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FORTALEZA DIÁRIO OFICIAL DO MUNICÍPIO ANO LVIII FORTALEZA, 01 DE DEZEMBRO DE 2011 Nº 14.682 PODER EXECUTIVO GABINETE DA PREFEITA LEI Nº 9843 DE 11 DE NOVEMBRO DE 2011 Dispõe sobre a organização e o funcionamento dos Conselhos Tutelares e o Regime Jurídico dos Conselheiros Tutelares de Fortaleza e dá outras providên- cias. FAÇO SABER QUE A CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA APROVOU E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI: CAPÍTULO I Disposições Gerais Art. 1º - Os Conselhos Tutelares da Criança e do Adolescente do Município de Fortaleza são órgãos permanen- tes e autônomos, encarregados pela sociedade de zelar pelos direitos fundamentais de crianças e adolescentes, assegurados na Convenção Internacional dos Direitos da Criança, na Consti- tuição da República Federativa do Brasil e na Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Parágrafo Único - Os Conselhos Tutelares funcionarão como contenciosos não jurisdicionais, promovendo as medidas necessárias à garantia dos direitos fundamentais da criança e do adolescente estritamente na forma da Lei. Art. 2º - O Conselho Tutelar constitui-se em órgão colegiado, funcionalmente autônomo e adminsitrativamente vinculado à Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza, nos termos do art. 5º, inciso V, Lei Complementar Municipal nº 061/09, ou ao órgão que a suceder, com o apoio das Secreta- rias Executivas Regionais. § 1º - O Município de Fortaleza contará no mínimo com 6 (seis) Conselhos Tutelares, cada qual composto por 5 (cinco) membros, ficando o Poder Executivo Municipal autorizado a criar, a cada mandato, 2 (dois) novos Conselhos Tutelares, com vistas a cumprir a Resolução nº 139, de 17 de março de 2011, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA). § 2º - Das decisões dos Conselhos Tutelres não cabe nenhum recurso administrati- vo para qualquer autoridade, só podendo ser revistas por auto- ridade judiciária, a requerimento de quem tenha legítimo inte- resse. § 3º - O Poder Executivo providenciará todas as condi- ções necessárias para o adequado funcionamento dos Conse- lhos Tutellares, assegurando-lhes tanto local de trabalho priva- tivo que possibilite o atendimento seguro e sigiloso, bem como equipamentos, material e pessoal necessários para apoio ad- ministrativo de forma padronizada. § 4º - Não atendidas as exigências do parágrafo anterior, em conformidade com o Esta- tuto da Criança e do Adolescente, o Conselho Tutelar represen- tará a omissão ao Ministério Público. § 5º - Constará anualmen- te na Lei Orçamentária Municipal a previsão dos recursos ne- cessários ao regular funcionamento dos Conselhos Tutelares. CAPÍTULO II Seção I Das Atribuições Art. 3º - São atribuições dos Conselhos Tutelares as previstas nos arts. 95 e 136 da Lei Federal nº 8.069/90: I - atender as crianças e os adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, incisos I a VII; II - atender e aconselhar os pais ou o responsá- vel, aplicando as medidas previstas no art. 129, incisos I a VII; III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto: a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, edu- cação, serviço social, previdência, trabalho e segurança; b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descum- primento injustificado de suas deliberações; IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração admi- nistrativa ou penal contra os dieritos da criança ou do adoles- cente; V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência; VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, incisos I a VI, para o adolescente autor de ato infracional; VII - expedir notificações; VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário; IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentá- ria para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente; X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 39, inciso II da Constituição Federal; XI - representar ao Mi- nistério Público, para efeito das ações de perda ou suspensão do pátrio poder. Seção II Dos Procedimentos Art. 4º - O procedimento para comprovação das situações de ameaça ou violação de direitos de crianças e adolescentes obedecerá às normas desta Lei e ao disposto no Regimento Interno dos Conselhos Tutelares. Art. 5º - Os Con- selhos Tutelares deverão tomar ciência da prática de fatos que resultem em ameaça ou violação de direitos de crianças e adolescentes ou na prática de ato infracional por criança, por qualquer meio não proibido por lei, reduzindo a termo a notifi- cação, iniciando-se assim o procedimento administrativo de apuração das situações de ameaça ou violação dos direitos de crianças e adolescentes. Parágrafo Único - O referido procedi- mento poderá ser iniciado de ofício pelo Conselho Tutelar. Art. 6º - Os Conselheiros Tutelares, para a devida apuração dos fatos, poderão: I - proceder a visitas domiciliares para consta- tar, in loco, situação de violação ou ameaça aos direitos de crianças e adolescentes; II - requisitar estudos ou laudos peri- ciais que dependam de categoria profissional regulamentada por lei (áreas médica, psicológica, jurídica ou do serviço social) ao serviço público municipal competente, quando julgar neces- sário, evitando-se a prática direta e ilegal desses atos técnicos; III - praticar todos os atos procedimentais administrativos ne- cessários à apuração dos fatos e que não lhes sejam vedados por lei. Art. 7º - De cada procedimento de comprovação de situação de ameaça ou violação de direitos, os Conselheiros Tutelares elaborarão relatório curcinstanciado que integrará e fundamentará sua decisão. Art. 8º - Reconhecendo que se trata de situação prevista como de sua atribuição, o Conselheiro Tutelar decidirá pela aplicação das medidas necessárias pre- vistas em lei. Art. 9º - Quando constatar que a matéria não é da sua atribuição, o Conselheiro Tutelar suspenderá suas apura- ções e encaminhará relatório ao órgão competente. § 1º - quando o fato notificado constituir infração administrativa ou crime, tendo como vítima criança ou adolescente, o Conselho Tutelar suspenderá sua apuração e informará ao órgão do Ministério Público, para as providências que este julgar cabí- veis. § 2º - Quando o fato se constituir em ato infracional atri-

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  • FORTALEZA DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO

    ANO LVIII FORTALEZA, 01 DE DEZEMBRO DE 2011 N 14.682

    PODER EXECUTIVO

    GABINETE DA PREFEITA

    LEI N 9843 DE 11 DE NOVEMBRO DE 2011

    Dispe sobre a organizao e o funcionamento dos Conselhos Tutelares e o Regime Jurdico dos Conselheiros Tutelares de Fortaleza e d outras providn-cias.

    FAO SABER QUE A CMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA APROVOU E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:

    CAPTULO I Disposies Gerais

    Art. 1 - Os Conselhos Tutelares da Criana e do Adolescente do Municpio de Fortaleza so rgos permanen-tes e autnomos, encarregados pela sociedade de zelar pelos direitos fundamentais de crianas e adolescentes, assegurados na Conveno Internacional dos Direitos da Criana, na Consti-tuio da Repblica Federativa do Brasil e na Lei Federal n 8.069, de 13 de julho de 1990. Pargrafo nico - Os Conselhos Tutelares funcionaro como contenciosos no jurisdicionais, promovendo as medidas necessrias garantia dos direitos fundamentais da criana e do adolescente estritamente na forma da Lei. Art. 2 - O Conselho Tutelar constitui-se em rgo colegiado, funcionalmente autnomo e adminsitrativamente vinculado Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza, nos termos do art. 5, inciso V, Lei Complementar Municipal n 061/09, ou ao rgo que a suceder, com o apoio das Secreta-rias Executivas Regionais. 1 - O Municpio de Fortaleza contar no mnimo com 6 (seis) Conselhos Tutelares, cada qual composto por 5 (cinco) membros, ficando o Poder Executivo Municipal autorizado a criar, a cada mandato, 2 (dois) novos Conselhos Tutelares, com vistas a cumprir a Resoluo n 139, de 17 de maro de 2011, do Conselho Nacional dos Direitos da Criana e do Adolescente (CONANDA). 2 - Das decises dos Conselhos Tutelres no cabe nenhum recurso administrati-vo para qualquer autoridade, s podendo ser revistas por auto-ridade judiciria, a requerimento de quem tenha legtimo inte-resse. 3 - O Poder Executivo providenciar todas as condi-es necessrias para o adequado funcionamento dos Conse-lhos Tutellares, assegurando-lhes tanto local de trabalho priva-tivo que possibilite o atendimento seguro e sigiloso, bem como equipamentos, material e pessoal necessrios para apoio ad-ministrativo de forma padronizada. 4 - No atendidas as exigncias do pargrafo anterior, em conformidade com o Esta-tuto da Criana e do Adolescente, o Conselho Tutelar represen-tar a omisso ao Ministrio Pblico. 5 - Constar anualmen-te na Lei Oramentria Municipal a previso dos recursos ne-cessrios ao regular funcionamento dos Conselhos Tutelares.

    CAPTULO II Seo I

    Das Atribuies

    Art. 3 - So atribuies dos Conselhos Tutelares as previstas nos arts. 95 e 136 da Lei Federal n 8.069/90: I -

    atender as crianas e os adolescentes nas hipteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, incisos I a VII; II - atender e aconselhar os pais ou o respons-vel, aplicando as medidas previstas no art. 129, incisos I a VII; III - promover a execuo de suas decises, podendo para tanto: a) requisitar servios pblicos nas reas de sade, edu-cao, servio social, previdncia, trabalho e segurana; b) representar junto autoridade judiciria nos casos de descum-primento injustificado de suas deliberaes; IV - encaminhar ao Ministrio Pblico notcia de fato que constitua infrao admi-nistrativa ou penal contra os dieritos da criana ou do adoles-cente; V - encaminhar autoridade judiciria os casos de sua competncia; VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciria, dentre as previstas no art. 101, incisos I a VI, para o adolescente autor de ato infracional; VII - expedir notificaes; VIII - requisitar certides de nascimento e de bito de criana ou adolescente quando necessrio; IX - assessorar o Poder Executivo local na elaborao da proposta orament-ria para planos e programas de atendimento dos direitos da criana e do adolescente; X - representar, em nome da pessoa e da famlia, contra a violao dos direitos previstos no art. 220, 39, inciso II da Constituio Federal; XI - representar ao Mi-nistrio Pblico, para efeito das aes de perda ou suspenso do ptrio poder.

    Seo II Dos Procedimentos

    Art. 4 - O procedimento para comprovao das situaes de ameaa ou violao de direitos de crianas e adolescentes obedecer s normas desta Lei e ao disposto no Regimento Interno dos Conselhos Tutelares. Art. 5 - Os Con-selhos Tutelares devero tomar cincia da prtica de fatos que resultem em ameaa ou violao de direitos de crianas e adolescentes ou na prtica de ato infracional por criana, por qualquer meio no proibido por lei, reduzindo a termo a notifi-cao, iniciando-se assim o procedimento administrativo de apurao das situaes de ameaa ou violao dos direitos de crianas e adolescentes. Pargrafo nico - O referido procedi-mento poder ser iniciado de ofcio pelo Conselho Tutelar. Art. 6 - Os Conselheiros Tutelares, para a devida apurao dos fatos, podero: I - proceder a visitas domiciliares para consta-tar, in loco, situao de violao ou ameaa aos direitos de crianas e adolescentes; II - requisitar estudos ou laudos peri-ciais que dependam de categoria profissional regulamentada por lei (reas mdica, psicolgica, jurdica ou do servio social) ao servio pblico municipal competente, quando julgar neces-srio, evitando-se a prtica direta e ilegal desses atos tcnicos; III - praticar todos os atos procedimentais administrativos ne-cessrios apurao dos fatos e que no lhes sejam vedados por lei. Art. 7 - De cada procedimento de comprovao de situao de ameaa ou violao de direitos, os Conselheiros Tutelares elaboraro relatrio curcinstanciado que integrar e fundamentar sua deciso. Art. 8 - Reconhecendo que se trata de situao prevista como de sua atribuio, o Conselheiro Tutelar decidir pela aplicao das medidas necessrias pre-vistas em lei. Art. 9 - Quando constatar que a matria no da sua atribuio, o Conselheiro Tutelar suspender suas apura-es e encaminhar relatrio ao rgo competente. 1 - quando o fato notificado constituir infrao administrativa ou crime, tendo como vtima criana ou adolescente, o Conselho Tutelar suspender sua apurao e informar ao rgo do Ministrio Pblico, para as providncias que este julgar cab-veis. 2 - Quando o fato se constituir em ato infracional atri-

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 01 DE DEZEMBRO DE 2011 QUINTA-FEIRA - PGINA 2

    S

    S

    LUIZIANNE DE OLIVEIRA LINS Prefeita de Fortaleza

    SECRETARIA DE ADMINISTRAO

    IMPRENSA OFICIAL DO MUNICPIO CRIADA PELA LEI N 461 DE 24 DE MAIO 1952

    www.fortaleza.ce.gov.br

    MARIA IVETE MONTEIRO Diretora

    AV. JOO PESSOA, 4180 - DAMAS FONE: (0XX85) 3452.1746

    (0XX85) 3101.5324 Fax: (0XX85) 3101.5320

    FORTALEZA - CEAR CEP: 60.425-680

    SECRETARIADO

    MARTNIO MONTALVERNE B. LIMA Procuradoria Geral do Municpio

    FRANCISCO WANDEMBERG R. DOS SANTOS

    Controladoria Geral do Municpio

    ALFREDO JOS P. DE OLIVEIRA Secretaria Municipal de Planejamento e

    Oramento

    VAUMIK RIBEIRO DA SILVA Secretaria de Administrao do Municpio

    ALEXANDRE SOBREIRA CIALDINI

    Secretaria de Finanas do Municpio

    JOS DE FREITAS UCHOA Secretaria de Desenvolvimento

    Econmico

    ANA MARIA DE C. FONTENELE Secretaria Municipal de Sade

    ELMANO DE FREITAS DA COSTA Secretaria Municipal de Educao

    M DE FTIMA MESQUITA DA SILVA

    Secretaria de Cultura de Fortaleza

    MARIA ELAENE R. ALVES Secretaria Municipal de Assist. Social

    LUCIANO LINHARES FEIJO

    Secretaria Municipal de Desenvolv. Urbano e Infra-Estrutura

    DEODATO JOS RAMALHO JNIOR Secretaria Municipal de Meio Ambiente e

    Controle Urbano

    PATRCIA PEQUENO C. GOMES DE AGUIAR Secretaria de Turismo de Fortaleza

    FRANCISCO EVALDO FERREIRA LIMA

    Secretaria de Esporte e Lazer

    LUIZA DE MARILAC M. E S. PERDIGO Secretaria Executiva Regional

    do Centro

    DEMITRI NBREGA CRUZ

    Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza

    JOO RICARDO FRANCO VIEIRA Secretaria de Defesa do Consumidor

    PROCON - FORTALEZA

    FBIO SANTIAGO BRAGA Secretaria Executiva Regional I

    FRANCISCO HUMBERTO DE C. JNIOR

    Secretaria Executiva Regional II

    OLINDA MARIA DOS SANTOS Secretaria Executiva Regional III

    ESTEVO SAMPAIO ROMCY

    Secretaria Executiva Regional IV

    RCIO ELLERY ARAJO Secretaria Executiva Regional V

    CCERO CAVALCANTE DE SOUSA Secretaria Executiva Regional VI

    budo a adolescente, o Conselho Tutelar informar o caso autoridade competente. Art. 10 - Durante os procedimentos de atendimento das situaes de ameaa ou violao de direitos, o Conselho Tutelar dever representar ao Ministrio Pblico para efeito das aes judiciais de suspenso ou destituio do poder familiar ou de afastamento do agressor da morada co-mum, quando reconhecida a necessidade de se proteger crian-a ou adolescente em relao a abusos sexuais, maus-tratos, explorao ou qualquer outra violao de direitos praticadas por pais ou responsvel legal. Art. 11 - O Conselho Tutelar, para a execuo de suas decises, poder: I - requisitar servi-os dos poderes pblicos e dos servios de relevncia pblica, nas reas da sade, educao, assistncia social, trabalho previdncia e segurana, quando aplicar medida de proteo especial a crianas e adolescentes ou medidas pertinentes a pais ou responsvel legal; II - representar formalmente junto ao Juiz da Infncia e da Juventude, quando houver descumpri-mento injustificado de suas decises, para responsabilizao dos agentes pblicos faltosos e para garantia da efetividade dessas decises.

    Seo III Funcionamento e Organizao

    Art. 12 - O funcionamento e a organizao inter-na do Conselho Tutelar, respeitado o disposto nesta Lei e no Estatuto da Criana e do Adolescente, sero disciplinados por meio de regimento interno. Pargrafo nico - Ato do Secretrio de Direitos Humanos de Fortaleza, a referendo do Conselho Tutelar, instituir o regimento referido no caput deste artigo. Art. 13 - O Regimento Interno do Conselho Tutelar ser nico, in-dependentemente das unidades territoriais existentes, e obser-var o contedo desta Lei, prevendo ainda: I - regulamentao do regime de planto, observado o disposto nesta Lei; II - a necessidade de as decises emanadas por cada unidade do conselho serem colegiadas, discutidas em reunies, salvo casos de atendimentos emergenciais, que devem ser ratifica-dos a posterior pelo colegiado; III - a instituio de uma Coor-denao do Conselho Tutelar, formada exclusivamente por Conselheiros Tutelares, a qual visar: a) disciplinar a organiza-o interna do Conselho Tutelar; b) padronizar os instrumentais de atendimento; IV - a forma de distribuio interna dos casos a serem avaliados, bem como o modo de deciso coletiva dos casos que lhes foram submetidos: V - uniformizao da presta-

    o do servio; VI - forma de representao externa em nome do Conselho Tutelar de Fortaleza; VII - procedimento para soluo dos conflitos de atribuio entre os Conselheiros Tute-lares; VIII - o envio semestral de dados acerca da situao da infncia e adolescncia referentes aos atendimentos realizados pelo Conselho Tutelar ao COMDICA para formulao de polti-cas pblicas. Art. 14 - Aplicam-se aos Conselheiros Tutelares as regras de impedimentos e de competncia, estabelecidas no art. 140, e seu pargrafo nico, e no art. 147, incisos I e II, ambos da Lei Federal n 8.069/90. Art. 15 - A circunscrio de cada unidade territorial do Conselho Tutelar ser fixada em funo da diviso administrativa do Municpio de Fortaleza, sendo assegurado em cada circunscrio no mnimo um Con-selho Tutelar, com atribuies sobre o resepctivo territrio. 1 - O Conselho Tutelar, independente da diviso administrativa a que alude o caput, ser competente em todo o Municpio de Fortaleza para os casos de urgncia e nos horrios de planto, observado o seguinte: I - finalizado o atendimento emegencial, o caso ser encaminhado para o respectivo conselho compe-tente; II - nos casos do art. 93 do Estatuto da Criana e do Adolescente, caber ao Conselheiro Tutelar que prestou o atendimento emergencial informar ao Juzo competente sobre a providncia tomada. 2 - A implantao de unidades do Con-selho Tutelar ocorrer progressivamente at que se garanta o funcionamento adequado, observados os critrios de nmero de habitantes, volume de violaes e extenso territorial, con-forme a recomendao do CONANDA. 3 - A administrao municipal poder consultar o colegiado do Conselho Tutelar de Fortaleza para participar da escolha da localizao da sede de cada unidade territorial. 4 - A circunscrio da Secretaria Executiva Regional do Centro continuar sendo atendida pelo Conselho Tutelar da Secretaria Executiva Regional II. Art. 16 - Cada unidade territorial do Conselho Tutelar ser composta de 5 (cinco) membros titulares e 5 (cinco) suplentes, para um mandato de trs 3 (trs) anos, permitida uma nica recondu-o.

    Seo IV Do Regime de Planto

    Art. 17 - O Conselho Tutelar funcionar em 2 (dois) turnos, em uma jornada de 8 (oito) horas dirias e em regime de planto. Art. 18 - No perodo de funcionamento do Conselho Tutelar, cada unidade manter pelo menos 3 (trs)

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 01 DE DEZEMBRO DE 2011 QUINTA-FEIRA - PGINA 3 conselheiros em atividade nos horrios regulares de funciona-mento, sendo que, no mnimo, 2 (dois) conselheiros devero necessariamente permanecer na sede do rgo para realizar as audincias e dar encaminhamento aos atendimentos, po-dendo o terceiro estar em atividade externa. 1 - Pelo menos 2 (dois) conselheiros, de quaisquer unidades, devero estar de planto nos demais dias (sbados, domingos e feriados) e no horrio noturno no Planto Central dos Conselhos Tutelares, de forma a poder atender de imediato os casos urgentes. 2 - O Planto Central dos Conselhos Tutelares ser realizado em local fixo, de fcil acesso para a populao, e possuir uma linha telefnica gratuita prpria para o recebimento de denn-cias urgentes da comunidade. 3 - O Conselho Tutelar dever encaminhar ao COMDICA, s promotorias da infncia, ao Cen-tro de Apoio Operacional da Infncia e da Juventude (CAOPIJ/MP-CE), bem como a todas as instituies de atendi-mento emergencial criana e ao adolescente, como hospitais e rgos de polcia, a escala de expediente regular e a lista de conselheiros plantonistas do ms de referncia. 4 - As rela-es de expediente regular e de planto, constantes do par-grafo anterior, sero afixadas em local de fcil acesso para a populao e sero divulgadas por meio da internet. 5 - O sistema de planto noturno ser organizado em jornadas de 12 (doze) horas dirias, compensadas por meio de intervalos de descanso a serem gozados no dia referente ao planto e no dia imediatamente posterior, observado o disposto nos arts. 103, inciso IX, e 119, 1, 2 e 3 da Lei Municipal n 6.794, de 27 de dezembro de 1990. 6 - Os plantes em sbados, domin-gos e feriados sero realizados por meio de 2 (dois) plantes de 12 (doze) horas para cada perodo de 24 (vinte e quatro) horas, a serem compensados em 2 (dois) dias teis da semana imediatamente posterior. 7 - A regulamentao das escalas de planto, com a garantia de rodzio entre os membros de diferentes Conselhos Tutelares, e demais procedimentos refe-rentes ao funcionamento fora dos dias e horrios de funciona-mento regular, sero regulados no Regimento Interno do Con-selho Tutelar.

    Seo V Vacncia e Convocao de Suplentes

    Art. 19 - A vacncia do cargo de Conselheiro Tutelar decorrer de: I - renncia; II - posse em outro cargo, emprego ou funo pblica incompatvel com a funo de Con-selheiro Tutelar; III - destituio; IV - falecimento. Pargrafo nico - A vacncia ser declarada por Resoluo do COMDICA, devidamente publicada no Drio Oficial do Munic-pio, a qual tambm convocar o suplente imediato para supri-la. Art. 20 - A renncia ao mandato far-se- por escrito, e ser dirigida ao colegiado dos Conselhos Tutelares, o qual dar cincia imediata ao COMDICA. Art. 21 - Alm das hipteses do art. 20, convocar-se- o suplente de Conselheiro Tutelar nos seguintes casos: I - durante as frias do titular; II - quando as licenas a que fazem jus os titulares excederem a 30 (trinta) dias; III - na hiptese de afastamento no remunerado previsto na Lei. 1 - Findo o perodo de convocao do suplente, com base nas hipteses previstas nos incisos acima, o Conselheiro Titular ser imediatamente reconduzido ao conselho respectivo. 2 - O suplente de Conselheiro Tutelar perceber a remune-rao e os direitos decorrentes do exerccio do cargo, quando substituir o titular do conselho, nas hipteses previstas nos incisos deste artigo. 3 - A convocao do suplente obedece-r estritamente ordem resultante da eleio.

    Seo VI Direitos, Vantagens e Licena para Desempenho do Mandato

    Art. 22 - O exerccio do mandato de Conselheiro Tutelar constitui servio pblico relevante e estabelece presun-o de idoneidade moral. Pargrafo nico - A funo de Con-selheiro Tutelar temporria e no implica vnculo empregat-cio com o Municpio, sendo que os direitos, deveres e prerroga-tivas bsicas decorrentes do efetivo exerccio obedecero ao disposto nesta Lei. Art. 23 - Os membros do Conselho Tutelar,

    quando em exerccio ou legalmente afastados, ressalvada a hiptese do inciso III do art. 21, percebero, a ttulo de subs-dio, a remunerao equivalente ao nvel de DNS-1 do Poder Executivo Municipal, estabelecida esta classe como parmetro inclusive para efeito de revises. Art. 24 - Se o conselheiro tutelar for servidor pblico municipal, ser considerado em licena e ficar automaticamente afastado de suas funes originais enquanto durar o seu mandato, sem prejuzo de suas garantias funcionais. 1 - A licena prevista neste artigo ser considerada automtica com a posse no mandato de Conse-lheiro Tutelar. 2 - O servidor pblico licenciado para exerccio de mandato de conselheiro tutelar poder optar entre a remu-nerao de seu cargo de origem ou de seu novo cargo, no podendo haver cumulao de uma e outra. 3 - O servidor municipal afastado nos termos deste artigo s poder reassu-mir o cargo, emprego ou funo de origem aps o trmino ou renncia do mandato de Conselheiro Tutelar, garantido o direito de contagem do tempo de servio para todos os efeitos legais, salvo promoo na carreira. Pargrafo nico - vedada a acumulao da funo de conselheiro tutelar com cargo, em-prego ou outra funo remunerada, observado o que determina o art. 37, incisos XVI e XVII da Constituio Federal. Art. 25 - Os Conselheiros Tutelares, em decorrncia das peculiaridades de suas funes especiais, no decorrer de seu mandato, tero assegurados os mesmos direitos e benefcios garantidos aos ocupantes de cargos comissionados do Municpio, previstos na Lei Municipal n 6.794/90. Art. 26 - Os Conselheiros Tutelares faro jus a frias remuneradas de 30 (trinta) dias anualmente e s licenas previstas na legislao municipal referente aos servidores pblicos no que for aplicvel. 1 - No se aplica ao servidor licenciado para o exerccio de mandato de conse-lheiro tutelar a Licena Prmio prevista para os servidores municipais, em virtude da incompatibilidade daquela com a funo pblica exercida no Conselho Tutelar. 2 - Quando o afastamento do conselheiro tutelar for para o trato de interesse particular, este no far jus remunerao enquanto perdurar o afastamento. 3 - A concesso de frias ou licena remunera-da no poder ser dada a mais de 2 (dois) Conselheiros Tutela-res, por unidade territorial do Conselho Tutelar, no mesmo perodo, salvo motivo justificado junto ao rgo competente. 4 - Caso o Conselheiro Tutelar no usufrua seu perodo de frias referente ao terceiro ano de mandato, dever receber indenizao correspondente.

    CAPTULO III Processo de Escolha

    Art. 27 - Os Conselheiros Tutelares sero esco-lhidos, por votao direta e secreta, na forma estabelecida nesta Lei e em Resoluo especfica do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criana e do Adolescente de Fortaleza (COMDICA). Pargrafo nico - Compete ao Poder Executivo Municipal garantir os recursos necessrios para o desenvolvi-mento do processo de escolha dos Conselheiros Tutelares. Art. 28 - O processo de escolha dos Conselheiros Tutelares de Fortaleza ser organizado e dirigido pelo COMDICA. 1 - O COMDICA, para efeito do disposto no caput deste artigo, cons-tituir mediante Resoluo especfica, a Comisso Especial Organizadora do Processo de Escolha, de carter temporrio, composta de seus conselheiros, para esse fim especfico, fun-cionando o Plenrio do Conselho como instncia revisora, incumbida de apreciar e julgar administrativamente as impug-naes e recursos. 2 - O COMDICA poder requisitar da sociedade civil organizada e da entidade representativa dos Conselheiros Tutelares de Fortaleza a indicao de represen-tantes de entidades de ilibada conduta e reconhecida idoneida-de moral para acompanharem, juntamente com a Comisso Especial, o processo de escolha. Art. 29 - Constituem instn-cias eleitorais: I - a Comisso Especial Organizadora do Pro-cesso de Escolha; II - o Conselho Municipal de Defesa dos Diretos da Criana e do Adolescente de Fortaleza. Art. 30 - Compete Comisso Especial Organizadora do Processo de escolha: I - Dirigir o processo de escolha, acompanhando o processo de inscrio, votao e apurao, responsabilizando-

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 01 DE DEZEMBRO DE 2011 QUINTA-FEIRA - PGINA 4 se pelo bom andamento de todos os trabalhos e resolvendo os eventuais incidentes que venham a ocorrer. II Adotar todas as providncias necessrias para a organizao e a realizao do pleito; III Analisar e encaminhar ao COMDICA para homolo-gao das candidaturas; IV Receber denncias contra candi-datos, nos casos previstos nesta Lei, bem como adotar os procedimentos necessrios para apur-los; V Publicar a lista dos mesrios e dos apuradores de votos; VI Analisar e julgar eventuais impugnaes apresentadas contra mesrios, apura-dores e a apurao; VII Lavrar a ata de votao, anotando todas as ocorrncias; VIII Realizar a apurao dos votos; IX Processar e decidir, em primeiro grau, as denncias referentes impugnao e cassao de candidaturas; X Processar e decidir sobre as denncias referentes propaganda eleitoral; XI Publicar o resultado do pleito, abrindo prazo para recurso, nos Termos desta Lei. Pargrafo nico Para fins do disposto no inciso IX deste artigo, a Comisso Especial Organizadora do Processo de Escolha poder, liminarmente, determinar a retira-da e a supresso da propaganda bem como recolher material, a fim de garantir o cumprimento desta Lei. Art. 31 - Compete ao Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criana e do Adolescente de Fortaleza: I Constituir a Comisso Especial Organizadora do Processo de Escolha; II Auxiliar a Comisso Especial Organizadora do Processo de Escolha na organizao e desenvolvimento do Processo de Escolha; III Expedir reso-lues acerca do Processo de Escolha; IV Julgar: a) Os re-cursos interpostos contra as decises da Comisso Especial Organizadora do Processo de Escolha; b) As impugnaes ao resultado geral das eleies nos Termos desta Lei; V Homo-logar as candidaturas encaminhadas pela Comisso Especial Organizadora do Processo de Escolha; VI Publicar o resulta-do final geral do pleito, bem como proclamar e diplomar os eleitos. Art. 32 - So requisitos para candidatar-se a um manda-to de membro do Conselho Tutelar de Fortaleza: I Reconhe-cida idoneidade moral; II Idade igual ou superior a 21 (vinte e um) anos; III Residir e ter domiclio eleitoral no Municpio de Fortaleza h mais de 1 (um) ano; IV Apresentar freqncia e aproveitamento satisfatrio em curso preparatrio de habilita-o para candidatos funo de Conselheiro Tutelar, a ser regulamentado por Resoluo do COMDICA; V Comprovar experincia profissional ou em regime de voluntariado de no mnimo 2 (dois) anos em trabalho direto na rea da criana, do adolescente e famlia, nos ltimos 5 (cinco) anos anteriores ao pleito, mediante documento contendo as atribuies desenvol-vidas; VI Ser aprovado na prova de conhecimentos gerais e especficos sobre o Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA) e da legislao pertinente rea da criana e do ado-lescente e da famlia; VII No ter sido penalizado com a desti-tuio da funo de Conselheiro Tutelar nos 5 (cinco) anos antecedentes eleio; VIII Apresentar, no momento da inscrio, certificado de concluso de curso equivalente ao ensino mdio; IX Apresentar declarao de 2 (duas) entida-des gorvenamentais ou no governamentais que prestem ser-vio na rea h mais de 2 (dois) anos e sejam registradas no COMDICA ou Conselho referente, comprovando reconhecida experincia no trato das questes pertinentes defesa e aten-dimento criana e ao adolescente; X No haver sido con-denado em sentena penal transitada em julgado, nem haver sido beneficiado com a transao penal de que trata a Lei n 9.099/95. 1 - Esses requisitos sero comprovados com certi-des e declaraes na forma da Resoluo especfica do COMDICA. 2 - Para fins de reconduo, o candidato, no exerccio da funo de Conselheiro Tutelar, poder comprovar o requisito exigido pelo inciso IX por meio de declarao forne-cida pelo COMDICA, comprovando o efetivo exerccio da fun-o. Art. 33 - Encerradas as inscries e antes da realizao da prova prevista no artigo anterior, o COMDICA publicar lista no Dirio Oficial do Municpio dos candidatos inscritos, e encami-nhar a relao de candidatos ao Ministrio Pblico da Infncia e da Juventude, sendo aberto o prazo de 3 (trs) dias para impugnaes. Pargrafo nico So casos de impugnao da candidatura o no preenchimento de qualquer dos requisitos descritos nos incisos I a X do art. 32 desta Lei ou o impedimen-to para o exerccio da funo de Conselheiro Tutelar previsto

    na legislao em vigor. Art. 34 - As impugnaes, devidamente fundamentadas e acompanhadas de provas, podem ser apre-sentadas, no prazo previsto no art. 33 desta Lei, pelo Ministrio Pblico ou por qualquer cidado. Art. 35 - O candidato que tiver sua inscrio impugnada ser intimado, atravs do Dirio Ofici-al do Municpio, para apresentar em 3 (trs) dias, caso queira, defesa escrita. Art. 36 - Apresentada a defesa e as provas pelo candidato, os autos sero submetidos Comisso Especial Organizadora do Processo de Escolha para deciso, no prazo de 3 (trs) dias, a qual ser publicada no Dirio Oficial do Mu-nicpio. Art. 37 - Da deciso da Comisso Especial Organizado-ra do Processo de Escolha caber recurso ao colegiado do COMDICA, no prazo de 3 (trs) dias, que decidir em igual prazo, publicando-se deciso final no Dirio Oficial do Munic-pio. Art. 38 - Definitivamente julgadas todas as impugnaes, o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criana e do Adolescente de Fortaleza publicar no Dirio Oficial do Munic-pio a relao dos candidatos habilitados, os quais sero sub-metidos prova de conhecimentos prevista no art. 32, inciso VI, desta Lei. Art. 39 - O membro do COMDICA que se candida-tar a cargo de Conselheiro Tutelar dever solicitar afastamento no prazo mnimo de 30 (trinta) dias antes do inicio do Processo eleitoral. Pargrafo nico O COMDICA fixar em ato prprio a data limite para os afastamentos previstos no caput deste artigo. Art. 40 - Aps a devida regulamentao, atravs de Resoluo do COMDICA, a Comisso Especial Organizadora do Processo de Escolha elaborar edital, estabelecendo a data, condies, local e horrio para o recebimento das inscries, documentos necessrios comprovao dos requisitos desta Lei, o perodo de durao da campanha, propaganda eleitoral e todas as demais orientaes acerca do Processo de Escolha. Art. 41 - Podero votar todos os cidados portadores de ttulo eleitoral, conforme relao oficial do Tribunal Regional Eleitoral, devidamente cadastrados at a data limite fixada pelo Edital. Art. 42 - Cada eleitor do Municpio de Fortaleza poder votar uma nica vez em apenas 1 (um) candidato, mediante apresen-tao do ttulo eleitoral e de documento oficial de identificao com foto. Art. 43 - Findo o Processo de Escolha pela comuni-dade, proclamados os resultados pela Comisso Especial Or-ganizadora do Processo de Escolha, decididos os recursos, o colegiado do COMDICA homologar esses resultados, diplo-mando os escolhidos. Pargrafo nico A lista homologada com o nome dos diplomados ser encaminhada ao Chefe do Poder Executivo para nomeao e posse. Art. 44 - O processo de escolha se desenvolver sob a fiscalizao de representan-te do Ministrio Pblico, que ser notificado pessoalmente por escrito para todos os atos.

    CAPTULO IV Do Regime Disciplinar

    Seo I Dos Deveres

    Art. 45 - So deveres do Conselheiro Tutelar: I Exercer com zelo e dedicao as atribuies do cargo; II Ser leal misso do Conselho Tutelar; III Guardar estrita obser-vncia s normas legais, s resolues dos Conselhos de Direitos Municipal, Estadual e Nacional e ao Regimento Interno do Conselho Tutelar; IV Atender com presteza: a) Ao publico em geral, prestando as informaes requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; b) expedio de certides requeridas para defesa de direitos ou esclarecimento de situaes de interesse pessoal; V Comunicar ao Conselho Municipal de Direitos e ao Ministrio Pblico as irregularidades de que tiver cincia em razo do cargo; VI Zelar pela economia do mate-rial e a conservao do patrimnio pblico; VII Guardar sigilo em relao s informaes confidenciais apresentadas aos Conselhos Tutelares; VIII Manter conduta compatvel com a exigncia de reconhecida idoneidade moral, presente no art. 133, inciso I, da Lei n 8.069/90; IX Ser assduo e pontual ao servio; X Cumprir integralmente o horrio regular de funcio-namento e o horrio de planto; XI Comparecer assiduamen-te s reunies do colegiado do Conselho Tutelar; XII Respei-tar a soberania das decises do colegiado do Conselho Tutelar;

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 01 DE DEZEMBRO DE 2011 QUINTA-FEIRA - PGINA 5 XIII Subsidiar a elaborao do oramento municipal, nas reas de polticas pblicas voltadas para crianas e adolescen-tes; XIV Finalizar os atendimentos iniciados em horrio regu-lar de funcionamento, mesmo que se estendam alm do trmi-no da jornada; XV Tratar com urbanidade as pessoas; XVI Representar contra ilegalidade, omisso ou abuso de poder; XVII Zelar pelos procedimentos administrativos de atendi-mento a violaes do direito, cuidando para que as descries de casos e demais providncias permaneam nos arquivos do CT, preservado o sigilo que a Lei define, sob pena de respon-sabilidade legal. Pargrafo nico A representao de que trata o inciso XVI ser encaminhada para a Comisso Discipli-nar e apreciada pelo COMDICA, assegurando-se ao represen-tado todas as garantias, com a ampla defesa e o contraditrio.

    Seo II Das Faltas ao Servio

    Art. 46 - Nenhum Conselheiro Tutelar poder deixar de comparecer ao servio sem justa causa, em horrio regular de funcionamento, sob pena de ter descontados de sua remunerao os dias de ausncia. 1 - Aplica-se o disposto no caput ao Conselheiro Tutelar que, escalado para o planto, deixar de comparecer injustificadamente. 2 - Considera-se causa justificada, fato que, por sua natureza e circunstncia, possa razoavelmente constituir escusa do comportamento e tenha amparo legal. Art. 47 - O Conselheiro que faltar ao servi-o fica obrigado a justificar a falta, por escrito, ao rgo ao qual o Conselho Tutelar for vinculado administrativamente, no pri-meiro dia em que comparecer ao trabalho. 1 - No podero ser justificadas as faltas que excederem de 20 (vinte) por ano, obedecido o limite de 3 (trs) ao ms. 2 - Caber ao rgo mencionado no caput comunicar Comisso Disciplinar os casos em que as faltas justificadas ultrapassem o limite do pargrafo anterior ou quando o setor responsvel no acolher a justificativa apresentada. 3 - Para justificao das faltas, podero ser exigidas provas do motivo alegado pelo Conselhei-ro Tutelar. 4 - Sero consideradas como de efetivo servio as atividades externas referentes formao e participao dos membros do Conselho Tutelar em eventos e fruns refe-rentes garantia dos direitos de crianas e adolescentes, de-vendo ser comprovada documentalmente sua freqncia. 5 - No se enquadram no conceito de servio efetivo cursos de graduao e ps-graduao, ainda que relacionados com a seara da infncia e da juventude, bem como os cursos de lon-ga durao, de modo que atrapalhem o regular exerccio da funo de Conselheiro.

    Seo III Proibies

    Art. 48 - Ao Conselheiro Tutelar vedado: I Ausentar-se, injustificadamente, do servio durante o horrio regular de funcionamento e nos horrios de planto; II Reti-rar, sem prvia anuncia por escrito do colegiado, qualquer documento ou objeto do Conselho Tutelar; III Opor resistn-cia injustificada realizao de visitas necessrias verifica-o de denncias de violao de direitos de crianas e adoles-centes e ao andamento da execuo de encaminhamentos; IV Cometer pessoa estranha ao rgo tutelar, fora dos casos previstos em Lei, o desempenho de atribuio que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; V Aplicar medida de proteo contrariando a deciso colegiada do Conselho Tute-lar; VI Utilizar pessoal ou recursos materiais do Conselho Tutelar em servios ou atividades particulares; VII Recu- sar-se, injustificadamente, a prestar atendimento ou omitir-se quanto ao exerccio de suas atribuies quando em horrio regular de funcionamento do Conselho Tutelar ou durante o planto. VIII Exceder-se no exerccio de suas funes de modo a exorbitar de sua atribuio legal; IX Utilizar-se do Conselho Tutelar para finalidade diversa da estabelecida em Lei; X Envolver-se em prticas ilcitas ou delituosas, de modo a prejudicar o reconhecimento pblico da idoneidade do mem-bro do Conselho Tutelar e a credibilidade deste rgo; XI

    Proceder de forma desidiosa; XII Valer-se da funo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da digni-dade da funo pblica; XIII Romper sigilo em relao aos casos analisados pelo Conselho Tutelar que integre; XIV Receber, em razo do cargo, comisses, honorrios, gratifica-es, emolumentos ou vantagens de qualquer espcie; XV Exercer outra atividade, incompatvel com o exerccio da fun-o; XVI Fazer propaganda poltico-partidria no exerccio de suas funes. Pargrafo nico Perdero o mandato os Con-selheiros tutelares que forem flagrados infringindo o que trata os incisos VI, IX, XIV e XVI do presente artigo.

    Seo IV Das Responsabilidades

    Art. 49 - O Conselheiro Tutelar responde civil, penal e administrativamente pelo exerccio irregular de suas atribuies. Art. 50 - A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que acarrete a vio-lao de interesses difusos, coletivos ou individuais homog-neos de crianas ou adolescentes, ou que resulte prejuzo ao errio pblico ou a terceiros. Pargrafo nico Tratando-se de atos comissivos ou omissivos que acarretem a violao de interesses difusos, coletivos ou individuais homogneos, de crianas e adolescentes, o Ministrio Pblico, instituio com-petente para efetivar o controle externo da atuao do Conse-lho Tutelar, poder representar pelo afastamento provisrio ou pela destituio do Conselheiro Tutelar responsvel. Art. 51 - A responsabilidade administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, praticado no desempenho da funo pblica, em violao aos deveres funcionais ou s proi-bies previstas nesta Lei. Art. 52 - As sanes civis, penais e administrativas podero cumular-se, sendo independentes entre si. Art. 53 - A responsabilidade civil ou administrativa do conselheiro ser afastada no caso de absolvio criminal que negue a existncia do fato ou sua autoria.

    Seo V Das Penalidades

    Art. 54 - So penalidades disciplinares aplicveis aos conselheiros tutelares: I - advertncia; II - suspenso; III - destituio da funo. Art. 55 - Na aplicao das penalidades sero consideradas a natureza e a gravidade da infrao co-metida, os danos que dela provierem, as circunstncias agra-vantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. 1 - Para registro dos antecedentes funcionais ser mantida e atualizada, pela entidade competente para a apurao das infraes fun-cionais, uma folha de acompanhamento individual da conduta dos conselheiros tutelares. 2 - O ato de imposio da penali-dade mencionar sempre o fundamento legal e a causa da sano disciplinar. Art. 56 - A advertncia ser aplicada por escrito, nos casos de violao das proibies constantes no art. 48, incisos I a VII, IX e XI e inobservncia injustificada dos deveres funcionais constantes nesta Lei e no regimento interno, a qual no justifique a imposio de penalidade mais grave. Art. 57 - A suspenso ser no remunerada e poder ser aplicada em caso de reincidncia nas faltas punidas com advertncia e de violao das demais proibies que no tipifiquem infrao sujeita penalidade de destituio, no podendo, nesses ca-sos, ser por perodo inferior a 30 (trinta) nem superior a 90 (noventa) dias. Art. 58 - As penalidades de advertncia e de suspenso tero seus registros cancelados aps o trmino do mandato. Pargrafo nico - O cancelamento da penalidade no surtir efeitos retroativos. Art. 59 - A penalidade de destitui-o da funo de Conselheiro Tutelar ser aplicada nos seguin-tes casos: I - condenao pela prtica de crime doloso, contra-veno penal ou pela prtica de infraes administrativas pre-vistas na Lei n 8.069/90; II - envolvimento comprovado em prticas ilcitas ou delituosas, de modo a prejudicar o reconhe-cimento pblico da idoneidade do membro do Conselho Tutelar e a credibilidade desse rgo; III - abandono de cargo, enten-dido como a ausncia deliberada ao servio, sem justa causa, por mais de 30 (trinta) dias consecutivos; IV - inassiduidade habitual, entendida como a falta injustificada ao servio por

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 01 DE DEZEMBRO DE 2011 QUINTA-FEIRA - PGINA 6 mais de 20 (vinte) dias, interpoladamente, durante o perodo de 12 (doze) meses; V - ofensa fsica ou verbal, em servio, s crianas, aos adolescentes e s famlias em atendimento pelo Conselho Tutelar, salvo em legtima defesa; VI - malversao dos recursos, materiais ou equipamentos pblicos destinados ao Conselho Tutelar; VII - reincidncia nas seguintes prticas: a) exerccio de outra atividade, incompatvel com o exerccio do cargo; b) utilizar-se do Conselho Tutelar para finalidade diversa da estabelecida em Lei; c) exceder-se no exerccio de suas funes de modo a exorbitar de sua atribuio legal; VIII - re-cebimento, em razo do cargo, de comisses, honorrios, gratificaes, emolumentos ou vantagens de qualquer espcie; IX - romper sigilo em relao aos casos analisados pelo Conse-lho Tutelar; X - acumulao ilegal de cargos ou funes pbli-cas; XI - exercer outra atividade incompatvel com o exerccio da funo; XII - fazer propaganda poltico-partidria no exerc-cio de suas funes. Art. 60 - As penalidades disciplinares sero aplicadas: I - pelo Chefe do Executivo, a de destituio da funo de Conselheiro Tutelar; II - Pelo COMDICA, as de suspenso e de advertncia. Art. 61 - A ao disciplinar pres-crever: I - em 2 (dois) anos, quanto suspenso; II - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto advertncia. 1 - O prazo de prescrio comea a correr da data em que a infrao funcional foi praticada. 2 - A penalidade de destituio da funo no comporta prazo prescricional inferior durao do mandato de Conselheiro Tutelar. 3 - A abertura de sindicncia ou a ins-taurao de processo disciplinar interrompe a prescrio.

    CAPTULO V

    Da Comisso Disciplinar

    Art. 62 - Fica criada a Comisso Disciplinar, composta por 7 (sete) membros e respectivos suplentes, que ser responsvel por apurar condutas de Conselheiros Tutela-res que possam configurar falta funcional, observando o dis-posto nos arts. 48 a 61 desta Lei. 1 - A sindicncia adminis-trativa instaurada pela Comisso Disciplinar correr em sigilo, tendo acesso aos autos somente as partes e seus procurado-res constitudos. 2 - As decises da Comisso Disciplinar sero tomadas por maioria absoluta de seus membros. 3 - Os suplentes da Comisso Disciplinar somente sero convoca-dos em caso de impedimento dos titulares. 4 - A funo de membro da Comisso Disciplinar considerada de interesse pblico e no ser remunerada. Art. 63 - A Comisso Disciplinar ser composta por 7 membros, sendo 1 (um) representante do rgo administrativo ao qual o Conselho Tutelar est vinculado, 2 (dois) representantes do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criana e do Adolescente de Fortaleza (COMDICA), sendo 1 (um) representante do poder pblico e 1 (um) da soci-edade civil, e 2 (dois) representantes do Frum Permanente das Organizaes No Governamentais dos Direitos da Crian-a e do Adolescente (Frum DCA). 1 - Os membros da co-misso devero preencher os seguintes requisitos cumulativos: a) ser maior de 21 (vinte e um) anos; b) ter residncia no mu-nicpio de Fortaleza nos ltimos 2 (dois) anos; c) ter reconheci-da atuao na rea da criana e do adolescente; d) ter reco-nhecida idoneidade moral. 2 - Sero indeferidas as indica-es que no comprovarem os requisitos listados no pargrafo anterior, devendo a respectiva entidade ser comunicada medi-ante notificao devidamente fundamentada. 3 - Os mem-bros da Comisso Disciplinar sero nomeados por Resoluo do COMDICA, a ser publicada no Dirio Oficial do Municpio, e tero mandato de 18 (dezoito) meses. 4 - Presidir a Comis-so Disciplinar o representante do rgo administrativo ao qual o Conselho Tutelar est vinculado. 5 - O Conselheiro Tutelar membro da comisso que for denunciado, sendo instaurada a respectiva sindicncia administrativa, dever afastar-se da comisso assumindo o respectivo suplente at a concluso do processo. Art. 64 - Compete Comisso Disciplinar: I - apurar denncias relativas s faltas ao servio; II - apurar denncias relativas ao descumprimento dos deveres funcionais e viola-es das proibies previstas nesta Lei; III - instaurar sindicn-cia para apurar infraes administrativas cometidas por Conse-lheiro Tutelar no desempenho de suas funes.

    CAPTULO VI Do Processo Administrativo Disciplinar

    Art. 65 - O processo administrativo disciplinar ser instaurado perante a Comisso Disciplinar, mediante re-quisio do representante do Ministrio Pblico, representao de Conselheiro Membro do COMDICA ou do Conselho Tutelar, ou requerimento de qualquer cidado. 1 - A inicial dever ser apresentada por escrito ou reduzida a termo e protocolada na sede do COMDICA, com a qualificao do denunciante, relato dos fatos e indicao de provas e de testemunhas com seus respectivos endereos. 2 - O processo disciplinar tramitar em sigilo at o seu trmino, permitido o acesso s partes e a seus procuradores. 3 - Cabe Comisso Disciplinar assegu-rar o exerccio do contraditrio e da ampla defesa no processo disciplinar. 4 - O processo disciplinar deve ser concludo em 60 (sessenta) dias aps sua instaurao, salvo impedimento justificado. Art. 66 - Instaurado o processo disciplinar, o Conse-lheiro processado dever ser notificado, com antecedncia mnima de 3 (trs) dias, para ser ouvido pela Comisso Disci-plinar. 1 - O Conselheiro processado poder constituir advo-gado para promover a sua defesa tcnica. 2 - O no compa-recimento injustificado do Conselheiro devidamente notificado no impedir a continuidade do processo disciplinar. 3 - A Comisso Disciplinar poder determinar, de acordo com a gravidade do caso, o afastamento cautelar do acusado, sem prejuzo de sua remunerao, com a imediata convocao de seu suplente. Art. 67 - Aps a sua oitiva, o Conselheiro proces-sado ter 5 (cinco) dias teis para apresentar sua defesa escri-ta. Pargrafo nico - Na defesa escrita, devem ser anexados todos os documentos que serviro como meio de prova, bem como indicado o nmero de testemunhas a serem ouvidas, at 3 (trs) por fato imputado, observando-se o nmero mximo de 8 (oito). Art. 68 - Sero ouvidas as testemunhas em audincia a ser designada em at 20 (vinte) dias aps a entrega da defesa prvia, sendo o acusado devidamente notificado. Pargrafo nico - As testemunhas de defesa comparecero independen-temente de intimao e a sua falta injustificada no obstar o prosseguimento da instruo. Art. 69 - Verificando a Comisso Disciplinar a ocorrncia de infrao penal, ser imediatamente remetida cpia dos autos ao Ministrio Pblico, sem prejuzo das sanes administrativas cabveis. Art. 70 - A Comisso Disciplinar poder solicitar apoio dos rgos municipais compe-tentes para a apurao de faltas disciplinares. Art. 71 - Conclu-da a fase de instruo, dar-se- vista dos autos a ambas as partes para que apresentem alegaes finais no prazo de 3 (trs) dias teis. Art. 72 - Apresentadas as alegaes finais, a Comisso Disciplinar ter 10 (dez) dias para concluir o proces-so, mediante deciso fundamentada, determinando o arquiva-mento ou remetendo a julgamento, mediante relatrio, ao cole-giado do COMDICA. 1 - Da deciso que determina o arqui-vamento do feito, caber recurso por parte do denunciante, no prazo de 3 (trs) dias, para o colegiado do COMDICA. 2 - Arquivado o procedimento, visualizada a m-f da imputao do denunciante, a comisso remeter cpia dos autos ao Minis-trio Pblico. Art. 73 - O colegiado do COMDICA, em reunio especificamente designada para esse fim, em at 10 (dez) dias, apreciar o relatrio da Comisso Disciplinar, decidindo, por maioria absoluta, pela responsabilizao ou no do Conselhei-ro, aplicando-lhe a respectiva penalidade, se for o caso. Par-grafo nico - Resultando o julgamento em condenao com pena de destituio, os autos sero encaminhados ao Chefe do Poder Executivo. Art. 74 - O Conselheiro condenado poder recorrer da deciso que aplicar penalidade em 5 (cinco) dias, a contar da intimao pessoal ou de seu procurador devidamente constitudo nos autos. Pargrafo nico - O regimento estabele-cer o rgo que apreciar o recurso. Art. 75 - O denunciante dever ser cientificado da deciso do colegiado do COMDICA por ocasio da concluso dos trabalhos. Art. 76 - No caso de o Conselheiro Tutelar processado ser servidor pblico municipal, os autos sero remetidos Procuradoria Geral do Municpio, para devida cincia e adoo das medidas cabveis.

    CAPTULO VII Disposies Gerais e Transitrias

  • DIRIO OFICIAL DO MUNICPIO FORTALEZA, 01 DE DEZEMBRO DE 2011 QUINTA-FEIRA - PGINA 7 Art. 77 - Os mandatos vigentes entre o perodo de maro de 2008 a maro de 2011 sero, excepcionalmente, prorrogados at o dia 31 de maro de 2012 para fins exclusivos de uniformizao e economia do processo de escolha. Pargra-fo nico - O processo eleitoral unificado para escolha dos membros dos Conselhos Tutelares, ter incio em 30 de se-tembro de 2011, devendo a posse ocorrer em 31 de maro de 2012. Art. 78 - A primeira Comisso Disciplinar ser nomeada em at 90 (noventa) dias a contar da vigncia desta Lei. Art. 79 - A instituio do Regime Interno do Conselho Tutelar de Forta-leza, na forma do pargrafo nico do art. 12 desta Lei, dar-se- no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da publicao desta Lei. 1 - O colegiado do Conselho Tutelar ter 60 (sessenta) dias para apreciar o regimento interno proposto, ao fim do qual o COMDICA convocar assemblia para referendo do mesmo. 2 - A assemblia referida no pargrafo anterior somente pode-r ser instalada se presente a maioria absoluta dos membros do colegiado do conselho, tomando-se suas deliberaes pela maioria simples dos presentes. Art. 80 - Os Conselheiros tutela-res no exerccio do seu mandato no podero ser candidato a nenhum outro cargo eletivo. Pargrafo nico - Os Conselheiros tutelares, que desejarem ser candidato a outro cargo eletivo, devero afastar-se do mandato de Conselheiro Tutelar no pra-zo de at 6 (seis) meses antes da eleio que o mesmo ir disputar. Art. 81 - Aos candidatos ao cargo de Conselheiro Tutelar que forem eleitos democraticamente por eleies direta, com dia e hora marcados pelo poder pblico municipal, ser dispensada qualquer qualificao ou provas admissionais, desde que o mesmo possua o ensino mdio completo. Par-grafo nico - Fica assegurada aos Conselheiros Tutelares eleitos na forma de que trata o caput deste artigo a participao de curso preparatrio para o exerccio do mandato de Conse-lheiro. Art. 82 - Fica proibida aos Conselheiros Tutelares, nos 3 (trs) meses que antecedem ao pleito, a utilizao do seu mandato quanto concesso de benefcios dos governos mu-nicipal, estadual e federal, principalmente o Bolsa Famlia. Art. 83 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao, revo-gadas as disposies em contrrio, em especial as Leis Muni-cipais n 7.526, de 12 de maio de 1994, e n 8.775, de 09 de outubro de 2003. PAO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA, em 11 de novembro de 2011. Jos Acrsio de Sena - PREFEITO DE FORTALEZA EM EXERCCIO.

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    LEI N 9844 DE 11 DE NOVEMBRO DE 2011 Dispe sobre o Programa de Orientao e Preveno de Acidentes Domsticos e d ou-tras providncias.

    FAO SABER QUE A CMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA APROVOU E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI: Art. 1 - Fica o Municpio de Fortaleza, por seu Poder Executi-vo, autorizado a instituir o Programa de Orientao e Preven-o de Acidentes Domsticos. Art. 2 - O Programa de que trata esta Lei dever ser executado em locais onde so atendi-das crianas, mes e gestantes, especialmente: I na unida-des bsicas de sade; II nas escolas; III nas creches; IV nas entidades de atendimento criana; V nos espaos de convivncia comunitria existentes no municpio. Art. 3 - Para os efeitos do programa criado por esta Lei so consideradas aes de orientao e preveno de acidentes domsticos, especialmente em relao s crianas: I cuidados no que se refere ao uso de medicamentos, ressaltando-se a necessidade de prescrio mdica; II cuidados ao guardar medicamentos e demais substncias qumicas que possam oferecer riscos sade, como substncias txicas e produtos de Limpeza; III cuidados em relao ao contato com equipamentos eltricos, ferramentas perfurocortantes e instalaes eltricas, principal-mente tomadas de energia que ficam ao alcance das crianas; IV cuidados quanto locomoo de crianas em apartamen-tos, recomendando-se o uso de redes de proteo na sacada e em todas as janelas do mesmo; V cuidados a serem obser-

    vados na utilizao de elevadores, piscinas e outros equipa-mentos de uso comum em prdio de apartamentos; VI cuida-dos no contato com animais de estimao prprios ou perten-centes a terceiros, como vizinhos, parentes e outros; VII cuidados com a circulao de crianas na cozinha durante a preparao de alimentos, o que pode ocasionar acidentes, como queimaduras; VIII cuidados para prevenir possveis quedas, especialmente de crianas e idosos; IX noes de primeiros socorros para os casos de ingesto indevida de ali-mentos, remdios ou substncias qumicas que coloquem em risco a vida da criana, provocando sufocao, intoxicao, envenenamento ou reao orgnicas adversas. Art. 4 - Para apoiar as aes previstas no programa criado por esta Lei, fica tambm institudo grupo de trabalho, formado por representan-tes das seguintes organizaes do Municpio: I Secretaria Municipal de Sade (SMS); II Secretria Municipal de Educa-o (SME); III Fundao da Criana e da Famlia Cidad (FUNCI); IV Coordenadoria de Polticas Pblicas de Juventu-de; V Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza; VI Secretaria Municipal de Assistncia Social (SEMAS); VII Secretarias Executivas Regionais (SER); VIII Instituto Dr. Jos Frota (IJF). Art. 5 - institudo a Semana de Conscienti-zao sobre Acidentes Domsticos com Crianas, evento que ter carter permanente e edies a cada ano, contadas a partir da data de publicao desta Lei. Pargrafo nico - A programao da semana referida no caput compreender pa-lestras com especialistas e atividades voltadas para a progra-mao dos cuidados que devem ser tomados na preveno de acidentes domsticos, especialmente com crianas. Art. 6 - As despesas com e execuo da presente Lei correro por conta de dotaes oramentrias prprias, suplementadas se neces-srio. Art. 7 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-o, revogadas as disposies em contrrio. PAO DA PRE-FEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA, em 11 de novembro de 2011. Jos Acrsio de Sena - PREFEITO DE FORTALEZA EM EXERCCIO.

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    LEI N 9845 DE 11 DE NOVEMBRO DE 2011 Dispe sobre a preveno ao uso de entorpecentes e drogas ilcitas no mbito da rede pbli-ca municipal de ensino, na for-ma que indica.

    FAO SABER QUE A CMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA APROVOU E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI: Art. 1 - O poder pblico municipal, pelos prprios meios ou em parcerias com instituies pblicas ou privadas, incentivar o combate e a preveno ao uso de entorpecentes e drogas ilcitas junto aos estudantes matriculados na rede pblica muni-cipal de ensino, com nfase: I na realizao anual de exames toxicolgicos por amostragem, para fins meramente estatsti-cos; II nas campanhas educativas e informativas, conscienti-zando-os sobre os malefcios do uso de drogas. Pargrafo nico - O exame de que trata o inciso I somente poder ser realizado mediante autorizao expressa do responsvel pelo estudante menor de 18 (dezoito) anos de idade, ou com a auto-rizao do prprio estudante, sendo ele maior, com capacidade civil plena. Art. 2 - Fica o Poder executivo autorizado, com os meios que dispe e em conformidade com os programas j existentes, a instituir cursos de capacitao dos educadores com vista consecuo do disposto nesta Lei, na rede pblica municipal de ensino, assim como estimular as unidades da rede municipal de sade voltadas ao tratamento dos dependen-tes qumicos. Art. 3 - Os estabelecimentos de ensino pblico devero assegurar o sigilo do resultado do teste de que trata esta Lei, o qual somente poder ser comunicado aos pais ou responsveis do aluno ou ao prprio aluno autorizador. Art. 4 - O poder pblico municipal disciplinar a execuo do exame toxicolgico de que trata o art. 1 desta Lei. Art. 5 - As unida-des educacionais que integram a rede pblica municipal, pelos meios que dispem e atravs dos programas existentes, pro-