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Leitura e cotidiano: explorando a imaginação, brincando ... · crítico, assim como a expressão oral e escrita. A poesia trabalha com sentimentos, com assunto do cotidiano, como

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Leitura e cotidiano: explorando a imaginação, brincando com poesia e construindo

conhecimento

Maria Aparecida Biazebeti1

Luciane Braz Perez Mincoff2

Resumo

O presente artigo relata o resultado do trabalho apresentado com o objetivo de incentivar a

leitura, a reflexão e a criatividade do educando por meio de temas do cotidiano abordados

na poesia, de forma lúdica, construindo o saber, ampliando o conhecimento da diversidade

cultural de cada educando, redimensionando as perspectivas de mundo e da realidade.

Além disso, o trabalho teve o intuito, também, de despertar o gosto pela leitura de poesia,

propiciando, por meio de atividades diversificadas, a compreensão da leitura como função

social e a linguagem poética no texto. Foram desenvolvidas atividades que oportunizaram

momentos lúdicos ao educando para desenvolver a imaginação, a fantasia e a criatividade,

expressando a poesia que existe dentro de cada um. Desempenhou, ainda, o papel de

incentivar a declamação de poesias com ritmo, entonação, criatividade e sentimento; assim

como o desenvolvimento da expressão oral, valorizando a arte poética, vencendo a timidez

e a leitura reflexiva a respeito de temas vivenciados no cotidiano dos alunos.

Palavras-chave: Poesia; Leitura; Criatividade; Imaginação.

1 - INTRODUÇÃO

A Escola Pública enfrenta um grande problema no mundo atual, o desinteresse do

educando para a prática de leitura. O avanço tecnológico tem colaborado para o

1 Professora da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná. Graduação: Letras. Universidade Estadual de

Maringá. Especialização: Pré-Escola e metodologia das séries iniciais. Fundação Faculdade de Filosofia,

Ciências e Letras de Mandaguari - PR e-mail: [email protected] 2 Professora Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP – Araraquara. Docente do

Departamento de Letras da Universidade Estadual de Maringá e-mail: [email protected]

afastamento dos livros. Buscamos incessantemente um meio pelo qual o gosto pela leitura

seja resgatado. De acordo com as Diretrizes Curriculares:

[...] formar sujeitos que construam sentidos para o mundo, que

compreendam criticamente o contexto social e histórico de que são frutos

e que, pelo acesso ao conhecimento sejam capazes de uma inserção

cidadã e transformadora na sociedade. (DCEs, 2008, p. 3).

Diante disso, cabe à escola, que desempenha o papel estimulador da leitura, garantir

aos alunos uma prática pedagógica realizada em sala de aula com estratégias de leitura que

contribuam para tal formação. O ato de ler depende de estímulo e motivação, uma vez que

a maioria dos alunos só tem contato com a leitura na escola.

Este artigo visa relatar a experiência realizada em sala de aula e os resultados

obtidos por meio do trabalho, com o objetivo de incentivar e despertar o gosto pela leitura

através da poesia nas aulas de língua portuguesa, no 8º ano do Ensino Fundamental, na

Escola Professor Francisco José Perioto, no Município de Mandaguaçu PR. A ideia surgiu

ao ingressarmos no Programa Desenvolvimento Educacional (PDE).

Estamos vivendo num contexto social marcado por elementos desafiadores como

a violência, a fome, o desemprego, a discriminação, a miséria, entre outros. Os meios de

comunicação valorizam o consumismo, o virtualismo, o individualismo. A prática de

leitura é essencial para a construção do conhecimento provocando o sentimento e a opinião

crítica de cada leitor diante dos problemas sociais.

Sabemos que o texto poético está um pouco distante da sala de aula. No entanto,

ele está presente nas diversas situações do cotidiano. Trabalhar com poesia significa,

portanto, proporcionar ao aluno buscar em seu interior razões para tornar-se mais humano

e sensível. Ela remete-nos à arte de comunicar sentimentos, emoções, impressões e

reflexões por meio da harmonia dos tons ao jogo dos sons que a palavra transmite. O

poema é um gênero textual com características próprias que permite, por meio da

linguagem polissêmica, o desenvolvimento da criatividade, da imaginação, do senso

crítico, assim como a expressão oral e escrita. A poesia trabalha com sentimentos, com

assunto do cotidiano, como dor, amor, tristeza, alegria, amizade, etc. Poesia é a arte de

brincar com as palavras através do ritmo, da rima, da simplicidade de resgatar o lado da

fantasia fazendo com que, por meio da observação, da percepção e da sensibilidade o

educando possa participar da realidade social dura e cruel de uma forma mais amena e,

assim, viabilizar um mundo mais humano.

Por isso, propusemo-nos a realizar um trabalho diferente do que aparece nos

livros didáticos. Elaboramos atividades com o objetivo de incentivar a leitura, a reflexão e

a criatividade do educando por meio de temas do cotidiano abordados na poesia, de forma

lúdica, construindo o saber, ampliando o conhecimento da diversidade cultural de cada ser

redimensionando as perspectivas de mundo e da realidade. Com isso, buscamos despertar o

gosto pela leitura de poesia por meio de momentos lúdicos, desenvolvendo a imaginação, a

fantasia e a criatividade. Desenvolvemos atividades que trabalharam com a expressão oral,

a declamação de poesia com ritmo, entonação, criatividade e sentimento, além de refletir a

respeito dos temas vivenciados no cotidiano, o enfrentamento da timidez e o despertar da

poesia que há dentro de cada um.

2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA / REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Na sociedade ou na escola, o aluno entra em contato com diversos gêneros

textuais, seja por necessidade, por obrigação ou, até mesmo, por prazer/entretenimento;

embora, nem sempre perceba isso. Mas, geralmente, ele não sabe por que precisa ler

determinado texto, em detrimento de outro. Como afirma Solé (1998, p. 114), “se ler é

um processo de interação entre um leitor e um texto, [...] podemos ensinar estratégias aos

alunos para que essa interação seja o mais produtiva possível”.

Dessa forma, devemos ter claro que o ato de ler corresponde a um “ato individual

de construção de significado num contexto que se configura mediante a interação entre

autor e leitor”, no qual convergem operações linguísticas, cognitivas e socioculturais

(KLEIMAN, 1997, p. 49-51), no qual o pensamento e linguagem se interagem. Então, ler é

compreender e interpretar textos.

Ler implica também se envolver numa prática social que, segundo Kleiman (1997,

p. 10), “remete a outros textos e a outras leituras. Ao lermos um texto, qualquer texto,

colocamos em ação todo o nosso sistema de valores, crenças e atitudes que refletem o

grupo social em que fomos criados”. Nessa perspectiva insere-se a poesia, por apresentar

em sua estrutura uma constante recriação e uma ampliação dos limites da língua nativa.

Lajolo (1997) também reconhece essa especificidade no texto literário que resulta na

interação entre leitor e texto.

Para gostar de ler poesia, é preciso habituar-se ao contato com esse tipo de texto.

Para Gebara (2002, p. 8), “mais que elogiar a poesia, é preciso possibilitar a vivência com

poemas, lendo-os em voz alta, várias vezes para captar seu ritmo e sua música, que

também produzem efeitos de sentido”.

Em Mário Quintana (apud GEBARA, 2002, p. 8):

Subitamente

Na esquina do poema, duas rimas

Olham-se, atônitas, comovidas,

Como duas irmãs desconhecidas...

O poeta aqui indica a organização particular do poema, passível de uma leitura, já

que sua organização autoriza o intérprete a buscar sua plurissignificação. Devemos lembrar

que a poesia tem a dádiva de chamar a atenção do leitor para as surpresas que podem estar

escondidas na língua que ele fala todos os dias, sem se dar conta (GEBARA, 2002).

As DCEs do Paraná (2008) ressaltam a importância de se trabalhar as questões de

linguagem e leitura como prática conscientizadora e como forma de inserção social, por

meio dos gêneros textuais.

A comunicação humana é permeada pela linguagem. Por meio desta, o indivíduo

se constitui um ser social, recria práticas discursivas e inscreve nelas visões de mundo e

intenções, tanto individuais quanto coletivas. A linguagem é vista, então, como processo de

interação entre os indivíduos socialmente organizados, uma vez que a palavra comporta

duas faces, pois ela procede de alguém e se dirige para alguém, tornando-se, pois, o

território comum “entre o mim e o outro”. Neste sentido, Bakhtin (1997) afirma que a

verdadeira substância da língua não é construída por um sistema abstrato de formas

linguísticas, mas pelo fenômeno social da interação verbal, realizada por meio da

enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui assim a realidade fundamental

da língua.

O gênero discursivo (gênero textual) pode ser melhor entendido a partir das ideias

de Bakhtin (1997). Cada gênero discursivo (produção de linguagem (enunciado) oral ou

escrita) é identificado pelos participantes da situação de comunicação por seu objetivo

comunicativo, suas características linguístico-textuais relativamente estáveis que são o

conteúdo temático, o estilo e a construção composicional.

Nesse contexto, cabe ao professor ensinar estratégias de leitura e conduzi-las

adequadamente. Como ressalta Solé (1998), todo processo de leitura é realizado por meio

de estratégias, sejam elas conscientes ou inconscientes. As estratégias de leitura utilizadas

por um mediador, ou conscientemente pelo próprio sujeito-leitor, funcionam como

mecanismos que acionam operações mentais ou cognitivo psicológicas, necessárias à

interpretação daquilo que se lê.

Ao ensinar estratégias de compreensão leitora, entre os alunos deve

predominar a construção e o uso de procedimentos de tipo geral,

que possam ser transferidos sem maiores dificuldades para

situações de leitura múltiplas e variadas (SOLÉ, 1998, p. 70).

Por estratégias entendemos procedimentos orientados no processo de leitura para

a construção de significados do texto e para a sua compreensão. Elas podem ser

classificadas, de acordo com Kleiman (1997), em cognitivas e metacognitivas. Explica a

autora que as estratégias cognitivas correspondem às operações mentais inconscientes que

o leitor utiliza para atingir o objetivo de leitura; já as metacognitivas são procedimentos

realizados com algum objetivo a alcançar, sobre os quais o leitor tem o controle consciente,

no sentido de ser capaz de dizer e explicar a ação (KLEIMAN, 1997).

Segundo Kleiman (1997), as estratégias metacognitivas podem ser usadas pelo

professor nas atividades de leitura para que o aluno continue a utilizá-las em sua vida

diária de forma autônoma, tornando-se assim um “leitor proficiente”. Por isso, tendo em

vista os objetivos, o professor deve levar os alunos, durante a prática da leitura, à

identificação dos sinais gráficos com fluidez; a reler o texto e, para isso, avançar utilizando

elementos contextuais e o seu conhecimento prévio para a compreensão léxica. Essas

estratégias ajudarão os alunos-leitores a “compreender diferentes tipos de texto” (SOLÉ,

1998, p. 87), necessários à construção do conhecimento e ao desenvolvimento intelectual e

social, visto que o ato de ler é um importante meio para a atuação do indivíduo como

cidadão consciente de seu papel no mundo.

Quanto à concepção de leitura, o professor precisa conhecer os fundamentos

teóricos enquanto práticas sócio-cognitiva e sócio-cultural, pois são eles que vão

influenciar o desenvolvimento de estratégias de leitura. Conforme afirma Kleiman (2011),

o papel do professor como mediador no ensino de leitura pode facilitar o processo,

promovendo diferentes estratégias de leitura como, por exemplo, ativar o conhecimento

prévio do aluno; distinguir o essencial do que é pouco relevante; determinar o objetivo da

leitura; criar expectativas; e incentivar o aluno a fazer previsões ou hipóteses.

Por isso, a importância de se trabalhar com poesia em sala de aula. Gênero textual

pertencente à esfera literária, no intuito de levar os alunos à descoberta de sentidos, pois

para a literatura o que importa não é apenas o fato sobre o qual se escreve, mas as formas

do indivíduo pensar e sentir o tema, proporcionando também a identificação com outros,

no tempo e lugares diversos.

Portanto, aplicar as estratégias de leitura e propor uma atividade de leitura que

desenvolva nos alunos o gosto pela leitura é a pretensão deste trabalho. Deste modo, a

poesia, como texto literário, constitui-se como uma importante e rica ferramenta para

construção de significados (LAJOLO, 1997).

Acredita-se que estas perspectivas teóricas se mostram mais pertinentes para o

trabalho aqui proposto, visto que concebem a leitura e o texto como uma construção de

sentidos indissociável à vida do educando e ao contexto sociocultural no qual ele está

inserido. Essa forma de ver e de abordar o texto e a leitura possibilita ao professor a busca

por estratégias que auxiliam a interação leitor-texto-autor, levando o aluno a ressignificar o

conteúdo do texto lido com base nos conhecimentos de mundo e nas experiências

vivenciadas que possui. Logo, facilitando, a compreensão/interpretação textual e o

desenvolvimento de uma leitura crítico-reflexiva.

Com este trabalho, tentamos resgatar um pouco da magia que tem a poesia de

encantar o leitor. Para gostar de ler poesia,

é preciso habituar-se ao contato com este tipo de texto. Mais que

elogiar a poesia é preciso possibilitar a vivência com poemas,

lendo-os em voz alta, várias vezes para captar seu ritmo e sua

música – que também produzem efeitos de sentido (GEBARA,

2002, P. 8).

É papel do professor levar os alunos a descobrirem as surpresas que o poema

proporciona a cada vez que suas metáforas são decifradas. É assim que o aluno leitor se

sentirá ao descobrir que um poema é passível de mais do que uma leitura, isto é, a

pluralidade de sentidos que a poesia evoca no leitor.

Partindo do pressuposto que a poesia é um pensamento que gera um sentimento

que se traduz em palavras, pode-se pensar no trabalho com o texto como um diálogo em

que as estruturas surjam como elementos constitutivos de interação.

Na medida em que os elementos de que se constitui a

especificidade do poema estão na linguagem e na medida em que a

linguagem é uma construção da cultura, para que ocorra a interação

entre o leitor e o texto, e para que essa interação constitua o que se

costuma considerar uma experiência poética, é preciso que o leitor

tenha possibilidade de percepção e reconhecimento – mesmo que

inconscientes – dos elementos de linguagem que o texto manipula

(LAJOLO, 1997, p. 45).

Dessa forma, pode-se dizer que é preciso que o leitor e o texto participem de uma

mesma esfera de cultura. Por esfera de cultura, Lajolo (1997), entende a predileção dos

vários usos da língua que foram ao longo do tempo se constituindo na tradição literária de

uma dada comunidade.

Lajolo (1997) chama a atenção para a importância da elaboração das atividades de

leitura. Explica que o professor precisa estar ciente de que o texto a ser selecionado

necessita ser constituído de elementos que possibilitem ao aluno perceber o significado

geral do texto, pois são esses elementos que contribuirão para uma maior interação

texto/leitor.

Um dos grandes desafios do professor de língua portuguesa é fazer com que os

alunos se tornem leitores competentes. Apresentado os referenciais teóricos que

sustentaram este estudo, relataremos a metodologia e o desenvolvimento das atividades

propostas para o ensino da leitura em sala de aula.

3- METODOLOGIA

Tendo em vista que os alunos apresentam dificuldade no estudo da leitura,

achamos necessário refletir sobre o assunto. Elaboramos um Projeto de Intervenção,

ressaltando a leitura de texto poético, seguindo as estratégias de leitura evidentes no

referencial teórico que norteia este trabalho.

Trabalhamos as etapas de leitura que, segundo Menegassi (1995) compreendem:

decodificação, compreensão, interpretação e retenção.

Na segunda etapa do trabalho elaboramos um Material Didático-Pedagógico

dividido em oficinas, com o objetivo de explorar a imaginação, brincando com poesia e

construindo o conhecimento. Paralelo à Implementação com os alunos, o Projeto e a

Produção Didático-Pedagógico passou pela apreciação de um grupo de professores que

participaram do GTR Grupo de Trabalho em Rede, oferecido pelo PDE. Além de propiciar

ampliação de estudos e formação específica para as áreas de formação acadêmica e

trabalho profissional, promoveu uma interação e troca de experiência entre professores e

tutor, que muito contribuiu para o êxito do trabalho desenvolvido em sala de aula pelo

professor PDE. Desta forma, relataremos a seguir a análise da implementação da proposta

pedagógica em sala de aula.

4 - ANÁLISE DA IMPLEMENTAÇÃO DA PROPOSTA PEDAGÓGICA NA

ESCOLA

A implementação da Produção Didático-Pedagógico, composta de uma sequência

didática organizada em oficinas para o trabalho com leitura e escrita do gênero poema, foi

desenvolvida com os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental, no primeiro semestre de

2013.

Para facilitar o contato dos alunos com os poemas trabalhados nas oficinas,

montamos um caderno poético contendo as atividades a serem desenvolvidas, e, ainda um

envelope onde foram depositadas sugestões de poemas a serem lidos, declamados,

ilustrados e dramatizados individualmente ou em grupo.

Na semana pedagógica, no início do 1º semestre, o Projeto e Produção-Didático

Pedagógica foram apresentados à direção, à equipe pedagógica, ao corpo docente e aos

funcionários. Na oportunidade, todos tomaram ciência e aprovaram a proposta a ser

desenvolvida.

No início do trabalho com os alunos, apresentamos o projeto e como seriam

trabalhadas as atividades com base no gênero poesia. Fizemos uma prévia para sabermos o

nível de leitura dos alunos e investigamos, de maneira informal, quem gostava de ler. De

26 alunos, 13 gostavam de ler e 6 gostavam de

poesia. Sentimos que o desafio seria grande.

Como introdução ao estudo,

estabelecemos um primeiro contato dos alunos

com o texto poético apresentando a eles um

“Envelope poético” contendo várias poesias.

Figura 1 – Envelope poético

Solicitamos que retirassem do envelope um texto e fizessem a leitura silenciosa.

Em seguida questionamos:

Que tipo de texto é esse?

Como vocês sabem que são poemas?

Em que ele se diferencia de um texto narrativo?

Como são organizados na escrita

Que sentimentos o texto desperta?

Vocês sabem o que são versos e estrofes?

Qual será a diferença entre poesia e poema?

As respostas foram anotadas no quadro e discutidas, chegando à conclusão de que

a poesia é a arte de escrever em versos. Ela evoca sentimentos, emoções e reflexões. Cada

palavra tem seu papel, decorrente de seu aspecto visual, seu ritmo, sua sonoridade e sua

forma. Poema é uma obra, geralmente escrita em versos com características poéticas. O

poema tem existência material concreta: versos, rimas, estrofes. (Vilhaça, 2006).

Explicamos que o poeta tem licença poética, que é a permissão para extrapolar o

uso da norma culta da língua, aproximando-se mais da linguagem falada, dispensa certas

normas ortográficas. O poeta pode usar a linguagem figurada para dar vivacidade e beleza

àquilo que quer transmitir. Apresentamos, nesse momento, toda a estrutura do texto

poético, alguns conheciam outros não. Terminada essa etapa demos sequências às

atividades que foram divididas em Oficinas.

Nesse mesmo momento, o Projeto foi apresentado a um grupo de professores

participantes do GTR. A participação e a interação no fórum de discussão foram produtivas

e enriquecedoras, favorecendo a troca de experiências, informações, opiniões e estudo

sobre o tema proposto.

4.1 OFICINA 01

A introdução ao texto poético se deu pela apresentação do poema de José Paulo

Paes, “Convite”. Como uma forma de convidar o educando a adentrar no mundo da

imaginação tendo um contato diferenciado com a poesia de uma maneira mais livre e

lúdica. Convidamos os alunos a fazerem a leitura declamada atentando para a associação

entre as palavras, observando o ritmo, a entonação e a sonoridade da palavra poética. Para

enriquecer o trabalho foram feitos os seguintes questionamentos:

O que você achou desse convite?

Por que o poema se chama convite?

Quem é o autor do poema?

O texto está escrito em prosa ou em verso?

A quem o „EU‟ poético, a voz que fala no poema, refere-se nos versos “quanto mais

se brinca/ mais novas ficam”? O que ele quis dizer com isso?

Explicamos que há um aspecto que diferencia o poema de um texto informativo ou

literário, como o romance e o conto - é o modo com que o poeta escreve seu texto.

O poema é criado como se fosse um jogo de palavras. Ele motiva o leitor não

apenas a realizar leitura corrente, mas, também, a buscar outras leituras possíveis. E como

o poeta faz isso? Com as palavras e tudo o que se pode fazer com elas.

O poeta busca mostrar o mundo de um jeito novo. Com a intenção de sensibilizar,

convencer, fazer pensar ou divertir os leitores. Ele sugere associações de palavras, seja pela

posição que ocupam no poema, por meio da sonoridade ou por meios de outros recursos.

(Revista Poetas da Escola Escrevendo o futuro, 2006).

Convidamos os alunos a observarem a primeira estrofe do poema:

Poesia

É brincar com palavras

Como se brinca

Com bola,

Papagaio, pião.

Verificamos com os alunos que o verbo “brincar” é repetido, mostrando uma

equivalência entre poesia=brincar com palavras=brincar com bola, papagaio, pião. Assim

sendo, a leitura de poemas pode ser uma atividade divertida.

Outro trecho foi colocado em evidência:

...

Quanto mais se brinca

Com as palavras

Mais novas ficam.

Como a água do rio

Que é água sempre nova.

Como cada dia

Que é sempre um novo dia.

O autor mostra o caráter original e inovador da palavra poética. Quanto mais o

poeta usa as palavras, mais ele é capaz de criar sentidos novos para elas, num processo de

renovação como o movimento do rio e a sucessão dos dias. No final, ele faz uma pergunta,

estabelecendo um diálogo com a finalidade de motivar o leitor a se interessar pela leitura

de outros poemas. O poeta é assim, um artista que faz uso das palavras para fazer uma obra

de arte – o poema.

Brincar de poesia é também um exercício para a vida. Quanto mais se sabe mais se

quer aprender. Incentivamos os alunos a fazerem uma ilustração bem criativa sobre o

poema e uma pesquisa sobre o autor que foi colocado no “mural poético”, juntamente com

uma cópia do poema.

4.2 OFICINA 02

Nesta oficina trabalhamos com dois textos a serem comparados: o primeiro de

autoria de Casimiro de Abreu, “Meus Oito Anos”; o segundo de Chico Buarque de

Holanda, “Doze Anos”.

A aula iniciou-se de uma forma ousada, o

professor caracterizado de “Moleque”, declamou o

poema, “Meus Oito Anos,” Casimiro de Abreu, e os

alunos acharam interessante.

Figura 2 – Declamação do poema “Meus oito anos”

Na oportunidade, os alunos retiraram o poema do envelope poético e fizeram a

leitura declamada, cada um usando sua criatividade.

Para introduzir a música apresentamos um clip musical utilizando a TV pen drive.

Após ouvir a música, trabalhamos o diálogo entre os dois textos. Tais como as

características literárias e a época em que cada um está inserido com a seguinte atividade:

O que há em comum entre os dois textos?

Podemos perceber que ambos deixam claros traços do saudosismo.

Demonstram desejo de voltar a uma época diferente. A que época eles se

referem? Comprove no texto sua resposta.

Além de reviver o poema de Casimiro, Chico Buarque busca parodiar o

mesmo. As palavras utilizadas ressaltam a malícia da adolescência presente no

Modernismo, em contrapartida com a ingenuidade da infância, presente no

Romantismo. Estabeleça este paralelo com partes dos textos.

Em relação à infância, tratada no poema, “Meus Oito Anos”, escreva o que

você acha da infância do poeta? Faça uma comparação com sua infância,

ressalte pontos positivos e negativos de cada época.

Analisamos com os alunos o contexto histórico, político e social marcado na

época. Enquanto Casimiro de Abreu, no poema “Meus Oito Anos”, tematiza a nostalgia da

infância, a saudade de um tempo inocente e convívio direto com a natureza, a criança se

aproveitava dos recursos da natureza para se divertir, Chico Buarque de Holanda coloca

que as brincadeiras realizavam-se, não por meio de brinquedos materiais, não pela ausência

destes na sociedade, mas pela impossibilidade de comprá-los pelas classes mais pobres.

Ressalta assim, a existência do capitalismo na sociedade que lhes restava, portanto, chutar

latas, trocar figurinhas, colecionar minhocas. A natureza já não possuía o mesmo mérito do

Romantismo. Marca que a natureza é sacrificada para dar lugar ao capitalismo exagerado

até os dias de hoje. Nessa mesma época, instaura-se a violência política e social, assaltos

crimes, marginalização do menor, que temos até hoje, pois vivemos num país capitalista,

onde quem tem muito, ganha muito e quem “tem pouco,” ganha pouco.

Para finalizar o estudo dos textos, os alunos em grupo, fizeram uma paródia,

ensaiaram e apresentaram para os colegas de sala.

4.3 OFICINA 03

De acordo com as DCEs (2008), a escola deve ser vista como um lugar de

socialização do conhecimento que, para muitos alunos, é a única oportunidade de acesso ao

mundo letrado. Compreende-se a escola como um espaço que confronta o diálogo, o

conhecimento sistematizado e o conhecimento do cotidiano popular.

Um dos objetivos do trabalho com poesia era justamente resgatar a utilização da poesia em

sala de aula como suporte para identificar e compreender o direito de exercer a cidadania,

observando os problemas sociais que influenciam no comportamento das pessoas no mundo em

que vivemos de maneira crítica. Apresentamos “nessa oficina dois textos a serem analisados

“Dorme Pretinho,” de Sérgio Capparelli e “Além da Imaginação,” de Ulisses Tavares. Os alunos

foram divididos em duplas e fizeram a leitura do poema com entonação e ritmo, dando

expressividade à leitura.

Nesse momento, o professor como mediador do processo de interação entre leitor

e texto abriu espaço para questionamentos e os educandos puderam expor suas ideias em

relação ao assunto em evidencia.

Na sequência, foi distribuído um trecho do poema “Além da Imaginação” para

cada dupla analisar o trecho e descobrir a que problema social o mesmo se referia, bem

como a mensagem que transmitia. As duplas foram incentivadas a apresentarem sua

conclusão para a sala e depois afixar as resposta no mural. Foram colocados também no

mural os poemas na íntegra e a biografia dos autores trabalhados.

4.4 OFICINA 04

Trabalhar a poesia em sala de aula é mergulhar num mundo de subjetividade, de

encantamento e fantasia. Uma magia que possibilita ao aluno a descoberta de si mesmo.

Para tanto, foi apresentado nessa oficina o poema de Cecília Meireles, “Ou Isto

Ou Aquilo,” ressaltando a questão das escolhas que o cotidiano nos obriga a fazer. Os

alunos foram incentivados a lerem o poema, gravarem e avaliarem sua própria leitura. Foi

uma atividade ativa e prazerosa. Conversamos com os alunos sobre o poema lido tecendo

considerações sobre o assunto e, em seguida, elaboraram um texto dizendo qual a sua

identificação com o mesmo.

Para ilustrar o trabalho, apresentamos a música do Capital Inicial - “Não Olhe Pra

Trás”. Os alunos ouviram a música e depois, de posse da letra, fizemos juntos a relação

com o poema. Concluímos que a vida nos põe à prova e exige de nós uma resposta.

Mostra-nos vários caminhos cuja escolha nos leva cada vez mais a responsabilidades e vão

surgindo os medos. As mudanças agradáveis, ou não nos ensinam a enfrentar os conflitos e

a vencer as inseguranças.

4.5 OFICINA 05

Um tema que faz parte dos assuntos preferidos dos adolescentes é o namoro.

Escolhemos o poema de Pedro Bandeira, “Namoro Desmanchado”, que aborda o assunto

de uma forma lúdica, onde o “eu lírico” apresenta-se no papel de uma criança propiciando

uma identificação imediata entre o aluno leitor e o texto.

Os alunos foram divididos em 4 grupos e distribuída uma estrofe para cada grupo

com os versos separados. Cada grupo montou a estrofe de acordo coma sequência lógica

dos acontecimentos. Terminada a atividade, cada equipe leu sua estrofe, encaixando de

modo que formou o poema. No final, apresentamos o poema original e afixamos no mural

com a biografia do autor. O texto foi trabalhado com o seguinte questionamento:

Por que o menino prefere ficar sozinho?

Que argumentos os colegas do menino usam para justificar que não são

mais crianças?

Durante o recreio, o que a namorada do menino gostava de fazer?

O que deixava o menino aborrecido durante o recreio?

Para se sentir bem, o que o menino decidiu fazer?

Em sua opinião, ele fez uma boa escolha? Por quê?

Que idade você acha que tem o eu- lírico do poema? Por quê?

Qual a idade ideal para começar a namorar? Por quê?

Em sua opinião, qual o maior motivo dos namoros serem desmanchados?

Argumente.

Os alunos foram convidados a produzir um poema sobre o tema namoro.

Meu amor me deu um beijo

Explodi de emoção

Mas depois de um tempo

Ele feriu meu coração. (Aluno A)

Para enfatizar a ideia de que a poesia é a arte de brincar com as palavras

trabalhando com os sentimentos, com assuntos do cotidiano como dor, tristeza, alegria,

amor, amizade e que tem tudo a ver com tudo, propusemos aos alunos ouvirem a

declamação da poesia de Elias José – “Tem Tudo A Ver” (disponível no CD das

Olimpíadas de Língua Escrevendo Futuro). Conversamos sobre o poema e em seguida

verificamos os versos, as estrofes e as rimas. Para essa atividade utilizaram o caderno

poético onde o poema estava disponível.

Tem Tudo a Ver

A poesia

Tem tudo a ver

Com tuas dores e alegria,

Com as cores, as formas, os cheiros

Os sabores e a música

Do mundo

A poesia

Tem tudo a ver

Com o sorriso da criança,

O diálogo dos namorados,

As lágrimas diante da morte,

Os olhos pedindo pão.

A poesia

Tem tudo a ver

Com a plumagem,

O vôo e o canto do pássaro,

A velos acrobacia dos peixes,

As cores todas do arco-íris

O ritmo dos rios e cachoeiras,

O brilho da lua, do sol e das estrelas,

A explosão em verde, em flores e frutos.

A poesia

- é só abrir os olhos e ver –

Tem tudo a ver

Com tudo.

Fonte: Elias José, do livro Palavras e Encantamento, São Paulo, Moderna, 2001. Coleção Literatura em Minha Casa.

Neste poema, o autor enfatiza a poesia como algo vivo e dinâmico que fala de pessoas,

animais sentimentos, objetos, acontecimentos, de tudo. A poesia coloca as palavras a

maneira como o poeta enxerga o mundo. Nessa mesma oficina promovemos uma roda de

poesia, onde os alunos escolheram poesias diversas para declamarem ao som do violão.

4.6 ATIVIDADES REALIZADAS NO GRUPO DE TRABALHO EM REDE (GTR)

Os participantes do GTR tiveram oportunidade de conhecer e analisar a Produção

Didático-Pedagógica em questão e acompanhar sua implementação na escola, através do

fórum de discussão do trabalho em rede. O trabalho superou as expectativas, pois os

professores interagiram entre si de forma bem poética citando autores e poemas

consagrados.

Os participantes consideraram a proposta interessante, convidativa, motivadora e

pertinente, com a finalidade de despertar o gosto pela leitura e resgatar o texto poético, que

desperta a sensibilidade do aluno mostrando um mundo diferente ao seu redor.

Professor “A” citou versos de Mário Quintana “Quem faz um poema abre uma

janela./ Respira, tu que estas numa cela abafada,/ esse ar que entra por ela./ Por isso é que

os poemas tem ritmo/ - Para que possa profundamente respirar./ Quem faz um poema salva

um afogado”.

Professor “B” posicionou-se a favor do resgate da interação da poesia com a

música. Este fato era comum na Europa. Os poetas cantores iam de castelo em castelo ao

som do alaúde cantar as poesias e música.

4.7 APRESENTAÇÃO CULTURAL – SARAU POÉTICO-MUSICAL

Na Escola Francisco José Perioto havia três professores Participando do PDE,

sendo duas na área de língua portuguesa e uma na área de Geografia. Para encerrar os

trabalhos de implementação, resolvemos expor o resultado dos trabalhos numa

apresentação cultural. Preparamos com os alunos o “Sarau poético - musical” envolvendo a

comunidade escolar. Participaram os alunos que manifestaram gosto em declamar e

dramatizar de maneira espontânea. Selecionamos alguns poemas a serem declamados

utilizando gestos, expressão corporal e movimentos, de acordo com a criatividade de cada

um. Escolhemos uma das paródias que os alunos haviam elaborado no decorrer das

oficinas para apresentá-la no sarau. Criamos um convite para o evento que foi endereçado

aos pais, professores, equipe pedagógica, funcionários e alunos. Fizemos ensaios nas aulas

e fora delas. Os alunos se empenharam bastante e foi muito divertido.

A poesia oferece momentos de grande emoção, descoberta e prazer. A

apresentação aconteceu no anfiteatro municipal. Iniciamos com a apresentação do poema

“Meus Oito Anos”, de Casimiro de Abreu em forma de jogral. Em seguida, a paródia

intitulada “Ai que saudade” produzida pelos alunos. Na sequência, os alunos do 6º ano “B”

apresentaram um teatro com os personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Sujeitos à

exploração, à violência, sem atenção, sem carinho, vivem meninos e meninas em situação

de rua; os alunos dramatizaram o poema “Dorme Pretinho”, de Sergio Caparelli. Uma

verdadeira crítica às mazelas da sociedade, fazendo referência, principalmente, à

desigualdade social; um aluno declamou brilhantemente o poema “Além da Imaginação,”

de Ulisses Tavares. E, em seguida, as alunas do 6º ano “B” declamaram o poema “Menino

de rua”, de autoria própria, coordenadas pela professora de Geografia. Um grupo de alunos

cantou a música “Garotos de Rua”, de Zezé di Camargo e Luciano. Na sequência, os

alunos do 6º ano “C” declamaram a fábula em versos “A Formiga boa, ”de Monteiro

Lobato”, coordenados pela professora de Português, que trabalhou as fábulas em sua

implementação. A vida nos põe à prova e exige de nós uma resposta. Com muita graça, as

alunas do 8ºano declamaram, em dupla, “Ou isto ou aquilo”, de Cecília Meireles. Depois

cantaram a música “Não olhe para trás”, do Capital Inicial. Enfatizando a poesia como algo

vivo e dinâmico, apresentamos o poema “A poesia tem tudo a ver”, de Elias José. Para

encerrar o sarau, foi declamado o poema “Motivo”, de Cecília Meireles. O poema marca

que a vida é boa e passageira, temos que aproveitar o presente e ser felizes. Todos os

participantes cantaram juntos no palco a música “Tocando em Frente”, de Almir Sater. Os

pais ficaram felizes ao verem seus filhos apresentando e sugeriram que se faça outras

vezes eventos como este; Escola é isso, uma integração com a comunidade. Sendo assim,

ficou marcado o 2º Sarau Poético Musical para o próximo ano.

Figura 3 – Sarau Poético Figura 4 – Dorme Pretinho

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo principal deste trabalho foi despertar o prazer pela leitura através do

texto poético. Pudemos comprovar com essa experiência de trabalho, que a poesia

realmente desperta a emoção e a sensibilidade do aluno, pois coloca-o em contato com

seus próprios sentimentos, medos e aspirações. O poema é um gênero textual com

características próprias que permite o desenvolvimento da criatividade, da imaginação, do

senso crítico, como aconteceu com os alunos no decorrer das oficinas.

Sabemos que trabalhar poemas em sala de aula não é novidade. Contudo, as

atividades diferenciadas, a utilização do caderno e envelope poético, a organização das

próprias oficinas despertaram o interesse dos alunos para a leitura e declamação de poesias.

O professor é um grande incentivador da leitura e, quando ele se envolve, cativa

os alunos a participarem das aulas com entusiasmo brincando e construindo conhecimento.

No início dos trabalhos, os alunos demonstraram-se tímidos, inseguros e sem

muitas perspectivas, à medida que foram lendo, declamando os poemas, colocando seu

ponto de vista, deram asas à imaginação e adentraram no mundo fantástico que a poesia

oferece. Passaram a interagir entre si e produzirem seus próprios questionamentos, de

acordo com os temas do cotidiano.

Acreditamos que o resultado da mediação realizada em oficinas de poesia foi

positivo, uma vez que despertou nos alunos o interesse em ler outros poemas e outros

livros. Além disso, envolveu os pais e toda a comunidade escolar num trabalho

significativo e participativo.

6 REFERÊNCIAS

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(coords.). Palavras de encantamento: Antologia de poetas brasileiros. São Paulo,

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Pontes Editores, 2011.

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