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Informativo de Umbanda
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Agenda de Agosto
MICROSOFT
Jornal de Umbanda
Tupã Cursos
Desenvolvimento Mediúnico
e Teologia de Umbanda
Magia do Fogo
Magia das Pedras
Magia das Ervas
Atabaque e Curimba de
Umbanda
Tarô Cigano
Doutrina Umbandista para
Crianças
Culto aos Sábados
19:30 h
06/08 Crianças
13/08 Formatura do
Desenvolvimento e
Pratica Mediúnica
20/08 Caboclos
27/08 Festa de Exú e
Pombogira
VOLUME II MÊS DE AGOSTO Página 1
HOMENAGEM AOS SENHORES GUARDIÕES
POMBAGIRA DE UMBANDA
Na Umbanda, a entidade espiritual que se manifesta
incorporada em suas médiuns está fundamentada num
arquétipo desenvolvido à partir da entidade Bombogira,
originária do culto Angola.
Nos cultos tradicionais oriundos da Nigéria não havia a
entidade Pombagira ou um Orixá que a fundamentasse.
Mas, quando da vinda dos nigerianos para o Brasil (isto
por volta de 1800), estes aqui encontram-se com outros
povos e culturas religiosas e assimilam a poderosa
Bombogira angolana que, muito rapidamente, conquistou
o respeito dos adoradores dos Orixás.
Com o passar do tempo a formosa e provocativa Bombogira conquistou um grau análogo ao de Exu e
muitos passaram a chamá-la de Exu Feminino ou de mulher dele.
Mas ela, marota e astuta como só ela é, foi logo dizendo que era mulher de sete exus, uma para cada dia
da semana, e, com isso, garantiu sua condição de superioridade e de independência.
Na verdade, num tempo em que as mulheres eram tratadas como inferiores aos homens e eram vítimas
de maus tratos por parte dos seus companheiros, que só as queriam para lavar, passar, cozinhar e cuidar
dos filhos, eis que uma entidade feminina baixava e extravasava o ‘eu interior' feminino reprimido à força
e dava vazão à sensualidade e à feminilidade subjugadoras do machismo, até dos mais inveterados
machistas.
Pombagira foi logo no início de sua incorporação dizendo ao que viera e construiu um arquétipo forte,
poderoso e subjugador do machismo ostentado por Exu e por todos os homens, vaidosos de sua força e
poder sobre as mulheres.
Pombagira construiu o arquétipo da mulher livre das convenções sociais, liberal e liberada, exibicionista e
provocante, insinuante e desbocada, sensual e libidinosa, quebrando todas as convenções que
ensinavam que todos os espíritos tinham que ser certinhos e incorporarem de forma sisuda, respeitável e
aceitável pelas pessoas e por membros de uma sociedade repressora da feminilidade.
Ela foi logo se apresentando como a "moça" da rua, apreciadora de um bom champanhe e de uma
saborosa cigarrilha, de batom e de lenços vermelhos provocantes.
"O batom realça os meus lábios, o rouge e os pós ressaltam minha condição de mulher livre e
liberada de convenções sociais".
Escrachada e provocativa, ela mexeu com o imaginário popular e muitos a associaram à mulher da rua, à
rameira oferecida , e ela não só não foi contra essa associação como até confirmou: "É isso mesmo"!
E todos se quedaram diante dela, de sua beleza, feminilidade e liberalidade, e como que encantados por
sua força, conseguiram abrir-lhe o íntimo e confessarem-lhe que eram infelizes porque não tinham
coragem de ser como elas.
Aí punham para fora seus recalques, suas frustrações, suas mágoas, tristezas e ressentimentos com os
do sexo oposto.
E a todos ela ouviu com compreensão e a ninguém negou seus conselhos e sua ajuda num campo que
domina como ninguém mais é capaz.
Sua desenvoltura e seu poder fascinam até os mais introvertidos que, diante dela, se abrem e confessam
suas necessidades.
Quem não iria admirar e amar arquétipo tão humano e tão liberalizado de sentimentos reprimidos à custa
de muito sofrimento?
Pombagira é isto. É um dos mistérios do nosso divino criador que rege sobre a sexualidade feminina.
Critiquem-na os que se sentirem ofendidos com seu poderoso charme e poder de fascinação.
Amem-na e respeitem-na os que entendem que o arquétipo é liberador da feminilidade tão reprimida na
nossa sociedade patriarcal onde a mulher é vista e tida para a cama e a mesa.
VOLUME II MÊS DE AGOSTO Página 2
Nossas atividades
Segundas-feiras
Curimba 18:30h Prática Mediúnica 20h
Terças-Feiras 19:30h
Capoeira Feminina
Quartas-Feiras 20h
Curso de Magia do Fogo
Quintas-Feiras 20h
Grupo Atendimento de Magia Divina Ágata de Fogo
Sextas-Feiras 20h
Desenvolvimento Mediúnico
Sábados
Doutrina Umbandista para
Crianças 09:30h
Curso de Atabaque e
Curimba 15h
Coral Umbandista 18h
Culto 20h
Domingos
Grupo Atendimento de
Magia Divina Ágata de
Fogo 09h
Desenvolvimento Mediúnico
15h
Pratica Mediúnica 18h
Curso de Magia 19:30h
Templo DE UMBANDA sagrada
TUPÃ Sede: Avenida Luiz Pequini, nº 916 - Jardim Palermo - S. B. do Campo - SP
Cel:7992-6296 Email: [email protected]
Cantinho dos Curimbeiros
Atendimento
Tarô Cigano
Agende sua Consulta
7992-6296
Página 3 VOLUME II MÊS DE AGOSTO
Matriculas Abertas
Tranca Ruas
Seu Tranca-Ruas é meu amigo de fé (bis)
Ele é o rei la na encruza e Padilha é sua
mulher
Ele é um grande feiticeiro é tranca rua de
embaré
Treme Terra
Exú entrei na mata a mata estremeceu,
Exu Treme Terra é o exu de Nazaré
Exú das matas, segura as matas
seu Treme Terra exu vem trabalhar...
Eu procurei exu das matas
Na mata eu encontrei,
Encontrei Treme Terra e com ele eu
saravei...
Maria Padilha
Maria Padilha
Soberana da estrada
Rainha da encruzilhada
E também do nosso
Axé,
Supreme é uma mulher,
De vermelho,
Alegria do Terreiro,
Seu Feitiço tem axé,
Mas ela é, ela é,
Ela é...
A Rainha da Encruza,
A mulher de Tranca
Pomba gira da Estrada
Vinha caminhado pela rua
Quando uma moça bonita eu vi
Eu disse que vinha
Vinha caminhando pela rua
Quando uma moça bonita eu vi
Com sua sandália de prata
Sua saia dourada ela sorriu pra
mim
Perguntei pra ela
A onde fica a sua morada
Ela respondeu pra mim assim
Moro numa estrada sem fim
Ela respondeu pra mim assim
Tiriri
Você não mora aonde eu moro, você não vê o que eu vi,
La no meio do cruzeiro ele é exu Tiriri;
Tiriri é belo é belo, é belo exu (bis 3x)
Mas ela foi logo dizendo: "Cama, só para o meu deleite e mesa, só se for regada a muito champanhe
e dos bons!
Com isso feito, críticas contrárias à parte, o fato é que o arquétipo se impôs e muita gente já foi auxiliada
pelas "Moças da Rua", as companheiras de Exu.
A espiritualidade superior que arquitetou a Umbanda sinalizou à todos que não estava fechada para
ninguém e que, tac como Cristo havia feito, também acolheria a mulher infiel, mal amada, frustrada e
decepcionada com o sexo oposto e não encobriria com uma suposta religiosidade a hipocrisia das
pessoas que, "por baixo dos panos", o que gostam mesmo é de tudo o que a Pombagira representa com
seu poderoso arquétipo.
Aos hipócritas e aos falsos puritanos, Pombagira mostra-lhes que, no íntimo, ela é a mulher de seus
sonhos... ou pesadelos, provocando-o e desmascarando seu falso moralismo, seu pudor e seu
constrangimento diante de algo que o assusta e o ameaça em sua posição de dominador.
Esse arquétipo forte e poderoso já pôs por terra muito falso moralismo, libertando muitas pessoas que, se
Freud tivesse conhecido, não teria sido tão atormentado com suas descobertas sobre a personalidade
oculta dos seres humanos.
Mas para azar dele e sorte nossa, a Umbanda tem nas suas Pombogiras, ótimas psicólogas que, logo de
cara, vão dando o diagnóstico e receitando os procedimentos para a cura das repressões e depressões
íntimas.
Afinal, em se tratando de coisas íntimas e de intimidades, nesse campo ela é mestra e tem muito a nos
ensinar.
Seus nomes, quando se apresentam, são simbólicos ou alusivos.
- Pombagira das Sete Encruzilhadas;
- Pombagira das Sete Praias;
- Pombagira das Sete Coroas;
- Pombagira das Sete Saias;
- Pombagira Dama da Noite;
- Pombagira Maria Molambo;
- Pombagira Maria Padilha;
- Pombagira das Almas;
- Pombagira dos Sete Véus;
- Pombagira Cigana; etc.
O simbolismo é típico da Umbanda porque na África, ele não existia e o seu arquétipo anterior era o de
uma entidade feminina que iludia as pessoas e as levavam à perdição. Já na Umbanda, é o espírito que
"baixa" em seu médium e, entre um gole de champanhe e uma baforada de cigarrilha, orienta e ajuda a
todos os que as respeitam e as amam, confiando-lhes seus segredos e suas necessidades. São ótimas
psicólogas. E que psicólogas! "Salve as Moças da Rua"!
Rubens Saraceni
Page 4 Newsletter Title
O Encontro de Zé Pilintra e Lampião
Um dia desses, passeando por Aruanda, escutei um conto muito interessante. Uma história sobre o encontro de Zé Pelintra
com Lampião…
Dizem que tudo começou quando Zé Pelintra, malandro descolado na vida, tentou aproximar – se de Maria Bonita, pois a
achava uma mulher muito atraente e forte, como ele gostava. Virgulino, ou melhor, Lampião, não gostou nada da história e
veio tirar satisfação com o Zé:
_Então você é o tal do Zé Pelintra? Olha aqui cabra, devia te encher de bala, mas não adianta…Tamo tudo morto já! Mas
escuta bem, se tu mexer com a Maria Bonita de novo, vou dá um jeito de te mandar pro inferno…
_Inferno? Hahahaha, eu entro e saiu de lá toda hora, num vai ser novidade nenhuma pra mim!_ respondeu o malandro _
Além do mais, eu nem sabia que a gracinha da “Maria” tinha um “esposo”! Então é por isso que ela vive a me esnobar!
_Gracinha? Olha aqui cabra safado, tu dobre a língua pra falar dela, se não tu vai conhecer quem é Lampião! _ disse
Virgulino puxando a peixeira, já que não era e nunca seria, um homem de muita paciência.
_Que isso homem, tá me ameaçando? Você acha que aqui tem bobo?_ e Zé Pelintra estralou os dedos, surgindo toda uma
falange de espíritos amigos do malandro, afinal ele conhecia a fama de Lampião e sabia que a parada era dura.
Mas Lampião que também tinha formado toda uma falange, ou bando, como ele gostava de chamar, assoviou como nos
tempos de sertão e toda um “bando” de cangaceiros chegaram para participar da briga. A coisa parecia já não ter jeito,
quando um espírito simples, com um chapéu na cabeça, uma camisa branca, cabelos enrolados, chegou dizendo:
_Oooooooxxxxxx! Mas o que que é isso aqui? Compadre Lampião põe essa peixeira na bainha! Oxente Zé, tu não mexeu
com Maria Bonita de novo, foi? Mas eu num tinha te avisado, ooooxx, recolhe essa navalha, vamo conversar camaradas…
_Nada de conversa, esse cabra mexeu com a minha honra, agora vai ter! _ Disse Lampião enfurecido!
_To te esperando olho de vidro! _ respondeu Zé Pelintra.
_Pera aí! Pela amizade que vocês dois tem por mim, “Severino da Bahia”, vamo baixar as armas e vamo conversar, agora!
Severino era um antigo babalorixá da Bahia, que conhecia os dois e tinha muita afeição por ambos. Os dois por
consideração a ele, afinal a coisa que mais prezavam entre os homens era a amizade e lealdade, baixaram as armas. Então
Severino disse:
_Olha aqui Zé, esse é o Virgulino Ferreira da Silva, o compadre Lampião, conhecido também como o “Rei do Cangaço”. Ele
foi o líder de um movimento, quando encarnado, chamado Banditismo ou Cangaço, correndo todo o sertão nordestino com
sua revolta e luta por melhores condições de vida, distribuição de terras, fim da fome e do coronelismo, etc. Mas sabe
como é, cometeu muitos abusos, acabou no fim desvirtuando e gerando muita violência…
_É, isso é verdade. Com certeza a minha luta era justa, mas os meios pelo qual lutei não foram, nem de longe, os melhores.
Tem gente que diz que Lampião era justiceiro, bem…Posso dizer que num fui tão justo assim_ disse Lampião assumindo
um triste semblante.
_ Eu sei como é isso. Também fui um homem que lutou contra toda exploração e sofrimento que o pobre favelado sofria no
Rio de Janeiro. Nasci no Sertão do Alagoas, mas os melhores e piores momentos da minha vida foram no Rio de Janeiro
mesmo. Eu personificava a malandragem da época. Malandragem era um jeito esperto, “esguio”, “ligeiro”, de driblar os
problemas da vida, a fome, a miséria, as
Page 5 VOLUME II MÊS DE AGOSTO
tristezas, etc. Mas também cometi muitos excessos, fui por muitas vezes demais violento e, apesar de morrer e terem me
transformado em herói, sei que não fui lá nem metade do que o povo diz_ dessa vez era Zé Pelintra quem perdia seu
tradicional sorriso de canto de boca e dava vazão a sua angústia pessoal…
_Ooxx, tão vendo só, vocês tem muitas semelhanças, são heróis para o povo encarnado, mas, aqui, pesando os vossos atos,
sabem que não foram tão bons assim. Todos têm senso de justiça e lealdade muito grande, mas acabaram por trilhar um
caminho de dor e sangue que nunca levou e nunca levará a nada.
_É verdade, bem, acho que você não é tão ruim quanto eu pensava Zé. Todo mundo pode baixar as armas, de hoje em diante
nós cangaceiros vamo respeitar Zé Pelintra, afinal, lutou e morreu pelos mesmos ideias e com a mesma angústia no coração
que nós!
_ O mesmo digo eu! Aonde Lampião precisar Zé Pelintra vai estar junto, pois eu posso ser malandro, mas não sou traíra e
nem falso. Gostei de você, e quem é meu amigo eu acompanho até na morte.
_Oooooxxxxx! Hahahaha, mas até que enfim! Tamo começando a nos entender. Além do mais, é bom vocês dois estarem
aqui, juntos com vossas falanges, porque eu queria conversar a respeito de uma coisa! Sabe o que é…
E Severino falou, falou e falou… Explicando que uma nova religião estava sendo fundada na Terra, por um tal de Caboclo das
Sete Encruzilhadas, uma religião que ampararia todos os excluídos, os pobres, miseráveis e onde todo e qualquer espírito
poderia se manifestar para a caridade. Explicou que o culto aos amados Pais e Mães Orixás que ele praticava quando estava
encarnado iria se renovar, e eles estavam amparando e regendo todo o processo de formação da nova religião, a Umbanda…
_…é isso! Estamos precisando de pessoas com força de vontade, coragem, garra para trabalhar nas muitas linhas de
Umbanda que serão formadas para prestar a caridade. E como eu fui convidado a participar, resolvi convidar vocês
também! Que acham?
_Olha, eu já tenho uma experiência disso lá no culto a Jurema Sagrada, o Catimbó! Tô dentro, pode contar comigo! Eu, Zé
Pelintra, vou estar presente nessa nova religião chamada Umbanda, afinal, se ela num tem preconceito em acolher um
“negô” pobre, malandro e ignorante como eu, então nela e por ela eu vou trabalhar. E que os Orixás nos protejam!
_Bem, eu num sô homem de negar batalha não! Também vou tá junto de vocês, eu e todo o meu bando. Na força de
“Padinho” Cícero e de todos os Orixás, que eu nem conheço quem são, mas já gosto deles assim mesmo…
E o que era pra transformar – se em uma batalha sangrenta acabou virando uma reunião de amigos. Nascia ali uma linha de
Umbanda, apadrinhada pelo baiano “Severino da Bahia”, pelo malandro mestre da Jurema “Zé Pelintra” e pelo temido
cangaceiro “Lampião”.
Junto deles vinham diversas falange. Com o malandro Zé Pelintra vinham os outros malandros lendários do Rio de Janeiro
com seus nomes simbólicos: “Zé Navalha”, “Sete Facadas”, “Zé da Madrugada”, “7 Navalhadas”, “Zé da Lapa”, “Nego da Lapa”,
entre muitos e muitos outros.
Junto com Lampião vinha a força do cangaço nordestino: Corisco, Maria Bonita, Jacinto, Raimundo, Cabeleira, Zé do Sertão,
Sinhô Pereira, Xumbinho, Sabino, etc.
Severino trazia toda uma linha de mestres baianos e baianas: Zé do Coco, Zé da Lua, Simão do Bonfim, João do Coqueiro,
Maria das Graças, Maria das Candeias, Maria Conga, vixi num acaba mais…
Em homenagem ao irmão Severino, o intermediador que evitou a guerra entre Zé Pelintra e Lampião, a linha foi batizada
como “Linha dos Baianos”, pois tanto Severino como seus principais amigos e colaboradores eram “Baianos”.
Página 6 VOLUME II MÊS DE AGOSTO
E uma grande festa começou ao som do tambor, do pandeiro e da viola, pois nascia ali a linha mais alegre, mais divertida e
“humana” da Umbanda. Uma linha que iria acolher a qualquer um que quisesse lutar contra os abusos, contra a pobreza, a
injustiça, as diferenças sociais, uma linha que teria na amizade e no companheirismo sua marca registrada. Uma linha de
guerreiros, que um dia excederam – se na força, mas que hoje lutavam com as mesmas armas, agora guiados pela bandeira
branca de Oxalá.
E, de repente, no meio da festa, raios, trovões e uma enorme tempestade começaram a cair. Era Iansã que abençoava todo aquele
povo sofrido e batalhador, igualzinho ao povo brasileiro. A Deusa dos raios e dos ventos acolhia em seus braços todas aqueles
espíritos, guerreiros como ela, que lutavam por mais igualdade e amor no nosso dia – dia.
E assim acaba a história que eu ouvi, diretamente de um preto – velho, um dia desses em Aruanda. Dizem que Zé Pelintra
continua tendo uma queda por “Maria Bonita”, mas deixou isso de lado devido ao respeito que tem pelo irmão Lampião. Falam,
ainda, que no momento ele “namora” uma Pombagira, que conheceu quando começou a trabalhar dentro das linhas de Umbanda.
Por isso é que ele “baixa”, às vezes, disfarçado de Exu…
“Oxente eu sou baiano, oxente baiano eu sou
Oxente eu sou baiano, baiano trabalhador
Venho junto de Corisco, Maria Bonita e Lampião
Trabalhar com Zé Pelintra
ENCRUZILHADA
Senhor Tranca Ruas, vós que sois a manifestação do divino, peço que possa se manifestar entre nós conforme nosso
merecimento. No seu poder, na sua força, e na sua magnitude, pelo caminho que só vós conheceis, pela força que só a
vós pertenceis, e pelo poder de trancar a vós concedido, eu lhe rogo:
Que as trevas que habitam em mim sejam trancadas.
Que o ódio e o sentimento impuro, que emanam da minha alma, sejam trancados.
Que a falsidade que exala dos meus poros seja trancada
Que o rancor e a miséria que habitam o meu coração sejam trancados.
Que a dissimulação e a superficialidade, que nasce da minha mente, sejam trancados.
Que o egoísmo e a maldade, que transcendem da minha mente, sejam trancados.
Que a palavra torta que sai da minha boca e o pensamento roto que sai da minha cabeça contra o próximo, sejam
trancados.
Que a capacidade que os meus olhos ~têm de amaldiçoar e destruir sejam trancados.
E assim, fonte primária da criação, assim que trancar a tudo isso no seu âmago, pois é na nossa essência que tudo isso
se desvitaliza, peço a vós que:
Destranque todas as portas do meu caminho.
Destranque todas as passagens da minha jornada.
Destranque toda prosperidade material e espiritual.
Destranque o meu coração das amarguras,
Destranque o meu sustento de cada dia.
Destranque o meu corpo espiritual e o meu corpo material da agonia, do desespero e da aflição que me assolam na
calada da noite.
Destranque o meu emprego, o meu negócio e a minha morada material.
Destranque o martírio familial pelo qual eu tenho passado.
Destranque os meus olhos para as maravilhas do mundo espiritual.
Destranque a minha liberdade!
Pois vós. Força Sagrada do Divino Criador, é o portador supremo da Vitalidade!
Laroiê Exú!!!
Omojuba Sr. Tranca-Ruas
A Encruzilhada
Esclarecimentos dos Senhores Exús
Página 7 VOLUME II MÊS DE AGOSTO
Salve irmãos em Oxalá é com muita satisfação que neste mês trazemos como carro chefe a Festa
em homenagem aos nossos amados Srs Exús e Sras Pombogiras nossos companheiros de
jornada que não medem esforços para nos amparam e nos proteger em nosso dia-a-dia ,por isto
trouxemos textos para cada vez mais desmistificarmos a atuação destes Guardiões e Guardiãs
em nossas vidas e em todos os pontos da criação Divina, e que eles estão em tudo e em todos
atuando diretamente e indiretamente em nosso beneficio e da humanidade como um todo.
Neste mês também temos uma comemoração especial que é o dia dos Pais pessoas
importantíssimas para a estruturação da vida de cada um de nós, lembremos de nossos Pais espirituais Sacerdotes,
Babalaôs, Babalorixás ,Pais de Santo, Mestres e Padrinhos, são diversas as denominações, mas nenhuma delas
traduz a altura a ação destas pessoas em nossas vidas homens que deixam suas famílias sua vida num todo para
vivenciar o dom da mediunidade e se já não fosse o bastante ainda acolhem os filhos espirituais que geralmente
chegam nos Templos, Ilês, Terreiros, Tendas, Roças ,com problemas de diversas ordens e são recebidos e
tratados com todo carinho e acolhidos para dentro desses espaços passando a fazer parte de suas famílias mas
infelizmente não são reconhecidos por grandioso feito e são esquecidos e ate muitas vezes caluniados após estes
filhos sanarem seus problemas, claro que temos pessoas maravilhosas adeptos que de filhos passam a ser
discípulos fieis seguidores que enchem estes eternos trabalhadores espirituais de orgulho do bom resultado de
seus árduas trabalhos. A todos nossos amados Pais Espirituais nossos agradecimentos e que o Senhor bom Deus
nosso Pai Supremo Olorum possa abençoar a todos vós e a todas vossas ações e que as Sete Luzes Divinas desçam e lhes deem cada vez mais força para receber cada vez mais filhos Espirituais e a divulgar nossa amada
Religião UMBANDA.
Espero que nossas matérias e informações sejam de grande valia a todos, e até o próximo mês onde falaremos
sobre as Crianças da nossa amada UMBANDA.
Que nosso Pai Oxalá estenda este nosso Axé a todos Irmãos leitores!!!!!!!
O QUE É SER UMBANDISTA:
Ser umbandista é ser resignado.
Ser umbandista é alterar um conceito e um modo de vida.
Ser umbandista é evitar os costumes e as atitudes que nos
afastam da presença de Deus.
Ser umbandista é ter dedicação total, é ter aprimoramento
contínuo e vigilância duradoura contra as atitudes que nos
afastam do bem.
Ser umbandista é ter como meta a caridade, a bondade, a
verdade e o amor divino. Ser umbandista é ter vontade, ter perseverança para dissipar as
controvérsias e dificuldades que tanto nos afastam do caminho
justo e luminoso.
Enfim, ser umbandista é ser aplicador das leis de Deus e como
Ele, será - sem dúvida - apedrejado por injustiças, por
ignorâncias ou por maledicências, mas, como recompensa, terá
a paz e o verdadeiro significado do sentimento de amor e
Page 8 Jornal de Umbanda Tupã VOLUME II MÊS DE AGOSTO Página 8
Vem ai 5º Homenagem aos Srs. Exús e Sras. Pombogiras
27 de Agosto
VOLUME II MÊS DE AGOSTO Página 9
Ser pai
é acima de tudo, não esperar recompensas.
Mas ficar feliz caso e quando cheguem.
É saber fazer o necessário por cima e por dentro da incompreensão.
É aprender a tolerância com os demais e exercitar a dura intolerância
(mas compreensão) com os próprios erros.
Ser pai
é aprender errando, a hora de falar e de calar.
É contentar-se em ser reserva, coadjuvante,
deixado para depois. Mas jamais falar no momento preciso.
É ter a coragem de ir adiante, tanto para a vida quanto para a morte.
É viver as fraquezas que depois corrigirá no filho, fazendo-se forte em
nome dele e de tudo o que terá de viver para compreender e enfrentar.
Ser pai
é aprender a ser contestado mesmo quando no auge da lucidez. É
esperar.
É saber que experiência só adianta para quem a tem, e só se tem
vivendo.
Portanto, é agüentar a dor de ver os filhos passarem
pelos sofrimentos necessários,
buscando protegê-los sem que percebam,
para que consigam descobrir os próprios caminhos.
Ser pai
é saber e calar. Fazer e guardar. Dizer e não insistir.
Falar e dizer. Dosar e controlar-se. Dirigir sem demonstrar.
É ver dor, sofrimento, vício, queda e tocaia, jamais transferindo aos
filhos o que,
a alma, lhe corrói. Ser pai é ser bom sem ser fraco. É jamais transferir
aos filhos
a quota de sua imperfeição, o seu lado fraco, desvalido e órfão.
Ser pai
é aprender a ser ultrapassado, mesmo lutando para se
renovar.
É compreender sem demonstrar, e esperar o tempo de colher,
ainda que não seja em vida.
Ser pai é aprender a sufocar a necessidade de afago e
compreensão.
Mas ir às lágrimas quando chegam.
Ser pai
é saber ir-se apagando à medida em que mais nítido
se faz na personalidade do filho,
sempre como influência, jamais como imposição.
É saber ser herói na infância, exemplo na juventude
e amizade na idade adulta do filho.
É saber brincar e zangar-se. É formar sem modelar, ajudar sem
cobrar,
ensinar sem o demonstrar, sofrer sem contagiar, amar sem
receber.
Ser pai
é saber receber raiva, incompreensão, antagonismo, atraso
mental, inveja,
projeção de sentimentos negativos, ódios passageiros, revolta,
desilusão
e a tudo responder com capacidade de prosseguir sem
ofender;
de insistir sem mediação, certeza, porto, balanço, arrimo,
ponte,
mão que abre a gaiola, amor que não prende, fundamento,
enigma, pacificação.
Ser pai
é atingir o máximo de angústia no máximo de silêncio.
O máximo de convivência no máximo de solidão.
É, enfim, colher a vitória exatamente quando percebe que o
filho
a quem ajudou a crescer já, dele, não necessita para viver.
É quem se anula na obra que realizou e sorri, sereno,
por tudo haver feito para deixar de ser importante.
HOMENAGEM AOS PAIS
SER PAI!