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ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO JORNAL DA ALERJ Municípios afetados pelas últimas enchentes no estado do Rio mostram o que vêm fazendo com o recurso de um milhão doado pela Assembleia M uitos estragos foram causados pelas últimas chuvas de verão e deixaram marcas que serão difíceis de apagar em cidades do interior fluminense, como Cambuci, Aperibé, Italva e São Francisco do Itabapoana. Milhares de desabrigados e dasalojados, ruas, pontes e casas destruídas e um saldo de muita dor ainda podem ser vistos por quem passa por esses municípios. Para diminuir o sofrimento dos moradores, o presidente de Alerj, deputa- do Jorge Picciani (PMDB), decidiu doar, em fevereiro, R$ 20 milhões para o auxílio das 20 cidades mais castigadas pela água. “Sabemos que esse dinheiro não vai resolver totalmente o problema, mas acreditamos que será uma grande ajuda para quem precisa se recuperar”, avaliou o peemedebista. O JORNAL DA ALERJ fez um levantamen- to das obras que estão sendo realizadas pelas prefeituras das cidades que foram contempladas com cheques no valor de R$ 1 milhão. Muitas contam com índices baixos de Desenvolvimento Humano (IDH) e, por conta disso, já tiveram o recurso liberado pelas câmaras de vereadores e começaram a trabalhar. “Não tínhamos nenhum recurso. Se não fosse a Alerj, não haveria condi- ções de prestar assistência básica às vítimas”, garantiu a prefeita de Bom Jesus de Itabapoana, Maria das Graças Motta. Saiba quais são as ações que já estão sendo desenvolvidas para a revitalização dessas cidades. PÁGINAS 6, 7 e 8 l NESTE NÚMERO Deputados e servidores da Cultura debatem projetos das OS PÁGINA 3 Assembleia lança a campanha Eu digo não à violência contra as mulheres PÁGINAS 4 e 5 Marcos Soares: “Entrar para a Política foi um chamado de Deus” PÁGINA 12 Ano VII N° 187 – Rio de Janeiro, de 1º a 15 de março de 2009 Paraty Miracema Varre-Sai Porciúncula Natividade Italva Cardoso Moreira Laje do Muriaé São José de Ubá Itaperuna Cambuci Itabapoana Bom Jesus de Tanguá Aperibé Rio Bonito Itaocara

Jornal da Alerj

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PÁGINA 12 PÁGINA 3 PÁGINAS 4 e 5 Tan guá A S S E M B L E I A L E G I S L A T I V A D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O PÁGINAS 6, 7 e 8 Ape ribé Ano VII N° 187 – Rio de Janeiro, de 1º a 15 de março de 2009 Cambu ci Itabapo ana Itaperun a Cardoso Moreira Natividade Italva Bom Jesus de São José de Ubá Laje do Muriaé Varre-Sai Porciúncula Miracema Paraty

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Page 1: Jornal da Alerj

A S S E M B L E I A L E G I S L A T I V A D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O

JORNAL DA ALERJ

Municípios afetados pelas últimas enchentes no estado do Rio mostram o que vêm fazendo com o recurso de um milhão doado pela Assembleia

Muitos estragos foram causados pelas últimas chuvas de verão e deixaram marcas que serão

difíceis de apagar em cidades do interior fluminense, como Cambuci, Aperibé, Italva e São Francisco do Itabapoana. Milhares de desabrigados e dasalojados, ruas, pontes e casas destruídas e um saldo de muita dor ainda podem ser vistos por quem passa por esses municípios. Para diminuir o sofrimento dos moradores, o presidente de Alerj, deputa-do Jorge Picciani (PMDB), decidiu doar, em fevereiro, R$ 20 milhões para o auxílio das 20 cidades mais castigadas pela água. “Sabemos que esse dinheiro não vai resolver totalmente o problema, mas acreditamos que será uma grande ajuda para quem precisa se recuperar”,

avaliou o peemedebista. O JORNAL DA ALERJ fez um levantamen-

to das obras que estão sendo realizadas pelas prefeituras das cidades que foram contempladas com cheques no valor de R$ 1 milhão. Muitas contam com índices baixos de Desenvolvimento Humano (IDH) e, por conta disso, já tiveram o recurso liberado pelas câmaras de vereadores e começaram a trabalhar. “Não tínhamos nenhum recurso. Se não fosse a Alerj, não haveria condi-ções de prestar assistência básica às vítimas”, garantiu a prefeita de Bom Jesus de Itabapoana, Maria das Graças Motta.

Saiba quais são as ações que já estão sendo desenvolvidas para a revitalização dessas cidades.

PÁGINAS 6, 7 e 8

lNESTE NÚMERO

Deputados e servidores da Cultura debatem projetos das OSPÁGINA 3

Assembleia lança a campanha Eu digo não à violência contra as mulheres PÁGINAS 4 e 5

Marcos Soares: “Entrar para a Política foi um chamado de Deus”PÁGINA 12

Ano VII N° 187 – Rio de Janeiro, de 1º a 15 de março de 2009

Paraty

Miracema

Varre-Sai

Porciúncula

Natividade

Italva

Cardoso MoreiraLaje do

Muriaé

São José de Ubá

ItaperunaCambuci

ItabapoanaBom Jesus de

Tanguá

AperibéRio Bonito

Itaocara

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Rio de Janeiro, de 1º a 15 de março de 20092

FRASES CONSuLTA POPuLAR ExPEDIENTE

PresidenteJorge Picciani

1ª Vice-presidenteCoronel Jairo

2º Vice-presidenteGilberto Palmares

3º Vice-presidenteGraça Pereira

4º Vice-presidenteOlney Botelho

1ª SecretáriaGraça Matos

2º SecretárioGerson Bergher

3º SecretárioDica

4ª SecretárioFabio Silva

1a SuplenteAdemir Melo

2o SuplenteArmando José

3º SuplentePedro Augusto

4º SuplenteWaldeth Brasiel

JORNAL DA ALERJPublicação quinzenalda Diretoria Geral de Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

Jornalista responsávelFernanda Pedrosa (MT-13511)

Coordenação: Pedro Motta Lima e Everton Silvalima

Reportagem: Fernanda Porto, Marcela Maciel, Symone Munay e Vanessa Schumacker

Estagiários: André Nunes, Camila de Paula, Constança Rezende, Érica Ramalho, Raoni Alvez, Ricardo Costa, Roberto Simoniades e Zô Guimarães

Fotografia: Rafael Wallace

Diagramação: Daniel Tiriba

Telefones: (21) 2588-1404/1383 Fax: (21) 2588-1404Rua Primeiro de Março s/nº sala 406 CEP-20010-090 – Rio de Janeiro/RJEmail: [email protected]

Impressão: Gráfica da Alerj

Diretor: Leandro PinhoMontagem: Bianca MarquesTiragem: 2 mil exemplares

ALERJAssEmbLEiA LEgisLAtivA do EstAdo do Rio dE JAnEiRo

“A ideia é garantir o que é feito em São Paulo, onde qualquer competição, mesmo nos campeonatos inferiores, é precedida pelo Hino Nacional”Flávio Bolsonaro (PP), sobre aprovação de projeto que pune organizadores de eventos esportivos que não tocarem o hino antes das competições

“Pedimos intervenção do ministro Luiz Dulci para que a CSN cesse as demissões e reveja as que já ocorreram. Ele se colocou à disposição para estudar um jeito de intervir, mas já antecipou que é imprescindível a negociação com o sindicato”Nelson Gonçalves (PMDB), em ida a Brasília para buscar ajuda para a região Sul fluminense

“A existência de uma norma legal legitima um direito da mulher, que é o acesso gratuito à cirurgia de redução da mama quando este procedimento for indicado para prevenir ou solucionar problemas ortopédicos”André Corrêa (PPS), sobre projeto que autoriza o Governo do estado a realizar as cirurgias

Rafael Wallace

Zô G

uim

arães

Dúvidas, denúncias e reclamações: 0800 022 00 08

ALô, ALERJ “As correspondências apareceram”

No ano passado houve greve dos correios, por isso fiquei um tempo sem rece-ber minhas correspondên-cias. Até aí tudo bem. Mas passaram-se dois meses depois que a greve acabou e minhas correspondências não chegavam. Cheguei a ter problemas sérios com a com-panhia telefônica, pois, como não recebia as cobranças, fiquei um tempo sem pagar. Fiz inúmeras reclamações aos correios e não conseguia uma resolução. Desconfiei que os carteiros estavam evitando ir até minha casa por causa do difícil acesso.

Até que resolvi fazer uma reclamação ao Alô, Alerj. O tempo todo a Alerj me dava uma satisfação do que estava sendo feito – recebia uma carta em cada passo da resolução da minha recla-mação. Um mês depois um gerente dos correios veio à minha casa fazer uma visita e me garantiu que ficaria de olho. Aos poucos minhas correspondências voltaram a aparecer.

Maria Tereza do Paço Castanheira, moradora de Miguel Couto, Nova Iguaçu, não estava recebendo as contas pelo correio

l Sou deficiente visual e tenho muita dificuldade em fazer compras no mercado. Quero saber se existe algum projeto em tramitação para facilitar mais esta atividade, que para nós é imprescindível.

Carla Regina dos Anjos - Belford Roxo

l É um dever do Es-tado assegurar às pessoas portadoras de qualquer de-ficiência a plena inserção na vida econômica e social e o desenvolvimento de suas po-tencialidades. A Constitui-ção institui ainda, como um de seus princípios, a garantia do direito à informação. Te-mos um grande número de deficientes visuais no estado que se deslocam sozinhos, trabalham, utilizam os meios

de transportes e fazem com-pras nos diversos estabe-lecimentos comerciais. Por este motivo, apresentei o projeto de lei 2.092/09, que determina que todos os su-permercados localizados no Estado do Rio disponibilizem informações em braile em suas gôndolas e em seus encartes promocionais para orientação dos clientes por-tadores de deficiência visual. De acordo com minha pro-posta, os textos em braile de-verão informar, pelo menos, o nome do produto com seu respectivo preço. Para quem não cumprir a norma, haverá uma advertência escrita e, em caso de reincidência, multa de mil Ufir/RJ.

DeputadoWilsonCabral(PSB)

Page 3: Jornal da Alerj

3Rio de Janeiro, de 1º a 15 de março de 2009

cuLTuRA

OParlamento está cumprindo o seu o papel constitucional e ampliando, cada vez mais,

o diálogo com a sociedade. Desta forma, o presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB), qualificou o encontro que o Colégio de Líderes da Alerj teve, no dia 3, com representantes da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado (Funarj) e do Sindicato dos Artistas, para discutir os projetos do Executivo que pretendem firmar parcerias com Organizações Sociais (OS) para a gestão de instituições como o Theatro Muni-cipal, a Escola de Música Villa-Lobos e a Sala Cecília Meireles. “Presenciamos, basicamente, opiniões de parlamentares contrários aos projetos, mas que, com sensatez e visão de vida, chegaram ao entendimento de que o debate deve ser ampliado. Agora, vamos, através da Co-missão de Cultura da Casa, aprofundar a questão através de novas audiências, para chegarmos a um senso comum”, salientou Picciani.

A proposta de mudança do modelo de gestão cultural fluminense, de autoria do Poder Executivo, consta dos projetos de lei 1.974/09 e 1.975/09, que, respectiva-

mente, tratam da qualificação das OS e da transferência dos equipamentos cul-turais do estado para essas entidades. “O assunto deve ser tratado com serenidade e, sobretudo, com o interesse voltado para o bem da sociedade”, declarou o novo presidente da Comissão de Cultura da Alerj, deputado Alessandro Molon (PT). “Sou totalmente contrário a essas organizações e considero os projetos uma falta de respeito com a cultura, os servidores públicos do setor e os cida-dãos do estado, mas estamos aqui para discuti-los”, pontuou o petista.

Durante o encontro, muitos parlamen-tares fizeram questão de falar sobre os projetos. A pedetista Cidinha Campos criticou os textos. “Os projetos esmagam categorias que não são renováveis, como músicos e bailarinos. Não se pode inter-romper a carreira de um cantor de ópera assim. Eles precisam ser mantidos pelo estado. A arte não tem preço porque me-xe com a alma humana”, concluiu Cam-pos, lembrando que, como ex-concertista, lamenta o descaso do poder público com os artistas brasileiros.

O líder do Governo na Casa, depu-tado Paulo Melo (PMDB), salientou que os projetos têm muitos pontos positi-vos e que eles se justificam para que a cultura do estado possa ser melhor administrada e sobreviva aos tempos de crise econômica. O deputado Luiz Paulo (PSDB) disse estar convencido de que os projetos não vêm embasados

de forma técnica e jurídica. “É um pro-jeto sem visão cultural e, por isso, sou absolutamente contrário. É um cheque em branco assinado e entregue ao Po-der Executivo, que não saberá sequer gerir. Não há resposta para quantas Organizações Sociais poderão participar, nem qual o cronograma a ser seguido”, questionou o tucano. Para o deputado Comte Bittencourt (PPS), os textos são “ruins e mal intencionados”: “É entregar o que é público ao setor privado sem nenhuma cerimônia”.

Depois de fazer críticas e citar artigos dos projetos apresentados, o assessor jurídico da Funarj, Luiz Oliveira Castro Jungstedt, disse estar satisfeito com o encontro, pois pôde presenciar a “demo-cracia viva”. “Ficou claro que a bancada da Alerj está inclinada a ser contrária aos projetos, o que muito nos favorece. O texto burla os princípios constitucio-nais da moralidade e da transparência”, argumentou. Presidente do Sindicato dos Músicos, Déborah Prates comentou que os profissionais saíram da reunião alivia-dos. “Os resultados serão, com certeza, positivos para nós, pois percebemos que existe sensibilidade por parte dos deputados”, frisou.

Também participaram da reunião os deputados Aparecida Gama (PMDB), Marcelo Freixo (PSol), Rodrigo Neves e Inês Pandeló, ambos do PT, Marcos Vinicius (PTB), Paulo Ramos (PDT) e Alice Tamborindeguy (PSDB).

Symone munay

Rafael Wallace

OS em xeque

Em reunião na Sala da Presidência, deputados ouvem as reivindicações dos servidores da Cultura sobre mensagens enviadas pelo Governo

Projetos do Executivo que tratam das parcerias com Organizações Sociais dividem opiniões no Parlamento

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Rio de Janeiro, de 1º a 15 de março de 20094

DiREiTOS DA MuLhER

Os direitos das mulheres têm que ser, cada vez mais, de-fendidos pelos homens. Com

este intuito, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj lançou, no dia 5, a campanha Eu digo não à violên-cia contra a mulher, focada no público masculino (foto). “É uma campanha que vai além das mulheres e além da Casa, porque ela conseguiu envolver parceiros importantes, que têm, em suas categorias, homens que são formadores de opinião, que atendem as mulheres lá na ponta, como advogados, policiais e médicos. Envolver esses parceiros foi o diferencial”, afirmou a presidente da comissão, deputada Inês Pandeló (PT). O evento aconteceu no Palácio Tiradentes e foi aberto pelo presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB).

Picciani defendeu a necessidade de integração dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e da sociedade civil no combate à violência contra a mulher. “A importância desta comissão é muito grande e tenho certeza de que, este ano, ela vai se superar na defesa dos direitos da camada feminina da po-pulação. A nossa luta, principalmente, para convencer os homens será muito mais eficiente se conseguirmos a inte-gração de todos”, disse. A campanha

ganhou adesão de outras entidades, como o Governo do estado, o Conse-lho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), o Sindicato dos Médicos e a Ordem dos Advogados do Brasil seção Rio (OAB-RJ).

“Estamos muito felizes de partici-par desta campanha cujo foco será o homem. Mas não podemos nos esque-cer de que ainda existem mulheres que não têm coragem de denunciar os abusos sofridos”, lembrou a presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Jurídica da OAB-RJ, Margarida Pressburger. O chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Gilberto Ribeiro, fez questão de parabenizar as organizações que se engajaram nesta campanha. “Nós, na Polícia, estamos adotando iniciativas para minimizar o impacto dessa violência contra a mulher. Estamos treinando os policiais

que lidam com este tema para que recebam cada vez melhor as mulheres nas delegacias”, explicou.

No dia 6, a campanha seguiu para o Largo da Carioca, onde foram mon-tadas tendas que prestaram serviços a cidadãs que sofreram algum tipo de agressão. Mas nem tudo foi só sofrimento. No stand do Centro de Referência de Mulheres da Maré, um salão de beleza deu suporte a quem, dentre outras coisas, quis cortar o ca-belo. A funcionária pública Rosemary Carvalho, de 45 anos, aproveitou para renovar o visual. “Esse movimento está sendo importantíssimo para levantar a autoestima de nós, mulheres. Nós mere-cemos”, avaliou. Uma das tendas mais visitadas foi a da Defensoria Pública, onde um grupo de especialistas se revezou para esclarecer dúvidas sobre como agir em casos de agressão.

Campanha que visa ao engajamento de homens na luta em defesa da parcela feminina da população é lançada no Parlamento

da Redação

basta

A cada 15 segundos, uma mulher é

agredida no País

É hora de dizer

Staff

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5Rio de Janeiro, de 1º a 15 de março de 2009

No final de semana após o lança-mento da camnpanha Eu digo não à violência contra a mulher, o Cristo Redentor recebeu iluminação lilás para chamar a atenção da população para o Dia Internacional da Mulher – 8 de março.

PrêmioDando sequência às comemorações

pelo Dia Internacional da Mulher, a comissão realizou ainda a entrega, no dia 9, de dez diplomas Mulher-Cidadã Leolinda de Figueiredo Daltro, conferido anualmente a ativistas de diversas áreas envolvidas com a causa feminista. Neste ano, as contempladas com o prêmio fo-ram: a advogada Aglaete Nunes Martins; a presidente da Associação de Mulheres Mãos que Constroem, Elenice Silva; a diretora administrativa do Movimento

de Mulheres de São Gonçalo, Estelina Máxima Bispo; a fundadora do grupo Mulheres de Água Limpa (Gruma), Inês Maria das Graças Gomes Silva; a coor-denadora do Projeto Recicla Cachoeiras, Jorcinete da Gloria Nascimento Arnaud; a militante dos direitos humanos em Barra Mansa Leda de Souza Fonseca; a integrante do movimento feminista de Campos Margarida Estela Mendes do Nascimento; a educadora Rogéria Peixinho; a fundadora do Núcleo de Mulheres de Niterói, Rosália de Oliveira Lemos, e a coordenadora do Movimento d’Ellas de Luta contra a Intolerância Se-xual, Racial, Religiosa e Cultural, Yone Lindgren – selecionadas por meio da análise de currículos enviados à Casa por instituições e entidades beneficiadas pelo trabalho das indicadas.

No dia 7, a estreia do Flamengo na Taça Rio foi com vitória sobre a Cabo-friense por 3 a 1. Mas, no Maracanã, quem marcou gols contra a violência foram as mulheres. Para lembrar o dia delas, a campanha Eu digo não à vio-lência contra as mulheres deslocou 12 jovens para distribuírem 15 mil adesivos (praguinhas) aos torcedores do sexo masculino que estiveram no estádio.

A campanha ganhou a adesão da Superintendência de Desportos do estado, a Suderj, que, durante a par-tida, exibiu nos telões do Maracanã o slogan Todos os homens devem se unir para acabar com a violência contra a mulher e o endereço eletrônico onde há um abaixo-assinado pedindo o fim das agressões contra as mulheres – o site já conta com 40.079 assinaturas. A Suderj também distribuiu mil rosas para as representantes do sexo femini-no que foram ao estádio e apresentou, antes do jogo, um vídeo em homenagem às atletas brasileiras. No gramado, os gandulas deram sua contribuição estendendo uma faixa de apoio, e o locutor oficial do Maracanã parabenizou

as mulheres pelo dia delas.Público alvo do movimento, os

torcedores fizeram questão de declarar que ações como essa são muito impor-tantes. O empresário Marcus Vinícius, de 35 anos, esteve no estádio com o amigo Eduardo Mello, 33. “Indepen-dentemente de as punições estarem mais rigorosas por causa da Lei Maria da Penha, movimentos assim têm que

ser permanentes”, declarou.Integrante de um grupo onde pra-

ticamente só havia mulheres, o bra-siliense Pablo Rizza, 30, disse ser radicalmente contra a violência, seja ela contra quem for. “Mas a violência contra a mulher tem um lado de covardia e discriminação impensável. Isso tem que acabar. Não se pode mais tratar a mulher com agressões”, avaliou.

Hora de marcar um gol de placa contra a intolerância

Na metade das agressões, o algoz é o marido ou namorado

A ONu disponibilizou abaixo-assinado de apoio pelo site www.homenspe-lofimdaviolencia.com.br

Pandeló também comemorou o Dia Internacional da Mulher com entrega de diplomas a ativistas da causa feminina

Pablo Rizza (ao centro) apoiou a distribuição de “praguinhas” durante jogo no Maracanã

Fotos: Rafael W

allace

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cApA

RevitalizaçãoSymone munay, Camila de Paula, ConStança Rezende e RiCaRdo CoSta

D epois que recebe-ram um cheque no valor R$ 1 milhão das mãos do pre-sidente da Alerj,

deputado Jorge Picciani (PMDB), os 20 prefeitos dos municípios mais atingidos pelas enchentes do último verão, no Norte e Noroeste fluminense, arregaçaram as mangas e deram início às obras de recons-trução das cidades. E o saldo deixado pela chuva não foi pequeno: ruas e estradas destruídas, prédios públicos e domicílios submersos, populações isoladas e inú-meros desabrigados e desalojados. Na primeira quinzena de fevereiro, a maioria dos gestores municipais submeteu às câmaras de vereadores os seus projetos de lei, solicitando a inclusão dos recursos doados pela Alerj no orçamento anual dos municípios. “Esse dinheiro pode não resolver a situação por inteiro, mas, com certeza, será de grande valia para essas cidades que foram tão destruídas pelas chuvas torrenciais do verão, o que deixou muitos cidadãos sem moradia”, pondera Picciani.

Em Rio Bonito, nas Baixadas Litorâne-as, duas pessoas morreram, entre elas uma criança. Para o prefeito José Luiz Antunes, o projeto de uso do dinheiro deu amparo legal para que a quantia pudesse ser uti-lizada imediatamente. “Este dinheiro é o primeiro recurso que o município recebe do poder público desde novembro, quando os fortes temporais começaram a destruir nossa cidade. Vamos investir na constru-ção de moradias para ajudar as pessoas que tiveram suas casas destruídas”, diz ele, lembrando que, em sua cidade, 200 casas foram condenadas pela Defesa Civil, 14 pessoas ficaram feridas e cerca de 100 desabrigadas.

A entrega dos recursos provenientes do orçamento anual da Alerj, totalizando R$ 20 milhões, foi realizada em fevereiro pelo presidente Picciani, através de um cheque nominal de R$ 1 milhão aos re-presentantes das cidades. Na ocasião,

o peemedebista disse tratar-se de uma causa nobre e acreditar que os recursos serão aplicados nas obras que os prefeitos classificarem como emergenciais. Com o propósito de minimizar os transtornos causados à população do interior, a inicia-tiva de Picciani surgiu depois da visita, em janeiro, ao município de Itaperuna, no Noroeste fluminense. “Depois de constatar a situação de várias cidades na região, to-das em situação de emergência, optei pela liberação dos recursos, mesmo consciente de que não resolveriam cem por cento os problemas das famílias afetadas, mas que, em um primeiro momento, poderiam atender as necessidades básicas”, admite o presidente da Casa.

Para o presidente da Comissão de Assuntos Municipais da Alerj, deputado Rodrigo Neves (PT), é fundamental que os

prefeitos utilizem os recursos em recupe-ração de infraestrutura, desassoreamento dos rios e melhoria habitacional. “Sei que não será fácil, uma vez que os municípios afetados têm o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo”, pondera o petista. “É uma honra o Poder Legislativo estender a mão sem ter nenhum interesse ou tirar alguma vantagem nisso”, orgulha-se a deputada Aparecida Gama (PMDB). O deputado Marcus Vinicius (PTB), repre-sentante da Região Serrana do estado e membro efetivo da Comissão de As-suntos Municipais, lamenta que parte da população do interior tenha passado por esse drama. “Um problema natural e inevitável. As enchentes castigaram esses municípios em uma época complicada, ou seja, entre o fim de ano e a chegada do

As intervenções estão a todo vapor: dragagem de rios em Tanguá (alto),

desobstrução da Estrada da Fazenda do Banco, em Porciúncula (acima), e recapeamento da rodovia de acesso a Guaxindiba, em São Francisco de

Itabapoana (ao lado)

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7Rio de Janeiro, de 1º a 15 de março de 2009

verão. Por isso, é de grande importância essa doação para o recomeço da vida de muitas famílias”, assegura.

Em Itaocara, no Noroeste, além da re-cuperação das estradas, parte do dinheiro será usada na compra de retroescavadeiras que vão servir para aberturas de valas de escoamento e correção do leito das ruas. “O município está reestruturando barreiras e encostas para dar o mínimo de segurança à população”, declara a prefeita Alcione Correa, que lamentou o estado de degradação em que ficaram as estradas de acesso à cidade. “Estão previstas a ampliação e a reestruturação de três pontes, na zona Rural”, informa. Na cidade de Tanguá, na Região Metro-politana, a situação não foi diferente. As fortes chuvas que ocorreram entre os dias

19 e 25 de janeiro acumularam 110 mm de água, o suficiente para o transbordamento dos rios Ipitangas, Caceribu e Duques, afetando 9.010 pessoas. “Vamos priorizar a recuperação de 70 quilômetros de estrada e a construção e reforma de 50 moradias para atender as famílias desalojadas”, disse o prefeito Carlos Roberto Pereira, que salientou a imediata necessidade da reforma do posto de saúde.

Com as cheias do Rio Pomba, a cidade de Aperibé, no Noroeste, teve 75% de sua área urbana alagados. Na sede da prefei-tura a água atingiu 1,20 metros de altura, provocando perda de móveis, documentos e computadores. “Estamos trabalhando na pavimentação de ruas, no Centro da cidade, que ficou totalmente destruído. Além disso, precisamos acelerar as obras

nos prédios das secretarias de Obras e Educação e do colégio e creches munici-pais”, assegura o prefeito Flávio Gomes, que, sem lugar para trabalhar, teve que distribuir sua equipe por vários outros prédios municipais para não interromper as atividades. “Ficamos sem gabinete, móveis e telefone. Totalmente ilhados”, lamenta Gomes. Por situação semelhante está passando a prefeita de Bom Jesus de Itabapoana, também no Nororeste, Maria das Graças Ferreira Motta, que confirma não ter outro recurso a não ser o R$ 1 milhão doado para atender as demandas da população. “Esse recurso chegou num momento de extrema necessidade. Assumi o mandato sem transição e com grandes dificuldades devido às enchentes. Não tínhamos nenhum recurso. Se não fosse a Alerj, não teríamos condições de prestar assistência básica às vítimas”, declara ela.

Uma verdadeira corrida contra o tempo tomou conta de Cardoso Moreira, no Norte do estado, para deixar tudo em seu devido lugar. A preocupação maior era o inicio do ano letivo. “Trabalhamos dobrado para que as escolas já estivessem recuperadas quando começassem as aulas no início de março”, assegurou o prefeito Gilson Nunes Siqueira, que determinou também agilidade para a recuperação dos postos de saúde danificados. O mesmo acontece em Cambuci, no Noroeste, onde o secre-tário Municipal de Obras, Fábio Aguiar, priorizou as reformas nas escolas, creches e posto de saúde. “Muitos moradores es-tão começando do zero. Outra parte dos recursos foi utilizada na limpeza urbana e domiciliar, pois as ruas ficaram intran-sitáveis, com colchões, móveis e outros mobiliários destruídos pelas águas. Depois das escolas é a vez da reconstrução da Ponte da Onça, em São José do Paraíso, que dá acesso ao município vizinho de São José de Ubá”, acrescenta ele.

As outras cidades contempladas fo-ram Itaperuna, Laje do Muriaé, São José de Ubá, Italva, Natividade, Porciúncula, Varre-Sai, Miracema, Santo Antônio de Pádua, Silva Jardim, Paraty, São Francisco do Itabapoana e Conceição de Macabu.

Revitalização Depois de receberem cheques de R$ 1 milhão, 20 cidades do estado arregaçam as mangas e começam a tocar as obras para reconstruiro que foi destruído pelas chuvas

Fotos de Divulgação

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Rio de Janeiro, de 1º a 15 de março de 20098

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Caminhões e tratores ajudam a limpar as ruas de São Francisco de Itabapoana

Depois de um verdadeiro mutirão para limpar as ruas e desobstruir as estradas vi-cinais de São Francisco de Itabapoana, no Norte flumi-nense, a prefeitura contratou 80 pessoas para trabalhar na recuperação das áreas alaga-das nas praias de Guaxindi-ba, Sossego, Sonhos e Santa Clara. Algumas comunidades como Funil, Campo Novo e Deserto Feliz chegaram a ficar totalmente isoladas, já que as estradas estiveram interrom-pidas. Segundo o secretário de Serviços Públicos, José Carlos Azevedo, não faltou trabalho. “Preocupados com o escoamento da produção leiteira e agrícola demos início ao trabalho na zona rural. Já temos 40 ruas aterradas, mas há muito ainda o que fazer nas divisas do município”, avalia Azevedo.

O secretário de Administração de

São José de Ubá, no Noroeste, Afonso Celso Machado, informa que, apesar de a Câmara de Vereadores ter decidido pela aprovação dos projetos, as obras só terão início no próximo mês. “O trabalho está na fase de planilha orçamentária. Nossa

previsão é reconstruir cinco pontes e cons-truir vários muros de contenção”, informa Machado. O mesmo acontece nos municí-pios de Conceição de Macabu e Itaperuna. “Os projetos estão na fase final de desen-volvimento, só falta cumprir alguns trâ-mites burocráticos e questões de lici-tação. Até o final do mês de maio já tere-mos aplicado esses recursos e prestado contas à Alerj”, disse o secretário muni-

cipal de Gabinete de Itaperuna, Walter Vidal. As prefeituras de Natividade, Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua, Para-ty e Silva Jardim ainda não têm previsão para início das obras.

Obras geram emprego para moradores em algumas cidades

l

“Sem dúvida foi uma iniciativa positiva do Legislativo, já que a recuperação destes municípios é uma ação emergencial diante do prejuízo que tiveram em patrimônio ou na vida das pessoas. É importante que a Assembleia continue de olho nesta recuperação durante todo o ano. A Alerj deu o pontapé inicial para que eles também recebam outra ajuda”

Deputado Rodrigo Neves (PT)

“Esses recursos só foram garantidos graças à economia que a Casa fez e tem feito. Cada prefeito teve que enviar à Câmara de Vereadores um projeto de solicitação de abertura de crédito especial, no valor correspondente, com a rubrica específica, que servirá para a prestação de conta desses recursos perante o Tribunal de Contas do Estado e a Assembleia Legislativa”

Deputado Jorge Picciani (PMDB)

“Muitos municípios só têm essa quantia para gastar durante o ano inteiro. Tenho percorrido as áreas do interior, como Itaperuna e outras cidades das regiões Noroeste, Norte e Serrana, e vi que muitos prefeitos já iniciaram suas obras de recuperação. É muito gratificante ver que a ajuda do Parlamento fluminense está surtindo efeito e vai ajudar”

Deputada Aparecida Gama (PMDB)

“É muito gratificante poder integrar uma Casa que não se preocupa somente em legislar, mas também em ajudar, na prática, a população do nosso estado. Muitas dessas cidades ainda estão com estradas interditadas, rios assoreados, casas e prédios públicos destruídos e adutoras funcionando aquém da capacidade, sem falar dos milhares de desabrigados”

Deputado Marcus Vinicius (PTB)

Fotos: Rafael Wallace

Divulgação

Dinheiro não vai resolver tudo, mas é uma ajuda importanteDinheiro não vai resolver tudo, mas é uma ajuda importante

Obras geram emprego para moradores em algumas cidades

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TuRiSMO

Adistância de 10.306 quilôme-tros que separa o Estado do Rio da cidade de Jerusalém,

do outro lado do Oceano Atlântico, não é mais um problema para que o cidadão fluminense possa ver de perto detalhes da geografia e das construções da cida-de histórica israelense, palco de origem da cultura judaico-cristã e que, até os dias de hoje, vive turbulentos conflitos. Isso porque, a partir da sanção da Lei 5.375/09, de autoria do deputado Jode-nir Soares (PTdoB), a maior maquete de Jerusalém em todo o mundo, localizada em Del Castilho, zona Norte do Rio, tornou-se a mais nova atração turística da cidade. “A ideia teve o apoio de diversos deputados e do governador Sérgio Cabral e, agora, ajudará a divulgar esse espaço, que conta a história de um povo muito marcado no passado. Todo cristão gosta, sonha e quer um dia conhecer Jerusalém. Hoje, esse espaço está aberto para quem quiser visitar, inclusive para estudiosos no assunto”, comenta o parlamentar.

A maquete, que levou pouco mais de cinco anos para ficar pronta, faz parte do Centro Cultural de Jerusalém (CCJ)

e conta com a reprodução minuciosa de cada uma das principais edificações do ano de 66 depois de Cristo (d.C.). O projeto foi desenvolvido e supervisionado pelo arqueólogo israelense Michael Avi-Yonah. Entre técnicos e funcionários brasileiros e israelenses, 45 pessoas trabalharam na construção do espaço. A obra de arte, que tem 736 metros quadrados de área construída, conta com 12 mil lâmpadas e uma iluminação especial que simula as diversas horas do dia. A instalação é toda feita de material retirado de blocos de pedra branca trazidos do Oriente Médio e reproduz a arquitetura e topografia da capital de Israel naquele período.

A emoção dos visitantes que entram no templo fica estampada no rosto de cada um, independente da religião pro-fessada. Foi o que sentiu a aposentada Lindnalva Benjamim, de 80 anos, que contou ter visto a construção da maquete desde o início. “Vi quando eles começa-ram a construir essa cidade, só não fazia idéia de que ficaria tão bonita. Temos a impressão de estarmos lá. É maravilhoso”, elogiou. Não menos emocionada estava sua filha, Waldeny Miranda, 51, professora aposentada, que completou: “Ver em foto é uma coisa, agora desse jeito é emo-cionante. Quando eles apagam as luzes fica mais bonito ainda”. A secretária de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Benedita da Silva, esteve no CCJ e falou sobre a importância de

se conhecer o espaço. “Isso aqui é um espetáculo que todo brasileiro deveria visitar. Escolas e universidades devem ser motivadas a virem aqui”, confessou.

Quem também se encantou com a maquete foi a deputada Beatriz Santos (PRB). A parlamentar fez questão de lembrar a importância de um ponto tu-rístico para o desenvolvimento da zona Norte do Rio. “Não existe outro ponto turístico igual a esse no Rio. Quem não conhece Israel pode vir aqui e já vai ter uma idéia. É muito bonito. É também uma maneira de valorizar e desenvolver a região”, comentou a parlamentar.

A visita ao CCJ pode ser feita diaria-mente, das 9h às 18h, na Avenida Dom Hélder Câmara, 4.242, em Del Castilho, e a entrada custa R$ 10, com direito a meiaentrada para idosos e estudantes. Para agendar visitas guiadas é preciso entrar em contato pelo site (www.cen-troculturaljerusalem.com.br) ou pelo telefone (21) 2582-0140.

Raoni alveS

Jerusalém é logo ali

Jodenir Soares (detalhe) é autor da lei que dá ao espaço em Del Castilho caráter turístico oficial

Centro cultural na zona Norte do Rio atrai visitantes ao exibir a maior maquete de cidade israelense no mundo

Fotos: Érica Ramalho

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l cuRTAS SEguRANçA ALiMENTAR

Disque Alimentação

Camila de Paula

VansEmendas parlamentares feitas ao orçamento de 2008, que somam mais de R$ 6 milhões, beneficiaram secretarias de Saúde, hospitais e entidades filantrópicas de 33 municípios fluminenses, que receberam no dia 4, no QG do Corpo de Bombeiros do estado, 65 vans (foto) para serem usadas no transporte de pacientes que precisam de tratamento médico em outras cidades. A parceria entre os poderes Legislativo e Executivo, que, juntos, entregaram as chaves dos veículos aos prefeitos, foi comemorada pelo presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB): “Acredito que esta relação de entrosamento onde o Executivo respeita o direito dos parlamentares de interferir no orçamento, que foi readquirido com a Constituição de 88, seja fundamental para uma das mais nobres funções do Parlamento”.

CPI do TCEInstalada no dia 2, a CPI que investiga conselheiros do Tribunal de Contas do Estado indiciados pela Polícia Federal começou seu trabalho pedindo a quebra dos sigilos fiscal e telefônico de 16 pessoas e 12 empresas. “O objetivo é pôr na cadeia todos aqueles que não estiverem agindo de forma lícita. Estas pessoas são responsáveis pela regularidade dos documentos e contas de todo o estado. Como pode um bandido analisar contas?”, questionou a presidente da comissão, deputada Cidinha Campos (PDT). No dia 5, a CPI decidiu apurar a atuação da Procuradoria do TCE-RJ e, no dia 11, recebeu o delegado da Polícia Federal de Minas Gerais Mário Alexandre Veloso Aguiar.

AComissão de Segurança Alimentar da Assembleia Legislativa do Rio irá contar

com um 0800 para que a população possa fazer denúncias sobre estabelecimentos e empresas do setor de alimentação. Foi o que garantiu a presidente da comissão, deputada Alice Tamborindeguy (PSDB), que, no dia 11, realizou a primeira audi-ência de 2009. “Os trabalhos estão no início e muita coisa ainda deve ser feita. No momento, estamos analisando a le-gislação e estudando novas propostas em benefício da segurança alimentar do es-tado. Vamos trabalhar para que, no futuro próximo, sejam realizadas visitas a escolas, restaurantes e empresas, sempre com a presença de um vigilante sanitário”, comentou a par-lamentar, que informou que o serviço telefônico gratuito deve entrar em vigor ainda no mês de março.

Membro efetivo, a de-putada Aparecida Gama (PMDB) sugeriu que a co-missão também tenha um ônibus para realizar visitas ao interior, com a intenção de educar e qualificar a população local. “A comis-são está no caminho certo. Esse é um início de trabalho e é natural que dúvidas apareçam. Podemos pedir à Alerj um ônibus para levar projetos de qualificação à população do interior. Vamos trabalhar para que os moradores dessas regiões possam aprender uma profissão na área de alimentos”, sugeriu a peemedebista. A presidente da comissão concordou com a ideia e acrescentou que o veículo pode contar com a presença de um vigilante sanitário, para transmitir à população os cuidados com a manipulação e a higiene dos alimentos.

Durante o encontro, representantes de órgãos dos governos estadual e mu-

nicipal do Rio discorreram sobre suas áreas de atuação. Um dos assuntos mais discutidos foram os restauran-tes populares. A superintendente de segurança alimentar da Secretaria de Estado de Assistência Social, Sônia Ávila, falou sobre o programa. “Os restaurantes populares fazem 50 mil refeições por dia e, obviamente, a procura é maior que a oferta. Por ve-zes, o restaurante não tem a estrutura necessária para dar conta do número de pessoas que procuram o serviço, mas, no que se refere à higiene, posso garantir que o padrão é elogiável”, disse a superintendente. O estado do Rio conta com 13 unidades do restaurante a R$ 1 e, na próxima sexta-feira, mais um deles será inaugurado na Central de Abastecimento do estado do Rio, a Ceasa, em Irajá.

Tamborindeguy também fez um pedido à Superintendência de Vigilância Sanitária do Estado para que fossem enviados à comissão os relatórios com as empresas e estabelecimentos noti-ficados nos últimos meses. Também estiveram presentes ao encontro os deputados Marcus Vinícius (PTB) e Sula do Carmo (PMDB), além da gerente de Segurança Alimentar do Conselho Mu-nicipal de Segurança Alimentar, Jurema Batista; de André Ferraz e Ivana Ribeiro, representantes da Secretaria de Estado de Saúde, e de Márcia Melo, represen-tante da Sub-secretaria de Vigilância Sanitária do município do Rio.

Comissão recebeu representantes de entidades de vigilância sanitária na Biblioteca da Alerj

Deputada também quer fazer visitas a escolas, hospitais e penitenciárias para verificar qualidade dos alimentos

Érica Ramalho

Érica Ramalho

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Divulgação

SEguRANçA

T écnicas policiais impor-tadas da Nova Zelândia e dos treinamentos dos mari-

ners norte-americanos, bem como as ações de enfrentamento usadas pelas polícias paulista, paranaense e f lumi-nense, podem ser perfeitamente adap-tadas para a realidade cotidiana da Assembleia Legislativa do Rio. Quem garante é a responsável pelo setor de Segurança da Casa, Maria Cristina de Vilhena Castro, que, em fevereiro, liderou um grupo de 20 agentes de segurança que foi a Curitiba para participar do curso Special Reaction Training, oferecido pela Tees (Tacti-cal Explosive Entry School) Brazil. A especialização é velha conhecida dos seguranças da Casa que, há oito anos, recebem informações sobre as novidades e últimas técnicas no setor. “Devemos muito da nossa especialização ao atual presidente Jorge Picciani (PMDB), que tem nos apoiado e feito um investimento iné-dito na capacitação

dos agentes. Isso é fundamental, pois os procedimentos de segurança da Alerj são diferentes das técnicas básicas e gerais”, garante Cristina.

O curso durou 11 dias e teve como um dos seus principais objetivos reci-clar e aprimorar habilidades adquiridas nos treinamentos passados. Ministra-das pelo diretor de treinamento Kevan Gillies, que é inglês e tem experiência de mais de 35 anos em artes marciais e de combate, as aulas contaram com simulações de situações adversas que acontecem normalmente em uma gran-de cidade como o Rio. “Tivemos aulas onde aprendemos a libertar um seques-trado que está em poder de criminosos dentro de um ônibus e como realizar operações dentro de favelas”, contou a chefe da Segurança, acrescentando que as estreitas ruelas e vias das co-munidades carentes assemelham-se aos corredores e recintos fechados da Alerj. Castro disse ainda que os

agentes aprenderam a lidar com as reações dos funcionários em uma eventual ameaça de bomba em um prédio.

Além de treinar como rea-gir para a defesa dos deputados e servido-res, os seguranças da Alerj receberam treinamento psicoló-gico para saber como,

por exemplo, negociar com pessoas exaltadas de maneira inteligente, sem o uso da força. “As lições teóricas tam-bém foram importantes para agirmos com profissionalismo, sem emoção. Adquirimos vivência na busca da respostas esperadas pelo raciocínio. E, quanto menos o seu psicológico é afetado, maior será sua facilidade para sair de situações complicadas. Agir com violência só em último caso”, afirmou Cristina.

Um dos agentes treinados, Júlio Lopes destacou que as aulas sobre incursão em favelas foram as mais interessantes. “Foi importante saber como entrar em favelas porque, assim como no caso da Assembleia, elas possuem corredores estreitos e espaços reduzidos. Técnicas antissequestros também fizeram parte do treinamento. Aplicamos a realidade exterior para dentro do Palácio Tiradentes. Temos que saber proceder seguramente, tendo subsídios para agir conforme a realida-de”, explicou. Lopes garantiu também que as aulas teóricas marcaram o cur-so: “Principalmente em casos como o da segurança, não podemos deixar a emoção tomar conta. Por isso mesmo, as aulas teóricas, onde aprendemos a negociar de forma inteligente, identi-ficando os líderes das manifestações e conversando com eles de forma pacífica, tiveram tanta importância”.

Realizado há oito anos, curso é ministrado por inglês que tem experiência de mais de 35 anos em artes marciais

ConStança Rezende

Prática e teoria

Chefe da Segurança, Cristina Castro posa ao lado dos agentes que foram a Curitiba para reciclagem das novas técnicas usadas no setor

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‘Sempre vivi para ajudar o próximo, fiz isso a vida inteira’

Por que motivo o senhor resolveu ingressar na área política?Para mim, isso foi um pla-no de Deus. Sempre vivi para ajudar o próximo, e fiz isso a vida inteira, des-de criança, acompanhando meu pai (Soares é filho do missionário R.R. Soares), caminhando pelo Brasil afo-ra e entendendo que a gente precisa fazer o bem. Em 2001, depois de ter me for-mado em Direito no Rio, fui morar nos Estados Unidos para me especializar em Teologia Prática. Conheci muita gente legal lá, fiz muita coisa e essa vivência me trouxe grande experi-ência para liderar projetos. Tenho um lado espiritual muito forte e acredito que a Política, não só no Brasil, mas em qualquer lugar do mundo, precisa de pessoas com essa característica, com esse pensamento fo-cado na luta pela melhoria da vida de todos, em prol da comunidade.

Quais os projetos de lei o senhor espera apresen-tar na Casa?Tenho vários projetos, prin-cipalmente para as áreas de Saúde, Educação e Tri-butação, mas eles ainda não estão completamente prontos. Por isso, prefiro não entrar em maiores de-talhes, pois estou fazendo ajustes, realizando reuni-ões e consultan-do especialistas para apresentá-los às comissões responsáveis por esses assuntos.

Como surgiram as ideias para a confecção des-tes projetos?A sabedoria popular é gran-de. Converso com muita gente na rua, vou pegando as ideias e busco atuar em todas as áreas que mais preocupam a população. Preocupo-me muito com a justiça social e o desenvol-

vimento do nosso estado, além de querer o bem a todas as pessoas. Converso muito com as pessoas da igreja, mas não só com elas. Quando viajo, preocupo-me ainda em conhecer as ne-cessidades de cada região e das comunidades.

O senhor já se adaptou à rotina parlamentar?Sinto-me muito bem aqui na Alerj. Sou muito bem tratado desde que cheguei aqui. O presidente Picciani é muito acessível, pois consigo che-gar até ele todas as vezes que preciso.

Os deputados da minha ban-cada também foram muito receptivos: o Olney Botelho, que já conhecia e também é empresário, a Cidinha (Cam-pos), o Wagner Montes, que é uma figura muito legal, e o Paulo Ramos, líder de nossa bancada. Sinto que

aqui estamos lutando pelo melhor do Rio.

E nas horas vagas, o que o senhor faz?Ultimamente tenho viajado muito para agradecer ao povo pelos votos e pela con-fiança depositados em mim. A gente não pode aparecer só na hora de pedir voto. O contato com o povo é fundamental para um po-lítico. Nesses momentos é que consigo ouvir a real necessidade de cada um. Fora isso, gosto muito de praticar esportes. Jogava tênis antigamente e, apesar de jogar mal, tenho muita vontade de voltar a praticar. Ainda não tenho um gru-po aqui no Rio com quem possa jogar, mas pretendo retornar à prática desse es-porte. Enquanto isso, faço caminhada todos os dia pela manhã. Aos domingos estou na sede da igreja, em Madureira (zona Norte do Rio), fazendo reuniões com o grupo cristão.

vaneSSa SChumaCkeR

A ntes de se tornar político, o pedetista Marcos So-ares, de 30 anos, parlamentar recém-empossado que entrou na Alerj depois da saída da atual vice-

prefeita de Nova Iguaçu, Sheila Gama, chegou a manobrar carros e coordenar acampamentos de jovens missionários nos Estados Unidos. A experiência foi fundamental para que o deputado entendesse que ajudar o próximo e traba-lhar com Política caminham lado a lado. Com bom humor e tranquilidade, Soares disse, nesta entrevista, que a vinda dele para o Parlamento foi “um chamado de Deus”. “Esse era o momento certo de eu estar aqui”, garante o parlamentar, que esteve à frente do grupo de comunicação da Igreja Internacional da Graça – TV, rádio e publicações impres-sas. Os amigos que fez na Casa, a vontade de melhorar a qualidade de vida da população e o que o levou a optar pela vida pública também foram pontos destacados por Soares nesta conversa com o JORNAL DA ALERJ.

lENTREViSTA MARCOS SOARES (PDT)

Zô Guimarães

Estou muito convicto de que farei um mandato voltado para o campo social e isso muito me motiva a estar aqui