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APRESENTAÇÃO DA ESTREIA 2018 Cultivemos A ARTE DE ESCUTAR e de ACOMPANHAR «Senhor, dá-me dessa água” (Jo 4,15) P . Ángel Fernández Artime, sdb Reitor-Mor

Estreia 2018 A arte de escutar e acompanhar

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APRESENTAÇÃO DA

ESTREIA 2018

Cultivemos A ARTE DE ESCUTAR e de ACOMPANHAR

«Senhor, dá-me dessa água” (Jo 4,15)

P. Ángel Fernández Artime, sdbReitor-Mor

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O tema da Estreia de 2018 nos convida, como Família Salesiana, a nosexercitarmos na arte da ESCUTA e do ACOMPANHAMENTO dos JOVENS.

CONTEXTO ECLESIAL: esse compromisso está das perspectivas pastoraisdo próximo Sínodo Geral dos Bispos – Roma de 03-28 de Outubro de2018.

TEMA: «Os jovens, a Fé e o DiscernimentoVocacional»

A Família Salesiana aproveita a ocasião desse eventoeclesial para aprofundar dois compromissos do SistemaPreventivo: ESCUTAR e ACOMPANHAR os jovens.

O TEXTO INSPIRADOR DA PEDAGOGIA DOACOMPANHAMENTO da Estreia é: João 4,2-42 - ASamaritana

OBS> Para melhor aprofundar o tema da ESTREIA 2018, vale a pena ler a II e a III parte do documento em preparação ao Sínodo 2018 – “Jovens, fé e discernimento Vocacional”

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I. UM ENCONTRO SIGNIFICATIVO1.1. Introdução:

O encontro de Jesus com a Samaritana (Jo 4,3-42) é decisivo!

O modo como Jesus se relaciona com ela, gera nela profundaconsequências positivas: muda a sua vida, o seu futuro, o seudinamismo, o sentido de sua vida.

O ponto de partida é uma necessidade material deambos: a sede!

Jesus encontra-se numa situação de impotência evulnerabilidade diante de uma necessidade concreta.

Para a mulher samaritana ele é um forasteiro, temsede, não tem um balde à disposição e tirar águadaquele poço profundo é algo impossível.

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1.2. Situação da mulher:

Marcada por experiências negativas;

Vive uma situação de vida “irregular”(matrimônio);

É muito desconfiada;

Tem ideias religiosas fixas, exteriores,pouca experiência de Deus;

Tem barreiras e preconceitos culturaise religiosos;

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1.3. A postura de JESUS:

Não tem medo de transgredir os padrões culturais e religiosos;

Inicia um diálogo sério e provocante com aquela mulher;

Faz do campo aberto um lugar deencontro com Deus, de evangelização;

Através do diálogo vai, aos poucos serevelando;

Escuta com paciência;

Reorienta, corrige, adverte, provoca,estimula...

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1.4. Orientações Pedagógico-pastorais:

Jesus é mestre que tem a arte da escuta;

“Precisamos de nos exercitar na arte de escutar, que é mais do que ouvir.Escutar, na comunicação com o outro, é a capacidade do coração que tornapossível a proximidade, sem a qual não existe um verdadeiro encontroespiritual”. (Papa Francisco - EG 171)

A escuta só é possível quando acontece um encontro, como ponto departida, condição inicial;

O encontro é oportunidade de relação humana ede humanização; sinal de vida em plena liberdade;

O encontro humanizante só é possível com umolhar respeitoso e cheio de compaixão, quecura, liberta, anima e favorece do amadurecimentoda vida cristã (cf. EG, 169)

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Um encontro respeitoso gera efeitos positivos: Favorece a abertura ao outro. Dá atenção à pessoa; Acompanha a pessoa em suas buscas; Aproxima-se do mundo da pessoa;

Acolhe sua condição existencial: lutas, alegrias, conquistas,fragilidades, sofrimentos, expectativas, conflitos, tensões,dúvidas...

A acolhida, que favorece a escuta; A ACOLHIDA é o ponto departida para acompanhamento...

O acompanhamento é um caminho de escuta, diálogo, confronto,esclarecimento, discernimento, formação, crescimento...

O nosso olhar de educadores salesianos deve levar-nos a perceber ea acolher aquilo que de POSITIVO TEM NO CORAÇÃO de cada jovem.

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II. UM ENCONTRO QUE IMPULSIONA A PESSOA

“Jesus respondeu: «Se conhecesses o dom deDeus e quem é aquele que te diz: “Dá-me debeber”, tu lhe pedirias e ele te daria água viva».A mulher disse: «Senhor, não tens sequer umbalde, e o poço é fundo; de onde tens essa águaviva?» (...).

Jesus respondeu: «Todo o que beber desta água, terá sede de novo;mas quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede. (...). “Amulher disse então a Jesus: «dá-me dessa água, para que eu nãotenha mais sede»” (Jo 4,10-15).

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2.1. As atitudes de Jesus

- Se mostra como mestre de sabedoria e hábilconversador;

- Se serve de todos os recursos da palavra – conversaçãoe gestos – para se comunicar e dar manutenção ao seuencontro com a pessoa;

- Apesar da tensão não perde a calma;

- Não emite um juízo moral de desaprovação ou repreensão;

- Não acusar, mas dialoga e propõe;

- Usa uma linguagem acessível e direta, fala com o coração;

- Não é omisso no discernimento necessário. Por isso provoca!

- RECURSOS que Usa: faz perguntas, dialoga, explica, narra, observa,esclarece, explica, provoca, sugere, afirma, caminha para uma meta (ointerior da pessoa);

- Jesus não perde a coragem, não se dá por vencido diante das resistênciasiniciais;

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2.2. Nossa atenção ao mundo juvenil

Considerar o contexto sócio-cultural do mundo em que vivem osjovens hoje: qual “patrimônio trazem consigo” (família, questõesexistenciais pessoais, condicionamentos...);

A educação deve estimular, favorecer ou ajudar o discernimento.

2.3. TRÊS VERBOS IMPORTANTES

O Documento preparatório do Sínodo 2018 sobre os jovens, nos propõe trêscompromissos importantes no processo de discernimento:

reconhecer,Interpretarescolher.

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2. INTERPRETAR

A direção para onde Deus aponta; Comporta atitude de paciência, vigilância, aprendizagem...

É preciso confrontar-se com a realidade e, ao mesmo tempo, estar ciente dospróprios dons e das próprias possibilidades;- A tarefa de interpretar NÃO É POSSÍVEL: Sem um verdadeiro diálogo com o Senhor (oração); Sem estimular todas as capacidades da pessoa (corresponsabilidade); Sem a ajuda de uma pessoa experta na escuta do Espírito (discernimento).

1. RECONHECER à luz do Espírito

A riqueza do ser humano, apesar dos “altos e baixos davida”;

A riqueza das emoções humanas;

A necessidade do encontro e suas consonâncias edissonâncias (concordar e discordar para educar);

O que é de mais profundo no coração das pessoas; A necessidade do caminho de amadurecimento pessoal.

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3. ESCOLHER

- O processo do discernimento deve promover uma decisãovocacional;

- Leva em conta o exercício de autêntica liberdade humana e deresponsabilidade pessoal;

- A escolha comporta autonomia da pessoa, não dependência (asamaritana seguiu sua vida);

- A escolha livre e responsável exige coerência de vida;

- A escolha exige continuar o processo de amaduramento da fé e de crescimento

humano pessoal;

“somos chamados a formar as consciências, e não a pretender substituí-las” (Papa Francisco)

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3.3. Exigências do acompanhamento:

- Conhecer a situação em que se encontra a pessoa;sabendo o rumo de sua vida;

- Promover de um encontro como início de umarelação humanizante, não utilitarista;

- Cultivar a atitude de escuta (da situaçãoexistencial concreta do outro);

- Assumir o papel de mediação (instrumento): o verdadeiro Acompanhante éo Espírito Santo;

- Agir com fidelidade e discrição, permanecendo ao lado, caminhando com...(Lc 24);

- Estimular no outro a percepção da presença divina nele;

- Promover o sentido da responsabilidade e da liberdade pessoal (não gerarrelação de dependência! – autonomia);

- Estimular caminho, processo, crescimento, profundidade... a meta é aplenitude de Cristo, “homem perfeito”

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III. UM ENCONTRO QUE TRANFORMA A VIDA

3.1. O acompanhamento transforma a pessoa

- A mulher samaritana, após o acompanhamento, se tornamissionária, testemunha;

- Mediante o seu testemunho, muitos se aproximam e passam acrer em Jesus;

- Ela retorna à sua vida cotidiana mascom um sentido diferente;

- Deixa-se guiar pelo Espírito de Deus;

- Era frágil, confusa e desconfiada, saíalegre correndo e convicta.

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3.2. Pistas de Jesus para o acompanhamento:

- Cultivar um olhar amável (cf. Jo 1,35-51);

- Ter uma palavra autorizada, séria, profunda (cf. Lc 4,32);

- Ter a capacidade de fazer-se próximo (Jo 4,3-34. 49-42);

- Optar por caminhar junto, fazer-se companheiro de estrada, como Jesus com os discípulos de Emaús

(Lc 24,13-35).

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IV. EM VISTA DE QUAL AÇÃO PASTORAL?

Alguns pontos estratégicos (ou pontos-chave) da espiritualidadesalesiana.

Caminhar com os jovens, com as famílias, com os pais e com as mães,que precisam percorrer este caminho;

Oferecer oportunidades a todos os jovens, sem excluir ninguém, pois oEspírito está em ação em cada um deles;

Estimular o senso decorresponsabilidade da comunidadeeducativo-pastoral;

Capacitar educadores adultos que sejampessoas de referência, significativas e críveis...

Usar meios adequados de acordo com asensibilidade dos jovens de hoje.

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Obrigado!

Síntese e formatação:Dom Antônio de Assis Ribeiro – SDB

Bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém- Referente para o Setor Juventude – CNBB REGIONAL NORTE 2

www.facebook.com/domantoniodeassis