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Ministério da Saúde Secretária de Vigilância em Saúde Laudo de Avaliação do Potencial Malarígeno e Atestado de Aptidão Sanitária: a aplicabilidade da exigência desses documentos no processo de licenciamento ambiental José Lázaro de Brito Ladislau Coordenador Geral do Programa Nacional de Controle da Malária Seminário Nacional sobre Licenciamento Ambiental de Projetos de Assentamentos de Reforma Agrária Brasília /DF - 19 a 23 de setembro de 2005

José Lázaro de Brito Ladislau - mma.gov.br · Trâmite para emissão do AAS Portaria nº. 509/MS, de 6 de abril de 2005. Art. 3º Cabe a Secretaria de Vigilância em Saúde a

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Ministério da SaúdeSecretária de Vigilância em Saúde

Laudo de Avaliação do Potencial Malarígeno e Atestado de Aptidão Sanitária: a aplicabilidade da exigência desses documentos no processo de

licenciamento ambiental

José Lázaro de Brito LadislauCoordenador Geral do Programa Nacional de Controle da Malária

Seminário Nacional sobre Licenciamento Ambiental de Projetos de Assentamentos de Reforma Agrária

Brasília /DF - 19 a 23 de setembro de 2005

AntecedentesAntecedentes

Introdução

A malária é um grave problema de Saúde Pública

No mundo

Estima-se que ocorrem 300 a 500 milhões de novos casos e um milhão de mortes ao ano (WHO 2002).

No Brasil

Estima-se que ocorreu anualmente seis milhões de casos, década de 40.

Na Amazônia Legal

Doença de maior magnitude da Região, média de 400 mil casos nos últimos três anos (99,5% dos casos do Brasil)

Conceito

Malária é uma doença infecciosa aguda, cujo agente etiológico é o parasito do gênero Plasmodium e transmitida pela picada de mosquito do gênero Anopheles, que se infecta ao sugar o sangue de um doente.

0

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falcip arum - 2 2 4 1 57 4 1 2 6 4 8 2 8 3 4 4 7 6 8 9 7 2 0 2 2 4 1 2 8 3 2 4 8 2 15 2 4 1 173 19 4 2 0 0 12 8 9 5 10 3 118 12 5 77 76 8 8 10 9

vivax - 4 6 6 8 4 9 3 5 2 6 3 4 3 6 52 6 9 9 9 12 3 172 2 0 0 2 77 3 0 8 3 2 3 3 3 6 3 0 7 3 56 3 6 0 3 11 3 0 4 3 6 3 511 4 78 3 0 7 16 7 3 17 3 50

6 0 6 2 6 4 6 6 6 8 70 72 74 76 78 8 0 8 2 8 4 8 6 8 8 9 0 9 1 9 2 9 3 9 4 9 5 9 6 9 7 9 8 9 9 0 1 2 3 4

Casos de malária, segundo espácie. Brasil, 1960 a 2004.

Projetosdesenvolvimentistas

na Amazônia

PCMAN PIACM

Fonte: SISMAL/SIVEP/CGPNCM/DIGES/SVS/MS – atualizado em 03.03.2005

Mapa do risco de transmissão da malária, por IPA nos municípios. Amazônia Legal 2004.

Dinâmica da população nos municípios (80% dos casos de malária), Amazônia e Brasil.1999 a 2002

13,9%

10,0%

6,5%

Municípios (80%) Amazônia Legal Brasil

Tempo entre primeiros sintomas e início dotratamento para malária. Amazônia Legal, 2004

=< 24h dos Primeiros sintomas

05

101520253035404550

AC AM AP MA MT PA RO RR TO Total

UF

Perc

entu

al

Fonte: SVS/MS. Atulizados em 22.07.2005

Situação atualSituação atual

Variação de casos e internação por malária.Estados da Amazônia Legal, jan. a jun. 2004 e 2005

Fonte: SVS/MS. Atulizados em 22.08.2005

2004 2005 2004 2005 2004 2005

AM 72.058 101.531 40,9 18,4 22,8 671 835 24,4

PA 52.160 55.667 6,7 24,0 22,8 1.227 1.227 0,0

RO 54.595 57.946 6,1 30,5 22,7 1.308 1.296 -0,9

Estrato 1 178.813 215.144 20,3 23,8 22,8 3.206 3.358 4,7

AC 17.089 14.117 -17,4 26,9 19,8 1.573 1.239 -21,2

AP 8.502 10.919 28,4 46,7 34,4 519 416 -19,8

RR 11.509 19.020 65,3 12,0 21,4 157 281 79,0

Estrato 2 37.100 44.056 18,7 26,8 24,1 2.249 1.936 -13,9

MA 7.175 4.885 -31,9 18,6 23,6 252 187 -25,8

MT 2.877 4.138 43,8 12,9 31,4 174 246 41,4

TO 430 438 1,9 22,3 28,8 95 88 -7,4

Estrato 3 10.482 9.461 -9,7 17,2 27,2 521 521 0,0

AMAZÔNIA 226.395 268.661 18,7 24,0 23,2 5.976 5.815 -2,7

Internação por UFUF

Total de casos % falciparumVariação de casos

Variação de Internação

Casos mensal de malária.Amazônia Legal, 1999, 2003, 2004 e 2005*

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

1999 37.238 39.111 43.162 45.402 47.833 53.119 69.628 73.201 66.780 59.729 53.747 46.694

2003 30.314 25.445 27.307 27.454 29.331 35.870 41.867 43.538 39.803 37.550 35.925 33.590

2004 38.962 33.685 41.561 34.975 36.863 40.349 45.241 42.584 39.479 36.734 39.082 34.923

2005 44.438 43.959 44.120 39.616 46.336 50.192

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Fonte: Sivep-Malária. Dados sujeitos a revisão. Atualizados em 22.08.2005

Mês posteriora eleição

Mapa de registro de casos de malária, segundo municípios. Amazônia, 1º semestre 2004 e 2005

Fonte: SVS/MS. Atulizados em 22.07.2005

2004 2005

Rede de diagnóstico e de notificação para malária.Estados da Amazônia Legal, junho 2005

Fonte: Sivep-Malária. Dados sujeitos a revisão. Atualizados em 22.08.2005

37.73513.9342.909REGIÃO

1.085482179Tocantins

1.325247239Roraima

2.111743308Rondônia

13.8761.533624Pará

824382219Mato Grosso

8.5397.681405Maranhão

1.039180137Amapá

7.7642.485653Amazonas

1.172201145Acre

Agentes Unidades

NotificaçãoLaboratóriosUF

Atividades dos ACS no diagnóstico da malária.AMAZÔNIA LEGAL, 2003 a 2005*

Fonte: Sivep-Malária. Dados sujeitos a revisão. Atualizados em 22.08.2005

-

2,0

4,0

6,0

8,0

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12,0

14,0

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0,0

2,0

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12,0

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xam

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Realizados 6,0 10,0 13,4 Positivos 5,3 9,7 11,3

2003 2004 2005

FinanciamentoFinanciamento

Financiamento da ações de controle da malária

Teto Financeiro de Vigilância em Saúde – TFVSTransferência regular de recursos mensais do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos de Saúde dos estados e municípios executarem a ações de vigilância em saúde (cerca de R$140 milhões anuais para estados da Amazônia Legal)

Investimentos para equipamentos e viaturasExpansão da rede de serviços

Custeio de capacitações de profissionais de saúdeManutenção das equipes capacitadas e motivadas

Trâmite e instrumentos para emissão Trâmite e instrumentos para emissão do Atestado de Aptidão Sanitáriado Atestado de Aptidão Sanitária

Resolução do CONAMA nº. 289, de 25 de outubro de 2001

Estabelece diretrizes para o Licenciamento Ambiental de Projetosde Assentamentos de Reforma Agrária

Art. 10º - Nos casos dos projetos de assentamento de reforma agrária situados na Amazônia Legal, o responsável pelo projeto deverá obter à Fundação Nacional de Saúde - FUNASA, anteriormente à solicitação da LP, a avaliação do potencial malarígeno da área e, antes da solicitação da LIO, o respectivo atestado de aptidão sanitária.

Portaria Interministerial nº. 2.021, De 21 de outubro de 2003 – MS/MDA

Estabelece ação integrada do MS e o MDA, no Programa Nacional de Controle da Malária na Amazônia Legal.

Art. 1° Definir como órgãos executores da ação integrada para implementação do controle da malária nos assentamentos, a Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS, do MS e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, do MDA.

Art. 3º ...Parágrafo único. A SVS/MS ficará responsável pela emissão

do Atestado de Aptidão Sanitária para as áreas de novos assentamentos, que deverá ser liberado no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias a contar do recebimento da solicitação feita pelo INCRA.

Art. 8º Revogando-se as disposições em contrário (Portaria Interministerial nº.279/2001- MS/MDA)

Estabelecer normas para emissão do Atestado de Aptidão Sanitáriapara implantação de novos projetos de assentamentos do INCRA, nas regiões endêmicas de malária.

Art. 2º Parágrafo único. Para solicitação do Atestado de Aptidão

Sanitária a Superintendência Regional do INCRA encaminhará à Secretaria de Vigilância em Saúde requerimento acompanhado da seguinte documentação:I - Relatório de Viabilidade Ambiental;II - Projeto Básico do Assentamento;III - Cópia da publicação da Licença Prévia; eIV - Cópia de autorização para Vistoria do Imóvel.

Trâmite para emissão do AASPortaria nº. 509/MS, de 6 de abril de 2005.

Art. 3º Cabe a Secretaria de Vigilância em Saúde a responsabilidade pela emissão do Atestado de Aptidão Sanitária, após a análise do projeto, vistoria do local e preenchimento dosdocumentos abaixo relacionados:

I - Diagnóstico Sanitário (anexo II)II - Laudo de Vistoria (anexo III)III - Relatório de Recomendações (anexo IV)

Art. 6º Fica revogada a Portaria nº. 662/FUNASA, de 27 de dezembro de 2002, págs. de 52 a 60.

Trâmite para emissão do AASPortaria nº. 509/MS, de 6 de abril de 2005.

1. Identificação do município onde está localizado o projeto2. Situação epidemiológica do município3. Principais infra-estruturas de saúde no município4. Identificação da área e localização do imóvel5. População6. Infra-estrutura7. Situação epidemiológica da área do imóvel8. Avaliação entomológica9. Outras doenças

Justificativas: Laboratórios de malária no municípioLaboratórios de malária na área do imóvel

Diagnóstico Sanitário(anexo II)

Laudo de Vistoria (anexo III) e Relatório de Recomendações (anexo IV)

Laudo de Vistoria

baseado no Diagnóstico Sanitário

Órgão ResponsávelPeríodoAtividades

Recomendações para adoção de medidas de prevenção e controle da malária

Relatório de Recomendações

Processo n.ºEmpreendimento:

A Secreteria de Vigilância em Saúde, em conformidade com o Laudo de Vistoria e Relatório de Recomendações, em anexo, emitidos pela ____________, atesta que o empreendimento está apto para implantação quanto aos procedimentos de controle da malária e de seus vetores.

A Secreteria de Vigilância em Saúde acompanhará o desenvolvimento das orientações estabelecidas no Relatório de Recomendações, podendo cancelar este Atestado caso seja constatada divergência quanto a sua implementação.

Estado e sigla, data (dia de mês de ano) (NOME)Assinatura do Secretário de Vigilância em Saúde

Atestado de Aptidão Sanitária – AAS (anexo I)

Necessidade da exigência do AAS Necessidade da exigência do AAS no processo de licenciamentono processo de licenciamento

Diagnosticar o risco potencial de transmissão da malária nos assentamentos antes de sua instalação

Propor medidas vigilância, prevenção e controle da malária para os assentamentos antes e durante a sua instalação

Evitar a exposição da população de assentados à epidemias de malária

Evitar o agravamento dos casos de malária nos assentamentos, sobrecarga dos serviços de saúde nos municípios, internações desnecessárias e mortes por malária

Evitar prejuízos socioeconômicos dos assentados em virtude dos dias não trabalhados por motivo da doença

Evitar o descrédito do processo de colonização e reforma agrária devido às condições sanitárias inadequadas dos assentamentos

Importância da exigência do AASno Processo de Licenciamento

Agradecimentos

Inês Caribé Marques

Marcus Bruno Ferreira e

Demais membros da Comissão Organizadora do Evento