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1
UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Pedagogia
Patrícia Aparecida Brochato Zampieri Pauliquévis
Sandra Mara de Lima Piovesan Ribeiro
LEITURA REALIZADA PELO PROFESSOR NO
ENSINO FUNDAMENTAL
LINS – SP
2012
2
PATRÍCIA APARECIDA BROCHATO ZAMPIERI PAULIQUÉVIS
SANDRA MARA DE LIMA PIOVESAN RIBEIRO
LEITURA REALIZADA PELO PROFESSOR NO ENSINO FUNDAMENTAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de Graduação em Pedagogia Sob a orientação da Profª Ma Adriana Monteiro Piromali Guarizo e pela Profª Ma Fátima Eliana Frigatto Bozzo.
LINS – SP
2012
3
PATRÍCIA APARECIDA BROCHATO ZAMPIERI PAULIQUÉVIS
SANDRA MARA DE LIMA PIOVESAN RIBEIRO
LEITURA REALIZADA PELO PROFESSOR NO ENSINO FUNDAMENTAL
Trabalho de conclusão de curso (TCC) apresentado ao Centro Universitário
Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Graduação do curso de
Pedagogia.
Aprovado em: ____/____/____
Banca Examinadora:
Prof(a) Orientador(a): Adriana Monteiro Piromali Guarizo
Titulação: Mestre
Assinatura: ______________________
1º Prof(a): Fátima Eliana Friagatto Bozzo
Títulação: Mestre
Assinatura:______________________
2º Prof(a): Luis Alberto Assato
Títulação: Mestre
Assinatura:______________________
4
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, pela vida que me deram e por serem
presentes nas minhas alegrias e tristezas.
Ao Luis, pela vida compartilhada.
Ao meu filho Bruno, amor incondicional, além da vida.
A todos os meus amigos e familiares, pela torcida e carinho.
PATRÍCIA APARECIDA BROCHATO ZAMPIERI PAULIQUÉVIS
Dedico esta monografia aos meus pais que me deram muito apoio nos
momentos mais difíceis da minha vida, e ao meu marido Flavio que está ao
meu lado sempre e em todo momento. Obrigada por tudo!
SANDRA MARA DE LIMA PIOVESAN RIBEIRO
5
AGRADECIMENTOS
Como já dizia Anitelli: “Sonho parece verdade quando a gente esquece
de acordar”. Hoje, vivo uma realidade que parece um sonho, mas foi preciso
muito esforço, determinação, paciência, perseverança, ousadia e maleabilidade
para chegar até aqui, e nada disso eu conseguiria sozinha. Minha terna
gratidão a todos aqueles que colaboraram para que este sonho pudesse ser
concretizado.
Agradeço aos meus pais que formaram muito mais do que os
fundamentos do meu caráter: apontaram-me uma vida eterna. Obrigada por
serem a minha referência, de tantas maneiras, e estarem sempre presentes na
minha vida, de forma indispensável.
Ao meu marido Luis, que representa minha segurança, em todos os
aspectos, meu companheiro incondicional, o abraço espontâneo e tão
necessário, doce amor que estava escrito nas estrelas, obrigada.
Ao Bruno, segundo coração batendo eternamente dentro de mim, dedico
esta conquista, que é a maior de todas as minhas vitórias.
Aos meus familiares, pela companhia constante e tão querida, sacrifício
ilimitado em todos os sentidos, orações, palavras, abraços e aconchego. Meu
eterno amor e muito obrigada, à minha sogra e ao meu sogro (in memorian),
aos meus irmãos e minhas cunhadas. Muito obrigada nunca será suficiente
para demonstrar a grandeza do que recebi de vocês, peço a Deus que os
recompense à altura.
E é a Ele que dirijo minha maior gratidão. Deus, mais do que me criar,
deu propósito à minha vida. Vem dele tudo o que sou, o que tenho e o que
espero.
PATRÍCIA APARECIDA BROCHATO ZAMPIERI PAULIQUÉVIS
6
Agradeço a minha família, mãe, pai, irmãs e irmão, pelo amor incondicional e
por toda dedicação e união, sempre.
Ao meu amado marido Flavio coração que bate fora do meu peito, pela
compreensão, carinho, ternura e um amor tão puro e imprescindível.
A todos os professores, pela experiência e a todos os amigos que
torceram por nós.
E finalmente agradeço a Deus, por proporcionar estes agradecimentos a
todos que tornaram minha vida mais afetuosa, além de ter me dado uma
família maravilhosa e um marido ótimo que me completa. Deus, que a mim
atribuiu missões pelas quais já sabia que eu iria batalhar e vencer, agradecer é
pouco. Por isso, viver é o meu modo de agradecer sempre.
SANDRA MARA DE LIMA PIOVESAN RIBEIRO
7
EPÍGRAFE
“Diante do tempo somos fragmentos, diante da vida, efêmeros, mas, lembrem-se diante de Deus somos eternos”
(Autor: Desconhecido)
8
RESUMO
Esta pesquisa pretende observar e analisar como são realizadas as atividades de leitura no 2º ano do Ensino Fundamental, em especial aquela realizada pelo professor, partindo do pressuposto de que esta prática, em sala de aula, ainda se encontra muito distante do considerado adequado, para tais pressupostos teóricos e, consequentemente, para esse currículo. Desse modo, uma atividade extremamente rica, se planejada e contemplada do ponto de vista de sua prática social, passa a ser considerada apenas como algo obrigatório, não prazeroso, tanto para o educador quanto para o educando, o que contribui para o grande número de analfabetos funcionais existentes, atualmente, no país, como evidenciam os sistemas de avaliações externas e internas à escola. Essa intimidade e esse conhecimento exigem que os professores se situem na condição de leitores, pois a leitura escolar não nasce do acaso, do autoritarismo de simplesmente mandar o aluno ler e sim um processo de envolvimento que seja significativo já que o professor deve estabelecer uma relação estreita com o aluno para favorecer a leitura em sala de aula. A coleta de dados para a pesquisa, iniciada a partir do primeiro semestre de 2012, foi realizada em escolas públicas de Ensino fundamental da região de Lins, SP. A metodologia adotada inclui levantamento de dados por meio de entrevistas (com pais ou responsáveis, alunos e professores). A análise dos dados coletados permite localizar as causas das dificuldades dos alunos: falta de experiência dos alunos com o mundo letrado, prática pedagógica inadequada à condução do processo de ensino e de aprendizagem da língua o (des)interesse dos alunos pela aprendizagem.
Palavras – Chaves: Ensino Aprendizagem, Dificuldade na Leitura, Professor, Ensino Fundamental.
9
ABSTRACT
The theme of this monograph intends to observe and analyze how reading activities are held on the second year of elementary school, in particular that conducted by the teacher, on the assumption that this practice, in the classroom, is still far from considered appropriate for such theoretical assumptions and, consequently, for this curriculum. In this way, an activity planned is extremely rich, and addressed from the point of view of its social practice, shall be considered only as something mandatory, not pleasurable for both the teacher and the learner which contributes to the large number of existing functional illiterates, currently in the country, as evidence of the external and internal ratings systems to school and more need to know their historical origin and situate them within a typology. This intimacy and this knowledge require that teachers are provided to readers, because the school reading not born of chance, of authoritarianism than simply sending the student to read, but a process of engagement that is meaningful since the teacher must establish a close relationship with the student to encourage reading in the classroom.Data collection for research, started from the first half of 2012, was held in public elementary schools in the region of Lins, SP. The adopted methodology includes survey data through interviews (with parents or guardians, students and teachers). The analysis of the collected data allows you to find the causes of the difficulties of students: students ' lack of experience with the literate world, inadequate pedagogical practice the conduct of teaching process and learning the language the students ' interest (des) for learning. Key words: Learning Education. Difficulty in reading. Teacher. Elementary school.
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: resposta 1 da pergunta 1 dos professores.......................................39
Figura 02: resposta 2 da pergunta 2 dos professores.......................................40
Figura 03: resposta 3 da pergunta 3 dos professores.......................................41
Figura 04: resposta 4 da pergunta 4 dos professores.......................................42
Figura 05: resposta 5 da pergunta 5 dos professores.......................................43
Figura 06: resposta 6 da pergunta 6 dos professores.......................................44
Figura 07: resposta 7 da pergunta 7 dos professores.......................................45
Figura 08: resposta 8 da pergunta 8 dos professores.......................................46
Figura 09: resposta 9 da pergunta 9 dos professores.......................................47
Figura 10: resposta 10 da pergunta 10 professores..........................................48
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Pergunta nº 1 dos educadores ...............................................56
Tabela 02: Pergunta nº 2 dos educadores................................................56
Tabela 03: Pergunta nº 3 dos educadores................................................56
Tabela 04: Pergunta nº 4 dos educadores................................................56
Tabela 05: Pergunta nº 5 dos educadores................................................57
Tabela 06: Pergunta nº 6 dos educadores................................................57
Tabela 07: Pergunta nº 7 dos educadores................................................57
Tabela 08: Pergunta nº 8 dos educadores................................................57
Tabela 09: Pergunta nº 9 dos educadores................................................58
Tabela 10: Pergunta nº 10 dos educadores..............................................58
12
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................13
CAPÍTULO I - A LEITURA .............................................................................. 16
1.1 O que é ler? O que é leitura? ...................................................................... 16
CAPÍTULO II - O PAPEL DA FAMILIA ............................................................ 21
2.1 A importância da mensagem familiar em relação ao livro para a criança. .. 21
CAPÍTULO III - ESCOLA E LEITURA .............................................................. 27
3.1 Estratégias para incentivar a leitura em sala de aula .................................. 27
3.2 Como o professor deve passar para a criança a mensagem de que ler é
uma atividade construtiva e importante. ........................................................... 32
3.2 Práticas pedagógicas de leitura. ................................................................. 37
CAPÍTULO IV - A PESQUISA .......................................................................... 40
CONCLUSÃO ................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 53
APÊNDICE ....................................................................................................... 54
13
INTRODUÇÃO
No presente trabalho de conclusão, através de pesquisas bibliográficas e
de campo, procurou-se compreender e demonstrar como a leitura realizada
pelo professor é importante para um aluno do ensino fundamental e expor
técnicas e métodos que possam auxiliar o professor a oportunizar, a este
aluno, a construção de hábitos de leitor, que se interessa por ler e mantém uma
determinada rotina de boas leituras, de acordo com seus propósitos.
Afinal, é através da leitura que a criança entrará em contato com os mais
diversos conhecimentos, os quais lhe proporcionarão um vasto acúmulo de
experiências que, por sua vez, possibilitarão uma formação escolar mais
adequada. Além disso, abordar esse assunto, nesta monografia, é de grande
importância, visto que a leitura sempre é uma constante na vida de todos os
seres humanos e de vital importância para a aquisição de diversos benefícios.
A escolha desse tema se deve por uma triste constatação: as crianças
de hoje em dia não vêm o livro como um instrumento para obtenção de
conhecimento, senso crítico, cultura, lazer, entre outros benefícios que podem
desfrutar, caso tenham uma boa prática de leitura, pois, por várias vezes, o
professor não age de forma a instigar o aluno a obter a prática da leitura.
A problemática do trabalho surgiu por considerar-se que a maneira que
a leitura é apresentada aos alunos é inadequada, pois se acredita que a leitura
deva ser estimulada, de maneira que desperte a curiosidade do aluno, levando-
se em conta sua liberdade de escolha, em relação aos livros, para que
considere a leitura como uma atividade agradável e cheia de possibilidades e
não como algo imposto, como uma obrigação, pelo professor.
É de conhecimento de todos que o contato da criança com o universo
dos livros deve ser iniciado desde muito cedo, claro que sem ter a intenção de
sobrecarregá-la com informações desnecessárias e incompreensíveis para sua
faixa etária, mas sim para que ela possa presenciar comportamentos de leitor,
a fim de que possa construir seus modelos de leitura. Nessa tarefa, os
professores são peças fundamentais, pois, muitas vezes, são eles os primeiros
a apresentarem de forma didática os livros para as crianças.
14
Este trabalho também pretende expor os principais motivos que levam a
criança a se sentir desinteressada pela leitura (além dos métodos considerados
como inadequados, ao processo ensino-aprendizagem da leitura em sala de
aula), como, por exemplo, as diversas outras coisas que atualmente são mais
capazes de chamar a atenção das crianças com maior facilidade, como TV,
computadores, celulares, entre outros tantos aparelhos tecnológicos existentes.
Outro fator relevante para a complementação do problema de pesquisa
foi o fato de que muito se tem discutido, nas escolas, sobre como hoje à
criança considera o livro um objeto de uma complexidade muito grande, o qual
exige dela muito tempo e esforço para ser aproveitado, o que a faz buscar
outras atividades que, para ela, parecem exigir menos dedicação.
A fim de abordar essa complexa temática da leitura, esta pesquisa está
dividida em quatro capítulos.
O capítulo I, “A Leitura”, aborda o que vem a ser leitura e qual a sua
importância, com ênfase na afetividade, em que se apresenta a relevância que
o assunto deve ter para conseguir bons resultados, na aquisição do
conhecimento.
O Capítulo II, “O Papel da Família”, trata da importância da mensagem
familiar, em relação ao livro, para a criança. Nesse capítulo, objetiva-se
apresentar um resumo de como poderia ser um tratamento adequado dos pais
ou da família em geral, em relação ao incentivo da criança com a leitura, o que
é de grande importância.
O Capítulo III, “Escola e Leitura”, aborda algumas possíveis atividades
a serem aplicadas em sala de aula, salientando como a escola pode incentivar
a criança a tornar-se um bom leitor.
O Capítulo IV, “A pesquisa”, apresenta a pesquisa de campo, contendo
um questionário para os educadores, seguido da análise dos resultados.
Esta pesquisa pretende contribuir para a reflexão sobre o complexo
processo ensino-aprendizagem da leitura, na sala de aula, de forma a
promover a discussão de que o ato de ler é muito mais do que decodificar
símbolos. A leitura só se dá, de fato, se há compreensão e interpretação do
texto lido, portanto, a leitura está relacionada com seus diversos processos e
estratégias, assim como a relação com os sentidos emocionais, pois o ato de
ler envolve o leitor numa relação de transmissão de conhecimentos e
15
formulação de sensorial, racional, pois a leitura pertence ao cotidiano do leitor,
seja por mero prazer ou até mesmo para adquirir conhecimentos diversos.
16
CAPÍTULO I
A LEITURA
1.1 O QUE É LER? O QUE É LEITURA?
Em meio a tantas afirmações sobre o tema, esta pesquisa se originou
de uma pergunta. O que é ler? O que é leitura? Em resposta a ela, levantou-se
algumas hipóteses: Seria raciocinar? Usar a imaginação? Viajar sem sair do
lugar? É um tipo de conhecimento? Experiência vivida? Experiência por viver?
Forma de ver, se expressar? A fim de orientar este trabalho, buscou-se o
auxílio de alguns teóricos que também se interessaram pelo mesmo
questionamento.
O processo de ler extrapola os muros escolares, pois é uma prática que
vai muito além do cotidiano de sala de aula. Assim que a criança adentra ao
mundo da leitura, passa a ter interesse por tudo o que vê escrito. Começa a ler
propagandas, panfletos e tudo o que encontra e que lhe chama a atenção. Por
essa razão, Freire (1989; p.11) traz muito mais indagações do que respostas,
nos seus conceitos, principalmente do que é ler e escrever.
Segundo ele, “a leitura do mundo precede a leitura da palavra, do que se
conclui que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da
leitura daquele.
A leitura, que antes era um privilégio da elite minoritária, transforma-se,
gradativamente. A partir do século XIX, através das bibliotecas, a leitura passa
de algo corriqueiro para uma prática social generalizada. E, mesmo aqueles
que dispensam o hábito, acabam praticando-o, no dia a dia, quando se lê uma
placa, um manual.
Segundo Bellenger (1979, p. 10):
A vida familiar, a saúde, o lazer, o trabalho, a vida social, a cultura, e a política passam necessariamente pelo atalho da leitura. A leitura é o ponto de partida da ação. É o instrumento do julgamento. É o nervo da informação. A leitura está em toda parte. A publicidade, normalmente associada aos sons e às imagens, reserva um lugar importante aos textos e, portanto, à leitura. Ela é um componente da vida social na medida em que preenche uma função de comunicação e na medida em que as pessoas podem ou sabem utilizar essa função mais ou menos bem.
17
O processo ensino-aprendizagem da leitura não é fácil, tanto para os
educadores, quanto para os educandos. As crianças chegam à escola com a
leitura do seu mundo particular. É preciso respeitar o conhecimento que já
possuem, é o primeiro passo para que o educador comece a construção de um
pensamento mais crítico e organizado. “O próprio Paulo Freire (1989) coloca a
leitura do seu primeiro mundo como indispensável para iniciar a leitura da
palavra: “Os textos”, as “palavras”, as “letras” daquele contexto se encarnavam
também no assobio do vento, nas nuvens do céu, nas suas cores...”
(BRANDÃO, 2001; p.9). O trabalho do professor é organizar, aos poucos, a
passagem do conhecimento do mundo particular para o mundo mais geral (e
mais complexo), ou seja, passar da leitura simples ingênua do mundo familiar
que vivia, para a leitura crítica do mundo que passou a viver, a leitura.
O que é que eu quero dizer com dicotomia entre ler as palavras e ler o mundo? Minha impressão é que a escola está aumentando a distância entre as palavras que lemos e o mundo em que vivemos. Nessa dicotomia, o mundo da leitura é só o mundo do processo de escolarização, um mundo fechado, isolado do mundo onde vivemos experiências sobre as quais não lemos. Ao ler palavras, a escola se torna um lugar especial que nos ensina a ler apenas as 'palavras da escola', e não as 'palavras da realidade'. O outro mundo, o mundo dos fatos, o mundo da vida, o mundo no quais os eventos estão muito vivos, o mundo das lutas, o mundo da discriminação e da crise econômica (todas essas coisas estão aí), não tem contato algum com os alunos na escola através das palavras que a escola exige que eles leiam. Você pode pensar nessa dicotomia como uma espécie de 'cultura do silêncio' imposta aos estudantes. A leitura da escola mantém silêncio a respeito do mundo da experiência, e o mundo da experiência é silenciado sem seus textos críticos próprios. (FREIRE, 1989, p. 164).
São quatro as habilidades da linguagem verbal: a leitura, a escrita, a
fala e a escuta. Destas, a leitura é a habilidade linguística mais difícil e
complexa. A leitura é um dos processos de aquisição da lectoescrita
(habilidade adquirida de poder ler e escrever) e, como tal, compreende duas
operações fundamentais: a decodificação e a compreensão. Decodificação: é a
capacidade que se tenha como escritor, leitor ou aprendente, de uma língua
para identificarmos um signo gráfico por um nome ou por um som. Esta
capacidade ou competência linguística consiste no reconhecimento das letras
gráficas e na tradução dos mesmos para a linguagem oral ou para outro
sistema de signo. A aprendizagem da decodificação se consegue através do
conhecimento do alfabeto e da leitura oral ou transcrição de um texto.
18
No entanto, aprender a ler é muito mais do que decodificar palavras. O
aprendizado da leitura é um momento importante na educação. Inicia-se ainda
no Ensino Infantil e se estende por toda educação básica. Consiste em garantir
que o estudante / aluno consiga ler e compreender textos, em todo e qualquer
nível de complexidade. Depois da fase inicial de alfabetização (inicial porque
esta pesquisa considera alfabetização no sentido amplo de Emilia Ferreiro),
faz-se necessária a prática da leitura e da interpretação de textos. Desse
modo, o indivíduo, sempre que amplia seu nível de leitura e de letramento, está
em processo de alfabetização, de forma a tornar-se um sujeito autônomo e
consciente.
A leitura, atualmente, é o caminho necessário para entender o mundo,
sem deixar de respeitar as diferenças culturais, sociais e políticas do individuo.
A formação de cidadãos, não se limita a conceitos pré-estabelecidos que torna
inviável o ato de pensar. É dever dos educadores, perceber esta nova
realidade e criar estratégias que valorizem a leitura do mundo. Fazendo assim,
os indivíduos deixarão de ser apenas um número a mais nas pesquisas e
estatísticas para serem cidadãos capazes de respeitar direitos, cumprir
deveres, reivindicar melhorias, preservar e transmitir cultura, enfim, construir a
história.
Aprender a ler a realidade dotada pelo conhecimento, ser capaz de
aprender e a pensar: são alguns desafios propostos especialmente para os
professores na formação do cidadão e que colocam a leitura como elemento
presente na formação desses profissionais e no seu fazer pedagógico. A leitura
dos livros, acompanhada da leitura do mundo, poderá ajudar a entender como
se dá à posição do indivíduo nesse mundo, quais são seus direitos e quais os
canais competentes para efetivá-lo.
É importante se ter uma prática de leitura que prepare leitores capazes
de não só participarem da sociedade na qual convivem, mas principalmente de
tentarem transformá-la. Para isso, é necessário o papel do professor como
mediador nesse processo, que esse educador atente para o caráter social do
ato de ler, uma vez que, no momento da leitura, trocam-se valores, crenças,
gostos, que não pertencem somente ao leitor, nem ao autor do texto lido, mas
a todo um conjunto sociocultural.
19
Como a escola é a entidade responsável pelo ensino da leitura, cabe a
ela refletir e redirecionar sua postura diante dessa prática que pode,
dependendo de como for conduzida, transformar o aluno num leitor ou
distanciá-lo de qualquer leitura. Vale salientar o conhecimento de mundo desse
aluno. A ativação desse conhecimento é relevante para que haja compreensão
do texto lido. Dessa maneira, a leitura da palavra não pode deixar de
considerar o conhecimento de mundo que cada leitor possui, adquirido em seu
contexto, suas vivências, enfim em sua realidade. Portanto, enfatiza-se a
importância da leitura na formação do sujeito leitor, pois essa leitura estimula o
espírito crítico, que é a chave da cidadania.
Os educadores que recebem as crianças na escola deveriam pensar no
sistema de língua escrita como algo complexo, que exigirá esforços, tanto
deles quanto dessas crianças. Entretanto, compreender isso não deve provocar
que estes educadores subestimem a capacidade dessas crianças, no processo
ensino-aprendizagem da leitura, nem tampouco deve permitir que reduzam o
que se constitui um sistema complexo. Aprende-se a ler e a escrever lendo e
escrevendo, vendo outras pessoas lerem e escreverem, num processo de
tentativa e erro, no qual se guiem pela busca do significado ou pela
necessidade de produzir algo que tenha sentido.
É imprescindível que os educadores explorem os conhecimentos dos
alunos sobre o texto escrito; também seria recomendável que eles previssem
que vão descobrir diferentes crianças, que sabem coisas distintas sobre o
tema, como sobre qualquer outro.
Aprender a ler não é muito diferente de aprender outros procedimentos
ou conceitos. Exige que a criança possa dar sentido àquilo que se pede que ela
faça, que disponha de instrumentos cognitivos para fazê-los e que tenha, ao
seu alcance, o auxílio insubstituível do seu professor, que pode transformar em
um desafio apaixonante o que para muitos é um caminho duro e cheio de
obstáculos.
Segundo Solé:(1998,p.90)
Ler é muito mais do que possuir um rico cabedal de estratégias e técnicas. Ler é sobretudo uma atividade voluntária e prazerosa, e quando ensinamos a ler devemos levar isso em conta. As crianças e os professores devem estar motivados para aprender e ensinar a ler. De acordo com o ponto anterior, seria preciso distinguir situações em que “se trabalha” a leitura e situações em que simplesmente “se lê”.
20
Na escola, ambas deveriam estar presentes, pois ambas são importantes; além disso, a leitura deve ser avaliada como instrumento de aprendizagem, informação e deleite. Os alunos não vão acreditar que ler – em silêncio, só para ler, sem ninguém lhes perguntar nada sobre o texto, nem solicitar nenhuma outra tarefa referente ao mesmo – tenha a mesma importância que trabalhar a leitura – ou qualquer outra coisa – se não virem o professor lendo ao mesmo tempo que eles. É muito difícil que alguém que não sinta prazer com a leitura consiga transmiti-lo aos demais. A leitura não deve ser considerada uma atividade competitiva, através da qual se ganham prêmios ou se sofrem sanções. Assim como os bons leitores nos refugiamos na leitura como forma de evasão e encontramos prazer e bem estar nela, os maus leitores fogem dela e tendem a evitá-la. Como podemos fazer diferentes coisas com a leitura, é necessário articular diferentes situações – oral, coletiva, individual e silenciosa, compartilhada – e encontrar os textos mais adequados para alcançar os objetivos propostos em cada momento. A única condição é conseguir que a atividade de leitura seja significativa para as crianças, corresponda a uma finalidade que elas possam compreender e compartilhar. Por ultimo, antes da leitura, o professor deveria pensar na complexidade que caracteriza e, simultaneamente, na capacidade que as crianças têm para enfrentar – de seu modo – essa complexidade. Assim, sua atuação tenderá a observá-las e a lhes oferecer as ajudas adequadas para que possam superar os desafios que sempre deveriam envolver a atividade de leitura.
É de suma importância salientar a importância do professor em sala de
aula, visto que, em sala de aula, ele é a autoridade maior, o mestre, que
fatalmente constituir-se-á como modelo, aos seus educandos. Por esse motivo,
é condição essencial, se quiser formar leitores, em sua sala de aula, que este
professor modelize o ato da leitura, lendo para seus alunos, demonstrando
para que serve o ato de ler, ou, em outras palavras, oportunizando que elas
vivenciem a prática social da leitura e da escrita em suas aulas. Somente assim
o ato de ler será visto como algo que tem sentido, objetivo e importância, para
essas crianças.
Para tanto, como qualquer outra atividade, a leitura deve ter ser
planejada e, em hipótese nenhuma, reservada para momentos em que os
alunos estão “sem fazer nada”. Ela deve, para este educador, ocupar o centro
das aulas, a fim de que seus educandos percebam que essa atividade, muito
mais do que apenas um fim, representa o próprio objeto de estudo, um meio,
um instrumento, à disposição destes enquanto sujeitos de linguagem.
21
CAPÍTULO II
O PAPEL DA FAMILIA
2.1 A IMPORTÂNCIA DA MENSAGEM FAMILIAR EM RELAÇÃO AO LIVRO
PARA A CRIANÇA.
É do lar que se tiram as maiores lições, os pais costumam ser os
primeiros e mais influenciadores exemplos de como se comportar e agir, sendo
que é na infância o período em que os costumes e personalidades vão
tomando formas mais concretas. Por isso, é nesta fase de vida que os pais
deveriam desempenhar um papel de maior destaque, passando e ensinando os
diversos valores e maneiras de se viver em sociedade.
As crianças que possuem pais leitores logo irão adquirir a curiosidade
pela leitura, conforme forem crescendo. É claro que os pais podem estimular
muito seus filhos, mas sabemos que muitas crianças não vivenciam o ato da
leitura em suas casas.
Todos esses estímulos são incentivadores para um grande momento na
vida da criança: quando ela entra na escola e, definitivamente, terá um
contanto constante com a leitura que é praticamente a base que sustenta todas
as outras disciplinas.
Mas um erro muito comum desses pais é o fato de eles acharem que,
ao “depositarem” seu filho na escola, termina o seu papel de exemplo. O
estímulo foi transferido totalmente para a instituição de ensino e seus
professores e responsáveis, bem como os colegas de classe.
Embora seja o papel da escola educar é em conjunto com os pais
desses alunos que poderemos encontrar diversas maneiras de se desenvolver
na criança o hábito de ler, por isso a mensagem que a família passa para o seu
filho é tão importante que, se essa mensagem for passada de maneira correta,
poderá ser a porta de entrada para diversas oportunidades de amadurecimento
e desenvolvimento profissional e intelectual dessas crianças.
Segundo Larrick:
Os pais tem tanto interesse pela aprendizagem da leitura dos filhos que, muitas vezes, perguntam por ela prematuramente. ’’Você já sabe o ABC?”...” Você já lê na sua cartilha?...”“ Você já sabe ler alguma
22
coisa?...”Todas essas perguntas parecem exigir resposta afirmativa. A criança que só puder dizer “não” ficará perturbada. (1969, p.37)
Os pais então para ajudar devem-se permanecer muito atentos sobre a
vida escolar de seus filhos sendo assim seria aconselhável que eles
estabelecessem uma relação amigável com o professor (a) fazendo-se assim
uma união de forças que juntos poderão proporcionar para o aluno uma
situação de segurança extremamente agradável.
Segundo Larrick:
Desde o inicio, nossa ajuda se faz necessária. Para começar, devemos travar relações com a professora. Ela poderá falar sobre o programa escolar e explicar as razões por que certas coisas se fazem de forma diferente da de nosso tempo. Por sua vez, poderemos responder a perguntas da professora, como estas: “Por que coisas seu especialmente se interessa?” “Por que ele é um pouco tímido...?” Com o tempo a mestra conhecera melhor a criança, e estará em melhores condições de bem conduzi-la no trabalho de aprender. (1969, p. 37)
Nessa fase a criança estará dividida em dois mundos diferentes que
são a casa e a escola, por isso, ela vai tentar se tornar mais independente
procurando ter grandes e longas conversas sobre as lições aprendidas durante
as aulas, mas também pode ocorrer o fato de que ela ainda queira ser tratado
como quando era um bebê.
Muitas vezes o seu gosto pela leitura pode variar muito se tornando
muito instável, podendo variar pelo gosto por histórias que já são suas velhas
conhecidas ou até contos populares mais simples. Porém, em algumas
ocasiões, a criança pode preferir histórias nas quais ela possa usar livremente
a sua imaginação e criatividade, como histórias sobre astronautas e seres de
outros planetas.
As crianças quando entram na escola e ainda não tem contato com os
livros, enxergavam os livros como uma experimentação extremamente nova,
apreciando as diversas formas, figuras e desenhos que se tinha nos livros
todas devoradas com uma curiosidade imensa, pois ela já percebe que logo
aprenderão a ler isso, é nesse momento que desperta nela a vontade de saber
o “por quê?” de todas as coisas.
O ideal seria que a criança que está na escola a alguns meses, vivencie
momentos de leitura em voz alta, com seus pais, porque a criança
provavelmente não ficara satisfeita apenas com as leituras de histórias feitas
durante as aulas. Sendo assim, seria muito interessante que os pais
23
começassem, em casa, a instaurar uma “hora da leitura”, na qual fossem
contados todos os dias, em um determinado horário, uma história diferente.
Essa atividade, que pode ser realizada em casa, pode ser uma ótima
forma de fazer a criança realmente se interessar pela leitura, pois ao ter um
momento de leitura na intimidade da sua casa pode dar para a criança a
segurança necessária para fazer perguntas para dúvidas que ela tenha, ela
pode até mesmo querer interferir na história, ou também contá-la do seu jeito
próprio. Isso passa a mensagem para a criança de que ela é importante,
passando a mensagem também de que o livro é um objeto de preciosidade,
sem tamanho, além disso, o recado de que o livro é um passaporte para um
momento único de descontração e divertimento em família, fazendo com que
ela fique esperando ansiosamente o próximo dia, para que seja realizada outra
leitura em família.
Ainda a criança pode vir a desenvolver um interesse de poder contar as
histórias dos livros sozinhos, esses livros que sejam de preferência livros cujas
imagens e figuras sejam predominantes sobre os textos, pois ela apesar de já
saber reconhecer as letras e já saber juntar algumas sílabas ainda não
consegue ler plenamente bem. A criança se sentirá muito feliz, independente e
segura ao poder contar e contribuir com o andar da narrativa da história.
É nesse momento que a criança começa a desenvolver a sua opinião
própria em relação às historias que lhe são contadas, através, principalmente,
de figuras, dando assim um grande passo em direção ao momento em que ela
for aprender a ler livros, sozinha. Mas, no entanto não é muito aconselhável
que os pais tentem impor suas próprias opiniões sobre seus filhos, deixando-os
assim livres para que possam perguntar ou raciocinar sobre aquilo que lhe foi
contado.
Segundo Larrick
É o instante em que meninos e meninas começam a ter uma visão pessoal da história, através das figuras, assim caminhando para a fase de leitura independente. Não pense, contudo, em obrigar a criança a formular perguntas ou a responder as que queiramos propor. Essa espécie de obrigação pode matar o gosto pela leitura conforme a experiência demonstra (1969, p.40)
Outra atividade aconselhável é a que os pais estimulem seus filhos a
levarem livros para a escola em dias em que a professora propõe como
atividade que cada aluno da sala leva um objeto que lhe seja importante para
24
que o aluno possa explicar o seu significado, e sendo o livro um ótimo
instrumento para se utilizar para explicações de significados.
Segundo Larrick:
Levar um livro a escola é um modo de alimentar o orgulho da criança em ser dona de um bonito volume ilustrado. Muitas professoras pedem aos alunos que tragam alguma coisa para mostrar e explicar a classe. Um livro é um excelente recurso nessa fase de mostrar coisas e falar sobre elas. (1969, p.40)
Nessa idade, as revistas começam a despertar o interesse dessas
crianças, sendo da preferência delas revistas bem ilustrativas, claro desde que
essas imagens sejam adequadas à sua faixa etária. A biblioteca volta a ser um
instrumento muito interessante, se utilizado da maneira correta. Levá-las à
biblioteca pode deixá-las ainda mais interessadas em aprender a ler, se os pais
demonstrarem aos seus filhos as qualidades que pode se adquirir lendo um
bom livro.
Segundo Larrick:
Visitar uma biblioteca, ou uma livraria, para escolher livros, será um bom recurso nos sentido de aumentar o interesse pela leitura. Isso dará as crianças uma amostra das coisas boas que lhe estarão reservadas, quando saibam ler. Feitas com freqüência, essas visitas transmitirão a correta impressão de que uma biblioteca é coisa tão importante como um armazém, um supermercado ou um posto de gasolina. (1969, p.40)
Outra medida muito importante para se conseguir passar para a criança
a mensagem de que a leitura é importante é fato de que os pais devem ajudar
os seus filhos a aumentarem a quantidades de seus livros, fazendo dessa
atividade uma ação conjunta entre todos os integrantes da família, com livros
que sejam dados de presentes por tios, avós, padrinhos etc.. É uma medida
muito interessante.
Segundo Larrick:
Aumentar a quantidade de livros pertencentes à própria criança será consolidar o seu interesse real pela leitura. Avós, tias e amigos da família terão prazer em saber quais os livros desejados pelos meninos e meninas, e em lhos oferecer, como presentes. Um brinquedo qualquer poderá divertir numa dada hora. Um livro é coisa que fica com ação educativa permanente. Pense nisso (1969, p.40)
Aos sete anos geralmente a criança já começa a ler, mais o que é
importante frisar aqui é cada criança tem o seu próprio tempo, ou seja, algumas
aprendem a ler mais rápido do que as outras. Tudo tem de ser feito
tranquilamente, sem nenhum atropelamento ou afobação.
25
É muito comum que alguns pais se sintam muito ansiosos em relação ao
progresso de seus filhos, em relação à leitura, por isso muitos deles passam a
pressionar suas crianças com certas comparações como, por exemplo,
comparar o desempenho do filho com o seu quando estava na escola ou, até
mesmo, comparar com o progresso do filho do vizinho ou algum parente muito
próximo como, por exemplo, um irmão mais velho.
Toda essa cobrança desnecessária pode acabar não resultando em
melhoras, mas sim num retrocesso no avanço da leitura, pois a criança pode vir
a se sentir muito insegura e com medo. Ao invés de se concentrar em pressões
e cobranças é aconselhável que pais e parentes procurem estabelecer uma
relação com escola e professores buscando sempre saber a melhor maneira de
ajudar o seu filho a superar essa fase de transformações e descobertas tão
complicadas como essa.
Segundo Larrick:
Se os pais e parentes entenderem como é ensinada a leitura na escola, naturalmente estarão em melhores condições para ajudar em casa. Para saber da situação de nossos filhos na classe devemos conversar com a professora. Ela pode contar-nos que livros são usados, que progresso nossos meninos estão fazendo e como poderemos os ajudar nessa fase tão complicada. (1969, p.43)
É nessa hora que provavelmente a criança levará algum livro ou apostila
que lhe auxiliara nas atividades futuras propostas pela professora a criança vai
querer mostrar para os pai que já sabe ler sozinha sendo assim é muito
importante que a atenção desses pais seja totalmente voltada para a criança,
pois esse é um momento de conquista de vitória e que deve ser comemorado
muito por todos da família.
Segundo Larrick:
Estará acontecendo algo se muito importante. A criança estará lendo, não apenas falando. Quanto maior incentivo receber dos pais, mais depressa sairá dessa fase inicial, de fixação da forma geral de algumas palavras repetidas, ou da leitura silábica hesitante. (1969, p. 44)
Nessa hora, um dos principais obstáculos a serem enfrentados, em
relação ao hábito de ler, está no vocabulário da criança, pois ela está em
constante exposição aos mais diversos tipos de vocábulos, seja na TV
(principalmente) jornais, revistas, comerciais, cartazes propagandas e etc.
Todo esse contato irá gerar, na criança, uma curiosidade imensa e tudo isso
26
pode ser prejudicado pelo fato de que ela ainda não conhece todo o significado
de palavras fazendo com que ela perca o interesse nos livros antigos e se sinta
frustrada pelo fato de ter vontade, mas não compreender os novos tipos de
leituras. Segundo Larrick, os pais também podem contribuir, neste momento:
1) Continuando a ler alto as historias mais atraentes e bonitas que pudessem encontrar; 2) Oferecendo a criança livros que sejam bastante fáceis a um principiante, de modo que ela os possa ler sozinha; 3) Organizando material de leitura de acordo com a experiência de cada criança; (1969, p.45)
Por fim é preciso ressaltar que, após a superação dessas dificuldades
iniciais, a criança provavelmente já saberá ler sozinha sem nenhuma ajuda dos
pais, muitas dessas crianças podem a vir desenvolver um interesse
extremamente ávido pela leitura, muitas vezes podem chegar a ler o mesmo
livro (um que seja seu favorito) muitas vezes (em torno de quatro a cinco
vezes) por outra também é possível que a criança desenvolva um interesse por
assuntos diversos, fazendo com que ele leia diversos livros por semana.
Por outro lado, a criança pode atravessar um período em que ela se
encontre um pouco desinteressada pela leitura, isso não deve ser encarado
com muito alarde ou desespero, mesmo aquelas crianças que não demonstram
muito interesse pelos livros não devem ser forçadas a procurá-los, pois o irão
fazer quando se for necessário.
No entanto, apesar de ser este o comportamento ideal dos pais, a fim de
que possam contribuir para o aprendizado da leitura, vivemos, na
contemporaneidade, uma nova realidade: muitos pais não podem desenvolver
este papel modelizador de leitores, por trabalharem em horários incompatíveis
com os hábitos dos filhos e por diversos outros motivos, impeditivos desse
acompanhamento mais próximo. Mesmo não sendo o ideal, a escola, a fim de
abarcar essa necessidade dos tempos atuais, necessitou rever seus conceitos
e proporcionar um espaço maior para que a leitura possa ser vivenciada como
processo, e não mais como uma simples atividade, entre tantas outras. Afinal,
o estimulo, o encorajamento e o exemplo correto podem ser os mais
importantes instrumentos a serem utilizados para que os educandos
desenvolvam o hábito de ler.
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CAPÍTULO III ESCOLA E LEITURA
3.1 ESTRATÉGIAS PARA INCENTIVAR A LEITURA EM SALA DE AULA
Nos capítulos anteriores foi visto o papel dos pais para que a criança crie
o hábito de leitura, vimos o quão são importantes suas ações, desde os
primeiros meses de vida do bebê, até o momento em que ele atinge a idade
adequada para entrar na escola e, por consequência disso, aprende a ler
sozinho e a fazer e trilhar os seus próprios caminhos para formar o seu gosto,
como um leitor.
Pode-se perceber que, nessa fase, os pais perdem um pouco a sua
força de influência como único exemplo a ser seguido, pois na escola a criança
vai entrar em contato com diversas outras crianças que podem (e geralmente
têm) outros costumes, maneiras de se comportar, diferenças étnicas culturais e
outras tantas diferenças que existem entre os seres humanos.
Ao entrar nesse novo mundo, a criança pode se sentir, em um primeiro
momento, um pouco perdida, mas, com o tempo e a convivência, ela virá a se
adaptar a esse novo ambiente e absorver todos os tipos de influências que a
escola oferece. São nessas influencias que a escola deve se concentrar e
utilizar para se construir, na criança, o hábito de ler, ela deve unir forças
através de métodos que possam tornar esse processo um pouco mais
dinâmico, que desperte na criança o leitor interior, por assim dizer, para que ela
possa encontrar na leitura uma agradável experiência, que possa ser levada e
realizada por toda a sua vida.
Mas a grande questão é como encontrar o modo mais correto de se
aplicar atividades em sala de aula que possam, por exemplo, desafiar os
métodos atuais e fazer com que a criança sinta a leitura como um grande
desafio a ser escalado. Como fazê-la entender essa vital importância dos livros
em sua vida escolar? Ainda mais difícil é tentar responder como a escola
(principalmente as escolas públicas), que já enfrenta tamanhas dificuldades,
pode superar mais esse desafio? Como professores, que já têm de enfrentar,
todos os dias, suas salas de aula superlotadas, e em algumas salas
28
(praticamente a grande maioria), problemas sérios, em relação à indisciplina de
seus alunos? Hoje em dia é muito fácil jogar a culpa nos professores, pelo fato
de seus filhos não terem o costume de ler, mas esquecemos de que eles já se
encontram sobrecarregados com os diversos problemas encontrados no dia a
dia das escolas públicas brasileiras.
Outro grande problema a ser em enfrentado é o fato de que a leitura
pode parecer para muitas crianças uma atividade pouco atraente, tendo em
vista que, no mundo atual, os diversos aparelhos tecnológicos (computadores,
mp3, 4, 5, celulares) esses parecem para as crianças (e para muitos adultos
também, diga-se de passagem) muito mais interessantes, por causa de todas
as suas capacidades. Hoje, ouvir música, tirar fotos, filmar, entrar na internet,
entre outras coisas, possuem uma afinidade maior com as pessoas, ainda mais
com as crianças, que estão sempre a todos os momentos ávidos por novas
descobertas. Imaginem a mente de uma criança que vê um aparelho que tira
fotos com apenas um clique e vê um livro com várias letras, que podem, muitas
vezes, parecerem, para ela, confusas, chatas e difíceis?
É nessa difícil missão que os professores se encontram hoje em dia,
quais são os tipo de atividades que podem ser aplicadas na sala de aula para o
estreitamento da relação aluno-livro, que serão capazes de produzir o efeito
necessário, para que se possa competir em pé de igualdade com todos os
outros atrativos existentes na vida da criança, nos dias de hoje?
A pergunta parece ser impossível de ser respondida, devido aos
inúmeros problemas citados acima, mas podemos dizer que essa missão
impossível, não é tão impossível assim, pois esse capítulo visa expor algumas
medidas que podem ser trabalhadas com o principal intuito de superar todos
esses problemas e instruir a criança a criar o hábito de leitura.
Criar o habito de ler requer não só muito esforço, mas também muita
paciência e dedicação. Por isso, deve-se primeiro conscientizar-se de como a
leitura é essencial em uma ação conjunta entre todos na escola, na família e
em todos os ambientes em que a criança vive.
Segundo Bamberger:
Todas as autoridades do Estado, da comunidade e da escola, todos os professores, pais e pedagogos precisam estar seriamente convencidos da importância da leitura e do livros
29
para a vida individual, social e cultural, se quiserem contribuir para melhorar a situação. (1987, p.9)
Em outras palavras, é necessário que as crianças vivenciem a prática
social da leitura e da escrita, na sala de aula. Esta pesquisa objetiva debater
sobre como a escola se insere nesse meio e quais são as possíveis ações que
podem ser tomada por ela, sendo que é na escola em que o hábito de leitura
deve ser mais aprimorado, pois é lá que se encontram as melhores condições
de se realizar um trabalho mais completo.
E, para obter sucesso nessa intenção de ensinar o aluno a ter prazer ao
realizar uma leitura, é em uma atividade muito conhecida e já realizada por
muitos em diversas ocasiões que poderá vir a ser a principal vertente dessa
busca. Essa atividade consiste apenas em uma coisa que é o trabalho em
grupo, a vida cooperativa, a sala de aula, como um todo, unidos em um só
objetivo.
Se trabalhado como um grupo os alunos poderão se desenvolver como
um todo, pois, a vida cooperativa na sala de aula permite que a criança se
depare com os diversos conflitos cria responsabilidades e faz a criança ter a
sensação de que ela é importante e principalmente de que não está sozinha
mais que todos estão juntos buscando o mesmo ponto de chegada.
Segundo Jolibert:
A vida cooperativa na sala de aula, e da escola, e a prioridade conferida a pratica da elaboração e condutas de projetos explicitamente definidos juntos permitem, de uma maneira, exemplar, que a criança viva seus processos autônomos de aprendizado e se insira num grupo e num meio considerado como estrutura que estimula que exige que valoriza que provoca contradições e conflitos e que cria responsabilidades. (1994, p. 20)
A independência é vital para a criança, pois ela vai poder se sentir parte
de algo ela vai querer dar os seus pontos de vista sobre os projetos ela vai
defendê-los e sempre estará focada no seu objetivo principal (que no caso é o
aprimoramento do hábito de ler) fazendo assim que ela realmente desempenhe
o papel de aluno.
Segundo Jolibert:
É permitir a crianças que construam o sentido de sua atividade de aluno. É aceitar que o grupo viva com suas alegrias, entusiasmos, conflitos, choques, com sua experiência própria e todos os lentos caminhos que levam as realizações complexas. Vida cooperativa de aula e projetos... Projetos referentes à vida cotidiana, projetos-
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empreendimentos, projetos de aprendizado, cooperativamente definidos, cooperativamente construídos, cooperativamente avaliados. Informar os pais e os colegas das outras turmas. Participar nos conselhos de escola, interpelar, propor, exigir, fazer ouvir o seu ponto de vista, defende-lo... Tudo é possível desde a pré- Escola. (1994, p. 21)
Mas todas essas afirmações de que a atividade em grupo é importante
para o desenvolvimento incondicional do aluno no ambiente escolar faz nos
perguntar o que isso tem a ver com o desenvolvimento do aluno-leitor? Todas
essas propostas de projetos que falem sobre a vida cotidiana,
empreendimentos e aprendizado dos alunos e que façam terem mais liberdade
para desenvolver as suas opiniões visto que trarão diversos benefícios no
aprimoramento do ato de ler.
Todas essas atividades farão com que o aluno entenda o porquê ele
está na escola e como ela é importante para aquele meio, também fará com
que elas compreendam melhor o objetivo das atividades propostas pelos
professores, farão com que elas tenham uma ideia exata do que estará sendo
exigido delas fazendo com que elas se organizem de uma maneira mais
adequada, assim elas se tornarão mais abertos a atividades diferentes e
estarão dispostas a realizar a tarefa até o final, ter uma autoconfiança é
necessária para a realização das tarefas e saber se avaliar.
Segundo Jolibert:
Através dos poderes conferidos as crianças, pelo perspectivar das atividades que facilitam a vida cooperativa e a pedagogia de projetos dão, finalmente, um sentido a presença na escola, proporcionando, ainda, um sentido as atividades nela realizadas e aos aprendizados feitos. “A gente sabe aonde está indo”,” A gente faz o que tem vontade de fazer e sabe o porquê o faz”,” A gente não está só, para pedir ajuda”, etc. (1994, p.23)
Sobre todos os benefícios que a atividade em grupo realiza na obtenção
do hábito de ler, Jolibert afirma que:
- ter uma percepção global do que se está procurando (ao invés de ficar preso a um detalhe imediato); - antecipar e organizar-se adequadamente; - estar aberto às proposições dos outros, construir seu principio de realidade no conforto; - ser exigente, levar uma tarefa até o fim; - ser autônomo e saber que, apesar da multiplicidade das ajudas, ninguém pode percorrer o caminho em nosso lugar; - ter confiança em si: saber que a gente pode fazer; - saber avaliar-se;
31
Em cada uma dessas etapas, um projeto exige das crianças que elas recorram ao escrito, enquanto leitoras e produtoras, (1994, p. 23)
É importante ressaltar que tipo de leitura deve ser realizada e qual é o
momento em que essa leitura deve ser feita, pois nas escolas de ensino
fundamental já não costumam aplicar a famosa “hora da leitura” então como e
quando deve ser feito essas leituras? Isso é muito simples, hoje em dia se lê a
todo o momento, em todos os locais em que a criança convive ou freqüenta.
Existem milhões de maneiras diferentes de leitura, ao chegar à escola os
professores deveriam trabalhar métodos que façam com que a criança venha a
falar e expor sobre as coisas que ela viu ou presenciou no seu dia-dia.
É de suma importância, também, nessa fase, levar em consideração as
necessidades da criança e tentar mostrar para ela que a leitura pode vir a ser
uma porta para que ela possa suprir todas essas necessidades, mostrar para
ela que com a leitura ela possa se comunicar melhor com as pessoas que
estão ao seu redor, e também para se comunicar com pessoas desconhecidas
ou com o mundo exterior, também o professor deve mostrar que com a prática
da leitura podemos descobrir informações das quais nós necessitamos.
Além disso, a leitura deve ser estimulada pelos professores para seus
alunos como um instrumento para alimentar o imaginário fazendo assim com
que o aluno enxergue que a leitura pode oferecer muita distração e diversão e
por fim expor para eles que a leitura pode ser utilizada como uma maneira para
se documentar suas pesquisas e projetos futuros.
Também vale lembrar que os professores podem também utilizar como
método de trabalho a biblioteca de sua escola como, por exemplo, programar
entre os seus alunos, constantes visitas à biblioteca, fazendo assim um
“cantinho da leitura”, além disso, seria muito interessante que os professores
estimulassem os alunos a terem suas próprias (pequenas claro) bibliotecas
onde elas, com a ajuda de seus pais, poderiam a vir desenvolver mais rápido o
seu gosto pela leitura e mais, isso poderá ajudá-los a determinar quais os tipos
de leituras que mais lhes agradam.
Vale ressalta a importância do “cantinho de leitura”, em sala de aula,
pois é um espaço importantíssimo, no qual as crianças encontrarão variados
materiais de leitura, tais como: livros, revistas, gibis, jornais, livros de receitas,
atlas, dicionários etc. As crianças aprendem a manusear o material (escolher o
32
material, ler e devolver no mesmo lugar), a cuidar desse material (não
amassar, rasgar ou rabiscar), ampliando, dessa forma, sua autonomia.
Por fim, mesmo com o cantinho da leitura em sala de aula, caso a escola
não tenha uma biblioteca muito apropriada, seria interessante que os
professores e todos os envolvidos, na instituição, empreendessem um projeto,
visando a mobilização de todos os alunos e a comunidade escolar, por meio de
uma campanha para doações de livros, a fim de que possam abastecer a
biblioteca da escola. Um projeto como esse, envolvendo toda a comunidade
escolar, com certeza será de extrema importância, à medida que, com o
envolvimento de todos, reanimará esse lugar, que passará, de certo modo, a
pertencer, de fato, a toda a comunidade escolar. Dessa maneira, a criança se
sentirá mais à vontade, na biblioteca, e poderá aproveitar, de todas as
maneiras possíveis, esse local, para a obtenção de conhecimento.
3.2 COMO O PROFESSOR DEVE PASSAR PARA A CRIANÇA A
MENSAGEM DE QUE LER É UMA ATIVIDADE CONSTRUTIVA E
IMPORTANTE.
Apesar de já citados diversos problemas que afastam as crianças da
leitura, agora iremos comentar um dos considerados maiores problemas para
se criar o hábito de ler, na criança, esse problema é muito difícil de ser
superado pelo simples fato de que ele atinge os métodos pedagógicos que são
aplicados hoje em dia na sala de aula de ensino fundamental na maioria das
escolas públicas brasileiras.
Esse problema nada mais é do que o fato de que a criança enxerga a
leitura como algo muito chato (na forma mais simples de ser explicado) e, por
muitas vezes, essa visão é formada pelo modo de como a leitura é instituída na
sala de aula, muitas delas se sentem desinteressadas pelos livros, porque eles
são aplicados pelos professores de uma maneira pouco animadora, como se
um livro fosse apenas um complemento que pode ajudar na conclusão de
diversos exercícios das disciplinas ensinadas.
Esse modo pouco estimulante faz com que a criança vá perdendo
gradativamente o interesse pelos livros, pois passa a relacioná-los com uma
33
coisa que irá trazer apenas aborrecimento, cansaço e tédio. Assim, a criança
irá procurar outros instrumentos para sua diversão como TV, internet. Claro
que todos esses aparelhos têm a sua valiosa utilidade, se usados de maneira
correta, mas o que não é certo é privar a criança de entrar em contato com o
poder e o conhecimento e todos os vários benefícios que a leitura nos dá por
causa de métodos antiquados em que ela é aplicada.
É na infância que se encontra o momento mais propício para a
construção de certo hábito, pois a criança é um ser aberto que está em fase de
descobertas. Por isso, não se deve desperdiçar essa oportunidade tão valiosa
que nos é dada, devemos, ao invés disso, agarrá-la e desenvolvê-la de todas
as maneiras possíveis, para que isso se torne permanente na vida do aluno.
Às vezes, mesmo que os pais tenham feito sua parte enquanto a criança
não estiva na escola, estimulando-a e procurando mostrar a ela as qualidades
da leitura, ao chegar à escola essa visão, que foi construída com tanto trabalho
e dedicação pelo pai e pela mãe, pode vir por água abaixo pelo simples fato de
como a leitura e seu significado é passado e implantado para a criança.
Deve ser dada num primeiro momento a oportunidade de se conhecer a
criança, e saber de suas necessidades, seus medos, suas vontades. Esse é o
primeiro passo que pode ser dado na direção de saber e que caminho tomar
para fazer com que a criança tome gosto por alguma atividade (como no nosso
caso é a leitura) procurar sempre passar uma mensagem positiva para criança
descobrir seus pontos fortes e trabalhar nos pontos fracos com o intuito de
prepará-la para algo totalmente novo.
Ela precisa ter a segurança necessária para começar uma nova
experiência lembrando que ela pode estar sobre muita pressão nesse momento
por conta das expectativas que seus pais e familiares podem estar ansiando e
também por que não as próprias expectativas da criança, pois ela também se
cobra por resultados por isso é preciso ter muita calma e paciência pela parte
do professor, pois se ela sucumbir a essa pressão pode vir a desenvolver uma
frustração que pode prejudicá-la por muito tempo.
Segundo Bamberger:
Como em qualquer outra tarefa didática, o primeiro passo consiste em conhecer a criança, ou seja, conhecer-lhe os interesses, baseando neles o trabalho que há de ser feito e desenvolvendo- os ao máximo. Nem mesmo as motivações, interesses ou hábitos
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valiosos devem ser “impressos” na criança, e se suas inclinações ameaçarem criar problemas para o seu próprio desenvolvimento. (1987, p. 63)
Esses interesses não devem ser impostos na criança devem ser feitos
de modo que, através disso, possa-se expandir e construir sobre ela uma forte
perspectiva sobre o assunto que no nosso caso é a importância da leitura.
Segundo Bamberger: “Esses interesses tampouco devem ser impostos
a criança; urge descobrir-lhe as propensões, tentar expandi-las e, finalmente
ajudá-la a seguir o caminho desejável”. (1987, p. 63)
A criança, quando chega à escola, digamos que ela se encontra em
uma fase na qual o que mais lhe chama a atenção são as brincadeiras, por
isso, seria recomendável que o professor, nos primeiros anos de escola,
utilizasse esse momento da criança, como algo proveitoso para que ela possa
desenvolver sua leitura mais rapidamente.
Segundo Bamberger:
Nesses anos a criança acima de tudo, é também a “criança voltada para a brincadeira” e que passa grande parte do tempo num mundo de fantasia. Tal é o ponto de partida para as influencias educacionais, ainda que logo seja necessário apresentar ao educando informações fatuais que condizentes com seu desenvolvimento intelectual e seus Interesses. (1987, p.64)
Nesse primeiro momento, um grande passo que pode ser dado em
direção ao nosso objetivo principal, que é como passar para a criança que a
leitura é uma atividade importante e agradável. E isso tudo começa logo nos
primeiros momentos em que se aprende a ler. É importantíssimo que o
professor se mantenha atento, em relação aos seus alunos, e elogie aqueles
cujo desenvolvimento da leitura atinge a meta, mas não brigue ou se mostre
decepcionado em relação àqueles alunos cujo desempenho for mais lento, pois
isso pode vir a afugentá-los dos livros por se sentirem muito frustrados com seu
desempenho.
Segundo Bamberger:
Os êxitos subsequentes- e também os malogros- dependem, em grande parte, do primeiro ano de escola. Se o professor puder observar, louvar e desenvolver cada progresso feito na leitura, a criança assumirá uma atitude positiva, otimista, em relação ao assunto. Mas se ela fracassar na leitura, e o que é pior, for censurada ou ralhada por isso, rejeitará a leitura e desconfiará dela como a causa de sua desagradável experiência.
35
A ajuda do professor no desenvolvimento de interesse e do hábito da leitura é especialmente necessária, em se tratando de leitores fracos. (1987, p.64,65)
É no professor que a criança, nessa fase do ensino fundamental, vai
enxergar como principal referência sobre leitura e, por isso, é importante que o
professor desempenhe esse papel da melhor maneira possível, demonstrando
para seus alunos que ele também é um costumeiro leitor e que isso o ajudou
muito durante sua vida.
Segundo Bamberger: O exemplo e a “imagem” do professor exercem grande influência nos primeiros anos de escola. E se ao identificar-se com o professor, a criança se identifica com a pessoa que gosta de ler, o desenvolvimento de sua leitura será favoravelmente influenciado. (1987, p.65)
Além disso, é preciso que a criança não desenvolva aquela imagem de
que o livro seja uma tarefa extremamente chata,sendo essa a parte que parece
se a mais difícil para os professores resolverem. O que parece ser mais
adequado para que o aluno realmente receba e desenvolva a mensagem de
que a leitura é importante será preciso que o professor ouse mais.
Isso mesmo. O professor será praticamente obrigado a sair da sua zona
de conforto, o que acarretará em um esforço maior de ambos os lados, pois,
desse modo, passará a buscar novas atividades que realmente procurem
desafiar, não apenas os alunos, mas o professor mesmo deve encarar isso
como um novo desafio profissional a ser superado.
Segundo Bamberger:
Sempre que possível, os encontros com livros devem ser experiências realmente dinâmicas para as crianças. Exposições de livros na sala de aula, desenhos de livros e composições escritas sobre eles constituem um interessante acréscimo ao currículo normal. Às vezes um mesmo livro apresenta “material de jogo” para leitura, desenho, ginástica, aritmética e canto, ensinando as crianças que o contato com o livro nunca se esgota. (1987, p. 65)
Por fim, o mais importante de se ressaltar é que não só dinâmicas
devem ser passadas para as crianças, é importante deixar bem claro para elas
que a pessoa é uma possibilidade única de conhecer coisas totalmente novas e
diferentes e também de se autoconhecer é uma atividade única que não pode
ser desvalorizada de maneira alguma.
O gosto de amor pela leitura é despertado pelo próprio professor que
deve incentivar o aluno a aproximar-se dos livros. Desta maneira, deve-se dizer
36
que, para formar leitores, é preciso que o mediador desse processo se
interesse por livros de tipos variados e que compartilhe suas descobertas e
aprendizagens.
É necessário que o professor se apresente como leitor, para facilitar a
formação de leitores. É fundamental que os alunos vejam seu professor
envolvido com a leitura e com o que se conquista através dela. Quando o aluno
observa um professor seduzido pela leitura pode despertar o desejo de fazer o
mesmo. Pois é importante mostrar que a leitura proporciona um
desenvolvimento intelectual, critico e criativo do educando.
Entre livros e leitores há importantes mediadores, já que aprender a ler
não é uma atividade natural, para o qual o aluno se capacita sozinho.
A leitura é ferramenta essencial para a prática profissional do docente,
por isso, o professor precisa ser um leitor que seja referência para seus alunos.
Para que haja êxito na formação do leitor, é necessário fazer uma
leitura diversificada, reflexiva, estimulante e crítica, ensinando os alunos a
usarem a leitura para viverem melhor.
Segundo Neves:
[...] aquele que apresenta o que será lido: o livro, o texto a paisagem, a imagem, a partitura, o corpo em movimento, o mundo. É ele quem auxilia a interpretar e a estabelecer significados. Cabe a ele criar, promover experiências,situações novas e manipulações que conduzem à formação de uma geração de leitores capazes de dominar as múltiplas formas de linguagem e de reconhecer os variados e inovadores recursos tecnológicos, disponíveis para a comunicação humana presentes no dia a dia ( NEVES, 1998, p. 14)
O primeiro passo para a formação do hábito da leitura na escola diz
respeito à seleção de material, que deve servir para informação e recreação, e
não ser imposto como obrigação, uma vez que a passagem pela escola, muitas
vezes, é uma oportunidade que o aluno tem de entrar em contato com a leitura.
Nesse espaço, o professor é um dos maiores responsáveis por desenvolver a
pratica da leitura em seus alunos, fornecendo-lhes livros e outros materiais de
leitura, indicações bibliográficas, abrindo-lhes, enfim, o universo da leitura.
É de grande importância resgatar a leitura como tarefa da escola,
questão para todas as áreas. Deve-se dar condições ao aluno para que se
aproprie do conhecimento historicamente constituído e participe nessa
construção como produtor de conhecimento.
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3.2 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE LEITURA.
Assim, elencamos as ações desenvolvidas. Segundo Larrick (1969):
Apropriação dos livros: Inicialmente classificamos os livros de maneira
que os alunos possam observar a capa do livro (frente e verso), tipo de capa,
título, nome do autor, ilustrador, editora, etc. Todas essas observações são
importantes, pois os alunos constroem outro livro, a partir do livro lido. Depois
dessas observações, os alunos emitem todas as hipóteses possíveis sobre o
conteúdo do livro a partir das ilustrações e do titulo.
Oficina de leitura: Na oficina, deve-se ler o início da história de um livro
ou um breve resumo, ou apresentar os personagens. Isto para provocar nos
alunos a vontade de ler o restante do livro. Conta-se uma história completa ou
em episódios ou um aluno apresenta aos colegas o livro que leu em casa.
Convida-se os alunos a dar vida ao painel da sala através de desenhos,
slogans, histórias em quadrinhos, etc. de acordo com a história apresentada. A
professora lê um episódio ou capítulo, os alunos inventam uma continuação
possível para o próximo capítulo. Compara-se a produção dos alunos com a
continuação escrita pelo autor. O importante neste trabalho não é verificar o
sentido do texto do autor com o dos alunos, mas sim, tomar conhecimento com
prazer e precisão do texto do autor e descobrir que as continuações inventadas
são também de "autores" e dignas de interesse. No final do trabalho, é
proposto aos alunos a escrita das histórias modificadas por eles para
exposição em forma de livros, jogos dramáticos ou fantoches. Mais tarde os
alunos vão escrever seus livros sozinhos.
Organização de jogos e advinhas: O trabalho com jogos e advinhas
acontece em grupo e consiste em deixar alguns livros em cada grupo e
algumas tarefas para os alunos responderem. Por exemplo: procurar o livro
onde a galinha pede a outros animais que a ajude a fazer um bolo; procurar
todos os livros cujo título contém o nome de uma cor, um nome de pessoas.
Produção de texto: É um momento importante de leitura e produção para
outros. A regra é que cada grupo prepare para outros, recria para outros (para
seu prazer imaginário). A hipótese é que, lendo para comunicar aos outros o
fruto de sua leitura é que se vive uma situação de leitura exigente. O
38
procedimento deve ser que cada grupo escolha o seu livro de leitura. Depois de
lido escolha a forma de apresentação para os outros: Reconto da história,
cartaz propaganda, música, apresentação cênica, jornal falado, fantoches,
mímicas, revistas em quadrinhos, poemas, entrevistas, etc. O papel do
professor nesta hora é só de dar condições às apresentações: Alunos bem
instalados, atentos, curiosos e que respeitem os trabalhos uns dos outros. O
intercâmbio entre os grupos acontece na avaliação: sobre o conteúdo (o que foi
entendido, o que agradou ou não); sobre a técnica utilizada para apresentação;
sobre a participação e complemento de todos (que foi bom no geral e o que
precisa melhorar); deve sempre evitar uma critica negativa; é preciso encorajar
o que deu certo para que a criança se sinta na vontade de fazer cada vez mais.
Roda de leitura: A professora apresenta para a sala uma relação de livros com
a sinopse de cada um. Os alunos escolhem um livro para todos lerem. Em sala,
é formado grupos de trabalhos para escolherem a melhor forma de divulgar o
livro que leram. É importante que o grupo esteja unido, pois os trabalhos
deverão atrair a atenção dos colegas. Os alunos encontram várias formas de
apresentação como: propagandas; teatros; jornais falados; comparação entre o
livro lido e o filme; sinopses, paródias, murais; histórias em quadrinhos; júris
simulados; criação de histórias; continuando o enredo da história lida; criando
novos enredos com as mesmas personagens; reescrevendo a história em outra
época; ou seja, recriando a história em outro ambiente.
Outra atividade desenvolvida é o trabalho com livros paradidáticos, em
que os alunos, espontaneamente, escolhem os livros e levam para casa para
realizar a leitura. Em dias determinados os alunos apresentaram suas
conclusões de diversas formas. Observamos que é uma atividade onde todos
se envolvem, alguns querem recontar, outros, desenhar e escrever.
Uma consequência visível desta atividade é que todos os dias acontecem
empréstimos de livros paradidáticos que são levados para casa por interesse
das crianças. Esta atividade acaba estimulando até mesmo os pais a se
envolverem na aprendizagem dos filhos aproximando-os afetivamente.
Quando os pais se envolvem no desenvolvimento das crianças é
perceptível. Assim, os pais são chamados para participar das atividades e dos
trabalhos, para se envolver com o projeto. Procura-se conversar com os pais
39
diariamente e principalmente nas reuniões em sala de aula para que se faça
um elo.
Os pais devem ler para as crianças diariamente, sejam rótulos de
embalagens e propagandas, sejam anúncios e os livros que as crianças levam
para casa, a fim de proporcionar uma descoberta na criança junto com os pais.
Não se trata, simplesmente, de se ensinar a criança a falar, mas de
desenvolver sua oralidade e saber lidar com ela nas mais diversas situações.
Os professores devem trabalhar a leitura de forma prazerosa, lúdica e
formadora de leitores. Em um trabalho conjunto com a escola, incentiva-se a
leitura através do empréstimo de livros pela biblioteca e mini-biblioteca nas
salas de aula, atividades lúdicas, jogos, entre outros. Durante a semana todo
processo de leitura e produção textual é feito juntamente com a professora.
A escola acredita na contribuição da leitura para a alfabetização e o letramento,
pois, segundo ela, quando se incentiva a criança a ler, na contação, por
exemplo, ela já quer recontar a história, quer escrever mesmo sendo pré-
silábica. A partir daí, vai tendo vontade e o prazer de aprender, de escrever, de
falar aos colegas, contar a historinha que leu, os personagens que tinha no
livro.
Tudo isso não deve ser cultivado só na escola, mas também pela família
e todos os segmentos político-governamentais. Deve-se ter em mente que são
de fundamental importância, para o desenvolvimento de um país que "clama"
por uma educação de qualidade, a prática pela leitura é de muita importância.
A linguagem das crianças vai se tornando cada vez mais próxima da dos
adultos, através da imitação e comparação. É necessário que o educador
trabalhe para que as crianças alcancem de forma significativa os outros níveis
da compreensão leitora, que consistem na compreensão do material utilizado
no meio social e finalmente escrever, saber como se representa a fala no papel
pois uma criança que lê bem tem um futuro muito promissor e cheio de
novidades, ocasionadas pela leitura.
.
40
CAPÍTULO IV
A PESQUISA
A pesquisa tem por objetivo conhecer o professor no processo que ele
tem com o aluno e a leitura, ela foi elaborada por meio de questionários
(APÊNDICE A).
A pesquisa de campo em questão foi realizada em uma Escola Estadual
de 2º ao 5º ano do ensino fundamental, a pesquisa foi feita com 10
professores, sendo cinco do período da manhã e cinco do período da tarde,
contendo dez questões, respondidas pelos mesmos.
Segue adiante a análise das questões elaboradas para a pesquisa com
os educadores.
A primeira pergunta objetivou saber se os educadores gostam de ler e
qual o tipo de leitura de sua preferência.
As respostas foram variadas, declarando-se vários gêneros como artigo
científico, romance, jornais e revistas.
Figura 1: resposta nº1 da pergunta 1.
Fonte: Elaborada pelas autoras
40%
40%
10%10%
1. Você gosta de ler? Qual tipo de
Leitura?
Revistas Jornais Romance Textos Informativos
41
Conclui-se que os professores, em sua maioria, responderam na
pesquisa que sim, gostam de ler jornais revistas, pois são assuntos atuais e de
interesse geral, e também os professores responderam que, além de jornais e
revistas, gostam de ler livros de diversos gêneros, pois não se apegam a
apenas um assunto específico.
A segunda pergunta buscou saber que gênero literário o professor
costuma ler para seus alunos.
Figura 2: resposta nº2 da pergunta 2.
Fonte: Elaborada pelas autoras
Os professores responderam que leem gêneros que são próprios para
a idade das crianças, como livros de contos, livros infantis, gibis, e poesia.
60%20%
10% 10%
2. Que gênero costuma ler para seus alunos?
Literatura Infantil Textos Infantis Poesia Gibis
42
Já que são muito ligados a histórias de aventuras, como os livros e os
gibis, como divertimento, e a poesia como um descanso.
A terceira pergunta procurou saber se os alunos levam livros para que
os professores ou eles mesmos leiam em sala de aula, ou em qualquer outra
hora na escola.
Figura 3: resposta nº3 da pergunta 3.
Fonte: Elaborada pelas autoras.
A maioria respondeu que sim, mas 30% dos professores responderam
que não, pois a escola oferece a biblioteca para a criança e os professores têm
acesso aos livros infantis, gibis jornais e revistas para o desenvolvimento, tanto
dos professores como dos alunos, são revistas de circulação nacional, como
Veja, Época, Galileu, Recreio.
A escola proporciona os jornais de grande circulação nacional, tanto
para o aluno como para o professor ficar bem informado, diante dos
acontecimentos do mundo, no dia a dia.
70%
30%
3. Seus alunos contribuem com a leitura
levando livros para a escola?
Sim Não
43
A quarta pergunta buscou verificar se o professor costuma fazer
leituras diárias para seus alunos e como as faz.
Figura 4: resposta nº4 da pergunta 4.
Fonte: Elaborada pelas autoras
Os professores respondem que sim, e que utilizam varias maneiras de
fazer leituras, como leituras compartilhadas, leituras colaborativas, e
audiovisuais. A ênfase dos professores é que os seus alunos sejam futuros
leitores assíduos, o que facilitará o trabalho de futuros professores, nos anos
seguintes.
Além disso, esclareceram que têm o costume ou de ler no início da
aula, e também fazem com que o próprio aluno faça a leitura, fazendo com que
dessa forma treinem a leitura.
A quinta questão procurou saber dos pesquisados se costumam
desenvolver atividades sobre as histórias, e o que fazem para que o aluno se
60%30%
10%
4. Você costuma fazer leituras diárias? Como
as faz?
Leituras Compartilhadas Leituras Colaborativas Audiovisuais
44
interesse, já que é de suma importância o interesse do aluno para que ele entre
no mundo dos livros, objetivando sempre o contato criança e livro.
Figura 5: resposta nº5 da pergunta 5.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Os professores responderam que costumam fazer a reescrita das
histórias, montar uma nova história, usando a sua própria imaginação, também
dos professores, que gostam de usar a dramatização como ferramenta para
instigar a leitura e a interpretação oral.
A sexta questão realizada na pesquisa procurou observar quais tipos de
leitura chamam mais atenção dos alunos. Observou-se que o mais interessante
é que as crianças gostam de leitura da sua faixa etária, como contos literários,
fábulas e ainda a surpresa é a de ficção, as crianças acham histórias contendo
60%20%
10%10%
5. Você costuma desenvolver atividades
sobre as histórias? Dê exemplos?
Fazem a reescrita das Histórias
Montar um nova história
Dramatização
Interpretação oral
45
coisas misteriosas fascinantes, então aprovam este tipo de leitura e pedem
para que os professores leiam esta modalidade.
Figura 6: resposta nº6 da pergunta 6.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
A pesquisa mostrou que os alunos se interessam mais por contos
literários fábulas e ficção. Sendo assim, os educadores fazem com que a leitura
tenha mais significado para o aluno, ao lerem textos de que a assimilação
ocorra com maior facilidade.
Na sétima pergunta, a pesquisa procurou observar se os professores
costumam variar os gêneros de leitura, levando jornais, revistas, folhetos,
utilizando-os em sala de aula. Os professores respondem que sim, não seria ao
60%20%
20%
6. Quais os tipos de leitura que chama mais
atenção de seus alunos?
Contos Literários Fábulas Ficção
46
contrário, pois um professor está sempre disposto a oferecer muito
conhecimento ao se aluno.
Figura 7: resposta nº7 da pergunta 7.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Pois os próprios professores gostam de incentivar vários gêneros,
fazendo com que a criança já saiba diversificar desde pequena sabendo
escolher melhor suas leituras a serem feitas, isto é muito importante para a
formação da criança, já que é formar um ser critico.
A oitava questão procurou observar se os professores acham que as
leituras das histórias podem ser feita de forma caracterizada, usando roupas e
materiais que chamem atenção aos alunos.
100%
7. Costuma variar os gêneros de leitura
levando jornais, revistas, folhetos em sala
de aula?
Sim
47
É uma questão de suma importância, porque vários professores acham
válido, mas, na prática, pouco do lúdico que existe em contar uma história
caracterizada acontece, mas a maioria concorda que sim.
Figura 8: resposta nº8 da pergunta 8.
Fonte: Elaborada pelas autoras.
Na pesquisa foi observado que todos os professores responderam que
sim, pois acham que eles gravam cada situação vivida pelos personagens da
história, ou que nessa faixa etária o lúdico faz com que as crianças vivenciem,
100%
8. Você acha que a leitura das histórias pode
ser feita caracterizada, usando roupas e
materiais que chamem a atenção?
sim
48
ou transfiram as imagens para um mundo real, e que os alunos interagem mais
e desenvolvem a fala, a expressão.
A nona questão abordada procurou questionar os professores se eles
consideram que a leitura é importante.
Figura 9: resposta nº9 da pergunta 9.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
A grande maioria dos professores respondeu que sim, pois é uma
forma de aprender corretamente, de ampliar o conhecimento, e de melhorar o
47%
36%
17%
9. Você considera a leitura importante? Por
quê?
É uma forma de aprender corretamente
Amplia o conhecimento
Melhora vocabulário linguagem do aluno
49
vocabulário da criança. Ainda enfatizaram que, aquele que começa logo,
adquire mais prática pela leitura, mais gosto tem um verdadeiro querer saber
mais dia após dia, é uma semente que se planta e que será colhida no futuro.
A décima e última questão feita aos professores, é: você acha que a
leitura nos anos iniciais contribui para que o aluno se torne um bom leitor?
Figura 10: resposta nº10 da pergunta 10.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Os professores responderam que sim, pois é o principio de tudo, é a
base, e quando a criança já desde o início adquire o hábito da leitura, este
continua por todo o sempre, construindo nela mesma a certeza de que terá um
futuro brilhante, cheio de novas descobertas, pois o saber ler proporciona esse
mundo, porque a cada leitura você pode estar em lugar diferente, conhecer
uma cultura diferente, conhecer tudo, fazer uma viagem sem sair do lugar.
100%
10. Você acha que à leitura nos anos iniciais
contribuem para que o aluno se torne um
bom leitor?
Sim
50
CONCLUSÃO
A leitura é importantíssima para adquirir conhecimento, esclarecer
dúvidas, desenvolver opiniões e também serve como um grande passatempo
para descansarmos do mundo, dos problemas, e das adversidades que
surgem, a todo o momento, no dia a dia.
Porém, para adquirir todos essas qualidades que o livro traz, é
necessário que, desde a infância, sejamos apresentados e acostumados com a
prática da leitura. É na infância, fase em que se esta descobrindo o mundo, aos
poucos, que podemos construir, na criança, o gosto pela leitura, pois quando
se é pequeno é muito mais fácil se criar o costume de algo.
É nessa idade que os pais têm um papel muito relevante, na construção
do hábito de ler na criança, claro que a intenção não é sobrecarregar a criança
ou até mesmo torná-la uma especialista em algo, mas sim fazê-la se acostumar
com o mundo dos livros, fazendo que a criança possa entender que os livros
podem ajudá-la a descobrir o seu próprio mundo, a fim de que ela esclareça
dúvidas e supere medos.
Se for da família o papel de se instruir a criança a iniciar uma relação
mais profunda com os livros, é na escola que essa relação tem que ser
aprofundada, porém é nessa fase que se está o maior obstáculo para a criação
do hábito de ler na criança. O professor encontra muitas dificuldades em
passar para seus alunos a verdadeira mensagem da leitura.
Muitos professores não compreendem que, para o aluno de ensino
fundamental desenvolver o seu interesse pela leitura, é necessário que sejam
desenvolvidos, durante as aulas, métodos dinâmicos, que despertem a
curiosidade dos alunos, para que ele não fique preso a certas leituras que o
façam apenas memorizar algo, como uma máquina.
Ao despertar a curiosidade da criança pela leitura, o professor vai
conseguir passar seus ensinamentos com maior facilidade, pois os alunos vão
conseguir entender a verdadeira sensação do que é realmente ler um texto ou
um livro.
Pode-se dizer, então, que a leitura não deve ser entendida como um
processo de devorarão de bibliografias sem ao menos entender o seu
51
significado, mas sim de uma maneira séria e constante, para que desperte o
interesse das crianças e que favoreça a mudança do ato de ler, na medida em
que o aluno vai aprendendo a interpretar os textos, ele vá criando
gradualmente uma disciplina intelectual, que o levará, não somente à
compreensão do mundo, mas também lhe trará experiência para inventá-lo e
reinventá-lo, ou seja, transformá-lo, através de suas próprias intervenções e,
principalmente, de maneira consciente. Tendo em vista que a grande
dificuldade de se motivar a criança a adquirir o hábito pela leitura está no fato
de que a forma de como essa vital atividade é passada para os alunos, na
escola. Não seria então um bom momento para os professores repensarem os
seus métodos pedagógicos atuais? Porque a infância é um período propício
para incentivar o gosto e o hábito pela leitura, pois a criança é um ser aberto e
que está em fase de novas descobertas.
Mas de que adianta a criança estar propícia a novas descobertas, sendo
que nós não aproveitamos como devíamos essa oportunidade, pois para a
criança que começa a frequentar o ensino fundamental não interessa
atividades que pareçam mais deveres do que atividades que a desafiem a
descobrir, pensar e se divertir. Outro fator considerado para se criar o hábito
de ler é que cada criança precisa de seu próprio tempo, para se habituar aos
livros. É nesse lugar em que se devem estar os professores, os pais, pois é
deles a missão de ajudar a criança a superar os obstáculos que irão surgir ao
longo desse percurso de adaptação, com os livros.
A criança, quando começa sua vida escolar, no ensino fundamental,
precisa se sentir parte do meio, ou seja, precisa se sentir incluída, importante
e, principalmente, amada e compreendida. E um dos principais métodos
aplicados nas escolas, para que a criança se sinta assim, são as chamadas
dinâmicas de grupo ou atividades em grupo.
As atividades em grupo são, sem dúvida, uma das melhores iniciativas
para se superar o problema da predominância do professor, fazendo com que
os alunos possam se sentir mais dentro do seu próprio ambiente, fazendo
assim com que despertem nelas toda aquela curiosidade tão aflorada que se
tem na infância. Claro que para isso ocorrer é preciso um grande esforço de
toda a turma da classe.
52
Por isso, considera-se que atividades em grupo sejam um dos melhores
métodos pra que a criança se sinta à vontade com a leitura, deixá-los adquirir
por conta própria a liberdade de escolha dos livros é permiti-los adentrar e
conhecer o fascinante mundo das ideias, possibilidades e ensinamentos que
possam receber. Mas a grande questão é: como se deve executar essas
atividades em grupo na sala de aula?
Portanto, conclui-se que formar a criança leitora é torná-lo curioso aos
fatos que o circundam, fazendo-o se tornar um investigador de tudo ao seu
redor. Sendo assim, ler é bem mais do que uma experiência passiva. Ao entrar
em contato com os livros, o aluno passa a se comunicar com pessoas de
outros continentes, com diversas culturas, com histórias que já foram vividas e
muitas outras a serem criadas.
53
REFERÊNCIAS
BRANDÃO, H. e MICHELETTI, G. “Teoria e prática da Leitura”. São Paulo:
Cortez, 1997.
BELLENRGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. São Paulo: Cultrix Ltda, 1987. 109 p. FREIRE, Paulo. A importância do hábito de ler; em três artigos que se completam. 48. ed. São Paulo: Cortez, 2006. 87 p. JOLIBERT, Josette. Formando crianças leitoras. Porto Alegre: Artmed, 1994. 219 p. LARRICK, Nancy. Guia dos pais na escolha de livros para crianças. São Paulo: Instituto Roberto Simonsen, 1969. 140 p. RANGEL, Jurema Nogueira Mendes. Leitura na escola; espaço para gostar de ler. Porto Alegre: Mediação, 2007. 176 p. SOLÉ, I. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998. 194 p. ZILBERMAN, Regina. Leitura em crise na escola; as alternativas do professor. 5. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985. 164 p.
54
APÊNDICE
55
APÊNDICE A
QUESTÕES PARA O EDUCADOR
Nós, Patrícia Aparecida Brochato Zampieri Pauliquévis, RG.30.319.49-8;
e Sandra Mara Piovesan Ribeiro, RG. 40.993.293-0; alunas do curso de
pedagogia do Unisalesiano, gostaríamos que as questões abaixo fossem
respondidas por fazerem parte de nosso Trabalho de Conclusão de Curso com
o título “Leitura Feita pelo Professor no Ensino Fundamental”. Certo de que
podemos contar com sua colaboração, e receberemos de volta no dia
___/___/___ para que possamos elaborar sua análise. Obrigada.
Escola: __________________________________Tempo de serviço:________
1- Você gosta de ler? Qual o tipo de leitura?
2- Que gênero literário costuma levar para seus alunos?
3- Seus alunos contribuem com a leitura levando livros para a escola?
4- Você costuma fazer leituras diárias? Como as faz?
5- Você costuma desenvolver atividades sobre as histórias?
6- Quais os tipos de leitura que chama mais a atenção de seus alunos?
7- Costuma variar os gêneros de leitura levando jornais, revistas, folhetos
em sala de aula?
8- Você acha que a leitura das histórias pode ser feita caracterizada,
usando roupas e materiais que chamem a atenção?
9- Você considera a leitura importante? Por quê?
10- Você acha que a leitura nos anos iniciais contribuem para que o aluno se
torne um bom leitor?
56
APÊNDICE B
TABELAS DOS RESULTADOS DA PESQUISA
Tabela 1: Respostas da pergunta nº 1 do questionário feito aos professores.
1º) Você gosta de ler? Qual o tipo de leitura.
REVISTAS JORNAIS ROMANCE TEXTOS
INFORMATIVOS
04 04 01 01
Tabela 2: Respostas da pergunta nº 2 do questionário feito aos professores.
2º) Que gênero literário costuma levar para seus alunos?
Literatura Infantil Textos Infantis Poesia Gibis
06 02 01 01
Tabela 3: Respostas da pergunta nº 3 do questionário feito aos professores.
3º) Seus alunos contribuem com a leitura levando livros para a escola?
Sim. Não
07 03
Tabela 4: Respostas da pergunta nº 4 do questionário feito aos professores.
4º) Você costuma fazer leituras diárias? Como as faz
Leituras compartilhadas Leituras colaborativas Audiovisuais
06 03 01
Tabela 5: Respostas da pergunta nº 5 do questionário feito aos professores.
57
5º) Você costuma desenvolver atividades sobre as histórias?
Fazem reescritas da História
Montar uma nova história Dramatização leitura
06 02 01 01
Tabela 6: Respostas da pergunta nº 6 do questionário feito aos professores.
6º) Quais os tipos de leitura que chama mais atenção de seus alunos?
Contos literários Fábulas Ficção
06 02 02
Tabela 7: Respostas da pergunta nº 7 do questionário feito aos professores.
7º) Costuma variar os gêneros de leitura levando jornais, revistas, folhetos em sala de
aula?
Sim
10
Tabela 8: Respostas da pergunta nº 8 do questionário feito aos professores.
8º)Você acha que a leitura das histórias pode ser feita caracterizada, usando roupas e
materiais que chamem a atenção?
Tabela 9: Respostas da pergunta nº 9 do questionário feito aos professores.
Sim
10
58
9º) Você considera a leitura importante porquê?
Sim
10
Tabela 10: Respostas da pergunta nº 10 do questionário feito aos professores.
10º) Você acha que a leitura nos anos iniciais contribuem para que o aluno se torne
um bom leitor?
Sim
10