluídos duma vida aceitável. É preciso pensar em possíveis mudanças, pois os pre-juízos são muitas das vezes, irreparáveis. Talvez falte senso crítico para a população brasileira para se to-mar novas atitudes. A desigualdade não é algo que pode ser compreen-dido apenas com a pequena leitura de um texto qual-quer, mas que precisa ser analisado, assim como os inúmeros discursos a respeito da mesma. Esse fator está dividido em partes, e atinge tudo que é humano. O quadro é crítico, pois limita uma cidade, um estado, ou uma nação inteira, fazendo com que os problemas pareçam não ter soluções óbvias. Pessoas são inferiorizadas por serem nordestinas, en-quanto o povo do Sudeste leva a fama de serem mais fluentes; o machismo impera, em tentar impor que homens são superiores às mulheres; o negro é alvo de ataques, pois o branco é economicamente supe-rior; e o pobre é visto como resto, pois não tem aces-so à educação, a cultura, a saúde e ao lazer.

Algo curioso a ser analisado, é o “evento” nomeado de rolezinho, que reuniu jovens num shopping de São Paulo e causou um certo tumulto entre os presentes. Por serem jovens aparentemente de baixas classes sociais, e numa grande quantidade, logo houveram olhares preconceituosos para o aglomerado, pois para os outros que lá estavam, não é comum de se ver tanta gente de um certo nível, reunidas num sho-pping. Então percebemos claramente outro problema da desigualdade social: o preconceito. Esse é bastante complexo, pois é um dos mais notáveis e ofensivos. Um dos preconceitos mais repúdios é o racismo, que faz no Brasil do negro, um ser vitimado pelo desprezo de outros. Eventos passados no Brasil, como a Copa do Mundo de 2014, tentaram ocultar os problemas que assolam este país. A mídia soube caprichar na publicidade, os patrocinadores não fizeram por menos, e os investi-dores, queriam retorno a qualquer custo. O alto investimento por parte do governo, tentou fa-zer parecer tudo belo, e mostrar que todos estavam felizes com o acontecimento. Acontece que, não dá para “tapar o sol com a peneira” quando o país tem um Índice de Desenvolvimento Humano(IDH), não muito satisfatório. O Brasil não precisava da Copa para mostrar algo que não é. O ideal seria melhorar as condições de vida, assim como a saúde que encontra-se precária, e o combate ao analfabetismo que precisa de aten-ção por parte dos governantes. Não se pode esquecer dos escândalos de corrupção, que entra governo e sai governo, continua surgindo novos. Evidentemente, o futebol é algo que movimenta bas-tante dinheiro para os grandes empresários, e certos países estão mais preocupados em investir nisso, do que no que realmente é necessário. Criam bordões de que o futebol é paixão e alienam a massa para se-gui-lo de forma fervorosa. Ao contrário desses países, os outros que não dão tanta importância, estão em situações melhores em desenvolvimento. Dessa forma, está claro que estamos vivendo em si-tuações que poderiam ser diferentes. Rever os nossos valores e conceitos como cidadãos, entender os dis-cursos a nós impostos, nos ajuda a fazer mudanças significativas para nós mesmos e para gerações futu-ras.

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A MÚSICA MUDANDO TRAJETÓRIAS DE VIDASDaniel Alcântara tem 18 e conta como o amor pela música mudou sua vida

O amor pela música é algo normal na vida dos jovens, mas alguns deles optam por seguir essa vida de forma profissional, levar para os palcos as bandas de garagem, mostrar ao mundo o que estava escondido so-bre os olhares dos amigos. E aí, os planos dos pais mudam, a faculda-de ás vezes é deixada de lado e as aventuras para que o seu sonho se torne real começam a ficar grandes demais, às vezes difíceis de agüentar, isso acaba ocasionando na desistên-cia da carreira de alguns desses jo-vens sonhadores. Fama por ser um pop star, ou ser reconhecido por seu trabalho como musico? O que eles buscam? Para entender um pouco mais sobre o universo desses jovens que decidiram lutar por seu sonho adolescente, para que se torne uma forma de vida adulta, Daniel Alcân-tara, 18 anos e guitarrista na banda Stereorama e com alguns projetos paralelos a isso teve uma conver-sa legal conosco compartilhando os pensamentos de um jovem músico.

Confira nossa conversa com Daniel Alcântara

ACC: Como você enxerga o espa-ço para música aqui em Salva-dor?DA:Em questões culturais é uma ci-dade muito difícil pelo fato do pu-blico não valorizar os artistas daqui. Esse é o grande desafio, por que aqui quando não tem espaço tem publico, e quando tem espaço não tem publico. Eu diria que o espaço aqui especialmente para a músi-ca no cenário alternativo, ta difícil.

ACC: O que a música é para sua vida?DA: Minha relação com musica veio na verdade como uma forma de sair um pouco de um mundo de frustrações e pressões. Apren-di a não só trocar guitarra, mas compor também para botar todos meus pensamentos e frustrações em pratica para pessoas que gos-tam de acompanhar alguns traba-lhos meus se identificarem com isso.

ACC: Qual a reação da tua famí-lia, quando decidiu que se dedi-caria a música? DA: Confesso que foi um pouco di-fícil no inicio de convencer meus pais de que a musica estava se tor-nando algo serio para mim porque é um pouco difícil o caminho artís-tico todo mundo sabe disso. Mas depois que meu pai começou a me acompanhar em algumas apresen-tações e ensaios ele viu que o dom da família foi passado pra mim e achou que valeria a pena eu seguir em frente, mas com bastante cuido e minha família sempre me acon-selha a ter formação acadêmica, é tanto que ano que vem vou tentar cursar faculdade de música. E eles sempre falaram para eu respeitar o lado profissional da musica que além de me divertir era para levar a sério como profissão de verdade. A minha família sempre me apoiou porque todo mundo teve uma rela-ção muito forte com musica e isso foi mais fácil ate deles terem acei-tado.

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ACC: Você acha que a mídia pode poderia “ajudar” mais o rock a ser mais bem visto por toda mas-sa em Salvador?DA:Com certeza porque assim o grande lance da cultura de massa e que ela tem total apoio da mídia, então boa parte da população vai consumir o que a mídia leva até ela, então assim a mídia estando do lado de um movimento tão antigo, elas iriam olhar com outros olhos sem preconceito porque, ta na mídia é do povão, como a galera pensa.

ACC: A fama é diferente do reco-nhecimento? O que você busca?DA:Sim e diferente, a fama você e um cara icônico, você ta bem vis-to pela galera. O reconhecimento você tem todo mérito do seu traba-lho, então eu acredito q como mu-sico e compositor eu gostaria de ter reconhecimento porque ter reco-nhecimento de todo trabalho que fiz é algo muito prazeroso, dessa ma-neira tenho certeza que estou sen-do valorizado por aquilo que faço. A galera valoriza alem do que faço, valoriza o que sou a parte do reco-nhecimento, pra mim, seria mais in-teressante.

ACC: Qual o seu maior medo em relação ao seu futuro musical em Salvador?DA: Atualmente a gente ta viven-do um grande pesadelo no mun-do artístico porque a procura pelo artista esta sendo cada vez menor. A música e qualquer arte em ge-ral, cultura em geral tem seus mo-mentos de evolução. Cabe o artista saber evoluir e acompanhar as no-vas tendências, eu não tenho medo nenhum de abraçar novas tendên-cias e achar que meu estilo esta fora de moda ou algo do tipo. En-frentamos casas vazias, as pessoas não querem comprar cd, um tempo atrás à galera tinha um fanatismo todo por um artista, tinha o espírito de revolução, o espírito de chegar e tentar entender a letra, o que a banda queria passar. Hoje a galera não quer acompanhar o artista de maneira devida, a galera não chega nem a refletir como a música foi fei-ta, o que ela quer transmitir? Então esse é um grande medo, do publico regredir mais em relação à valori-zação do artista. Um grande desafio que a gente ta vendo ai com essa economia ta cada vez pior, muitas casas de Salvador estão fechando

as portas e ta deixando muito ca-rente à cena então se tem pouco lugar para se expandir o trabalho o artista fica sem saber como levar seu trabalho para as pessoas.

ACC: Você faz parte de uma ban-da e não é dos estilos mais “bem vistos” por aqui. Como vocês ten-tam mudar isso e fazer a galera aceitar mais?DA: Eu acredito que tudo que não faz parte de uma cultura de massa em qualquer lugar que seja há certo preconceito. Para fazer a diferença como musico eu teria que respeitar todos os gêneros musicais e todas as culturas. Abraçar essa idéia por que assim fazendo isso todo mundo tem respeito. Não adianta eu que-rer aceitação no meu gênero se eu não dou respeito a outros gêneros. Eu também não posso julgar como cultura ruim por que toda cultura é cultura. A gente abraça todo tipo de publico, então todos ouvidos e todos os corações a gente aceita. Esse é o grande barato, respeitar pra que seja respeitado.

Além de Daniel Alcântara, aconteceu um rápido bate-papo com outros mú-sicos que assim como ele, buscam viver da música e enfrentam dificuldades

parecidas em busca da realização profissional.

ACC: Como é o espaço para música em Salvador?YS: Salvador é uma cidade bem cultural, fervilha de cultura, mas po-pularmente poucos gêneros predominam no gosto da maioria. O ce-nário rock soteropolitano é repleto de bandas muito boas, que na ao é reconhecida.ACC: Você acha que a mídia poderia ajudar o rock a ser visto de melhor forma em Salvador?YS: Com certeza, creio que além de ajudar a reverter essa imagem de-turpada e popular de um estereótipo de rockeiro, ela pode ajudar na divulgação de eventos independentes, sabe, a todo o momento uma banda independente esta tocando aqui em SSA, mas poucos sabem disso. ACC: O que anda fazendo atualmente no meio musical?YS: Meu último trabalho foi com uma banda com um nome não muito bom no cenário por conta de som e tratamento com outras bandas, mas tinham contatos muito bons que encurtariam bastante o caminho para a fama ou inicio dela, optei por não continuar no projeto, não quero somente a fama, mas reconhecimento pelo trabalho, pelo tem-po de estudo, investimentos, batalha, tudo isso que é ser músico, esse é um bom alvo.

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SLACKLINE É UM ESPORTE QUE ESTIMULA O EQUILÍBRIOO atleta Edney Junior fala sobre esta prática esportiva

Edney Junior, 22 anos, é atleta pro-fissional do Slackline. Mas, o que? A pergunta ainda é bastante feita aos atletas do slack, para não ha-ver mais dúvidas. A base do esporte está em se equilibrar em uma fita de nylon estreita e muito flexível, que deve ter suas extremidades fixadas em árvores, postes e rochas. Você já deve ter visto pessoas pratican-do Slackline em parque e praças, então acredite, é mais do que lazer nos finais de semana, o Slackline é um esporte levado muito a sério por quem pratica. Em um rápido bate-bola conversamos com este jovem que busca viver do esporte que hoje toma conta de sua vida. Apesar das dificuldades encontradas, ele se diz feliz por estar trilhando seu caminho.

O garoto coleciona algumas via-gens no currículo, inclusive para fora do país, tudo isso graças ao que antes era só uma forma de distração e boa forma física, é hoje parte importante de sua vida.

ACC: Fala um pouco sobre o Edney antes e o Edney após o Slackline?EJ: Eu era Gamer, jogava muito jogo online em PC, andava de Bike e fazia manobras, e outros esportes, sempre fui muito com esse lado es-portivo, aí conheci o slack e a mi-nha vida foi mudando. Comecei a me dedicar muito ao esporte. Ai começaram as viagens, e as portas foram abrindo. A minha vida tomou outro rumo, eu que não pensava o que iria ser quando crescer comecei a me ver como atleta profissional do esporte, o que hoje é realida-de, mesmo com tanta dificuldade.

ACC: Quais suas maiores experi-ências relacionadas ao Slackline?EJ: Então, com o slack pude realizar

dois sonhos que eu tinha vontade, que era viajar pra outro país, que foi o Chile, no final do ano passado, fiz uma viajem de 15 dias fazendo Hi-ghline por várias cidades e ao longo da cordilheira dos Andes, e também ir pro salão do automóvel, fiquei 21 dias em SP fazendo Slack pela Troller.

ACC: Você acha que precisa mu-dar a forma de demonstrar o es-porte para as pessoas? Como?EJ:Poderia ser feito um trabalho maior de propaganda sobre o espor-te. Por que não tem tanto, né? Não tem uma mídia tanto assim para o esporte, principalmente para o slack, a galera fala muito de futebol e etc.

ACC: Acontece algum even-to em Salvador para quem quer conhecer o esporte?EJ: A gente tem o nosso grupo no Facebook “Slackline Salvador”, o nome. E a galera que quer co-nhecer, praticar a primeira a vez ou que quer continuar praticando

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tem o WhatsApp chamando “slack treino”. Eu sempre peço o núme-ro do WhatsApp p colocar no gru-po. E ai, dessa forma todo mundo que quer treinar em alguma par-te da cidade ou quem mora perto de você pode conhecer, e chegar aos treinos juntos para andar e tal.

ACC: Onde vo-cês costumam treinar?EJ:Praia da paciência-Rio Verme-lho, Penha-Ribeira, Piatã, Cristo da Barra, São Rafael. E outros lugares , basta ter uma arvore, coqueiro, alguma coisa assim e uma galera disposta que a gente estica e arma.

ACC: O que você di-ria para quem quer come-çar na prática do Slackline?EJ:Se empenhar o Maximo porque a evolução hoje ta muito rápida. A galera do Brasil sempre aparece com uma manobra nova, hoje os slakcs do Brasil são os melhores do

mundo. E é isso, se quer ser o me-lhor, se quer ser profissional, tem que se dedicar ao esporte, totalmente.

VITÓRIA NA SÉRIE A

O time do estádio do Barradão conse-guiu acesso a série A do Campeonato Brasileiro. A equipe ascende a eiite do nosso futebol classificado em terceiro lugar.

BAHIA NA SÉRIE BO tricolor baiano não conseguiu aces-so a Série A do Campeonato Brasileiro por ter tido uma campanha regular e nada espetacular na Série B. Sua torci-da espera que em 2016 consiga voltar a elite do futebol brasileiro.

A COR DA CIDADESalvador, terça-feira, 01 de dezembro de 2015 11

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http://farmaciassantana.com.br/

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https://www.facebook.com/FarmaciasSantana/

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Sandro DiasConhecido pela ale-gria na condução de seus programas, o lo-cutor Sandro Dias é o comandante dos princi-pais horários do Clima de Festa da Rádio Ita-poan FM.

Animador do programa Clima de Festa da Rádio Itapoan FM, Sandro Dias tem quase 10 anos de carreira como locutor e passou pelas princi-pais emissoras de rádio popular em Salvador. Em seu curriculum passa-gens pelas emissoras Itaparica FM, Nova Salvador FM, Tudo FM, Piatã FM e Itapoan FM onde se encontra atualmente, sempre caracteriza-do pelo bom humor e versatilida-de em sua tarefa de levantar o as-tral do ouvinte do final de semana. Com uma grade musical baseada nos grandes sucessos populares do axé, pagode, pop e sertanejo, o Clima de Festa carrega muito da personalidade do seu comandan-te. No estúdio, Sandro Dias divide sua atenção entre os mecanismos que fazem a programação da rádio irem ao ar com os canais de intera-tividade com o ouvinte. Literalmen-te, como o próprio lembra no início de cada bloco durante a execução de sua vinheta, as meninas podem usar e abusar dele sem moderação.

A equipe do Jornal A Cor da Cida-de, esteve nos estúdios da primeira FM da Bahia e entrevistou Sandro Dias.

14 A COR DA CIDADESalvador, terça-feira, 01 de dezembro de 2015

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15A COR DA CIDADESalvador, terça-feira, 01 de dezembro de 2015

ACC: Qual motivo o levou a de-cidir tornar-se um locutor de rá-dio, de onde veio essa vontade?SD: A verdade não condiz com a re-alidade, pois eu nunca pensei em ser locutor, nunca! Eu virei locutor por circunstancias, lá pelos meus 19, 20 anos, não sabia fazer nada da vida, eu era cantor duma banda de rock. Porém conheci o Antônio Pitta, que hoje está na A Tarde FM e na Educadora, e ele foi o meu gran-de padrinho no rádio. Fui visita-lo em seu programa chamado “Rota 96” na Linha Verde FM, e a partir daquele momento, senti vontade de fazer (rádio), mas puro e exclusiva-mente para difundir o rock na cida-de de Lauro de Freitas, na época. Foi daí que comecei a gostar, mas nada por amor ao rádio, mas sim por amor a música, né?

ACC: E quando ocorre a neces-sidade de mudar de emissora, existe alguma dificuldade em se adaptar?SD: Quando a rádio é do mesmo estilo não. A única coisa que pode acontecer de negativo na realida-de, é de se trocar o nome da rádio, quando você já está acostumado a trabalhar numa (outra) rádio há muitos anos. E quando você muda de emissora, e o estilo é o mesmo, a locução também não muda.

ACC: Na migração de uma emis-sora para uma outra, é notável que os seus ouvintes o sigam no novo trabalho?SD: Existe a possibilidade de isso acontecer, porém o grande veícu-lo, o grande motor não é o locutor, por mais que as pessoas achem. Se achar isso como locutor, você está completamente errado... achar que toda a audiência que se tem numa rádio será levada para outra, é está sendo bobo. Pois as pessoas gostam muito mais da rádio do que locu-tor, entendeu? Você nunca muda de time, porque os jogadores muda-ram. O grande artista é a emissora.

ACC: Você ouvia rádio antes de se decidir pela profissão?SD: Só ouvia rádio de fora. Ouvia Jovem Pan, depois a Transamérica, rádio em que também trabalhei. Eu era muito fã de um cara chamado Ruy Balla, ele fazia o ‘Transalouca’ lá nos primórdios há uns 10 anos, eu gostava do jeito que ele falava. Eu nunca ouvi rádio popular, e foi o meu grande erro nunca ter ouvido, porque eu perdi os grandes nomes dos que passaram aqui pela Itapo-an Fm. Tipo Leleco, diziam que ele era muito bom fazendo o “História de Amor e tal”. Perdi Claudio Luiz que diziam que ele fazia muito bem o horário das 5 da manhã. Mário Tito era muito bom aqui também. Eu digo a Itapoan, porque sempre foi a grande vitrine, e não por que trabalho nela. ”

ACC: E quais foram as suas gran-des inspirações quando decidiu fazer rádio?SD: Então, me inspirei primeiro em Pitta, que foi o cara que me apre-sentou o rádio. Mas antes, assim, como ídolos mesmo, o Ruy Balla, O Ricardo Sam, que é da Transamé-rica, tem o Banana que é locutor da Jovem Pan. São todos comple-tamente diferentes da linha que eu sigo hoje. Atualmente no rádio, eu tenho vários, que não vou nem di-zer, que tem um aqui do meu lado (referindo-se ao amigo de trabalho e também locutor, Evanio Oliveira), para não deixar ele muito cheio (ri-sos), e ele sabe que isso é verdade. “

ACC: Existem vários motivos para um locutor fazer uma mudança de emissora. Para você um dos principais motivos seria o des-gaste? SD: Uma empresa de comunicação seja de rádio ou TV, ela é uma em-presa como outra qualquer, né. Só que a gente lida com algumas ou-tras coisas que são mais complica-das. Acho que assim, o conjunto de muitas pessoas com ego muito in-flado e tal, porque já é inerente da

pessoas que trabalham com comu-nicação. Seria hipocrisia da minha parte, dizer que qualquer locutor de rádio é normal. Mas as vezes o que mais motiva a saída de uma rádio para outra, normalmente é o finan-ceiro, você recebe uma proposta que as vezes é irrecusável, aí você acaba deixando a rádio que está, por conta disso.

ACC: Você acha que a sua profis-são é valorizada no mercado?SD: Absolutamente não. Pelo que a gente faz, não. Eu digo, pois, toda profissão tem o seu valor: médi-co salva vidas; o professor ensina para a vida... E eu particularmente acho que não tenho nada de espe-cial, mas algo me ocorreu de muito interessante aqui na rádio quando estava no plantão da madrugada e, tinha os momentos que a gente brin-cava, mas tinha os momentos que a gente falava sério. E esse momen-to de falar sério, era quando líamos uma mensagem, e uma pessoa me ligou uns dois ou três dias depois, dizendo que tentava falar comigo e não conseguia. Até que essa pessoa me contou que estava passando por uma situação difícil, e estava prestes a cometer suicídio, mas depois de ouvir a minha mensagem, mudou completamente de ideia, e decidiu fazer tudo diferente. Parece clichê, mas a partir desse momento, eu percebi que podia fazer alguma coi-sa útil, sem fazer muita coisa, que é sentar aqui, e falar de coisas boas, e eu posso fazer isso, e isso pode aju-dar alguém que eu nem imagino. E isso é algo que me emociona muito, pois eu nunca fiz nada de muito es-pecial por ninguém, e ter salvo uma vida, acho que foi a coisa mais ma-ravilhosa que já fiz. ‘’

Sandro Dias também respondeu a outras questões referentes ao rádio baiano, sua vida e música. Vocês po-derão conferir em nosso site a ínte-gra desta entrevista, acessem: jornalacordacidade.wordpress.com

Page 16: Jornal A Cor da Cidade - ESTREIA

GAL, GIL e CAETANO 150 ANOSO ano de 2015 marca os 50 anos das carreiras dos cantores mais

amados da música brasileira.

Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil encantam os brasileiros com suas canções e interpretações á 5 décadas.

Alguns leitores podem estar se perguntando o motivo de 150 anos. Pois é bem simples, basta fazer a jun-ção das grandes canções, manifes-tos e interpretações feitas por todos, ao longo dos 50 anos de carreira de cada um, e já se obtém a resposta. De fato, 50 anos não é pouco tempo, ainda mais quando o assun-to é música, que necessariamente precisa receber novas roupagens, e se mostrar ligada ao que há de moderno. De modernidade, Gal, Gil e Caetano entendem muito bem, e a prova disso foi o ilustríssimo dis-co intitulado “Tropicália”, gravado por eles e outros amigos. Esse disco é de uma importância indiscutível para o entendimento sobre o Bra-sil, pois aborda o cenário político e social da nação, sem esquecer as belas canções de amor. Tropicá-lia é um marco, uma recompensa

positiva depois de toda a re-pressão sofrida pelos cantores, por causa da censura imposta pela ditadura militar da época. Diferentemente de muitos artis-tas da atualidade, produzidos ape-nas para a satisfação da indústria cultural, os grandes nomes já cita-dos correspondem a um era que se importava com o real valor musical, seja na letra viciante de “Alegria Alegria”, ou no balanço dramático de “Domingo no Parque”. Para se ter ideia, nos anos 60 foram des-cobertos grandes talentos para a música brasileira, e muitos desses estão em atividade até hoje. A sen-sação de que algo é bem feito, é perceptível quando o mesmo dura por muito tempo. Esse é o exemplo da MPB, que atravessa gerações, as-sim como o Rock e Pop americanos. Mas parece mesmo que o tempo não passa para esses artistas, quan-do menos se espera, um anuncia que

vai lançar um novo álbum, e em al-gum tempo depois, outro também lança. E nesse ritmo, nos deslum-bramos diante de novas obras pri-mas, de quem já transmitiu muitas coisas boas aos fãs e admiradores em tempos passados. Pesquisar so-bre a trajetória desses artistas, é ir além do que se sabe apenas pelo que a TV mostra. É notável a respon-sabilidade de artistas que cantam o amor, a vida, e a realidade das mulheres, jovens, negros e pobres. Para a felicidade dos fãs de Cae-tano, o artista lançou a alguns anos o álbum “Abraçaço” que tem sido sucesso em todos os shows e na crí-tica. Como um grande cantor, in-térprete e intelectual que é, Gil não fica para trás, e com o seu novo tra-balho “Gilbertos Samba”, circulou o país exalando o ritmo carioca que o Brasil nunca deixou de prestigiar. A nova turnê “Dois amigos, um sé-culo de música” comandada por Gil e Caetano, fez sucesso na Europa e

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Page 17: Jornal A Cor da Cidade - ESTREIA

Maria Bethânia se reuniu a Gal Costa, Gilberto Gil e Caetano Veloso na formação do grupo Doces Bárbaros nos anos 70.

e continua fazendo em terras bra-sileiras. Não menos importante, Gal Costa está com todo o pique, deslumbrante e afinada como já sabemos, desde o primeiro se-mestre do ano, a cantora satisfaz com muito prazer os seus segui-dores com o novo trabalho “Gal Estratosférica”, que virou CD e LP e é um grande sucesso de crítica. Benditas sejam as vidas desses seres clássicos que a Bahia deu a luz e o Brasil inteiro ajudou a “criar”, pois os mesmos recompen-sam satisfatoriamente a cada um que consegue apurar os seus ouvi-dos, para o que é bom de se ou-vir. Não há idade para se escutar uma boa música, ou para conhecer novos estilos, mas há sim uma ne-cessidade de valorizar o que se tem valor e que o tempo não apaga.

Divino Maravilhoso, Alegria Alegria, Vaca Profana, Refazenda, A Luz de Tieta, Vamos Fugir, Aquele Abraço, Meu nome é Gal, Drão, Andar com fé, Sozinho, Odara, Vapor Barato e Força Estranha são alguns dos maio-res sucessos de Gal, Gil e Caetano.

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FOTOGRAFIAS Gênesis Freitas

SALVADOR PLURAL SINGULARVivemos em uma das poucas cidades do mundo onde duas diferentes realidades geológicas, culturais e físicas se en-contram. Nas fotografias hoje selecionadas vocês poderão ver a riqueza da orla marítima e do nosso subúrbio.

PÔR DO SOL NA CRUZ CAÍDA Muitas pessoas dizem que o pôr do sol é igual pelo mundo mas nós soteropolitanos sabemos bem que em canto desta ci-dade esse espetáculo tem uma cor especial.

AVENIDA SUBURBANA Uma das regiões mais bonitas de Salvador, é abençoada por uma natureza indiscritível.

SÃO THOMÉ DE PARIPE Um bom lugar para se reunir amigos

FONTE DA RAMPA DO MERCADO MODELO

Obra de Mário Cra-vo Junior é a marca

registrada do Mercado

ELEVADOR LACERDA Quando se fala de ponto turístico em Salvador as pessoas logo lembram dele.

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