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LEITURA, INTERPRETAÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO AS QUATRO

OPERAÇÕES UTILIZANDO A “HISTÓRIA DO LÁPIS

Autor: Ivone Pazza Barcelos1

Orientador:Marcos André Verdi2

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar os resultados da implementação do

Projeto de Intervenção Pedagógica realizada com 34 alunos de 5ª série / 6º ano do

Ensino Fundamental da Escola Heitor de Alencar Furtado, Ensino Fundamental

município de Paiçandu - Núcleo Regional de Educação (NRE) de Maringá.

Procuramos apresentar um estudo sobre dificuldades em leitura e interpretação de

textos matemáticos, na resolução de problemas utilizando histórias como forma

alternativa para tornar o ensino da matemática mais prazeroso, aumentando, assim

a motivação e o interesse pela matemática. As dificuldades encontradas no ensino

da Matemática, bem como o desinteresse dos alunos em aprender esta ciência,

merecem uma atenção significativa. Questões como interpretação e

desenvolvimento do raciocínio lógico e cognitivo, nos motivaram a expor ideias

sobre a resolução de problemas como Método do Ensino em Matemática. Procurei

descrever alguns processos que contribuem para a compreensão e interpretação de

textos. Os resultados obtidos demonstraram que pela falta de uma prática eficaz, os

alunos, não demonstraram habilidades com a realização de um tipo de leitura que vá

além de pequenos textos. Sabemos que formar um leitor crítico não deve se

restringir em apenas por o aluno para ler, mas sim explorar diariamente a leitura.

Palavras- Chave: Leitura; interpretação; problemas –envolvendo as quatro-

operações; história do lápis.

1 Especialista em Matemática, graduada em Matemática pela UEM, professora na Escola Estadual Heitor

Alencar Furtado, Paiçandu – PR. 2 Doutorando em Matemática; professor de matemática na UEM.

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1 Introdução

O presente trabalho tem como objetivo possibilitar aos alunos o gosto pela

leitura e melhor desempenho na resolução de problemas.

Diariamente, o ser humano mantém contato com a resolução de problemas,

dos mais simples aos mais complexos. É difícil pensar que resolução de problemas

é questão exclusiva da Matemática. A resolução de problemas matemáticos é uma

barreira que a maioria dos alunos enfrenta no processo de aprendizagem, pois

apresentam dificuldades em identificar a operação que se deve ser utilizadas para a

sua resolução. Ao resolvermos um problema matemático, antes de fazermos as

“contas”, devemos interpretar entender o que ele quer que calculemos. Assim

podemos dizer que a dificuldade em resolver problemas matemáticos não é uma

dificuldade da disciplina de matemática e sim uma dificuldade interdisciplinar, pois o

aluno que não interpreta um problema dificilmente fará uma interpretação de textos

bem feita em outras áreas dos conhecimentos como português, por exemplo. São

vários os fatores que levam um aluno a ter dificuldade em interpretar textos ou

problemas, principal deles a falta de hábito da leitura.

Pela experiência que tenho no magistério a mais de 46 anos, especificamente

nas aulas de Matemática em sala de apoio e na 5ª série / 6º ano do ensino

fundamental, tem revelado que a maioria dos alunos se considera incapazes de

resolver problemas de matemática. Em geral, a principal dificuldade desses alunos

encontra-se na leitura e interpretação da situação problema, e nesse caso recusam-

se a pensar sobre a questão e insistem ao o professor que indique os procedimentos

necessários para se chegar à resposta desejada. Esse comportamento ocorre em

todos os níveis da educação básica, sendo também, indicado como uma das

possíveis causas para o baixo desempenho dos alunos nas avaliações e as

reprovas. O Projeto em execução, por meio da história do “Lápis,” ofereceu a

oportunidade regulares de reflexão, interpretação, organização de problemas dentro

de pequenos textos; objetivando:

-Despertar o interesse pela leitura;

-Ler e interpretar os problemas;

-Identificar no problema qual a operação utilizada.

Pesquisas recentes de Lopes (2007), Sgarbosa (2007), e D’ Antônio (2006),

indicam que a complexidade envolvida no ato da resolução de problemas vai além

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da questão da fluência da leitura ou da utilização ou não de estratégias ou

conhecimentos isolados.

A ideia de se envolver com matemática de outra forma em sala de aula se

iniciou a partir da divulgação do livro de George Polya “a Arte de Resolver

Problemas,” editado em 1944, cujo prefácio o autor argumenta que:

(...) a Matemática apresentada da maneira euclidiana, revela-

se uma ciência dedutiva, sistemática, mas a matemática em desenvolvimento apresenta-se como uma ciência indutiva, experimental. Ambos os aspectos são tão antigos quanto a própria ciência. Mas o segundo aspecto é novo sob certo ponto de vista: a matemática in status nascendi, no processo de ser inventada, jamais foi apresentada exatamente desta maneira aos estudantes,professores ou ao público. Com isso, o autor apresenta a resolução de problemas como o processo de descobrir a utilidade de conceitos matemáticos e do raciocínio lógico para a utilização em questões diversas, possibilitando possível ao aluno ou qualquer pessoa aprender matemática de uma forma correta por meio da descoberta.

Consequentemente, a resolução de problemas se apresenta hoje, como uma

metodologia para o ensino da matemática em todos os níveis, que vem sendo uma

forma de incentivar o uso do pensamento e a possibilidade de o próprio aluno

observar as conexões entre diversos conceitos, assim como o interesse em buscar

conhecimentos para utilizá-los em situações novas.

Tanto professores quanto alunos reconhecem que os problemas de matemática

estão sempre presentes em diversas concepções e momentos de nossa vida e em

sala de aula.

A leitura deve ser bem preparada pelos professores das séries iniciais,

evitando possíveis traumas no aluno, trabalhando com historinhas que a criança

goste. A resolução de problemas tem se indicado por estudiosos do mundo todo

como um recurso metodológico para proporcionar um aprendizado de matemática

de melhor qualidade. O propósito será o de oferecer aos professores que trabalham

com alunos de 5ª serie/ 6º anos e sala de apoio mais uma ferramenta pedagógica

para o trabalho com a leitura e interpretação de problemas matemáticos em sala de

aula, por entendermos que este trabalho deverá contribuir para que o professor

possa ofertar, em suas aulas, diferentes estratégias de leitura e interpretação de

problemas de matemática.

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3 Fundamentação Teórica

A resolução de problemas tem sido enfatizada mundialmente como um

recurso metodológico para proporcionar um aprendizado de matemática de melhor

qualidade. Acredita-se, e algumas pesquisas têm dado suporte a essa crença, que a

construção de conceitos matemáticos pelos alunos se torna mais significativa e

duradoura quando é proporcionada por meio de situações caracterizadas pela

investigação e exploração de novos conceitos e que estimulem a curiosidade do

educando.

A leitura é uma atividade dinâmica que abre ao aluno amplas realidades que

envolvem a cultura da sociedade fazendo parte de todas as situações de comunicar

e entender o mundo em que vivemos

Ao pensarmos em leitura e interpretação de textos, não podemos esquivar-

nos de fazer ligação com a linguagem, já que esta é a possibilitadora da convivência

em sociedade pelo homem e a perpetuação e transmissão dos conhecimentos

produzidos pela humanidade desde os primórdios da civilização às gerações futuras.

A teoria sobre a linguagem aqui estudada na obra de Vygotsky que nos dá uma

grande contribuição para entendermos o processo de aprendizagem via mediações

sócias- culturais na formação da consciência.

Segundo Vygotsky

[...] a “zona de desenvolvimento proximal”, que se refere ao nível de desenvolvimento atual, próprio da criança, na resolução de problemas sem a interferência de alguém mais experiente e ao nível potencial, que pode ser ampliado na resolução de problemas mais complexos, agora sob a orientação de um mediador que já viveu e domina a experiência (VYGOTSKY,1991 b.,p.97). A aprendizagem, de acordo com este autor, pressupõe uma natureza social específica e um processo pelo qual a criança penetra na vida intelectual dos que a cercam (ibid.,p. 99) e a origem do psiquismo humano é determinada social e historicamente.

Quanto à leitura e ao processo de sua aquisição, buscamos a contribuição de

Kleiman (1996 p.9) que assevera:

“O professor deve estar atento para resolver as dificuldades que o uso

de estruturas típicas da escrita pode causar para o leitor menos proficiente, que

podem comprometer a compreensão”, é no momento posterior à leitura, na conversa

com o mediador que o leitor inexperiente consegue entender o texto. Ainda, afirma a

autora:

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“A compreensão nessas etapas iniciais, não se dá necessariamente no

ato de ler da criança, mas durante a tarefa de intervenção do professor”. De acordo

com o pensamento da autora “Faz parte da leitura, nesses estágios iniciais, ajudar a

criança a construir o sentido do texto

principalmente pondo o ensino da forma do código, no seu devido lugar enquanto instrumento para a leitura, e pondo o ensino da leitura no bom sentido da palavra, no seu devido lugar o foco do trabalho como texto.

Outro autor que nos ajuda a compreender a leitura num enfoque

psicolingüístico é Smith (1989 p.38) que assevera:

“a leitura não pode ser separada do pensamento. A leitura é uma atividade carregada de pensamentos”. Para o autor, a leitura apóia-se em dois pilares: o visual e o não-visual. O visual é o que o autor fornece ao leitor, utilizando determinados signos que quanto mais chamativos, mais interessante despertará no leitor. Já o não-visual está dentro do leitor; diz respeito aos conhecimentos que ele já possui que lhe servirão de base para o entendimento das informações e novos conhecimentos, inseridos no texto. Em outro momento ele diz que: “A leitura não é meramente uma questão de extrair e juntar significados relevantes ao texto” (ibid.p.335).

Quando se trata da leitura resolutiva, ou seja, aquela gera cálculo para a

solução de problemas, na compreensão da linguagem matemática o fato de ler e

interpretar são fundamentais, pois esses fatores são o que vão ordenar logicamente

o pensamento.

De acordo com Kleiman (1996), certa dificuldade de leitura ou pouco hábito

de ler aponta para uma possível falta de familiaridade com o texto escrito, em suas

diferentes modalidades. Isto é relevante porque as habilidades de leitura e

interpretação de informações numéricas contidas nos diferentes tipos de textos

instrumentalizam melhor o sujeito para lidar com as informações.

No caso da matemática, autores como Carraher & Carraher & Schiliemann

(1989) e Machado (1987) e (1990) apontam as afinidades que enlaçam a

matemática e a teoria da linguagem, uma vez que as ciências são corpos

lingüísticos e qualquer tentativa de retalhá-los necessita de fundamento. Ao mesmo

tempo em que sustentam que numa escola vinculada a métodos tradicionais, o

aluno encontra muita dificuldade para ler e interpretar o texto da matemática em

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seus aspectos sintático, semântico e pragmático, busca novos métodos de ensino,

pois o aprendizado se constrói por meio de palavras. No entender desses autores, o

conhecimento matemático, como de outras disciplinas, embora expresso em

linguagem especial, processa-se por meio de pensamento global, que encontra

acolhida nas palavras de Machado (1987,p.59), quando afirma que “muitas fontes

fornecem dados para uma síntese, em que a linguagem, além de se submeter a

regras de sintaxe preestabelecidas, deve estar ajustada a padrões mínimos de

organizações”.

Tendo em vista que o aluno precisa conviver com o texto de matemática e

interpretá-lo durante toda a sua carreira escolar, em situações de entendimento

torna-se fundamental para o desenvolvimento de uma didática que facilite o

desempenho do educando na escola ou fora dela.

Embora exista esse convívio estreito entre a matemática e o dia- dia do

estudante, a leitura a interpretação de conteúdos matemáticos não vêm sendo

conduzida a contento nas séries finais do ensino fundamental e, até mesmo, no

ensino médio apresentando como tarefa desagradável, inibidora, cansativa,

perdendo seu real significado.

Diversos pesquisadores tais como Carraher & schiliemann (1989) e Machado

(1987), chamam a atenção ao fato de que o ensino da matemática não se preocupa

com o que o aluno já sabe, ou seja, a bagagem que ele traz de sua casa ou da rua,

e na sala de aula, ele é tratado como se não fosse portador de uma história. Nessa

situação, esse aluno passa a resolver problemas que se inserem em regras vazias

de sentido, e a escola que já não vem cumprindo seus objetivos quanto ao

desenvolvimento de leitura e interpretação desse tipo de texto, não torna clara a

utilidade da matemática, podendo ser essa a causa responsável pela dificuldade de

que padece o seu ensino nos bancos escolares.

Essa circunstância, para Carraher & Schiliemann (1989), se dá a partir de

fatos de que é difícil ensinar matemática na escola, embora o indivíduo faça uso dela

na vida diária. Esses autores chamam atenção para o aspecto de que o ensino na

escola é momento de interação. O que interessa na sala de aula é ensinar e prover

o aprendizado do aluno, qualquer que seja a disciplina. Porém, para aprender, o

indivíduo deve construir seu próprio conhecimento, fundamentado na vivência de

mundo, das mais variadas formas possíveis, desde a mais elementar receita

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utilizada na cozinha de casa, até a compra de madeiras para fazer sua moradia,

porque as estruturas matemáticas estão imbricadas na ação do sujeito. É fora da

escola que o indivíduo busca soluções para seus problemas, longe da instrução

sistemática ministrada pelo professor preparado para tal fim. Isso porque, na escola,

o ensino se processa tradicionalmente, sem referência ao que o aluno já sabe ao

que ele carrega na proporção em que constrói sua história.

Machado (1990) observa que o indivíduo comum situa-se ao longo das

aplicações matemáticas mais sofisticadas, levando em conta que o seu ensino é

compulsório e, na maioria das vezes, sem características suficientemente atraentes,

quando passa a exigir da matemática escolar alguma utilidade prática. Esse autor

alerta dizendo que “é nesse momento que o estudante depara-se como cerne da

dificuldade, a desvinculação entre a escola e a vida, repreendendo um tempo de

ensino livresco, teórico, dissociado da realidade”. (p.66).

Machado (1990) afirma, ainda que

a matemática tenha utilidades que podem servir tanto para contentar os curiosos como para facilitar as várias profissões, levando em conta que o individuo convive com as mais variadas situações das matemáticas ensinadas na escola e na vida diária. Ele observa que as funções do ensino estão centradas numa frágil justificativa de aplicabilidade dos temas tratados na escola básica. Portanto, a continuidade do dia-a-dia revela argumentos que se tornam suficientes para justificar o ensino de qualquer assunto num conjunto de aplicações práticas com fronteiras definidas em conteúdos “de programas escolares a serem apresentados aos alunos, de modo a evidenciar seus vínculos com a realidade concreta historicamente situada”. MACHADO, (1990, p.73).

Dessa maneira, assentado entre dois pólos, vida e escola, é que se

desenvolve o trabalho do professor, que ao administrar tal tensão, convive

exatamente com a tarefa pedagógica. Faz parte dessa tarefa saber lidar com esses

dois momentos da produção do conhecimento, sob o risco de transformar o seu

trabalho em sala de aula “numa postura ingênua que importa transcender

(MACHADO, 1990,p.74).

Em decorrência da formação dessa consciência crítica, lidar com dois pólos, a

tendência das reformas em matemática não é torná-lo mais concreta e objetiva e,

sim, transformá-la abrangente em todos os setores do conhecimento para não se

transformar em tarefa cansativa, quando tratada em relação simplista de

interdependência entre pensamento e linguagem.

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O pensamento que é a base da interpretação inadequada, sob o risco de se

tornar mal estruturado pode influir na leitura na interpretação do problema de

matemática.

Segundo Machado (1990), existe entre a matemática e língua materna como

língua portuguesa, uma impregnação mútua, caracterizada por meio das funções

paralelas que os dois temas desempenham enquanto componentes curriculares da

complementaridade em suas metas principais, e do modo como as relações básicas

relativas ao ensino de ambas permeiam-se entre si. O autor destaca a necessidade

do reconhecimento dessa impregnação “bem como tê-la como fundamento para a

superação das dificuldades como ensino da matemática” (MACHADO, 1990, p.126).

O autor detém-se no fato de que a língua materna não pode ser caracterizada

somente como um código, dada a importância da oralidade, e a matemática não

pode restringir-se a uma linguagem formal. Para ele, a aprendizagem de cada uma

das disciplinas deve servir para a construção de um sistema de representação, pois

tanto a matemática quanto à língua materna embasam e constituem condições do

conhecimento como disciplinas. E, em conseqüência da falta de oralidade nas

linguagens formais, no caso, da matemática, essa disciplina deve emprestar da

língua materna a oralidade, “sob pena de reduzir-se a um discurso sem enunciador”,

(MACHADO, 1990, p.127). Isso acontece quando a matemática é tratada como uma

linguagem em que a dimensão sintática toma proporções indevidas e perturba o

desempenho da semântica que é relegada a um segundo plano. Ao mesmo tempo,

a matemática recebe a denominação de ensino árido; difícil, destinado ao

entendimento de poucos e à evasão de muitos, todos os destinatários de

abordagens inadequadas tão freqüentes nos currículos escolares. Essas questões,

julga Machado (1990), decorrem da ênfase dada pela escola à linguagem

matemática, que é ensinada com preocupações sintáticas muito maiores que

semânticas. Dessa situação resulta que o aluno, vivenciando os métodos

tradicionais empregados pela escola, apresenta muita dificuldade para ler e explicar

o texto do problema de matemática. Ele está aquém da compreensão dos aspectos

sintático, semântico e pragmático. Com esse estudo, o autor citado afirma que

existem afinidades que envolvem a matemática e a teoria da linguagem,

fundamentais em qualquer área de estudo. E sem querer solucionar todas as

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dificuldades da matemática, chama atenção para esse fato, pondo em evidência de

que maneira deve ser equacionado o relacionamento entre essas disciplinas.

Carraher& Schiliemann (1989) analisam procedimentos informais utilizados na

resolução de problemas e propõem abordagem distinta entre “manipulação de

quantidade” e “manipulação de símbolos” em que há distinção entre a “leitura literal

do problema e sua interpretação de modo flexível”, necessárias para que o ensino

de matemática torne-se mais claro. Esses autores dão a conhecer uma distinção

entre a semântica e a sintaxe na aprendizagem das operações matemáticas. A

sintaxe relaciona-se a um conjunto de regras para operar com números, viabilizada

na expressão não se pode tirar um número maior de um menor empregada na

subtração com reserva, por exemplo. A semântica relaciona-se ao significado dos

números. Embora os dois tipos de conhecimento possam ser usados nas operações

matemáticas, a escola enfatiza a sintaxe e nem tanto a semântica; e o próprio aluno,

na sala de aula, torna-se mais capaz de lidar com a sintaxe do que com a semântica

dos números, porém não chega à melhores resultados nas soluções do problema de

matemática. Quando se vê questionamento sobre esse tipo de texto, o estudante

não emite opiniões, fornece respostas vazias de significado, geradas em situação

de impacto no momento em que se engaja na solução do problema. E, ainda,

quando em exercícios em sala de aula, o aluno focaliza sua atenção nos símbolos

(sintaxe) perdendo o significado das transações que estão sendo apresentadas a ele

pelo texto (semântica). É por essa razão, dizem os autores, que o aluno muitas

vezes aceita resultados absurdos em que o restante de uma subtração é maior que

o minuendo.

Machado (1990) resume a pretensão de sua tese em anunciar a existência de

uma impregnação mútua entre a matemática e a língua materna. Caracteriza tal

impregnação como componente de conteúdos curriculares, complementada em suas

metas básicas relacionadas ao ensino de ambas (português e matemática), destaca

a necessidade do reconhecimento dessa impregnação para superar as dificuldades

com o ensino da matemática, o que vem confirmar as hipóteses e embasar os

objetivos do presente trabalho. O autor ressalta as relações de interdependência

entre o ensino da matemática e da língua materna (a primeira língua que o individuo

aprende), observando a necessidade dessa mediação no ensino da matemática.

Admite que haja caminhos a seguir que dependem fundamentalmente do canal de

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comunicação que se estabelece entre emissor e receptor de uma mensagem

mediante a um procedimento que pertence à linguagem. Muito mais do que

aprendizagem de técnicas para se operar com símbolos, a matemática relaciona-se

com o desenvolvimento da capacidade de interpretar, analisar, significar, sintetizar,

transcender o imediatamente sensível, extrapolar, projetar. Isso contraria a postura

de que linguagens formais revelam-se tanto mais precisas quanto mais distantes da

experiência, restringindo-se somente à operações sintáticas sobre seus próprios

símbolos.

Para Machado (1990)

a matemática não pode ser tratada estritamente como linguagem formal. É preciso tratá-la como sistema de representação que vai além dos formalismos, aproximando-se da língua materna, que lhe empresta a oralidade ao mesmo tempo em que estabelece relações entre os significados. Tal exame leva ao esclarecimento das relações entre sintaxe e semântica, técnica e significado, destacando-se a absoluta necessidade de mediação entre matemática e língua materna, reconhecendo assim essa impregnação que é, segundo o autor, o fundamento das ações que visam à superação das dificuldades com o ensino da matemática.

Solé (1998, p.22), diz que a leitura “é um processo de interação entre o leitor

e o texto; neste processo tenta satisfazer [obter uma informação pertinente para] os

objetivos que guiam a leitura,” ou seja, constrói-se na interação entre o leitor e o

texto por meio de um processo no qual o pensamento e a linguagem estão

envolvidos em trocas contínuas.Umas das atribuições da escola é ensinar a ler e a

escrever, tais habilidades são indispensáveis para todas as áreas ou disciplinas

escolares, uma vez que são os meios básicos para o desenvolvimento da

capacidade de aprender e se constituem em competências que devem ser

desenvolvidas pelo estudante durante sua formação.

4 Desenvolvimento das atividades

Interação com os alunos sobre a importância de ler.

A implementação ocorreu na Escola Estadual Heitor de Alencar Furtado–

Ensino Fundamental, Paiçandu– PR. A escola localiza-se na periferia da cidade,

Rua Ibirapuera, Nº 620, Jardim Santa Lúcia. Iniciam-se as aulas práticas em sala de

aula no segundo semestre de 2011, com a 5ª série/6º ano A, com 34 alunos, do

Ensino Fundamental, do turno matutino. Os alunos da turma em que foi realizada a

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intervenção encontram-se na faixa etária entre10 e 12 anos, apresentando sérias

dificuldades em leitura e interpretação.

A resolução de problemas consiste em um meio de desenvolvimento da

Matemática. Embora a resolução de problemas seja muito estudada por educadores

matemáticos, ainda é pouco utilizada no dia-dia da sala de aula e sua

implementação como metodologia poderá ser importante para o ensino da

matemática.

É importante ressaltar a diferença entre exercícios e problemas. O exercício

sustenta-se num procedimento padrão, em que o aluno tem certo domínio para a

obtenção do resultado ou tem memorizado o mecanismo resolutivo. E o problema

consiste em deparar o aluno frente a uma situação imprevisível, diante de um

obstáculo a ser superado com maior complexidade.

É importante que a leitura se constitua como uma prática social de funções

diferentes, pelas quais os estudantes possam perceber que necessitamos ler não

somente para compreender o texto, mas para se comunicar melhor, adquirir

conhecimentos, ampliar os horizontes em relação ao mundo em que vivemos e as

ligações ao seu bem estar social.

Sendo então, uma necessidade básica na vida de cada um, podendo ser produtiva

para enriquecer as relações interpessoais dentro do seu grupo e até no mercado de

trabalho. Tornando-se uma pessoa com boa leitura, terá mais facilidade de

conseguir bons trabalhos.

Devemos realizar trabalhos com diversos livros, de autores diferentes e textos

históricos, mostrando ao aluno que para aprender matemática e resolver problemas

devemos ler e interpretar o texto, não deixando o livro didático sem uso.

Assim diz LUCHESI:

o livro didático, de forma alguma, deve ser instrumento descartável no processo de ensino. Ele é um instrumento importante, desde que tem a possibilidade de registrar e manter, com fidelidade e permanência a mensagem. O que está escrito permanece escrito; não é tão perecível quanto à memória viva.

Tomando como base o ensino e a aprendizagem da leitura na área de

Matemática, bem como a formação melhor a interpretação de um problema

Matemático, o livro não pode ausentar-se desse processo, principalmente pelo fato

de ser, em alguns casos, o único material a esse respeito que o aluno dispõe em

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casa e na escola. Nesse caso, cabe ao professor utilizar, o mais significativamente

possível, os textos abordados pelo livro didático oferecidos na escola.

Eu, como professora há vários anos, venho procurando novos meios ou

formas para que o aluno se interesse pela leitura utilizasse textos de outros livros e

“historinhas” pois a maioria chega na 5ª série/6º ano sem saber ler, trabalhando com

atividades referentes ao conteúdo do bimestre.

Partindo do ponto de vista de que “o Verbo ler não suporta imperativo”

(PENC,1993,p.13 ), a leitura não deve ser encarada nem pelo professor nem pelo

aluno como uma obrigação, um dever, e sim como uma atividade prazerosa.Para

isso o professor deve demonstrar paixão pela mesma e apresentá-la como

fundamental para a formação intelectual do educando. A preocupação do trabalho

com a leitura centra-se na necessidade de fazer com que o leitor entenda o texto e

seja capaz de manuseá-lo de diferentes formas para ressaltar em uma leitura

significativa e crítica. Dessa forma assim terá mais facilidade em interpretar

problemas Matemáticos.

5 A metodologia da resolução de Problemas

A resolução de problemas consiste em um meio do desenvolvimento da

Matemática. Portanto, a Matemática tem como principal característica a obtenção de

um mesmo resultado a partir de diversos métodos de resolução e desde os tempos

mais remotos, existiam problemas para serem resolvidos. Embora a resolução de

problemas seja muito estudada por educadores matemáticos, ainda é pouco

utilizada no dia-a-dia em sala de aula e sua implementação como metodologia

poderá ser importante para o ensino da Matemática.

Os problemas Matemáticos que tanto amedrontam os alunos tem como

objetivo desenvolver o raciocínio lógico e o esforço da mente, ajudando a encontrar

métodos para se chegar a um resultado. O problema não tem uma resposta rápida,

necessitando do esforço mental, levando o aluno a desenvolver seu lado intelectual.

Dessa maneira pode-se analisar a importância do problema no processo de ensino

aprendizagem, destacando-se a motivação como fator importante para o sucesso da

resolução de um problema. Alguns professores, os mais dedicados, tentam

descobrir as causas da falta de interesse dos estudantes, principalmente em

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resolução de problemas, nos quais encontram dificuldades em saber qual operação

utilizar. A resposta se encontra na ausência de empenho e prazer no aprendizado.

Acredita-se que ensinando a Matemática por meio de história com a

resolução de problemas, pode-se trazer o dia-a-dia dos estudantes uma aula mais

atrativa.

Um problema é mais valioso à medida de quem resolve ou seja, quem está se

propondo a encontrar a solução do problema, tenha de modificar estratégias e criar

ideias. Quem resolve pode até saber o objetivo a ser atingido, mas ainda estará

enfrentando um problema se ele não dispõe dos meios necessários para atingir tal

objetivo.

6 Contextualizando o objetivo de estudo

Sentindo a grande dificuldade dos alunos na leitura e interpretação de

problemas matemáticos, resolvi buscar novas metodologias que ajudam o aluno a

melhorar, principalmente a leitura . Resolvendo trabalhar com textos históricos de

objetos e outros em sala de 5ª série/6º ano e sala de apoio. Sabemos que a maioria

dos professores conduz suas aulas com uma metodologia voltada para

apresentação de fórmulas e resoluções de exercícios a fim de obter bons resultados

no ensino da Matemática.

Levando-se em conta a evolução da tecnologia, sabemos que esta

metodologia não mais conduz com o novo aprendizado, e que estudiosos nos

mostram que o caminho deve ser trilhado com leituras e pesquisas.

O professor deve ser o principal modelo e deve gostar de ler e pesquisar,

sendo o foco de ensinar, para aprender, centrando no aluno.

Sabe-se que não há aula expositiva no sentido tradicional, a cada semana o aluno

deve inicialmente ler um texto contendo conteúdos previamente estabelecidos num

cronograma e utilizar as aulas para retirar suas dúvidas com o professor e refletir

sobre o conteúdo estudado da semana ou mês. A partir das dificuldades

encontradas pelos alunos em sala de aula, o professor deve observar o que está

dificultando a compreensão do conteúdo conduzindo o aluno não só ao

entendimento do conteúdo matemático, mas também a identificar o que ele

entendeu com o que está no texto.

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Para dar uma idéia mais precisa dessa experiência, é importante destacar

que foi aplicado em uma turma com 34 alunos da 5ª série/ 6º ano do e Ensino

Fundamental.

A busca de melhoria no ensino da Matemática deve-se as pesquisas do

ensino da Matemática em que as Diretrizes do Ministério da Educação e Cultura

(MEC) no qual se trata em seu texto em Programa Brasil Alfabetizado, cuja Matriz de

Referência Comentada para a Matemática e Escrita nos diz:

“(...) para uma pessoa ser considerada alfabetizada, hoje no Brasil, ela deve ser capaz de ler vários gêneros discursivos, não só os que estão nos livros, mas também os que estão nos cartazes, nos jornais, nas revistas, nos documentos pessoais, nas contas de água, de luz, de telefones, nos contratos de trabalho, numa ordem de serviço, em orçamentos, em notas fiscais, em folhetos de propagandas, entre tantos outros suportes. Quase sempre, esses textos trazem informações numéricas ou exige que o leitor realize algum raciocínio ou cálculo matemático.”

Para diversos de nossos alunos, realizar matemática no cotidiano é um ato

impensado, ou seja, realizar sem saber. A esse exemplo em sala de aula, durante a

aplicação do projeto, um aluno estava com a conta de água para que na volta à sua

casa a passasse em um lugar credenciado para pagar, perguntei: qual o valor que

está escrito neste talão?

A criança disse: quatro, oito, um e cinco, pois o valor seria R$48,15. “O aluno não

sabia ler a quantidade, conhecia apenas os algarismos. Outros casos semelhantes

surgiram durante a aplicação do projeto”.

7 Desenvolvimento

Descrevo aqui os resultados da implementação da unidade didática do

programa PDE, sendo apresentado aos pais colocando-os a par do que seria

trabalhado com seus filhos durante um período de 32 horas/ aulas, o que não iria

prejudicá-los nos conteúdos do bimestre e sim, ajudá-los. Mostrando a eles que

esse trabalho levará o aluno a tomar gosto pela leitura e não ver a Matemática como

uma obrigação e sim como uma necessidade e computado do nascimento até a

morte.

Apresentando em sala de aula o tema a ser trabalhado durante o período da

aplicação do projeto, e o material que utilizaram.

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De maneira geral, os alunos manifestaram a impressão de que o “ter que ler”

e “ter que escrever”, em Matemática, inicialmente os assustou achando que isso

seria só em Português, em matemática seriam números e operações e não leituras.

Foi uma experiência valiosa, que mostrou se não soubermos ler, dificilmente

conseguiremos resolver problemas e, interpretá-los e saber qual será a operação a

se utilizar. Em alguns casos não foi possível sanar as dificuldades apresentadas por

eles, pois o tempo foi curto e dificilmente, se é possível em poucas horas de

trabalho, sanar a defasagem dos anos anteriores.

Primeiro momento

Iniciei as aulas com apresentação de um DVD, que contava um pouco da

História do Lápis. Os alunos ficaram maravilhados com o que estavam assistindo, a

atenção e o interesse pelas aulas surpreenderam, não faltando às aulas. Querendo

entender o final da história, pois cada dia era apresentado um capítulo durante

quatro horas aulas. Em seguida, a entrega de uma apostila contendo a História e as

atividades.

Segundo momento

Leitura dos textos da apostila, grifando as palavras desconhecida, escrevendo

no espaço reservado seu significado com auxílio do dicionário. Alguns alunos

encontraram dificuldades em manusear o dicionário para encontrar as palavras

desconhecidas necessitando de ajuda do professor.

Terceiro momento

Resolução dos problemas propostos construídos com textos da história

aplicando as quatro operações: adição, subtração, multiplicação e divisão. Os alunos

leram com atenção para resolver os problemas procurando entender qual seria a

operação usada para encontrar o resultado, alguns alunos tiveram dificuldades em

descobrir quais seriam as operações utilizadas, tendo que ter auxilio do professor.

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Quarto momento

Resolução de problemas com duas ou mais operações descritos na forma de

textos. A maioria dos alunos teve dificuldades na resolução, querendo que o

professor falasse qual seriam as operações utilizadas em cada problemas. Aqueles

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que resolveram, vibraram e auxiliaram os colegas que se encontravam com

dificuldades em resolver.

Quinto momento

Um trabalho como tarefa de casa com grupos de quatro alunos pesquisaram

preços e qualidade de lápis nas livrarias e ou papelarias da cidade. Cada grupo

montou problemas envolvendo as quatro operações. Apresentando em sala de aula.

Três grupos se destacaram muito com esse trabalho, que os ajudam a entender e

tomar gosto pela Matemática, mostrando aos demais que é bom pesquisarmos e,

formando textos, aprendemos com mais facilidade dizendo que Matemática não é

tão difícil, De um modo geral pode-se dizer que todos os problemas propostos

durante a implementação ajudaram os alunos a entender um pouco mais que a

leitura nos ajuda a melhorar nas outras áreas.

Entretanto, é fundamental que o professor problematize as diversas

estratégias empregadas para a resolução dos problemas neste caso, apresentado

por meio de história. O intuito não é encontrar uma estratégia certa, até porque

qualquer estratégia que alcance o resultado esperado é uma estratégia correta. A

ideia em discutir e debater as estratégias além de socializar os resultados obtidos, é

fazer com que os alunos reconheçam a necessidade de pensar rigorosamente,

alcançando os resultados com maior eficácia.

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8 Considerações Finais

Acredito que o projeto contribuiu no ensino da Matemática

As considerações feitas durante esse trabalho tiveram a intenção de destacar

a importância da leitura a interpretação na resolução de problemas por meio de

histórias como método de ensino em Matemática. É um desafio, nos dias de hoje,

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para os bons profissionais de educação, buscar a satisfação em ensinar e

principalmente a motivação de seus alunos a aprender a ter gosto pela leitura e a

Matemática. Oferecendo mais uma opção para professores da Matemática mediar

conhecimentos viabilizados por textos históricos na resolução de problemas e

ajudando seus alunos a desenvolverem o raciocínio lógico no qual ajudarão na

interpretação do problema tendo mais facilidade na resolução. As leitura dos textos

oferecidos em matemática durante a implementação pode ser trabalhada em outras

disciplinas ajudando na compreensão da importância da leitura e da interpretação. A

resolução de problemas é um assunto cativante e envolve vários fatores para se

chegar à solução desejada, analisando bem o problema para saber quais técnicas e

estratégias serão adequadas na sua solução.

O estudo realizado mostrou a importância dos conhecimentos prévios dos

alunos, tanto os linguísticos quanto os matemáticos, que devem mobilizar para lhes

permitir a interpretação dos enunciados e a escolha dos procedimentos mais

adequados à resolução dos problemas propostos.

A implementação desse projeto levou-me a refletir sobre a nossa prática em

sala de aula, principalmente com alunos de 5ª série/ 6º ano e sala de apoio,

percebendo que se o aluno não entender a linguagem do texto matemático, não

avança na sua estratégia cognitiva. Compreende ainda, como nos expõe Lerner e

Sadovsky (1996, p.90), que “estudar só faz sentido se for para uma melhor

compreensão das relações matemática, para ser capaz de entender uma questão”.

Desta forma, este trabalho me possibilitou refletir se o problema está na forma

como trabalhamos a leitura, a compreensão e, como conseqüência, a resolução de

problemas. Fica evidente que o papel do professor não é apresentar soluções

prontas e acabadas, mas sim agir como mediador entre o conhecimento que os

alunos já possuem e os que precisam adquirir para minimizar as suas dificuldades,

mostrando confiança na capacidade dos mesmos. Sempre que inovamos a maneira

de trabalhar, os alunos respondem de forma satisfatória, tendo mais interesse pelos

conteúdos propostos.

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9 Referência

-A escolha da história do LÁPIS e entra a história da FABER CASTELL3, pois a

mesma mostra a preocupação pelo reflorestamento e os cuidados pela NATUREZA.

10 Bibliografia CARRAHER, Terezinha (org.). Aprender Pensando. Petrópolis: Vozes, 1986. __________________. Na vida dez, na escola zero. São Paulo: Cortez, 1989. D’ANTÔNIO, Sandra R. Linguagem e matemática: uma relação conflituosa no processo de ensino? 2006. p.185. Dissertação de Mestrado (Educação para a ciência e o ensino matemática). Universidade Estadual de Maringá. FABER CASTELL. A História do Lápis. Disponível em http://www.faber-castell.com.br/17865/Institucional/Histria-do-Lpis/default_ebene2.aspx. Acesso em setembro de 2010. GEORGE, Polya, A Arte de Resolver Problemas, editado em 1944. LERNER,Delia; SADOVSKY, Patrícia. O sistema de numeração: um problema didático.In.PARRA, Cecília e SAIZ, Irma (org.). Trad. Jean Acña Florens. Didática da Matemática: reflexão psicopedagógicas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996 LOPES, Sílvia E. Alunos do ensino fundamental e problemas escolares: Leitura e interpretação de enunciados e procedimentos de resolução. 2007. Dissertação de Mestrado (Educação para a Ciência e o ensino de matemática). Universidade de Maringá. LUCKESI, Cipriano Carlos. Filósofo da Educação- São Paulo: Cortez, 1994. (Coleção Magistério. 2º grau. Série formação do professor). MACHADO,Nilson José. Matemática e Língua Materna: Análise de uma Impregnação Mútua. São Paulo: Cortez, 1990. SCHLIEMANN, Analúcia. As operações concretas e resolução de problemas de matemática. In: Carraher, Terezinha, (org.): Aprender pensando. Petrópolis: Vozes, 1986. SMITH, Frank. Compreendendo a leitura: uma análise psicolinguística da leitura e do ato de ler.Tradução de Daise Batista. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. Solé, Izabel. Diz que a leitura é um processo de interação entre leitor e o texto. (1998,p.22) VYGOTSKY,Lev. Pensamento e Linguagem..São Paulo: Martins Fontes, 1991. 3 A escolha da história da Faber Castell, não tem a intencionalidade de estar divulgando a empresa, mas sim pela valorização da conservação do Meio Ambiente,