Justificação Das Crencas

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  • 7/26/2019 Justificao Das Crencas

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    A justificao das nossas crenas

    Qual o critrio ou critrios de verdade usualmente utilizados para justificar a verdade

    das nossas crenas?

    H, entre outras posies, a posio filosfica que sustenta que no podemos afirmar, deforma segura, que aja qualquer justificao para a verdade das nossas crenas! "ssa

    posio o ceticismoe ela que domina, marcadamente, o conte#to em $escartes vive

    e a partir do qual escreve a sua o%ra! &ssim, o ceticismo moderno surgiu no sc! '()

    com o renascimento do conecimento e do interesse pelo antigo ceticismo pirrnico

    grego *o conecimento imposs+vel esta perspectiva defende que imposs+vel ao

    sujeito apreender o o%jeto, no avendo, por conseguinte, qualquer conecimento

    verdadeiro-, que surge nos escritos de Sexto Emprico, e do ceticismo &cadmico,

    apresentado emDe Academica, de .+cero! & nova pu%licao destas o%ras aconteceu

    numa poca em que uma questo fundamental a respeito do conecimento religioso fora

    levantada pela /eforma e .ontra0/eforma 1 como distinguir o verdadeiro

    conecimento religioso de perspectivas falsas ou duvidosas? $escartes no queria

    contentar0se com esta certeza limitada! 2rocurava verdades que nenum ctico pudesse

    desafiar! (ejamos ento em que consistem os argumentos dos cticos3

    a- A divergncia de opinies3 seja a respeito de que assunto for, opiniesdiferentes e opostas mesmo entre os mais s%ios so%re um assunto, o que leva os

    cticos a concluir que se essas opinies e os argumentos que as sustentam no so

    totalmente erradas, tam%m no so totalmente convincentes, pelo que o melor

    que podemos fazer suspender o ju+zo so%re a questo, e no nos comprometermos

    com a pretensa verdade destas crenas%- A perceo3 muitas das nossas crenas %aseiam0se na perceo e os cticos

    camam a ateno para o facto de as pessoas estarem sujeitas a iluses e a erros, o

    que faz da perceo uma fraca justificao para as nossas crenas porque constitui0

    se mais como uma fonte de engano e duvida, do que de verdadec- A regresso infinita3 a forma mais comum de justificarmos uma crena pelo

    recurso a outra crena da qual aquela inferida, se aquela que a suporta constituir

    uma %oa justificao para ela! 4o entanto, os cticos questionam0se se o que

    garante a verdade da primeira crena o facto de ela derivar de uma segunda, que

    constitui uma %oa justificao, o que que constitui a verdade dessa segunda

    crena? 0 s pode ser uma terceira crena! 5al conduzir a uma regresso infinita dejustificaes, o que significa, concluem os cticos, que se uma justificao 6ltima

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  • 7/26/2019 Justificao Das Crencas

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    na cadeia regressiva no encontrada, ento a crena que deveria justificar aquela

    em que atualmente acredito no est justificada e no conecimento!

    2ara alm da forma mais radical de ceticismo, o ceticismo pirrnico, e#iste tam%m o

    ceticismo mitigado/parcial, segundo o qual o conecimento duvidoso! 7 um tipo deceticismo mais moderado do que o a%soluto3 no esta%elece a impossi%ilidade do

    conecimento, mas sim a impossi%ilidade de um sa%er rigoroso, pelo que nos ficamos

    pela pro%a%ilidade!

    58m sido diversas, ao longo da istria, as tentativas de superao do ceticismo! &ceitar

    a possi%ilidade do conecimento incorrer no dogmatismo enquanto perspetiva

    filosfica quanto 9 possi%ilidade *ou justificao- do conecimento que considera

    afirmativamente a relao entre sujeito e o%jecto, isto , que o sujeito apreende

    efectivamente o o%jecto! : dogmtico no coloca em d6vida *a%soluta- a possi%ilidade

    do conecimento acreditando que os o%jectos nos so dados directamente de um modo

    a%soluto! "ste dogmatismo distingue0se, portanto, do dogmatismo ingnuo que constitui

    uma completa su%misso sem e#ame cr+tico *e que no acontece em filosofia-!:s filsofos do in+cio do sc! '()) tentaram formular respostas ao novo ceticismo, de

    modo a fundamentar teorias filosficas modernas que pudessem justificar a nova

    ci8ncia! ;acon,

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    encai#am e se justificam umas 9s outras! 7 um critrio de justificao que

    interno ao prprio sistema!

    )remos, com a anlise comparativa de duas teorias e#plicativas do conecimento,

    compreender que $escartes se assume como um dogmtico racionalista, e Humecomo um empirista ctico moderado!

    5e#to adaptado por >aria )n8s omes, a partir de3 @onatan $ancA e "rnest =osa *org!- & .ompanion to

    "pistemologA *:#ford3 ;lacBCell, DEEF, pp! FDE0FGD

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