18

LEITURA E ESCRITA POR MEIO DA POESIA DE … E ESCRITA POR MEIO DA POESIA DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE Leni Aparecida do Nascimento1 Elsa MidoriShimazaki2 Resumo A pesquisa objetivou

Embed Size (px)

Citation preview

LEITURA E ESCRITA POR MEIO DA POESIA DE CARLOS

DRUMMOND DE ANDRADE

Leni Aparecida do Nascimento1

Elsa MidoriShimazaki2

Resumo

A pesquisa objetivou proporcionar aos alunos atividades de práticas de leitura e escrita para que possam conhecer o gênero textual poesia. Isso se efetivou por meio da leitura e escrita da poesia de Carlos Drummond de Andrade. Participaram do estudo 32 alunos que estudam no 6º ano do Colégio Estadual Professora “Leonídia Pacheco-Ensino Fundamental e Médio”, no município de Maria Helena PR. Foram selecionadas 5 poesias para o desenvolvimento do trabalho, com atividades de leitura, oralidade e escrita, observando os aspectos sonoros, sintáticos, semânticos e gráficos. Sabe-se que dentre o conjunto de gêneros abordados na escola, a poesia, já vem sendo usada há algum tempo, mas sempre levando em consideração a análise formal. Há necessidade de uma reflexão sobre as práticas escolares e a busca por uma ação mais consciente em sala de aula. Esse estudo promoveu a leitura e escrita de textos poéticos para auxiliar os alunos no seu desenvolvimento. Por meio do trabalho apresentou alguns avanços alcançados a partir da intervenção realizada na escola., pois os alunos puderam conhecer, refletir e desenvolver a aprendizagem quanto a conceitos e algumas características da poesia.

Palavras – chave: Leitura; Escrita; Literatura; Poesia.

Introdução

Nas práticas pedagógicas, constatou-se que o fazer pedagógico está

fundamentado, na maioria das vezes, em atividades propostas dos livros didáticos.

Tais livros, muitas vezes, não condizem com a realidade do educando, não suprindo

assim suas necessidades e dificuldades no processo de apropriação do conteúdo

escolar.Zorzi (2003) aponta que para a criança dominar os mecanismos da leitura e

da escrita, ela precisa viver reais situações que possam lhe dar sentido dessa

linguagem. Entende-se que a criança que convive em um ambiente onde há a

prática da leitura e da escrita é diária, terá mais facilidade para alcançar o sucesso

de sua aprendizagem do que aquela que vive em ambiente onde a leitura e a escrita

são restritas.

1Professora Estadual do Colégio Estadual Professora Leonídia Pacheco.

2 Graduada em Letras Anglo-Portuguesas pela Universidade Estadual de Maringá e em Pedagogia pela

Fundação Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Mandaguari; Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas; Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo.

O trabalho com a leitura e a escrita deve ser uma prática constante em sala

de aula, tendo como objetivo a formação de leitores competentes, isto é, que se

apropriem do código escrito, uma das ferramentas mais importantes para a

participação social e a utilizem em um determinado contexto para um fim específico.

A leitura é um dos requisitos para gerar um bom escritor e para que isso se efetive é

necessário que haja um trabalho planejado e sistematizado de forma a intervir no

processo natural do aluno. Para tanto o professor deve fornecer diferentes gêneros

textuais para melhorar o nível de letramento dos alunos, a respeito de Letramento,

Soares (1998, p. 72), define que “letramento não é pura e simplesmente um conjunto

de habilidades individuais, é o conjunto de práticas sociais ligadas à leitura e a

escrita em que os indivíduos se envolvem em seu contexto social.”

Diante do que define a autora, ressalta-se que a maioria dos alunos vivem em

ambientes onde os eventos de letramento são quase inexistentes e em um meio

social que dispõe de poucos materiais escritos. Na escola os eventos de letramento

e as aulas de Língua Portuguesa, por sua vez, apresentam atividades que exigem

pouca ação mental dos alunos. Assim, o trabalho com a prática da leitura e da

escrita é problemática, pois a maioria dos alunos apenas “decodificam”, não lendo

nas “entrelinhas” do texto e não produzindo um bom texto.

Esse fato reflete-se em resultados alarmantes na educação da população

brasileira, pois segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF), divulgado pelo

Instituto Paulo Montenegro (PM), e pela ONG Ação Educativa, existem quatro níveis

diferentes de alfabetização: plena, básica, rudimentar e analfabetismo. Aqueles que

não atingem o nível pleno são considerados analfabetos funcionais, ou seja, são

capazes de ler e escrever, mas não conseguem interpretar e associar informações,

como expõe o Indicador de Alfabetismo Funcional – INAF (2011).

O INAF, criado em 2001, objetiva informar sobre as habilidades e práticas de

leitura, escrita e matemática dos brasileiros. Faz-se avaliações para medir o

desempenho nas escolas como Prova Brasil, o ENEM e outros. Com os resultados

obtidos pelo INAF, várias iniciativas dos órgãos governamentais e não

governamentais foram realizadas para proporcionar direito de acesso à escola,

direito de aprender. Com isso, os últimos resultados do INAF BRASIL-2011, é

possível notar algumas melhorias nos níveis de alfabetismo da população, isto se dá

pela ampliação do acesso à escolarização, porém não é ainda uma medida que se

almeja.

Ao analisar a situação apresentada acima, percebe-se que é preciso intervir

no processo natural do aluno, por meio de um trabalho planejado e sistematizado.

Propôs-se, então, nessa pesquisa, o trabalho pedagógico em Língua Portuguesa,

utilizando a poesia como forma de hominização do aluno e o desenvolvimento da

linguagem.

Ao trabalhar com o gênero textual poesia, o professor tem a possibilidade de

levar os alunos a vivenciarem essa prática de forma dinâmica e ativa, assim na

medida em que lerem, interpretarem e compreenderem construam novos

significados para o aprimoramento de suas produções. É necessário que o aluno

interaja efetivamente com o texto e produza para ele sentidos pertinentes e

realmente significativos.

Apresenta-se um trabalho voltado à prática de leitura e escrita por meio da

poesia de Carlos Drummond de Andrade. Escolheu-se o gênero poesia, por ser

abordado nas escolas de forma superficial, ou em segundo plano. Ao utilizar a

amplitude de possibilidades oferecidas pelos poemas de Drummond, o professor

pode obter um leque variado em relação aos temas abordados. Dessa forma,

espera-se que ao conhecer o autor e alguns de seus poemas, os alunos venham a

construir novos significados para o aprimoramento de suas produções.

Desenvolvimento

Gêneros Textuais

Vive-se em uma época a qual oportuniza o acesso rápido à leitura de uma

grande quantidade de informações, porém, convive-se com uma população que não

possuem as qualidades básicas de leitura e escrita, tornando difícil a absorção dos

conhecimentos. Sendo assim, houve a necessidade de uma reflexão sobre as

práticas escolares, na busca por uma ação mais consciente em sala de aula para

auxiliar no resgate da prática da leitura ativa e crítica, valorizando os alunos como

sujeitos, que ao receberem as informações, consigam interpretá-las para assim,

reterem os conhecimentos propostos.

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica (2008) apontam que, o

aperfeiçoamento da escrita se faz à partir da produção de diferentes gêneros e o

exercício dessa prática permite ao educando ampliar o próprio conceito de gênero

discursivo.(PARANÁ, 2008, p.56). As Diretrizes Curriculares da Educação Básica

(2008), ainda ressaltam que, a língua é um instrumento de poder, as suas

manifestações de comunicação não acontecem com elementos linguísticos isolados,

elas são, conforme Bakhtin (1992), como discurso.

Para Bakhtin (2011), a sociedade é composta por diversas atividades

humanas, ligadas pelas formas de língua. Cada grupo produz seu enunciado que

podem ser orais ou escritos, os quais são utilizados pelos integrantes, de acordo

com as condições, as finalidades, os conteúdos e pela forma como utilizam a

linguagem. Os enunciados que são produzidos são individuais e particulares, cada

grupo produz enunciados aparentemente estáveis, que são chamados gêneros do

discurso. Bakhtin (2011) relata que, os gêneros do discurso são inesgotáveis,

porque cada campo de atividade humana produz novos discursos à medida que se

desenvolve a heterogeneidade dos gêneros (orais e escritos), nos quais devem

acrescentar respostas ao diálogo, pois nele existem vários discursos em função do

mesmo tempo. Os gêneros discursivos surgiram primeiramente como primários

(simples), que é a reprodução da fala do cotidiano e o gênero secundário aparece

devido ao convívio cultural, basicamente desenvolvido e organizado.

Nesse sentido Faraco (2010) aponta as ideias de Bakhtin sobre as relações

dialógicas que constituem parte inerente de todo enunciado, como unidade da

interação social, entre pessoas que vivem em sociedades, ou seja, a relação

existente entre o locutor e o ouvinte. As Diretrizes Curriculares da Educação Básica

(2008) apontam que, o reconhecimento das vozes sociais e das ideológicas

presentes no discurso, tomadas nas teorizações de Bakhtin, ajudam na construção

de sentido de um texto e na compreensão das relações de poder a eles inerentes.

É importante que o aluno tenha acesso a diferentes gêneros discursivos que

circulam na sociedade, só assim possibilitará a ele condições de entender e

compreender as visões do mundo que o cercam. Dentre o conjunto dos gêneros

discursivos, a abordagem da poesia em sala de aula, já vem sendo praticada há

algum tempo, mas sempre levando em consideração a análise formal. Para melhorar

a prática da leitura e da escrita no âmbito escolar, propomo-nos trabalhar com

alguns poemas de Carlos Drummond de Andrade. Para ampliá-las é necessária a

prática diária no processo de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, as Diretrizes

Curriculares da Educação Básica (2008) destacam:

O aperfeiçoamento da escrita se faz a partir da produção de diferentes gêneros, por meio das experiências sociais, tanto singular quanto coletivamente vividas. O que se sugere, sobretudo, é a noção de uma escrita como formadora de subjetividades, podendo ter um papel de resistência aos valores prescritos socialmente. A possibilidade da criação, no exercício desta prática, permite ao educando ampliar o próprio conceito de gênero discursivo. (PARANÁ, 2008, p.56).

A leitura e a escrita, muitas vezes, tem sido abordada de forma superficial,

não exigindo do aluno leituras e escritas de forma mais constante. Nesse caso a

postura do professor parece ser decisiva para que o aluno “espelhe-se”nele, pois

nem sempre em casa ele terá pais que leem. Porém quando o aluno descobrir que é

lendo que pode conhecer os mais inusitados locais, imaginar, sentir um texto.Tentar

descobrir na poesia o que o autor quis dizer quando escreve: “E agora, José?” ou

“um anjo torto disse: vai Carlos ser Gauche na vida.” Então todos os dias serão de

prazer em ler, divertir-se e ao mesmo tempo aprender.

A poesia possui uma linguagem de conteúdo lírico, que pode ser escrito em

verso ou em prosa. Sobre como definir poesia Tavares (1984), salienta:

Que será poesia? Várias têm sido as definições. Se cada escola literária tem uma concepção de realidade estética, se cada artista também pode ter sua própria concepção, compreende-se desde logo não ser possível uniformizar um conceito para a poesia. Etimologicamente, do grego “poíesis”, significa ato de fazer algo, portanto, implica a ideia de ação, de criação. E este é o seu sentido mais vasto. Mas fazer ou criar como, e com que objetivo? Aqui é que há divergência entre artistas e também entre os críticos. A distinção que se fazia tomando-se em consideração apenas o aspecto exterior e formal para contratá-la com a prosa, já não satisfaz, serviria para diferenciar prosa de verso, pois pode haver poesia na prosa, como também haverá verso sem poesia. (TAVARES, 1984, p.162).

De acordo com o autor, são muitas as definições para poesia, cada escola

tem a sua concepção, cada poeta também. Os poetas escrevem para emocionar,

divertir, convencer, fazer pensar o mundo de um jeito novo. Usam diferentes

recursos e até novas formas de colocar as palavras no papel. O trabalho com

poesia, mais especificamente Carlos Drummond de Andrade, é uma ferramenta que

poderá ser incorporada ao dia a dia escolar, contribuindo para que os alunos

escrevam textos cada vez melhores e ampliem o domínio da leitura e da escrita.

Metodologia

Realizou-se aimplementação das estratégias de ações no Colégio Estadual

Professora Leonídia Pacheco, em uma turma do 6º ano da manhã, composta por 32

alunos, moradores da zona urbana. Utilizou-se para realização das atividades

propostas nesse trabalho, multimídia, recursos da internet e materiais básicos

escolares. Foram realizadas 8 atividades.

Uma das possibilidades de melhorar a aprendizagem por meio da poesia é a

de trabalhar aproximando-a com aquilo que o aluno já sabe, o seu conhecimento

prévio, ou seja, valorizar o aspecto linguístico do aluno e o conhecimento de mundo

dele. Se isso não for levado em conta o entendimento e a compreensão podem ser

prejudicados, consequentemente, vão considerar poesias como textos difíceis. É

preciso que se desenvolva a capacidade linguística, o senso estético e a habilidade

sensorial da criança e do adolescente para que possam compreender melhor o

mundo e a si próprios.

Resultados e análises

Apresentou-se um trabalho que envolveu as práticas de leitura e escrita por

meio da poesia de Carlos Drummond de Andrade. Propôs-se trabalhar com textos

poéticos, na busca de resgatar esse gênero pouco usado nas propostas

pedagógicas das escolas Considera-se que é por meio da leitura que o aluno é

capaz de interrogar-se sobre sua própria compreensão, perceber aspectos da vida e

também descobrir as utilidades da leitura, em situações diversas que promovam o

seu aprendizado.

As aulas de Língua Portuguesa, desenvolvidas para o projeto, foram

realizadas com o estudo de cinco poesias de Carlos Drummond de Andrade. Sendo

elas:

“Cidadezinha qualquer”, essa poesia faz parte do livro “Alguma Poesia”

(1930). Ela retrata a vida à sua volta. Fala de paisagens, cenas do cotidiano, de

lembranças, mostrando a realidade, retratando a “Vida Besta”. Nesse registro do

cotidiano predomina o humor e ironia. O final é inesperado nessa poesia, há aí a

quebra do texto lírico descritivo com o comentário a respeito da cidadezinha,

utilizando o próprio falar do interior. (PARANÁ, 2009)

“Quadrilha”, essa poesia também faz parte do livro “Alguma Poesia” (1930).

Há nessa poesia uma ruptura, característica da poesia trágica- irônica

(CAMPADELLI E SOUZA, 2004).

“Confidências do Itabirano”, pertence ao livro “Sentimento do Mundo” (1940).

Nessa poesia o poeta comparece participante, ávido por se integrar em seu tempo.

O passado ressurge sempre nas poesias de Drummond, sua terra natal Itabira, é

transformada no símbolo da cultura e afetividade vivida pelo poeta. Antes

predominava a ironia na observação que ele fazia, mas depois, o que valia eram as

impressões gravadas na memória. Impressões essas que foram transformadas em

poesia, para reinterpretar o passado, o tom agora é afetuoso, não mais irônico

(CAMPADELLI E SOUZA, 2004).

“Poema de Sete Faces” se encontra no livro “Alguma Poesia” (1930). Retrata

as sete passagens da vida do poeta, a palavra “gauche” significa esquerdo, em

sentido figurado pode significar “acanhado”, diz ser uma pessoa que está à margem

da vida, torto. O eu-lírico se vê como alguém que não consegue se comunicar. Aí se

dá um conflito entre o “eu” do poeta e a realidade. A poesia de Drummond tende a

concentrar-se no homem, sem usar o lirismo escapista, comovido pela “lua” e pelo

“conhaque” que nessa poesia parece querer tomar conta do homem poético, mas

ele reage e utiliza sua maior arma, a ironia. (DOMINGUES, 2003)

“Morte do Leiteiro” se encontra no livro “A Rosa do Povo” (1945), nessa

poesia Drummond retrata a preocupação social. Nas poesias escritas nesse livro, o

poeta condena a vida de nossos dias, mecânica, sem humanidade. Ele medita sobre

as razões da existência, a problemática da condição humana e o mistério do destino

do homem. A poesia revela a crise social do país naquela época, referindo-se a

segunda guerra mundial. Essa poesia retrata bem a situação atual do país (BRASIL,

1971).

A seguir serão apresentadas as atividades propostas na Unidade Didática

direcionada para esse trabalho.

ATIVIDADE 1 – Apresentação do Projeto

Colocou-se a amostragem do título do projeto “Leitura e Escrita por meio da

poesia de Carlos Drummond de Andrade,” para identificar o contato que os alunos

tinham com a poesia, se já leram , escreveram. Percebeu-se que alguns alunos já

conheciam o que era poesia, pois haviam trabalhado com os Haicais, pequenos

poemas de origem japonesa compostos de três versos, conforme expõe Cereja e

Magalhães (2006), da poetisa Helena Kollody. Quanto ao poeta, os alunos não o

conheciam, não tinham ouvido falar o nome dele.Após esse primeiro contato,

passou-se a explorar as poesias selecionadas e apresentadas na Unidade Didática.

ATIVIDADE 2- Trabalho com a poesia “Cidadezinha Qualquer”

Expôs-se em um cartaz o título da poesia “Cidadezinha Qualquer”, os alunos

leram e compararam o título com a cidade onde residem, pois, trata-se de uma

cidade pequena.

Nesse momento trabalhou-se a descrição da cidade onde vivem seus

moradores, empregos, as moradias e também sobre a economia da cidade.

Em seguida os alunos receberam a cópia da poesia “Cidadezinha Qualquer”,

fez-se a leitura oral e proporcionou um momento para que os alunos expusessem o

que sentiram ao fazer a leitura. Na escrita, os alunos desenvolveram atividades de

compreensão compostas das seguintes questões:

Perguntou-se no poema “Cidadezinha Qualquer,” se o poeta teve a

preocupação com a sonoridade com o ritmo.

Os alunos responderam que “houve essa preocupação com o ritmo, com as

rimas, observaram durante a leitura”. Isso mostra que os alunos perceberam as

características dos textos poéticos como a sonoridade, o ritmo e também as rimas.

Ao serem questionados sobre o porquê da vida ser devagar numa

cidadezinha. Os alunos responderam: “porque é uma cidade calma”, “ela é mais

tranquila do que uma cidade grande”, “as pessoas vivem mais sossegadas”.

Percebe-se por meio das repostas dos alunos que eles entenderam a pergunta ao

identificar a vida cotidiana de uma cidadezinha de uma maneira real.

O poeta repete a palavra devagar na segunda estrofe, sugerindo a

vagarosidade da vida em uma cidade do interior. As respostas dos alunos indicam

que eles conhecem bem uma cidadezinha, pois foram coerentes com o texto.

Perguntou-se a seguir, para qual estilo de vida caberia à expressão “devagar

as janelas olham”. Eles responderam que “ao abrir as janelas as pessoas se olham,

porque as pessoas se conhecem e ao abrir as janelas se olham, se cumprimentam e

conversam”, eles relataram que a vida nas cidades grandes é bem diferente da vida

no interior. Alguns alunos conheciam uma cidade grande, expondo para os outros

quão numerosa era essa cidade, o que impossibilitava a relação mais informal, sem

muita intimidade entre a população. Já na cidadezinha, as pessoas se relacionam

com uma maior facilidade, uma maior interação.

Pediu-se que os alunos discutissem a expressão “Eta vida besta, meu Deus”.

Fez-se alguns questionamentos como: É possível viver uma “vida besta” morando

em qualquer lugar? E sua vida como ela é? Os alunos responderam que, “pode-se

viver uma vida besta onde quer que esteja, depende de cada um”, “acho que pode

viver uma “vida besta” em qualquer lugar, mesmo morando em uma cidade grande”.

Todos disseram levar uma vida boa onde moram.

Verificou-se que os alunos não encontraram dificuldades em compreender a

poesia pelo fato dela possuir uma linguagem clara. Propôs-se então que eles

fizessem uma ilustração para a poesia “Cidadezinha qualquer”, constatou-se que os

desenhos se identificavam com a cidade onde moram. A seguir cada aluno

apresentou seu trabalho para a turma.

ATIVIDADE 3 -Trabalho com a poesia “Quadrilha”

Para o desenvolvimento do projeto apresentou-se, posteriormente, o poema

“Quadrilha”. Nessa atividade os alunos receberam o texto impresso, fizeram uma

leitura silenciosa, seguida de uma leitura coletiva.

Após a leitura fez-se por meio da oralidade algumas questões para refletirem

sobre o conteúdo da poesia e da forma como foi escrito. Perguntou-se o que

lembrava o nome quadrilha. Os alunos disseram que, “esse nome lembrava uma

dança”, “a dança da quadrilha nas festas juninas”, “um grupo de dança”.

Questionou-se que nessa poesia alguma coisa se assemelhava com a dança

quadrilha. Nesse momento alguns alunos responderam que, “os nomes pareciam

dançar”, “pareciam pares dançando”, “ela se parece com pessoas dando passos de

uma dança conhecida”. Esse movimento, essa troca dos pares realmente faz com

que a leitura da poesia se pareça com uma dança.

Percebeu-se que os alunos acharam interessante quando o poeta

inesperadamente coloca alguém na poesia como aquele “J. Pinto Fernandes”. Eles

queriam saber qual era o primeiro nome dele, o professor sugere que pode ser

qualquer nome comum, como os nomes usados por Drummond em seus poemas.

Em seguida os alunos escreveram um novo poema, trocando os nomes por

outros. Essa atividade foi bem desenvolvida, os alunos se divertiram escrevendo,

depois apresentaram aos colegas suas produções.

ATIVIDADE 4-Trabalho com a poesia “Confidências do itabirano”

No trabalho com o poema “Confidências do itabirano”, fez-se a leitura da

poesia e os questionamentos orais. Verificou-se que os alunos tiveram dificuldades

com o entendimento do poema, devido a sua linguagem. Desse modo percebeu-se

que a prática de leitura não era constante na vida dos alunos, demonstrando a

restrição no vocabulário.

Constatou-se a necessidade de uma integração com outras disciplinas para

esclarecer onde está localizada a cidade de Itabira, a qual o poeta retrata no texto.

Procurou-se o professor de Geografia da turma o qual prontamente desenvolveu

uma atividade, com os alunos com o objetivo de situá-los no espaço geográfico

retratado pelo poema.

Em uma aula com apoio dos recursos de multimídia o professor de Geografia

apresentou aos alunos imagens da cidade onde moram, da localização dessa em

relação ao Brasil, depois mostrou a divisão política do Brasil em estados, para assim

chegar ao estado de Minas Gerais, e finalmente na cidade de Itabira, onde por meio

dos recursos da Internet, os alunos fizeram um passeio virtual pela cidade, pelos

pontos turísticos, visitaram o local onde viveu o poeta Carlos Drummond de

Andrade. O resultado desse trabalho foi bom, pois os alunos voltaram motivados,

comentando que viram a casa e a cidade de Drummond.

Após o trabalho, explicou-se que se tratava de um poema autobiográfico, no

qual o poeta relata a sua infância e adolescência na cidade de Itabira. Fez-se uma

análise oral, mostrando alguns aspectos do texto, como as marcas deixadas pelo

poeta de sua Terra Natal, quando diz: “Vivi em Itabira”/ “Nasci em Itabira”/ “de ferro”/

para contar que Itabira era famosa pela extração de ferro e outros minerais. O poeta

falada infância e adolescência vividos nesse lugar. Lembra-se de um velho Santeiro,

homem que possuía um pouco de instrução e contava histórias. Drummond conta

também nessa poesia que se tornou funcionário público, cumprindo ordens,

respeitando horários. Itabira, para o poeta, agora restavam só as lembranças e uma

delas era a foto da cidade pendurada na parede.

Após trabalhar com a oralidade, apresentou-sealgumas atividades de escrita

para melhor compreensão do poema.

Perguntou-se para os alunos, como era a vida do poeta em Itabira. Eles

responderam que; “o poeta levava uma vida boa, pois ele sentia orgulho desse

lugar,” “ele tinha saudades da vida em Itabira, então ele vivia bem,”ele diz na poesia

que “tive gado”/ “tive fazendas”/ “hoje sou funcionário público”/ “ acho que em Itabira

ele era mais feliz.” Isso mostra que os alunos conseguiram reter algumas

informações contidas no texto.

Ao serem questionados porque o poeta olha a foto na parede e diz: “Mas

como dói”. Os alunos responderam que, “o poeta sente saudades”, “parece que até

dói a saudade que ele sente”, “muitas recordações de sua cidade natal,” “porque ele

está longe de Itabira.” Ao comentarem sobre essa atividade, percebe-se na fala dos

alunos que eles sabiam o que a poesia queria dizer, que o poeta falava da saudade

que sentia de sua terra natal, Itabira.

A seguir perguntou-se aos alunos se eles achavam o poeta solitário. Eles

responderam que; “sim, muito só, por causa do que ele diz,” “com certeza, ele se

sentia sozinho,” “ele parece muito solitário, pois o que lhe restou de Itabira era só a

foto na parede.” Alguns alunos precisaram da mediação do professor para

responderem as questões proposta, outros, não encontraram nenhuma dificuldade.

Complementou-se essa atividade levando os alunos ao laboratório de

informática para que eles pesquisassem a história de Drummond. Posteriormente

transcreveram a pesquisa para o caderno. Na sala de aula analisou-se a importância

da vida do poeta e como ele a retratava em seus poemas, falando de sua infância,

adolescência e vida adulta. Constatou-se após essa atividade um maior interesse

por parte dos alunos e uma maior facilidade em identificar a linguagem usada pelo

poeta.

ATIVIDADE 5-Trabalho com a poesia “Poema de Sete Faces”

Nessa atividade trabalhou-se com a poesia “Poema de Sete Faces”, leu-se o

poema, trabalhou-se as palavras que os alunos não conheciam, enfatizando o

sentido próprio ou figurado da palavra “Gauche”, que significa esquerdo e em

sentido figurado pode significar acanhado, com intuito de facilitar a compreensão do

texto. Fez-se a leitura em forma de jogral. Em seguida assistiu-se ao vídeo com a

declamação da poesia, que pode se acessado no seguinte endereço:

http:/www.youtube.com/watch?v=mBfm7EhzmVo.

Trabalhou-se com algumas atividades para compreenderem melhor o poema.

Perguntou–se aos alunos, qual era o significado da expressão: “Vai, Carlos! Ser

gauche na vida.” Eles responderam que “ele ia ser diferente dos outros,” “ele ia ser

famoso,” “ele ia ser muito importante”. Nessa atividade foi preciso que o professor

ajudasse individualmente os alunos, devido à dificuldade encontrada. Após várias

explicações, percebeu-se que eles melhoraram o entendimento e assim passaram

gostar do poema.

Ao serem questionados sobre o que significa a expressão “As casas espiam

os homens que correm atrás das mulheres”. Os alunos responderam que, “o bonde

era aberto, os homens olhavam para as pernas das mulheres,” “o poeta também

olhava, mas de modo acanhado”, “as pessoas observavam os homens que olhavam

para as pernas das mulheres e eram pernas de várias cores.” Fez-se necessário,

nesse momento, falar que as pernas, no bonde representavam as pessoas de várias

raças que constituem a nação. Uso do sentido figurado. Nesse poema Drummond

faz uma ruptura e usa a ironia quando diz “Mundo, mundo vasto mundo, se eu me

chamasse Raimundo seria uma rima, não seria solução”. Nesse momento o poeta

percebe a imensidão do mundo e como é difícil entendê-lo. Ele se descobre no

mundo e se coloca como um desajeitado. Os alunos disseram que o poeta parecia

brincar com os versos, eles repetiram o verso várias vezes.

Constatou-se que os alunos encontraram dificuldades no entendimento da

poesia, mesmo após a mediação do professor. Entretanto percebeu-se uma

evolução quanto ao vocabulário.

ATIVIDADE 6 - Trabalho com a poesia “Morte do Leiteiro”

Ao trabalhar a poesia “Morte do Leiteiro,” os alunos receberam uma cópia e

assistiram a um vídeo com a declamação da poesia disponível no site

http:/www.youtube.com/watch?v=yO-Ors59p9Q .Nessa atividade explorou-se a

tipologia textual narrativa, e posteriormente a interpretação do texto poético por meio

das seguintes questões.

Perguntou-se aos alunos se o rapaz do qual se fala na poesia exercia outro

trabalho, além de entregar o leite nas madrugadas. Eles responderam que. “O rapaz

trabalha no entreposto”, “o rapaz precisava ter outro emprego para ajudar a família”,

“o rapaz queria ganhar mais.” Nessa atividade utilizou-se os dicionários para

pesquisar ao significado da palavra “entreposto”.

Percebe-se que os alunos compararam a poesia com a realidade atual, onde

as pessoas precisam ter dois ou mais empregos para ajudar a família, para ganhar

mais, é muito comum acontecer isso.

Ao serem questionados sobre o que é um subúrbio. Os alunos escreveram

que, “subúrbio era um lugar longe do centro da cidade,” “subúrbio é nas

redondezas”, “subúrbio é na chácara”.

Questionou-se com os alunos sobre a expressão usada pelo poeta: “Sem

fazer barulho, é claro que barulho nada resolve.” Eles responderam que “para não

acordar as pessoas,” “não precisava fazer barulho,” “era melhor ficar quieto que

barulho não resolve nada”. Em algumas respostas percebeu-se que os alunos não

compreenderam a expressão usada pelo poeta, então houve a mediação do

professor a fim de esclarecer que no momento em que o poeta escreveu a poesia, o

país se encontrava em guerra e ele sabia que fazer barulho não adiantava nada.

Perguntou-se o que tinha acontecido com o leiteiro na sexta estrofe. Os

alunos responderam que “um senhor pensou ser um bandido e mata o leiteiro com

um tiro.” “o leiteiro leva um tiro certeiro e morre.” “um homem se assusta e dá um tiro

no leiteiro, matando-o.” Percebe-se ao trabalhar com essa atividade, que os alunos,

apesar de morar em uma cidade pequena e calma, eles sabiam por meio dos

veículos de comunicação, da violência que tem tomado conta do país.

Ao serem questionados sobre o que significa a expressão: “Bala que mata

gatuno também serve para furtar a vida de nosso irmão.” Os alunos responderam:

“que tem muitos inocentes morrendo por causa das balas perdidas.” “Tem gente que

acha que matar não tem importância.” “Estão matando até os inocentes.”

A partir dos questionamentos feitos, os alunos perceberam que essa poesia

fazia a denúncia de uma violência. Onde o poeta retratava a preocupação social e o

destino do homem. Os alunos reconheceram que o poeta escreveu a poesia há

muitos anos, entretanto os fatos são condizentes com os dias atuais. O interesse

apresentado pelos alunos foi bom, até começaram um debate relatando tragédias

vivenciadas por eles, como brigas em família, crimes cometidos pela cidade,

acidente de trânsito, entre outros. Logo após as atividades propostas, transformaram

a poesia em uma narrativa, a qual foi lida e fixada no mural da sala de aula.

Ao finalizar esta proposta, verificou-se que depende de como o professor

insere a leitura na sala de aula, o aluno se aproxima ou se distância dos textos

poéticos, faz-se necessário um trabalho com poesias, para que as crianças e

adolescentes despertem interesse para o hábito de leitura e se transformem em

leitores capazes de perceber, os signos, as expressões sociais criadas pelo poeta

para retratar a realidade. Diante disso optamos por realizar como fechamento deste

projeto um Sarau com todos os alunos declamando produções suas e de

Drummond.

Considerações finais

Estudou-se a importância da leitura de textos poéticos na escola objetivando

proporcionar aos alunos atividades de práticas de leitura e escrita para que possam

conhecer esse gênero. Buscou-se desenvolver no aluno a habilidade de leitura de

poesias, para que elespercebam as características da linguagem poética,

aprimorando seu conhecimento. A escola, por sua vez, é responsável pelo ensino

formal, sabe-se que a poesia tem um relacionamento muito próximo com a ficção,

onde o poeta manifesta suas emoções, por meio de um jogo com a linguagem,

reproduzindo nas poesias uma maneira de ver o mundo.

Cabe ao professor firmar-se na sua prática pedagógica, dominar seus

conteúdos, saber o que está ensinando, para orientar com clareza seus alunos, pois

é preciso superar a defasagem que domina a sala de aula e buscar na leitura e na

escrita, a construção pelo aluno de sua própria identidade.

As leituras das poesias foram bem aceitas pelos alunos, que leram e

realizaram as atividades propostas. Constatou-se um resultado positivo em relação

ao interesse dos alunos pela leitura de poesias e seu reflexo na oralidade e na

escrita.

Nas observações realizadas, percebe-se que alguns problemas relacionados

a prática da leitura e da escrita já estão sendo vencidos pelos alunos. Houve alunos

que pesquisaram outras poesias de Drummond, trazendo-as para a sala de aula.

Observou-se também, que esse trabalho tomou maiores proporções quando

realizou-se na escola uma “Mostra Cultural”, onde o trabalho foi apresentado a

todos, por meio de declamações e músicas.

Espera-se que esse trabalho seja a abertura de um caminho para que outros

professores venham a dar continuidade ao estudo de textos poéticos, propiciando

aos alunos as habilidades necessárias para o reconhecimento do gênero poesia e

dos grandes poetas, como nessa pesquisa Carlos Drummond de Andrade.

Referências

ANDRADE, Carlos, Drummond. Poema sete faces. In: Poesias e Prosas. 5ª edição. Rio de Janeiro. Editora Nova Aguilar, 1979, p. 70. In: MAIA, João, Domingues. Português. 1ª edição. São Paulo. Editora Ática, volume único. 2003, p. 290.

ANDRADE, Carlos, Drummond. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro, Editora Nova Aguilar, 1978. In: PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Educação Básica. Orientações Pedagógicas: Sala de Apoio à Aprendizagem. Curitiba. 2009, p.113.

ANDRADE, Carlos, Drummond de. Antologia Poética: Lições de coisas. Rio de Janeiro. Editora Nova Aguilar, 1962. In: BRASIL, Francisco de Assis Almeida. Carlos Drummond de Andrade: Ensaio. Rio de Janeiro. Editora Nova Aguilar, 1971.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do mundo. Rio de Janeiro, Record, 1993. In: CAMPEDELLI, Samira. SOUZA, Jésus. Literaturas Brasileira e Portuguesa: Teoria e texto. São Paulo. 1ª edição, Editora Saraiva, 2004.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Obra completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1980. In:CAMPEDELLI, Samira. SOUZA, Jésus. Literaturas Brasileira e Portuguesa: Teoria e texto. São Paulo. 1ª edição, Editora Saraiva, 2004.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. Editora Martins Fontes, 6ª Edição, São Paulo, 2011.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. Editora Martins Fontes, 6ª Edição, São Paulo, 1992. In: PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008.

CEREJA, Willian Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e Interação: Uma Proposta de Produção Textual a partir de Gêneros e Projetos. São Paulo. 2ª Edição. Editora Saraiva, 2006.

FARACO, Carlos, Alberto. Linguagem e Diálogo: As Ideias Linguísticas do Círculo de Bakhtin. São Paulo, Editora Parábola, 2010.

INAF BRASIL – Indicador de Alfabetismo Funcional. São Paulo, 2011. Disponível em:<https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:XoIx5jd1JfIJ:www.ipm.org.br/dow

load/informe_resultados_inaf2011_versao%2520final_12072012b.pdf+inaf&hl=pt&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESgy9W2SKa1HpoJUlsPrjoK9YVb1E_8rq2Z1jndMAkswAgSEyVR0hr1YnXDgnW4m00BDHHJQOFLMxwDEoN4ErjTk5PSckI5qUVOSR3R4aR5Kh3htiM6ZQodIwJCmLbyPej0eEA&sig=AHIEtbSIQSE9UI32OI984g1Y1FOekuomA.> Acesso em: 03 de dezembro de 2012.

PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008.

SOARES, Magda. Letramento: Um tema em três gêneros. Belo Horizonte. Edirota Autêntica, 1998.

TAVARES, Hênio. Teoria Literária. Belo Horizonte. 8ª edição, Editora Italiana, 1984.

ZORZI, Jaime Luiz. Aprendizagem e distúrbios da linguagem escrita: Questões clínicas e educacionais. Porto Alegre. Editora Artmed, 2003

SITES PESQUISADOS

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=yO_OrS59p9Q. Morte do Leiteiro, Carlos Drummond de Andrade. Acesso em: 08 de dezembro de 2012.

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=mBfm7EhzmVo. Poema de Sete Faces, Carlos Drummond de Andrade. Acesso em: 08 de dezembro de 2012.