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C O M U N I C A Ç Ã O A S E R V I Ç O D A F É “O que vos digo ao pé do ouvido proclamai-o por sobre os telhados” (Mt 10,26). Distribuição Gratuita Ano CII - Edição nº 2.104 - Julho 2011 www.diocesedetaubate.org.br O LÁBARO CNBB e CPCS promovem primeiro Seminário de Comunicação para Bispos no Rio de Janeiro Pág. 3 Veja prestação de contas das últimas coletas na Diocese de Taubate Pág. 6 DIOCESE DE TAUBATÉ REALIZA CAMPANHA DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O DÍZIMO Pág. 8 Com o objetivo de esclarecer os fi éis sobre a importância do Dízimo na vida da comunidade paroquial, a Diocese produziu folhetos explicativos para serem entregues em cada domingo de julho nas missas Igreja de São João, em Taubaté, comemora 30 anos de sagração Pág. 7 Voluntários se mobilizam na luta contra o câncer Pág. 16 Pág. 5 Magnificat, um canto de libertação

Jornal O Lábaro

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Edição nº 2.103 - Julho 2011

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Page 1: Jornal O Lábaro

1O LÁBAROComunicação a serviço da fé

• C O M U N I C A Ç Ã O A S E R V I Ç O D A F É •

“O que vos digo ao pé do ouvido proclamai-opor sobre os telhados” (Mt 10,26).

Distribuição GratuitaAno CII - Edição nº 2.104 - Julho 2011w w w. d i o c e s e d e t a u b a t e . o rg . b r

O LÁBARO

CNBB e CPCS promovem primeiro Seminário de Comunicação para Bispos no Rio de Janeiro

Pág. 3

Veja prestação de contas das últimas coletas na Diocese de Taubate

Pág. 6

DIOCESE DE TAUBATÉREALIZA CAMPANHA DE CONSCIENTIZAÇÃOSOBRE O DÍZIMO

Pág. 8

Com o objetivo de esclarecer os fi éis sobre a importância do Dízimo na vida da comunidade paroquial, a Diocese produziu folhetos explicativos para serem entregues em cada domingo de julho nas missas

Igreja de São João, em Taubaté, comemora 30 anos de sagração

Pág. 7

Voluntários se mobilizam na luta contra o câncer

Pág. 16

Pág. 5

Magni� cat, um canto de libertação

Page 2: Jornal O Lábaro

2 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Partilha. Esta é uma palavra muito cara para nós cristãos e que deveria ser a expressão mais eloquente do nosso modo de ser no mundo, uma vez que a pro-posta de Jesus implica desapego e atitude de doação. A caridade, como mandamento maior, deve ser aquilo que rege as nossas re-lações humanas, não só para com os nossos irmãos de fé, mas para com todo ser humano.

A narrativa de At 2, 42-47 é um retrato de como era a relação dos primeiros cristãos. Pautadas no ensinamento dos Apóstolos, na fração do pão, na comunhão fra-terna e na oração, as comunidades cristãs buscavam configurar o seu viver ao de Jesus, o Messias, Filho do Deus vivo que se entregou para a salvação do mundo.

Neste mês, essa palavra nos vem como um forte apelo. Há cinco anos a Diocese de Taubaté realiza uma campanha de conscientiza-ção sobre o Dízimo, que acontece durante as celebrações das comu-nidades. A cada domingo, se re-flete, dentro do contexto litúrgico, uma dimensão do Dízimo. As pessoas que participam das cele-brações recebem um folheto ex-plicativo, que também consta de depoimento de um dizimista.

A Igreja não entende o Dízimo como mera obrigação religiosa, embora ele seja um de seus man-damentos. O Dízimo é, antes, um gesto de amor e partilha. Uma ati-tude que só pode vir de quem tem consciência de tudo o que temos é dom gratuito de Deus, daí não se tratar de um pagamento men-sal, mas de devolução; de quem sabe que ser dizimista é um modo efetivo de participação na vida da comunidade, se comprometendo com o seu projeto de evangeliza-ção; é, enfim, participar da comu-nhão eclesial.

Por isso, nesta edição, demos especial atenção a esse projeto realizado na Diocese de Taubaté. Além de apresentarmos as dimen-sões do Dízimo, trazemos uma entrevista bastante esclarecedora com a coordenadora diocesana da Pastoral do Dízimo.

Aproveite a leitura!

Julho, em nossa Diocese, é o mês

para a reflexão sobre o dízimo.

Foi uma necessidade apresenta-

da. Nós a achamos oportuna e até ne-

cessária. Foi implementada. Está dando

seus frutos, principalmente, lá, onde há

acompanhamento pela pastoral do dízi-

mo e pelo pároco. Com minha reflexão,

gostaria de aprofundar ainda mais, mo-

tivar ainda melhor, a prática do dízimo.

Nós o somos por diversas razões.

Porque somos cristãos. Temos fé e

amor. Somos responsáveis por nós, nos-

sas realizações e corresponsáveis, pois,

participamos de uma família: a dos ba-

tizados, construtores do Reino de Deus.

Somos gratos a Deus pela vida. Deus é

nosso Pai, somos filhos no Filho (cf. Ef

1.5). Somos ainda gratos pelas graças

recebidas, pela Eucaristia, pela voca-

ção. Recebemos, também, uma missão.

Cada dia que passa é dom de Deus para

nós. O que temos é dom de Deus e re-

sultado de nossa colaboração através do

exercício de nossos talentos. Cada qual

ainda tem motivações pessoais. Basta

refletir um pouco. Sobre nossos dons

e talentos pesa uma obrigação moral:

devemos dar do que recebemos. Quere-

mos fazê-lo com fé, alegria, fidelidade e

ação de graças. Ninguém precisa fazer-

nos exigências: já estamos conscientiza-

dos. Não queremos tornar-nos ingratos,

e faltar com nossas obrigações. (Textos

que ajudam a refletir: cf. Gn 14.20; Lv

27.32; Dt 14.22; Ml 3,8-10; Hb 7.2-5;

1Cor 9.4-14).

É gesto amoroso, religioso, e eclesial.

Demonstração de comunhão e de par-

ticipação na vida e na missão da comu-

nidade. Não vivemos bem, sem convi-

ver. Convivência não é justaposição de

indivíduos, mas integração de pessoas

responsáveis. O dízimo tem três dimen-

sões: a religiosa, a social e a missionária.

Na religiosa se enfocam as necessidades

cúlticas a serem assumidas, revisões de

construções já feitas, construção de no-

vas, custos pela formação de agentes de

evangelização e da pastoral, manuten-

ção, salários etc.

Na dimensão social lembramos: pro-

moção humana, cursos, ajuda a pessoas

doentes, a dependentes químicos e de

álcool, pessoas abandonados (crianças,

jovens, idosos etc).

Do vestibular da vida, já, sabemos

as perguntas cujas respostas não serão

teóricas, mas práticas. Estas acontece-

ram bem antes. “Eu tive fome e não me

destes de comer... doente e... encarcera-

do... era necessitado de formação e não

me auxiliastes. A resposta não será um

“X”, como em nossos vestibulares, mas

através de ações em prol do próximo

(cf. Mt 25.35 ss). Não estamos meio ca-

rentes neste campo? Meditai e respon-

dei-me vós.

Dimensão missionária. Outros antes

investiram em nós. Chegou nossa vez

de fazer o mesmo. Temos consciência

de quanto, outras instituições nos aju-

daram? (Adveniat, Kirche in Not. Mise-

rior Caritas etc etc).

É preciso despertar. A Igreja é missio-

nária ou não é cristã, nem católica, nem

apostólica. Todos devemos ser missio-

nários pelo testemunho e pelo disci-

pulado. Uns partindo para evangelizar

“ad gentes”, outros permanecendo no

próprio país, em locais mais carentes,

mas todos pelo exemplo, testemunho.

Há, também hoje, pessoas com fome e

sede de Deus. O que fazemos por elas?

O Documento de Aparecida pede que

assumamos melhor a dimensão mis-

sionária. De fato, fazemos pouco pelas

missões nossas.

Motivação pessoal. Esta cresce com

o conhecimento do que sou e do que

devo fazer. Não sou ilha, nem solitário.

Sou membro de uma grande família.

Ela, a católica, tem 2.000 anos e uns

1.200.000 membros, pois, a cristã, tem

o dobro mais ou menos. Cristão que

não é grato: é grosso. Insensível. Indi-

vidualista. Não é católico. É batizado.

É estatisticamente cristão, mas existen-

cialmente não é compromissado. Não

é responsável, para não afirmar que é

irresponsável.

É neste momento que devemos

perguntar-nos: temos consciência dos

dons, graças e talentos recebidos? Das

chances que Deus já nos ofereceu? Cada

minuto a mais na vida é dom de Deus.

Deus nos deu talentos para que nós

pensássemos mais nos outros. Quantas

alegrias já tivemos, temos e poderemos

ainda ter? Quantos sucessos e vitórias?

Deus já não nos livrou da morte? De

desgraças? Olhemos retrospectiva e

prospectivamente. Olhemos para den-

tro de nós mesmos. Sejamos honestos e

seremos mais generosos. Eu tenho mil

e uma razões para ser grato. Colaboro,

por isso, consciente e amorosamente

com o dízimo. Façamos todos o mes-

mo. Não sejamos avarentos com Deus,

que é tão generoso conosco. Possa esta

reflexão ajudar na conscientização. Feli-

zes os generosos.

A colaboração pelo dízimo é gesto

de fé, amor e de generosidade. É gra-

tidão para com Deus e gesto de matu-

ridade cristã num mundo consumista,

e avarento, ao mesmo tempo, de tanta

indiferença e de tanta disparidade. A

conversão a Cristo leva à conversão ao

próximo, à fraternidade eclesial. Seja-

mos dizimistas conscientes, gratos e

permanentes, pois, há mais alegria em

dar, do que em receber (cf. 2 Cor 9.7). A

todos a bênção do Senhor!

A VOZ DO PASTOR

Dízimo

Dom Carmo João Rhoden, scj

EDITORIAL

- EXPEDIENTE

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO DA DIOCESE DE TAUBATÉAvenida Professor Moreira, nº 327 – Centro – Taubaté/SP. CEP 12030-070Diretor: Pe. Kleber Rodrigues da SilvaEditor e Jornalista Responsável: Pe. Jaime Lemes, msj – MTE 62.839 / SPConselho Editorial: Pe. Kleber Rodrigues, Pe. Jaime Lemes, Pe. Silvio Dias, Pe. Rodrigo Natal, Mons. Marco Silva, Henrique Faria, Eliane Freire, Valquíria Vieira e Diego Simari.Projeto Gráfi co: Diego SimariImpressão: Katú Editora Gráfi caTiragem: 5.000 | Distribuição dirigida e gratuitaContatos: Tel.: (12) 3632-2855 / ramal: 216 (Redação) E-mail: [email protected]

As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não emitem necessariamente a opnião deste veículo.

O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Dízimo: gesto de amor e Partilha Que cada um dê conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento,

pois “Deus ama quem dá com alegria”.(2 Cor. 9.7)

Page 3: Jornal O Lábaro

3O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Aconteceu no Rio de Janeiro o primeiro Seminário de Comu-nicação para bispos. O evento foi organizado pelo Pontifício Conse-lho para as Comunicações Sociais (PCCS), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Arquidiocese do Rio de Janeiro e teve início na terça-feira, 12. O objetivo do seminário foi promo-ver o debate sobre comunicação e evangelização a partir da mudan-ça cultural provocada pelas novas tecnologias da comunicação.

A ideia de se realizar o seminá-rio teve origem na visita ad limina (visita que os bispos diocesanos fazem ao papa a cada cinco anos) dos bispos brasileiros. O presiden-te do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli, um dos con-ferencistas do seminário, disse que vê como sendo muito positiva a iniciativa e que esse é um mo-mento oportuno para se falar de comunicação. “Vejo esta iniciati-va com grande interesse e satisfa-ção. Considero muito importante que estes bispos tenham tomado essa decisão: três dias a serem to-talmente dedicados a uma refle-xão que abrange todos os campos sobre o tema da comunicação”.

Dom Claudio falou ainda que com as novas tecnologias surge a necessidade de uma adequação da linguagem no campo da evangeli-zação para que se promova um verdadeiro diálogo. “Devemos dialogar com essa realidade e con-seguir que a mensagem do Evan-gelho seja colocada também nesse contexto. E aí eu digo que per-manece forte para todos nós jus-tamente o tema da linguagem. O meu falar com o homem de hoje, com uma linguagem que ele com-preenda, uma linguagem que não seja apenas alguma coisa que eu

use para ser entendido, mas uma linguagem em que exista uma profunda dimensão antropológi-ca”, completa.

Durante o discurso de abertura do evento, o cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB, ressaltou a importância dos meios de comunicação para a evangelização. “Os meios de co-municação social ampliaram de maneira incomensurável a capaci-dade das pessoas se comunicarem, vencendo as barreiras do tempo e do espaço. Com o advento das no-vas tecnologias de comunicação, especialmente a internet, consta-tamos, como previu McLuhan, que o mundo se tornou realmen-te uma ‘aldeia global’. A Igreja, consciente da força e do alcance destes meios, os tem como indis-pensáveis aliados no anúncio da Boa Nova”, disse. Dom Raymun-do recordou ainda o que as Con-ferências de Puebla, de Medellín e de Aparecida pronunciaram sobre o tema e expressou as suas expectativas com a realização do evento. “O Seminário que agora iniciamos se constitui numa con-tribuição ímpar para a Igreja no Brasil. Já posso antever seus abun-dantes frutos para nossas dioceses,

paróquias e comunidades tradu-zidos no compromisso com uma comunicação que leve as pessoas à plena comunhão umas com as outras, em Jesus Cristo”.

Participaram do Seminário cer-ca de 80 bispos de várias dioceses do Brasil e tiveram a oportunida-de de refletir sobre diversos temas da comunicação. Os bispos da Diocese de Taubaté, Dom Carmo João Rhoden, scj, e Dom Antônio Affonso de Miranda, sdn, tam-bém participaram do evento.

O primeiro Seminário de Co-municação para bispos antece-deu um outro evento importante de comunicação promovido pela CNBB, o Mutirão de Comunica-ção, que já está na sua sétima edi-ção e também será sediado no Rio de Janeiro. O encontro tem como tema “Comunicação e Vida: Di-versidade e Mobilidades”. A pro-gramação vai do dia 17 a 22 pró-ximos, se realizará no campus da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e contará com palestras, oficinas e visitas a pro-jetos de comunicação. O Mutirão é destinado aos profissionais da comunicação, estudantes e a to-dos que estão envolvidos com a comunicação na Igreja.

Da Redação

Cerca de 80 bispos participam do primeiro Seminário de Comunicação em que refletem sobre os rumos da evangelização frente às novas tecnologias

DA REDAÇÃO POETIZANDO

Dá de ti.

Dá de ti quanto puderes:

o talento, a energia, o coração.

Dá de ti para

os homens e as mulheres

como as árvores dão

e as fontes dão.

Não somente

os sapatos que não queres

e a capa que não usas no verão.

Darás tudo o que fores e tiveres:

o talento, a energia, o coração.

Darás sem refletir, sem ser notado,

de modo que ninguém

diga obrigado

nem te deva dinheiro

ou gratidão.

E com espanto notarás, um dia,

que viveste fazendo economia

de talento, energia e coração!

Bispos debatem sobre a comunicação na Igreja durante seminário

Foto

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Economia

Bispos reunidos no seminário em que debateu sobre as teorias da comunicação

Giuseppe Ghiaroni

Page 4: Jornal O Lábaro

O LÁBAROComunicação a serviço da fé4

Um ateísta, nos dias dolorosos vividos pelo Japão com vários terremotos e por um tsunami jamais visto, formulou, num artigo de jornal, esta pergunta: “Onde estava Deus?”

Para ele, Deus não existe. Se existisse, não podia permitir ta-manhas desgraças, Ele que é o Ser Supremo que governa.

Aí está uma prova de que o ateísmo é, não raro, uma “pueril vaidade”.

A pessoa inteligente e que avalia os fenômenos naturais explicados pela força da natureza, como se devessem ser sustados pelo poder divino, é realmente infantil. E se o argumento que um ateu possui para provar que Deus não existe é este, e não um argumento filosófico, seu ateísmo é mesmo “vaidade pueril”.

O desconhecimento de princípios filosóficos e teológicos e a recusa em estudá-los é a causa mais natural do pretex-to da negação de Deus e de não querer vê-lo nos acontecimentos adver-sos.

Quem se acha nesta situação não consegue entender que o Ser Supremo, Criador do universo e das criaturas humanas, criou-os, o universo sujeito às leis inevitá-veis da natureza, e as criaturas humanas, ornou-as com a inte-ligência e liberdade que lhes são próprias.

Portanto, Deus criou o universo sujeito às leis do tempo, da atmosfera e dos transtornos naturais que, circunstancialmente, o atingem. Deus Criador não intervém nos abalos sísmicos, nos excessos de temperatura, nem nas comoções naturais, inevitáveis por força das mesmas leis que ele mesmo estabeleceu.

Deus confiou o universo ao

homem que o habita. O homem deve cultivá-lo e governá-lo de acordo com sua liberdade e sua inteligência. A Bíblia nos revela isto. Ao introduzir o homem e a mulher no mundo, Deus lhes dis-se: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1,28). Compete à criatura inteligente governar e reger o universo que Deus lhe deu.

Então, não há por onde per-guntar, diante de terremotos e tsunamis: “Onde estava Deus quando isto aconteceu?” Tal per-gunta é uma ingenuidade.

Diante das guerras, como diante do “holocausto” com que o governo nazista sacrificou mi-lhões de seres humanos, não há

motivo para perguntar: “Onde estava Deus?”

Eu sei que Bento XVI, quando viu as mostras do que foi o cha-mado “holocausto”, fez esta per-gunta. Mas ele não fez como os pseudo-ateístas, sentido de negar a existência de Deus. Ele a for-mulou como ato de fé no mesmo Deus, desrespeitado pela malí-cia dos homens que perpetraram tamanhas cruezas. Era como se exclamasse: “Onde estava Deus” para os algozes, autores de tama-nha maldade, sendo eles livres e dotados de sensibilidade?”

Deus é o SER. Isto é, tem a existência em si mesmo, como Ele é. E como Ele é? Ele é o SER que existe por si mesmo. Não de-pende de outro para existir, e o princípio inefável de todos os se-

SOB O OLHAR DA FÉ

Onde estava DeusD. Antônio Afonso de Miranda, sdn*

res existentes.Expõe isto com profunda ló-

gica Santo Tomás de Aquino na sua Summa Theologiae, I P., ar-tigos 3 e 4.

Então, “onde estava Deus”, ou melhor, “onde está”, face a qualquer calamidade produzida pelas forças de natureza criada, ou produzida pela malícia dos homens? Deus está em si mes-mo, em seu Ser supremo, infinito inefável. Deus está na sua obra criada por amor.

Deus está no universo e nos homens enquanto é a fonte do ser e da existência deles. Mas o universo segue suas leis, e os ho-mens seguem sua liberdade natu-ral, com que Deus os criou.

Confessemos que não é fácil compreender Deus como a Sagrada Escritura o revela e como a teologia católica busca explicá-lo.

Somente mediante a fé, que é um dom do Espírito Santo, é que podemos co-nhecê-lo dentro dos limites de nossa inteligência.

Ora, como podem ho-mens cheios de vaidade e

preconceitos, que já de antemão o renegam, como podem enten-dê-lo e querer julgá-lo? Não estão em condições, evidentemente, de receber o dom da fé.

O orgulho e a presunção, mis-turados com a falta de retidão de consciência, conduzem, fatal-mente, ao ateísmo.

“Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem!” – dizia Je-sus quando o crucificaram” (Lc 23,34)

Diante dos ateus sistemáticos ou ingênuos, só podemos dizer. “Pai, perdoa-lhes! Eles não sa-bem o que dizem”.

PONTO DE VISTA

Qual a experiência de ser dizimista na sua paróquia?

“Ser dizimista é uma expressão de fé e seguimento do Mestre, Jesus Cristo. É ser “discipulo missionário”, na a Igreja a que pertenço, para que ela possa assumir as dimensões social, religiosa e missionária. É reconhecimento da graça de Deus em minha vida”.

Marlene OliveiraDizimista na Paróquia do Menino Jesus - Taubaté

*Dom Antônio Aff onso de Miranda é bispo emérito de Taubaté e membro da Acadêmia Taubateana de Letras

“Deus está no universo e nos homens enquanto é a fonte do ser e da existência deles”

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“Ser dizimista, para mim, é importante porque me sinto parte integrante do crescimento da paróquia, tanto material quanto espiritual. Pelo Dízimo, colaboramos na formação cristã das pessoas, através da manutenção das

pastorais”.

Edna VieiraDizimista na Paróquia São Pedro – Taubaté

“Sou dizimista porque é um meio de ajudar a paróquia no seu processo de evangelização. O Dízimo é também uma forma de contribuir nas obras de construção e manutenção da estrutura física da comunidade, além dos outros

diversos gastos”.

Mariane do AmaralDizimista na Paróquia Santa Cruz – Redenção da Serra

“O livro dos Atos dos Apóstolos nos mostra que uma das características dos primeiros cristãos era a solidariedade, pois não havia necessitado entre eles. Fico admirada e percebo que não é tão difícil realizar isso em nossas comunidades, basta que a conversão que brota do coração chegue também aos nossos bolsos, através do Dízimo. Assim, a salvação poderá acontecer de forma plena em nós, como é

o desejo do Pai”.

Maria José Faria dos SantosDizimista da Paróquia São Vicente de Paulo – Moreira César

“Sou dizimista porque amo a minha Igreja. Respondendo ao chamado cristão, tornei-me dizimista para dar a minha pequena colaboração na construção do reino de Deus. Pelo Dízimo, contribuo na manutenção da comunidade, na a assistência aos necessitados e na evangelização. Sou muito feliz por isso.

Faça você também essa experiência!”.

Ivanise SantanaDizimista na Paróquia do Menino Jesus – Taubaté

Page 5: Jornal O Lábaro

O LÁBAROComunicação a serviço da fé 5

A aclamação de Isabel: “feliz

aquela que creu, pois o que lhe foi

dito da parte do Senhor será cumpri-

do” (cf. Lc 1, 45), é o ponto funda-

mental da primazia de fé de Maria

para com a Igreja e do seu estreito

relacionamento para com a mesma.

Esse texto bíblico se constitui numa

proto-bem-aventurança que nos

demonstra o quanto Maria é bem-

aventura em sua caminhada como

modelo exemplar de peregrina e pe-

dagoga da fé e, ao mesmo tempo de

discípula daquele que se fez luz para

iluminar o caminho da humanidade.

O “magnificat” (cf. Lc 1, 46-55) é,

em sua essência, um cântico de liber-

tação que visa à elevação dos pobres

de Javé e a estagnação da soberba e

da avareza dos ricos: “Depôs pode-

rosos de seus tronos, e os humildes

exaltou. Cumulou de bens a famin-

tos e despediu ricos de mãos vazias”

(cf. Lc 1, 52-53). Puebla afirmou que

“o Magnificat é espelho da alma de

Maria”, e de fato esta afirmação

concorda com a realidade social de

Maria, pois sendo uma mulher per-

tencente à classe dos excluídos da-

quela sociedade é provável que ela

lutasse contra as injustiças sociais

cometidas contra os mais pobres e

sofredores. “Agiu com a força de seu

braço, dispersou os homens de cora-

ção orgulhoso” (cf. Lc 1, 51), com

essa afirmação, o magnificat ganha

uma forte relevância social para a re-

alidade da época, muito conturbada

Maria e seu Magni� cat: o cântico de libertação dos pobres

FALANDO DE MARIA

pela opressão do império romano.

A Carta Encíclica Redemptoris

Mater de João Paulo II diz que, no

Magnificat, as palavras de Maria re-

velam as esperanças dos “pobres de

Javé” pelo dia da salvação que viria

da parte do Senhor, como podemos

constatar na literatura de alguns

Salmos (25; 31; 35; 55) e ainda nela

está prefigurado o advento de todo o

mistério da salvação que se concreti-

zará na vinda do Messias.

O reino anunciado por Jesus se en-

contra prefigurado no “magnificat”,

pois o seu reino zela pela opção pre-

ferencial dos pobres: “porque olhou

para a humilhação de sua serva (cf.

Lc 1, 48), o próprio Jesus afirma que

o reino dos céus terá como herdeiros

O Decreto Conciliar Christus Dominus, no número 11, define:

“Diocese é a porção do povo de Deus, que se confia a um Bispo, para a apascentar com a colabo-ração do presbitério, de tal modo que, unida ao seu pastor e congre-gada por ele no Espírito Santo por meio do Evangelho e da Eucaris-tia, constitui uma Igreja particu-lar; na qual está realmente e atua a Igreja de Cristo, uma, santa, cató-lica e apostólica”. Mais ainda: nela está presente Cristo, por cujo poder a Igreja se unifica. Com razão diz Santo Inácio:”Aonde comparecer o Bispo, aí se deve juntar a multi-dão, tal como, onde estiver Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica”.

O Bispo, investido da plenitude do sacramento da Ordem, rege a Igreja particular, como vigário e legado de Cristo em comunhão e sob a autoridade do Romano Pon-tífice (cf. LG 26 e 27). Constituídos pelo Espírito Santo, são os suces-sores dos Apóstolos como pastores

das almas. Cristo, na verdade, deu aos Apóstolos e aos seus sucesso-res o mandato e o poder de ensinar a todas as gentes, de santificar os homens na verdade e de os apas-centar. E assim, os Bispos foram constituídos pelo Espírito Santo que lhes foi dado, verdadeiros e au-tênticos mestres da fé, pontífices e pastores.

Pelos sacramentos, cuja regular e frutuosa celebração ele ordena com a sua autoridade, o Bispo san-tifica os fiéis. É ele quem regula a administração do Batismo, pelo qual é concedida a participação no sacerdócio real de Cristo. Ele é o ministro originário da Confirma-ção, o dispensador das Sagradas Ordens e o regulador da disciplina penitencial. É ele quem regulamen-ta toda a legítima celebração da Eucaristia, pela qual continuamen-te vive e cresce a Igreja. É ele quem exorta e instrui com solicitude o seu povo, para que este, na liturgia e mormente no Santo Sacrifício da Missa, desempenhe com fé e reve-

Características e importância da Liturgia Episcopal CATEDRAL

Mons. Marco Silva*

rência a parte que lhe compete (cf. LG 26).

O Bispo é “o administrador da graça do supremo sacerdócio” (cf. Oração de ordenação episcopal no rito bizantino) e dele dependem, no exercício do seu poder, tanto os presbíteros, os quais para serem providos cooperadores da ordem episcopal, são também eles consa-grados verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento, como os diá-conos, os quais, ordenados para o ministério, estão a serviço do povo de Deus em comunhão com o Bis-po e o seu presbitério. “Ao Bispo foi confiado o encargo de oferecer à Divina Majestade o culto da reli-gião cristã e de o regular segundo os preceitos do Senhor e as leis da Igreja, ulteriormente determinadas para a sua diocese, segundo o seu parecer” (LG 26). Por isso, todos devem dar a maior importância à vida litúrgica da diocese que gravi-ta em redor do Bispo, sobretudo na Igreja catedral, convencidos de que a principal manifestação da Igreja

se faz numa plena e ativa participa-ção de todo o povo santo de Deus na mesma celebração litúrgica, es-pecialmente na mesma Eucaristia, numa única oração, em volta do mesmo altar, a que preside o Bispo rodeado do seu presbitério e dos ministros.

Consequentemente, as celebra-ções sagradas presididas pelo Bispo manifestam o mistério da Igreja, na qual Cristo está presente; não são, portanto, mero aparato cerimonial. Importa, além disso, que estas ce-lebrações sirvam de modelo para toda a diocese e se distingam pela participação ativa do povo.

Entre os principais encargos do Bispo, ocupa lugar preeminente a pregação do Evangelho. Ele é o arauto da fé, que para Cristo con-duz novos discípulos. Ele é o dou-tor autêntico, enquanto dotado da autoridade de Cristo, que prega ao povo a ele confiado a fé que se deve crer e aplicar na vida prática.

aqueles que se fizerem pequenos e

humildes: “felizes os pobres no es-

pírito, porque deles é o Reino dos

Céus” (cf. Mt 5, 3).

*Padre Wagner Antônio é padre do Insti tuto Missionário SãoJosé e vigário da Paróquia São Bento , em São Bento do Sapucaí-SP

*Monsenhor Marco Eduardo Jacob Silva é pároco da Catedral de Taubaté

Pe. Wagner Antônio Quim, msj*

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Imagem: “Maria Mãe da Libertação”

Page 6: Jornal O Lábaro

6 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

DIOCESE EM FOCO

A CMPS (Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt), da Diocese de Taubaté, realiza neste Domingo, 17, a 5ª Romaria Diocesana, rumo ao Santuário da Mãe Rainha, em Atibaia.

O casal coordenador do movimento na Diocese de Taubaté, Poul e Maria Aparecida Siqueira Hansen, ressalta a importância dos missionários e coordenadores participarem da Romaria: “É importante participarmos, pois precisamos estar ligados à fonte que é o Santuário, para desempenhar bem a nossa missão e levar às famílias para estarem mais unidas à Mãe e seu Filho Jesus”.

Campanha da Mãe Rainha de Taubaté vai ao Santuário de Atibaia

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Poul e Maria Aparecida Hansen, coordenadores da CMPS na Diocese de Taubaté (SP)

Há 33 anos a cidade de Caçapava se enfeita para a procissão de Corpus Christi. Na noite que antecedeu à festa do Corpo de Deus, adultos, jovens e adolescentes se organizaram para enfeitar as ruas. Os enfeites formaram tapetes de areia coloria e quadros com cenas religiosas que se estenderam por mais de 3 km. Durante o dia, os visitantes que perfaziam o trajeto puderam ver a obra de arte e fé demonstrando devoção ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia.

A procissão teve início às 17 horas, com a bênção do Santíssimo na Igreja São Benedito, percorrendo pelas ruas enfeitadas até o Santuário Santo Antônio, onde foi celebrada a missa solene, presidida pelo Pe. Fred. Durante o percurso, o

Paróquias de Caçapava celebram juntas a Solenidade de Corpus Christi

Pe Luiz Carlos Benega conduz o Santí ssimo Sa-cramento durante procussão de Corpus Christi em Caçapava

Santíssimo foi conduzido pelos padres do Decanato Caçapava, que revezavam durante o trajeto, e seguido por uma multidão de fiéis das cinco paróquias que compõem o decanato e de cidades vizinhas.

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A Paróquia Nossa Senhora D’Ajuda, em Caçapava, celebrou, dos dias 14 a 25 de junho, a festa de São João Batista, padroeiro da igreja matriz. Os festejos contaram com novena, terços, procissão e levantamento do mastro com a bandeira de São João e a tradicional procissão de carro de boi. A programação social, que teve como evento principal a quermesse, foi organizada pela Prefeitura Municipal em parceria com a paróquia e outras entidades beneficentes da cidade.

A missa solene foi celebrada às 10h do dia 24, quando se comemora a Natividade de São João Batista. A celebração, presidida pelo bispo diocesano Dom Carmo João Rhoden, scj, foi animada pela Orquestra e Coral Acrópole, na presença de grande número de fiéis. A comemoração contou ainda com uma procissão pelas ruas da cidade, no fim da tarde, com a imagem do santo padroeiro, acompanhada pela Banda do 6º Batalhão de Infantaria Leve de Caçapava.

Igreja de Caçapava realiza festa de São João

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A Mitra Diocesana de Taubaté através do seu economado comunica o resultado das últimas duas coletas realizadas na Diocese: a da Campanha da Fraternidade (realizada no Domingo de Ramos) e a dos Lugares Santos (realizada na Sexta-feira Santa).

COLETA DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2011Total arrecadado: R$ 60.765,42

60% para diocese: R$ 36.459,25

30 % destinado à CNBB – Nacional: R$ 18.229,63

10% destinado à CNBB Regional Sul 1 (Estado de São Paulo): R$ 6.076,54

COLETA PARA OS LUGARES SANTOSRepassado 100% para a Nunciatura Apostólica R$ 19.884,50

A Diocese de Taubaté agradece imensamente a colaboração de todos e lembra que a próxima coleta a ser realizada em 07/08 (Domingo da Comemoração do Dia do Padre), tem uma motivação vocacional. Por meio dela a comunidade poderá ter uma participação mais efetiva na formação dos futuros padres de nossa Diocese. A coleta será toda destinada ao Seminário Diocesano Santo Antônio e à Residência Teológica Cura D´Ars.

Cônego José Luciano Matos Santana - Ecônomo

PRESTANDO CONTAS

Page 7: Jornal O Lábaro

7O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Os 30 anos de uma igreja consagrada

DIOCESE EM FOCO

Comunidade de São João Batista, em Taubaté, celebra três décadas da sagração da igreja; celebrante do ponto alto das festividades esteve presente na cerimônia de 1981Francisco de Assis*

*Francisco de Assis é jornalista edoutorando em Comunicação Social.

Uma igreja sagrada comporta alguns detalhes importantes. O altar precisa, necessariamente, ser de pedra – em geral, de mármore –, sólido, que demonstra beleza e que certamente não será removido ou demolido. Nas paredes, são afixadas doze pedras circulares, com uma cruz desenhada em cada uma delas, as quais recordam os doze apóstolos, pedras vivas da Igreja. Embaixo de cada pedra, é preciso que haja um candelabro, cuja vela é acesa na cerimônia de aniversário da sagração. “As velas acesas lembram que nós também somos pedras vivas, e que, assim como o tempo passa e os anos contados aumentam, nossa fé também aumenta”, acrescentou o Monsenhor Irineu.

Durante a sagração, o altar e cada uma das pedras são ungidos. Foi por isso que o Monsenhor Irineu recebeu o convite para ser mestre de cerimônia durante a solenidade realizada na igreja de São João Batista, em 1981. Já idoso, Dom Francisco não tinha condições de subir em escada para cumprir a sequência do rito referente às paredes do templo. Então, assim foi feito: o bispo sagrou o altar; o padre sagrou as pedras.

O ritual que envolve a dedicação de um templo é bastante antigo e remete a costumes do período anterior ao cristianismo. A Bíblia narra que Salomão, por ordem de Deus, consagrou solenemente o templo de Jerusalém. Para a Igreja Católica, sagrar uma construção é algo muito sério, destinado a poucas edificações, e que merece atenção não apenas no dia da cerimônia. “A comunidade tem a obrigação de celebrar, todos os anos, o aniversário de sagração de sua igreja, cuja solenidade possibilita aos fiéis ficarem mais enriquecidos na fé”, advertiu o Monsenhor Irineu.

Além de celebrar a memória do próprio templo, as comunidades ainda devem comemorar a sagração de suas “igrejas-mãe”. Pelo menos, outras duas datas importantes precisam ser lembradas: o aniversário da Basílica de São João de Latrão, a primeira igreja cristã a ter sido sagrada, em 9 de de novembro 324, pelo Papa Silvestre I, e que é considerada catedral do bispo de Roma, ou seja, do Papa; e, no caso de Taubaté, o aniversário de sagração da Catedral de São Francisco – realizada em 13 de agosto de 1950 –, que deve ser festejado por toda a Diocese, com missas de liturgia especial.

tista foi a mais privilegiada, a ponto de ter sido reformada e ampliada, naquele co-meço da década de 1980, porque o bispo fazia questão de sagrá-la.

Sagração é uma bênção especial. Sa-grar um imóvel é retirá-lo do uso comum e torná-lo propício para o uso exclusivo de cerimônias religiosas. “É como uma

medalha abençoada por um sacerdote. Ela deixa de ser apenas uma jóia, e passa a ser um objeto de devoção. Com as igrejas, ocorre o mesmo. Mas sagração envolve uma

solenidade maior, tanto que não é a água benta que se usa para abençoar o edifício material, mas, sim, o óleo santo. O tem-plo sagrado é ungido, assim como os fi-éis são ungidos no batismo e na crisma”, explicou o Monsenhor Irineu, durante a homilia.

Isso não quer dizer que as igrejas que não são sagradas estejam inapropria-das para a realização de ritos religiosos. Ocorre que os edifícios ainda não ungidos podem ter sua estrutura modificada, seus altares removidos ou alterados, e até o pa-droeiro – também chamado “titular” do templo – substituído. Depois da sagração, nada disso pode acontecer.

Uma história de 30 anos. A memória de um acontecimento significativo. O ani-versário de uma sagração. Tudo isso foi o que os fiéis frequentadores da igreja de São João Batista, localizada no bairro de mesmo nome, em Taubaté, celebraram, em 21 de junho.

O dia foi de festa solene, com missa presidida, às 19h30, pelo chanceler do bispado, Monsenhor Irineu Batis-ta da Silva. Três décadas antes, ele também este-ve ali, na companhia de Dom Francisco Borja do Amaral, para auxiliar o bispo emérito da Diocese numa cerimônia longa e rica em detalhes.

Era 1981. Dom Francisco, com 82 anos e aposentado dos serviços episcopais des-de 1976, tinha especial predileção por algumas igrejas localizadas na parte alta da cidade. Até o ano de sua morte – 1989 –, ele fazia questão de celebrar missas no São João, na capela de Nossa Senhora da Paz – que fica embaixo do monumento ao Cristo Redentor – e na capelinha da San-tíssima Trindade, mandada construir, por ele, na residência – também no Alto do Cristo – em que passou a última fase de sua vida. Dessas três, a de São João Ba-

“O templo sagrado é ungido, assim como os fi éis são ungidos no batismo e na crisma”

Detalhes importantes

Fachada da igreja de São João Bati sta antes da reforma

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Page 8: Jornal O Lábaro

8 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

DIMENSÃO RELIGIOSA A dimensão religiosa consiste

em sustentar tudo o que diz respei-

to à vida religiosa da comunidade.

Por exemplo:

1 – construir templos, reparar e

ampliar os prédios (pavilhão, salão

paroquial, salas de catequese, salas

para reuniões etc.); 2 – manter em

dia as contas e água, luz, telefone

etc.; 3 – pagar salários e encargos

sociais dos funcionários; 4 – con-

tratar serviços de segurança; 5 –

zelar pelo bom gosto (se possível

com arte) de tudo que pertence à

comunidade, como as imagens,

os quadros sacros, as relíquias – a

arte também evangeliza; 6 – pri-

mar pela limpeza e higienização

de todos os ambientes; 7 – publicar

um jornal ou boletim informativo

e formativo; 8 – investir na evan-

gelização on-line, visando alcançar

o maior número de pessoas; 9 – e

muitas outras coisas, como a for-

mação dos evangelizadores, minis-

tros extraordinários e agentes de

pastoral.

A igreja utiliza dos bens mate-

riais para cumprir sua missão, mas

os tem sempre como meio, jamais

como fim (objetivo). Na Conferên-

cia de Aparecida (60, 73), o epis-

copado colocou às claras as conse-

quências nefastas e destruidoras da

riqueza quando tida como objetivo

máximo desta vida. Os bens mate-

riais devem ser utilizados para que

homens e mulheres tenham vida

(CF 2010).

Como em uma família, devemos

ser responsáveis em nossas comu-

nidades para que nada falte. Assim

todos podem utilizar, segundo as

normas da Igreja, daquilo que por

todos foi adquirido (cf. At 2,42-46;

4,32-35).

DIMENSÃO MISSIONÁRIAA dimensão missionária favorece

o investimento na evangelização e

formação de pessoas que estão fora

da área geográfica de nossa comu-

nidade, paróquia e diocese, segun-

do o mandamento de Jesus: “Vão

e façam com que todos os povos se

tornem meus discípulos, batizando-

os em nome do Pai, e do Filho, e do

Espírito Santo, e ensinando-os a ob-

servar tudo o que ordenei a vocês”

(Mt 28,19-20).

A comunidade não pode ficar

restrita à sua área geográfica, que

é atendida pela dimensão religiosa.

Vejamos o que diz o Cate-

cismo da Igreja Ca-

tólica sobre isso:

“O mandamen-

to missionário do

Senhor tem a sua

fonte última no amor eter-

no da Santíssima Trindade: ‘A

Igreja peregrina é por sua nature-

za missionária. Pois ela se origina

da missão do Espírito santo, segun-

do o desígnio de Deus Pai’. E o fim

último não é outro senão fazer os

homens (e mulheres) participarem

da comunhão que existe entre o Pai

e o Filho no seu Espírito de amor”

(n. 850).

O dízimo possibilita a evangeli-

zação dentro de nossa comunidade

(missão ad intra) como por exem-

plo: 1 – as santas missões populares;

2 – a evangelização dos batizados

não catequizados; 3 – a formação

dos fieis de nossa Diocese.

O dízimo também favorece a

evangelização fora de nossas comu-

nidades (missão ad extra ou além-

fronteiras), como, por exemplo: 1

– projeto Igrejas-Irmãs no Brasil,

em que uma diocese auxilia outra

diocese com pessoas capacitadas

(diáconos, religiosos, presbíteros,

leigos e leigas); 2 – projeto Paró-

quias-Irmãs, em que uma paróquia

partilha com outra paróquia (de

diocese) aquilo que possui; 3 – mis-

são ad gentes, isto é, ir ao encontro

de pessoas que residem em outro

país e que ainda não foram evan-

gelizadas; 4 – envio de

dinheiro e

outros bens para missionários (as)

que evangelizam em locais muito

pobres ou em conflito, como certos

países da África e da Ásia.

DIMENSÃO SOCIALA dimensão social do dízimo

consiste em assistir e promover os

empobrecidos, excluídos e margi-

nalizados. Eles estão por toda parte:

na comunidade, nas casas vizinhas

as nossas, ao nosso lado no ônibus,

no pronto socorro, na Igreja. Só

quem tem um coração insensível

não os vê.

A igreja não pode fazer distin-

ção de pessoas; todas sem exceção

devem ser amadas e auxiliadas (Tg

2,1-13). O bom samaritano socor-

reu a pessoa caída à beira do cami-

nho sem se importar quem era ela

(Lc 10,33-35).

Segundo o documento de Puebla

“os pobres são os primeiros desti-

natários da missão e sua evangeli-

zação é sinal e prova por excelência

da missão de Jesus”.

Eis o que disse São João Crisós-

tomo: “Queres honrar o Corpo de

Cristo? Não permitas que seja des-

prezado nos seus membros, isto é,

nos pobres que não tem o que vestir,

nem o honres aqui no templo com

vestes de seda, enquanto lá fora o

abandonas ao frio e à nudez... De

que serviria, afinal, adornar a mesa

de Cristo com vasos de ouro, se

ele morre de fome na pessoa dos

pobres? Primeiro se dá de comer a

quem tem fome e depois ornamen-

ta a sua mesa com o que sobra”.

Em nossa Diocese temos muitas

pessoas envolvidas com esse lindo

trabalho de promoção humana:

pastoral da criança, pastoral da saú-

de, pastoral da pessoa idosa, pasto-

ral carcerária, pastoral da

educação, movimen-

to dos Vicentinos

e outros.

DÍZIMO É TEMA DE REFLEXÃO NA DIOCESEDurante todo o mês de julho, em todas das paróquias da Diocese de Taubaté, é realizada a campanha de conscientização sobre sobre o Dízimo

comunidade, como as imagens,

os quadros sacros, as relíquias – a

arte também evangeliza; 6 – pri-

mar pela limpeza e higienização

de todos os ambientes; 7 – publicar

um jornal ou boletim informativo

e formativo; 8 – investir na evan-

gelização on-line, visando alcançar

o maior número de pessoas; 9 – e

muitas outras coisas, como a for-

mação dos evangelizadores, minis-

tros extraordinários e agentes de

A igreja utiliza dos bens mate-

riais para cumprir sua missão, mas

os tem sempre como meio, jamais

como fim (objetivo). Na Conferên-

cia de Aparecida (60, 73), o epis-

copado colocou às claras as conse-

quências nefastas e destruidoras da

riqueza quando tida como objetivo

máximo desta vida. Os bens mate-

riais devem ser utilizados para que

homens e mulheres tenham vida

do o mandamento de Jesus: “Vão

e façam com que todos os povos se

tornem meus discípulos, batizando-

os em nome do Pai, e do Filho, e do

Espírito Santo, e ensinando-os a ob-

servar tudo o que ordenei a vocês”

(Mt 28,19-20).

A comunidade não pode ficar

restrita à sua área geográfica, que

é atendida pela dimensão religiosa.

Vejamos o que diz o Cate-

cismo da Igreja Ca-

tólica sobre isso:

“O mandamen-

to missionário do

Senhor tem a sua

fonte última no amor eter-

no da Santíssima Trindade: ‘A

Igreja peregrina é por sua nature-

za missionária. Pois ela se origina

da missão do Espírito santo, segun-

do o desígnio de Deus Pai’. E o fim

último não é outro senão fazer os

fronteiras), como, por exemplo: 1

– projeto Igrejas-Irmãs no Brasil,

em que uma diocese auxilia outra

diocese com pessoas capacitadas

(diáconos, religiosos, presbíteros,

leigos e leigas); 2 – projeto Paró-

quias-Irmãs, em que uma paróquia

partilha com outra paróquia (de

diocese) aquilo que possui; 3 – mis-

são ad gentes, isto é, ir ao encontro

de pessoas que residem em outro

país e que ainda não foram evan-

gelizadas; 4 – envio de

dinheiro e

nem o honres aqui no templo com

vestes de seda, enquanto lá fora o

abandonas ao frio e à nudez... De

que serviria, afinal, adornar a mesa

de Cristo com vasos de ouro, se

ele morre de fome na pessoa dos

pobres? Primeiro se dá de comer a

quem tem fome e depois ornamen-

ta a sua mesa com o que sobra”.

Em nossa Diocese temos muitas

pessoas envolvidas com esse lindo

trabalho de promoção humana:

pastoral da criança, pastoral da saú-

de, pastoral da pessoa idosa, pasto-

ral carcerária, pastoral da

educação, movimen-

to dos Vicentinos

e outros.

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Page 9: Jornal O Lábaro

9O LÁBAROComunicação a serviço da fé

O LÁBARO: Como é o trabalho da Pastoral do Dízimo em nível diocesano?Benedita Fátima: O trabalho da pastoral do dízimo em nível diocesano consiste em orientar os agentes para um bom funcio-namento dessa pastoral, conhe-cendo e respeitando a realidade de cada Paróquia, para atingir bons resultados tento em termos financeiros e principalmente o que diz respeito a evangelização. Para isso são realizadas reuniões bimestrais e formações.

O LÁBARO: Por que a escolha de julho como mês de conscientização sobre o dízimo?Benedita Fátima: A partir de uma de nossas Assembléias Dio-cesanas, o mês de julho foi es-colhido em consenso com todos os padres, leigos e leigas parti-cipantes desse evento. Foi esco-lhido esse mês por ser um mês não-temático, o que facilitaria o trabalho e a conscientização por parte de nossos agentes.

O LÁBARO: Como foi pensado e preparado o material deste ano?Benedita Fátima: Os subsídios usados esse ano, assim como tam-bém nos anos anteriores, visam atingir o maior número de pesso-as. A intenção desses subsídios é orientar e dirimir dúvidas, susci-tando outras que deverão ser ob-jetos de discussão e formação de opiniões, possibilitando assim di-zimistas mais conscientes de suas responsabilidades.

O LÁBARO: Qual a importância do dízimo na vida da comunidade?Benedita Fátima: O dizimo oferecido pelos cristãos é im-portante para a vida em comu-nidade pois ele possibilita: o

encontro e a convivência, a ora-ção e a confraternização, a cele-bração e a reflexão, a catequese e os cursos de formação. O ato de contribuir com o dizimo, faz com que a comunidade se sin-ta como uma família, onde to-dos contribuem com algo: quem tem mais oferece mais quem tem menos oferece menos. O importante é que todos parti-cipem, e, participando, sin-tam-se comunidade.

O LÁBARO: Como se tornar um dizimista? Onde e como deve ser devolvido o dízimo?Benedita Fátima: Para se tor-nar um dizimista é necessário uma só coisa: AMOR. Deus não nos obriga a nada, o que Ele quer é que nos deixemos amar por Ele, que O amemos e que amemos uns aos outros. Depois de compreen-dermos isso vem a parte mais fá-cil, é só nos dirigirmos a equipe da pastoral do dizimo e fazer um cadastro. O dizimo deve ser devol-vido à comunidade da qual parti-cipo, de acordo com a realidade de cada Paróquia.

O LÁBARO: Outras considerações?Benedita Fátima: O sistema do dízimo deve ser trabalhado, im-plantado, organizado e reaviva-do com vigor, mas não sob ame-aça. Quando o dizimo é imposto, a comunidade não perde apenas no dizimo, mas também e prin-cipalmente no modo de acolher e de relacionar-se com Deus. È pouco para uma comunidade de fé, ter dinheiro; o dinheiro é ne-cessário, mas não é o essencial. O essencial é chegar à comunhão com Deus e entre nós, inclusive por meio do dizimo, pois o di-zimista nunca está só, dizimo é atitude de comunhão. Do povo. Para o povo.

CÂMARA MUNICIPAL DE TAUBATÉ

tv.camarataubate.sp.gov.br

A Câmara Municipal é a cara de Taubaté e do Taubateano.

Suas decisões espelham as necessidades e exigências dos cidadãos, que se transformam em leis para tornar a cidade cada vez mais moderna, agradável e bonita, melhorando a qualidade de vida de todos.

Participe das atividades da Câmara, conhecendo o processo legislativo e ajudando a garantir sua transparência. Afinal, a Câmara é sua.

Aqui, você é de.casa.

Assista às sessões da Câmara todas as quartas-feiras, às 15h.

Pela TV Câmara: Canal 17 digital ou 98 analógico da Net.

Na Internet:tv.camarataubate.sp.gov.br

Julho é o mês dedicado à conscientização do Dízimo na Diocese de Taubaté. Por isso, O LÁBARO, fez um bate-papo com Bene-dita Fátima Moreira, coordenadora da Pastoral do Dízimo na diocese. Ela explica que a devolução do dízimo não é uma impo-sição, mas uma atitude de amor que se expressa na partilha.

não-temático, o que facilitaria o trabalho e a conscientização por parte de nossos agentes.

O LÁBARO: Como foi pensado e preparado o material deste ano?Benedita Fátima: Os subsídios usados esse ano, assim como tam-bém nos anos anteriores, visam atingir o maior número de pesso-as. A intenção desses subsídios é orientar e dirimir dúvidas, susci-tando outras que deverão ser ob-jetos de discussão e formação de opiniões, possibilitando assim di-zimistas mais conscientes de suas responsabilidades.

O LÁBARO: Qual a importância do dízimo na vida da comunidade?Benedita Fátima: O dizimo oferecido pelos cristãos é im-portante para a vida em comu-nidade pois ele possibilita: o

da pastoral do dizimo e fazer um cadastro. O dizimo deve ser devol-vido à comunidade da qual parti-cipo, de acordo com a realidade de cada Paróquia.

O LÁBARO: Outras considerações?Benedita Fátima: O sistema do dízimo deve ser trabalhado, im-plantado, organizado e reaviva-do com vigor, mas não sob ame-aça. Quando o dizimo é imposto, a comunidade não perde apenas no dizimo, mas também e prin-cipalmente no modo de acolher e de relacionar-se com Deus. È pouco para uma comunidade de fé, ter dinheiro; o dinheiro é ne-cessário, mas não é o essencial. O essencial é chegar à comunhão com Deus e entre nós, inclusive por meio do dizimo, pois o di-zimista nunca está só, dizimo é atitude de comunhão.

encontro e a convivência, a ora-ção e a confraternização, a cele-bração e a reflexão, a catequese e os cursos de formação. O ato de contribuir com o dizimo, faz com que a comunidade se sin-ta como uma família, onde to-dos contribuem com algo: quem tem mais oferece mais quem tem menos oferece menos. O importante é que todos parti-cipem, e, participando, sin-

Para se tor-nar um dizimista é necessário uma só coisa: AMOR. Deus não nos obriga a nada, o que Ele quer

diocese. Ela explica que a devolução do dízimo não é uma impo-diocese. Ela explica que a devolução do dízimo não é uma impo-

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Material: a diocese produziu folhetos para serem distribuidos nas missas aos Domingos

Benedita Fáti ma Moreira, coordenadora diocesa da Pastoral do Dízimo fala sobre o trabalho de conscienti zação

Page 10: Jornal O Lábaro

10 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Reconhecendo a união estável para pares do mesmo sexo, no dia 5 de maio, em decisão unânime, os ministros do STF (Supremo Tribu-nal Federal) equipararam as uniões homoafetivas a uma entidade fami-liar.

Em artigo publicado na Folha de São Paulo, no dia 22 de maio, o advogado Ives Gandra da Silva Martins apontou duas problemáti-cas na decisão do STF. A primeira problemática é relativa a um confli-to entre poderes. Caberia, segundo a Constituição Federal, ao Legisla-tivo definir a união civil. A segunda problemática diz respeito à nature-za. Teria o STF, ou mesmo o Legis-lativo, autoridade para redefinir as leis da natureza?

Ives Gandra escreve que a famí-lia é definida na Constituição Na-cional como uma instituição capaz de gerar prole, formada a partir de um homem e uma mulher. A pro-criação é, de fato, a maior razão da constituição da família humana. Ela existe para gerar filhos, defen-dê-los e dar-lhes condições para sobreviverem na fase adulta. Daí se justificarem os laços de afetividade dando sustento à vida que foi gera-da e nascida. Um par homoafetivo, sem dúvidas, poderia garantir afe-tividade um ao outro. Porém, não podem procriar, o que é a razão de existir da família humana como ins-tituição, de modo que não formam uma família.

A Igreja entende que a família é uma instituição natural, anterior ao mandamento cristão. Alguns críti-cos da Igreja, pouco atentos ao de-

A família é uma instituição natural

REFLEXÃO

Pe. Silvio Dias*

senvolvimento histórico da família, dizem ser ela uma instituição cul-tural judaico-cristã. Uma pesquisa histórico-sociológica logo lhes mos-traria, no entanto, que a família é uma organização celular, que foi se formando na sociedade, pouco a pouco, indo da promiscuidade ao estabelecimento de uma união está-vel entre homem e mulher, em vista à geração e manutenção da prole.

No que a união entre pares ho-moafetivos se equipara à instituição familiar, tal como ela tem se desen-volvido, instituição mais antiga que as nações, leis e mesmo igrejas? Equiparar união entre pessoas do mesmo sexo a todos os direitos de uma família, garantindo também o direito a adoção de filhos é uma te-meridade. Tais uniões não são afei-tas ao que se compreende por famí-lia formada por um pai, uma mãe e seus filhos. A família é formada por progenitores macho e fêmea. Foi naturalmente equipada para procriar. Uniões homoafetivas não.

Que a lei lhes garanta os direitos de proteção contra a violência. Tra-ta-se de pessoas, cidadãos dotados de direitos e dignidade humana. Que a Constituição lhes garanta o direito de viverem juntos, se quise-rem, e de receberem os bens depois de uma separação ou morte do par. Mas equiparar tais uniões à família, instituição natural, é querer mudar as leis da natureza. Supremo tribu-nal algum ou poder legislativo de qualquer país tem jurisdição ou au-toridade sobre as leis da natureza.

Me engana que eu gosto... A mí-

dia nacional, especialmente as gran-

des redes de televisão, veiculam pro-

pagandas espetaculares, muito bem

feitas, sobre a maravilha que consti-

tui este país pós-batráquio barbudo.

Os manipuladores da opinião nacio-

nal, bem assessorados por competen-

tes agencias de publicidade, distantes

dos princípios éticos que nortearam

a criação do partido que hoje está no

poder, reinventaram o Brasil como

um país do “faz-de-conta”.

Quem vê o sapo coaxando na lama

que se tornou o governo que antece-

deu à dilminha-paz-e-amor, imagina

uma Suiça de dimensões continen-

tais abaixo da linha do Equador.

As escolas, nos mais distantes rin-

cões, servem verdadeiros banquetes

em suas merendas, ensinam o que

garante uma vaga às mais cobiçadas

universidades europeias ou nortea-

mericanas; aos menos aquinhoados,

o Pro-Uni faz o seu papel de não

deixar nenhum jovem sem universi-

dade; o ensino fundamental abriga

crianças em suas carteiras azuis, to-

das lindas em salas limpinhas onde

alunos bem penteados, meninas bem

vestidas e professoras que se recusam

a disputar as passarelas do mundo

fashion, apesar de tão bonitas, para

ensinar o beabá; os adolescentes do

ensino médio vivem momentos de

euforia e não controlam a ansiedade

de poderem chegar ao terceiro grau

com a garantia de se colocarem, logo

no primeiro emprego, em funções

com salários que somente serão su-

perados pelos dos jogadores de fute-

bol. Que coisa maravilhosa!

Nossas estradas são verdadeiros

tapetes das mil-e-uma-noites, onde

carretas enormes, que mais e pare-

cem trens, planam ao lado de carrões

dotados dos mais modernos itens de

segurança e conforto, como se fizes-

sem o trajeto Dubai-Riyad nos tem-

pos do Ali Babá.

O sonho do batráquio estende

seus eflúvios pelos nossos hospitais,

onde há sempre um especialista es-

perando ansioso que o procure um

O sonho do Batráquio

DE OLHO NA REALIDADE

Henrique Faria*

doente – coisa rara de se ver nesse

país – sem que precise esperar por

filas que já fazem parte do folclore,

dos lendários tempos em que para se

conseguir um exame dos pulmões,

uma endoscopia, uma reles ultra-so-

nografia do abdômen você precisava

esperar o dia certo do mês – um dia

só nas calendas do hospital público

– para disputar com dezenas de ou-

tros pacientes o privilégio de con-

seguir uma senha para um das seis

vagas disponíveis para os exames do

mês seguinte. No sonho que o sapo

sonha não há pacientes baleados

dando entrada no pronto-socorro,

porque a violência foi banida desse

país; entra um ou outro com gastri-

te, crise renal, apendicite e até um

pré-coma-alcoólico – que, afinal, na

Suiça meridional todos os males es-

tão desaparecendo, mas não se con-

seguem banir os exageros etílicos, já

que isso não faz parte dos sonhos do

batráquio.

Eu poderia falar muito mais,

como, por exemplo, do clima de

mosteiro que se instalou nos morros

cariocas, ou do hare em que transfor-

maram os bairros mais violentos de

Salvador...

Sonhe você seus próprios sonhos,

que eu vou amargando a minha re-

alidade, vendo adolescentes desistin-

do dos estudos no terceiro grau para

trabalharem em empregos que não

são exatamente os dos seus sonhos;

empurrando as minhas crises de ve-

sícula aguardando a minha cirurgia

com previsão de seis meses após o

diagnóstico; desviando de buracos

por nossas estradas e cambaleando

pelas nossas ruas, num balé patético

que me faz desviar de balas perdi-

das, de buracos nas calçadas ou de

montes de cocô fedorento deixados

de lembrança por moradores de rua

que a cada dia inflacionam as nossas

estatísticas como chagas sociais que

não param de crescer.

Sonhe você o sonho do batráquio,

que eu já quase não consigo sonhar

nem mesmo os sonhos de Platão.

*Henrique Faria é colaborador leigo e responsável por esta coluna

Ilust

raçã

o: w

ww.

sxc.

hu

*Padre Silvio Dias é pároco da Paróquia Nossa Senhora d’Ajuda em Caçapava-SP

Page 11: Jornal O Lábaro

11O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Brasil está entre os 10 países com mais inscritos para a Jornada Mundial da Juventude

IGREJA NO BRASIL E NO MUNDO

A informação foi divulgada na tarde do dia 7, pela organização da Jornada Mundial da Juventude 2011, em Madri, na Espanha. A JMJ acontece dos dias de 16 a 21 de agosto, com a participação do papa Bento XVI. Até o momento, exis-tem mais de 440 mil inscritos, vin-dos de 182 países, o que constitui um recorde na história das edições da JMJ, que acontece desde 1985.

Olga Óculos,20 anos, escrevemos juntos esta história!!!

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de Brasília”, disse o papa lem-

brando os nomes dos angolanos

e dos brasileiros que receberam o

pálio.

Ainda segundo o papa, dirigin-

do suas palavras aos arcebispos,

“o Senhor Jesus, que vos esco-

lheu como Pastores do seu reba-

nho vos ampare no vosso minis-tério quotidiano e vos torne fiéis anunciadores do Evangelho com a força do Espírito Santo. Dou também as boas-vindas aos fami-liares e amigos e aos fiéis das res-pectivas Igrejas particulares que vos acompanharam até Roma. Asseguro a todos vós e vossas co-munidades arquidiocesanas a mi-nha recordação diária na oração e, do íntimo do coração, concedo a Benção Apostólica”, disse.

No final, Bento XVI lembrou as palavras de São Cipriano, bispo de Cartago, no seu Trata-do sobre Pai Nosso. “Absoluta-mente nada se antepõe a Cristo, já que nem mesmo Ele preferiu outra coisa a nós. Vontade de es-tar inseparavelmente unido a seu amor, permanecer ao lado de sua cruz com coragem dando-Lhe forte testemunho”.

Papa Bento XVI se encontra com arcebispos após entrega do pálio

O papa Bento XVI recebeu em

audiência, no dia 30 de junho, na

Sala Clementina, no Vaticano, os

arcebispos metropolitanos que

receberam o pálio. Entre os 41 ar-

cebispos que receberam o pálio,

sete são brasileiros.

Em seu pronunciamento, Ben-

to XVI disse que ainda estava viva na memória a recordação da celebração de entrega do pá-lio, na Basílica Vaticana. Depois, saudou os presentes em diversas línguas.

“Saúdo com grande afeto os metropolitas de Angola e do Bra-sil que receberam o pálio, insíg-nia litúrgica que exprime uma singular união das suas arquidio-ceses com a Sé de Pedro: dom Luís María Pérez de Onráita, de Malánje, dom José Manuél Im-bámba, de Saurímo, dom Murí-lo Sebastião Ramos Krieger, de São Salvador da Bahia, dom Pe-dro Brito Guimarães, de Palmas, dom Jacinto Bergmann, de Pelo-tas, dom Hélio Adelar Rubert, de Santa María, dom Pedro Ercílio Simão, de Passo Fundo, dom Dimas Lara Barbosa, de Campo Grande, e dom Sérgio da Rocha,

Da CNBB

Da CNBB/Rádio Vaticano

Além de Portugal e Brasil estão no grupo dos 10 países com mais inscrições: Espanha, Itália, França, Estados Unidos da América, Ale-manha, México, Polônia e Argen-tina.

A organização da JMJ lançou uma nova campanha de inscrições, através da Internet, pelo site: www.madrid11.com

De 17 a 22 de julho acontece o 7º Mutirão Brasileiro de Comuni-cação na cidade do Rio de Janeiro. O evento é destinado a todos que atuam no campo da comunicação, de modo especial no trabalho pas-toral nas comunidades católicas. A partir do tema “Comunicação e Vida: Diversidade e Mobilidades”,

foram organizadas palestras em forma de painéis, oficinas de temá-ticas e visitas a diversos projetos de comunicação. O Mutirão tem como sede a Pontifícia Universi-dade Católica do Rio de Janeiro e conta com um renomado corpo de profissionais da comunicação que assessoram o evento.

Igreja promove Mutirão Brasileiro de Comunicação

Page 12: Jornal O Lábaro

12 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

e põe em evidência que a autêntica

hermenêutica da Bíblia só pode ser

feita na Fé eclesial, que tem o seu

paradigma no SIM de Maria. A este

respeito, S. Boaventura afirma que

sem Fé não há chave de acesso ao

texto sagrado: “Esta (chave) é o co-

nhecimento de Jesus Cristo no qual

tem origem, como que de uma fon-

te, a segurança e a inteligência de

toda a Sagrada Escritura. Por isso é

impossível que alguém possa entrar

para a conhecer, se antes não tiver a

Fé infusa de Cristo que é lanterna,

porta e fundamento de toda a Escri-

tura.”

E S. Tomás de Aquino, mencio-

nando Santo Agostinho, insiste vi-

gorosamente: “A letra do Evangelho

também mata, se faltar a graça inte-

rior da Fé que cura.”

Em primeiro lugar, para interpre-

tar a Bíblia é preciso reconhecer os

benefícios que a exegese histórico-

crítica e os outros métodos de aná-

lise do texto, desenvolvidos em tem-

pos mais recentes, trouxeram para a

vida da Igreja. O Magistério vivo da

Igreja, ao qual compete o “encargo

de interpretar autenticamente a Pa-

lavra de Deus escrita ou contida na

Tradição” interveio com sapiente

equilíbrio relativamente à justa po-

sição a tomar, face à introdução de

novos métodos de análise histórica.

Interpretação livre da Bíblia: o perigo da atualidade

E A PALAVRA SE FEZ CARNE...

Sinésio Humberto de Siqueira*

O Concílio, por um lado sublinha,

como elementos fundamentais para

identificar o significado pretendido

pelo hagiógrafo, o estudo dos gêne-

ros literários e da contextualização;

por outro lado,devendo a Escritura

ser interpretada no mesmo espírito

em que foi escrita, a Constituição

Dogmática indica três critérios de

base para se respeitar a dimensão di-

vina da Bíblia:

1. interpretar o texto tendo pre-

sente a unidade de toda a Escritura;

isto hoje chama-se exegese canôni-

ca;

2. ter presente a Tradição viva de

toda a Igreja;

3. observar a analogia da Fé.

“Somente quando se observam os

dois níveis metodológicos: histórico-

crítico e teológico é que se pode falar

de uma exegese teológica, de uma

exegese adequada a este Livro.”

O perigo do dualismo e a herme-

nêutica secularizada

A este propósito, é preciso subli-

nhar o grave risco de um dualismo

que é gerado ao abordar as Sagradas

Escrituras.De fato, distinguindo os

dois níveis da abordagem bíblica,

não se pretende de modo algum

separá-los, contrapô-los, ou simples-

mente justapô-los.

A interpretação fundamentalista

da Sagrada Escritura

Neste contexto, desejo chamar

a atenção sobretudo para aquelas

leituras que não respeitam o texto

sagrado na sua natureza autêntica,

promovendo interpretações subjeti-

vistas e arbitrárias. Na realidade, o

“literalismo” propugnado pela lei-

tura fundamentalista constitui uma

traição, tanto do sentido literal como

do espiritual, abrindo caminho para

instrumentalizações de variada na-

tureza, difundindo, por exemplo,

interpretações anti-eclesiais das pró-

prias Escrituras. O aspecto proble-

mático da “leitura fundamentalista

é que, recusando ter em conta o ca-

ráter histórico da revelação bíblica,

torna-se incapaz de aceitar plena-

mente a verdade da própria Encar-

nação. O fundamentalismo evita a

intima ligação do divino e do huma-

no nas relações com Deus. Por esse

motivo tende a tratar o texto bíblico

como se fosse ditado palavra por pa-

lavra pelo Espírito, e não chega a re-

conhecer que a Palavra de Deus foi

formulada numa linguagem e numa

fraseologia condicionadas por uma

determinada época”.Ao contrário,

o cristianismo divisa nas palavras a

Palavra, o próprio Logos, que esten-

de o seu mistério através da multipli-

cidade e da realidade de uma histó-

ria humana. A verdadeira resposta

a uma leitura fundamentalista é “a

leitura crente da Sagrada Escritura,

praticada desde a antiguidade na

Tradição da Igreja. Tal leitura ( a

leitura crente) procura a verdade sal-

vífica para a vida do indivíduo fiel e

para a Igreja. Esta leitura reconhece

o valor histórico da tradição bíbli-

ca. Precisamente por este valor de

testemunho histórico é que ela ( a

leitura crente) quer descobrir o signi-

ficado vivo das Sagradas Escrituras,

destinadas também à vida do fiel de

hoje”, sem ignorar, portanto, a me-

diação humana do texto inspirado e

os seus gêneros literários.

Conclusão: - para se alcançar o

objetivo desejado na interpretação

bíblica, todas as Pastorais devem ter

como fundamental a existência de

uma adequada formação bíblica.

Para este propósito procurar méto-

dos que possam atingir tal finalida-

de, como demonstra a experiência

eclesial e estabeleçam, possivelmen-

te, através da valorização de estrutu-

ras acadêmicas já existentes, centros

de formação para leigos no estudo

bíblico, a fim de dotarem os leigos

de uma sólida compreensão teoló-

gica e uma adequada sensibilidade

para os ambientes de sua missão. *Sinésio Humberto de Siqueira é coordenador do Curso de formação permanente de agentes de pastoral e evangelizadores das paróquias São Pio X

A interpretação dos textos bíbli-

cos continua a suscitar, em nossos

dias, um vivo interesse e, provoca,

em muitos casos, uma interpreta-

ção errada. O problema é, portanto,

antigo, e que se acentuou com o de-

senrolar do tempo. Doravante, para

encontrar os fatos e palavras de que

fala a Bíblia, os leitores devem voltar

a quase vinte ou trinta séculos atrás,

o que não deixa de levantar dificul-

dades. De outro lado, as questões

de interpretação tornaram-se mais

complexas nos tempos modernos

devido ao progresso feito pelas ciên-

cias humanas.

Métodos científicos foram aper-

feiçoados no estudo de textos da an-

tiguidade. Em que proporção esses

métodos podem ser considerados

apropriados à interpretação da Sa-

grada Escritura? Para esta questão,

a prudência pastoral da Igreja, du-

rante bastante tempo respondeu de

maneira muito reticente. Muitas ve-

zes os métodos, apesar de seus ele-

mentos positivos, encontravam-se li-

gados a opções opostas à Fé Cristã.

O Documento “Verbum Domini”

mostra que a preocupação da inter-

pretação da Bíblia deve ser como o

magistério da Igreja nos orienta.

A interpretação da Sagrada Es-

critura na Igreja, é precisamente a

ligação intrínseca entre Palavra e Fé

LEITURAS DOS DOMINGOS DE JULHO

Dia 17 - Sb 12,13.16-19; Rm 8,26-27; Mt 13,24-43

Dia 24 - 1Rs 3,5.7-12; Rm 8,28-30; Mt 13,44-52

Dia 31 - Is 55,1-3; Rm 8,35.37-39; Mt 14,13-21

Page 13: Jornal O Lábaro

13O LÁBAROComunicação a serviço da fé

conflitos, artigos e mais artigos que são publicados sem funda-mento algum.

E por detrás de cada exemplo desses, existem as linhas de pensamento. Uns querem um terceiro Concílio Vaticano, outros querem voltar ao Concílio

de Trento, outros querem uma liturgia onde tudo pode e outros não querem nada. E isso atinge diretamente o modo de celebrar de nossas comunidades eclesiais. Se não estiver enganado hoje o espaço da pastoral litúrgica tornou-se um lugar tenso, conflitante, desgastante, desmotivador. Não que não fosse antes, mas a intensidade e as feridas que se abrem são cada vez maiores e mais demoradas

de serem curadas.Hoje há uma

preocupação ex-cessiva com o as-pecto jurídico da liturgia: “o pode e o não pode”. Es-tamos esquecendo

que liturgia é antes de tudo uma fonte espiritual.

No processo formativo, nós presbíteros, aprendemos que a liturgia é base da vida eclesial e de que ela necessita de

Tensão Litúrgica: uma ameaça

LITURGIA

Pe. Kleber Rodrigues da Silva*

pastoreio especifico. Mediante as tendências que estão enraizadas em nossas comunidades, é preciso que nós, ministros ordenados, tomemos a frente para que a liturgia não caia no descaso e no “se faz de qualquer modo e está tudo bem”. Não!

Não está tudo bem. Existem critérios, fundamentos bíblicos, teológicos.

Estejamos atentos. Estamos criando nas comunidades uma série de ministros e coroinhas, acólitos que acham que entender de liturgia, é só colocar uma batina e sair cerimoniando aqui ou acolá. Liturgia é muito mais que uma batina, uma celebração,

um senta e levanta. Liturgia é antes de tudo espiritualidade que se alimenta no coração e que se vive no dia a dia.

Estamos caminhando para os 50 anos da Constituição Sacrosanctum Concilium, muitos eventos serão realizados, reflexões, seminários, estudos. Por isso, dando os primeiros passos nesta perspectiva, deixo para você, caro leitor, uma proposta de análise:

“A liturgia consta de uma parte imutável, divinamente instituída, e de partes suscetíveis de mudança. Estas, com o correr dos tempos, podem ou mesmo devem variar” (Sacrosanctum Concilium 21).

Considerando esta afirmação da Constituição Litúrgica, observe a vida litúrgica de sua comunidade, as tendências, os cantos, o modo como os ministros estão envolvidos com a celebração e depois responda: vivemos ou não uma tensão litúrgica em nossas comunidades?

*Pe Kleber Rodrigues é secretário diocesano de Pastoral da Diocese de Taubaté

A liturgia continua sendo a fonte e o cume da vida da Igreja (SC 10) e por isso, desperta muito interesse em todas as instâncias da comunidade eclesial. Nos últimos anos a sede pela pastoral litúrgica tomou conta dos leigos, dos seminaristas, dos diáconos, de alguns padres e bispos. Falar de liturgia é falar do “tchan” do momento. E todo este movimento tem gerado uma grande tensão.

Todo processo formativo deve ser sempre bem planejado, acompanhado, adaptado e desenvolvido com cautela e prudência tendo em vista os resultados a serem obtidos. Quando falamos em liturgia, dificilmente encontramos essa consciência de que um processo de inserção na vida litúrgica não acontece do dia para a noite.

Ultimamente tenho percebido no ambiente da Igreja, aquilo que arrisco a chamar de uma Tensão Litúrgica que vem ameaçando a unidade e a comunhão de muitas comunidades que desejam desenvolver um trabalho litúrgico fundamentado nos anseios da Igreja expressos na Constituição Sacrosanctum Concilium.

Tensão Litúrgica, no meu ponto de vista, surge a partir do conflito de ideias e ideais das “diversas tendên-cias” litúrgicas que surgem hoje. Basta olharmos alguns exemplos: os modos de pre-sidir e celebrar a eucaristia; os pa-dres midiáticos que instauram um modo próprio de fazer a sua liturgia; as diversas celebra-ções que são transmitidas pelas TVs, os diversos sites, blogs que surgem na internet provocando

Av. Helvino Moraes, 1149,Vila São José

(próximo a Escola São Luís)

“A liturgia consta de uma parte imutável, divinamente instituída, e de partes suscetíveis de mudança. Estas, com o correr dos tempos, podem ou mesmo devem variar” (Sacrosanctum Concilium 21)

“Liturgia é antes de tudo espiritualidade que se alimenta no

coração e que se vive no dia a dia”

Page 14: Jornal O Lábaro

14 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Nasceu e batizou-se Ana Maria de Jesus, e cresceu sem conhecer o próprio nome. Sabia apenas de ou-vir falar e, de tanto ouvir, acostu-mou-se à sonoridade das palavras. O nome de batismo foi uma home-nagem devocional à Sant’Ana, à Nossa Senhora e a Jesus, por parte de sua mãe. Mulher de pulso tão firme quanto a sua fé, deu criação rígida aos filhos. Antes de qual-quer coisa era preciso imprimir ne-les caráter e religião, que são virtu-des de berço. “Gente sem caráter e sem religião não é ninguém, não tem valor”, dizia. Tudo o mais que não tivesse ao menos indiretamen-te a ver com isso não tinha impor-tância. Como para formar caráter e religião não é preciso saber ler nem escrever, logo, o estudo não era um item importante na criação dos filhos, muito menos para as mulheres, cujo papel se restringia às atividades domésticas.

Escola era uma instituição ine-xistente naqueles grotões na ter-ceira década do século XX. Se alguma família tivesse interesse

que os filhos estudassem, teria de contratar um professor particular, que geralmente morava na cidade. Naquela época, alguém que tives-se feito ao menos a 4ª série primá-ria poderia se considerar professor graduado. Ele ensinava noções básicas de escrita, leitura e mate-mática. Mas somente aos meninos era dada a oportunidade de ter contato com as letras, pois numa sociedade patriarcal é o homem que cuida dos negócios, porque é dele a obrigação de prover a famí-lia.

A pequena Ana não estava pre-ocupada com esses particulares que regiam as relações e interesses sociais, nem sequer os entendia. Mas quando soube que o pai con-tratara um professor para ensinar os irmãos nos finais de semana, fi-cou excitadíssima. Começou a ali-mentar o sonho de um dia poder ler livros, escrever cartas, conhe-cer um novo mundo enfim. Mas logo os seus devaneios foram radi-calmente interrompidos. Percebeu que nem ela nem as suas irmãs

Ana é o seu nome

CRÔNICA

Padre Jaime Lemes,msj

estavam incluídas naquele programa, e eram severamente proibidas até mesmo de se aproximarem da sala quando o professor estivesse passando as lições.

Ana recebeu a proibição com profunda tristeza, mas isso não a demoveu de seu sonho. Como as-tuta que era, convenceu Joaquim, o irmão mais velho, a ensiná-la ao menos escrever o nome. Joaquim, escondido dos pais e dos outros irmãos, pontilhava num pedaço de papel e ela passava o lápis por cima do pontilhado, formando o seu nome. De tanto repetir o exer-cício, aprendeu a desenhá-lo. Foi uma emoção indizível conseguir escrever o nome pela primeira vez. Embora não soubesse o nome das letras e como agrupá-las para formar uma palavra, já estava feliz por conseguir desenhar o nome que até então só conhecia de ouvir falar. Muitos anos depois, quando precisou tirar os documentos, des-cobriu que por causa disso, não

era tida como analfabeta.Ainda muito jovem Ana foi

prometida em casamento, teve doze filhos, cumpriu a sina de dona de casa e ficou viúva. Mas o sonho de conhecer as letras que compunham o seu nome estava guardado vivo no fundo da alma. Um sonho que só viria a se tonar realidade no século XXI, quando, aos 81 anos começou a frequen-tar a escola. Em pouco tempo já sabia ler e escrever todo o alfa-beto. A sonoridade do seu nome ganhou forma no papel. Agora, Ana já conhece o seu nome de batismo, e fica toda feliz porque a professora elogia a sua caligrafia. Ela só não entende porque num tempo de tantos avanços muitos brasileiros ainda não conhecem o próprio nome.

*Padre Jaime Lemes, msj, é vigário da Paróquia do Menino Jesus em Taubaté e assessor da Pastoral da Comunicação na Diocese

LINK CULTURAL

Um dos livros mais vendidos na Itá-

lia e que em breve irá ganhar uma

versão no cinema acaba de ser lança-

do no Brasil. Escrito pelo jornalista,

professor e escritor Fábio Geda, a

obra conta, em

174 páginas, a

odisseia vivida

por Enaiatollah

Akbari, um jo-

vem abandona-

do pela mãe aos

10 anos de ida-

de, que atraves-

sou o Paquistão,

o Irã, a Turquia e chegou à Europa,

depois de cair na rede do tráfico hu-

mano e de viajar durante dias tran-

cado num caminhão com dezenas

de homens. O bestseller italiano que

conta sua vida parece ficção, mas é

a história verídica do menino afegão

que deixou a escola e as brincadeiras

infantis para embarcar numa peregri-

nação por dois continentes. Aos 22

anos, o jovem contou sua biografia

ao jornalista, começando quando sua

mãe o deixa aos 9 anos num campo

de refugiados no Paquistão, com uma

despedida em forma de recomenda-

ção: “Três coisas você não deve fazer

na vida, por nenhum motivo. A pri-

meira é usar drogas. [...] A segunda

é usar armas. [...] A terceira é roubar.

O que é seu lhe pertence, o que não

é seu, não. Seja acolhedor e tolerante

com todo mundo. Prometa que fará

isso”. É com este trágico ato de amor

que começa a nova vida de Enaia-

tollah Akbari, assim como a incrível

viagem que o levará até a Itália, onde

descobre que no mar há crocodilos.

// LIVRO // EXPOSIÇÃOCom um acervo de mais de 6.000 pe-

ças entre fotos, filmes, documentos,

objetos cênicos, móveis e equipamen-

tos que contam boa parte da carreira

do artista Amácio Mazzaropi, o Mu-

seu Mazzaropi foi criado em 1992

por João Roman Júnior como uma

forma de homenagear o velho ami-

go e cineasta brasileiro. Mazzaropi

começou no circo, foi para o rádio,

passou pela TV, e chegou ao cinema,

onde estreou como ator até se tornar

seu próprio produtor, diretor e dis-

tribuidor, consagrando-se como um

dos maiores sucessos de bilheteria no

Brasil. Inaugurado em abril de 2010,

o museu ocupa uma área de 1200m²,

fica ao lado dos antigos estúdios do

cineasta, considerados os maiores da

América latina nos anos 1970, e foi

idealizado pela família Roman, por

meio do Instituto Mazzaropi e do

Hotel Fazenda Mazzaropi, em Tau-

baté. Entre as peças do acervo, des-

taca-se a Câmera Mitchell, adquirida

por Mazzaropi da Companhia Ci-

nematográfica Vera Cruz. A sala de

multimídia do museu permite exibir

também diferentes formatos, como

16 mm, super 8 e mesmo o moderno

cinema digital. O museu é aberto à

visitação pública de terça a domingo

das 8h30 às 12h30. As visitas são gra-

tuitas, mas precisam ser previamente

agendadas.

Page 15: Jornal O Lábaro

15O LÁBAROComunicação a serviço da fé

DIOCESE DE TAUBATÉ

Expediente

Decanatos / Decanos / Paróquias / PárocosDECANATO TAUBATÉ I - Decano: Mons. Marco Eduardo -------------- 3632-3316Catedral de São Francisco das Chagas – Mons. Marco Eduardo 3632-3316Nossa Senhora do Rosário (Santuário Sta. Teresinha) – Mons. José Eugênio 3632-2479São José Operário – Pe. Luís Lobato 3633-2388Santo Antônio de Lisboa – Côn. Elair Ferreira 3608-4908São Pedro Apóstolo – Pe. Fábio Modesto 3633-5906Nossa Senhora do Belém – Pe. Valter Galvão 3621-5170São Vicente de Paulo – Pe. Éderson Rodrigues 3621-8145

DECANATO TAUBATÉ II - Decano: Pe. Sílvio Menezes, sjc 3686-1864Sagrada Família – Pe. Arcemírio, msj 3681-1456Santa Luzia – Pe. Ethewaldo Júnior 3632-5614do Menino Jesus – Pe. Vicente, msj 3681-4334Nossa Senhora Mãe da Igreja – Pe. Emerson Ruiz, scj 3411-7424Nossa Senhora da Conceição (Quiririm) – Pe. Sílvio Menezes, sjc 3686-1864São Sebastião – Pe. Rodrigo Natal 3629-4535

DECANATO TAUBATÉ III – Decano: Pe. José Vicente 3672-1102Santíssima Trindade – Côn. Paulo César 3621-3267Sagrado Coração de Jesus – Pe. Carlos, scj 3621-4440Senhor Bom Jesus (Basílica de Tremembé) – Pe. José Vicente 3672-1102São José (Jd. Santana-Tremembé) – Pe. Alan Rudz 3672-3836Espírito Santo – Pe. Antônio Barbosa, scj 3602-1250

DECANATO CAÇAPAVA – Decano: Pe. Sílvio Dias 3652-2052Nossa Senhora D’Ajuda (Igreja São João Batista) – Sílvio Dias 3652-2052Santo Antônio de Pádua – Pe. Décio Luiz 3652-6825Nossa Senhora da Boa Esperança – Côn. José Luciano 3652-1832São Pio X (Igreja de São Benedito) – Frei Deonir Antônio, OFMConv 3653-1404Menino Jesus – Pe. Luiz Carlos 3653-5903Nossa Senhora das Dores (Jambeiro) – Pe. Gracimar Cardoso 3978-1165

DECANATO PINDAMONHANGABA – Decano: Pe. Celso Aloísio 3642-1320Nossa Senhora do Bom Sucesso – Côn. Luiz Carlos 3642-2605Nossa Senhora da Assunção (Igreja de São Benedito) – Pe. Celso Aloísio 3642-1320Nossa Senhora do Rosário de Fátima – Côn. Francisco 3642-7035São Miguel Arcanjo (Araretama) – Pe. João Miguel 3642-6977São Benedito (Moreira César) - Pe. José Júlio 3641-1928São Vicente de Paulo (Moreira César) - Côn. Geraldo 3637-1981São Cristóvão (Cidade Nova-Km 90 da Dutra) – Pe. Sebastião Moreira, ocs 3648-1336

DECANATO SERRA DO MAR – Decano: Côn. Amâncio 3676-1228Santa Cruz (Redenção da Serra) – Côn. Amâncio 3676-1228Nossa Senhora da Natividade (Natividade da Serra) – Côn. Joaquim 3677-1110Nossa Sra da Conceição (Pouso Alto-Natividade da Serra) – Côn Joaquim 3677-1110São Luís de Tolosa (São Luiz do Paraitinga) – Pe. Edson Rodrigues 3671-1848

DECANATO SERRA DA MANTIQUEIRA – Decano: Pe. Celso, sjc 3662-1740Santa Terezinha do Menino Jesus (Campos do Jordão) - Pe. Celso, sjc 3662-1740São Benedito (Campos do Jordão) – Pe. Vicente Batista, sjc 3663-1340São Bento (São Bento do Sapucaí) – Pe. Ronaldo, msj 3971-2227Santo Antônio (Santo Antônio do Pinhal) – Côn. Pedro Alves 3666-1127

Horário de MissasTAUBATÉPARÓQUIA DA CATEDRAL DESÃO FRANCISCO DAS CHAGASCatedral de São Francisco das ChagasMissa preceitual aos sábados: 12h / 16h. Aos domingos: 7h / 9h / 10h30 / 18h30 / 20hConvento Santa ClaraMissa preceitual aos sábados: 19h30.Aos domingos: 7h / 9h / 11h / 17h30 / 19h30Santuário da Adoração Perpétua (Sacramentinas)Missas aos domingos: 8h30Igreja de SantanaMissa no Rito Bizantino, às 9h30 aos domingosPARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIOMatriz: Santuário de Santa TeresinhaAos domingos: 6h30 / 8h / 9h30 / 17h / 19hMissa preceitual aos sábados: 19hPARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIOMatriz: São José OperárioMissa preceitual aos sábados: 12h / 18h. Aos domingos: 7h / 10h30 / 18h / 20hPARÓQUIA SANTO ANTÔNIO DE LISBOAIgreja de Santo Antônio de Lisboa(Vila São José)Missas aos domingos: 8h / 19h30PARÓQUIA SÃO PEDRO APÓSTOLOMatriz: São Pedro ApóstoloMissas aos domingos: 8h / 9h30 / 17h18h30 / 20hPARÓQUIA SAGRADA FAMÍLIAMatriz: Sagrada FamíliaMissas aos domingos: 8h / 10h30 / 17h / 19hPARÓQUIA SANTA LUZIAMatriz: Santa LuziaMissas aos domingos: 10h / 19h30PARÓQUIA MENINO JESUSMatriz Imaculado Coração de MariaMissas aos domingos: 8h / 11h / 19hPARÓQUIA NOSSA SENHORA MÃE DA IGREJAMatriz: Santuário São BeneditoMissas aos domingos: 7h / 9h30 / 17h30 19h30PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃOMatriz: Nossa Senhora da Conceição (Quiririm)Missa preceitual aos sábados: 19h00.Aos domingos: 8h / 18hPARÓQUIA SANTÍSSIMA TRINDADEMatriz: Nossa Senhora das GraçasMissas aos domingos: 7h / 9h / 10h30 / 19hPARÓQUIA SAGRADO CORAÇÃO DE JESUSMatriz: Sagrado Coração de JesusMissas aos domingos: 7h / 9h30 / 17h30 19h30PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULOMatriz: São Vicente de PauloMissas aos domingos: 7h / 10h / 17h / 19h30PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO BELÉMMatrizMissa aos domingos: 9h / 19h

CAÇAPAVAPARÓQUIA NOSSA SENHORA D’AJUDAMatriz: São João BatistaMissas aos domingos: 6h30 / 9h30 / 11h 18h30PARÓQUIA SANTO ANTONIO DE PÁDUAMatriz: Santuário Santo Antônio de PáduaMissas aos domingos: 7h / 9h / 19hComunidade de São Pedro: Vila BandeiranteMissas aos domingos: 17hPARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ESPERANÇAMatriz: Nossa Senhora da EsperançaMissas aos domingos: 10h / 19hPARÓQUIA SÃO PIO XMatriz: São BeneditoMissas aos domingos: 6h30 / 9h30 / 11h18h / 20hIgreja São José OperárioMissas aos sábados e domingos: 19hPARÓQUIA MENINO JESUSMatriz: Menino JesusMissas aos domingos: 6h30 / 10h / 19h

CAMPOS DO JORDÃOPARÓQUIA SANTA TEREZINHADO MENINO JESUSIgreja Matriz: Santa Terezinha do MeninoJesus (Abernéssia)Missas aos domingos: 7h / 9h / 19hPARÓQUIA SÃO BENEDITOMatriz: São Benedito (Capivari)Missas aos domingos: 10h30 / 18hJAMBEIROPARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS DORESMatriz: Nossa Senhora das DoresMissas aos domingos: 8h0 / 19hNATIVIDADE DA SERRAPARÓQUIA NOSSA SENHORA DA NATIVIDADEMatriz: Nossa Senhora da Natividade Natividade da SerraMissas aos domingos: 9h30 / 19hPARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃOMatriz: Nossa Senhora da Conceição - Natividade da Serra (Bairro Alto)Missas aos domingos: 2º e 4º Domingos do mês: 10hPINDAMONHANGABAPARÓQUIA NOSSA SENHORADO BOM SUCESSOMatriz: Santuário Nossa Senhora do Bom SucessoMissas aos domingos: 7h / 9h / 11h / 18hPARÓQUIA NOSSA SENHORADA ASSUNÇÃOMatriz: São BeneditoMissas aos domingos: 7h / 9h30 / 18h / 19h30Igreja Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos(Cidade Jardim)Missas aos domingos: 8h / 19h30PARÓQUIA NOSSA SENHORADO ROSÁRIO DE FÁTIMAMatriz: Nossa Senhora do Rosário de FátimaMissas aos domingos: 7h30 / 9h / 19hPARÓQUIA SÃO BENEDITO (Moreira César)Matriz: São Benedito (Vila São Benedito)Missas aos domingos: 8hPARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULOIgreja Matriz: São Vicente de Paulo (Moreira César)Missas aos domingos: 7h / 9h / 19h30PARÓQUIA SÃO CRISTÓVÃO - Cidade NovaIgreja Matriz: São CristóvãoMissas aos domingos: 7h / 19hPARÓQUIA SÃO MIGUEL ARCANJO (ARARETAMA)Igreja Matriz: Missas aos domingos: 8h / 19hREDENÇÃO DA SERRAPARÓQUIA SANTA CRUZMatriz: Santa Cruz (Redenção da Serra)Missas aos domingos: 9h30SÃO LUIZ DO PARAITINGAPARÓQUIA SÃO LUIZ DE TOLOSAMatriz: São Luiz de Tolosa(São Luiz do Paraitinga)Missas aos domingos: 8h / 10h30 / 19hSANTO ANTONIO DO PINHALPARÓQUIA SANTO ANTONIO DO PINHALMatriz: Santo AntônioMissas aos domingos: 8h / 10h / 19hSÃO BENTO DO SAPUCAÍPARÓQUIA SÃO BENTO DO SAPUCAÍMatriz: São BentoMissas aos domingos: 8h / 10h / 18hTREMEMBÉPARÓQUIA SENHOR BOM JESUSMatriz: Basílica do Senhor Bom JesusMissas aos domingos: 7h / 8h30 / 10h /17h 18h30 / 20hIgreja São SebastiãoMissa no Rito Bizantino, às 18hPARÓQUIA SÃO JOSÉMatriz: São José (Jardim Santana)Missa preceitual aos sábados: 18h30. Aos domingos: 7h30 / 10h30 / 19h30

DIOCESE DE TAUBATÉMITRA DIOCESANA DE TAUBATÉ - CNPJ 72.293.509/0001-80Avenida Professor Moreira, nº 327. Centro - Taubaté-SPCEP 12030-070Expediente: De Segunda a Sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h.Telefone (12) 3632-2855

Bispo Diocesano: Dom Carmo João Rhoden, scjVigário Geral: Mons. José Eugênio de Faria SantosEcônomo e Procurardor: Côn. Luiz Carlos de SouzaChanceler do Bispado: Mons. Irineu Batista da SilvaCoordenador Diocesano de Pastoral: Pe. Kleber Rodrigues da Silva

Page 16: Jornal O Lábaro

16 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Toda sexta-feira à tarde, um grupo

formado por pessoas se reúne para

conversar com descontração, alegria

e bom humor sobre assuntos do co-

tidiano. Poderia ser uma reunião in-

formal entre amigos num lugar qual-

quer, mas se trata de uma terapia em

grupo de pessoas portadoras de cân-

cer, realizada semanalmente no Gru-

po de Apoio a Pessoas com Câncer

(GAPC) em Taubaté.

A terapia é um trabalho de orien-

tação, de informação para o portador

de câncer, no qual cada paciente rela-

ta como foi sua semana. “De modo

que um dê apoio ao outro para pros-

seguir com o tratamento”, ressalta

a psicóloga Viviane Braz. Quando

se pensa em terapia para pacientes

oncológicos, imagina-se encontrar

pessoas deprimidas, buscando ajuda

psicológica para superar essa imensa

luta que se trava para derrotar o cân-

cer. Mas o que se ouve são histórias

de superação, de garra e de dedica-

ção.

Algumas delas chamam a atenção,

como os relatos de Benedito Assis e

de Inês Soledade. Ambos tiveram a

sorte de detectarem a doença em seu

grau inicial, por meio de exames pre-

ventivos.

Benedito é o único paciente ho-

mem da terapia no GAPC. Ele des-

cobriu que tinha câncer de próstata

após os 60 anos, graças a um exame

de PSA ou toque retal. “Os homens

precisam cuidar mais de si próprios,

e perderem a vergonha de ir ao uro-

logista. Ainda há muito preconceito

e, lamentavelmente, muitos homens

morrem de câncer de próstata, pois

quando começam a sentir os sinto-

mas, descobrem a doença já num

grau avançado”, afirma Assis.

Já Inês Soledade se deparou com

um câncer de mama em 2007, des-

coberto por meio de um exame pre-

ventivo. “Sempre fiz o auto-exame da

mama e achava que era o suficiente.

Foi através de uma mamografia que

fiquei sabendo que tinha microcalci-

ficação em meus seios”. Após quatro

anos de tratamento e de duas cirur-

gias para retiradas de nódulos da

mama, Inês caminha para a reta final

do tratamento, realizando exames

periódicos para acompanhamento

preventivo.

“Nós temos que ter o hábito de

nos cuidar. No Brasil, a população

só tem o costume de ir ao médico

quando sente dor. Devemos ir ao mé-

dico periodicamente, pois os exames

preventivos são fundamentais. O cân-

cer, quando detectado no início, tem

mais de 80% de cura”, disse Daniela

Amaral, assistente social do GAPC.

Além da realização dos exames

preventivos, hábitos do dia-a-dia aju-

dam a prevenir o câncer. “As princi-

pais medidas preventivas que auxi-

liam a evitar o risco de câncer é buscar

ter uma vida mais saudável, evitar ao

Voluntários ajudam na prevenção ao câncer

CIDADANIA EM PAUTA

máximo o contato com agentes quí-

micos, evitar exposição prolongada

ao sol, ter uma dieta saudável, evitar

obesidade e fazer exercícios físicos”,

afirma a oncologista e mastologista

Yasmin Shukair, presidente da Casa

Gesto de Taubaté.

“Apesar de toda a campanha fei-

ta na mídia e da população ter um

maior conhecimento sobre a doença,

ainda é grande o número de pessoas

que detectam o câncer tardiamente

por falta de informação”, cita a mé-

dica. “Outro agravante é a demora

do paciente mais carente para chegar

ao médico especialista, pois na rede

pública entre a consulta do clínico

geral até ao especialista leva-se mui-

to tempo, e esse intervalo de tempo

pode ser decisivo para o paciente.

Em seis meses, por exemplo, um

câncer não tratado pode se agravar”,

completa Yasmin.

Pesquisas de institutos de saúde

especializados em câncer apuram

que 90% do índice de incidência de

câncer no mundo é decorrente do

estilo de vida da pessoa e 10% da ge-

nética. Atualmente, existem mais de

100 tipos de câncer. Os maiores índi-

ces de incidência de câncer no Brasil

são: o de mama, de próstata, de pele,

de colo de útero e do tubo digestivo

(estômago e intestino).

Para a pessoa portadora de Cân-

cer, Taubaté conta com três entida-

des assistenciais: o GAPC (Grupo

de Apoio ao Portador de Câncer),

a Casa Gesto (Grupo de Estímulo e

Solidariedade ao Tratamento Onco-

lógico) e a Casa de Apoio ao Pacien-

te Oncológico Recomeço. Os ser-

viços prestados por essas entidades

são prestados por mitos voluntários e

vão desde acompanhamento de nu-

tricionistas, psicólogos, fisioterapeu-

tas, advogados e assistente social até

a realização de palestras preventivas,

a doação de medicamentos e a ofer-

ta de refeições e de hospedagem aos

pacientes oriundos de outras cidades

que estão em tratamento em Taubaté.

É graças à atuação de muitos vo-

luntários que se oferecem também

para refletir e buscar fazer a sua parte

no combate ao câncer que vem dimi-

nuindo o preconceito e permitindo

que muitas pessoas cuidem mais de

si próprias, do próximo e que levem

uma vida com hábitos mais saudá-

veis, sem exageros. Afinal a vida é o

bem mais precioso que todos têm.

*André Somensari é aluno do 2º ano de Jornalismo da Universidade de Taubaté

André Somensari*

Grupo destaca a importância dos exames preventivos para o diagnóstico da doença na fase inicial

Foto

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Pacientes portadores de câncer parti cipam da terapia em grupo realizada na sede do GAPC em Taubaté