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ESPORTE EDUCAÇÃO THIAGO MARTHENDAL A democratização do acesso ao esporte na escola busca a formação integral dos estudantes, com a incorporação de diferentes práticas pedagógicas à Educação Física. A nova abordagem vai além do discurso da saúde e qualidade de vida, dando ênfase à cultura corporal, em uma visão mais ampla e sistêmica da realidade. Páginas 6 e 7 JULHO 2016

Jornal Escola Aberta - Julho 2016

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Edição de Julho de 2016 do Jornal Escola Aberta, da Secretaria de Estado da Educação de SC

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ESPORTEESPORTEEDUCAÇÃO

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A democratização do acesso ao esporte na

escola busca a formação integral dos estudantes,

com a incorporação de diferentes práticas

pedagógicas à Educação Física. A nova abordagem

vai além do discurso da saúde e qualidade de vida,

dando ênfase à cultura corporal, em uma visão

mais ampla e sistêmica da realidade. Páginas 6 e 7

JULHO 2016JULHO 2016

Página 11Uma aula diferente e divertida envolveu os alunos do Ensino Médio Inovador na Escola Almirante Barroso, de Canoinhas. As experiências pedagógicas além da sala de aula promovem uma educação multidisciplinar e atraem os jovens dessa modalidade de ensino. Confi ra

2 / JULHO DE 2016 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

O ensino Médio na BNCC

Fazer com que os estudantes cheguem ao Ensino Médio – e permaneçam nele – é hoje um

dos principais desafi os para que o Brasil consiga incluir, de fato, grande parte dos jovens e adolescentes no mundo do trabalho e da cidadania. Mais de 1,7 milhão de adolescentes, de 15 a 17 anos, estão fora da escola, e são hoje o grupo mais atingido pela exclusão educacional e social, segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (Pnad/2011).

As esferas de governo federal e esta-dual estão engajadas em reverter esse quadro e um dos vértices dessa nova política educacional é a construção de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da educação básica, que prevê também a reformulação do ensino médio. Para os educadores, essa etapa de ensino está em descompasso com os interesses do jovem do século 21.

Em boa hora o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) estão reunindo as contribuições estaduais para a versão preliminar da Base, que contará com o acompanhamento do Conselho Nacio-nal de Educação (CNE).

O secretário da Educação e presi-dente do Consed, Eduardo Deschamps, que também é membro do Conselho Nacional de Educação lembrou que os conselheiros vão acompanhar as discus-sões nos estados.

Os seminários estaduais da BNCC-serão realizados nos meses de julho e agosto em todo o País. Em Santa Catarina, os educadores irão avaliar o documento base, dias 19 e 20 de julho, no auditório da Assembléia Legislativa e no Instituto Estadual de Educação.

Desta forma, enfrentar o desafi o signifi ca abandonar alguns paradig-mas sobre o que é ensinar e aprender, revendo e revitalizando os compromis-sos com a escola e com o aluno. Mas isto não é pouco e nem fácil. Impõe mudanças de todos os envolvidos no processo educacional.

Com essa proposta, o Escola Aberta traz aos leitores alguns projetos desen-volvidos por alunos do ensino médio, dentro do novo paradigma. Confi ra as matérias da página 9 que trata da sustentabilidade ambiental de forma contextualizada e as experiências coletivas e inovadoras que instigam o conhecimento, na página 11.

Na página Central destacamos a im-portância da educação física escolar que coloca a educação e o esporte na mesma direção. Nas demais páginas, conheça as iniciativas de empreendedorismo tecnológico, cidadania e a agenda.com, onde informamos sobre os programas e prêmios oferecidos a alunos e profes-sores.

Editora, Beatriz Menezes dos Santos

Editorial

Expediente

aberta

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃOEdinéia Rauta Secretaria de Estado da Educação

EDITORA Beatriz Menezes dos Santos - SC 01572 JP

PARTICIPARAM DESSA EDIÇÃO: Beatriz Menezes dos Santos, Cauê Andreosi, Thiago Marthendal, Dafnée Caroline Canello, Sérgio Teixeira, Janaína Mônego e Ana Paula Keller

EDITOR DE FOTOGRAFIAThiago Marthendal

FOTOGRAFIAThiago Marthendal, Osvaldo Nocetti, Sérgio Teixeira e Janaína Mônego

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Os seminários estaduais da BNCC serão

realizados nos meses de julho e agosto em

todo o País. Em Santa Catarina, os educadores irão avaliar o documento base, dias 19 e 20 de julho, no auditório

da Assembléia Legislativa e no

Instituto Estadual de Educação.

Nossa capaAs ginastas do CRGR do IEE participam de

competições estaduais e nacionais, conquistando

títulos para Santa Catarina. Na foto as

estudantes apresentam coreografia criada

pela professora Evelize Garofalo, no clima das

Olimpíadas.

Página 4Saiba como o Technovation Challenge, uma competição internacional de empreendedorismo tecnológico para mulheres, serve para diminuir a desigualdade de gênero e cria oportunidades de trabalho em prol da sociedade.

Página 5 Leia a entrevista com o escritor, cartunista e YouTuber Affonso Solano, que dá dicas aos jovens que desejam ser escritores

Páginas 6 e 7A prática esportiva escolar infl uencia todo o ambiente educacional, ultrapassando os limites do bem-estar físico e tornando-se indispensável no ponto de vista formativo. Destacamos nesta edição,o crescimento pessoal e social dos estudantes que participam das inúmeras modalidades oferecidas nas escolas da rede estadual

Página 8Criado há seis anos, o projeto Judô, desenvolvido na Escola Idelfonso Linhares, de Florianópolis, já atraiu mais de 200 crianças e jovens desde 2011. Veja como a parceira de sucesso fortalece os vínculos escolares e se refl ete na aprendizagem.

Página 9Para comemorar o Dia Nacional do Meio Ambiente as escolas da rede estadual se mobilizaram em prol dos ecossistemas locais e usaram toda a criatividade em ações de conscientização. Conheça as práticas de sustentabilidade realizadas, na Escola Dom Vital, de Ponte Serrada.

Página 12Confi ra as notícias da Educação

Página 10Fique por dentro dos programas e concursos nacionais voltados a alunos e professores. Inscreva-se .

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As professoras são um bom exemplo para as meninas do Centro Regional de Ginástica Rítmica, do IEE

REVISÃO Manoel Celso Lopes

DIAGRAMAÇÃO / FB.Design

JULHO DE 2016 / 3SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Artigo

aberta

O esporte atualmente é considerado um dos maiores fenômenos sociais do século 21, assumindo múltiplas possibilidades, estando inserido em

diferentes setores como o político, o econômico, o social, o cultural e o educacional.

No ambiente escolar, o esporte mantém uma relação muito estreita com a disciplina de Educação Física, sendo uma das ferramen-tas da aprendizagem. Em muitas escolas, está presente ainda em projetos extracurriculares, onde sua prática acontece de maneira mais sistematizada e associada a objetivos especí-fi cos.

A escola é o lugar onde se adquire hábitos que permanecem ao longo da vida. Desta forma, a Educação Física não pode ser uma mera prática esportiva, mas um componente curricular com os mesmos objetivos das ou-tras disciplinas, a educação integral dos alu-nos. Ainda, busca educar para vários aspectos, que incluem as relações sociais culturais, valores, atitudes, saúde e lazer, contemplando o equilíbrio da diversidade, que é intrínseco à escola. Durante essa fase, as unidades de ensino devem promover uma gama variada de atividades, como esportes, danças, lutas e diferentes formas de envolvimento com a natureza.

Em relação a projetos extracurriculares, temos o exemplo do Instituto Estadual de Educação (IEE), na Capital, que vem aprimo-rando oEsporte Escolar, já bastante consolida-do. Com o objetivo de democratizar o acesso

à prática e à cultura do esporte, o Centro Regional de Ginástica Rítmica recebe alunos e crianças da comunidade e onde os talentos podem ser direcionados para as turmas de treinamento, que também acontecem no IEE, por meio de uma parceria com a Fundação Municipal de Esportes e a Udesc. Isso permite a participação dos jovens em campeonatos re-gionais, estaduais, nacionais e internacionais.

Além de todos esses fatores, o esporte escolar promove a inclusão, minimizando as desi-gualdades e qualquer tipo de discriminação por condições físicas, sociais, de raça, de cor ou de qualquer natureza que limitem o acesso à prática esportiva. Além disso, oferece aos alu-nos conhecimentos e vivências nas dimensões lúdicas e amplia o tempo de permanência dos alunos na escola.

Nesse contexto, a disciplina ajuda a manter as crianças no espaço escolar por mais tempo, ampliando suas chances de enriquecimento, assim como tem evitado que sejam atraídas pelas mazelas das ruas e seus perigos.

A prática e a cultura do esporte escolar

MARIA HELENA KRAESKI

Coordenadora do Programa de Extensão do Núcleo de Estudos da GinásticaCEFID/UDESC

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IMAGEM DO MÊS

MEIO AMBIENTE

A preocupação com a sustentabilidade é constante nas escolas da rede estadual, onde a educação ambiental é abordada de forma transversal e interdisciplinar. Atividades como reciclagem de materiais, coleta de lixo e hortas escolares são algumas das ações que impulsionam a mudança de hábitos e atitudes que colocam em risco a vida do planeta.Na escola Idelfonso Linhares, da Capital, os alunos aprendem desde cedo sobre a importância da preservação, que vai além de festejar a data, dia 5 de junho, considerado o dia mundial do meio ambiente.

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Por Thiago Marthendal

Usando os sensores, microfones e câmeras do seu celular, o aplicativo Science Journal permite que você faça experimentos, previsões, anotações e colete dados de diversas fontes trans-formando o seu aparelho em um labo-ratório portátil.

Com atividades que incentivam a experimentação e a ciência, o aplica-tivo é voltado para estudantes a partir de 10 anos que queiram aprender mais sobre o uso de gráficos e a in-terpretar desde medições simples de luz, velocidade e som, até dados mais complexos de temperatura, distâncias e intensidade do vento. Perfeito para jovens cientistas e para atividades de campo propostas por professores.

É muito comum, por estarmos com pressa ou preguiça, que tenhamos senhas bastante óbvias para nossos emails e redes sociais. Pensando nis-so, a Microsoft tem começado a dar alguns “puxões de orelha” bem doídos para educar o pessoal. Estão banindo e proibindo as senhas ruins.

Segundo o blog da empresa, “mais de 10 milhões de contas estão sendo atacadas diariamente, e por isso co-nhecemos muito bem as senhas mais vulneráveis e utilizadas”. Deste modo, ao invés de somente pedir que o usu-ário utilize senhas mais fortes e menos previsíveis, a Microsoft tem mantido uma lista atualizada que simplesmente proíbe os novos usuários de escolhe-rem senhas ridículas como “1234” e “abc123”.

Jovens cientistas

Mais cuidado com as senhas

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A disciplina ajuda a manter as crianças no espaço escolar por mais tempo, ampliando suas chances de enriquecimento, assim como tem evitado que sejam atraídas pelas mazelas das ruas e seus perigos.

4 / JULHO DE 2016 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Empreendedorismo

Atenção Mulher

aberta

Violência à mulher é filosofia na escola Dom Pio de Freitas, de Joinville. Na praça Tiradentes, os alunos chamam a atenção para uma sociedade mais igualitária

Thaís e Larissa, com o aplicativos Adeus Aedes, contribuiem com a a diminuição de casos de vírus na comunidade

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As meninas aceitam o desafio

Não hesite, apite!

Competição internacional atraiu jovens estudantes de SC para o mundo digital, resultando na criação de apps solidários

POR ANA PAULA KELLER, ADR DE JOINVILLE

Foi nas aulas de Filosofia que as turmas do ensino médio da Escola Dom Pio de Freitas, em

Joinville, começaram a compreender sobre violência à mulher. O projeto Não hesite, apite chegou às salas no mês de abril.

Ao longo de maio a professora le-vou aos alunos informações sobre leis, políticas públicas, dados oficiais sobre a agressão e autores com abor-dagem sobre o tema.

Da escola, a aula foi para a Praça Ti-radentes, no Bairro Floresta, onde os estudantes promoveram um apitaço. O apito é um instrumento de ordem, tem alta sonoridade e pode ser uti-

lizado para denúncia e proteção. A ideia é que as mulheres o carreguem na bolsa e, ao serem intimidadas com qualquer tipo de violência, utilizem para chamar a atenção. A escola rece-beu mil apitos da Associação das Ad-vogadas, Estagiárias e Acadêmicas de Direito (Asas), de São Paulo.

A professora de filosofia, Janete Barth, explica que, a partir da aná-lise dos dados de assédio sexual em Joinville, o tema foi estudado por dois meses em sala de aula sobre a fragili-dade da segurança feminina em uma sociedade onde a mulher ainda é tra-tada como objeto de consumo.

O objetivo é despertar o respeito e a tolerância nos jovens. “Temos de apri-morar a sensibilidade e fazer percebe-

rem a dimensão de uma cultura do estupro”, destacou a professora.

O trabalho de conscientização ini-ciado em sala culminou com a ma-nifestação em praça pública. Quem é da comunidade e defende a causa, pode participar. “Com esse trabalho, disseminamos a importância de eles estarem cientes quão responsáveis são pela construção de uma socieda-de mais equilibrada”, avalia a direto-ra escolar, Giuvana Wenk dos Santos.

Sobre o projeto

Não hesite, apite! teve início no ano de 2014, em São Paulo.

A iniciativa é da Associação das Advogadas, Estagiárias e

POR CAUÊ ANDREOSI

Adoção de animais, preven-ção contra o Zika Vírus e denúncias de violência

contra a mulher são alguns dos projetos que obtiveram destaque na competição internacional para meninas. Segundo o IBGE, apenas 7% dos trabalhadores na área de TI são mulheres.

O Technovation Challenge é uma ação global de empreendedorismo tecnológico para mulheres e conta com parceria do Google. O foco do programa é a diminuição da desi-gualdade de gênero, mas também possibilita às meninas uma opor-tunidade de ajudar a sociedade em que estão inseridas e iniciar carreira de forma impactante.

Após três intensos meses de tra-balho, em abril, alunas de nove escolas de Santa Catarina apresen-taram seus projetos no Sebrae/SC. As cidades representadas foram Florianópolis, Chapecó e Balneário Camboriú. Florianópolis levou sete escolas e os municípios de Chapecó e Balneário Camboriú levaram uma escola cada um.

As escolas formaram equipes re-presentantes de alunas e professoras orientadoras. O grupo identifica um problema, pensa em como resolvê--lo, constrói um plano de negócios em forma de aplicativo para celular e, por fim, faz um vídeo explicativo do projeto.

Adeus Aedes está na semifinal do Brasil

Da etapa Pitch event saiu o resul-tado para a semifinal, que será rea-

Acadêmicas de Direito (Asas) e da Casa Isabel - um centro de apoio à mulher, à criança e às adolescentes vítimas de violência. Em Joinville, a professora de filosofia da Escola

Dom Pio de Freitas fez o contato com a entidade e teve a autorização de estendê-lo para a sala de aula. Como incentivo e contribuição receberam os apitos e material de divulgação.

lizada em São Paulo, dia 20 de julho. Entre as cinco equipes do ensino fundamental de Florianópolis que se classificaram, está a equipe Grace, da escola estadual Acácio Garibaldi São Thiago, da Barra da Lagoa.

Para competir, as meninas cria-ram o app Adeus Aedes, com o ob-jetivo de contribuir com a diminui-ção do número de casos de vírus transmitidos pelo mosquito Aedes Aegypti.

Participaram da criação as estu-

dantes Thaís Gonçalves, Thaís Men-des, Akayany Vieira e Larissa Viera, todas do ensino fundamental.

O principal trunfo do aplicativo é o Quiz, uma sequência de perguntas e respostas que avaliam o nível de conhecimento das pessoas sobre o vírus e ajuda na prevenção.

O Adeus Aedes fornece também informações sobre sintomas das do-enças transmitidas pelo inseto, iden-tificação de tratamentos e números de telefone para denúncia de focos.

A líder da equipe, Thaís Gon-çalves, sonha em ser médica e fala sobre a satisfação que é ajudar o próximo em questões relaciona-das à saúde. “Ainda estou longe de ser uma doutora, mas por causa do aplicativo, eu e minhas amigas pudemos ajudar um pouquinho as pessoas, e isso é ótimo. Agora que-remos continuar a divulgação de nosso trabalho para que cada vez mais, nossa comunidade seja bene-ficiada por ele”, afirma.

O PROGRAMA OFERECE PRÊMIO DE 10 MIL DÓLARES

Os trabalhos desenvolvidos com as meninas nas escolas são submetidos a diversas fases de avaliação, até chegarem à etapa final, que será em São Francisco, EUA, em setembro. Lá as jovens concorrerão a 10 mil dólares e terão a chance de transformar o projeto em um negócio real. As alunas que viajarão ao exterior terão a notícia no mês de agosto.Inspirado em documentário original do Netflix, CodeGirl, o Technovation Challenge é mantido pela ONG americana Irisdescent, e trabalha na estimulação de meninas entre 10 e 18 anos, incentivando-as a desenvolve-rem projetos que resolvam problemas sociais, por meio do uso da tecnologia.A embaixadora do programa em Flo-rianópolis, Desirée Maestri, acredita que o Technovation proporciona um espaço de aprendizagem e incentiva meninas a participarem do mundo do empreendedorismo e da tecnologia, contribuindo para a diminuição da desigualdade de gênero nessas áreas.

EQUIPES SEMIFINALISTAS

Angel Beach - projeto Waifu

Happen Five - projeto Check and Go

Carousel - projeto Pet Goal

Não me Kahlo - projeto Easy Bike

Grace - projeto Adeus Aedes.

EA – As editoras e as mídias em geral sofrem uma enxurrada diária de novos textos e publica-ções de escritores que tentam al-cançar a fama. De que maneira o jovem pode começar a divulgar o seu trabalho?

Affonso – A primeira divulgação é a pessoal. O estudante não pode ter medo de sofrer críticas, e uma boa maneira de exercitar isso é distribuindo o material na própria escola, mostrando para os amigos e pais. Se eles forem honestos e não ficarem dizendo que você é a cosia mais lindinha do mundo, podem tam-bém te dar um bom feedback sobre isso.

E depois disso, naturalmente, é a in-ternet. No meu tempo, a internet ainda estava começando. Mas hoje, um traba-lho feito com carinho pode ser divulga-do pelo Facebook, YouTube, por meio de Vlogs e Blogs, onde o jovem vai poder receber, ainda mais críticas e feedbacks. E é ai que ele vai ter que aprender a di-ferenciar o que é uma crítica construtiva do que é simplesmente uma pessoa que não gosta de nada.

JULHO DE 2016 / 5SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOaberta

escritor, cartunista, podcaster e Youtuber dá dicas aos jovens escritores Entrevista / AFFONSO SOLANO

POR THIAGO MARTHENDAL

Figura marcante do mundo da literatura e do entretenimen-to digital brasileiro,

Affonso Solano é colunista, cartunista, YouTuber e escritor conhecido pela série de livros O Espadachim de Carvão e por sua participação frequente nos 3 maiores podcasts do País, o Jovem Nerd, MRG e Rapadu-racast, que juntos alcançam mais de um milhão de ouvintes semanalmente.Solano é antes de tudo um nerd de carteirinha, com graduações em games, qua-drinhos, seriados, e também voltado à temática Fantasia, a maior fonte de inspiração de seus trabalhos. Coordenador desse gênero, em uma das editoras de maior reconhecimento entre os jovens, o escritor está promovendo pa-lestras pelo Brasil, onde apre-senta os livros e ensina, passo a passo, o processo editorial, dando dicas inspiradoras aos jovens que pretendem divulgar suas ideias no mundo da lite-ratura. Solano falou ao Escola Aberta em encontro recente na Capital.

Escola Aberta – Muitos estu-dantes desenvolvem o gosto pela leitura e desejam escrever. Qual um bom ponto de partida para começar?

Affonso Solano – Penso que a pessoa deve visualizar a regra geral do que ela quer fazer, pois existem várias formas de escrever e de se ex-pressar. Usando o meu exemplo: co-mecei nas histórias em quadrinhos. Eu queria contar uma historia, e como desenhava, achei que esse seria o meu meio ideal.

Às vezes considero perigoso o que alguns autores dizem aos jovens es-critores, como “tudo vai dar certo”, ou “que seus sonhos vão se realizar”. Mas esse desejo, sem ter em mente o tipo de trabalho que se quer fazer e o que se deseja alcançar, deve ser mui-to bem pensado.

Eu tenho os quadrinhos como uma boa opção de início, mas o jo-vem pode seguir para uma literatu-ra mais tradicional, pode pensar em música, em poemas ou até mesmo em textos no estilo rádio. Tendo um meio e um público em mente, um bom passo para se iniciar é ler e co-nhecer ao máximo as coisas que se-guem o estilo que você gosta e auto-res com os quais você se identifi ca.

O mundo fantástico

EA - O universo da literatura de Fantasia é uma das maiores portas para os jovens começa-rem a gostar de livros e histo-rias mais densas. No Brasil, você, Leonel Caudela, André Vianco e Eduardo Spohr são referências entre eles. É importante se espelhar em um autor nacional e ver que esse tema está ganhando cada vez mais destaque e sucesso?

Affonso – É muito mais legal ter um autor nacional, pois dá a es-perança de alcançar o objetivo. Quando eu comecei, tínhamos muito menos autores

de ficção fantástica, mas eu lembro muito de Pedro

Bandeira, que criava algo no estilo Goonies, onde jovens

viviam aventuras e desvendavam as-sassinatos. Ele me foi uma referência ini-cial e me fez pensar que era muito legal

por ter um autor nacional no estilo que eu tanto gostava.

EA – O currículo das escolas bra-sileiras normalmente indica auto-res tradicionais da literatura nacio-nal e estrangeira. Você considera importante que o aluno sugira aos professores seus autores preferidos?

Affonso – É imprescindível esse tipo de atitude. Na minha juventude, se não fosse o incentivo dos meus pais me apresentando Julio Verne, Tolkien e outros autores de fantasia que me atraiam, a literatura clássica que o co-légio me obrigava teria me desanima-do profundamente a ler.

O professor tem que entender o gos-to do aluno, que é a porta de entrada para, mais tarde, este aluno se apro-fundar nos livros clássicos. Só depois de muito ler os livros que eu gostava, foi que entendi se Capitu traiu ou não traiu, e pude aproveitar as obras clássi-cas. Mas antes disso, o lúdico fantásti-co é muito importante pra exercitar a imaginação literária da criança.

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do escritor

Affonso Solano começou nas histórias em quadrinhos inspirado em escritores como Maurício de Sousa

EA – As editoras e as mídias em geral sofrem uma enxurrada diária de novos textos e publica-ções de escritores que tentam al-cançar a fama. De que maneira o jovem pode começar a divulgar o seu trabalho?

A primeira divulgação é a pessoal. O estudante não pode ter medo de sofrer críticas, e uma boa maneira de exercitar isso é distribuindo o material na própria escola, mostrando para os amigos e pais. Se eles forem honestos e não ficarem dizendo que você é a cosia mais lindinha do mundo, podem tam-bém te dar um bom feedback sobre isso.

E depois disso, naturalmente, é a in-ternet. No meu tempo, a internet ainda estava começando. Mas hoje, um traba-lho feito com carinho pode ser divulga-do pelo Facebook, YouTube, por meio de Vlogs e Blogs, onde o jovem vai poder receber, ainda mais críticas e feedbacks. E é ai que ele vai ter que aprender a di-ferenciar o que é uma crítica construtiva do que é simplesmente uma pessoa que não gosta de nada.

EA - O universo da literatura de Fantasia é uma das maiores portas para os jovens começa-rem a gostar de livros e histo-rias mais densas. No Brasil, você, Leonel Caudela, André Vianco e Eduardo Spohr são referências entre eles. É importante se espelhar em um autor nacional e ver que esse tema está ganhando cada vez mais destaque e sucesso?

Affonso – É muito mais legal ter um autor nacional, pois dá a es-perança de alcançar o objetivo. Quando eu comecei, tínhamos muito menos autores

de ficção fantástica, mas eu lembro muito de Pedro

Bandeira, que criava algo no estilo Goonies, onde jovens

viviam aventuras e desvendavam as-sassinatos. Ele me foi uma referência ini-cial e me fez pensar que era muito legal

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6 / JULHO DE 2016 ESCOLA ABERTA I SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO JULHO DE 2016 / 7

JOVENS TALENTOS

A prática esportiva escolar infl uencia todo o ambiente educacional, ultrapassando os limites do bem-estar físico e tornando-se indispensável do ponto de vista cultural e formativo. Além disso, especialistas indicam que alunos participantes de grupos de treinamento percebem a escola de uma maneira mais positiva que os demais. Nas escolas públicas da rede estadual, além da tradicional participação em campeonatos de futebol, os estudantes se voltam a modalidades esportivas como a ginástica rítmica, artes marciais, surf, remo, futebol americano e outras.

“A olimpíada é um sonho de todo atleta e eu posso conquistar esse sonho aos 16 anos.” A declaração é da Tami-ris Hintz, estudante do terceiro ano do ensino médio da Escola Estadual Paulo Medeiros, no bairro Adhemar Garcia, em Joinville. É dela o título de Campeã Brasileira no Paratriathlon, em 2015. Classifi cada no ranking in-ternacional, Tamiris vai competir nos Jogos Paralímpicos Rio/2016, de 7 a 18 de setembro.

Amante do esporte, tem se superado nos 750 metros de natação, mais 20 quilômetros de ciclismo e em outros cinco de corrida. A rotina está dividi-da entre as aulas no terceiro ano do ensino médio e os treinos diários. Em sala, ela prefere se dedicar às aulas de história e diz gostar de português, com preferência para obras literárias sobre atletas. As melhores notas são em ma-temática. É reconhecida pelos colegas que gostam de ouvir as histórias dos locais onde passou.

Conciliar estudo e competições

Estudos à parte, a vida de esportista começou cedo para Tamiris. Diagnos-ticada com má-formação congênita da mão direita, aos quatro anos competia na modalidade de natação - em âmbi-to estadual e nacional. Um sobressalto no fi nal de 2014 mudou os rumos no esporte. Com apoio do técnico Ivan Razeira migrou para o triathlon. Um novo desafi o em sua carreira e de onde vieram os títulos mais importantes.

Tamiris é considerada uma das principais atletas do Brasil. Neste ano, na sua modalidade, participou do Pan--americano, nos Estados Unidos. Ob-teve a quinta melhor marca. Na Áfri-

ca do Sul, disputou a primeira etapa do mundial de paratriathlon, levou o quarto lugar. Atualmente é a primeira colocada no ranking brasileiro. “Estou bem próxima de concretizar o sonho de estar nas olimpíadas”, celebra. So-bre os estudos ela diz: “É complicado conciliar principalmente no último ano, que tem vestibular e Enem. Mas tenho o apoio e compreensão da esco-la, ajuda dos colegas de sala e de pro-fessores que sempre me dão exercícios de reposição”.

Para manter o físico em condições de competir, a rotina inclui uma hora dedicada à corrida, outra para de nata-ção e depois duas de bicicleta. O treino diário é finalizado com exercícios de fortalecimento dos músculos. Além da parceria com o técnico, é acompa-nhada por nutricionista e psicóloga. Patrocinadores e apoiadores são bem- vindos.

Histórico de competições

É dela o título de Campeã Brasilei-ra no Paratriathlon, em 2015. As três etapas disputadas naquele ano em João Pessoa (PB), Caraguatatuba (SP) e Ilhéus (BA) deram à Tamiris a maior pontuação. Depois foi para o Pan-ame-ricano, no México, trouxe para casa o troféu de bronze.

No mesmo ano, participou do even-to teste das paraolimpíadas, no Rio de Janeiro, e obteve a sexta colocação. O evento foi considerado uma etapa do mundial da modalidade, com fi nal realizada em Chicago (EUA). Tamiris fi cou com a 11ª colocação, obtendo as-sim uma importante pontuação para o ranking classifi catório para Jogos Pa-ralímpicos Rio 2016.

A admiração pelo esporte, o incenti-vo da escola e a força de vontade levou a jovem Aline Zelindro de Oliveira à conquista do primeiro lugar no cam-peonato estadual de taekwondo. Aos 15 anos, a aluna da Escola Senador Renato Ramos da Silva, de Palhoça, se destaca entre os colegas no tatame e busca incentivá-los nas aulas semanais de taekwondo oferecidas pelo progra-ma Mais Educação.

A campeã estava entre os 100 com-petidores e, segundo o treinador Alis-son Belo de Souza, teve apenas um mês para se preparar. “Assim que a convidei, imediatamente começamos os treinos. Essa conquista é o resultado da determinação e do foco que Aline apresentou desde a primeira aula”, co-mentou o treinador.

Perseverante e segura, ela conta que está bastante orgulhosa com a vitória. “Esses últimos dias foram muito in-tensos e depois desse resultado, todo o aprendizado que tive foi o mais va-lioso”. Além da vontade de ser uma grande atleta, também sonha em cur-sar medicina. “Penso muito no meu futuro, e vou lutar para chegar onde eu quero. Se eu tiver que fazer tudo de novo eu vou fazer”, disse.

Para a diretora Maria Vera Santos, as atividades que fazem parte do pro-grama Mais Educação é uma forma de estimular a inclusão do aluno no ambiente escolar. “O taekwondo é uma atividade especial dentre as outras, exi-ge muita disciplina, agrega valores e respeito entre os colegas”, destacou.

POR CAUÊ ANDREOSI

Referência em Santa Catari-na e no Brasil, o Centro Re-gional de Ginástica Rítmica

do Instituto Estadual de Educação (IEE), está entre os cinco maiores pólos da modalidade no país e des-ponta como ambiente perfeito para o treinamento dos 300 alunas de 4 a 17 anos, praticantes do esporte olímpico. A Udesc e a Fundação Municipal do Esporte são os par-ceiros da escola nos projetos ofere-cidos aos estudantes.

O diretor do IEE, Vendelin Bor-guezon, explica que a partir da ação articulada com o Ministério do Esporte, em 2015, o espaço da ginástica foi ampliado, com a fi na-lidade de disseminar novos méto-dos de treinamento, modernização de instalações esportivas e aqui-sições de materiais adequados a cada fase de preparação das atletas. Para isso, o Centro, que funciona no Ginásio de Esportes Rozendo Lima, foi contemplado com tabla-do, tapetes, espaldar e bancos. “Um sonho que virou realidade”, aponta o diretor.

A coordenadora de Ginástica Rítmica, da Associação de Ginásti-ca do IEE, e diretora do Centro de Ciência, Saúde e Esporte, da Udesc, Maria Helena Kraeski, ressalta a importância do Centro que atende cerca de 300 jovens, dentre alunas da própria escola, membros da co-munidade e de escolas privadas da Capital. “Comecei aqui como aluna, participando da modalidade. Isso me motivou a estudar Educação Física e desde 1995 trabalho para desenvolver o esporte”, disse. .

Ma r i a He l e n a l e m br a o caminho percorrido para que o

Instituto se tornasse a referência no esporte que é hoje. “Foram anos de trabalho árduo, diz. A coordenadora destaca ainda que o compromisso com o treinamento para o autorendimento não é propriamente do esporte escolar, mas dos Clubes e Federações. A educação deve se preocupar com a formação geral do indivíduo. No entanto, o fato de haver um vencedor na escola não é ruim, é um bom exemplo para os colegas. “O problema é supervalorizar o resultado”, afi rma.

O sonho das olimpíadas

Atleta de apenas cinco anos de idade, Maria Eduarda Petry dos Santos, participa de competições há dois anos e não esconde a pre-ferência pelo aparelho arco, mas reforça que pela realização de um sonho, se aperfeiçoará no esporte como um todo. “É o aparelho que eu faço melhor, mas já me apre-sentei com a bola também e quero, um dia participar das Olimpíadas, em qualquer aparelho”, afi rma.

Com o sonho em comum e al-guns anos mais experiente, Beatriz Linhares da Silva, 13, participa de torneios dentro e fora da escola e há quatro anos tem representado Santa Catarina na Ginástica Rít-mica. “É só o começo da minha jornada nesse esporte que me emociona cada dia mais”. Fã da russa Alexandra Soldatova, ela e todas as meninas que treinavam durante a produção desta matéria não pensaram duas vezes quando a pergunta foi feita pela professora: “Pra quem a gente vai torcer nas Olimpíadas do Rio?” – “BRASIIIL”,

A vitória daPARAOLIMPÍADA

ESCOLA SENADOR RENATO RAMOS DA SILVA

TAMIRIS VAI PARTICIPAR DOS JOGOS PARALÍMPICOS

ALINE É CAMPEÃ

PROJETOS DIFERENCIADOS

Desde 2015, o Centro oferece três projetos diferentes, separados por níveis técnicos e todos vinculados ao programa Esporte na Escola, do Ministério da Educação, que tam-bém é realizado em consonância com o Projeto Político Pedagógico do IEE. O primeiro, Iniciação à Ginástica, é destinado às crianças da Escola de Aplicação (EDA/IEE), com o objetivo de abordar a capa-cidade física e coordenação motora dos estudantes. Pelo projeto Inicia-ção na Ginástica Rítmica, aberto à comunidade, o Centro oferece a prática da modalidade às meninas que se inscrevem. Por fi m, o Ma-estria no Esporte, tem a proposta de formar atletas, específi co para treinamento, incluindo a participa-ção nas competições organizadas pela Federação ou Confederações de Ginástica Rítmica, buscando o aperfeiçoamento.

EX ALUNAS SÃO PROFESSORAS

As treinadoras Evelise Garofalo, Marília Matos, Luana Silva, Ana Claudia Kraeski Nunes, Laís Matsuo, Luísa Matsuo, Letícia Karolina Dutra e Alba Lima dividem as tarefas dentro das categorias oferecidas. A professora Letícia, atleta bem sucedida, já defendeu a seleção brasileira em 2010 e 2011. Hoje ela atua a frente do projeto na escola onde estudou.Segundo Evelise, que hoje se dedica somente à preparação das meninas, o Centro dispõe de uma equipe de profi ssionais que dão su-porte ao treinamento. O preparador físico é Marco Costa; nutricionista,

OFICINAS COM ATLETAS ESTRANGEIRAS

Com experiência em sediar eventos esportivos estaduais e regionais, o Centro recebe tam-bém atletas renomados de vários cantos do planeta, que este ano chegam para período de aclima-tação antes dos Jogos Olímpicos, que serão realizados no Rio de Janeiro, no mês de agosto.

No início do ano, a ginasta fi n-landesa Jouki Tikkanen esteve treinando no IEE durante cinco dias. Além dela, as renomadas professoras búlgaras Giurga Nedialkova e Ina Ananieva fre-quentemente vêm a Florianó-polis, por intermédio da Udesc, para treinar e oferecer ofi cinas às jovens atletas. Elas passam o co-nhecimento para as meninas da-qui com muito prazer”, destacou a professora Evelise Garofalo, .

DE TAEKWONDO

JOVENS TALENTOS

A prática esportiva escolar infl uencia todo o ambiente educacional, ultrapassando os limites do bem-estar físico e tornando-se indispensável do ponto de vista cultural e formativo. Além disso, especialistas indicam que alunos participantes de grupos de treinamento percebem a escola de uma maneira mais positiva que os demais. Nas escolas públicas da rede estadual, além da tradicional participação em campeonatos de futebol, os estudantes se voltam a modalidades esportivas como a ginástica rítmica, artes marciais, surf, remo, futebol americano e outras.

eferência em Santa Catari-na e no Brasil, o Centro Re-gional de Ginástica Rítmica

do Instituto Estadual de Educação (IEE), está entre os cinco maiores pólos da modalidade no país e des-ponta como ambiente perfeito para o treinamento dos 300 alunas de 4 a 17 anos, praticantes do esporte olímpico. A Udesc e a Fundação Municipal do Esporte são os par-ceiros da escola nos projetos ofere-

O diretor do IEE, Vendelin Bor-guezon, explica que a partir da ação articulada com o Ministério do Esporte, em 2015, o espaço da ginástica foi ampliado, com a fi na-lidade de disseminar novos méto-dos de treinamento, modernização de instalações esportivas e aqui-sições de materiais adequados a cada fase de preparação das atletas. Para isso, o Centro, que funciona no Ginásio de Esportes Rozendo Lima, foi contemplado com tabla-do, tapetes, espaldar e bancos. “Um sonho que virou realidade”, aponta

A coordenadora de Ginástica Rítmica, da Associação de Ginásti-ca do IEE, e diretora do Centro de Ciência, Saúde e Esporte, da Udesc, Maria Helena Kraeski, ressalta a importância do Centro que atende cerca de 300 jovens, dentre alunas da própria escola, membros da co-munidade e de escolas privadas da Capital. “Comecei aqui como aluna, participando da modalidade. Isso me motivou a estudar Educação Física e desde 1995 trabalho para

Ma r i a He l e n a l e m br a o caminho percorrido para que o

Instituto se tornasse a referência no esporte que é hoje. “Foram anos de trabalho árduo, diz. A coordenadora destaca ainda que o compromisso com o treinamento para o autorendimento não é propriamente do esporte escolar, mas dos Clubes e Federações. A educação deve se preocupar com a formação geral do indivíduo. No entanto, o fato de haver um vencedor na escola não é ruim, é um bom exemplo para os colegas. “O problema é supervalorizar o resultado”, afi rma.

O sonho das olimpíadas

Atleta de apenas cinco anos de idade, Maria Eduarda Petry dos Santos, participa de competições há dois anos e não esconde a pre-ferência pelo aparelho arco, mas reforça que pela realização de um sonho, se aperfeiçoará no esporte como um todo. “É o aparelho que eu faço melhor, mas já me apre-sentei com a bola também e quero, um dia participar das Olimpíadas, em qualquer aparelho”, afi rma.

Com o sonho em comum e al-guns anos mais experiente, Beatriz Linhares da Silva, 13, participa de torneios dentro e fora da escola e há quatro anos tem representado Santa Catarina na Ginástica Rít-mica. “É só o começo da minha jornada nesse esporte que me emociona cada dia mais”. Fã da russa Alexandra Soldatova, ela e todas as meninas que treinavam durante a produção desta matéria não pensaram duas vezes quando a pergunta foi feita pela professora: “Pra quem a gente vai torcer nas Olimpíadas do Rio?” – “BRASIIIL”,

A vitória da

PROJETOS DIFERENCIADOS

Desde 2015, o Centro oferece três projetos diferentes, separados por níveis técnicos e todos vinculados ao programa Esporte na Escola, do Ministério da Educação, que tam-bém é realizado em consonância com o Projeto Político Pedagógico do IEE. O primeiro, Iniciação à Ginástica, é destinado às crianças da Escola de Aplicação (EDA/IEE), com o objetivo de abordar a capa-cidade física e coordenação motora dos estudantes. Pelo projeto Inicia-ção na Ginástica Rítmica, aberto à comunidade, o Centro oferece a prática da modalidade às meninas que se inscrevem. Por fi m, o Ma-estria no Esporte, tem a proposta de formar atletas, específi co para treinamento, incluindo a participa-ção nas competições organizadas pela Federação ou Confederações de Ginástica Rítmica, buscando o aperfeiçoamento.

EX ALUNAS SÃO PROFESSORAS

As treinadoras Evelise Garofalo, Marília Matos, Luana Silva, Ana Claudia Kraeski Nunes, Laís Matsuo, Luísa Matsuo, Letícia Karolina Dutra e Alba Lima dividem as tarefas dentro das categorias oferecidas. A professora Letícia, atleta bem sucedida, já defendeu a seleção brasileira em 2010 e 2011. Hoje ela atua a frente do projeto na escola onde estudou.Segundo Evelise, que hoje se dedica somente à preparação das meninas, o Centro dispõe de uma equipe de profi ssionais que dão su-porte ao treinamento. O preparador físico é Marco Costa; nutricionista,

OFICINAS COM ATLETAS ESTRANGEIRAS

Com experiência em sediar eventos esportivos estaduais e regionais, o Centro recebe tam-bém atletas renomados de vários cantos do planeta, que este ano chegam para período de aclima-tação antes dos Jogos Olímpicos, que serão realizados no Rio de Janeiro, no mês de agosto.

No início do ano, a ginasta fi n-landesa Jouki Tikkanen esteve treinando no IEE durante cinco dias. Além dela, as renomadas professoras búlgaras Giurga Nedialkova e Ina Ananieva fre-quentemente vêm a Florianó-polis, por intermédio da Udesc, para treinar e oferecer ofi cinas às jovens atletas. Elas passam o co-nhecimento para as meninas da-qui com muito prazer”, destacou a professora Evelise Garofalo, .

8 / JULHO DE 2016 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOaberta

CIDADANIA

Na Idelfonso Linhares, de Florianópolis, o projeto Judô na Escola é o instrumento

que faltava para agregar os jovens da comunidade. A aprendizagem saiu ganhando

POR CAUÊ ANDREOSI

O diretor da Escola Idelfonso Linhares, de Florianópolis, Sergio Bertoldi, percebeu

em 2011 que era hora de tentar algo novo para reverter o quadro de evasão, garantindo a permanência das crianças e adolescentes na unidade. E foi por meio do Judô que ele conseguiu. Atualmente, participam do esporte 50 alunos. Desde o início o projeto já atendeu mais de 200 estudantes.

Além dos fundamentos do esporte, que faz parte das Olim-píadas desde 1964, o foco das aulas está nas bases tecidas du-rante a idealização da iniciativa: responsabilidade, dedicação, respeito e disciplina. Isso é que miram os professores, na hora de ensinar.

O diretor Bertoldi aprova e vibra com a melhoria das no-tas dos alunos de 2011 para cá.

“Os professores agradecem, pois formamos aqui campeões para a vida”, disse.

Voluntariado e crescimento

O casal da comunidade, Glau-ber Tourinho e Fernanda, que já são senseis, título honroso den-tro do mundo das artes mar-ciais dado a professores e mes-tres, são os líderes da atividade. “O esporte é alegria e discipli-na”, diz Fernanda, que é sensei e judoca faixa marrom.

Junto com Tourinho, faixa preta, os dois são responsáveis pelo treinamento dos 50 estu-dantes que participam do pro-jeto e que também ajudaram na reforma da sala para a prática.

Para ela, é um privilégio crescer e ajudar jovens atle-tas e cidadãos em formação. “ “Aprendemos coisas inusita-das, observando o crescimento dos alunos. Cada um responde diferente e evolui de maneira muito peculiar. A inclusão que o

esporte proporciona os mantém longe de drogas e da violência, e isso já é uma grande vitória para nós”, ressalta.

Inclusão e alegria

A mãe da aluna Carolina, de 13 anos, Roberta Kietschen, ex-plica que a fi lha tem limitações auditivas e o judô permite a inclusão social e familiar. “A Ca-rolina está no projeto desde que foi criado e tudo nela melhorou. Da concentração à alegria em levantar todo dia para correr atrás de sonhos e conquistas. Não tenho palavras para agra-decer a este esporte maravilho-so”, afi rmou.

Colegas do 4º ano do ensino fundamental, Lauro Santos e Vitória Schimidt não escondem a alegria em praticar a modali-dade. “Gosto porque a gente faz brincadeiras de vários estilos”, comenta o menino. Isso reforça o valor do esporte na educação, conclui o diretor.

O projeto atua nos três períodos e já recebeu mais de 200 alunos em seis anos

FOTOS O

SVALD

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OCETTI Judô forma campeões

JULHO DE 2016 / 9SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOaberta

Vitrine

Desde as séries iniciais, as crianças da escola Dom Vital, Ponte Serrada, sabem como devem tratar o meio ambiente. Projetos como horta escolar, produção de sabão e a comercialização de latinhas mudam hábitos e rendem benefícios à escola

A sustentabilidade na práticaPOR JANAÍNA MÔNEGO,ADR DE XANXERÊ

Na sala de aula os professores aliam o conhecimento a práticas sustentáveis. “Se quisermos ter algum retorno com a conscientização, precisamos começar com as crianças”, destaca a diretora, Nádia Poletto.

Na escola Dom Vital, no entanto, as ações envolvem todos os alunos e estão diretamente ligadas à alimentação saudável, rea-proveitamento de materiais e cuidados com o ambiente escolar.

A horta escolar, a fabricação de sabão e detergente líquido, e ainda, a reciclagem de latinhas são os principais projetos. “Além da conscientização, que é o viés mais importante, nós conse-guimos também lucrar com as medidas e reverter o valor em benfeitorias para a própria escola”, explica.

Toda semana os alunos do Ensino Médio Inovador cuidam da horta, pelo projeto Com as mãos na terra. O trabalho é realizado semanalmente por 12 alunos da 1ª série do EMI, no contraturno escolar, com o acompanhamento de três professores.

Dentre as atividades estão a preparação da terra, o plantio, a colheita e a comercialização das hortaliças.

Antes os produtos da horta eram também para incremen-tar a merenda, mas com a terceirização da alimentação, a escola passou a comercializar o que colhe na comunidade. O valor recebido é utilizado na aquisição de mudas, fl ores, árvo-res de pequeno porte e materiais necessários para a jardina-gem da escola.

A professora Irma Paggion explica que o projeto é um subsídio pedagógico para todos os estudantes. O aluno Jackson Fornani de Moura, de 15 anos, diz que os conhe-cimentos adquiridos na escola são levados para casa. “Aprendemos sobre a importância da sustentabilidade com o cultivo de alimentos mais saudáveis sem o uso de agrotó-xicos e isso é muito importante. Assim acabamos mudando os hábitos na família”, destaca.

O dinheiro adquirido com os

projetos é utilizado em atividades pedagógicas,

limpeza da escola e materiais para

jardinagem. A comunidade

participa e torna a escola refência em

Educação Ambiental

FOTO

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Paralelo à horta, o projeto De óleo no futuro abrange toda a comunidade escolar e semanalmen-te professores e alunos realizam a coleta de óleo. As ações iniciam na casa dos estudantes e depois na escola. Os bares e restaurantes do município também contribuem com a atividade e entregam o material para a escola.

O óleo, que seria depositado no meio ambiente e causaria prejuízos, agora é transformado em sabão em barra e sabão líquido. “Os alunos tra-zem as embalagens de leite e suco que é onde colocamos o sabão em barra e também trazem embalagens descartáveis para o sabão líquido.

Com o acompanhamento dos professores fabricamos o material”,

salienta o professor Moisés Bassani, um dos coordenadores da atividade.

A diretora da escola explica que a produção de sabão em barra é comercializada. Já o sabão líquido é consumido pela própria escola. “Não temos óleos nas lixeiras, embala-gens e caixas. E o mais importante é que economizamos muito”, afi rma.

Para que o trabalho fi casse completo, a escola passou a re-aproveitar as latinhas de bebidas que também fi cariam no meio ambiente. Esse pode ser conside-rado mais um alicerce da Escola Dom Vital. Durante todo o ano são arrecadadas latas de bebidas consumidas pelos alunos e suas famílias e pela comunidade.

Quando o material chega na escola, passa pela reciclagem e depois é comercializado.

O valor arrecadado é utilizado para que os alunos possam par-ticipar de sessões de cinema no município de Chapecó, como na Semana da Criança, em outubro, quando os 240 alunos do 1º ao 5º ano fazem esse passeio.

Antes disso, os professores desenvolvem atividades peda-gógicas relacionadas aos fi lmes, que culminam com a sessão de cinema. “Com certeza, quando eles chegarem à idade adulta, já terão uma consciência bem diferente da atual sobre o meio ambiente e a sustentabilidade”, fi naliza a diretora Nádia.

ECO LATINHA - RENDE PASSEIOS DE ÓLEO NO FUTURO - TRAZ BENEFÍCIOS PEDAGÓGICOS

COM AS MÃOS NA TERRA - MUDA HÁBITOS

10 / JULHO DE 2016 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO aberta

Agenda.com

SÉRGIO TEIXEIRA, ADR DE CANOINHAS

Para discutir sobre questões que envolvem o trânsito, os alunos do programa Novas Oportunidades de Aprendizagem e do 7º ano I, da Escola Germano Wagenfuhr, em Porto União, realiza-

ram, no mês de maio, uma blitz educativa em pontos estratégicos do município.

A mobilização faz parte do movimento Maio Amarelo, que visa cha-mar a atenção da sociedade para o alto índice de mortos e feridos no trânsito. O objetivo do movimento é uma ação coordenada entre o po-der público e a sociedade civil.

As professoras orientadoras da atividade, Fernanda Hobi e Roseliana dos Santos, contaram com a colaboração da Polícia Militar do municí-pio. “A escola e os alunos abraçam esta causa”, destacam as professoras.

Com inscrições abertas até o dia 28 de outubro, os alunos de redes públi-cas e privada que frequentam ensino fundamental e médio devem enviar vídeos para a organização interna-cional de relações culturais do Reino Unido, British Council.

Os vídeos devem conter o relato de como a vida e obra de Shakespeare inspiram jovens de todas as nações. Para as inscrições acesse o site: ht-tps://www.britishcouncil.org.br.

Saindo na frente, a Escola Profes-sor José Rodrigues Lopes, de Ga-ropaba, já está produzindo um vídeo com a montagem da peça Romeu e Julieta para participar.

A obra do dramaturgo inglês foi adaptada pelos professores de Litera-tura, Lídio Lopes e Francine Adelino, com a participação dos alunos do En-sino Médio Inovador.

Os estudantes estão descobrindo, por meio do projeto de Língua Portu-guesa e Teatropropôs, os grande no-mes da literatura universal do século XVI, com ênfase no teatro clássico shakespereano.

Os vencedores serão escolhidos por uma comissão julgadora, que levará em conta a adequação ao tema, criatividade, originalidade e impacto. Os nomes dos clássificados para viagem a Londres se-rão divulgados dia 28 de novembro.

MAIO AMARELOABRACE ESSA IDEIA!

#PROGRAMAS

#OLIMPÍADAS

Câmara MirimO programa, com inscrições encerradas no dia 1º de julho, é

destinado a alunos do 5º ao 9º ano, de escolas públicas e parti-culares, que queiram viver a experiência de ser um deputado.

Promovido anualmente pelo Plenarinho, que funciona como portal infantil da Câmara dos Deputados, o programa realiza uma simulação do processo legislativo. No dia 5 de agosto, será divulgado o resultado com os três melhores projetos no site http://www.plenarinho.gov.br/camaramirim.

FIQUE SABENDO

SÉRGIO

TEIXEIR

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Alunos da Germano Wagenfuhr realizam blitz educativa chamando a atenção da comunidade para as questões que envolvem o trânsito

A Escola Prof. José Rodrigues Lopes, de Garopaba, já está produzindo o seu vídeo

# Concurso Shakespeare

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A Escola Prof. José Rodrigues Lopes, de Garopaba, já está produzindo o seu vídeo

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Olimpíada de RobóticaTambém com as inscrições encerradas, o programa com a te-

mática da robótica busca estimular os jovens a seguirem carreiras científi co-tecnológicas.

Dia 19 de agosto será a segunda fase das provas nacionais, prática e teórica, por meio do site em que foram realizados os cadastros dos participantes www.obr.org.br.

Professores de ensino fundamental e médio devem fi car em alerta para que alunos inscritos não percam as datas de avalia-ções que fazem parte do cronograma da Olimpíada.

Olimpíadas de Matemática - OBMEPA Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas

(Obmep), competição interescolar e educacional, realizada pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) tem como objetivo estimular o estudo da disciplina e revelar talentos na área.

No dia 10 de agosto será divulgada, no site http://www.obmep.org.br/, a lista das escolas classifi cadas para a segunda fase do programa, com local e data desta próxima etapa. Os vencedores saberão da notícia no dia 30 de novembro no site do programa.

Líderes Internacionais em Educação O professor Rodrigo Ogliari Coelho, que leciona a disciplina de língua inglesa, no município de Bo-caina do Sul/SC, foi aprovado na etapa nacional do ILEP/2017, concorrendo com 73 educadores de todo o país. A iniciativa do Brasil e Estados Unidos oferece curso de capacitação de janeiro a maio de 2017, na capital americana. Rodrigo passará pela última etapa seletiva para garantir presença no programa. O resultado fi nal com os nomes de todos os professores selecionados para o intercâmbio será anunciado em meados de agosto no site www.ilep.org.br

Jovens EmbaixadoresQuer fazer uma viagem ao exterior sem pagar nada e ainda aprender pra isso? Acesse o site do programa Jovens Embaixadores: www.portugue-se.brazil.usembassy.gov. As inscrições estão abertas até o dia 19 de agosto e levarão estudan-tes brasileiros da rede pública de ensino para um intercâmbio de três semanas nos Estados Unidos. Para participar, é preciso ter entre 15 e 18 anos, cursar o ensino médio na rede pública, ter bom desempenho escolar, domínio do inglês, nunca ter viajado ao país norte-americano e realizar algum trabalho voluntário há pelo menos um ano.

Prêmio Educador Nota 10O prêmio é voltado aos professores de Educação Infantil e Ensino Fundamental, coordenadores pedagógicos e orientadores educacionais de edu-cação infantil e de ensino médio. Os interessados deverão enviar um projeto desenvolvido na escola em que trabalham. Os 50 trabalhos fi nalistas, os 10 vencedores e o Educador do Ano serão pre-miados dia 17 de outubro, em São Paulo. Criado em 1998, o Educador Nota 10 é uma iniciativa da Fundação Victor Civita, que busca valorizar a disseminação de práticas educativas de sucesso. Mais informações pelo site www.educadornota10.org.br.

Educadores do BrasilA iniciativa tem como foco a valorização dos profi ssionais do magistério das redes públicas de todo o Brasil.Para participar do Professores do Brasil, os profi ssionais devem produzir um relato de ex-periência na área de educação, evidenciando a qualidade e os resultados obtidos na ação.O Gestão Escolar, por sua vez, funciona como instrumento de autoavaliação de planejamento feito por diretores, para o ano letivo de comu-nidades escolares. As inscrições tanto para professores quanto para diretores devem ser feitas pelo portal www.educadoresdobrasil.org.br/. A ação é apoiada por Conselho Nacional de Secretários da Educação (Consed) e Minis-tério da Educação (MEC).

Arte na Escola Cidadã Com inscrições encerradas, o prêmio é uma ação destinada a professores de escolas públicas e privadas, que valoriza projetos desenvolvidos em sala de aula nos últimos dois anos. A proposta é identifi car, reconhecer e divulgar as experiências exemplares na área de Artes. Dia 30 de julho serão divulgados os pré--selecionados para as próximas avaliações. Os interessados concorrem em cinco categorias: educação infantil, fundamental 1 e 2, ensino médio e educação para jovens e adultos. A ini-ciativa conta com a cooperação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Mais informações no site: www.artenaescola.org.br.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOaberta

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TEIXEIR

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Experiências coletivas e inovadoras instigam o conhecimento e são muito bem aceitas pelos jovens do ensino médio

Espaço Escolar

Show de aula na Almirante Barroso

Lego ZoomESCOLA LUIZ DAVET

JULHO DE 2016 / 11

SERGIO TEIXEIRA / ADR CANOINHAS

Uma aula diferente e divert ida envolveu os alunos do Ensino Médio Inovador (EMI)

da Escola Almirante Barroso, em Canoinhas. As atividades diferenciadas, que fazem parte desta modalidade de ensino, foram realizadas em abril, na sede da Universidade do Contestado, no Campus de Canoinhas, no distrito de Marcílio Dias.

O objetivo era aliar os conheci-mentos teóricos e práticos, nas di-versas disciplinas do currículo.

As experiências pedagógicas além da sala de aula envolveram os 160 alunos do 1º ano do EMI. Os trabalhos em equipes foram in-tegrados à gincana anual da esco-la, complementando os conteúdos já abordados pelos professores.

Para os professores e direção, a construção do conhecimento de forma coletiva e inovadora me-lhora o ambiente escolar e reforça o comprometimento dos alunos com os estudos.

Fora do comum

A trilha ecológica José Hilário Koehler fez parte do roteiro, com instruções práticas de zoobotâ-nica, ecologia, formação do solo e corrida de orientação espacial e geográfica, utilizada com o uso de bússola.

Também foram desenvolvidas atividades esportivas de futebol suíço, slackline, voleibol na grama, aulão de “move dance” e xadrez gigantes, temas das disciplinas regulares, mais o jogo de Xadrez, com apoio em campo dos profes-sores de Robótica e Orientação de Convivência.

Ainda durante o dia de aula di-ferenciado, os alunos realizaram experiências de química (areia movediça, bolhas de sabão gigan-

Por meio do projeto Educação Tecnológica Lego Zoom, os professores da Escola Luiz Davet, de Major Veira, realizam ações de caráter interdisciplinar, para que os alunos desenvolvam ha-bilidades e atitudes que os tornem mais autônomos no futuro.

Os trabalhos são realizados com estudantes do 6° e 9° ano do ensino fundamental, junto com o 1º ano do Ensino Médio Inovador. A professora e orientadora, Eliani Muck, destaca o di-ferencial do projeto, que proporciona, desde os primeiros anos de formação, a familiaridade com os recursos tecnológicos da atualidade. Segundo a orientadora, o trabalho em equipe é es-sencial, pois os alunos aprendem a estudar, tomar decisões e otimizar recursos.Pelo projeto, os alunos da Escola Luiz Davet, desenvolvem habilidades e se familiarizam comos recursos tecnógicos atuais

As trilhas ecológicas e as atividades esportivas tiraram os estudantes da rotina proporcionando conhecimento interdisciplinar

tes, explosão de cores, “dinheiro que não queima”, entre outras), e almoço de integração entre as turmas, realizado pelos próprios alunos e professores.

A opinião dos alunos

O aluno Ashley da Rocha, da 1ª série 6, disse que a saída de estu-do foi uma boa alternativa para a aprendizagem. “Atividades diver-tidas assim podem ocorrer mais vezes”, sugeriu.

Da mesma forma, Jeane Macha-do Rocha, da 1ª série 4, acredita que pela organização e desempe-nho das turmas, devemos ter mais oportunidades desse tipo. “Desta forma, os alunos têm mais inte-resse pelas matérias, resultando em melhor desempenho escolar”, afirmou.

Maria Eduarda Fink, da 1/03, disse que o passeio proporcionou melhor redimento escolar.

12 / JULHO DE 2016 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Notícias

aberta

Pró Universidade on-line Comece a treinar agora!

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Durante os meses de julho e agosto os professores de todo o Brasil vão analisar a versão preliminar da BNCC,

por meio de seminários estaduais. Em San-ta Catarina, os educadores estarão reunidos no auditório da Assembleia Legislativa e no Instituto Estadual de Educação para garantir as contribuições do Estado, dias 19 e 20 de julho.

Na fase atual, o Conselho Nacional de Secretá-rios de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undi-me) são as instituições responsáveis pela articu-lação e organização dos seminários estaduais.

De acordo com o presidente do Consed e secretário de Estado da Educação, Eduardo Deschamps, a partir desses seminários, que encerram dia 5 de agosto, as instituições devem sistematizar as contribuições em um relatório que será entregue até o fi nal de agosto, ao Ministério da Educação. “Os 26 estados e o Distrito Federal estão reunindo professores, estudantes e profi ssionais da educação para aperfeiçoar o documento que garante o espaço às especifi cidades regionais”, afi rma. A versão preliminar da BNCC foi entregue ao Consed e Undime no dia 3 de maio.

O Simulado on-line, oferecido aos estudantes das escolas públi-cas pelo curso Pró Universidade, possui mais de 10 mil exercícios para o Enem. Totalmente virtual e sem nenhum custo, a platafor-ma disponibiliza no site www.prouniversidade.com.br, as ques-tões realizadas pelo exame desde sua primeira prova em 1998. O simulado pode ser acessado de qualquer computador com internet e sem custo algum.

Nos últimos dois meses, o curso on-line já cadastrou mais de 3 mil estudantes no Estado. Com 99,9% de fi delidade graças ao sistema de correção – Teoria de Resposta ao Item (TRI), a nota do aluno fi ca mais próxima do resultado. Mais de 90% dos alunos afi rmam que estudar não é o bastante, tem que praticar. O principal foco dos exercícios é dar suporte e criar uma pro-ximidade do aluno ao Enem, explicam os coordenadores do curso.

O Pró Universidade é oferecido pela Secretaria de Estado da Educação e Fapeu/UFSC desde 2009 e oferece aulas prepara-tórias para os vestibulares da UFSC, Udesc, IFSC, UFFS, IFC, Acafe e Enem, visando, inclusive, o acesso ao ensino superior em instituições privadas por meio dos programas federais ProUni e Sisu.

Ogovernador Raimundo Colombo e o secretário da Educação, Eduardo Deschamps, assinaram, em maio, na cidade de Lages, contratos com 27 coo-perativas de agricultores familiares para o forneci-mento da alimentação escolar.

Mais de 550 mil estudantes da rede estadual e dois mil agricultores serão benefi ciados com a medida. O valor do repasse às 26 cooperativas cata-rinenses e a uma do Rio Grande do Sul será de R$ 13 milhões. Com a assinatura, o Governo do Estado atinge a marca de 30% do valor repassado pelo Pro-grama Nacional de Alimentação Escolar, destinados à compra de produtos da agricultura familiar.

“Para os nossos alunos esse contrato representa a garantia de qualidade na alimentação escolar. Para os mais de 2 mil agricultores familiares signifi ca renda e desenvolvimento econômico. Para o Estado como um todo é um grande passo em direção à consolidação de um modelo econômico baseado no pequeno agricultor que ajuda a garantia de emprego no meio rural”, destacou o secretário da Educação.

Central de Cooperativas da Agricultura Familiar (Cecaf) - ConcórdiaCooperativa Agrícola Mista Nova Palma (Camnpal) - Nova Palma - RSCooperativa Agropecuária Videirense (Coopervil) - VideiraCooperativa Central Sabor Colonial - ChapecóCooperativa da Agricultura Familiar do Vale do Itajaí (Cooperfavi) - Dona EmmaCooperativa da Agricultura Familiar Fumacense (Cooaff Fruto da Terra) - Morro da FumaçaCooperativa de Agricultores Familiares de Lebon Regis (Cooperlaf) - Lebon RegisCooperativa de Agricultores Familiares e Artesãs de São Ludgero (Cooperação) - São LudgeroCooperativa de Agricultura Familiar de Forquilhinha (Coonafor) - ForquilhinhaCooperativa de Artesãos de Arroio Trinta (Coopertrinta) - Arroio TrintaCooperativa dos Agricultores Familiares de Rio

Fortuna e Toda Santa Catarina (Cooperfamília) - Rio FortunaCooperativa de Pequenos Agricultores de Videira e Iomerê (Copadivi) - Videira e IomerêCooperativa de Pequenos Produtores de Taió (Coopertaió) - TaióCooperativa de Produção Agroindustrial dos Agricultores Familiares do Vale do Rio Capivari (Cooperrica) - CriciúmaCooperativa de Produção Agroindustrial Familiar de Quilombo (Cooperaqui) - QuilomboCooperativa de Produtores de alimentos de Governador Celso Ramos (Colimar) - Governador Celso RamosCooperativa dos Agricultores Familiares de Criciuma (Nosso Fruto) - CriciúmaCooperativa dos Agricultores Familiares Entrerrien-ses (Coafer) - Entre RiosCooperativa dos Assentados da Região do Con-testado (Coopercontestado) - Fraiburgo

Cooperativa Familiar de Maracajá (Nova Esperança) - MaracajáCooperativa da Agricultura Familiar da Região de Caçador (Cooper Agrofamiliar) – CaçadorCooperativa Regional Agropecuária Vale do Itajaí (Cravil) - Rio do SulCooperativa Regional Auriverde (Auriverde) - ChapecóCooperativa Regional de Industrialização e Comercialização Dolcimar Luiz Brunetto (Coo-perdotchi) - Rio NegrinhoAssociação de Produtores Orgânicos do Planalto Vale do Itajai e Litoral Catarinense (Ecofrutas) - Rio do SulCooperativa de Organização, Produção e Comercialização Solidária do Planalto Norte de Santa Catarina (Comsol) - IrineópolisCooperativa da Agricultura Familiar de Novo Horizonte (Cooperal) - Novo Horizonte

COOPERATIVAS PARCEIRASCOOPERATIVAS PARCEIRASCOOPERATIVAS PARCEIRASCOOPERATIVAS PARCEIRAS

Seminário da Base Nacional Comum Curricular em SC

Alimentação escolar 15 produtos arroz integral, arroz parboilizado, feijão preto, farinha de milho, farinha de mandioca, farinha de trigo, biscoito caseiro de milho, biscoito caseiro de laranja, biscoito caseiro de polvilho/coco, doce de banana, leite UHT, leite em pó, mel de abelha, suco de uva, óleo de soja.

O secretário da Educação e Presidente do Consed, Eduardo Deschamps, durante reunião ordinária em Acacaju, onde está sendo discurtida a BNCC dentre outros assuntos da área

O que é a BNCC

A Base Nacional Curricular está pre-vista na Lei 13.005 de 2014, que estabele-ce o Plano Nacional de Educação (PNE). De acordo com a Lei, o documento, além de apontar os objetivos e os direitos de aprendizagem dos alunos, em cada etapa da educação básica, ao mesmo tempo, dá autonomia às redes de ensino e aos professores para trabalhar parte dos conteúdos, conforme as especifi cidades regionais e locais.