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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
KAROLAYNE GOMES DE MELO
ÍNDICE DE QUALIDADE DA DIETA DE JOGADORES DE FUTEBOL DE UM CLUBE
PERNAMBUCANO
Vitória de Santo Antão
2016
KAROLAYNE GOMES DE MELO
ÍNDICE DE QUALIDADE DA DIETA DE JOGADORES DE FUTEBOL DE UM CLUBE
PERNAMBUCANO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Colegiado do Curso de
Graduação em Nutrição do Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco em cumprimento a requisito parcial para obtenção do grau
de Bacharel em Nutrição.
Orientação: Profª Drª Cybelle Rolim de
Lima.
Vitória de Santo Antão
2016
Catalogação na Fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE. Biblioteca Setorial do CAV.
Bibliotecária Ana Ligia Feliciano dos Santos, CRB4: 2005
M528i Melo, Karolayne Gomes de.
Índice de qualidade da dieta de jogadores de futebol de um clube Pernambucano./ Karolayne Gomes de Melo. - Vitória de Santo Antão, 2016.
42 folhas: il.; tab. Orientadora: Cybelle Rolim de Lima. TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico
de Vitória, Bacharelado em Nutrição, 2016. Inclui referências, apêndices e anexo.
1. Nutrição. 2. Consumo de Alimentos. 3. Exercício. I. Lima, Cybelle Rolim de (Orientadora). II. Título.
641.1 CDD (23.ed.) BIBCAV/UFPE-012/2017
KAROLAYNE GOMES DE MELO
ÍNDICE DE QUALIDADE DA DIETA DE JOGADORES DE FUTEBOL DE UM CLUBE
PERNAMBUCANO
TCC apresentado ao Curso de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como
requisito para a obtenção do título de
Bacharel em Nutrição.
Aprovado em: 21/12/2016.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________ Prof.ª Dr.ª Cybelle Rolim de Lima (Orientador) Universidade Federal de Pernambuco
_________________________________________
Prof.ª M.ª Catarine Santos da Silva (Examinador Interno)
Universidade Federal de Pernambuco
_________________________________________ Prof.ª Dr.ª Michelle Galindo de Oliveira (Examinador Interno) Universidade Federal de Pernambuco
AGRADECIMENTOS
À Deus por dar forças durante todo percurso nunca deixando ceder ao
cansaço e desistir dos meus objetivos.
À minha mãe, Rosimere Gomes, por todo apoio nos momentos mais difíceis,
investimento e confiança em mim sempre. Por sempre me esperar com “colo de mãe”
para um abraço depois de uma semana ou dias de estresse longe de casa, e por confiar
na minha capacidade para chegar aqui. Minha irmã, Kallyne M. Gomes, por me dar
amor, carinho e atenção, além de aguentar meus estresses sempre que tive algum
problema, e por independente disso continuar me amando. Meu pai, José Bezerra, por
me ajudar, mesmo que de longe, confiar na minha capacidade e entender a minha
ausência. Ao meu namorado/noivo, Braynner Aguiar, pelo apoio, amor e paciência
comigo durante a realização desse trabalho e em tantos outros momentos.
Aos meus amigos de turma, futuros amigos de profissão, por todo apoio nos
momentos difíceis, por tornar mais fácil e excepcionalmente mais divertida a minha
vida por esses anos. Pelo carinho, pelo conforto e acolhimento a mim. À minha
segunda família, Evelyn Pacífico e Sabrina Matos, pela amizade, acolhimento,
carinho e diversão durante os 3 anos em que dividimos a mesma casa e, muitas
vezes, lágrimas e sorrisos.
À minha estimada orientadora, Cybelle Rolim, pela orientação e empenho
durante a realização desse trabalho, pelos aconselhamentos e carinho. Pelos
conhecimentos repassados com tanto zelo e preocupação. E em especial, por não
desistir e confiar em mim em todos os momentos, serei eternamente grata. À todos
os professores que estiveram presente durante a minha vida e contribuíram para a
minha formação profissional e humana, em especial aqueles que estiveram me
acompanhando mais de perto.
Ao clube e a Rita de Cássia Rodrigues da Silva, nutricionista do mesmo, pela
oportunidade e apoio para realização deste trabalho.
RESUMO
Uma dieta adequada nutricionalmente é reconhecida como imprescindível para
promoção da saúde, para a prevenção e tratamento de doenças, além de auxiliar o
desempenho em exercícios físicos, já que fornece os substratos energéticos para a
melhora da habilidade do organismo. Nesse sentido, com intuito de avaliar a qualidade
das dietas, tem-se procurado desenvolver instrumentos úteis e válidos como o Índice de
Qualidade da Dieta (IQD). O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade da dieta de
jogadores de futebol da categoria de base (SUB-20) de um clube pernambucano. A
amostra foi composta por 11 jogadores do sexo masculino. Todos os jogadores
avaliados eram solteiros, com idade média de 18,54 anos (±0,82). A coleta de dados foi
realizada na sede do Clube em Recife, tendo sido aplicado 3 recordatórios 24 horas
(R24h) (um dia útil, um dia de jogo e um do final de semana) e posteriormente avaliada
a qualidade da dieta pelo IQD. O consumo energético total dos atletas, segundo os três
R24h, apresentaram valores mínimo e máximo de 2.035,3kcal a 5.469,3kcal, com média
de 3.602,6kcal. O escore médio do IQD das dietas foi de 71 pontos (±6,8), o que
classifica a dieta dos jogadores como “dieta saudável”. Embora a dieta tenha sido
avaliada como adequada/saudável, vale ressaltar que, os jogadores apresentaram baixo
consumo de frutas, verduras e legumes, e leites e derivados; e ainda um elevado
consumo de alimentos processados e ultraprocessados em especial nos dias de jogo.
De acordo com o coeficiente de correlação de Pearson, foi verificado que o sódio
apresentou correlação negativa moderada estatisticamente significante (p<0,05) com o
IQD dos jogadores. Considera-se assim, importante o desenvolvimento de ações de
educação alimentar e nutricional junto a essa população com objetivo orientar a escolha
de alimentos nutritivos e saudáveis, contribuindo assim, para o desenvolvimento físico,
saúde e qualidade de vida dos atletas.
Palavras-chave: Consumo alimentar. Exercício físico. Nutrição.
ABSTRACT
An adequated nutritionally diet is recognized as essential for health promotion, for
prevention and treatment of diseases, further helping the physical exercises
performance, because it offers the substrates energetic for improvement organism’s
ability. In this sense, in order to evaluate the quality of diets, it has been developed useful
and validated instruments like the Diet Quality Index (DQI). The objective of this work
was evaluate the quality of the diet in soccer players of the base category (SUB-
20) from Pernambuco club. The sample consisted of 11 male players. All soccers
players were single and their mean age was 18.54 years (± 0.82). A data collection was
performed at the Club's headquarters in Recife, and three 24-hour registers (R24h) (one
in current day, one in game day and one in weekend) were applied and the quality of the
diet was then evaluated by the DQI. The total energetic intake, according to the three
R24h, showed minimum and maximum values from 2,035.3kcal to 5,469.3kcal, with an
average of 3,602.6kcal. The average DQI score of the diets was 71 points (± 6.8), which
classifies the players' diet as a "healthy diet". Considering that the diet has been
evaluated as adequate / healthy, it is important to recognized that the players present low
intake of fruits and vegetables just like low intake of milk and derivatives; and a high
intake of processed and ultraprocessed foods, especially on game days. According to the
Pearson correlation coefficient, sodium was found to have a statistically significant
negative (p <0.05) negative correlation with the IQD of the players. Therefore, it is
important to develop food and nutritional education actions with this population to orient
the nutritional choices from nutritional and healthy foods, contributing to the physical
development, health and quality of life of athletes.
Keywords: Food intake. Physical exercise. Nutrition.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Pontuação dos componentes referentes aos grupos alimentares e
nutrientes ........................................................................................................................................................ 25
Tabela 2 – Escores do Índice de Qualidade da Dieta dos recordatórios alimentar de
jogadores de futebol de um clube Pernambucano ..................................................................... 28
Tabela 3 – Consumo médio de energia, gordura total, gordura saturada e colesterol
segundo os escores do Índice de Qualidade da Dieta de jogadores de futebol de um
clube Pernambucano ................................................................................................................................ 29
Tabela 4 – Escores dos componentes do Índice de Qualidade da Dieta de jogadores
de futebol de um clube Pernambucano ........................................................................................... 30
Tabela 5 – Escore do Índice de Qualidade da Dieta (IQD) segundo a escolaridade do
chefe da família, de jogadores de futebol de um clube Pernambucano .......................... 31
Tabela 6 – Coeficiente de correlação de Pearson entre o Índice de Qualidade da Dieta
e valor energético e nutrientes da dieta de jogadores de futebol de um clube
Pernambucano............................................................................................................................................. 32
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS .............................................................................................................................................. 14
3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................................................... 15
4 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................................... 16
4.1 Alimentação e nutrição: contributos para a saúde e o desempenho
físico ................................................................................................................................................................ 16
4.2 Aspectos nutricionais no futebol ........................................................................................... 17
4.3 Índices dietéticos para avaliação da qualidade da dieta ......................................... 20
5 METODOLOGIA .................................................................................................................................... 24
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................................... 27
8 CONCLUSÕES ....................................................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 34
ANEXO ................................................................................................................................... 37 ANEXO A – Comprovação do Comitê de Ética .................................................... 37 APÊNDICES ............................................................................................................ 39 APENDICE A – Questionário sociodemográfico e de estilo de vida ................. 39
APÊNDICE B – Recordatório 24 horas R24h) ....................................................... 40 APÊNDICE C – Questionário de frequência alimentar ......................................... 41
11
1 INTRODUÇÃO
Uma alimentação saudável deve ser baseada em práticas alimentares que
assumam o significado social e cultural dos alimentos como fundamento básico
conceitual. Cada vez mais se tem procurado orientar a população para um consumo
variado de alimentos e em quantidade suficiente, compondo, assim, uma dieta
adequada nutricionalmente. Esta, por sua vez, pode atuar tanto na promoção da
saúde, como na prevenção e tratamento de doenças, além de auxiliar o desempenho
em exercícios físicos, já que fornece os substratos energéticos para a melhora da
habilidade do organismo. Assim, a nutrição é reconhecida como imprescindível para
todos os ciclos de vida, para prática esportiva, principalmente quando se busca
melhorar o desempenho em esportes competitivos (BRASIL, 2010; CERVATO e
VIEIRA, 2003; VIVIANE e GARCIA, 2003; SOARES, 2001).
Embora bem documentado na literatura a relevância de uma boa nutrição
para a promoção da saúde, o interesse da população de esportistas/atleta pelo
assunto é raro, a não ser aquele ligado à melhoria do próprio desempenho físico
(CARVALHO et al, 2014). Entre as diversas modalidades esportivas existentes o
futebol caracteriza-se por exercícios intermitentes de intensidade variável, os quais
aproximadamente, 88% envolvem atividades aeróbias e, os 12% restantes,
atividades anaeróbias de alta intensidade. A demanda energética dos treinamentos e
competições requer que os jogadores consumam uma dieta balanceada,
particularmente rica em carboidratos (GUERRA; SOARES; BURINI, 2001).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (2009),
sugere-se uma ingestão de carboidratos entre 60 a 70% do VET diário para o bom
desempenho de um treinamento esportivo. Cerca de 1,2 a 1,6g/kg de peso/dia de
proteína para uma boa recuperação muscular, e 30% do VET diário de lipídeos, o
que corresponde aproximadamente a 1g/kg/dia do VET, sendo 10% de saturados,
10% de poli-insaturados e 10% de monoinsaturados.
Segundo Rebello et al. (1999), devido à falta de educação alimentar e
nutricional no âmbito esportivo, os atletas têm dificuldades em se alimentar com
qualidade, sendo pouco sensíveis ao entendimento de que possuem necessidades
nutricionais especiais, elevadas taxas metabólicas resultantes dos treinamentos e
jogos competitivos, tendo ainda como desafio a necessidade de rendimento
contínuo, o que reforça a importância do suporte nutricional a esta população.
12
A principal característica do consumo alimentar de indivíduos ou populações
sadias é a variabilidade da dieta, ou seja, a variação do consumo de alimentos
existente entre os indivíduos (BARBOSA, 2007). A verificação deste consumo é uma
estratégia interessante, pois permite identificar possíveis deficiências e/ou
desequilíbrios dos nutrientes na dieta, que podem influenciar a realização dos
exercícios físicos (REBELLO et al., 1999).
No intuito de avaliar qualitativamente as dietas, tem-se procurado desenvolver
instrumentos úteis e válidos, dentre eles, os índices dietéticos, que estão sendo
estudados como uma alternativa para realizar a avaliação da dieta de forma global
(FISBERG, 2004; CERVATO e VIEIRA, 2003). Os índices dietéticos são métodos de
análise da alimentação de indivíduos com a finalidade de determinar a qualidade da
dieta através de um ou mais parâmetros, tais como: ingestão adequada de
nutrientes, número de porções consumidas de cada grupo de alimentos (leite e
substitutos, carnes, cereais, frutas e hortaliças), quantidade de diferentes gêneros
alimentícios presentes na dieta (CERVATO e VIEIRA, 2003).
O Healthy Eating Index (HEI) desenvolvido em 1994 por Kant, teve como objetivo
criar um instrumento de medida da qualidade global da dieta, que refletisse um gradiente
de risco para muitas doenças crônicas relacionadas com a alimentação. Além disso,
pretendia identificar pessoas com dietas de alta qualidade, baseando-se na possibilidade
de se alcançar as necessidades nutricionais e diminuir a ingestão de gorduras total e
saturada. Este índice é baseado na importância de determinados nutrientes e nas
recomendações dietéticas do Food and Nutrition Board. (CERVATO e VIEIRA, 2003). No
Brasil, Fisberg et al. (2004) adaptaram e validaram o HEI para a população brasileira,
originando o Índice de Qualidade da Dieta (IQD).
No entanto, assim como o HEI-2005, o índice de qualidade da dieta não
mensura o consumo energético, pois avalia a qualidade mais que a quantidade da
dieta. Ao associar a qualidade da dieta a desfechos epidemiológicos relacionados
com o consumo energético, devem ser considerados, juntamente com o IQD,
indicadores de balanço energético (ex.: índice de massa corporal) (FERREIRA;
FISBERG; MARCHIONI, 2011).
Nesse sentido, a orientação nutricional aos jogadores tem proporcionado
equilíbrio energético diário, e também um ajuste na qualidade dietética, permitindo
uma adequada distribuição dos nutrientes energéticos, construtor, assim como de
minerais, vitaminas, fibras e líquidos (QUINTÃO, 2013); o que torna relevante a
13
continuidade de estudos dessa natureza com o intuito de identificar comportamentos
alimentares de riscos para saúde e desempenho físico.
14
2 OBJETIVOS
GERAL
Avaliar o índice de qualidade da dieta de jogadores de futebol de um clube
pernambucano.
ESPECÍFICOS
- Caracterizar a população segundo variáveis sociodemográficas;
- Avaliar o consumo de nutrientes levando em consideração os componentes do
índice de qualidade da dieta;
- Identificar os principais grupos alimentares e nutrientes que apresentam
consumo inadequado.
15
3 JUSTIFICATIVA
Considerando a importância de uma alimentação equilibrada para a saúde,
composição corporal e desempenho físico do atleta, o estudo da qualidade da dieta
de jogadores de futebol é pertinente e relevante. Sabendo ainda que o
comportamento alimentar é resultado de vários fatores da vivencia e convivência do
indivíduo, o presente estudo a partir dos seus achados utilizará a educação
alimentar e nutricional como instrumento para mudança do comportamento alimentar
dos atletas de modo a contribuir para melhora da composição corporal/estado
nutricional/saúde e qualidade de vida desses indivíduos.
Ressalta-se ainda que há uma escassez de trabalhos científicos que utilizem
o índice de qualidade da dieta para avaliar a dieta de jogadores de futebol
adolescentes, sendo que essa população deve ter uma atenção maior quanto a
alimentação devido as necessidades fisiológicas características dessa faixa etária.
16
4 REVISÃO DA LITERATURA
4.1 Alimentação e nutrição: contributos para a saúde e o desempenho físico
A nutrição e a alimentação constituem requisitos básicos para a promoção e a
proteção da saúde, possibilitando o crescimento e desenvolvimento humano, com
qualidade de vida e cidadania. A primeira é considerada um ato involuntário que se
inicia a partir do momento em que o alimento é levado à boca até a absorção dos
nutrientes, envolvendo todos os processos durante esse percurso (RODRIGUES et
al., 2007; BRASIL, 2012). Já a alimentação, segundo o dicionário, significa ato ou
efeito voluntário de se alimentar, mas, mais do que isso a mesma está relacionada
com hábitos alimentares, que incluem as opções e decisões quanto à: quantidade,
tipo de alimento, forma de aquisição, conservação e preparação dos alimentos. Além
de horários, local e companhia para a realização das refeições (RODRIGUES et al.,
2007; FERREIRA, 2010).
Ter uma alimentação saudável é um direito humano que compreende um
padrão alimentar adequado às necessidades biológicas e sociais dos indivíduos de
acordo com as fases da vida, devendo ser baseada nas características individuais e
grupais. Compreendendo, desse modo, as Leis da Alimentação de Pedro Escudero,
possuindo quantidade, qualidade, harmonia e adequação (PINHEIRO, 2006).
A alimentação é um dos principais determinantes da saúde e traduz as
condições de vida de cada um. O equilíbrio das necessidades nutricionais é capaz
de prevenir e tratar doenças, melhorar a qualidade de vida, auxiliar o desempenho
físico de atletas e praticantes de atividade física, entre outros (LOUREIRO, 2004).
Em relação à prática esportiva, um desempenho físico melhorado depende
de uma alimentação equilibrada e ingestão adequada de energia, uma vez que
suporta a função corporal ideal, determina a capacidade de absorção de
macronutrientes e micronutrientes e auxilia no corpo influenciando na sua
composição, por conseguinte, promovendo saúde desses atletas (Dietitians of
Canada, 2016; THOMAS; BURKE, 2016). A baixa ingestão de energia pode resultar
em fornecimento insuficiente de importantes nutrientes relacionados ao metabolismo
energético, à reparação tecidual, ao sistema antioxidante e à resposta imunológica
(PANZA et al., 2007).
Durante o exercício, os atletas podem sofrer esgotamento dos estoques de
glicogênio, desidratação e lesões musculares. Assim, a ingestão de alimentos ricos
17
em nutrientes como: carnes magras, leite e seus derivados, frutas, legumes,
carboidratos complexos e água podem melhorar a termos adequada regulação da
temperatura, aumentar as reservas de energia, maximizar a síntese de proteína
muscular e proporcionar o fornecimento adequado de vitaminas e minerais
(THOMAS E BURKE, 2016).
De forma geral, a alimentação para promover saúde e melhorar o
desempenho de um atleta deve ser baseada no aporte energético, glicídico, proteico,
lipídico e hídrico ideais, assim como de vitaminas e minerais: vitaminas E, C e
vitaminas do complexo B. Esta última, é importantíssima frente a um aumento do
consumo de carboidratos por serem principais co-fatores nas reações de geração de
energia provenientes da degradação de carboidratos (TIRAPEGUI, 2009).
Nesse sentido, é de fundamental importância um adequado planejamento
dietético para o esportista/atleta, de modo a assegurar todas as exigências
nutricionais para um bom funcionamento orgânico, ou seja, para uma boa saúde e
qualidade de vida, por conseguinte um adequado desempenho físico.
4.2 Aspectos nutricionais no futebol
É sabido que a alimentação dos atletas deve ser diferenciada dos demais
indivíduos, devido ao gasto energético um tanto elevado, do requerimento de
nutrientes (macronutrientes e micronutrientes) e aporte hídrico que varia de acordo
com o tipo de atividade, do momento de ingestão e da fase do treinamento
(TIRAPEGUI, 2009).
O futebol é um dos esportes mais conhecidos do mundo, praticado por
homens e mulheres de diferentes faixas etárias e em diferentes níveis de dificuldade.
Com duração mínima de 90 minutos, o futebol requer uma demanda de energia
moderada a alta, pois o mesmo é composto de exercícios intermitentes de
intensidade variável (GUERRA, 2001).
Durante o jogo 35% do tempo total é composto por corridas de baixa
intensidade e aproximadamente 8,1% a 18% de alta intensidade. Nele os jogadores
percorrem, cerca de 11km, sendo a distância percorrida 5% maior no primeiro tempo
do que no segundo, e variando a distância total média em 3,2km em caminhada,
1,8km de corrida e 1km de Sprint. Os jogadores de meio-campo percorrem uma
distância média de 10,2km a 11km, enquanto que, os zagueiros cerca de 9,1km a
9,6km e os atacantes 10,5km (TIRAPEGUI, 2009).
18
Alguns aspectos que são fundamentais para um bom desempenho durante o
jogo são o treinamento físico e a nutrição. A quantidade e intensidade de treinos e
competições requerem alta demanda energética e consumo glicídico adequado
visando à manutenção do glicogênio muscular, glicose sanguínea e retardo da
fadiga (GUERRA, 2001; ELIZONDO, 2015).
Segundo Tirapegui (2009) e Guerra (2001), a ingestão energética diária dos
jogadores de futebol normalmente varia entre 3.150 kcal a 4.300 Kcal. No entanto,
Elizondo (2015) verificou em seu estudo que os grupos de jogadores avaliados
possuíam necessidade energética diária entre 2.715 e 3.067 Kcal. Mas, sabe-se que
o valor energético total (VET) de cada jogador requer individualidade, visto que ele
compreende taxa metabólica basal, efeito térmico dos alimentos, efeito térmico da
atividade e, em alguns casos, crescimento (BURKE apud MANORE; THOMPSON,
2006; Dietitians of Canada, 2016).
Além da energia, a quantidade e adequação dos nutrientes são essenciais
para um bom desempenho durante o jogo. A maior parte da dieta de um indivíduo
atleta deve ser composta por carboidratos, esse será responsável pela maior parte
de energia utilizada durante o exercício. A literatura aponta que a ingestão de cerca
de 312g de carboidratos 4 horas antes do esforço, resulta em um aumento de 15%
no desempenho físico (GUERRA, 2001).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (2009),
sugere-se que a ingestão de carboidratos entre 60 a 70% do VET diário seja
suficiente para o bom desempenho de um treinamento esportivo. Na recuperação
muscular recomenda-se um consumo de carboidratos entre 5 e 8g/kg de peso/dia.
Já em atividades de longa duração e/ou treinos intensos, como o futebol e esportes
de competição pode ser necessário até 10g/kg de peso/dia para a recuperação
adequada do glicogênio muscular e/ou aumento da massa muscular.
Para cada hora de exercício, em exercícios de longa duração, é recomendado
aos atletas consumirem, entre 7 e 8g/kg de peso ou 30 a 60g de carboidrato, de
forma a evitar hipoglicemia, depleção de glicogênio e retardar a fadiga. Essa pode
ser ingerida em forma de bebidas isotônicas com teor de 6% a 10% de carboidrato.
Já após o exercício exaustivo, recomenda-se a ingestão de carboidratos simples
numa escala de 0,7 e 1,5g/kg peso no período de quatro horas, sendo suficiente
para a ressíntese plena de glicogênio muscular (SBME, 2009; TIRAPEGUI, 2009).
19
Com relação às proteínas, para um futebolista, esse nutriente tem um papel
auxiliar no fornecimento de energia para a atividade por meio da oxidação de
aminoácidos – principalmente os de cadeia ramificada – podendo contribuir com
10% do fornecimento de energia, sendo recomendado cerca de 1,2 a 1,6g/kg de
peso/dia segundo a SBME (2009), enquanto que, Tirapegui (2009) recomenda 1,4 a
1,7g/kg/dia considerando que o futebol é uma atividade de endurance e força.
No tocante a oferta lipídica na dieta de jogadores de futebol, essa segue a
mesma recomendação para a população em geral, sendo 30% do VET diário, o que
corresponde aproximadamente a 1g/kg/dia do VET. Porém a parcela de ácidos
graxos essenciais deve ser de 10% de saturados, 10% de poli-insaturados e 10% de
monoinsaturados (SBME, 2009). Esses, juntamente com os carboidratos são a
principal fonte de energia durante o exercício, além de auxiliar no transporte das
vitaminas lipossolúveis. O alto consumo de lipídio por atletas é muito documentado
na literatura como um problema, sendo essa prática bastante preocupante, pois
sugere se uma diminuição do consumo de carboidratos (TIRAPEGUI, 2009;
Dietitians of Canada, 2016; SMBE, 2009).
Outro fator bastante importante antes, durante e depois dos exercícios de alta
intensidade é a hidratação. A grande perda de líquidos que acontece nos jogos pode
levar o atleta à desidratação; essa por sua vez, pode afetar o desempenho aeróbio,
aumentar a frequência cardíaca, podendo causar tonturas, fadiga, coma e até morte.
Em uma hora um jogador pode perder cerca de 2 litros de suor, sendo recomendado
ingerir 500mL de solução glicosada na concentração de 5% a 8% 30 minutos antes
do jogo, e continuar se hidratando ao longo do esforço. Essa concentração é ideal
para que o jogador tenha um ótimo esvaziamento gástrico, evitando desconforto
gastrointestinal (TIGUERAPI, 2009; SBME, 2009).
Além dos aspectos quantitativos dos nutrientes da dieta, a qualidade da
alimentação constitui um alicerce para o desempenho físico, sendo imprescindível para
garantir os combustíveis do metabolismo corporal durante o exercício. Ela se baseia na
variedade, no equilíbrio e na moderação alimentar, a primeira proporciona uma
quantidade suficiente de todos os nutrientes necessários para a boa manutenção
corporal, assim como o equilíbrio e a moderação que são importantes para evitar o
consumo excessivo de alimentos de má qualidade (MCARDLE; KATCH, 2011).
O baixo consumo de frutas, legumes e verduras é comum no ambiente
futebolístico e de atletas, além da dificuldade que os atletas têm em se alimentar com
20
qualidade. Alguns autores explicam esses comportamentos pela falta de
conhecimento e consciência, de que eles não são pessoas comuns e necessitam de
uma alimentação nutricionalmente completa, tendo em vista que, o elevado gasto
energético durante treinamentos e jogos competitivos, sendo necessário alto
rendimento, além de passarem por uma gama de processos catabólicos (REBELLO,
1999; MCARDLE;KATCH, 2011; SOUZA, 2015)
Nesse contexto, os atletas de futebol requerem maior atenção para o alcance
de uma alimentação equilibrada tanto em termos de quantidade como de qualidade,
antes, durante e depois de treinamentos e competições; visto que esse tipo de
exercício pode afetar a saúde de forma negativa aumentando riscos de
desidratação, desgaste físico e desnutrição, que podem ocasionar repercussões
negativas na saúde e qualidade de vida dessa população (GUERRA, 2001).
4.3 Índices dietéticos para avaliação da qualidade da dieta
A relação entre dieta e saúde pode ser avaliada pelo nível de alguns
componentes da dieta, a saber: nutrientes, tipos de alimento, grupo ou grupos de
alimentos e hábitos alimentares. Visando avaliar qualitativamente as dietas, tem-se
buscado estruturar instrumentos úteis e válidos, de modo que não seja avaliado
apenas um nutriente, mas todo o conjunto dietético (COSTA et al., 2012). Esses
instrumentos são os índices que propõem avaliar e guiar a ingestão da dieta de
indivíduos e de populações, podendo dessa forma promover saúde e verificar a
ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis (VOLP et al., 2010; NESPECA;
CYRILLO, 2010).
Os Índices, ferramentas de avaliação do consumo alimentar, tem como
objetivo medir e quantificar uma variedade de condições clínicas, ambientais,
atitudes e crenças que acredita-se ser muito difícil medir quantitativamente e com
fidelidade. Todos eles possuem medidas combinadas de variáveis individuais (itens
do índice ou componentes) e cada componente deles expressa uma diferente
importância (KANT, 1996).
A maioria dos índices dietéticos possui componentes e/ou escores usados de
maneira aleatória em relação ao seu peso e, que são somados com o intuito de
obtenção de um escore final que melhor descreva a condição de saúde, de ambiente
e hábitos de uma pessoa ou população. Dentre os vários índices existentes, os que
apresentam maior destaque por sua utilização são o Escore de Diversidade da Dieta
21
(EDD), o Índice de Qualidade da Dieta (IQD/HEI), o Índice de Alimentação Saudável
(IAS), a Contagem (Escore) de Alimentos Recomendados (CAR) e o Escore da Dieta
Mediterrânea Alternativo (EDM-A) (VOLP, 2011).
O Escore da Variedade da Dieta (EVD) considera que a escolha de alimentos
variados pode contribuir para uma melhora na alimentação por meio da ingestão
variada de alimentos, colaborando desse modo, para a ingestão dos nutrientes
necessários para a manutenção da saúde. Já o Escore da Diversidade da Dieta
(EDD) se baseia no número dos maiores grupos de alimentos (lácteos, carnes,
grãos, frutas e hortaliças/verduras), consumidos diariamente por participantes do
National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES-II).
Outro índice bastante conhecido é o Índice de Alimentação Saudável (IAS),
que foi criado com base no Dietary Guidelines For Americans e no The Food Guide
Pyramid; enquanto que, a Contagem (Escore) de Alimentos Recomendados (CAR)
foi desenvolvida a partir de alimentos indicados pelos guias de ingestão atual. Por
fim, tem-se baseado numa escala que quantifica e qualifica a dieta da população
grega, adaptado por Fung et al., o Escore da Dieta Mediterrânea Alternativo (EDM-
A) no qual se utiliza um questionário de frequência de alimentos desenvolvido nos
Estados Unidos (BOWMAN, 1998; VOLP, 2011; LAUFFER, 2006; SANTOS, 2015).
O Healthy Eating Index (HEI), desenvolvido por Kant em 1994, visava à
avaliação da medida de qualidade global da dieta, que refletisse um gradiente de
risco para doenças crônicas relacionadas com a alimentação. Além disso, pretendia-
se identificar pessoas com dietas de alta qualidade, baseando-se na possibilidade de
se alcançar as necessidades nutricionais e diminuir a ingestão de gorduras totais e
saturadas. Este índice é baseado na importância de determinados nutrientes e nas
recomendações dietéticas do Food and Nutrition Board. (CERVATO; VIEIRA, 2003;
BOWMAN et al., 1998).
No Brasil, Fisberg et al. (2004) adaptaram e validaram o HEI para a população
brasileira, originando o Índice de Qualidade da Dieta (IQD). Esse é estruturado com
10 componentes, sendo: componente 1 a 6, grupos de alimentos da pirâmide
alimentar brasileira, cujo consumo das porções recomendadas e o consumo inferior
à elas contabilizam 10 e 0 pontos, respectivamente; componente 7 - gordura total, no
qual o consumo > 45% do total de energia fornecida pela dieta contabiliza 0 pontos e
o consumo < 30%, 10 pontos; componente 8 - colesterol, consumo de 300mg/dia (10
22
pontos), já 450mg/dia (0 pontos); componente 9 - sódio, consumo de 4800mg/dia (0
pontos) e 2400mg/dia ou menos (10 pontos); e componente 10 - variedade da dieta,
sendo avaliada em grande variedade de porções dos grupos da pirâmide alimentar,
10 pontos, e baixa variedade de porções 0 pontos.
Em 2006 com a criação do Guia Alimentar para a População Brasileira surgiu
à necessidade de se revisar o IQD, estruturando-se a partir desse momento o Índice
de Qualidade da Dieta Revisado (IQD-R) (FERREIRA; FISBERG; MARCHIONI,
2011); ANDRADE et al. (2013) avaliaram o IQD-R quanto a sua confiabilidade e
aplicabilidade, sendo o resultado positivo nesses aspectos; a validade do
instrumento foi sustentada, visto que, o índice contempla as principais
recomendações do Ministério da Saúde.
O IQD-R avalia a ingestão de diversos nutrientes, dentre eles: gorduras -
saturada, trans, monoinsaturada, poli-insaturada e de peixe; sódio; álcool e açúcar
de adição. Seus pontos de corte referentes às pontuações máximas, intermediária e
mínima dos componentes foram baseados nas recomendações do Guia Alimentar
para a População Brasileira (2006), bem como nas da Organização Mundial de
Saúde (OMS), do Institute of Medicine, no Healthy Eating Index 2005 (HEI-2005) e
da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) (FERREIRA; FISBERG; MARCHIONI,
2011). Esse índice, oposto ao IQD adaptado, possui 12 componentes, dos quais 9
são grupos alimentares, 2 são nutrientes e o último representa a soma do valor
energético proveniente da ingestão de gordura sólida, álcool e açúcar de adição
(componente Gord_AA) (FERREIRA; FISBERG; MARCHIONI, 2011).
No entanto, o IQD adaptado e revisado, assim como o HEI-2005, não
mensura o consumo energético, uma vez que, seu foco está na avaliação da
qualidade da dieta. Portanto, para avaliar a quantidade de energia com desfechos
epidemiológicos faz-se necessário o uso de outros instrumentos capazes de
mensurar o valor energético. Tanto o IQD quanto o HEI-2005 utilizaram dados
dietéticos de um único dia, obtidos em estudos transversais de base populacional,
não sendo possível estimar a ingestão habitual, apresentando-se como limitação
desses métodos (FERREIRA, FISBERG e MARCHIONI, 2011).
Mesmo possuindo vantagens, estudos futuros devem ser realizados para
elucidar melhor a aplicabilidade desses índices na população brasileira. Mas de
antemão, pode-se dizer que a utilização do Guia Alimentar 2006 na atualização do
23
IQD possibilitou o desenvolvimento de um instrumento dietético capaz de avaliar e
monitorar a adesão dos brasileiros às recomendações nutricionais atuais propostas
para os vários ciclos de vida, exceto para crianças menores de dois anos de idade.
(FERREIRA; FISBERG ; MARCHIONI, 2011).
Os instrumentos de avaliação da qualidade da dieta têm sido muito utilizados
na população em geral, mas é necessária a avaliação de outras populações com
características diferenciadas, como os atletas. Tiveron et al. (2009) demonstrou em
seu estudo, no qual a qualidade da dieta de praticantes de futsal foi avaliada pelo
Índice de Alimentação Saudável (IAS), que a dieta dos atletas se mostrou
inadequada. Sartori et al. (2002), também avaliando a dieta de atletas de futsal, do
Paraná e Rio Grande do Sul, evidenciaram um baixo consumo de frutas e verduras,
o que poderia estar interferindo na qualidade da alimentação dos mesmos.
Nesse sentido, é importante atentar tanto para quantidade como para a
qualidade dos alimentos que compõem a dieta dos atletas, ajustando-a as suas
necessidades nutricionais; uma vez que o alimento é determinante para o adequado
funcionamento metabólico dos mesmos, tendo em vista as demandas físicas
impostas pelo exercício físico durante a realização de treinamentos e competições
(GUERRA, 2001).
Assim, a análise da alimentação e dos hábitos alimentares é um método
adequado para identificar possíveis deficiências e/ou desequilíbrios na ingestão dos
nutrientes na dieta que influenciem na realização do exercício físico, e os
instrumentos de avaliação dietética, como IQD, IAS, IQD-R, EDD entre outros,
permitem averiguar essas informações, possibilitando a sensibilização dos atletas
quanto à importância de uma alimentação equilibrada para saúde e desempenho
esportivo (REBELLO, 1999; VOLP, 2010; FISBERG, 2004; TIVERON, 2009).
24
5 METODOLOGIA
A amostra foi composta por 11 jogadores de futebol da categoria de base (SUB-
20), pertencentes a um clube Pernambucano. Todos os atletas treinavam diariamente
em dois períodos, manhã e tarde, perfazendo o total diário de 3:30 (três horas e trinta
minutos) em quadra e 2:30 (duas horas e trinta minutos) em preparação física.
Os mesmos foram avaliados e, previamente, informados sobre os objetivos e
procedimentos do presente estudo e ao concordarem em participar, de maneira
voluntária, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. O procedimento
experimental foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos
do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco (CEP/
CCS/UFPE) UFPE (CEP/ CCS/UFPE) (CAEE: 56933416.7.0000.5208) (ANEXO A).
A coleta de dados foi realizada na sede do Clube em Recife por estudante do
Curso de Graduação em Nutrição, treinado e habilitado para a aplicação dos
questionários que abordassem estilo de vida (sociodemográfico – APÊNDICE A) e o
consumo alimentar dos jogadores como o recordatório 24h (APÊNDICE B) e
questionário de frequência alimentar (APÊNDICE C).
O consumo alimentar foi avaliado por meio do Recordatório de 24 horas (R24h),
sendo considerados todos os itens, variações dos alimentos e quantidades. Foram
preenchidos três R24h, em dias não consecutivos, incluindo um dia útil, um dia de jogo e
um do final de semana. Os jogadores deveriam relatar, de forma mais precisa possível,
os alimentos e bebidas ingeridos durante as 24 horas do dia em questão, em medidas
caseiras. Para informação sobre as medidas usuais de consumo foram referenciados
alguns utensílios domésticos (exemplos: "copo de requeijão", colheres de sopa,
sobremesa e café, escumadeira, concha). Todos os R24h foram revisados no momento
do recebimento para minimizar possíveis erros de preenchimento e, posteriormente,
novamente avaliados para verificação da consistência dos dados. Os dados coletados
pelos R24h preenchidos foram calculados em energia (Valor Calórico Total - VCT) com
auxílio da plataforma Calcnut 2.0.
A partir da análise dos r24h, a qualidade da dieta foi avaliada pelo índice de
qualidade da dieta (IQD) adaptado proposto por FISBERG et al. (2004). Originalmente, o
IQD adaptado é composto por 10 componentes, porém ao utilizar a pirâmide alimentar
de 2006 os componentes de 1-5 passaram a ser de 1-6 (cereais, raízes e tubérculos,
verduras e legumes, frutas, leite e derivados, carnes e ovos, feijões e oleaginosas)
resultando num total de 11 componentes. Os componentes 1-6, como já
25
mencionado, são referentes aos grupos da pirâmide alimentar, o componente 7
referente à gordura total, o componente 8 à gordura saturada, componente 9 ao
colesterol, o componente 10 ao sódio e, por fim, o componente 11 referente a
variedade da dieta.
Para calcular o índice, primeiramente, os alimentos e ingredientes foram
separados levando em consideração a sua participação nos grupos da pirâmide
alimentar, e pontuados de acordo com a tabela 1. Receberam pontuação de 0 a 10
referente à adequação do consumo, ou seja, aqueles que estavam dentro da
quantidade recomendada receberam pontuação 10, e aqueles que não existiam
consumo receberam pontuação 0. Os alimentos em que o consumo estava entre o
mínimo recomendado e o seu não consumo levaram pontuação entre 0-10 de forma
proporcional.
Tabela 1 - Pontuação dos componentes referentes aos grupos alimentares e
nutrientes.
Componentes 1-6 Mínimo recomendado Não atinge a
(10 pontos) recomendação
(0 pontos)
Cereais , pães, raízes 6 porções < 6 porções
e tubérculos
Verduras e legumes 3 porções < 3 porções
Frutas 3 porções < 3 porções
Leite e derivados 3 porções < 3 porções
Carnes e ovos 1 porções < 1 porções
Feijões e oleaginosas 1 porções < 1 porções
Gordura total ≤ 30% VCT ≥ 45% VCT
Gordura saturada ≤ 10% VCT ≥ 15% VCT
Colesterol ≤ 300mg/dia ≥ 450mg/dia
Sódio ≤ 2400mg/dia ≥ 4800mg/dia
Variedade da dieta 15 alimentos 5 alimentos
* Pirâmide alimentar brasileira (2006), ** Dietary Guidelines for Americans (2010).
26
Por fim, as pontuações foram somadas e aplicadas ao escore final do IQD
adaptado, classificando a dieta dos participantes em inadequada (0-40 pontos),
precisando de melhorias (41-64 pontos) ou saudável (65-100 pontos).
A construção do banco de dados foi realizada no programa Microsoft Office
Excel 2016, sendo utilizada a estatística descritiva (porcentagens, média, desvio
padrão (DP), erro padrão, valores máximos e mínimos) para apresentação dos
resultados.
Para a comparação estatística da relação entre as médias dos escores IQD e
de energia e as variáveis dietéticas (carboidrato, proteína, gordura total, gordura
saturada, colesterol, fibra, açúcar total e sódio) foi calculado o coeficiente de
correlação de Pearson com o auxílio do programa SPSS versão 20.0 para Windows.
Além disso, foi verificada a probabilidade de significância do mesmo pelo valor-p
(p<0,05).
.
27
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Todos os jogadores avaliados eram adolescentes do sexo masculino, solteiros,
com idade média de 18,54 anos (±0,82). O consumo energético total dos atletas,
segundo os três recordatório 24h, apresentaram valores mínimo e máximo de
2.035,3kcal a 5.469,3kcal, com média de 3.602,6kcal, estando o valor médio e o valor
máximo de acordo com as recomendações da Sociedade Brasileira de Medicina do
Esporte (2009), que orientam o consumo de energia entre 3.000 – 5.000 Kcal/dia, para
atletas de esporte de longa duração, a exemplo de jogadores de futebol. Os achados do
presente estudo corroboram os de Rebello (1999), que constatou uma ingestão
energética média dos jogadores juniores de futebol avaliados de 3.689 kcal/dia.
Na tabela 2 encontra-se explicitados as características do estilo de vida dos
jogadores avaliados, na qual se pode observar que os 63,64% (n=7) atletas
apresentam tempo de prática esportiva entre 6 a 15 anos. Embora, a população
avaliada trate-se de atletas, foi registrado que 36,36% (n=4) dos jogadores
consomem bebidas alcoólicas. Estudos sugerem que o uso moderado do álcool não
é prejudicial ao desempenho, mas em excesso o mesmo pode prejudicar o
metabolismo, as funções cardiovasculares e termorreguladoras, sendo nociva à
saúde (MAUGHAN, 2006); sendo assim necessária a educação em saúde junto a
esses jogadores, para o consumo consciente desse tipo de bebida.
Não obstante, a incessante busca na literatura não foram encontrados artigos
originais que avaliassem o índice de qualidade da dieta em atletas adolescentes, em
especial no futebol que permitissem uma efetiva comparação com os resultados do
presente estudo. Assim, os mesmos serão discutidos a luz dos valores referenciados
pelo IQD.
28
Tabela 2 - Escores do Índice de Qualidade da Dieta dos recordatórios alimentar
de jogadores de futebol de um clube Pernambucano.
Atletas R24h* 1 R24h 2 R24h 3 Média
(Dia útil) (Dia de (Final de IQD**
Jogo) Semana)
1 70,89 71,11 77,49 73,16
2 71,05 66,94 54,95 64,31
3 64,1 79,19 81,46 74,92
4 80,62 72,9 75,24 76,25
5 64,74 79,36 87,98 77,36
6 63,53 74,31 66,75 68,20
7 83,42 76,79 69 76,40
8 65,82 65,22 54,66 61,90
9 57,12 69,59 77,56 68,09
10 68,89 78,61 76,38 74,63
11 68,64 62,11 67,75 66,17
Total 69 (±7,5) 72,4 (±5,9) 71,7 (±10,3) 71 (±6,8)
*Recordatório alimentar de 24 horas; **
Índice de Qualidade da Dieta.
Fonte: MELO, K. G., 2016. Nota: Elaborada pela autora com base nos dados coletados na pesquisa.
O escore médio do IQD das dietas da população em estudo foi de 71 pontos
(±6,8\), o que classifica a dieta dos jogadores em geral como “dieta saudável” (tabela 2).
Ainda na mesma tabela, pode-se observar que o maior escore médio (72,4 pontos) foi
registrado no dia de jogo, possivelmente por nesse dia ser oferecido uma maior
variedade de alimentos (frutas, legumes e verduras, cereais, carnes), o que contribui
para um consumo diversificado de alimentos. A boa qualidade da dieta dos jogadores de
futebol do presente estudo deve-se em parte aos atletas realizarem todas as refeições
no refeitório do clube, que possui um cardápio planejado sob a supervisão do
nutricionista e ainda, às orientações nutricionais repassadas por esse profissional, o que
reforça a importância da educação alimentar e nutricional para atletas.
No entanto, embora a dieta dos jogadores avaliados seja saudável segundo
avaliação pelo IQD, vale ressaltar que o consumo de frutas, legumes e verduras, em
especial no dia em que não tem jogo se mostrou insatisfatório, quando comparado
as recomendações de ingestão para esses alimentos segundo a Pirâmide Alimentar
Brasileira (2006). Dos R24h analisados 94% (n=31) apontaram que os jogadores
29
tinham um consumo de verduras e legumes inferior a 3 porções/dia e ainda em 85%
(n=28) dos R24h, para um consumo de frutas também abaixo de 3 porções/dia,
apenas 6% (n=2) apresentaram um consumo ≥ 3 porções/dia de verduras e
legumes, e 15% (n=5) um consumo ≥ 3 porções/dia de frutas.
É importante registrar que, embora a dieta dos jogadores apresente uma
diversidade de alimentos, com a presença de alimentos saudáveis, foi verificado o
consumo de ultraprocessados (fast foods) nos três r24h, principalmente no término
dos dias de jogo, nos quais os atletas costumam se confraternizar após a partida.
Assim, é relevante incluir nas orientações nutricionais a esses jogadores a
abordagem dos impactos nutricionais do consumo desses alimentos na saúde e
desempenho físico do atleta. Segundo o novo Guia Alimentar para a População
Brasileira, os alimentos ultraprocessados são ricos em gorduras, sal, corantes,
aromatizantes, entre outros produtos químicos, pobres em vitaminas e minerais, que
contribuem negativamente para saúde, devendo dessa forma, ter o seu consumo
desencorajado junto à população (BRASIL, 2014).
Tabela 3 - Consumo médio de energia, gordura total, gordura saturada e
colesterol segundo os escores do Índice de Qualidade da Dieta de jogadores
de futebol de um clube Pernambucano.
IQD escore N Energia Gordura Gordura Colesterol
(kcal*) Total Saturada (mg***)
(%**) (%**)
Escore 41 – 64 1 5469,3 36 14,3 904,67
Escore ≥ 65 10 3416 26,7 8,37 628,97
Média 71 (±5,46) 11 3602,6 24,37 8,9 654,03
*Quilocalorias; **Percentual do valor calórico total da dieta; ***Miligramas Fonte: MELO, K. G., 2016. Nota: Elaborada pela autora com base nos dados coletados na pesquisa.
Com relação ao consumo de energia e gorduras, na tabela 4 pode-se observar
que o consumo médio de gordura total e saturada estiveram adequadas nos jogadores
que apresentaram o escore ≥ 65. O comportamento das escalas dos escores no
presente estudo seguiu ao registrado na pesquisa de Fisberg et al. (2004) que verificou
na sua população, um aumento do percentual desses nutrientes de acordo com a
diminuição do escore da dieta. No entanto, o consumo de colesterol se apresentou
acima do recomendado segundo o Dietary Guidelines for Americans (2010) e a I
Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular (2013), que
referenciam que a ingestão de 300mg/dia ou menos seria o ideal para população em
geral.
Tabela 4 - Escores dos componentes do Índice de Qualidade da Dieta de
jogadores de futebol de um clube Pernambucano.
Componentes Média Desvio
padrão
Cereais, pães, raízes e tubérculos 8,79 1,16
Verduras e legumes 3,84 2,43
Frutas 4,15 2,50
Leites e derivados 2,62 1,95
Carnes e ovos 9,70 1,01
Feijões e oleaginosas 8,72 2,21
Gordura total 9,53 0,64
Gordura saturada 8,76 2,16
Colesterol 2,03 1,46
Sódio 8,35 1,39
Variedade da dieta 4,63 1,38
Fonte: MELO, K. G., 2016. Nota: Elaborada pela autora com base nos dados coletados na pesquisa
A tabela 5 reúne os escores médios e seus respectivos desvios padrões dos
componentes do IQD. Os escores médio dos grupos verduras e legumes, frutas e
leites e derivados foram baixos, devido ao consumo dos alimentos desses grupos
não atingirem as porções recomendadas. Assim, de maneira semelhante o escore
médio do componente “variedade da dieta” também se apresentou baixo refletindo
uma baixa variedade de alimentos na dieta.
O escore médio do componente colesterol também se mostrou baixo (2,03
pontos), devido a um consumo elevado desse nutriente. Por outro lado, Costa et al.,
(2012) em pesquisa com mulheres praticantes de atividade física do programa
academia da cidade no município de Botucatu - SP, apresentou um escore médio
adequado para o colesterol (9 pontos), a heterogeneidade das populações em
estudo pode possivelmente explicar a divergência dos resultados.
31
Tabela 5 - Escore do Índice de Qualidade da Dieta (IQD) segundo a
escolaridade do chefe da família, de jogadores de futebol de um clube
Pernambucano.
Variável n Média Erro
IQD* padrão
Escolaridade do chefe da família
Analfabeto / Fundamental I incompleto 1 64,31 -
Fundamental I completo / Fundamental II 3 73,39 2,71
incompleto
Fundamental II completo / Médio incompleto 1 76,25 -
Médio completo / superior incompleto 4 69,84 3,31
Superior completo 2 70,62 2,53
*Índice de qualidade da dieta Fonte: MELO, K. G., 2016. Nota: Elaborada pela autora com base nos dados coletados na pesquisa
Levando em consideração a escolaridade do chefe da família as médias dos
escores do IQD não variaram, ficando na classificação de dieta saudável. A variação
do IQD segundo a escolaridade possivelmente não foi observada devido aos atletas
realizarem todas as refeições no clube. Em contrapartida, Godoy et al. (2006),
verificou que a média dos escores do índice de qualidade da dieta dos adolescentes
avaliados aumentou segundo a escolaridade do chefe da família, porém não houve
diferença significativa. Esses mesmos autores explicam que esse aumento pode
estar relacionado com maior conhecimento do chefe da família com maior grau de
escolaridade para aquisição de alimentos variados e mais saudáveis, o que
contribuiu para o aumento do IQD.
32
Tabela 6 - Coeficiente de correlação de Pearson entre o Índice de Qualidade da
Dieta e valor energético e nutrientes da dieta de jogadores de futebol de um
clube Pernambucano.
Nutrientes r* p
Energia (kcal) - 0,29 0,3
Carboidrato (%) 0,45 0,1
Proteína (%) - 0,27 0,4
Gordura total (%) - 0,38 0,2
Gordura saturada (%) - 0,48 0,1
Colesterol (mg) - 0,23 0,4
Fibra (g) 0,19 0,5
Açúcar total (g) - 0,18 0,5
Sódio** (mg) - 0,61 0,04
*Correlação de Pearson; **(p<0,05) Fonte: MELO, K. G., 2016. Nota: Elaborada pela autora com base nos dados coletados na pesquisa
De acordo com a análise do coeficiente de correlação de Pearson (tabela 7)
entre os escores IQD e as médias de energia e nutriente, pode-se verificar que a
energia, o percentual de proteína, de gordura total, o colesterol e o açúcar total
mostraram correlação negativa fraca, porém não foi significante estatisticamente. Em
contrapartida, o percentual de carboidrato demonstrou correlação positiva moderada,
o percentual de gordura saturada negativa moderada também estatisticamente não
significativa, e a quantidade de sódio apresentou correlação negativa moderada
estatisticamente significante (p<0,05).
A correlação negativa significante para o sódio demonstra que a medida que a
ingestão desse nutriente aumenta o escore IQD diminui e vice-versa. Sugerindo,
dessa forma, que o consumo de sódio é um indicador sensível da qualidade da dieta
de indivíduos.
33
8 CONCLUSÕES
Os resultados do presente trabalho evidenciaram que apesar da qualidade da
dieta dos jogadores de futebol ter sido classificada como saudável, ainda há uma
presença forte de hábitos alimentares não saudáveis como o consumo de alimentos
ultraprocessados, baixo consumo de frutas, legumes e verduras, leites e derivados.
Assim, considera-se importante o desenvolvimento de ações de educação
alimentar e nutricional junto a essa população, visando informar sobre os efeitos
prejudiciais de uma alimentação desequilibrada, e ainda orientar a escolha de
alimentos nutritivos e saudáveis, contribuindo assim, para o desenvolvimento físico,
saúde e qualidade de vida dos atletas.
34
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36
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ANEXO A – COMPROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
38
39
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO E DE ESTILO DE VIDA
Data da entrevista: ___/___/___
Nome:____________________________________________ Idade: _____ anos
Cidade de Procedência: _______________________
Estado Civil?
1 – casado (a) 2- desquitado (a) ou separado judicialmente 3- divorciado (a)
4 – viúvo (a) 5 – solteiro (a)
Profissão: _____________
Tempo de Prática Esportiva:__________
Uso de Bebidas Alcoólicas ( ) Sim ( ) Não
Escolaridade do chefe de família
(
(
(
(
(
) Analfabeto / Fundamental I incompleto
) Fundamental I completo / Fundamental II incompleto
) Fundamental II completo / Médio incompleto
) Médio completo / superior incompleto
) Superior completo
40
APÊNDICE B – RECORDATÓRIO 24 HORAS (R24h)
Nome:___________________________________________________________ Idade: _______
Sexo: ______________________ Avaliador: _____________________ Data: ___ / ___ / ______
RECORDATÓRIO 24 HORAS
Refeição Horário Alimentos Quantidade
(Medida Caseira)
Desjejum
Colação
Almoço
Lanche
Jantar
Ceia
Obs:_____________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________
41
APÊNDICE C
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