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Agenda de Agosto Jornal de Umbanda Tupã Cursos Desenvolvimento Mediúnico e Teologia de Umbanda Magia do Fogo Magia das Pedras Magia das Ervas Atabaque e Curimba de Umbanda Tarô Cigano Doutrina Umbandista para Crianças Culto aos Sábados 19:30 h 06/08 Crianças 13/08 Formatura do Desenvolvimento e Pratica Mediúnica 20/08 Caboclos 27/08 Festa de Exú e Pombogira VOLUME II MÊS DE AGOSTO Página 1 HOMENAGEM AOS SENHORES GUARDIÕES

Jornal Umbanda Tupã

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Informativo de Umbanda

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Page 1: Jornal Umbanda Tupã

Agenda de Agosto

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Jornal de Umbanda

Tupã Cursos

Desenvolvimento Mediúnico

e Teologia de Umbanda

Magia do Fogo

Magia das Pedras

Magia das Ervas

Atabaque e Curimba de

Umbanda

Tarô Cigano

Doutrina Umbandista para

Crianças

Culto aos Sábados

19:30 h

06/08 Crianças

13/08 Formatura do

Desenvolvimento e

Pratica Mediúnica

20/08 Caboclos

27/08 Festa de Exú e

Pombogira

VOLUME II MÊS DE AGOSTO Página 1

HOMENAGEM AOS SENHORES GUARDIÕES

Page 2: Jornal Umbanda Tupã

POMBAGIRA DE UMBANDA

Na Umbanda, a entidade espiritual que se manifesta

incorporada em suas médiuns está fundamentada num

arquétipo desenvolvido à partir da entidade Bombogira,

originária do culto Angola.

Nos cultos tradicionais oriundos da Nigéria não havia a

entidade Pombagira ou um Orixá que a fundamentasse.

Mas, quando da vinda dos nigerianos para o Brasil (isto

por volta de 1800), estes aqui encontram-se com outros

povos e culturas religiosas e assimilam a poderosa

Bombogira angolana que, muito rapidamente, conquistou

o respeito dos adoradores dos Orixás.

Com o passar do tempo a formosa e provocativa Bombogira conquistou um grau análogo ao de Exu e

muitos passaram a chamá-la de Exu Feminino ou de mulher dele.

Mas ela, marota e astuta como só ela é, foi logo dizendo que era mulher de sete exus, uma para cada dia

da semana, e, com isso, garantiu sua condição de superioridade e de independência.

Na verdade, num tempo em que as mulheres eram tratadas como inferiores aos homens e eram vítimas

de maus tratos por parte dos seus companheiros, que só as queriam para lavar, passar, cozinhar e cuidar

dos filhos, eis que uma entidade feminina baixava e extravasava o ‘eu interior' feminino reprimido à força

e dava vazão à sensualidade e à feminilidade subjugadoras do machismo, até dos mais inveterados

machistas.

Pombagira foi logo no início de sua incorporação dizendo ao que viera e construiu um arquétipo forte,

poderoso e subjugador do machismo ostentado por Exu e por todos os homens, vaidosos de sua força e

poder sobre as mulheres.

Pombagira construiu o arquétipo da mulher livre das convenções sociais, liberal e liberada, exibicionista e

provocante, insinuante e desbocada, sensual e libidinosa, quebrando todas as convenções que

ensinavam que todos os espíritos tinham que ser certinhos e incorporarem de forma sisuda, respeitável e

aceitável pelas pessoas e por membros de uma sociedade repressora da feminilidade.

Ela foi logo se apresentando como a "moça" da rua, apreciadora de um bom champanhe e de uma

saborosa cigarrilha, de batom e de lenços vermelhos provocantes.

"O batom realça os meus lábios, o rouge e os pós ressaltam minha condição de mulher livre e

liberada de convenções sociais".

Escrachada e provocativa, ela mexeu com o imaginário popular e muitos a associaram à mulher da rua, à

rameira oferecida , e ela não só não foi contra essa associação como até confirmou: "É isso mesmo"!

E todos se quedaram diante dela, de sua beleza, feminilidade e liberalidade, e como que encantados por

sua força, conseguiram abrir-lhe o íntimo e confessarem-lhe que eram infelizes porque não tinham

coragem de ser como elas.

Aí punham para fora seus recalques, suas frustrações, suas mágoas, tristezas e ressentimentos com os

do sexo oposto.

E a todos ela ouviu com compreensão e a ninguém negou seus conselhos e sua ajuda num campo que

domina como ninguém mais é capaz.

Sua desenvoltura e seu poder fascinam até os mais introvertidos que, diante dela, se abrem e confessam

suas necessidades.

Quem não iria admirar e amar arquétipo tão humano e tão liberalizado de sentimentos reprimidos à custa

de muito sofrimento?

Pombagira é isto. É um dos mistérios do nosso divino criador que rege sobre a sexualidade feminina.

Critiquem-na os que se sentirem ofendidos com seu poderoso charme e poder de fascinação.

Amem-na e respeitem-na os que entendem que o arquétipo é liberador da feminilidade tão reprimida na

nossa sociedade patriarcal onde a mulher é vista e tida para a cama e a mesa.

VOLUME II MÊS DE AGOSTO Página 2

Nossas atividades

Segundas-feiras

Curimba 18:30h Prática Mediúnica 20h

Terças-Feiras 19:30h

Capoeira Feminina

Quartas-Feiras 20h

Curso de Magia do Fogo

Quintas-Feiras 20h

Grupo Atendimento de Magia Divina Ágata de Fogo

Sextas-Feiras 20h

Desenvolvimento Mediúnico

Sábados

Doutrina Umbandista para

Crianças 09:30h

Curso de Atabaque e

Curimba 15h

Coral Umbandista 18h

Culto 20h

Domingos

Grupo Atendimento de

Magia Divina Ágata de

Fogo 09h

Desenvolvimento Mediúnico

15h

Pratica Mediúnica 18h

Curso de Magia 19:30h

Templo DE UMBANDA sagrada

TUPÃ Sede: Avenida Luiz Pequini, nº 916 - Jardim Palermo - S. B. do Campo - SP

Cel:7992-6296 Email: [email protected]

Page 3: Jornal Umbanda Tupã

Cantinho dos Curimbeiros

Atendimento

Tarô Cigano

Agende sua Consulta

7992-6296

Página 3 VOLUME II MÊS DE AGOSTO

Matriculas Abertas

Tranca Ruas

Seu Tranca-Ruas é meu amigo de fé (bis)

Ele é o rei la na encruza e Padilha é sua

mulher

Ele é um grande feiticeiro é tranca rua de

embaré

Treme Terra

Exú entrei na mata a mata estremeceu,

Exu Treme Terra é o exu de Nazaré

Exú das matas, segura as matas

seu Treme Terra exu vem trabalhar...

Eu procurei exu das matas

Na mata eu encontrei,

Encontrei Treme Terra e com ele eu

saravei...

Maria Padilha

Maria Padilha

Soberana da estrada

Rainha da encruzilhada

E também do nosso

Axé,

Supreme é uma mulher,

De vermelho,

Alegria do Terreiro,

Seu Feitiço tem axé,

Mas ela é, ela é,

Ela é...

A Rainha da Encruza,

A mulher de Tranca

Pomba gira da Estrada

Vinha caminhado pela rua

Quando uma moça bonita eu vi

Eu disse que vinha

Vinha caminhando pela rua

Quando uma moça bonita eu vi

Com sua sandália de prata

Sua saia dourada ela sorriu pra

mim

Perguntei pra ela

A onde fica a sua morada

Ela respondeu pra mim assim

Moro numa estrada sem fim

Ela respondeu pra mim assim

Tiriri

Você não mora aonde eu moro, você não vê o que eu vi,

La no meio do cruzeiro ele é exu Tiriri;

Tiriri é belo é belo, é belo exu (bis 3x)

Mas ela foi logo dizendo: "Cama, só para o meu deleite e mesa, só se for regada a muito champanhe

e dos bons!

Com isso feito, críticas contrárias à parte, o fato é que o arquétipo se impôs e muita gente já foi auxiliada

pelas "Moças da Rua", as companheiras de Exu.

A espiritualidade superior que arquitetou a Umbanda sinalizou à todos que não estava fechada para

ninguém e que, tac como Cristo havia feito, também acolheria a mulher infiel, mal amada, frustrada e

decepcionada com o sexo oposto e não encobriria com uma suposta religiosidade a hipocrisia das

pessoas que, "por baixo dos panos", o que gostam mesmo é de tudo o que a Pombagira representa com

seu poderoso arquétipo.

Aos hipócritas e aos falsos puritanos, Pombagira mostra-lhes que, no íntimo, ela é a mulher de seus

sonhos... ou pesadelos, provocando-o e desmascarando seu falso moralismo, seu pudor e seu

constrangimento diante de algo que o assusta e o ameaça em sua posição de dominador.

Esse arquétipo forte e poderoso já pôs por terra muito falso moralismo, libertando muitas pessoas que, se

Freud tivesse conhecido, não teria sido tão atormentado com suas descobertas sobre a personalidade

oculta dos seres humanos.

Mas para azar dele e sorte nossa, a Umbanda tem nas suas Pombogiras, ótimas psicólogas que, logo de

cara, vão dando o diagnóstico e receitando os procedimentos para a cura das repressões e depressões

íntimas.

Afinal, em se tratando de coisas íntimas e de intimidades, nesse campo ela é mestra e tem muito a nos

ensinar.

Seus nomes, quando se apresentam, são simbólicos ou alusivos.

- Pombagira das Sete Encruzilhadas;

- Pombagira das Sete Praias;

- Pombagira das Sete Coroas;

- Pombagira das Sete Saias;

- Pombagira Dama da Noite;

- Pombagira Maria Molambo;

- Pombagira Maria Padilha;

- Pombagira das Almas;

- Pombagira dos Sete Véus;

- Pombagira Cigana; etc.

O simbolismo é típico da Umbanda porque na África, ele não existia e o seu arquétipo anterior era o de

uma entidade feminina que iludia as pessoas e as levavam à perdição. Já na Umbanda, é o espírito que

"baixa" em seu médium e, entre um gole de champanhe e uma baforada de cigarrilha, orienta e ajuda a

todos os que as respeitam e as amam, confiando-lhes seus segredos e suas necessidades. São ótimas

psicólogas. E que psicólogas! "Salve as Moças da Rua"!

Rubens Saraceni

Page 4: Jornal Umbanda Tupã

Page 4 Newsletter Title

O Encontro de Zé Pilintra e Lampião

Um dia desses, passeando por Aruanda, escutei um conto muito interessante. Uma história sobre o encontro de Zé Pelintra

com Lampião…

Dizem que tudo começou quando Zé Pelintra, malandro descolado na vida, tentou aproximar – se de Maria Bonita, pois a

achava uma mulher muito atraente e forte, como ele gostava. Virgulino, ou melhor, Lampião, não gostou nada da história e

veio tirar satisfação com o Zé:

_Então você é o tal do Zé Pelintra? Olha aqui cabra, devia te encher de bala, mas não adianta…Tamo tudo morto já! Mas

escuta bem, se tu mexer com a Maria Bonita de novo, vou dá um jeito de te mandar pro inferno…

_Inferno? Hahahaha, eu entro e saiu de lá toda hora, num vai ser novidade nenhuma pra mim!_ respondeu o malandro _

Além do mais, eu nem sabia que a gracinha da “Maria” tinha um “esposo”! Então é por isso que ela vive a me esnobar!

_Gracinha? Olha aqui cabra safado, tu dobre a língua pra falar dela, se não tu vai conhecer quem é Lampião! _ disse

Virgulino puxando a peixeira, já que não era e nunca seria, um homem de muita paciência.

_Que isso homem, tá me ameaçando? Você acha que aqui tem bobo?_ e Zé Pelintra estralou os dedos, surgindo toda uma

falange de espíritos amigos do malandro, afinal ele conhecia a fama de Lampião e sabia que a parada era dura.

Mas Lampião que também tinha formado toda uma falange, ou bando, como ele gostava de chamar, assoviou como nos

tempos de sertão e toda um “bando” de cangaceiros chegaram para participar da briga. A coisa parecia já não ter jeito,

quando um espírito simples, com um chapéu na cabeça, uma camisa branca, cabelos enrolados, chegou dizendo:

_Oooooooxxxxxx! Mas o que que é isso aqui? Compadre Lampião põe essa peixeira na bainha! Oxente Zé, tu não mexeu

com Maria Bonita de novo, foi? Mas eu num tinha te avisado, ooooxx, recolhe essa navalha, vamo conversar camaradas…

_Nada de conversa, esse cabra mexeu com a minha honra, agora vai ter! _ Disse Lampião enfurecido!

_To te esperando olho de vidro! _ respondeu Zé Pelintra.

_Pera aí! Pela amizade que vocês dois tem por mim, “Severino da Bahia”, vamo baixar as armas e vamo conversar, agora!

Severino era um antigo babalorixá da Bahia, que conhecia os dois e tinha muita afeição por ambos. Os dois por

consideração a ele, afinal a coisa que mais prezavam entre os homens era a amizade e lealdade, baixaram as armas. Então

Severino disse:

_Olha aqui Zé, esse é o Virgulino Ferreira da Silva, o compadre Lampião, conhecido também como o “Rei do Cangaço”. Ele

foi o líder de um movimento, quando encarnado, chamado Banditismo ou Cangaço, correndo todo o sertão nordestino com

sua revolta e luta por melhores condições de vida, distribuição de terras, fim da fome e do coronelismo, etc. Mas sabe

como é, cometeu muitos abusos, acabou no fim desvirtuando e gerando muita violência…

_É, isso é verdade. Com certeza a minha luta era justa, mas os meios pelo qual lutei não foram, nem de longe, os melhores.

Tem gente que diz que Lampião era justiceiro, bem…Posso dizer que num fui tão justo assim_ disse Lampião assumindo

um triste semblante.

_ Eu sei como é isso. Também fui um homem que lutou contra toda exploração e sofrimento que o pobre favelado sofria no

Rio de Janeiro. Nasci no Sertão do Alagoas, mas os melhores e piores momentos da minha vida foram no Rio de Janeiro

mesmo. Eu personificava a malandragem da época. Malandragem era um jeito esperto, “esguio”, “ligeiro”, de driblar os

problemas da vida, a fome, a miséria, as

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Page 5 VOLUME II MÊS DE AGOSTO

tristezas, etc. Mas também cometi muitos excessos, fui por muitas vezes demais violento e, apesar de morrer e terem me

transformado em herói, sei que não fui lá nem metade do que o povo diz_ dessa vez era Zé Pelintra quem perdia seu

tradicional sorriso de canto de boca e dava vazão a sua angústia pessoal…

_Ooxx, tão vendo só, vocês tem muitas semelhanças, são heróis para o povo encarnado, mas, aqui, pesando os vossos atos,

sabem que não foram tão bons assim. Todos têm senso de justiça e lealdade muito grande, mas acabaram por trilhar um

caminho de dor e sangue que nunca levou e nunca levará a nada.

_É verdade, bem, acho que você não é tão ruim quanto eu pensava Zé. Todo mundo pode baixar as armas, de hoje em diante

nós cangaceiros vamo respeitar Zé Pelintra, afinal, lutou e morreu pelos mesmos ideias e com a mesma angústia no coração

que nós!

_ O mesmo digo eu! Aonde Lampião precisar Zé Pelintra vai estar junto, pois eu posso ser malandro, mas não sou traíra e

nem falso. Gostei de você, e quem é meu amigo eu acompanho até na morte.

_Oooooxxxxx! Hahahaha, mas até que enfim! Tamo começando a nos entender. Além do mais, é bom vocês dois estarem

aqui, juntos com vossas falanges, porque eu queria conversar a respeito de uma coisa! Sabe o que é…

E Severino falou, falou e falou… Explicando que uma nova religião estava sendo fundada na Terra, por um tal de Caboclo das

Sete Encruzilhadas, uma religião que ampararia todos os excluídos, os pobres, miseráveis e onde todo e qualquer espírito

poderia se manifestar para a caridade. Explicou que o culto aos amados Pais e Mães Orixás que ele praticava quando estava

encarnado iria se renovar, e eles estavam amparando e regendo todo o processo de formação da nova religião, a Umbanda…

_…é isso! Estamos precisando de pessoas com força de vontade, coragem, garra para trabalhar nas muitas linhas de

Umbanda que serão formadas para prestar a caridade. E como eu fui convidado a participar, resolvi convidar vocês

também! Que acham?

_Olha, eu já tenho uma experiência disso lá no culto a Jurema Sagrada, o Catimbó! Tô dentro, pode contar comigo! Eu, Zé

Pelintra, vou estar presente nessa nova religião chamada Umbanda, afinal, se ela num tem preconceito em acolher um

“negô” pobre, malandro e ignorante como eu, então nela e por ela eu vou trabalhar. E que os Orixás nos protejam!

_Bem, eu num sô homem de negar batalha não! Também vou tá junto de vocês, eu e todo o meu bando. Na força de

“Padinho” Cícero e de todos os Orixás, que eu nem conheço quem são, mas já gosto deles assim mesmo…

E o que era pra transformar – se em uma batalha sangrenta acabou virando uma reunião de amigos. Nascia ali uma linha de

Umbanda, apadrinhada pelo baiano “Severino da Bahia”, pelo malandro mestre da Jurema “Zé Pelintra” e pelo temido

cangaceiro “Lampião”.

Junto deles vinham diversas falange. Com o malandro Zé Pelintra vinham os outros malandros lendários do Rio de Janeiro

com seus nomes simbólicos: “Zé Navalha”, “Sete Facadas”, “Zé da Madrugada”, “7 Navalhadas”, “Zé da Lapa”, “Nego da Lapa”,

entre muitos e muitos outros.

Junto com Lampião vinha a força do cangaço nordestino: Corisco, Maria Bonita, Jacinto, Raimundo, Cabeleira, Zé do Sertão,

Sinhô Pereira, Xumbinho, Sabino, etc.

Severino trazia toda uma linha de mestres baianos e baianas: Zé do Coco, Zé da Lua, Simão do Bonfim, João do Coqueiro,

Maria das Graças, Maria das Candeias, Maria Conga, vixi num acaba mais…

Em homenagem ao irmão Severino, o intermediador que evitou a guerra entre Zé Pelintra e Lampião, a linha foi batizada

como “Linha dos Baianos”, pois tanto Severino como seus principais amigos e colaboradores eram “Baianos”.

Page 6: Jornal Umbanda Tupã

Página 6 VOLUME II MÊS DE AGOSTO

E uma grande festa começou ao som do tambor, do pandeiro e da viola, pois nascia ali a linha mais alegre, mais divertida e

“humana” da Umbanda. Uma linha que iria acolher a qualquer um que quisesse lutar contra os abusos, contra a pobreza, a

injustiça, as diferenças sociais, uma linha que teria na amizade e no companheirismo sua marca registrada. Uma linha de

guerreiros, que um dia excederam – se na força, mas que hoje lutavam com as mesmas armas, agora guiados pela bandeira

branca de Oxalá.

E, de repente, no meio da festa, raios, trovões e uma enorme tempestade começaram a cair. Era Iansã que abençoava todo aquele

povo sofrido e batalhador, igualzinho ao povo brasileiro. A Deusa dos raios e dos ventos acolhia em seus braços todas aqueles

espíritos, guerreiros como ela, que lutavam por mais igualdade e amor no nosso dia – dia.

E assim acaba a história que eu ouvi, diretamente de um preto – velho, um dia desses em Aruanda. Dizem que Zé Pelintra

continua tendo uma queda por “Maria Bonita”, mas deixou isso de lado devido ao respeito que tem pelo irmão Lampião. Falam,

ainda, que no momento ele “namora” uma Pombagira, que conheceu quando começou a trabalhar dentro das linhas de Umbanda.

Por isso é que ele “baixa”, às vezes, disfarçado de Exu…

“Oxente eu sou baiano, oxente baiano eu sou

Oxente eu sou baiano, baiano trabalhador

Venho junto de Corisco, Maria Bonita e Lampião

Trabalhar com Zé Pelintra

ENCRUZILHADA

Senhor Tranca Ruas, vós que sois a manifestação do divino, peço que possa se manifestar entre nós conforme nosso

merecimento. No seu poder, na sua força, e na sua magnitude, pelo caminho que só vós conheceis, pela força que só a

vós pertenceis, e pelo poder de trancar a vós concedido, eu lhe rogo:

Que as trevas que habitam em mim sejam trancadas.

Que o ódio e o sentimento impuro, que emanam da minha alma, sejam trancados.

Que a falsidade que exala dos meus poros seja trancada

Que o rancor e a miséria que habitam o meu coração sejam trancados.

Que a dissimulação e a superficialidade, que nasce da minha mente, sejam trancados.

Que o egoísmo e a maldade, que transcendem da minha mente, sejam trancados.

Que a palavra torta que sai da minha boca e o pensamento roto que sai da minha cabeça contra o próximo, sejam

trancados.

Que a capacidade que os meus olhos ~têm de amaldiçoar e destruir sejam trancados.

E assim, fonte primária da criação, assim que trancar a tudo isso no seu âmago, pois é na nossa essência que tudo isso

se desvitaliza, peço a vós que:

Destranque todas as portas do meu caminho.

Destranque todas as passagens da minha jornada.

Destranque toda prosperidade material e espiritual.

Destranque o meu coração das amarguras,

Destranque o meu sustento de cada dia.

Destranque o meu corpo espiritual e o meu corpo material da agonia, do desespero e da aflição que me assolam na

calada da noite.

Destranque o meu emprego, o meu negócio e a minha morada material.

Destranque o martírio familial pelo qual eu tenho passado.

Destranque os meus olhos para as maravilhas do mundo espiritual.

Destranque a minha liberdade!

Pois vós. Força Sagrada do Divino Criador, é o portador supremo da Vitalidade!

Laroiê Exú!!!

Omojuba Sr. Tranca-Ruas

A Encruzilhada

Esclarecimentos dos Senhores Exús

Page 7: Jornal Umbanda Tupã

Página 7 VOLUME II MÊS DE AGOSTO

Salve irmãos em Oxalá é com muita satisfação que neste mês trazemos como carro chefe a Festa

em homenagem aos nossos amados Srs Exús e Sras Pombogiras nossos companheiros de

jornada que não medem esforços para nos amparam e nos proteger em nosso dia-a-dia ,por isto

trouxemos textos para cada vez mais desmistificarmos a atuação destes Guardiões e Guardiãs

em nossas vidas e em todos os pontos da criação Divina, e que eles estão em tudo e em todos

atuando diretamente e indiretamente em nosso beneficio e da humanidade como um todo.

Neste mês também temos uma comemoração especial que é o dia dos Pais pessoas

importantíssimas para a estruturação da vida de cada um de nós, lembremos de nossos Pais espirituais Sacerdotes,

Babalaôs, Babalorixás ,Pais de Santo, Mestres e Padrinhos, são diversas as denominações, mas nenhuma delas

traduz a altura a ação destas pessoas em nossas vidas homens que deixam suas famílias sua vida num todo para

vivenciar o dom da mediunidade e se já não fosse o bastante ainda acolhem os filhos espirituais que geralmente

chegam nos Templos, Ilês, Terreiros, Tendas, Roças ,com problemas de diversas ordens e são recebidos e

tratados com todo carinho e acolhidos para dentro desses espaços passando a fazer parte de suas famílias mas

infelizmente não são reconhecidos por grandioso feito e são esquecidos e ate muitas vezes caluniados após estes

filhos sanarem seus problemas, claro que temos pessoas maravilhosas adeptos que de filhos passam a ser

discípulos fieis seguidores que enchem estes eternos trabalhadores espirituais de orgulho do bom resultado de

seus árduas trabalhos. A todos nossos amados Pais Espirituais nossos agradecimentos e que o Senhor bom Deus

nosso Pai Supremo Olorum possa abençoar a todos vós e a todas vossas ações e que as Sete Luzes Divinas desçam e lhes deem cada vez mais força para receber cada vez mais filhos Espirituais e a divulgar nossa amada

Religião UMBANDA.

Espero que nossas matérias e informações sejam de grande valia a todos, e até o próximo mês onde falaremos

sobre as Crianças da nossa amada UMBANDA.

Que nosso Pai Oxalá estenda este nosso Axé a todos Irmãos leitores!!!!!!!

O QUE É SER UMBANDISTA:

Ser umbandista é ser resignado.

Ser umbandista é alterar um conceito e um modo de vida.

Ser umbandista é evitar os costumes e as atitudes que nos

afastam da presença de Deus.

Ser umbandista é ter dedicação total, é ter aprimoramento

contínuo e vigilância duradoura contra as atitudes que nos

afastam do bem.

Ser umbandista é ter como meta a caridade, a bondade, a

verdade e o amor divino. Ser umbandista é ter vontade, ter perseverança para dissipar as

controvérsias e dificuldades que tanto nos afastam do caminho

justo e luminoso.

Enfim, ser umbandista é ser aplicador das leis de Deus e como

Ele, será - sem dúvida - apedrejado por injustiças, por

ignorâncias ou por maledicências, mas, como recompensa, terá

a paz e o verdadeiro significado do sentimento de amor e

Page 8: Jornal Umbanda Tupã

Page 8 Jornal de Umbanda Tupã VOLUME II MÊS DE AGOSTO Página 8

Vem ai 5º Homenagem aos Srs. Exús e Sras. Pombogiras

27 de Agosto

Page 9: Jornal Umbanda Tupã

VOLUME II MÊS DE AGOSTO Página 9

Ser pai

é acima de tudo, não esperar recompensas.

Mas ficar feliz caso e quando cheguem.

É saber fazer o necessário por cima e por dentro da incompreensão.

É aprender a tolerância com os demais e exercitar a dura intolerância

(mas compreensão) com os próprios erros.

Ser pai

é aprender errando, a hora de falar e de calar.

É contentar-se em ser reserva, coadjuvante,

deixado para depois. Mas jamais falar no momento preciso.

É ter a coragem de ir adiante, tanto para a vida quanto para a morte.

É viver as fraquezas que depois corrigirá no filho, fazendo-se forte em

nome dele e de tudo o que terá de viver para compreender e enfrentar.

Ser pai

é aprender a ser contestado mesmo quando no auge da lucidez. É

esperar.

É saber que experiência só adianta para quem a tem, e só se tem

vivendo.

Portanto, é agüentar a dor de ver os filhos passarem

pelos sofrimentos necessários,

buscando protegê-los sem que percebam,

para que consigam descobrir os próprios caminhos.

Ser pai

é saber e calar. Fazer e guardar. Dizer e não insistir.

Falar e dizer. Dosar e controlar-se. Dirigir sem demonstrar.

É ver dor, sofrimento, vício, queda e tocaia, jamais transferindo aos

filhos o que,

a alma, lhe corrói. Ser pai é ser bom sem ser fraco. É jamais transferir

aos filhos

a quota de sua imperfeição, o seu lado fraco, desvalido e órfão.

Ser pai

é aprender a ser ultrapassado, mesmo lutando para se

renovar.

É compreender sem demonstrar, e esperar o tempo de colher,

ainda que não seja em vida.

Ser pai é aprender a sufocar a necessidade de afago e

compreensão.

Mas ir às lágrimas quando chegam.

Ser pai

é saber ir-se apagando à medida em que mais nítido

se faz na personalidade do filho,

sempre como influência, jamais como imposição.

É saber ser herói na infância, exemplo na juventude

e amizade na idade adulta do filho.

É saber brincar e zangar-se. É formar sem modelar, ajudar sem

cobrar,

ensinar sem o demonstrar, sofrer sem contagiar, amar sem

receber.

Ser pai

é saber receber raiva, incompreensão, antagonismo, atraso

mental, inveja,

projeção de sentimentos negativos, ódios passageiros, revolta,

desilusão

e a tudo responder com capacidade de prosseguir sem

ofender;

de insistir sem mediação, certeza, porto, balanço, arrimo,

ponte,

mão que abre a gaiola, amor que não prende, fundamento,

enigma, pacificação.

Ser pai

é atingir o máximo de angústia no máximo de silêncio.

O máximo de convivência no máximo de solidão.

É, enfim, colher a vitória exatamente quando percebe que o

filho

a quem ajudou a crescer já, dele, não necessita para viver.

É quem se anula na obra que realizou e sorri, sereno,

por tudo haver feito para deixar de ser importante.

HOMENAGEM AOS PAIS

SER PAI!

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