Upload
mariainesgomes
View
216
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
7/26/2019 Justificao Das Crencas
1/3
A justificao das nossas crenas
Qual o critrio ou critrios de verdade usualmente utilizados para justificar a verdade
das nossas crenas?
H, entre outras posies, a posio filosfica que sustenta que no podemos afirmar, deforma segura, que aja qualquer justificao para a verdade das nossas crenas! "ssa
posio o ceticismoe ela que domina, marcadamente, o conte#to em $escartes vive
e a partir do qual escreve a sua o%ra! &ssim, o ceticismo moderno surgiu no sc! '()
com o renascimento do conecimento e do interesse pelo antigo ceticismo pirrnico
grego *o conecimento imposs+vel esta perspectiva defende que imposs+vel ao
sujeito apreender o o%jeto, no avendo, por conseguinte, qualquer conecimento
verdadeiro-, que surge nos escritos de Sexto Emprico, e do ceticismo &cadmico,
apresentado emDe Academica, de .+cero! & nova pu%licao destas o%ras aconteceu
numa poca em que uma questo fundamental a respeito do conecimento religioso fora
levantada pela /eforma e .ontra0/eforma 1 como distinguir o verdadeiro
conecimento religioso de perspectivas falsas ou duvidosas? $escartes no queria
contentar0se com esta certeza limitada! 2rocurava verdades que nenum ctico pudesse
desafiar! (ejamos ento em que consistem os argumentos dos cticos3
a- A divergncia de opinies3 seja a respeito de que assunto for, opiniesdiferentes e opostas mesmo entre os mais s%ios so%re um assunto, o que leva os
cticos a concluir que se essas opinies e os argumentos que as sustentam no so
totalmente erradas, tam%m no so totalmente convincentes, pelo que o melor
que podemos fazer suspender o ju+zo so%re a questo, e no nos comprometermos
com a pretensa verdade destas crenas%- A perceo3 muitas das nossas crenas %aseiam0se na perceo e os cticos
camam a ateno para o facto de as pessoas estarem sujeitas a iluses e a erros, o
que faz da perceo uma fraca justificao para as nossas crenas porque constitui0
se mais como uma fonte de engano e duvida, do que de verdadec- A regresso infinita3 a forma mais comum de justificarmos uma crena pelo
recurso a outra crena da qual aquela inferida, se aquela que a suporta constituir
uma %oa justificao para ela! 4o entanto, os cticos questionam0se se o que
garante a verdade da primeira crena o facto de ela derivar de uma segunda, que
constitui uma %oa justificao, o que que constitui a verdade dessa segunda
crena? 0 s pode ser uma terceira crena! 5al conduzir a uma regresso infinita dejustificaes, o que significa, concluem os cticos, que se uma justificao 6ltima
1
7/26/2019 Justificao Das Crencas
2/3
na cadeia regressiva no encontrada, ento a crena que deveria justificar aquela
em que atualmente acredito no est justificada e no conecimento!
2ara alm da forma mais radical de ceticismo, o ceticismo pirrnico, e#iste tam%m o
ceticismo mitigado/parcial, segundo o qual o conecimento duvidoso! 7 um tipo deceticismo mais moderado do que o a%soluto3 no esta%elece a impossi%ilidade do
conecimento, mas sim a impossi%ilidade de um sa%er rigoroso, pelo que nos ficamos
pela pro%a%ilidade!
58m sido diversas, ao longo da istria, as tentativas de superao do ceticismo! &ceitar
a possi%ilidade do conecimento incorrer no dogmatismo enquanto perspetiva
filosfica quanto 9 possi%ilidade *ou justificao- do conecimento que considera
afirmativamente a relao entre sujeito e o%jecto, isto , que o sujeito apreende
efectivamente o o%jecto! : dogmtico no coloca em d6vida *a%soluta- a possi%ilidade
do conecimento acreditando que os o%jectos nos so dados directamente de um modo
a%soluto! "ste dogmatismo distingue0se, portanto, do dogmatismo ingnuo que constitui
uma completa su%misso sem e#ame cr+tico *e que no acontece em filosofia-!:s filsofos do in+cio do sc! '()) tentaram formular respostas ao novo ceticismo, de
modo a fundamentar teorias filosficas modernas que pudessem justificar a nova
ci8ncia! ;acon,
7/26/2019 Justificao Das Crencas
3/3
encai#am e se justificam umas 9s outras! 7 um critrio de justificao que
interno ao prprio sistema!
)remos, com a anlise comparativa de duas teorias e#plicativas do conecimento,
compreender que $escartes se assume como um dogmtico racionalista, e Humecomo um empirista ctico moderado!
5e#to adaptado por >aria )n8s omes, a partir de3 @onatan $ancA e "rnest =osa *org!- & .ompanion to
"pistemologA *:#ford3 ;lacBCell, DEEF, pp! FDE0FGD
3