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sem terra Taxação sobre grandes fortunas ajudaria a saúde e o combate à miséria no Brasil no trilho aula de vida terCeira idade nova indústria Distribuiçã o nº 9 Maio de 2012 Pág. 4-5 Pág. 7 Pág. 2 Pág. 6 www.redebrasilatual.com.br Prefeitura espalha equipamentos na cidade só para multar Jornal Regional de Jundiaí Pessoal da região que participou dos Jogos Regionais mostra força Paulo César Cid, o cartunista que passa a vida tirando onda
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Jornal Regional de Jundiaí
www.redebrasilatual.com.br
nº 9 Maio de 2012
DistribuiçãoGratuitajundiaí
Paulo César Cid, o cartunista que passaa vida tirando onda
Pág. 7
Cartum
no trilho
Prefeitura espalha equipamentos na cidade só para multar
Pág. 6
radares
nova indústria
Pessoal da região que participou dos Jogos Regionais mostra força
Pág. 2
terCeira idade
aula de vidaComo vivem 100 famílias em dois assentamentos da região
sem terra
à PróPria sorte
eConomia
Taxação sobre grandes fortunas ajudaria a saúde e o combate à miséria no Brasil
Pág. 4-5
um imPosto Para melhorar o País
2 Jundiaí
expediente rede Brasil atual – Jundiaíeditora Gráfica atitude ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Antonio Cortezani, Douglas Yamagata e Enio Lourenço revisão Malu Simões diagramação Leandro Simantelefone (11) 3241-0008 tiragem 15 mil exemplares distribuição Gratuita
terCeira idade
idosos dão lição de vidaEles participaram dos Jogos Regionais, em Itatiba
Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.redebrasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões [email protected]
jornal on-line
editorial
Os sem-terra são a parcela da população brasileira que está sujeita aos mais repulsivos acenos de exclusão. Eles são, para muitos de seus conterrâneos, cidadãos de terceira classe, que estão habituados a viver na miséria e que, unidos por uma mesma bandeira, tornam-se irascíveis e perigosos, principal-mente se pleiteiam para si aquilo que lhes é devido. Mas basta um olhar mais generoso para que se perceba que eles, na ver-dade, só desejam dignidade para trabalhar. E, justamente, é o que não conseguem, em pelo menos dois assentamentos da região, na Comuna da Terra dom Tomás Balduíno, em Franco da Rocha, e na Fazenda São Luiz, em Cajamar. Esse é um dos assunto desta edição, que traz também um debate nacio-nal, que promete pegar fogo no Congresso Nacional. Trata-se do imposto que deve ser cobrado dos brasileiros muito ricos, pouco mais de 45 mil pessoas. A proposta é que eles paguem uma irrisória taxa para que o país possa, definitivamente, ata-car as mazelas da saúde e combater a miséria. Dessa forma, o Brasil sairia dessa batalha ecoando o brado de um slogan que retumbaria, de vez, por toda a Nação: País rico é um país sem pobreza.
É isso. Boa Leitura!
Independente do resultado obtido nos Jogos Regionais dos Idosos (JORIs), realiza-dos de 11 a 15 de abril, quem participou da competição deu mostra de disposição para pra-ticar atividades físicas. Mais: mostrou que companheirismo e integração não têm idade.
Entre os resultados nos Joris, Jarinu destacou-se na coreogra-fia. Segundo Beth Muller, res-ponsável pelo grupo, a vitória veio por causa da união. “Con-quistamos não só medalhas, a alegria de participar de diversas modalidades” – comenta.
Entre 48 cidades inscritas, Várzea Paulista ficou na 20ª colocação, com 19 pontos. Conquistou quatro medalhas:
uma de ouro no atletismo mas-culino, com Norberto Soares; uma de prata no dominó femi-nino, com a dupla Maria Inês Moura e Maria Lázara de Aze-vedo; duas de bronze no do-minó masculino, com a dupla Erceli Alves e Manoel Mércio de Oliveira; e no buraco, com
Anita Rosa Maria da Silva e Francisca Almeida Marin. Já Campo Limpo Paulista foi re-presentado pelo Grupo Convi-ver da Melhor Idade, que em 2012 completou 16 anos, com mais de 500 integrantes. Ele conquistou uma medalha de prata, na dança.
Bairros
População está descontenteO abandono nos quatro cantos da cidade e no Centro
A população reclama, mas não é atendida. Luga-res mais afastados foram abandonados pela admi-nistração, que sofre com praças e vias deterioradas, mato alto, sujeira, pouca iluminação, buracos, in-segurança. “Temos aban-dono nos quatro cantos da cidade e também no Cen-tro” – diz o ex-vereador e vice-presidente do PT local Gerson Sartori. “E
um lugar do porte e da im-portância de Jundiaí, com o orçamento que tem, não podia estar assim.” Nas re-des sociais, percebe-se um descontentamento geral. Principalmente com a falta de policiamento da Guarda Municipal. “Não se identi-ficam os bandidos porque não se instalam câmeras de segurança nos bairros. É preciso mais ação e menos propaganda” – conclui.m
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3Jundiaí
assentamentos
sem-terra, sim, mas com dignidade para trabalharNa região de Jundiaí, como por todo o Brasil, eles sonham ter um pedaço de terra
Muitos trabalhadores rurais sem-terra do Brasil vivem mal, sem infraestrutura onde foram assentados. Nem por isso eles deixam de lutar pelo maior sonho de
suas vidas: um pedaço de terra para plantar. Por anos, a política favoreceu o latifúndio. Expulsos do cam-
po, muitos pequenos produtores se aventuraram nas cidades. Porém, com pouca instrução, voltaram e engrossam o Movi-
mento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Muitos perderam tudo, menos a dignidade de serem camponeses, e isso os motiva.
Na região de Jundiaí existem assentamentos dos sem- -terra: o dom Tomás Balduíno, em Franco da Rocha, e o
São Luiz, em Cajamar. Ambos enfrentam problemas para produzir a subsistência, que vocês podem conhecer.
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“Queremos viver da terra” “Vontade de produzir”Composto por 66 famí-
lias – cerca de 200 pessoas –, o assentamento Comuna da Terra Dom Tomás Bal-duíno, em Franco da Rocha, surgiu em setembro de 2001 quando, no dia da Indepen-dência, o MST ocupou uma área em Arujá. Despejadas de onde se instalavam, a an-dança seguiu pelo bairro do Brás, em São Paulo, depois por uma área emprestada pelos Jesuítas, em Perus, e por um acampamento na Rodovia Anhanguera. Até que deram na Fazenda São Roque, onde permaneceram acampados dois anos. Em 2004, eles conquistaram o direito ao assentamento.
Hoje, a Comuna situa-se em 400 hectares e vive da agricultura de subsistência, da produção de frutas, ver-duras e legumes e da cria-ção de pequenos animais – galinhas, cabras, carnei-ros e algumas cabeças de gado. “O agricultor assen-
Na Fazenda São Luiz, em Cajamar, vivem 32 famílias – umas 100 pessoas. O assen-tamento nasceu em 2004, mas desde 2008 o seu processo de regularização parou por ordem da Justiça – a fazenda tem 140 hectares, mas as famílias só podem ocupar 20 hectares. Por isso, o Incra suspendeu a sele-ção de famílias e a liberação de quaisquer verbas para os sem- -terra. A atitude impede que as famílias tenham renda, em-bora algum recurso venha por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricul-tura Familiar (Pronaf). “Mas esse dinheiro é insuficiente. E os assentados têm projetos para garantir o desenvolvimento do local” – diz o assentado Mauro Sérgio Rodrigues, que avalia a situação como difìcil: “O In-cra nos abandonou; estamos há quase dois anos sem implantar qualquer projeto”.
De acordo com Mauro, a si-tuação está “insustentável”, pois não há crédito agrícola e a comu-nidade não conta nem com água
tado às vezes consegue o pri-meiro acesso ao crédito, mas não consegue o segundo, o que atrasa o desenvolvimen-to do assentamento” – diz o sem-terra Atmo Cavalcante. Por isso, o pessoal da Comu-na vive da solidariedade da população e das entidades que assistem os moradores. “Estamos abandonados pelos órgãos federais e estaduais. Para sobreviver, muitos fazem bicos e, depois, voltam para a agricultura. Queremos só um
pedaço de terra para plantar e viver em paz” – afirma ele.
Outro problema recente se deu com a bomba d’água. Quebrada desde novembro, ela foi consertada este mês, graças aos sindicatos. “Pro-curamos o Incra e o Itesp, mas disseram que estavam sem verba para consertar o equipamento. Por isso, apelamos à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Sindicatos para voltarmos a ter água” – conta.
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para irrigar as plantações. “Há muita hipocrisia do Incra, que faz as propostas e não cumpre. Mauro culpa também o minis-tério da Reforma Agrária pelas condições em que as famílias do local se encontram e afirma que não recebe sequer a visita dos técnicos para tentar resolver a situação. “Hoje, não temos aju-da de ninguém. As Prefeituras de Jundiaí, Cajamar e Bom Jesus não nos querem aqui. A socieda-de e empresas nos evitam de to-das as formas. A gente tem von-tade de produzir, mas não temos estrutura pra isso” – finaliza.
4 Jundiaí
eConomia
um imposto que não mata ninguém. e vale muito
imposto sobre Grandes Fortunas
Contribuição social das Grandes Fortunas
Tributação das grandes fortunas seria para a saúde pública e o combate à miséria Por Maurício Thuswohl
A criação de um Impos-to sobre Grandes Fortunas (IGF), prevista na Constitui-ção Federal de 1988, está su-bordinada à aprovação de lei complementar para entrar em vigor e até hoje não virou rea-lidade. O debate sobre a taxa-ção das fortunas voltou à tona no ano passado, por causa da Emenda 29, que fixou os per-centuais mínimos que União,
Estados e municípios devem investir na saúde. Defensores e críticos da tributação pra-ticada em outros países vol-taram a tornar públicos argu-mentos de uma discussão que ganha corpo. Em 1989, o Se-nado aprovara um projeto de lei complementar do então se-nador Fernando Henrique Car-doso (PSDB-SP) que punha em vigor o IGF, mas permitia
Elaborado pelos deputa-dos Chico Alencar (RJ), Ivan Valente (SP) e Luciana Genro (RS, sem mandato), do Par-tido Socialismo e Liberdade (PSOL), o projeto de lei do Imposto sobre Grandes For-tunas (IGF) visa complemen-tar a Constituição Federal.
Em 2011, no debate sobre a Emenda 29, o deputado Dr. Aluizio (PV-RJ) criou a Con-tribuição Social das Grandes Fortunas (CSGF). A relatora do projeto na Comissão de Seguri-dade Social e Família, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), apresentou emenda para que a arrecadação proveniente da CSGF fosse direcionada a ações e serviços de saúde. O dinheiro seria encaminhado ao Fundo Nacional de Saúde (FNS) e fi-nanciaria o Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a de-putada, a CSGF atingiria mais de 55 mil contribuintes com patrimônio superior a R$ 4 mi-
lhões. Seu relatório previa nove alíquotas para a CSGF, a serem pagas anualmente: 0,4% (entre R$ 4 milhões e R$ 7 milhões); 0,5% (de R$ 7 milhões a R$ 12 milhões); 0,6% (de R$ 12 mi-lhões a R$ 20 milhões); 0,8% (de R$ 20 milhões a R$ 30 mi-lhões); 1% (de R$ 30 milhões a R$ 50 milhões); 1,2% (de R$ 50 milhões a R$ 75 mi-lhões); 1,5% (de R$ 75 mi-lhões a R$ 120 milhões); 1,8% (de R$ 120 milhões a R$ 150 milhões); e 2,1% para patrimô-nios acima de R$ 150 milhões.
A deputada ressalta que as alíquotas produziriam efeito sobre a arrecadação e
baixíssimo impacto para os contribuintes atingidos face à evolução patrimonial: “A Receita Federal informa que, em 2009, o patrimônio das pessoas que superava R$ 100 milhões elevou-se de R$ 418 bilhões para R$ 542 bilhões – 30% de crescimento num ano.
Assim, uma tributação de 2% representa pouco para esse di-minuto segmento social, mas significará um belo aporte de recursos para a saúde públi-ca, que atende 190 milhões de brasileiros” – diz Jandira. Se aprovada na Comissão de Seguridade Social e Família,
a CSGF passará por duas co-missões antes de ir a votação. O trâmite se estenderá pelo primeiro semestre de 2012. O objetivo dos defensores da proposta é evitar que se repita a situação do projeto que está a hibernar na gaveta da Mesa Diretora.
que os valores pagos fossem deduzidos do imposto de ren-da. Na Câmara, o projeto aca-bou substituído por outro, do PSOL, aprovado na Comissão de Constituição e Justiça em junho de 2010 e pronto para ir a voto em plenário. No entan-to, dorme em alguma gaveta da Mesa Diretora à espera de uma decisão política que des-trave a discussão.
Ele determina que o imposto incida em 1% sobre os pa-trimônios de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões; em 2%, entre R$ 5 milhões e R$ 10 mi-lhões (26.206 pessoas em 2008, segundo a Receita Federal); em 3%, entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões
(10.168 pessoas); em 4%, entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões (5.047 pes-soas); e em 5% sobre pa-trimônios acima de R$ 50 milhões (1.327 pessoas – há, ainda, 997 pessoas com patrimônio acima de R$ 100 milhões).
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alíquota do imposto sobre Grandes Fortunas, em milhões
alíquota da Contribuição social das Grandes Fortunas, em milhões
5Jundiaí
imposto ou Contribuição social: o que é melhor?
Como é lá fora
O professor de Direito Tri-butário da Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro Bruno Macedo Curi acha que o Im-posto sobre Grandes Fortunas (IGF) deve prevalecer sobre a contribuição (CSGF). Ele lembra que entre os objetivos constitucionais do Brasil es-tão a erradicação da pobreza, da marginalização e a redução das desigualdades sociais: “O
combate à pobreza é algo ca-ríssimo. Por isso, buscou-se um instrumento tributário e a receita do IGF ficou vincu-lada ao Fundo de Combate à Pobreza”.
Segundo Curi, não have-ria dupla tributação do IGF e do Imposto de Renda porque “não há duas incidências so-bre o mesmo bem; o IGF não tributa a renda, mas o capital.
Renda é o acréscimo de patri-mônio (tributável pelo IR) e a grande fortuna é o patrimô-nio em si. Se uma pessoa com grande fortuna não acrescer seu patrimônio durante um ano-calendário, não pagará imposto de renda, mas pagará o IGF”. O tributo, portanto, atua sobre o patrimônio de quem concentra grande parte da renda nacional.
Segundo Curi, o calcanhar de Aquiles é a possibilidade de o IGF provocar fuga pa-trimonial do país. “Eis um ponto crucial. O imposto não incide sobre o patrimônio de fora do país, ao contrário do Imposto de Renda, que tem previsão constitucional para isso. Assim, é preciso haver uma emenda constitucional destinada a evitar a previsível
evasão de divisas. Até porque, quanto maior o patrimônio do cidadão, tanto maior será sua mobilidade” – diz o professor, para quem uma alternativa possível, mas não ideal, seria a União aumentar o IOF sobre certas remessas de dinheiro para o exterior. “Mas isso, in-felizmente, não é à prova de fraudes e demandaria maior esforço de fiscalização.”
Em 1922, na Alemanha, a tributação, com alíquotas de 0,7% a 1%, atingia não apenas quem possuía bas-tante dinheiro, mas também poder econômico e político. O imposto foi declarado inconstitucional em 1995. Desde então, aguardam-se novas regras para que volte a ser cobrado.
Na França, o Imposto de Solidariedade sobre a For-tuna, ainda em vigor, tem alíquotas de 0,5% a 1,5% e incide sobre o patrimônio líquido de pessoas físicas. Foi recriado pelo presiden-te François Mitterrand, em 1988. Outros países euro-peus que tributam as fortunas são Áustria, Suécia, Finlân-dia, Islândia, Luxemburgo, Noruega e Suíça. Holanda, em 2001, e Dinamarca, em 1996, o aboliram em um pas-sado recente; há mais tempo, Itália (1947) e Irlanda (1978) o deixaram de lado.
Nos países anglo-saxões, a taxação de grandes fortu-nas nunca pegou. Na Ingla-terra, as discussões sobre a sua criação foram de 1960 a 1974, quando se formou
uma comissão especial para decidir sobre o tema. Ela constatou que a instituição de um imposto sobre gran-des fortunas substituiria um imposto sobre patrimônio já existente, impedindo sua adoção. Nos Estados Uni-dos e no Canadá, o debate foi abandonado na primeira metade do século 20, mas ambos possuem sistemas próprios de impostos, cha-mados de property tax, que incidem sobre a proprieda-de e não sobre o patrimônio global dos contribuintes.
Nos países emergentes, a África do Sul e a China não tributam as grandes fortunas. Na Índia, desde 1957, existe um imposto anual sobre o patrimônio líquido com alí-quotas que variam entre 1% e 5% sobre os bens das pes-soas físicas e jurídicas que excedam um limite estabele-cido pelo governo. O modelo indiano, no entanto, isenta da cobrança do imposto pro-priedades agrícolas, obras de arte, bens de uso pessoal e até um imóvel do contribuin-te, desde que comprovada-mente habitado por ele.
afortunadosGrandes Fortunas do Brasil
pessoas com patrimônio superior a
R$ 100 milhões
997
26.206 pessoas com
patrimônio entreR$ 5 e R$ 10 milhões
10.168 pessoas com
patrimônio entreR$ 10 e R$ 20 milhões
5.047 pessoas com
patrimônio entreR$ 20 e R$ 50 milhões
1.327 pessoas com
patrimônio entreR$ 50 e R$ 100
milhões
6 Jundiaí
radares
indústria da multa em jundiaí revolta motoristas A velha frase “venha a Jundiaí e ganhe uma multa” está cada vez mais em alta na cidade
Ao instalar radares nos quatro cantos do município, a cidade adotou a política do co-wboy – multe primeiro, edu-que depois –, alusão ao Velho Oeste americano do “atire primeiro, pergunte depois”. Segundo Paulo Malerba, pre-sidente do PT de Jundiaí, a Prefeitura instala radares mó-veis logo após os fixos e trans-forma Jundiaí numa indústria da multa, em detrimento à educação no trânsito. “Os no-
vos radares ficam escondidos – a sinalização de onde eles estão é ruim – e se transfor-mam em armadilhas” – diz Malerba, lembrando que a va-riação de velocidade das ave-nidas confunde o motorista e transforma a via num perigo constante. “Não é aplicando multas, que deveriam ser o úl-timo recurso, que se resolve o trânsito e a segurança na cida-de” – lamenta.
Para ele, o município care-
ce de um programa mais efe-tivo de educação no trânsito para escolas e para novos con-dutores. “Os agentes não de-veriam só multar, mas orientar o motorista a mudar sua con-duta ao volante. É preciso que a Secretaria de Transportes seja mais educativa e menos punitiva” – finaliza. Recente-mente, Malerba tentou saber quantos radares há na cidade, mas nunca foi atendido pela administração.
BloGs
as novas ferramentas para a liberdade de expressãoQuando surgiram, no final dos anos 1990, eles pareciam uma diversão adolescente
Os blogs serviam para as pessoas aparecerem e trocarem mensagens. Con-tudo, eles se tornaram uma ferramenta social interati-va, que assegura um direito constitucional: a liberdade de expressão. Para Valdir Fiorini, criador do blog Es-querdopata (<esquerdopata.blogspot.com>), com duas mil visitas diárias, as novas mídias não ligadas às gran-des corporações são parte do avanço da blogosfera.
Hoje, as mídias da rede social – blogs, Facebook, Twiter – são um caminho que a sociedade tem para protestar. Elas propiciam a qualquer um ter voz, embora se exagere a sua influência – por exemplo, na Primavera Árabe. “Nada substitui o povo na rua” – diz Valdir.
Seu blog nasceu para de-
e surgem os blogsEm 1997, o norte-americano
Jorn Barger bolou um sistema para uma pessoa relatar tudo o que achasse legal na internet. Nomeou o sistema de weblog, que em forma original pode ser visto em <http://robotwisdom.com>. O weblog se tornou uma sensação, até que ou-
tro americano, Peter Merholz, dividiu-o em duas partes – wee-blog – mais tarde apenas blog.
No ano de 2000, a empresa Blogger fez de cada post uma página da web – cada blog teria um endereço. A inovação, chamada permalink, foi útil para outros sistemas, como, por exemplo, o sistema de comentários que o utiliza para diferen-ciar um post do outro. Com a nova ferramenta de interação, os blogueiros viraram “escritores”. Seus textos passaram a ser comentados por gente que denunciava, por exemplo, um erro de grafia. Os blogs se tornaram uma mania. Em 1999, havia 50 blogs na internet; em 2003, três milhões! Agora, eles viraram uma febre no Brasil.
fender o presidente Lula do massacre midiático que sofria na época de seu governo. As-sim como o de André Lux, que criou, para combater o “golpe do mensalão”, o Tudo Em Cima (<http://tudo-em-cima.blogspot.com.br>). “Hoje sabemos que foi um factoide criado pela du-pla Cachoeira-Demóstenes, com ajuda da revista Veja e da im-prensa golpista” – afirma. Desde então, André escreve no espaço o que pensa sobre política, ci-nema, etc., e publica artigos e
charges de viés de esquerda, de outras pessoas. “Tudo claro e aberto, ao contrário da impren-sa de direita que se vende como isenta e imparcial” – afirma.
Há blogs progressistas para todos os gostos: com foco no cinema, no esporte, no humor. Porém, para ambos, a blogosfera enfrenta duas dificuldades: a sua aceitação e o poder aquisitivo da popu-lação. “Primeiro, há pessoas antenadas na nova mídia, mas muita gente ainda não quer
usá-la – só a próxima geração deverá aceitá-la cabalmente. Depois, há jovens e idosos
sem computador em casa, com dificuldades de absor-ver a tecnologia”.
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7Jundiaí
Cartum
Paulo César Cid, o trilho. ou a vida com humorPremiado em todo o Brasil, ele atua nos jornais e revistas de toda a região de Jundiaí
Muita gente costuma ver em jornais e revistas as famo-sas tirinhas que representam uma realidade social. Esse trabalho é feito pelo cartunis-ta, profissional que se utiliza de desenhos – às vezes feitos à mão – para retratar de for-ma crítica a sociedade. Como ilustração, as tirinhas são parte de uma reportagem jornalísti-ca. É quando a arte retrata a vida com humor.
O cartum tem origem bri-tânica. O significado original da palavra é estudo ou esbo-ço. Foi utilizado pela primeira vez em 1840, quando a revista Punch publicou uma série de charges para parodiar um es-tudo de afrescos do Palácio de Westminster, em Londres. Desde então, ele se mantém na imprensa escrita e, quase sempre, satiriza a política.
Um cartunista de destaque
na região é Paulo César Cid (<www.bloggdotrilho.blogs-pot.com>), que assina sob o pseudônimo de “Trilho”, mas nem sabe como esse nome sur-giu. Ainda garoto, ele começa seus “rabiscos” nos cadernos da escola, que mantém guar-dados até hoje. “Fiquei apai-
xonado” – conta Paulo César, que afirma ter tido influência do cartunista Henfil.
Segundo Trilho, existem diferenças entre cartum, char-ge e caricatura. “O cartum é atemporal. O leitor pega o car-tum e diz: Ah, é disso que fala a matéria! É um resumo bem-
-humorado, doce, para que a pessoa leia um texto salgado. Já a charge é uma sacada de humor que dura tanto quanto o fato. E a caricatura traz o diferencial, por exemplo, de exagerar certos traços físicos de uma pessoa”– diz.
Para ele, a política é a
grande inspiração dos car-tunistas, pois gera histórias. O humor e a ironia servem para combater as injustiças, as desigualdades sociais e a corrupção. “O cartunista ou o chargista incomodam. Eles pensam: já que não se tomam providências, vou protestar com humor, colocar pra fora aquilo que as pessoas querem dizer” – destaca.
A modernidade trouxe ferramentas que auxiliam esse artista, entre os quais, o computador. “É útil, mas não substitui a sensibilidade do artista que desenha à mão”. Com tempo na estrada, Tri-lho acredita que alcançou seu objetivo, de fazer as pessoas pensarem diante da realida-de em que vivem. “O cartum tem esse papel, ele estimula a discussão e faz as pessoas re-fletirem.”
serra do jaPi
Projeto de ‘congelamento’ da mata não tem efeito Câmara aprova projeto do prefeito Miguel Hadadd que contém emendas contraditórias
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A Câmara Municipal de Jundiaí aprovou o projeto do Executivo que congela os em-preendimentos da Serra do Japi por cinco anos. No entan-to, foram também aprovadas duas emendas que fazem com que o projeto perca o sentido. A primeira diz que ele não é retroativo a empreedimentos já aprovados, ou seja, asse-gura que grandes empreendi-mentos sejam implementados. A outra diz que o projeto será
revogado assim que a Lei 417, que regulamenta a Serra do Japi, seja votada. Desta forma, o congelamento de cinco anos perderá o efeito.
Essa dubiedade fez os vereadores Durval Orlato, Marilena Negro (ambos do PT), Paulo Martins (PPS) e Fernando Bardi (PDT) vota-rem contra o projeto. “O tal congelamento da Serra do Japi quase não serviu para nada, pois assegura os negó-
cios aprovados e ainda será revogado na aprovação da nova redação da Lei 417. “O projeto de congelamen-to é inconstitucional e quem já teve seu empreendimen-to aprovado certamente vai contestar na Justiça. Desta forma, acho que o projeto de congelamento da Serra do Japi foi simplesmente um projeto eleitoreiro do prefeito” – afirma o verea-dor Durval Orlato.m
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8 Jundiaí
Foto síntese – Vale azul
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PalaVras CruzadasPalaVras Cruzadas
respostas
PalaVras Cruzadas
sudoku
As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.
Vale o Que Vier
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Palavras cruzadas
CARTOMANTEAPARAdORPREMOsRPIAlATINARsMAAsAEsTERARusPOlIAOIlAPRONTARAdARTlAOFICINEIROsOlOEMPOs
horizontal – 1. Quem lê o futuro nas cartas 2. Móvel sobre o qual se põem travessas com a comida a ser servida em uma refeição 3. Tribo indígena da bacia do Javari; 3,1416 4. Adotar os procedimentos dos povos latinos 5. Maldosa; Cada um dos membros anteriores das aves, providos de penas, que ger. servem para voar; 6. É, em francês; Comprar garrotes jovens para mais tarde revendê-los; universidade de são Paulo (sigla) 7. Óleo, em inglês 8. Preparar 9. Contração da preposição de com o artigo definido feminino a; Reserva técnica (sigla)10. Profissional que trabalha em oficina 11. Chão, piso; Após, depois de.
Vertical – 1. Que se converte em caramelos 2. Pedir socorro; parágrafo 3. Ramagem; Ar, em inglês; 49, em algarismos romanos. 4. Andar (a montaria) entre o passo e o galope; A região dos mortos 5. lugar com água e vegetação no meio de um deserto; diz-se de um dos dois isômeros em certos compostos que apresentam ligação dupla entre dois átomos de nitrogênio 6. 1.500, em algarismos romanos; denominação de vários tipos de navio, com um ou mais mastros e velas redondas 7. Agora, forma arcaica; Mais adiante 8. Nota da Redação; Tornar a pôr; A identidade do computador (sigla) 9. Argola 10. No Novo Testamento, cada uma das cartas escritas pelos apóstolos às primeiras comunidades cristãs; símbolo do ósmio.