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JORNAL "O GLOBO" PUBLICA ARTIGO DO SECRETÁRIO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO CARLOS
O Jornal “O Globo”, edição do último domingo (7), publicou o artigo “O Brasil na encruzilhadada Ciência”, assinado pelo secretário de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologiade São Carlos, José Galizia Tundisi, pelo professor da UFRJ e diretor científico da Faperj,Jerson Lima Silva e por Luiz Davidovich, professor da UFRJ e presidente da AcademiaBrasileira de Ciências.Os Acadêmicos denunciam a crise na ciência brasileira e a fuga decérebros. A agenda positiva e o Projeto de Ciência para o Brasil também são citados. Confirana íntegra o artigo que também foi publicado no site da Academia Brasileira de Ciências:
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“A Ciência brasileira experimentou um grande desenvolvimento nas últimas décadas. OBrasil já forma mais de 16 mil doutores por ano, cientistas brasileiros conquistam importantesprêmios internacionais, e há claros exemplos de sucesso na aviação, na agricultura, naprodução de óleo e gás, na saúde e na grande variedade de startups em parques tecnológicos.
No entanto, o país encontra-se neste momento em uma encruzilhada entre dois caminhos, odo desenvolvimento, se investir em ciência, educação e inovação tecnológica; ou o do atraso,se focar unicamente em cortes orçamentários e ajustes fiscais.
Após um período virtuoso em que tivemos um aumento do investimento público em ciência etecnologia, acompanhado por um modesto incremento dos investimentos de empresas, pareciaque íamos finalmente ultrapassar o patamar de 1,2% do PIB investido em pesquisa edesenvolvimento (P&D) e alcançar valores próximos aos da China e de países desenvolvidos,superiores a 2% do PIB.
Entretanto, o que temos visto nos últimos quatro anos é uma diminuição dos investimentosem P&D. O orçamento de 2017 do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações eComunicações, após o corte de 44% realizado recentemente, é cerca da metade do de 2005, eum terço do de 2013, em valores atualizados pela inflação. Além disso, os estados daFederação também têm feito grandes cortes em seus investimentos em P&D, afetandoseriamente suas fundações de amparo à pesquisa.
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Isso tem resultado na paralisação de pesquisas cruciais para o país, como é o caso dosestudos sobre zika, febre amarela, chicungunha e dengue. O Brasil tem tido um papelaltamente relevante no entendimento dessas doenças, o que tem permitido atenuar suasconsequências e buscar medidas preventivas e terapêuticas. Mais de 13% dos estudosmundiais sobre Zika foram feitos por grupos brasileiros, ameaçados agora pelo corte deinvestimentos.
A face mais cruel é que o investimento de várias décadas está sendo perdido tanto pela faltade manutenção dessas pesquisas como pela fuga de cérebros para outros países.
Ciência e tecnologia são elementos essenciais de um projeto de nação. Com essaperspectiva, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) realizará no Museu do Amanhã, deamanhã a quarta-feira, a sua Reunião Magna anual, com o tema "Um projeto de Ciênciapara o Brasil". A apresentação de propostas para o país será acompanhada de palestrassobre as fronteiras da Ciência.
Uma agenda positiva em época de crise, o Projeto de Ciência para o Brasil é uma iniciativada ABC reunindo mais de uma centena de seus membros, que estão elaborando propostaspara o desenvolvimento científico e tecnológico do país. Esse projeto tem uma importânciaestratégica para o Brasil e consolida a participação de cientistas e da ABC no desenvolvimentodo país.
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Mas propostas não bastam. Sem agências de fomento revigoradas, financiando pesquisa dequalidade, o Brasil não conseguirá trilhar o caminho seguido pelos países desenvolvidos emesmo pelos membros do Brics. O país precisa ter um projeto de ciência com um robustofinanciamento, tanto por parte do governo como do setor privado, para que possa tornar-sedesenvolvido e socialmente justo”.
(11/05/2017)
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