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A TACADISTA A TACADISTA Leia Leia Atacadistas revivem o pesadelo da SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA Informativo do Sindicato do Comércio Atacadista no Estado de Goiás Ano I Nº 1 / Dezembro-2011 SECRETÁRIAS: confira as comemorações do Sinat para elas BOAS IDEIAS: exemplos de criatividade na condução dos negócios REPRESENTANTE COMERCIAL: conheça mais sobre esta profissão do mundo dos negócios ATACAREJO Entenda por que esta modalidade de negócio tem conquistado os goianienses e se revelado como uma estratégia para o setor atacadista

Leia Atacadista | Ano I Nº 1 / Dezembro 2011

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Informativo do Sindicato do Comércio Atacadista no Estado de Goiás | Ano I Nº 1 / Dezembro 2011

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ATACADISTAATACADISTALeia

Leia

Atacadistas revivem o pesadelo da SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

Informativo do Sindicato do Comércio Atacadista no Estado de Goiás

Ano I Nº 1 / Dezembro-2011

SECRETÁRIAS: confira as comemorações do Sinat para elas

BOAS IDEIAS: exemplos de criatividade na condução dos negócios

REPRESENTANTE COMERCIAL: conheça mais sobre esta profissão do mundo dos negócios

ATACAREJOEntenda por que esta modalidade de negócio tem conquistado os goianienses e se revelado como uma estratégia para o setor atacadista

Dezembro de 2011 Leia Atacadista 3

EXPEDIENTE

Sobre o SinatO Sindicato do Comércio Atacadista

no Estado de Goiás (Sinat-GO) é um dos princi-pais canais de comunicação entre atacadistas, governo e sociedade. Prestes a completar 65 anos de atuação, a entidade tem atuado na defesa dos interesses e anseios de seus repre-sentados ao agregar forças, criar condições de melhorias de trabalho e reduzir carências do segmento.

O Sinat representa a categoria eco-nômica ‘comércio atacadista’, que abrange cerca de 1.100 subclasses de empresas se-gundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O sindicato cresce a cada ano, assim como o setor que representa. O comércio atacadista é respon-sável por 30% do PIB de Goiás e 40% da mo-vimentação de carga tributária no estado.

Com a missão de “assegurar às em-presas do comércio atacadistas goiano as melhores condições de gerar resultados po-sitivos e desenvolver a sociedade”, oferece a seus representados consultoria jurídica, assistência médica e odontológica, medicina e segurança do trabalho, cursos, educação, lazer, convênios, cartão de benefícios, opor-tunidades e negócios etc.

Entre os objetivos defendidos pela entidade estão fortalecimento da repre-sentatividade, capacitação empresarial e profissional, luta pela racionalização de im-postos, promoção de bem estar e conforto aos usuários de suas instalações, redução da informalidade e luta pela longevidade das empresas, tudo com ênfase na melhoria contínua e na responsabilidade social.

DIRETORIA Presidente – Paulo DinizEx-Presidente Imediato – Júlio Faria Neto1º Vice-Presidente – Fernando Lima SousaSuplente – Solimar Francisco Mendanha2º Vice-Presidente – Fábio Augusto Cecílio TamburySuplente – Fernando Franco de Azevedo Santos3º Vice-Presidente – José Rodrigues da Costa NetoSuplente – Marwan Elias Youssef4º Vice-Presidente – José Divino da SilvaSuplente – Cleuza Alves de Rezende Vieira5º Vice-Presidente – Juarez Martins FonsecaSuplente – Fabrício de Freitas Domingos6º Vice-Presidente – José Onírio de RezendeSuplente – Isabella Teixeira de Rezende7º Vice-Presidente – André WatanabeSuplente – João José Felipe8º Vice-Presidente – Dalton de Souza Barros ThomazSuplente – Flávio Aloísio Miranda9º Vice-Presidente – Oladir Rodrigues dos SantosSuplente – Willian Fernandes do Amaral10º Vice-Presidente – Marco Aurélio Alves MeloSuplente – Murilo Fernandes de Paula

SECRETÁRIOS1º Secretário – Silvio Zerbetto

2º Secretário – Albenir Pinheiro Borges Machado3º Secretário – João Nunes Borges

TESOUREIROS1º Tesoureiro – Hélio Capel Galhardo2º Tesoureiro – Manuel da Cruz Mourão3º Tesoureiro – Afrânio Lopes Rabelo

CONSELHO FISCAL1º Conselheiro – Alexandre Ferreira Silva2º Conselheiro – Odenir Rodrigues dos Santos3º Conselheiro – Edgar Segato Neto

SUPLENTES ESPECIAISYuri Henrique Figueiredo DinizThiago Ala YagiMarcelo Pessoa CavalcanteMilena Jezenka Rodrigues Di SantosSilvio Gustavo ZerbettoGabriel Teixeira de Rezende

SUPLENTES DO CONSELHO FISCALWagner Martins de MouraFernando Lima Sousa FilhoChrystiane Ilda dos Reis Vieira

REPRESENTANTES JUNTO À FECOMERCIOEfetivos – Paulo Diniz e Hélio Capel GalhardoSuplentes – Manuel da Cruz Mourão e Silvio Zerbetto

Sindicato do Comércio Atacadista no Estado de GoiásEndereço: Rua 90, nº 404, Setor Sul, Goiânia (GO)Telefone: (62) 3281 2033 / Site: www.sinat.com.br

Fale com o presidente: [email protected]

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MENSAGEM EDITORIAL

Publicação do Sindicato do Comércio Atacadista no Estado de GoiásDesenvolvimento: Comunicação Sem Fronteiras (62 3522-3163).Jornalista responsável: Raquel Pinho (JP 1792).

ATACADISTAATACADISTALeia

Leia

Garimpando as memórias nos registros da comunicação do SI-NAT, de vinte anos passados, nos encontramos com o jornal O ATACA-DISTA – publicação comemorativa dos 40 anos de aniversário que, além de festejar o evento, embandeirava com as empresas os clamores pela igualdade de competição com os atacadistas alienígenas que desfruta-

vam das vantagens do recém-inaugurado diferencial de alíquotas do ICMS. Sem o urgente amparo das autoridades fazendárias, o sistema

contribuiu para o fantástico crescimento daqueles e determi-nou morte súbita a inúmeras empresas atacadistas goianas.

Durante vários anos o SINAT valeu-se do seu INFOR-MATIVO LEIA – revista eletrônica que todas as terças-feiras tem levado aos seus mais de 14.000 leitores informações, legislações, consultas e anúncios, veiculando reivindica-ções diversas dos atacadistas e dos seus parceiros para apoiar e divulgar todos os assuntos de interesse, inclu-sive das entidades e órgãos do Sistema do Comércio.

Agora, estamos lançando nosso veículo im-presso, a revista LEIA ATACADISTA, fruto de grande esforço, árduo trabalho e alta colaboração de cada membro da equipe, cujas ações se fundiram no ob-jetivo comum de fazer com que a revista chegasse pronta ao evento de encerramento deste ano, no dia 09 de dezembro.

O foco da revista é a empresa. Sua missão é traduzir e divulgar os anseios das diversas cate-gorias e segmentos que compõem o ambiente “si-nateano” e sua visão é a de se tornar cada vez mais representativa e influente no dia a dia das empre-sas, empresários, colaboradores e sociedade.

Ao ensejo do encerramento de mais um ano, nossos votos de Feliz Natal e a torcida para mais um grande sucesso no Ano Novo.

Paulo Diniz, presidente do Sinat,pela diretoria

Edição e direção de arte: Raquel Pinho.Reportagens: Raquel Pinho e Fernando Dantas. Projeto gráfico e diagramação: Neide Ataíde. Fotografias: Fernando Leite. Foto da capa: Bruna Michelly. Revisão: Ludmila Déroulède. Impressão: Poligráfica. Comercial: Objetiva Comunincação e Marketing (62 3094-3664, 8441-6511 ou [email protected], com Heloíza França)Tiragem: 6 mil exemplares.

A Revista Leia Atacadista não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões emitidas pelos entrevistados ou pelos autores de artigos, nem mantém vínculo empregatício com os mesmos. É permitida a reprodução total ou parcial de seu conteúdo, desde que citada a fonte.

Fale com a editora: [email protected]

DO FUNDO DO BAÚ

6 Leia Atacadista Dezembro de 2011

ENTREVISTA – Álen Rodrigues de Oliveira

Investimentos para estimular o crescimento da economia goiana

POR FERNANDO DANTAS

Hoje, o Brasil é uma economia forte se com-parada a outros países?

O País tem forte potencial de crescimento e desenvolvimento econômico. Possui recursos na-turais que permitem forte competitividade em com-modities, estabilidade política e econômica e mer-

cado consumidor dinâmico. Os bancos parecem estar funcio-nando em bases sólidas sem in-terrupção de canais de crédito, as reservas apresentam bons resultados e as contas públicas do país estão equilibradas.

Então, uma possível crise mundial, alta do dólar etc., não de-

verão causar preocupação na econo-mia brasileira no próximo ano?

Crises mundiais e flutuações no

DIV

ULG

AÇÃO

Atualmente, Goiás ocupa a nona posição no ranking das principais economias do Brasil, com PIB de R$ 75,275 bilhões em 2008 e R$ 85 bilhões em 2009. Nos últimos 10 anos, houve um salto de 56,42% na economia estadual, superior à média do País, que foi de 42,85%. O expressivo resultado se deve à evolução do

agronegócio goiano, do comércio atacadista e também ao crescimento e diversificação do setor industrial. Mas quais são as perspectivas para o próximo ano? Será que a

iminência de uma crise mundial e a alta crescente do dólar vão mudar o cenário brasileiro, inclusive o de Goiás? O

que esperar de melhorias para o estado goiano? Nessa entrevista, o professor, economista e vice-presidente

do Conselho Regional de Economia do Estado de Goiás, Álen Rodrigues de Oliveira, fala sobre o que

o goiano poderá esperar da economia brasileira e estadual em 2012.

6 Leia Atacadista Dezembro de 2011

Dezembro de 2011 Leia Atacadista 7

câmbio causam efeitos pontuais em qualquer economia. A economia brasi-leira apresenta relativa estabilidade eco-nômica e política, porém, será necessário vencer alguns desafios para manter-se estável. O crescimento ainda é volátil e pouco sustentável e há um baixo nível de poupança e investimento. Já o ambiente de negócios brasileiro não é tão favorá-vel, por exemplo, quanto à demora do processo de abertura de empresas e dos alvarás de construção e funcionamento e à alta carga tributária. Também é preciso adequar o ensino ao mercado, por meio do fortalecimento das escolas técnicas e promover qualificação.

E em Goiás, especificamente, quais são as perspectivas para 2012?

A economia goiana deverá man-ter o crescimento alcançado nos últimos anos. Segmentos como alimentação, agronegócio, farmacêutico, tecnologia da informação, mineração e derivados da cana-de-açúcar têm motivado esse crescimento. Alguns municípios per-tencentes aos segmentos citados deve-rão se destacar, tais como Rio Verde, Jataí, Catalão, Anápolis, Goiânia, São Si-mão e Aparecida de Goiânia. Mas, para que esse cenário se mantenha positivo serão necessários investimentos em in-fraestrutura e linhas de transmissão de energia, tendo em vista que na geração somos autossuficientes. O fortalecimen-to da economia se dará também com melhores rodovias e mobilidade urba-na, desenvolvimento das regiões norte e nordeste de Goiás e do mercado con-sumidor do entorno do DF.

Goiás enfrenta problemas de logística e falta de malha viária em boas condições para tráfego. O Porto Seco de Anápolis e a Ferrovia Norte--Sul, que cortará o estado, poderão ser favoráveis para o crescimento da eco-nomia goiana?

mos de ser a nona economia do País e subir posições nesse ranking?

Sim. Esse processo será decor-rente do crescimento natural de Goiás. Muitos estados estão criando condições para o crescimento e novas colocações no ranking nacional. Precisamos enten-der que não estamos em uma corrida. O foco deve estar na melhoria da qualida-de e nas condições de vida do cidadão.

O setor atacadista goiano tem crescido ano após ano. A previsão é que esse mercado continue crescendo em 2012?

Sim, tem crescido e continuará crescendo no próximo ano. A manu-tenção do crescimento para o próximo ano deve-se, principalmente, ao cres-cimento dos centros de distribuição, que contam com benefícios nas opera-ções interestaduais (crédito outorgado de 3%) e interna (redução da base de cálculo de 10%), além de preços mais competitivos para o varejo, assim como logística. O segmento atacadista representa um ponto forte para o esta-do de Goiás, pois é um grande gerador de empregos, renda e tributos. O cená-rio é de expectativa de manutenção e crescimento do setor no próximo ano. O setor passou por vários níveis de transformação que permitiram a sua evolução. Os desafios para 2012 serão incentivo em modernização e tecnolo-gia, bem como aumento da eficiência no processo de entrega.

“A economia brasileira apresenta relativa estabilidade econômica e política, porém, será necessário vencer alguns desafios para se manter estável”Álen Rodrigues de Oliveira

A ferrovia Norte-Sul terá em solo goiano 991 quilômetros. O trecho da divisa com o Tocantins até Anápo-lis deverá ser entregue ainda em 2011. O trecho restante, que alcança o Porto de São Simão, está programado para iniciar em 2012. O Porto Seco é um terminal alfandegário de uso público destinado ao armazenamento e à mo-vimentação de mercadorias importa-das ou destinadas à exportação, sendo utilizado como facilitador das opera-ções de comércio exterior. São e serão, sim, favoráveis para o crescimento da economia goiana. Ambos vão propi-ciar melhor competitividade dos nos-sos produtos, como tempo, custos e desembaraço aduaneiro.

Que fatores têm contribuído para o desenvolvimento de Goiás? Este desenvolvimento é, comparati-vamente, maior ao de outros Estados?

Redução das desigualdades re-gionais existentes, por meio de progra-mas e levantamento das potencialida-des de cada município, diversificação da produção, visão, além do agrone-gócio. Temos hoje, por exemplo, metal, mecânica, aviação, tecnologia da infor-mação, entre outros. Necessariamente esse desenvolvimento não é compara-tivamente maior ao de outros estados. Cada estado trabalha com suas vanta-gens comparativas e competitivas.

Existe a expectativa de deixar-

SOC

IAL ITO

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8 Leia Atacadista Dezembro de 2011

BOAS IDEIAS

Ideias que estimulam o negócioFicar na zona de conforto ou mesmo observando o que outras empresas têm feito no mercado pode ser um “tiro no pé” quando o assunto é conduzir um negócio. Empresários reconhecem que é preciso criar e inovar para garantir competitividade e resultados satisfatórios

Empresa com oito anos de existên-cia, a Balada (Grupo Sallo) iniciou ativi-dades fabricando e distribuindo camise-tas em Goiânia. Hoje oferece tudo para a moda masculina: meias, tênis, cuecas, bermudas, calças, camisetas, camisas, óculos, bonés, cintos e carteiras. Com exceção dos tênis e óculos, toda a cria-ção é da marca. A empresa conquistou reconhecimento nacional e faz parte do guarda-roupa até de gente famosa, como o cantor Luan Santana.

Uma das ferramentas usadas para alcançar esse crescimento tem sido o in-vestimento na capacidade inovadora da

Balada Moda Masculina

equipe de criação e de estilistas da em-presa, composta por seis colaboradores. O desafio dos profissionais é lançar no mercado cinco novos modelos ou peças por semana. “Reconhecemos a impor-tância da criatividade, pois o lojista e o consumidor final gostam de ser surpreen-didos, de ter suas expectativas superadas com a variedade de produtos”, ressalta o diretor comercial da empresa, Antônio Carlos Leite.

A Balada também investiu em um site dinâmico e ágil, um diferencial posi-tivo para exposição da marca. “É um me-canismo de interação com nosso principal

cliente, que é o lojista. Ele pode conhecer nossa coleção e as novidades que oferece-mos no mercado”, pondera.

Para a empresa Fórmula Produtos Automotivos, antiga Goi-ás Lub, investir no funcionário é a melhor forma de conseguir ideias criativas e inovadoras para a con-dução dos negócios. Segundo o su-pervisor de Marketing e Excelência

Fórmula Produtos Automotivos Operacional da empresa, Fernan-do Filho, entendendo a necessida-de dos mais de 100 profissionais que atuam na empresa é possível diferenciar-se. “O jeito que encon-tramos de passar pelos obstáculos do mercado foi unir e valorizar as ideias de cada um”, garante.

Além de treinamentos con-tínuos, a empresa implantou, há dois anos, o Programa de Partici-

pação nos Resultados (PPR), garantindo ao colaborador um rendimento proporcional à sua dedicação e ao faturamento da em-presa. Deveres mensais dentro do prazo, resultado em vendas e comportamento no ambiente de trabalho são levados em conta na hora de calcular os honorários

extras, que têm variado entre R$ 200 a R$ 1.500. Outro programa implanta-do para valorizar os recursos humanos é o Gestão Turn Over, que oferece um plano de carreira aos colaboradores e diminui o entra-e-sai de pessoas.

“O colaborador é um propaga-dor; se ele se sentir bem acolhido, bem remunerado, será um divulgador do ne-gócio”, reforça. Hoje, com novo nome, a empresa atua em Goiás, Distrito Fe-deral e Tocantins na distribuição de pro-dutos automotivos, como lubrificantes Shell, filtros Mann e Purolator, pneus Michelin, ceras automotivas Grand Prix, linha automotiva Sandet Química, en-tre outros. São 15 fornecedores e mais de 2 mil produtos cadastrados.

Antônio Carlos: criatividade levou sua marca a conquistar mercado nacional

Fernando Filho: valorização das ideias do colaborador, que tem participação nos lucros da empresa

Dezembro de 2011 Leia Atacadista 9

Juarez Martins Fonseca, diretor da Papelaria Tributária: investimento em tecnologia

Na Papelaria Tributária, a cria-tividade vem em forma de inovação tecnológica e expansão de mercado. A empresa adquiriu um novo sistema de gerenciamento que tem proporcio-nado boa gestão dos negócios, otimi-zando processos. “Com ele, é possível controlar as rotinas de trabalho, inves-tir em mão de obra e melhorar nos-sa eficiência no mercado”, diz Rafael Marques Pureza, responsável pelo De-partamento de Marketing e Compras. Também têm agregado valor institucio-nal à marca a expansão e o investimen-to em prédios próprios. Nos últimos anos, duas lojas foram inauguradas,

Papelaria Tributária

dade no atendimento ao consumidor, mas acaba-mos também renovando a imagem da empresa, com o conceito de modernida-de”, observou. A Papelaria Tributária possui 27 anos de atuação no mercado goiano, no atacado e vare-jo de produtos para pape-

laria, informática, escritório e produção artística. Atualmente, as lojas possuem, no total, 190 vendedores.

Estar atento a detalhes pode ser a chave para o sucesso. Foi o que aconteceu com a Fabiamce, empresa genuinamente goiana que hoje tem reconhecimento na-cional graças a sua atuação com artigos na-talinos. Fundada há 28 anos para atuar, ori-ginalmente, no segmento de aviamentos, a organização mudou seu foco de atuação após oito, graças à paixão e ao encanto de sua proprietária pela comemoração cristã.

“Sempre fui apaixonada pelo natal e trouxe dos EUA algumas amostras de decoração natalina para a loja de aviamen-tos. Tudo foi vendido muito rapidamente e eu busquei nova remessa, comercializada novamente em poucos dias. Percebi aí um novo mercado”, recorda-se a proprietária da Fabiamce, Janice Cecílio Tambury.

A empresa também atua com ar-tigos para páscoa e de decoração de ambientes, mas são os artigos natalinos os responsáveis por 70% de seu fatura-

mento. Atualmente, é considerada uma das maiores importadoras do segmento e atende a lojas, shoppings, supermerca-dos, hotéis, prédios públicos, entre ou-tros, em todo o país.

Para manter um lucrativo negócio baseado em uma data anual, é preciso muita criatividade e planejamento. “Para você ter uma ideia, em outubro deste ano já importamos as amostras das peças que lançaremos para o natal de 2012”, informa Janice. Ela explica que só vender ou dis-tribuir um produto não é mais garantia de bom negócio. “Hoje, o cliente almeja muito mais, quer ser surpreendido”, re-força. Para alcançar esse resultado, uma das estratégias é apresentar estilos de de-corações natalinas com a diversidade de produtos que oferece. “Assim, consegui-mos atrair mais a atenção do cliente, que pode também oferecer essa decoração ao consumidor final”, destaca.

Atualmente, são 50 colaboradores da Fabiamce, que possui, além da sede, a SC Distribuidora em Aparecida de Goiânia. No calendário da empresa, anualmente, em março e abril, acontece uma exposição exclusiva para os 100 maiores clientes, das novidades para o próximo natal. Em junho, as tendências são apresentadas no Natal Show em São Paulo. Em outubro, a marca abre uma loja de varejo em Goiânia.

com design moderno e visual atrativo, em Anápolis e em Goiânia. “A intenção inicial era proporcionar conforto e quali-

Fabiamce

Tudo que você precisa para completar sua festa!

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Janice Tambury: sua paixão pelo Natal a conduziu à descoberta de um novo mercado

10 Leia Atacadista Dezembro de 2011

REPRESENTANTE COMERCIAL

REPORTAGEM: FERNANDO DANTAS FOTOS: FERNANDO LEITE

Planejamento, agendamento e visitas periódicas aos clientes e às empre-sas, elaboração de propostas, trei-

namentos, vendas, acompanhamento de pedidos e distribuição de produtos. Es-sas atividades revelam parte da rotina de um representante comercial. Em Goiás, 6.390 profissionais desse segmento atuam legalmente no mercado, segundo infor-mações do Conselho Regional dos Repre-sentantes Comerciais do Estado de Goiás (Core-GO).

Seja como pessoa física ou por meio de uma empresa de representação, esse profissional tem a responsabilidade de in-termediar e facilitar o relacionamento en-tre o produtor ou fornecedor do produto e o cliente ou a empresa. Normalmente, não é necessária a formação profissional específica, apesar de existirem cursos téc-nicos para quem pretenda trabalhar na área. Além disso, o representante comer-cial tem o costume de atuar em um mes-

Mudam os recursos, mas o representante comercial continua sendo a chave dos negócios. Conheça dois diferentes perfis desta democrática profissão, que aceita todas as idades e é responsável pela circulação de mercadorias e pelo ritmo da economia

Da pasta ao tablet

mo segmento de negócio, podendo ser de alimentos, bebidas, autopeças, fer-ragens, calçados etc., podendo vender para empresas varejistas, atacadistas, distribuidores, entre outros.

Um exemplo de profissional que se dedicou e continua atuando na área é o representante Guilherme Luiz de Gonçalves, de 83 anos. Casado e pai de dois filhos, Guilherme está nesse mer-cado há 37 anos e encontrou na ativida-de de representação comercial a possi-bilidade de fazer o que sempre desejou. “Deixei os balcões, trabalho que exerci por vários anos, para me aventurar na área de vendas externas. Era tudo meio limitado no balcão, então resolvi virar um profissional da pasta”, pondera.

Natural de Uberaba (MG), Gui-lherme deu os primeiros passos na pro-fissão longe de terras goianas. O come-ço, em 1954, exigiu muito engajamento e sacrifício do representante, que preci-sava viajar constantemente, ficando até 60 dias fora de casa. Por ter uma carac-terística invejável na profissão – dedica-ção e vontade de crescer – , Guilherme recebeu um desafio da empresa em que atuava. “Meu chefe me convidou para uma reunião, pegou um mapa e apon-tou para a região central do país dizen-do que o futuro estava ali. Daí me per-

Os representantes comerciais, segundo a leiO art. 1º da Lei 4.886/65 define o represen-

tante comercial como o profissional que exerce a re-presentação comercial autônoma, a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desem-penha, em caráter não-eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios’’.

De acordo com esse dispositivo, a represen-tação comercial é uma modalidade de intermediação

de negócios mercantis, ou seja, os representantes comerciais têm a função de facilitar os negócios en-volvendo a venda de produtos ou mercadorias de seus clientes, chamados de empresas representadas. Esta intermediação envolve, de um lado, as empresas representadas, indústrias e empresas dedicadas ao comércio atacadistas e, de outro, seus clientes, ou-tras empresas atacadistas ou varejistas. Dessa forma, cabe ao representante comercial fazer a ponte entre a empresa representada e seus clientes, de modo a aumentar o número de negócios entre elas.

Guilherme Luiz, 37 anos de profissão, quis ir além dos balcões do comércio. “Então resolvi virar um profissional da pasta”

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guntou se eu teria coragem de ir para o Centro-Oeste brasileiro. Encarei como uma oportunidade, me mudei e vivo em Goiás desde 1966”, enfatiza.

Na época, conta Guilherme, a principal dificuldade da profissão era a situação precária em infraestrutura de malha viária. “Já fiquei dias atolados nas estradas por não ter condições de tráfego”, relembra. Totalmente compro-metido e envolvido com sua atividade, ele foi um dos fundadores do Core-GO e também um dos primeiros inscritos - sua carteira profissional tem número de inscrição 18. Hoje, o representante comercial comemora as facilidades que o tempo proporcionou à profissão e diz que não se arrepende de forma alguma de ter largado o balcão. Guilherme coor-dena a empresa Goiás Têxteis Represen-tações, que atua no segmento de cama, mesa, banho e decoração em todo o esta-do de Goiás. A atividade é desenvolvida junto com a esposa e os dois filhos, além de outros colaboradores.

A rotina de trabalho começa cedo. A partir de 7 horas é possível en-contrar Guilherme no escritório, pla-nejando as ações do dia, verificando agenda de visitas aos clientes e con-versando com a equipe. E quem pensa que por iniciar logo cedo o trabalho se encerra também mais rápido, está en-ganado. “Enquanto tiver cliente para atender, a gente tá na rua e trabalhan-do. Não tem tempo ruim”, relata. Ex-trovertido, de bem com a vida e com a profissão, o representante comercial diz que, enquanto tiver forças, preten-de continuar atuando na área.

RECONHECIMENTOFormado em Direito e com pós-

-graduação em Marketing, Edson Mo-rais Júnior diz que não escolheu a pro-fissão de representante comercial, foi a profissão que o escolheu. “Ainda jo-vem, sem saber o rumo que deveria to-mar, iniciei o trabalho em vendas e per-cebi o quanto me fascinava negociar”, ressalta. Hoje, aos 34 anos de idade, Edson celebra o fato de ter dedicado 11 anos à área de representação.

Atuando na empresa JF Repre-sentações Ltda., o jovem revela que o segredo para ter sucesso na profissão é sempre ter foco no cliente e nas metas

propostas, incluindo planejamento, vi-sitas a clientes, soluções logísticas e fi-nanceiras, desenvolvimento de ações e campanhas, participação em eventos e feiras, treinamentos de equipes, degus-tações e exposição de produtos, além da participação em cursos para reciclagem e leitura frequente para atualização.

No dia a dia, Edson complemen-ta que para ultrapassar os obstáculos inerentes ao segmento de atuação é pre-ciso ser criativo e persistente. “Só assim podemos solucionar problemas, lidar com a cobrança por informações e re-sultados por parte das empresas repre-sentadas e saber enfrentar a pressão do mercado”, reforça. Apesar de tudo isso, o representante comercial afirma que a profissão tem suas vantagens. “Poder desenvolver, criar, conquistar é uma sensação incomparável. A liberdade de construção de um trabalho e o reconhe-cimento por meio dos resultados justifi-cam todo empenho”, comemora.

Para quem pretende inserir-se nesse mercado de trabalho, Edson gos-ta de dar dicas, dizendo que a pessoa precisa ter espírito para vendas e gos-tar de vender. “Ser vendedor é ideali-zar, comunicar, ousar e persistir. Tudo isso aliado às técnicas de planejamen-to, análise e acompanhamento. É ne-cessário, ainda, utilizar a psicologia e entender as pessoas. Essas característi-

Gostou da profissão? Saiba como se tornar um representante comercial

Pessoa Física – É preciso se re-gistrar no Conselho Regional de Repre-sentantes Comerciais de seu estado, ca-dastrar-se na prefeitura de seu município como contribuinte do INSQN e inscrever--se como contribuinte do INSS.

Pessoa Jurídica – Necessário contrato de constituição ou declaração de firma empresário devidamente ar-quivada na Junta Comercial, registros do responsável técnico e da empresa no Conselho Regional de Representantes Comerciais do Estado em que a empresa tenha endereço, CNPJ e cadastro na pre-feitura de seu município para a emissão da Nota Fiscal Eletrônica.

cas e atitudes, somadas aos produtos e às marcas representadas, podem levar o representante a ter um bom salário e renda”, garante. Sobre o futuro do mercado, a expectativa, segundo ele, é de crescimento, com grandes oportuni-dades de negócios.

Edson Morais Júnior: fascinado por negociações, o jovem preferiu a representação comercial ao diploma em Direito

12 Leia Atacadista Dezembro de 2011

Acúmulo de dívidas, ausência de um plano de negócios, in-vestimentos não planejados,

incapacidade de gestão e até inexpe-riência dos sócios são fatores que con-tribuem para que empresas entrem em processo de falência no Brasil. Se até 2005 a opção dos empresários que esta-vam nessa situação era pedir a concor-data ou solicitar o fechamento do negó-cio, após aquele ano o cenário mudou. Com a promulgação da Lei n° 11.101, de 09 de fevereiro de 2005, surgiu a possibilidade de as empresas efetua-rem um plano de recuperação judicial,

Em vigor há mais de cinco anos, a lei que regula a recuperação judicial de empresas foi editada para substituir a antiga concordata e ajudar empresários em crise a se recuperarem

instrumento que está, de fato, auxilian-do muitas companhias a saírem de um momento difícil e voltarem a bons ín-dices de rentabilidade. De acordo com levantamento realizado pela Serasa Ex-perian, o número de recuperações defe-ridas passou de 155, em 2006, para 361, em 2010. Já o número de falências teve queda, passando de 1.977, também em 2006, para 732, no ano passado.

A Lei 11.101/05 funciona assim: ao perceber que está em dificuldade, uma companhia comunica sua situa-ção ao Poder Judiciário. O juiz conce-de um prazo de 180 dias para que a

empresa apresente um plano de resta-belecimento de seu equilíbrio econô-mico e financeiro. Este planejamento precisa ser aprovado pelos credores e até funcionários da empresa, por meio de uma assembleia. “Esta é a principal evolução da legislação anterior. Ago-ra, existe a oportunidade de todos os atores participarem do processo de re-tomada de uma empresa e há uma di-minuição da ingerência do Judiciário”, explica o assessor jurídico do Sindicato do Comércio Atacadista no Estado de Goiás (Sinat), Hélio Capel Filho.

Nesta assembleia, companhia e

PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Oportunidade para se manter no mercado

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ULG

AÇÃO

Dezembro de 2011 Leia Atacadista 13

credores negociam o valor da dívida, elaboram um calendário de pagamen-to e definem juntos as outras condições do plano. Somente com a aprovação de todos, o plano é encaminhado para homologação do Poder Judiciário, que o aprova com o prazo máximo de dois anos para ser concluído. Com o novo calendário para pagar as dívidas, a em-presa ganha fôlego e prazo para criar novas estratégias e voltar a ser compe-titiva no mercado.

Neste período, a companhia não pode sofrer pedidos de falência ou exe-cuções, mas o plano pode ser revisto se houver modificações substanciais na situação econômico-financeira do de-vedor ou se este não honrar o que foi pactuado. Para isto, basta os credores comunicarem o fato ao juiz supervisor do processo. “A Lei de Recuperação Judicial dá mais poderes aos credo-res, tanto na definição das condições do plano quanto na fiscalização de seu cumprimento. A Justiça fica apenas com o papel de monitorar se o plano está sendo cumprido”, explica o asses-sor jurídico.

Se, ao final de dois anos, a em-presa ainda não se recuperar, é decre-tada a falência, que significa o encerra-mento das atividades e o vencimento antecipado das dívidas do devedor e dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis. Nesse caso, os ativos da empresa serão utilizados para pa-

Empresas públicas e as socieda-des de economia mista, cooperativas de crédito, consórcios, entidades de previdência complementar, socieda-des operadoras de plano de assistên-

Saiba em que situações a Lei de Recuperação Judicial não se aplica

cia à saúde, sociedades seguradoras, sociedades de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores, bem como o profissional e sua sociedade de trabalho.

gamento dos credores, em ordem de preferência, que prioriza a quitação das dívidas trabalhistas, seguidas das dívidas reais e depois as tributárias. Os credores quirografários (exemplo de quem tem cheques e outros títulos de crédito para receber), estão em sex-to lugar nesta ordem.

Mas a recuperação judicial existe exatamente para evitar que a empresa feche suas portas. Em seu bojo, a nova lei traz a mensagem de que uma orga-nização empresarial é parte importante da sociedade e seu espírito é de opor-tunizar o reequilíbrio da empresa, pre-servando seu valor de mercado, em-pregos e adimplência junto ao Estado.

PASSADOAntes de 2005, uma empresa

em dificuldade tinha a opção de soli-citar a concordata ao Poder Judiciário e evitar a falência. Similarmente à Lei de Recuperação Judicial, a companhia também solicitava uma dilatação e re-negociações do prazo de pagamento de suas dívidas. Contudo, a concordata era considerada um “favor legal”, con-

Para o assessor jurídico do Sinat, Hélio Capel Filho, os empresários preci-sam entender qual é a diferença entre falência e insolvência. “A falência é um procedimento judicial. E o que provoca esse procedimento é a situação de in-solvência, ou seja, a empresa não ter condições de arcar com sua dívida.

Em outras palavras, a insolvên-cia acontece quando seu passivo – ou seja, suas dívidas – se agravam e ame-açam a situação ativa – a rentabilidade – da empresa. Então, quando esse de-sequilíbrio acontece, a empresa entra numa situação de insolvência”, enfatiza. O assessor garante que é nesse momen-to que tem início o processo de recupe-ração, não mais o de falência direta.

Falência e insolvência

cedido pelo juiz ao devedor de boa-fé, independentemente da anuência e con-cordância dos credores.

Hélio Filho enfatiza ainda que, antes da entrada em vigor da Lei 11.101/05, qualquer dívida, seja pe-quena ou não, era motivo para que o credor entrasse com pedido de fa-lência da empresa devedora. “Isso acabou tornando-se uma estratégia jurídica para pressionar os empresá-rios devedores a pagarem pequenos valores. Empresas que movimenta-vam cerca de R$ 1 milhão, às vezes eram incomodadas por causa de um cheque de R$ 1,5 mil”, destaca.

“ Lei de Recuperação Judicial dá mais poderes aos credores, tanto na definição das condições do plano quanto na fiscalização de seu cumprimento”Hélio Capel Filho

14 Leia Atacadista Dezembro de 2011

ATACAREJO

REPORTAGEM: FERNANDO DANTASFOTOS: FERNANDO LEITE

Uma tática de mercado tem con-quistado cada vez mais clientes no Brasil. É o chamado ataca-

rejo, modalidade de empresa em que é possível adquirir produtos no atacado e também efetuar compras em pequenas quantidades. Criado para atender um público-alvo, que são distribuidores, va-rejistas, transformadores – lanchonetes, restaurantes, mercados, doceiros etc. – os atacarejos ganharam novos adeptos: os consumidores finais. Segundo a dona de casa Zilá do Carmo Ferro, o motivo é a economia doméstica, principalmente pelos preços serem mais atrativos, le-vando à redução de custos de até 30% nas compras do mês. Ela, que antecipou a aquisição de produtos para as festas de fim de ano, garante que vale a pena pesquisar antes de comprar. “Sempre frequento o comércio para comparar

Nova modalidade de mercado, que mistura atacado e varejo, tem sido a solução encontrada por clientes para economizar no momento da compra. Segundo empresários e consumidores do setor, a redução de custos pode chegar, em média, a 30% para quem compra por meio do atacarejo

A nova moda do consumo

preços e percebo que essas lojas que misturam atacado e varejo têm ofereci-do vantagens ao cliente”, complementa.

Para o gerente da Jota Doces, José Antônio Benfica, os atacarejos são uma tendência de mercado. “Surgiu para atender uma demanda que existia no cenário empresarial e caiu no gosto de vários públicos, ou seja, passou a unir o útil ao agradável”, diz. A Jota Doces, que atua no segmento de atacarejo de doces em Goiânia (GO) e é ligada à JC Distribuição, foi inaugurada em setem-bro deste ano, exatamente por visuali-zar um mercado em pleno crescimento.

Os produtos da unidade, assim como em outras lojas de atacarejo, são comercializados de duas formas dife-rentes. A primeira é voltada para os clientes de CNPJ, que concentram ata-cadistas, varejistas, transformadores e pequenos empresários. A segunda é para os consumidores finais. O que di-ferencia cada cliente é o preço na pra-teleira, já que para quem possui CNPJ

e compra em grandes quantidades o valor de imposto cobrado, o ICMS, é de 10%, enquanto o consumidor final adquire os itens com o ICMS de 17%. “Até porque não podemos reduzir o valor de imposto ao cliente final para não prejudicar quem atua no varejo ou transformadores”, revela José Antônio.

O atendimento também é feito de duas maneiras, já que a venda aos clientes de CNPJ é realizada por ven-dedores capacitados para a comercia-lização de itens em maior quantidade. Os consumidores finais efetuam as compras nos caixas da loja. José Antô-nio afirma que no caso da Jota Doces, 70% das vendas têm sido direcionadas a quem possui CNPJ e 30% ao cliente final. As vantagens econômicas dessa modalidade, segundo ele, têm chama-do a atenção do público de outros esta-dos, que vem até Goiás para efetuar as compras. Tanto é que a unidade recebe clientes do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão,

Loja da Rio Vermelho Distribuidor, em Goiânia: grupo passou a investir no atacarejo após constatar sucesso consolidado da modalidade em outros países

Dezembro de 2011 Leia Atacadista 15

Pará, Piauí, São Paulo e Distrito Fede-ral. “Entretanto, nosso foco tem sido o estado de Goiás”, confirma.

A comerciante Gleice Ferreira da Silva, de 25 anos, reconhece que com-prar nos atacarejos é vantajoso, por isso viaja até a capital goiana toda semana com o intuito de adquirir produtos para a mercearia que possui em Goianira (GO). Ela calcula uma economia entre 20% e 25% com a aquisição de itens como doces, sabão em pó e bebidas para o seu comércio. “Se fosse comprar em supermercados ou outras lojas, minha margem de lucro seria bem pequena, talvez nem compensasse manter o ne-gócio. Sem falar que posso utilizar o que economizo em benefícios para minha empresa”, revela. Além de ser cliente de CNPJ, Gleice confessa que aproveita as viagens a Goiânia para ser consumi-dora final também. A comerciante apro-veitou uma dessas vindas à cidade para comprar os produtos e doces para o ani-versário do filho.

Outra que não abre mão de vi-sitar os atacarejos é a comerciante Ivete Kabalan, que possui uma lanchonete no Setor Campinas, em Goiânia. “Adoro ofertas e sempre pesquiso para encon-trar lojas que estejam oferecendo vanta-gens ao consumidor. Por isso, já me tor-nei cliente habitual dos atacados e agora dos atacarejos”, confessa. Para ela, que há mais de 30 anos atua no segmento de secos e molhados, qualquer 10 centavos faz diferença no momento de adquirir itens para o seu comércio e até para

Dicas para garantir o sucesso dosAtacarejosP Conhecimento de mercadoP Estudo e pesquisa P Crédito à disposiçãoP RelacionamentosP InovaçãoP Treinamento e capacitação de

equipesP Bom atendimentoP AgilidadeP Infraestrutura adequadaP Diferenciais na loja para oferecer

conforto e segurança ao consumidorFonte: empresários do setor

casa. “Quando se faz compras de maior concentração, essa pequena diferença no valor unitário representa uma gran-de economia no conjunto”, enfatiza.

CRÉDITO APROVADO, COMPRA FEITA

A Rio Vermelho Distribuidor possui duas lojas na modalidade ata-carejo – Anápolis e Goiânia. A empre-sa oferece diversos produtos à venda, inclusive itens que compõem a cesta básica, como arroz, feijão, farinha, óleo, entre outros. Segundo o gerente de Ata-carejo do Grupo Rio Vermelho, Wilton Barsanulfo, a empresa passou a investir nesse segmento por ser um formato já consolidado em outros países e com re-sultados positivos ao empresário e con-sumidor, seja de CNPJ ou final.

Wilton relata que, além do pre-ço reduzido, o mix de atacado e varejo ofertado aos comerciantes e clientes, com diversas opções à disposição em um mesmo local, é um atrativo à parte que fideliza o consumidor. “Por isso, é difícil traçar um perfil de quem compra no atacarejo. São os mais diferentes pú-blicos”, acrescenta.

A venda, principalmente aos clientes de CNPJ, é feita à vista, por meio de cartão de crédito, depósitos ou cheque. Mas, reforça Wilton, é preciso passar pela aprovação de crédito para a compra ser efetuada. Além disso, de-pendendo do caso, as vendas podem ser feitas com prazo longo, principal-mente para os clientes de varejo.

José Antônio, da Jota Doces: atacarejo uniu o útil ao agradável

Ivete Kabalan, dona de lanchonete, aproveita as ofertas do atacarejo para diminuir seus custos

16 Leia Atacadista Dezembro de 2011

REPORTAGEM E FOTOS: RAQUEL PINHO

Elas visualizam toda a rede de re-lacionamentos importantes para a empresa. Administram a agen-

da dos diretores e gestores para que não deixem de atender importantes clientes internos e externos para a fluidez dos negócios. Organizam relatórios estraté-gicos. São peças fundamentais no pro-cesso da comunicação interna.

Essas são algumas funções da profissão que hoje já conta com forma-ção superior. Para elas, o Sindicato do Comércio Atacadista no Estado de Goi-ás (Sinat) realiza anualmente o Encon-tro das Secretárias do Setor Atacadista e Distribuidor, que em 2011 chegou em sua 9ª edição. O evento foi realizado no dia 24 de setembro, no Vila Santa Maria Eventos, e foi marcado por uma participação recorde: 127 presentes para um dia de muitas atividades. A iniciativa marcou também o Dia da Secretária (30 de setembro).

Os participantes foram recep-cionados com café da manhã e, em

seguida, ouviram a palestra de Júlio César Franco, conferencista que tem se destacado no cenário nacional por sua aborda-gem irreverente e tocante sobre comportamentos e atitudes que fazem toda diferença na vida profis-

sional e pessoal. Essa foi uma de suas temáticas que

convidou todos à reflexão: “O sucesso está totalmente

ligado às habilidades pesso-ais, tanto é que atualmente estão

contratando pessoas que têm ca-pacidade de se relacionar bem com

outras pessoas. Técnicas se ensinam; valores, não”.

Um sábado de muita emoção, riso, reflexão e interação para as secretárias. Este foi o presente do Sinat a estas profissionais que fazem a diferença na rotina das empresas atacadistas

30 DE SETEMBRO – Dia da Secretária

Do escritório para o centro das atenções

Keliane Fonseca foi homenageada pelo Sinat no 9º Encontro das Secretárias do Setor Atacadista e Distribuidor

Dezembro de 2011 Leia Atacadista 17

Após a conferência, foi o mo-mento das homenagens às mulheres. Em todas as edições do encontro, o Sinat escolhe duas ícones para referen-ciar. Neste ano, a secretária municipal de Assistência Social, Célia Maria Va-ladão, que além da carreira executiva também se dedica à carreira musical, foi escolhida. “Recebo com muito amor e carinho esta homenagem”, agrade-ceu ao Sinat e à sua família. Com sete CDs gravados, ela brindou a todos com uma canção na oportunidade.

Outra homenageada veio de uma empresa atacadista. Cleuza Alves de Rezende Vieira vem construindo uma sólida carreira na empresa Teci-dos Tita há 31 anos e foi escolhida por sua dedicação. Cleuzinha, como é co-nhecida, foi duplamente surpreendida: pela homenagem e por quem fez a en-trega, sua filha. “Ela está se recuperan-do de uma cirurgia delicada e deveria estar na cama”, exclamou.

As dez empresas que mais parti-ciparam em 2011 das atividades e con-vênios oferecidos pelo Sinat também foram destacadas durante o evento (veja box). O presidente do Sindicato, Paulo Diniz, lembrou que as secretá-rias são fundamentais na divulgação dos serviços e benefícios do Sinat e, por isso, foram escolhidas para receber a homenagem em nome da empresa.

DIVERSÃO E PRÊMIOSO clima solene das homenagens

cedeu lugar à irreverência e diversão da equipe do Sinat que, com muito bom humor, conduziu o sorteio de prê-mios com brincadeiras, quizzes e dan-ças de improviso. No total, 60 brindes foram distribuídos, que variaram de batom, squeze, semijóias, porta-retratos a jogos de toalha, cesta de guloseimas e sabonete. Após uma pausa para o saboroso almoço, aconteceu o sorteio dos três prêmios mais visados: uma estadia para duas pessoas no hotel do Sesc de Pirenópolis, outra para o Sesc de Caldas Novas e uma TV LCD de 32 polegadas.

É pela terceira vez que a secre-tária da Mix Componentes Automo-tivos, Cláudia Silveira, comparece ao

encontro. “O evento está melhor a cada ano”, avaliou. Assim como a se-cretária da Limp Vap, Valdivina Oli-veira, que garante: vale a pena partici-par. “Gosto da interação que acontece aqui, a gente faz até amizades”, disse.

Outra participante da Limp Vap, Camila de Oliveira, é nova no pedaço: havia apenas dois meses que deixara a enfermagem para dedicar-se ao secretariado, iniciando inclusive curso superior na área. Foi assim, aber-ta a este novo mundo, que participou do 9º Encontro de Secretárias do Setor Atacadista e Distribuidor. “A mensa-gem da palestra foi muito valorosa e, depois disso, eu me diverti bastante”, disse. Se depender de sua vontade, no encontro do ano que vem sua presença será garantida!

“Atualmente estão contratando pessoas que têm capacidade de se relacionar bem com outras pessoas. Técnicas se ensinam; valores, não”Júlio César Franco, conferencista do evento

Paulo Diniz contagiou a todos com sua simpatia e cordialidade de um bom anfitrião

18 Leia Atacadista Dezembro de 2011

Confira os melhores momentos do Dia da Secretária

Pricila Gomes Ferreira (Pacto Soluções)Cibele Aparecida de Bessa (Tecidos Tita)Rosines Isabel Murgo (Distribuidora Central de Produtos Alimentícios)Thays Enedina Duarte Peres (Mix Componentes)Andrea Bento de Souza (Makro Atacadista)Marília Gomes (Saeta)Ana Lígia Silva Froes (Pharma Distribuidora)Jaqueline Dias (Fabiamce)Keliane Fonseca de Andrade (Podium)Elisângela Matos Martins (Dampp)

As 10+ Quem foram as profissionais indicadas para receber ahomenagem do Sinat pelo Dia da Secretária 2011:

Sorrisos, lágrimas, emoção e reflexão: o palestrante Júlio César Franco conseguiu despertar um misto de sentimentos na plateia; Cleuza Alves de Rezende e Célia Maria Valadão, com suas brilhantes histórias de vida, foram escolhidas pelo Sinat como Mulheres Ícones de 2011. Célia ainda brindou a todos com uma canção. O clima do evento foi assim: euforia e animação.

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Dezembro de 2011 Leia Atacadista 21

ARTIGO

Temos assistido a todo momento o noti-ciário econômico se empanturrando de crises e

mais crises financeiras que se alastram por todo o mundo: desde os Estados Unidos, passando pela Itá-lia, Portugal, atingindo a Grécia e outros. O cenário econômico se afigura a uma montanha russa, prova-velmente assemelhada à nossa, recém instalada no Parque Mutirama de Goiânia – velha na estrutura, incrustada de tinta nova para cobrir-lhe as vergonhas.

Na contramão de tudo isso, teimam as autori-dades brasileiras em desenhar para o país uma aveni-da de prosperidade, alheia aos desacertos alienígenas, alicerçando suas afirmações em “bons fundamentos para enfrentar turbulências internacionais”: reservas internacionais, menor endividamento público e um sistema financeiro sólido e, acrescentamos, um signi-ficativo mercado consumidor.

É sabido que as reservas internacionais andam pela casa dos trezentos bilhões de dólares e que esse montante se encontra aplicado em instituições ban-cárias internacionais. Sabe-se igualmente que as taxas de juros desses organismos situam-se abaixo dos 2% ao ano e que, na melhor das hipóteses poderão remu-nerar a aplicação para algo em torno de seis bilhões de dólares.

Ora, a dívida pública interna brasileira situa-se em torno de um trilhão de reais, cujo serviço, conside-rando a Taxa Selic tupiniquim de 11,5%, bate em qua-renta bilhões por ano, equivalente a aproximadamen-te vinte bilhões de dólares, despesa três vezes maior que a receita. Ou seja, financeiramente, o cenário não é tão florido quanto se pinta.

O sistema financeiro, este sim, jamais experi-mentou tamanho crescimento.

A captação de investimentos a um custo absur-damente menor do que a aplicação aos tomadores, principalmente governamentais tem levado o sistema publicar balanços incrivelmente superavitários, fazen-do dos situados no Brasil, os bancos que mais cres-cem no mundo. Tal situação, porém, por outro lado, é preocupante. Financiamentos de bens diversos com prazos até superiores à sua vida útil são um ótimo ca-minho para a inadimplência.

Outro aspecto preocupante é trazido pelo colu-nista do informativo Carta Capital, Gonzaga Belluzzo, que põe em dúvida depoimentos da maioria dos eco-nomistas que, segundo ele, são ligados a instituições financeiras, portanto a serviço delas. Quando ele ana-lisa os relatórios do Congresso americano observa: “

O canto da sereia

Paulo Diniz, presidente do Sinat

Paulo [email protected] o percurso em direção à crise é analisado mediante

a narrativa de episódios esdrúxulos e depoimentos patéticos de banqueiros, altos executivos e autorida-des, protagonistas que levaram a economia global da euforia e da depressão as inovações financeiras ge-radoras da instabilidade”, o que juntando-se os 85 bi-lhões de dólares gastos de 1998-2011 com senadores e deputados pelo setor financeiro, há que desconfiar que a história foi mal contada.

Mas ainda temos os mercados externo e, principalmente, o interno. Balizadas em dólar des-valorizado, as comódities, pela perspectiva de baixa oferta, principalmente no curto prazo, permane-cerão com cotações elevadas, o que é bom para o Brasil, pois, no curto prazo garantem maior entrada de recursos financeiros. O enfraquecimento global das economias, no entanto, no longo prazo, poderão incluir o Brasil e como consequência experimenta-remos menor crescimento, que poderá resultar na indesejada fuga de capitais para economias mais só-lidas, acarretando créditos com maior dificuldade e maior custo. Mergulhando assim na velha e conhe-cida ciranda financeira.

No mercado interno, embora tenha que se atentar e preparar para um crescimento menor que o projetado pelos órgãos governamentais, há um novo e importante cenário, o do investimento no mercado do trabalho. Um grande risco para os empresários, porém significativo ganho para o mercado consumi-dor. Envolvidos por forte demanda atual, os empre-sários estão proporcionando ganhos reais de salário maiores do que podem e, juntando-se a isso a eleva-ção da carga tributária – IOF, ST, IR, Simples Nacional, Aviso Prévio de 90 dias, os aumentos nas Taxas de Ju-ros e o cerco ao crédito, pode-se vislumbrar dificulda-des para o setor manter as contratações. Este cenário poderá gerar maior insegurança e consequente aver-são ao risco, com as famílias relutantes em contratar, adquirir ou consumir, situação já presente em outros países e que poderá, se chegar aqui, causar um gran-de estrago na economia.

Necessário se faz a preparação do empresário para a possibilidade deste cenário econômico nem tão otimista quanto quer mostrar nossos governan-tes. Estamos inseridos no contexto globalizado da economia e nos preocupamos quando assistimos recentemente as manifestações de entusiasmo de-monstradas por alguns governadores quando foi anunciada a reclassificação dos seus Estados lhes permitindo contrair ainda mais empréstimos, que gerarão maiores dívidas, maiores gastos e, podemos esperar, mais uma vez, a conta nos será repassada.

Miranda Representações Fone: (62) 3291.5757 - Goiânia/GO

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22 Leia Atacadista Dezembro de 2011

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

REPORTAGEM: RAQUEL PINHO FOTOS: FERNANDO LEITE

Depois de quatro anos sem ser aplicada aos setores de autope-ças e bebidas quentes, o Estado

de Goiás voltou a adotar o uso da Subs-

Comércio atacadista revive o pesadelo da substituição tributária do ICMS. As mais prejudicadas são as empresas enquadradas no Simples Nacional

Ela voltoue, ao que tudo indica, veio para ficar

tituição Tributária para o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Merca-dorias (ICMS). Desde 1º de junho deste ano, aderiu ao Protocolo 41 do Conse-lho Nacional da Fazenda (Confaz), que rege o assunto. A adesão não é obriga-tória, mas vários estados já adotaram a medida, inclusive São Paulo.

A Substituição Tributária é o ato de o Estado cobrar antecipadamen-te o ICMS que toda cadeia produtiva irá pagar nas sucessivas comercializa-ções do produto, até que ele chegue nas mãos do consumidor final. Com a cobrança, os atacadistas precisam pagar, além do imposto de sua opera-

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Celso Camilo, presidente da Ageap: “Perdemos capital de giro e ficamos com o fundo de estoque com imposto pago. É o que chamamos de estocar imposto”

Dezembro de 2011 Leia Atacadista 23

ção de compra, o tributo do varejista, mesmo sem saber quando seu pro-duto será vendido. Então, ele embute o valor do imposto antecipado para o preço de venda de seu produto.

A Secretaria da Fazenda do Es-tado de Goiás (Sefaz) justificou sua reimplantação como uma medida para evitar a evasão fiscal. É mais fácil para o Governo cobrar antecipadamente dos atacadistas, que são em menor nú-mero e, portanto, mais fáceis de serem fiscalizados. Ela já era praticada para outros 13 segmentos, tais como cigar-ros, pneus, veículos, tintas, cervejas, entre outros. Em 2007, o estado de Goi-ás retirou as categorias de autopeças e bebidas quentes da lista e incluiu no mesmo ano a Substituição Tributária para celulares e cartões. Desde então, não houve mais novidades quanto ao assunto.

Mas agora, coincidindo com o momento de dificuldade do Governo com as contas públicas, ela está vol-tando e, pelo visto, vai abranger mais categorias. Para janeiro próximo, já foi anunciada sua implantação para o segmento de materiais de construção e materiais elétricos. “Há possibilidade de inclusão de novos produtos”, de-clarou Wayser Luiz Pereira, gerente de Substituição Tributária da Sefaz.

Teoricamente, essa conta parece ficar redondinha e esta é a argumenta-ção da Sefaz-GO: aquilo que o ataca-dista antecipa, ele repassa no preço de venda. “A Substituição Tributária não aumentou o imposto, só o concentrou no início da cadeia produtiva”, define Wayser.

Contudo, quem está vivendo o processo contabiliza perdas. “Para nós, ela significou um considerável aumen-to nas despesas e na carga tributária”, rebate o presidente do Sindicato dos Atacadistas no Estado de Goiás (Sinat), Paulo Diniz.

O consultor tributário e diretor da Associação Goiana dos Empresários de Autopeças (Ageap), Celso Camilo, expli-ca que agora o atacadista tem de pagar o imposto do varejista sem saber se vai vender a mercadoria. “Perdemos capital de giro e ficamos com o fundo de esto-que com imposto pago. É o que chama-mos de estocar imposto”, diz.

Celso lembra ainda questões como o aumento do risco de seu ne-gócio pois, mesmo após a venda, o atacadista tem de lidar com a inadim-plência de seu cliente. “Se eu já paguei o imposto do meu cliente, e ele não me paga, meu prejuízo é ainda maior. A si-tuação é cômoda para o Governo, mas passa a ser um entrave a mais para o empresário”, explica.

E os impasses que envolvem a questão não param por aí. Incluem tam-bém o Índice de Valor Agregado (IVA), usado para atribuir o valor hipotético do lucro bruto da venda do produto no varejo. No ano 2000, quando foi implantada a Substituição Tributária pela primeira vez para a categoria de autopeças, considerava-se IVA de 30% interno e interestadual. Nesta nova eta-pa, o índice já subiu para IVA 40% in-terno e o IVA ajustado para 56,9% nas compras interestaduais. “O IVA é cal-culado com base em preços acima do mercado e as empresas estão pagando imposto acima do lucro bruto”, afirma o presidente do Sinat. “E o setor preci-sa ficar atento para que o IVA não suba ainda mais”, alerta Celso.

Os maiores prejudicados no seg-mento de autopeças foram as empresas

enquadradas no Simples Nacional, 91% de toda cadeia de autopeças, de acordo com dados da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás (Sefaz-GO). Antes da Substituição Tributária, o ICMS das em-presas enquadradas no Simples ficava entre 1,25% e 3,95% após a venda. Com a Substituição Tributária, a alíquota subiu para 17%. “Nesta situação, a mi-croempresa perde muito em competiti-vidade e fica enfraquecida”, diz Celso.

A Sefaz-GO tem uma outra vi-são. Wayser Luiz considera que, quan-do bem implementada, a substituição é positiva para o mercado, uma vez que inibe a concorrência desleal. “Para quem não paga imposto, aí sim, a Substituição Tributária foi ruim”. Ele concorda ser uma dificuldade plausí-vel o pagamento antecipado do ICMS do estoque mas, neste sentido, foram concedidas dilatações no prazos para o pagamento. “Se fosse para pagar à vista, realmente o fluxo de caixa ficaria comprometido”, diz. Porém, considera que a agitação do setor tem muito a ver com este momento de adaptação às no-vas regras. “O comerciante ainda não aprendeu a fazer a conta certa. O preço inicial aumenta, mas o imposto deixa de ser cobrado no final”.

“A substituição tributária não aumentou o imposto, só o concentrou no início da cadeia produtiva”Wayser Luiz Pereira, gerente de substituição tributária da Sefaz

A equipe de reportagem ouviu a versão da Sefaz-GO

24 Leia Atacadista Dezembro de 2011

EM BUSCA DE MINIMIZAÇÕES

A flexibilização no prazo para pagar o estoque foi apenas uma das conquistas do Sinat, juntamente com o Fórum Empresarial de Goiás, para o setor econômico que vive o retorno da Substituição Tributária. Ao tomar conhecimento da intenção do Governo em aderir ao Protocolo 41, seus inte-grantes se mobilizaram para tentar di-minuir os impactos das mudanças.

Integrado pela Federação do Comércio do Estado de Goiás (Feco-mercio), Federação da Indústria do Estado de Goiás (Fieg), Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Goiás (Facieg), Associa-ção Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Acieg), Associação Pró-De-senvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), Federação da Agri-cultura do Estado de Goiás (FAEG), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e pela própria Secretaria da Fazenda Es-tadual, o Fórum Empresarial realizou diversos estudos técnicos e partiu em busca de acordos para tornar a situa-ção tributária mais sustentável para os empresários.

Com o ICMS tradicionalmente mais elevado, o segmento de bebidas

quentes não conseguiu muitos avanços com relação aos termos da Substitui-ção Tributária. O setor de autopeças conseguiu a redução da alíquota do ICMS de 17% para 10%. “Para o nosso segmento, o ICMS menor possibilitou ainda que o valor de venda voltasse ao patamar anterior à Substituição Tribu-tária”, avaliou Celso Camilo.

Para receber o benefício, tornou--se necessária a adesão da empresa ao Termo de Acordo do Regime Especial (TARE) junto à Secretaria da Fazenda.

Quem se torna “tarista” passa ser tam-bém “substituto tributário” e a contar com outro benefício: a eliminação do pagamento antecipado do imposto na aquisição dos produtos. O atacadista goiano que se enquadrou nesta mo-dalidade passou a ter de fazer anteci-pação do imposto somente no ato da venda.

Celso Camilo explica que tornar--se tarista é vantajoso porque ele pode

“O projeto do microempresário teve preço de custo elevado a patamares das grandes empresas, e ele continua perdendo em competitividade”Celso Camilo, presidente da AGEAP

Dezembro de 2011 Leia Atacadista 25

formar seu estoque livre da obriga-ção de pagar pelo imposto antes de comercializá-lo. Se ele vende a merca-doria para outro estado, elimina tam-bém outra preocupação: a operação de ressarcimento de créditos tributários pagos no estado de origem da merca-doria. “Este ressarcimento é processo de mecânica complicada e quase im-possível”.

A conquista do Fórum Empresa-rial também alcançou as empresas de autopeças enquadradas no Simples Na-cional, varejistas e atacadistas do setor de autopeças. A alíquota, que passou a ser de 17% com a Substituição Tributá-ria, caiu para 12%. A medida aliviou os pequenos empresários, mas ainda as-sim manteve um impacto de 7,25% no preço de venda da mercadoria, tanto para o atacado quanto para o varejo.

“Este aumento pesa na hora das negociações. O projeto do microem-presário teve preço de custo elevado a patamares das grandes empresas, e ele continua perdendo em competitivi-dade”, diz. Vale ressaltar ainda que o pequeno atacadista não pode se tornar tarista e, portanto, terá de pagar o im-posto antecipado pelo seu estoque.

A dilatação do prazo para paga-mento do imposto foi mais uma conquis-ta das negociações do Fórum: 40 meses para o pequeno varejista e 24 meses para o atacadista enquadrado no Simples. O grande varejista tem 30 meses.

Wayser Luiz, gerente da Sefaz, admite que houve perda para a empre-sa enquadrada no Simples, mas lembra que neste processo há perdas e com-pensações. Lembrou que, apesar de as empresas incluídas no Simples terem esta majoração, a medida favoreceu o mercado interno, uma vez que ficou mais caro buscar mercadoria em ou-tros estados. Frisou que as flexibiliza-ções para o setor de autopeças visaram garantir a competitividade no mercado interestadual, uma vez que Goiás sedia muitos centros de distribuições. “Não é interesse nosso perder mercado. As mudanças são recentes e estamos mo-nitorando o desempenho do mercado tanto na entrada quanto na saída de produtos”, disse.

Para Celso, é preciso reconhecer a sensibilidade do Governo para aten-

der às reivindicações do setor, mas a Substituição Tributária continua sen-do um retrocesso para as empresas. “Eu sou radicalmente contra”, diz. A Substituição Tributária no setor de au-topeças, na visão de Celso, voltou uni-camente para que o Estado aumentas-

Como se tornar um substituto tributárioEm Goiás, 76 empresas do segmento de autopeças conseguiram tornar-se substitutas tributárias. Veja o caminho:O Reunir documentação descrita no anexo VIII do Regulamento do Código Tributário

Estadual (RCTE) - Decreto Estadual 4.852, de 29 de dezembro de 1997. O documento está disponível em www.sefaz.go.gov.br;

O Encaminhar à Secretaria da Fazenda, que abrirá processo administrativo;O O resultado sai em média após sete dias;O Exige-se que o contribuinte esteja adimplente com todos os órgãos municipais, estaduais

e federais.

se sua arrecadação; ele considera que, muito melhor que ela é a fiscalização em seu segmento para realmente elimi-nar os sonegadores. “Se o Estado fisca-liza, ele retira os sonegadores de toda cadeia. Se não há combate na ponta, o setor atacadista também sofre”, disse.

Bebidas quentes: substituição tributária implantada em Goiás favoreceu o setor no Distrito Federal, onde não existe esta modalidade e as bebidas custam 20% menos

Bebidas quentesEnquanto o setor de autopeças

conseguiu avançar nas negociações com o estado, o mesmo não se pode dizer do setor de bebidas quentes, que concentra os vinhos e destilados, como vodkas e whiskies. A categoria, que antes trabalhava com redução de base de cálculo para 10% nas operações in-ternas e outorga de 3% nas operações interestaduais, teve os benefícios revo-gados. Hoje o segmento recolhe sobre alíquota de 25%, com base em IVA de

60% na Substituição, o que acarretou um acréscimo de 33% na carga tribu-tária final.

“Estes são produtos conside-rados não essenciais e seus similares, como a cerveja, já são incluídos na Substituição Tributária sem qualquer benefício. Diante desse contexto, não faria sentido conceder um tratamento diferenciado”, explicou o gerente de Substituição Tributária da Sefaz-GO, Wayser Luiz Pereira.

26 Leia Atacadista Dezembro de 2011

“A dinâmica do mercado em formar seus preços em função da lei de oferta e procura é gravemente prejudicada”Emanuel Duarte, contador do setor de bebidas quentes

Sem acordo, o setor amarga em prejuízos. Um estudo realizado pela ADAG – Associação dos Distribuido-res e Atacadistas do Estado de Goiás –, demonstra que o faturamento do seg-mento com tais produtos caiu, em mé-dia, 29,08% no período de junho a ou-tubro. O cálculo inclui as negociações dentro do estado e as interestaduais. O estudo envolveu seis das maiores em-presas. Antes da implantação da Subs-tituição Tributária, a comercialização estava em ascensão.

Para o segmento de bebidas quentes no estado de Goiás, a Subs-tituição Tributária acarreta perda de competitividade, pois a sistemática não abrange todas as Unidades da Fe-deração, a exemplo do Distrito Federal.

“Do jeito que está, hoje vale a pena o consumidor e o pequeno vare-jista ir ao Distrito Federal fazer com-pra. Ele vai pagar pelo menos 20% a menos”, afirma o presidente do Sinat, Paulo Diniz.

O gerente contábil de uma em-presa de distribuição de bebidas quen-tes, Emanuel Duarte, revela que, após a implantação da Substituição Tributá-ria, a comercialização naquela empresa caiu 30%. Ele explica que o agravante é a presunção das margens de lucro, o IVA. “A dinâmica do mercado em formar seus preços em função da lei de oferta e procura é gravemente pre-

judicada”, diz. Se o comerciante quiser fazer uma promoção, terá sua mar-gem de lucro suprimida pelo imposto maior, já pago anteriormente.

Ele discorda da argumentação de que a Substituição Tributária não acarrete em maiores preços ao con-sumidor final. “A partir do momento que a carga tributária é estabelecida sobre margem de lucro presumida e o imposto pago antecipadamente, esse custo é incluído no preço final das mercadorias desde o início da cadeia comercial, não levando em considera-

ção práticas comuns do mercado, ini-bindo qualquer ação comercial quanto à realização de promoções, descontos, enfim, meios para proporcionar preço mais atrativo ao consumidor final”, concluiu.

O gerente de Substituição Tri-butária da Sefaz-GO disse que não tem conhecimento oficial destes números, mas que a Secretaria está aberta a rece-ber os estudos citados na reportagem e avaliar a situação. “Se houver impactos negativos, é possível reavaliar a ques-tão”, disse.

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Emanuel Duarte, gerente contábil: contas mais apertadas para o setor de bebidas quentes

Dezembro de 2011 Leia Atacadista 27

LEGISLAÇÃO

Limite do Simples é ampliadoA presidente Dilma Rousseff

sancionou, em 10 de novembro, a Lei Complementar 139/111, que amplia em 50% as faixas de enquadramen-to e o teto da receita bruta anual das empresas do Simples Nacional. O teto da microempresa sobe de R$ 240 mil para R$ 360 mil e o da pequena passa de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões. O limite máximo de faturamento bru-to anual do Empreendedor Individu-al também aumenta. Vai de R$ 36 mil para R$ 60 mil por ano. Essas medidas valem a partir de 1º de janeiro de 2012.

Dilma Rousseff definiu as micro e pequenas empresas como estratégi-cas para o aquecimento do mercado, para o desenvolvimento econômico nacional e o combate à crise finan-ceira mundial. “Nossa pauta é a do crescimento do mercado interno, dos empregos, dos lucros dos nossos em-presários e da renda no Brasil”, disse a presidente.

Goiás optou por adotar o limite nacional, uma vez que a legislação deu a opção para que os Estados adotassem sublimites. A medida deverá beneficiar cerca de 1.000 empresas, estima a Se-cretaria da Fazenda do Estado (Sefaz--GO). Até dezembro, das 138 mil em-

presas ativas cadastradas no Estado, 85.793 estavam enquadradas no Sim-ples Nacional. Deste universo, 62 mil são do comércio varejista, 3,5 mil são atacadistas e 11,4 mil são indústrias.

“Acreditamos que, com maior nú-mero de empresas com carga tributária menor, favorecemos a competitividade e

a geração de empregos”, disse Carlos Antônio Correia, ge-rente de arrecadação e fiscali-zação da Sefaz-GO.

Do primeiro ao último dia útil de janeiro de 2012, as empresas poderão solicitar o enquadramento no Simples, mas para conseguirem o be-nefício precisam estar com situação regularizada junto à Sefaz. Aquelas que tiverem pendências terão até o último dia do mês de janeiro para concluir a regularização (31 de janeiro).

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

A nova lei do Simples Nacional tinha um artigo

que retirava as micro e peque-nas empresas do sistema de

aplicação da Substituição Tributária – exceto as que comercializam produ-tos como cigarros, bebidas alcoólicas, combustíveis, refrigerantes e energia elétrica. O dispositivo não foi sancio-nado; porém, já está em discussão no Congresso um novo projeto com este mesmo teor.

Carlos Antônio Correia, da Sefaz: Goiás optou por limite máximo para favorecer competitividade e geração de empregos

28 Leia Atacadista Dezembro de 2011

Atacado SolidárioEm seu sétimo ano consecutivo, a Campanha Atacado Solidário - Doe Sangue, Doe

Vida consolidou, em 2011, a consciência e a sensibilidade do setor atacadista em relação a seu papel social. Desenvolvida pelo Sinat em parceria com o Instituto de Hemoterapia de Goiânia (IHG), Sesc e Senac, o sucesso da iniciativa se deu graças à resposta positiva do seg-mento representado.

Duas grandes ações abertas ao público foram realizadas: no dia 23 de agosto, na Ave-nida José Hermano, em Campinas, e no dia 25 de agosto na Ceasa. Ao todo, foram coletadas

quase 200 bolsas, suficientes para salvar cerca de 800 vidas. Além disso, durante os eventos foram disponibilizados diversos atendimentos de saúde: aferição de pres-

são, exames de glicemia, colesterol, tipagem sanguínea, profilaxia dentária, CO2 pulmonar etc. No total, foram 9.132 pessoas atendidas.

+ de 24 mil atendimentos

Nos 12 meses do ano, foram mais de 24.000 atendimentos em ações representativas, treinamentos de pessoal, ações sociais, consultas jurídicas e convê-nios. Em outras palavras, em cada dia do ano 66 sindi-calizados estavam recebendo algum benefício do Sinat.

BALANÇO DE ATIVIDADES

2011 foi assim...Para o Sinat, foi um ano de muito trabalho, mas também de muita satisfação em constatar que seus esforços têm sido reconhecidos pelo setor atacadista e pela sociedade em geral. Acompanhe:

Atacado LegalO Sinat iniciou um estudo técnico com

a Vigilância Sanitária Municipal para criar um plano de normas sanitárias específico para o setor atacadista. A intenção é garantir o bem-estar social, mas levando em considera-ção a realidade das empresas.

AgradecimentosO Sinat agradece aos apoiadores e

patrocinadores da campanha, sem os quais os resultados não seriam tão positivos à so-ciedade.

Apoiadores e patrocinadores da Campanha• Uniap • Mil Doces • Ceasa• Governo do Estado de Goiás • Bodipasa • Fabiamce • Fecomercio • FishShop • GoiásLub • JC Distribuição • Oxxo Acumuladores• Papelaria Tributária • Terra Atacado• Uniodonto • Visual Tendas

Dezembro de 2011 Leia Atacadista 29

O fortalecimento da representatividade do setor atacadista é uma das bandeiras do Sinat, que tem promo-vido um amplo relacionamento e interação com o Poder Público e entidades, disponibilizando-se inclusive como órgão técnico e consultivo no debate de assuntos ligados à categoria. Veja algumas ações e conquistas:► Participação, juntamente com outras entidades empre-

sariais, em reuniões com a Secretaria da Fazenda de Goiás para pleitear condições mínimas e parâmetros factíveis para a inevitável adoção da Substituição Tribu-tária nos segmentos de bebidas e peças veiculares.

► Atuação efetiva do Presidente Paulo Diniz no Conselho Administrativo Tributário (CAT).

► Apresentação do Sinat aos novos representantes eleitos para os Poderes Executivo e Legislativo de Goiás, com ênfase para a força do setor atacadista e os anseios da classe.

► Participação do Sinat nos debates sobre a regulamenta-ção do tráfego de veículos pesados na cidade em defesa do setor atacadista, ponderando que a proibição traria prejuízo social à cidade, pois a dificuldade de circulação de mercadorias afetaria as operações de compra e ven-da e, consequentemente, a geração de empregos.

► Participação do Sinat, na pessoa do presidente, da cons-trução do Planejamento Plurianual (PPA) do Sebrae e demais entidades que atuam no desenvolvimento das micro e pequenas empresas.

Atacado Sustentável

Preocupado com as ques-tões do meio ambiente, o Sinat lançou a Campanha Atacado Sus-tentável, que chegou ao segundo ano de realização em 2011, en-volvendo a distribuição de mais de 4.000 sementes de ipês aos sindicalizados e seus funcioná-rios. Também foram distribuídos adesivos incentivando a redução de desperdício.

Além disso, o Atacado Sus-tentável envolve ações que re-percutem diretamente na saúde pública, como o incentivo às em-presas a monitorar seus espaços e eliminar possíveis criatórios do mosquito Aedes aegypti, trans-missor da dengue e, assim, con-quistar a certificação conforme decreto 7.225 de 21 de fevereiro de 2011.

Redução de custos

O Sinat não tem medido esforços para viabilizar a redu-ção dos custos dos atacadistas, preservando, assim, a viabilida-de econômica das empresas. Nesse sentido, assinou convênio com a Uniodonto com mensali-dade de baixo custo para seus dependentes e funcionários. Outro convênio, com a Arcata Corretora de Seguros, possibili-tou economia com o seguro de vida da equipe. Paralelamente, a assessoria jurídica do sindica-to conquistou na Justiça, de for-ma definitiva, o direito de não recolher contribuição previden-ciária sobre verbas de aviso pré-vio indenizado. A conquista é retroativa a setembro de 2009.

Convenções coletivas de trabalho

Uma das funções do Sindicato é defender os interesses patronais nas negociações coletivas de trabalho, buscando assim maior equilíbrio no estabelecimento dos salários. Confira as con-venções firmadas no ano de 2011:

1. Sindicato dos Empregados no Comércio no Estado de Goiás2. Sindicato dos Empregados no Comércio de Itumbiara3. Sindicato dos Empregados no Comércio de Rio Verde4. Sindicato dos Empregados no Comércio de Jataí 5. Sindicato dos Empregados no Comércio de Iporá6. Sindicato dos Empregados no Comércio da Região do Entorno do Distrito Federal7. Sindicato dos Trabalhadores Condutores de Veículos de Duas Rodas (motociclistas) do Estado de Goiás8. SINTRAMERC – Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral de Goiânia9. Sindicato dos Empregados no Comércio de Medicamentos10. Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário – Goi-ânia e Interior11. SINDIVENDAS – Sindicato dos Empregados Vendedores, Ven-dedores do Comércio, Propagandistas, Propagandistas Vendedo-res e Vendedores de Produtos Farmacêuticos do Estado de Goiás 12. SINFAR – Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de Goiás

Atuação política

30 Leia Atacadista Dezembro de 2011

Agende-se: em 2012 tem mais conhecimento à vista!

PROGRAMAÇÃO TRIMESTRAL DE CURSOS

O SINAT já tem programação de cursos e palestras para o ano que vem. A estreia será no dia 26 de janeiro com um tema impactante: “Lucratividade – Crescer, Sobreviver ou Morrer”. Para participar, os interessados devem fazer sua inscrição no site www.sinat.com.br , na guia Eventos e Cursos, ou pelo email [email protected]. A participação é

O nosso muito obrigado!O Sindicato do Comércio Atacadista

no Estado de Goiás (SINAT) agradece a to-dos os participantes dos cursos e palestras promovidos em 2011. Mais de 1.200 parti-cipantes compareceram aos 24 eventos, em que instrutores, com muita didática, compar-tilharam seus conhecimentos, melhorando a atuação nas diversas áreas do setor atacadis-ta goiano.

Agradecimento especial aos instru-tores: Eduardo Mesquita, Elias Elijah’, Rosile-ne Braga, Carlos Gusmão de Carvalho, Edgar Madruga, Júlio César França, Ademir Gomes, Rodrigo Afonso, Elizângela Borges e os Dou-tores Hélio Capel Galhardo Filho, Bruno de Almeida, Pedro Lino e Aleida Siqueira.

Palestra Surpreendendo o Cliente no Atendimento e na Venda realizada em 18 de outubro, com Elias Elijah’

exclusiva para empresas associadas ao sindicato.

Outras cinco palestras já foram escolhidas para o primeiro trimestre de 2012, com novidades, assegura a Assessora de Capacitação Profissional e Marketing da entidade, Jusciene Hé-velin Rodrigues. Confira abaixo os te-mas já definidos:

Qualidade no Relacionamento com o Cliente Inovação como Estratégia Competitiva

Aumentando suas Vendas com CriatividadeLidando com a Inadimplência

Excelência em Liderança

32 Leia Atacadista Dezembro de 2011

CULTURAL

Leitura obrigatóriaMelhorar as vendas, trabalhar em equipe, organizar a rotina e a performance no trabalho, distrair-se, conhecer histórias de personagens que mudaram o mundo empresarial e adquirir um pouco mais de cultura. As dicas de leitura desta edição da revista Leia Atacadista reúnem todas essas características e com preços que cabem no bolso. Confira o que selecionamos para você, leitor.

O discurso do ReiVencedor de quatro Oscar, em 2011,

como melhor filme, ator, diretor e roteiro ori-ginal, esse longa-metragem mostra um jovem rei que assume o trono depois que seu irmão, Edward, abdica do reinado. Considerado in-capaz de governar por conta de uma gaguei-ra nervosa, o monarca despreparado precisa reencontrar sua voz e levar o país à guerra contra os alemães. O filme tenta mostrar a importância de ultrapassar barreiras para conquistar grandes realizações.

Organizando seu local de trabalho

Quer aprender a organizar e mudar seus hábi-tos em relação ao ambiente de trabalho? A dica é ler essa obra da autora Odette Pollar, que possui experi-ência de mais de 12 anos na orientação de profissio-nais e empresas. Neste livro, Odette mostra que para se organizar é preciso primeiro aprender a classificar, analisar e categorizar papéis e, depois, manter-se or-ganizado. Vale a leitura para deixar o dia a dia de tra-balho mais organizado e ágil. Em média, a publicação tem o valor de R$ 19,90.

A cabeça de Steve JobsEle promoveu uma grande revolução no

meio digital nos anos 70 e 80, no cinema de animação e na música digital. Nesta publicação é possível conhecer um pouco mais sobre Ste-ve Jobs, fundador da Apple, e os princípios que guiaram esse empreendedor a lançar produtos arrasadores, atrair compradores fiéis e admi-nistrar algumas das maiores marcas do mundo. O livro é de Leander Kahney e tem valor médio de R$ 19,90.

Sessão PipocaMercado, processos de trabalho e exemplos de pessoas que venceram barreiras. Quem disse que não é possível aprender com os filmes? Essa seleção de longas-metragens traz filmes que retratam essas questões, além de entretenimento. A dica é pegar a pipoca e aproveitar.

Tempos ModernosApesar do título, esse filme já tem história.

Lançado em 1936 pelo cineasta britânico Charles Chaplin – conhecido por seu famoso personagem de outro filme intitulado “O Vagabundo” –, Tempos Modernos mostra Chaplin tentando sobreviver em meio ao mundo moderno e industrializado da épo-ca. Máquina tomando o lugar dos homens, facilida-des que levam à criminalidade, escravidão e amor são algumas das mensagens repassadas pelo cine-asta no filme. Mesmo antigo, é possível encontrar Tempos Modernos nas vídeolocadoras.

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Gastronomia também é culturaResultado da experimentação atrevida do chefe de cozinha Yuri Diniz (do Bonna Bufet), esta receita apresenta o contraste de cultura e sabores do mar do norte com o Cerrado. Desenvolvido no la-boratório de gastrologia da Fish Shop, esta receita já foi apresentada em diversos veículos de comunicação e, agora, é disponibilizada aos leitores da revista Leia Atacadista.

Bacalhau no Cerrado

Ingredientes• 1 kg bacalhau (pode ser Saithe) • ½ kg arroz • 1 xícara de azei-te de boa qualidade • 1 xícara de polpa de pequí • ½ kg linguiça de porco • 2 colheres sopa de manteiga • 1 cebola ralada e 1 cebola fatiada • 1 pitada de pimenta do reino branca • 1 ¹/² xí-cara de vinho branco • 2 tomates médios fatiados • sal e cheiro verde à gosto.

Modo de FazerDessalgue o bacalhau (24 horas, trocando a água), limpe-o, afer-vente-o numa mistura de água/leite (50% de cada), coloque 1 pitada de sal e 2 dentes de alho. Retire o bacalhau, quebre em lascas, reserve o caldo.

Corte a linguiça, frite até dourar. Numa panela refogue em azei-te e manteiga o bacalhau, em seguida a cebola ralada, alho, o ar-roz, a polpa de pequi, a pimenta, açafrão (opcional), a linguiça, o vinho branco. Vá cozinhando e colocando aos poucos o caldo (leite e água) até o ponto de risoto. Junte os tomates e a cebola fatiada, mexa, corrija o sal, tampe e deixe mais um pouco. Junte o cheiro verde e sirva em seguida. Do caldo que sobrar faça um delicioso pirão.

Com a palavra...

“Não é a empresa que define o mercado. É o cliente.”

Peter Drucker, austríaco naturalizado norte-americano, considerado o maior guru de administração do século XX

“Nós sempre superestimamos a mudança que vai ocorrer em dois anos e subestimamos a que vai ocorrer nos próximos dez. Não se deixe adormecer pela inércia.” Bill Gates, criador da Microsoft

“Quando cheguei na Rede Globo não sabia fazer tevê. Aí,

me chamaram e disseram: aqui você tem dois caminhos,

para cima ou para fora.”

Luciano Huck, apresentador de TV

“O segredo de um negócio é saber o que mais ninguém sabe.”

Aristóteles Onassis, empreendedor e magnata grego

“É preciso desmistificar a ideia de que apenas poucas pessoas são criativas. Ao observar com que talento criativo resolvemos problemas na vida particular, poderemos, então, transferir tal habilidade para o campo profissional.” Armando Correa Neto, psicólogo e consultor em Gestão de Pessoas

“Vender é a arte de criar e transferir emoções, sempre causando muita satisfação em quem lhe confiou a possibilidade de prestar um serviço.”

Cesár Romão, jornalista e especialista em Gestão de Pessoas

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Dezembro de 2011 Leia Atacadista 35

DESTAQUES

Prêmio Mérito Participativo 2011Anualmente, o Sinat presta um público reconhecimento às empresas e

personalidades que se engajam em suas ações, demonstrando assim seu compromisso com uma das classes econômicas de maior expres-

são no estado de Goiás. Por esta razão, no encerramento do exercício de mais um ano, os holofotes se voltam para as organizações e pessoas que cumpri-ram, com brilhantismo, a profícua tarefa de movimentar os instrumentos do Sindicato na defesa dos interesses da coletividade empresarial goiana. Conheça os homenageados de 2011:

Homenageados especiais• Cyro Miranda Gifford Júnior

Desde 1975, em Goiânia, o senador Cyro Miranda Gifford é empresário do comércio e da indústria e membro do Conselho Nacional dos Distribuidores. Em Goiás, ao longo dos anos desenvolveu notável liderança classista, tendo participado de missões internacionais e de importantes conquistas para o setor produtivo. Já foi presidente da ADIAL, FACIEG e vice-presidente da ACIEG.

• Vítor Barboza Lenza

Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, onde atua como desembargador desde 2000, Vítor Barboza Lenza é bacharel em

direito, especializado em Direito Processual Civil, mestre em Direito Agroambiental e doutor honoris causa em Filosofia. Atua desde 1967, como advogado em Goiás tendo assumido diversos cargos no Poder Judiciário no decorrer de sua carreira. Atualmente, Vítor Lenza também é presidente do Conselho Superior da Magistratura.

• Anselmo Pereira

Chegou a Goiânia aos 10 anos, é farmacêutico e bacharel em Direito. Desde os 20 anos, ele iniciou sua atividade pública, envolvendo-se com as questões de seu bairro e de sua categoria profissional. Como vereador, há sete legislaturas, vem contribuindo com as discussões que envolvem a melhoria do cenário urbano, econômico e social da capital de Goiás.

• Antônio Lopes Trindade

Presidente do Conselho Regional e do Sindicato dos Representantes Comerciais do Estado de Goiás e Primeiro Vice-Presidente da Federação

do Comércio do Estado de Goiás, Antônio Lopes Trindade tem origem humilde, tendo trabalhado como lavrador, garimpeiro, balconista. Em 1948, iniciou atividades como representante comercial, tendo descoberto sua verdadeira vocação. Em seguida, iniciou a vida sindical.

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Dezembro de 2011 Leia Atacadista 37

Em abril de 2004, concluí uma pesquisa sobre a função social da empresa e seus resultados foram publicados em várias revistas no ano seguinte. O ma-terial tornou-se referência para diversas citações do meio jurídico nacional.

A conclusão do estudo foi a de que a empresa cumpre seu papel social quando é responsável com seus tributos, com os trabalhadores, com o cliente, com o meio ambiente. Teóricos já diziam que o em-presário não é ‘dono da empresa’, mas um agente que aplica recursos em prol de um bem maior, de interesse comum. Afinal, a quem serve a empresa? O que pode esperar o empresário de hoje?

Tendências globais exigem readequação da gestão empresarial para uma nova visão sobre a utilidade social desses empreendi-mentos, num desenho cor-porativo em que a empresa deixa de ser instrumento uni-camente voltado à bonança do empresário para tornar-se útil ferramenta de desenvol-vimento socioeconômico.

Não se trata de filan-tropia ou substituição do cha-mado ‘Estado Mínimo’. O em-presário tampouco deverá abrir mão de seu lucro. O que se passa é que o lucro, instituto que por muito tempo foi visto como fim imediato da empresa, pas-sa a se caracterizar, cada vez mais, como consequên-cia, fim mediato de uma boa gestão.

Boa gestão, no passado, era aquela que resultava em aumento do lucro a qualquer custo – mesmo burlando as rédeas morais e legais das relações trabalhistas, tributárias e consumeristas. Mas hoje, boa gestão significa, só para ilustrar: pagar tributos, respeitar direitos trabalhistas, pro-mover a vida, a saúde, o bem-estar, a dignidade e outros direitos humanos universalmente decla-rados, combater a discriminação, zelar pelas inte-gridades física e moral dos atores que compõem a

ARTIGO

Minha empresa não é minha

sociedade, zelar da comunidade que a cerca, pre-servar o meio ambiente, e por aí segue.

Em um país como o Brasil, onde a economia centra-se nas atividades econômicas da iniciativa privada, a empresa é para o todo, como o caule e seu cerne o são para a árvore – sustentam a estru-tura e provêm de alimento toda a planta. Tamanha a sua importância para a coletividade que cientis-tas do direito empresarial já difundem que a em-presa não é, de fato, do empresário, embora o seja de direito.

O empresário seria, assim, simples gestor de uma atividade econômica organizada para a produ-ção ou a circulação de bens ou de serviços e a em-

presa, uma espécie de núcleo sobre o qual se orbitam, em dependência gravitacional, fornecedores, clientes, em-pregados, a coletividade que se avizinha, o Poder Público, enfim, todas as ‘folhas desta árvore capitalista’.

Portanto, o empre-sário de nossos dias deve se conscientizar de que ‘montar uma empresa’ não é só opor-tunidade de se enriquecer.

Antes disso existe uma responsabilidade imediata, a de promover o desenvolvimento de todos os entes envolvidos nesse processo.

Na esteira dessa tendência mundial, o Poder Público, por sua vez, engasgado com todas as atri-buições que nossa analítica Constituição Federal lhe impôs, labora em transferir, aos poucos, algu-mas de suas responsabilidades ao setor privado, fazendo com que essas atividades econômicas se tornem cada vez mais desafiadoras, exigindo do empresário um pouco mais a cada dia. Nesse con-texto, entram os sindicados e associações, a exem-plo do Sinat, cujo papel é a garantia do equilíbrio nesta relação.

Bons negócios!

“Tendências globais

exigem readequação da

gestão empresarial para

uma nova visão sobre a

utilidade social desses

empreendimentos”

Hélio Capel Filho é advogado e assessor jurídico do Sinat

Hélio Capel Filho jurí[email protected]

38 Leia Atacadista Dezembro de 2011

MOTIVACIONAL

Júlio César França Franco é conferencista

Muitas vezes nos perguntamos: Quem sou? O que faço? De onde venho? Para onde vou? Podemos inquirir mais...

Será que hoje estou melhor que ontem? Será que amanhã estarei melhor do que hoje? Se hoje fos-se nosso último dia de vida, a quantas pessoas faríamos falta? O que fizemos de nossos talentos, multiplicamos?

São muitas perguntas, muitas projeções e, cer-tamente, as respostas sinceras nos indicam que há mais erros que acertos. Creio que, se já não somos o que fomos, ainda não somos o que deveríamos ser...

O ser que eu quero ser tem que deixar o mun-do melhor que o encontrou, deve ser um homem de bem, encarando suas lutas, não se acovardando nos momentos de testemunho – como muitos fizeram e ainda fazem, lavando as mãos na bacia do imediatis-mo, manchando sua consciência.

O ser que eu quero ser não pode ser tíbio, me-droso, deve ter os valores do bem, casados em seus pensamentos, palavras e atitudes. O ser que eu quero ser sabe que o homem “ao longo de sua vida tem três amigos: o dinheiro até a morte, os parentes até a se-pultura e as boas obras para sempre”.

O ser que eu quero ser sabe que precisamos extinguir a chaga da ignorância que acalenta a miséria e dissipar a sombra da cobiça que gera o monstro do egoísmo que promove as guerras.

O ser que eu quero ser não pode ter uma fé apenas beatífica, contemplativa, petitória, e sim uma fé operante, capaz de transportar montanhas, de transformar água em vinho.

Deve parar de cobrar pedágios dos que divi-dem com ele o mesmo espaço.

O ser que eu quero ser não pode exigir dos que caminham ao seu lado virtudes que ainda não con-quistou!

O ser que eu quero ser deve aprender com a natureza; sei que pode parecer utópico, mas o sân-dalo perfuma o machado que o corta e alguém nos convidou que perdoássemos setenta vezes sete nos-sos ofensores.

Estamos matriculados no robô de carne que é o corpo, suspensos no Universo, viajando na espaço-nave Terra, tendo a oportunidade mágica de ser dife-rente. Não podemos nos permitir anestesiar os sen-tidos, e entorpecer a consciência, ficar brincando de ciranda-cirandinha de mãos dadas com as sombras.

O ser que eu quero serJulio Cesar França [email protected]

Devemos buscar o amor incondicional em nossas vidas, encontrando nossa maturidade espiri-tual, enobrecendo o nosso existir, sair vitoriosos so-bre nós mesmos, vencendo nossos vícios morais que retardam o avanço da humanidade.

O ser que eu quero ser sabe que se levam anos para construir sentimentos verdadeiros e segundos para desintegrá-los.

Se você ainda não encontrou o sentido da sua vida, não se acomode, sirva e seja útil o tempo todo, compreenda que você pode calçar a sandália da hu-mildade e com ela caminhar na estrada do Cristo.

Evite ingerir o cactus amargo do ódio e do rancor. Busquemos ser um ser leve com pegadas e rastros de luz, espargindo alegria e felicidade ao nos-so redor, sendo útil – e não peso – na economia da coletividade.

O ser que eu quero ser tem Jesus menos nos lábios e mais no coração!

O ser que eu quero ser jamais deve se esque-cer de que a coisa de maior extensão no mundo é o universo, a mais rápida é o pensamento, a mais sábia é o tempo e a mais cara e agradável é realizar a von-tade de Deus.

E, por fim, o ser que eu quero ser faria esta rogativa a Deus:

“Acorda-nos, Senhor da Vida, Para a luz das oportunidades presentes;Para que os atritos da luta não as inutilizem,Guia-nos os pés para o supremo bem;Reveste-nos o coraçãoCom a Tua serenidade paternal,Robustecendo-nos a resistência!Poderoso Senhor,Ampara-nos a fragilidade,Corrige-nos os erros,Esclarece-nos a ignorância,Acolhe-nos em Teu amoroso regaço.Cumpram-se, Pai Amado,Os Teus desígnios soberanos,Agora e sempre.Assim seja.”

“O ser que eu quero ser sabe que se levam anos para construir sentimentos verdadeiros e segundos para desintegrá-los”