Upload
ngodan
View
220
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Leonardo
0
0
MATERIAIS DE CONSTRUÇÕES
2
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Olá, meus amigos e amigas!
Estamos inaugurando este novo espaço para concursos e é muito
bom tê-los aqui. Nossas aulas visam preencher uma lacuna no mundo dos
concursos com relação às áreas agrícolas, onde faltam materiais de
qualidade para que possamos estudar os temas pedidos nos editais, nosso
objetivo e preencher esta lacuna e preparando os alunos a disputar uma
vaga, e estar entre os classificados. Assim, teremos aulas voltadas para os
principais concursos nacionais como: FISCAL AGROPECUÁRIO - (MAPA)
(Agronomia, veterinária, zootecnia), PERÍTO DA POLÍCIA FEDERAL
(Agronomia, engenharia florestal, engenharia elétrica, etc),
POLÍCIA CIENTÍFICA, INCRA E MUITOS OUTROS. Estaremos
elaborando aulas de acordo com os editais, com muitos exercícios, para
que possamos gabaritar estas provas. Queremos abordar várias áreas,
INTRODUÇÃO
3
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
como engenharia agrícola, florestal, ambiental, engenharia civil,
engenharia elétrica, arquitetura etc.
ENTÃO, NÃO SE ESQUEÇA: ESTE É O NOSSO ESPAÇO
O curso da POLÍCIA CIVIL DO PIAUÍ e uma excelente oportunidade.
ENTÃO VAMOS ESTUDAR!
Nosso curso compõe-se de cinco aulas em pdf totalmente explicadas
contemplando vários exercícios de concursos anteriores visando o
treinamento do candidato, esse material objetiva ser a única fonte do aluno
contemplando toda a matéria solicitada no edital. Então, não precisará de
livros, apostilas, ou qualquer outro material. Em caso de dúvidas, teremos
um FÓRUM diretamente ligado aos professores, no qual você pode
entrar em contato, quando julgar necessário, para esclarecimento de
pontos da aula que não ficaram tão claros ou precisam de um
aprofundamento.
O site foi feito pensando em você, para que alcance seus sonhos,
passar em um bom concurso. Para isso precisamos de excelentes
materiais, o que era uma raridade nas áreas específicas, hoje temos
AGRONOMIACONCURSOS vindo a preencher está lacuna.
www.agronomiaconcursos.com.br
4
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Acompanhe nossa página no Facebook com as novidade no mundo dos
concurso.
Agronomia concursos
APRESENTAÇÃO
Meu nome é Leonardo, sou Engenheiro Agrônomo formado na
Universidade Federal de Lavras. Trabalho há 10 anos na Emater-MG
(Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas
Gerais). Tenho pós-graduação Lato Sensu em Extensão Ambiental para o
Desenvolvimento Sustentável e em Gestão de Agronegócio. Iniciei o
mestrado em Agricultura Tropical, na área de conservação de solos. Fui
professor do curso técnico agrícola Pronatec, ministrei aulas de nutrição e
forragicultura, fertilidade do solo e culturas anuais e olericultura. Sou
professor de matemática e física do ensino médio. Ministro vários cursos
para agricultura familiar, entre eles fertilidade do solo, culturas anuais,
olericultura, mecanização agrícola, cafeicultura e manejo da bovinocultura
de leite. Trabalho com crédito rural (custeio e investimento), elaborando
projeto e prestando orientação aos agricultores há 10 anos. Sou
5
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
responsável pela elaboração da Declaração de Aptidão ao Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP) e correspondente
bancário pelo sistema COPAN.
Fiz vários concursos, como Adagro-Pe (agência de fiscalização
agropecuária de Pernambuco), Perito da Policia Federal área 4 –
agronomia, Ministério Público e Ibama. Logrei êxitos em alguns e fui
reprovado em outros, mas assim é a vida do concurseiro. Passei na
Emater-MG, onde estou até hoje. O AGRONOMIA CONCURSOS tornou-se o
nosso ponto de encontro, nosso espaço de estudo para gabaritar todas as
provas de agronomia. Aproveite todas as oportunidades. Solicitamos que os
alunos que adquirirem nossos cursos avaliem-nos no final, para que
possamos melhorar a linguagem e os temas que não ficarem tão claros.
Espero que vocês também aprovem e gostem do nosso material, e que ele
possa ajudar na sua aprovação
O QUE VAMOS ESTUDAR NESTE CURSO?
ANÁLISE DO EDITAL
PERITO CRIMINAL
6.Construções rurais: Materiais de construção; 6.1.Estruturas de
sustentação; 6.2.Planejamento de instalações pecuárias; 6.3.Orçamento e
custos de construções rurais.
4.Avaliação de imóveis rurais: Normas técnicas; 4.1.Metodologias de
avaliação de imóveis rurais
21 Topografia: métodos de levantamento topográfico e aplicações na área
rural.
22 Geoprocessamento: cartografia básica; sistemas de geoposicionamento;
sistema de informações geográficas (SIG) e sensoriamento remoto.
Vamos ao nosso cronograma
6
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
AULAS PROGRAMA DATA
AULA 0 INTRODUÇÃO E A UTILIZAÇÃO DOS
MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO RURAL
POSTADA
AULA 1 ESTRUTURAS DE SUSTENTAÇÃO POSTADA
AULA 2 ENGENHARIA CUSTOS POSTADA
AULA 3 PLANEJAMENTO DE INSTALAÇÕES PECUÁRIAS POSTADA
AULA 4 CARTOGRAFIA BÁSICA POSTADA
AULA 5 SISTEMAS DE GEOPOSICIONAMENTO;
SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS
(SIG) E SENSORIAMENTO REMOTO.
POSTADA
AULA 6 NORMAS TÉCNICAS E METODOLOGIAS DE
AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS.
POSTADA
AULA 7 ARMAZENAGEM E PROCESSAMENTO DE
SEMENTES E GRÃOS
POSTADA
AULA 8 TOPOGRAFIA E AGROMETEROLOGIA 22/06/2018
7
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
A Construção rural é uma parte da Agronomia de grande importância
em qualquer tipo de planejamento para fomento de atividades
agropecuárias, na criação de animais ou na agricultura em geral, e o seu
campo de atuação bastante amplo, buscando técnicas construtivas visando
aumento da produtividade e o conforto animal com instalações adequadas
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
8
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
para cada espécie, e para armazenamento de grãos na pós colheita com
infra-estruturas capazes de guardá-las adequadamente até a sua utilização.
Pelas suas características próprias, requer conhecimentos intimamente
relacionados com a área agronômica e veterinária, os quais, aliados à
simplicidade e a economia de execução, irão proporcionar, conforto nas
instalações dos animais, e o correto dimensionamento das instalações
dentro da propriedade.
Assim, as instalações são consideradas como um ponto fundamental
dentro da exploração. Portanto, devem ser amplas, arejadas, de fácil
higienização e voltadas ao maior conforto possível para que o animal não
sofra os rigores das chuvas, dos ventos e das temperaturas extremas.
Deverão, ainda, atender às legislações federal, estadual e municipal
relativas ao meio ambiente, controle sanitário e segurança. É desejável que
o sistema seja eficiente na movimentação, alimentação e manejo dos
dejetos, devendo prover um ambiente que, ao mesmo tempo, seja
saudável para os animais e que promova condições de trabalho favorável e
confortável para os funcionários e que seja, por fim, mas não menos
importante, economicamente viável. (CAMPOS et al, 2005).
A grande maioria das edificações para bovinos leiteiros se mantém
dentro de padrões de instalações abertas, com ventilação natural,
associada ou não com ventilação artificial complementando uma maior
movimentação de ar, de maneira a terem-se melhores condições de
conforto térmico. (CAMPOS et al., 2005).
É imprescindível, no planejamento das instalações, que se tenha:
espaço adequado; área de descanso seca e ventilada; sombra; espaço de
cocho apropriado para alimento (e para reduzir competição); grupos
homogêneos e ambiente saudável. (CAMPOS et al, 2005). Projetar
instalações para animais não significa, apenas, dimensionar estruturas e
definir espaços, mas dimensioná-las em função das necessidades próprias
do animal e de sua interação com o meio ambiente e o homem.
9
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DAS CONSTRUÇÕES
O princípio que deve nortear qualquer construção, não importando seu
tamanho, ela deve ser perfeita, no menor tempo possível, com menor
custo, assim, aproveitando o máximo rendimento das ferramentas e da mão-
de-obra. O princípio perfeição é muito difícil de ser conseguido, mais mesmo
assim, deve-se procurar alcançá-lo.
Assim, a fase de construção, execução ou produção, que se segue
logo que se tem o desenvolvimento do projeto executivo é a da construção,
cuja atividade principal é a de tornar concretos os planos pré-estabelecidos
constantes dos desenhos e plantas, obedecendo-se as especificações,
detalhes, memoriais, cronogramas, previsões de prazos e de custos e
buscando-se um bom padrão de qualidade nos resultados finais do produto.
A esta atividade chama-se comumente obra.
Desta forma, a obra é, portanto, o conjunto de atividades de
construção, com emprego de materiais, mão-de-obra especializada,
ferramentas e equipamentos específicos, desenvolvido no espaço físico
denominado canteiro de obras, planejado racionalmente para possibilitar a
materialização daquele projeto específico, conforme os parâmetros
estabelecidos.
A construção ou obra também passa por duas etapas: o
planejamento da construção e a construção propriamente dita. A obra é
então uma das fases do Projeto. Desta forma devemos dar atenção em todas
as fases da obra, sendo essas:
trabalhos preliminares;
trabalhos de execução;
trabalhos de acabamento.
É indispensável um conhecimento consistente das etapas construtivas
de uma obra e de seus serviços componentes para o bom desenvolvimento
da programação e do controle das obras, pois ele permite ao engenheiro
trabalhar com mais fluência e segurança as atividades de orçamentação,
10
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
elaboração de cronograma físico, de compras e de desembolso e no
acompanhamento de obras, tão importante para o controle dos resultados
desejados.
Trabalhos preliminares
São os trabalhos iniciais que antecedem a construção propriamente dita,
dentre eles:
elaboração do programa escolha do local;
estudo do subsolo, anteprojeto e projeto;
organização da praça de trabalho;
acerto do terreno;
locação da obra.
TRABALHOS DE EXECUÇÃO
Os trabalhos de execução da construção propriamente dita, são:
abertura das valas de fundação;
consolidação do terreno, alicerces, baldrames;
obras em concreto;
aterros e apiloamento;
paredes e divisórias;
revestimentos das paredes;
armação de andaimes;
engradamento e cobertura do telhado;
pisos, forros, esquadrias;
assentamento das tubulações de água;
esgotos e eletricidade;
Trabalhos de acabamentos
Constitui a parte final da obra, entre eles:
assentamento de ferragem nas esquadrias;
11
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
rodapés;
aparelhos elétricos;
aparelhos sanitários;
equipamentos;
vidros;
pintura;
limpeza geral etc,
Vamos analisar com mais profundidade cada item;
TRABALHOS PRELIMINARES
Para se organizar o projeto de uma construção qualquer deve-se
levar em conta três fatores básicos:
lista dos cômodos e componentes que a obra irá necessitar;
conhecimento aprofundado do mecanismo de serviços que ali serão
realizados;
Exemplo: Para se planejar uma maternidade de suínos são necessários
conhecimentos de Economia, de Sociologia, de Zootecnia e de Construções,
pois o projeto deve-se adequar as condições técnico-econômicas da
propriedade, à raça dos animais, às especificações de produção, ao
manejo, à forma de trabalho, aos equipamentos e às condições físicas do
terreno, a cultura local e regional de modo a possibilitar que os trabalhos
diários se desenvolvam com segurança.
LOCALIZAÇÃO
O terreno onde será implantada a unidade de produção deve ter boas
características de drenagem, ser levemente inclinado, firme, ensolarado e
protegido contra ventos frios, com o que se conseguirá minimizar os
problemas advindos da alta concentração de umidade no local de criação
dos animais. Deve ter abastecimento de energia elétrica e água de boa
qualidade, além de ser servido de vias de acesso e, por fim, deve ter
12
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
formas e dimensões necessárias para permitir ampliações futuras e
distribuição racional das instalações. Escolher o local para construção de
uma instalação deve ser bem executado de modo que se aproveitem as
vantagens da circulação natural do ar e evite barreiras como construções,
barreiras naturais ou artificiais. A instalação deve ser situada em relação à
principal direção do vento.
ORIENTAÇÃO
Em regiões quentes, as instalações devem ser abertas, com o eixo
longitudinal do pavilhão (eixo maior) orientado no sentido leste-oeste
(nascente-poente), para minimizar a penetração de raios solares,
particularmente quando se cria em confinamento total, além de serem
fechadas ao sul, para evitar as correntes de ventos mais frios. Em clima
temperado, o eixo maior deve fica na direção norte-sul, para aumentar a
radiação no interior do galpão no inverno (período chuvoso), auxiliando no
aquecimento da instalação e mantendo-a mais seca e ―esterilizada‖ pelos
raios solares
Fonte: Guia de Construções Rurais, vol. 1 – ABCP.
O sol não é imprescindível à suinocultura. Se possível, o melhor é
evitá-lo dentro das instalações. Assim, devem ser construídas com o seu
eixo longitudinal orientado no sentido leste-oeste. Nessa posição, nas horas
13
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
mais quentes do dia, a sombra vai incidir embaixo da cobertura e a carga
calorífica recebida pela instalação será a menor possível. A temperatura do
topo da cobertura se eleva, por isso é de grande importância a escolha do
material para evitar que essa se torne um coletor solar. Na época da
construção da instalação deve ser levada em consideração a trajetória do
sol, para que a orientação leste-oeste seja correta para as condições mais
críticas de verão. Por mais que se oriente adequadamente a instalação em
relação ao sol, haverá incidência direta de radiação solar em seu interior
em algumas horas do dia na face norte, no período de inverno. Providenciar
nessa face dispositivos para evitar essa radiação.
Figura 3. Orientação da instalação em relação à trajetória do sol.
14
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
MATERIAIS DE CONSTRUÇÕES
Os materiais de construção podem ser simples ou compostos, obtidos
diretamente da natureza ou resultados de trabalho industrial. O seu
conhecimento permitirá utilizá-los de forma adequada para cada situação
na obra. As os materiais devem ser escolhidos conforme a solidez, a
durabilidade, o custo e a beleza no acabamento das obras.
As condições técnicas (solidez, durabilidade e beleza) são examinadas
especialmente quanto à trabalhabilidade, durabilidade, higiene e estética. A
durabilidade implica na estabilidade e resistência a agentes físicos,
químicos e biológicos, oriundos de causas naturais ou artificiais, tais como
luz, calor, umidade, insetos, microorganismos, sais, etc.
Os requisitos de higiene visam à saúde e ao bem-estar do usuário da
construção. Observa-se sobre este ângulo, o poder isolante de calor e do
som, o poder impermeabilizante e a ausência de emanações de elementos
prejudiciais. O fator estético é observado quanto ao aspecto do material
colocado, de cujo emprego simples ou combinado, se pode tirar partido
para a beleza da obra. Um material é mais econômico que outro quando
em igualdade de condições de resistência, durabilidade, estabilidade e
estética, estiverem com preço inferior de assentamento na obra. Ou ainda,
quando em igualdade de preço apresentar maior resistência, durabilidade,
estabilidade e beleza.
15
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Cabe ao responsável técnico entre as opções possíveis às que melhor
atendam a condição acima. Para isto devem ser consideradas as
propriedades físicas, químicas e mecânicas dos materiais, sendo que estas
normalmente são determinadas pela tecnologia experimental.
PEDRAS NATURAIS
As pedras naturais têm sua maior aplicação na realização de
alicerces, muros de arrimo, pavimentação de pisos rústicos e algumas
vezes na execução de revestimento de paredes. Utilizamos nas construções
as pedras duras, pesadas e que apresentem textura homogênea quando
forem partidas. Pedras porosas absorvem água, sendo indesejável sua
utilização, principalmente em alicerces. As pedras utilizadas em
construções provêm de pedreiras encontradas normalmente em ladeiras de
morros.
Também são usadas as pedras de cantos rolados, encontrados em
leitos de rios. Neste caso deve-se quebrá-las para aumentar o poder de
aderência. Existem diversos tipos de pedras entre elas o granito, arenito,
basalto, gabro, minérios de ferro, concreções e mais raramente ardósia,
são exemplos de algumas pedras naturais empregadas nas construções
rurais.
AGREGADOS
Agregado é materiais granular, sem forma e volume definidos,
geralmente inerte (não reagem com o aglomerante), de dimensões e
propriedades adequadas para uso em obras de engenharia. São obtidos de
rochas britadas, os fragmentos rolados no leito dos cursos d’água e os
materiais encontrados em jazidas, provenientes de alteração de rochas.São
utilizados em lastros de vias férreas, bases para calçamentos, pistas de
rolamento das estradas, revestimento betuminoso, e como material
granuloso e inerte para a confecção de argamassas e concretos.
Em argamassas e concretos os agregados são importantes do ponto
de vista econômico e técnico, e exercem influência benéfica sobre algumas
16
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
características importantes, como: retração, aumento da resistência aos
esforços mecânicos, pois os agregados de boa qualidade têm resistência
mecânica superior à da pasta de aglomerante. A classificação dos
agregados é variável, à medida que analisamos o ponto de vista de
diferentes autores. Abaixo estão relacionadas algumas das classificações
utilizadas.
Classificação quanto à origem:
Naturais: areia, seixos rolados (pedregulhos, cascalhos);
Artificiais: britas.
Classificação quanto à massa específica aparente:
Leves: pedra pome, vermiculita, argila expandida;
Pesados: barita, magnetita, limonita;
Normais: areias, seixos rolados, britas.
Classificação quanto ao diâmetro máximo:
Agregado miúdo: areia;
Graúdo graúdo: brita, seixos rolados, cascalho ou pedregulho;
Mesclado (miúdo e graúdo).
Obtenção dos Agregados
Areia e Seixos Rolados
Alguns agregados são obtidos por extração direta do leito dos cursos
d’água, ou por meio de dragas (areia e seixos rolados) e às vezes de minas
(areias). Posteriormente este material retido sofre um beneficiamento que
consiste em lavagem e classificação.
AREIA
As areias são definidas como materiais granulares miúdos de origem
natural, ou seja, resultante da ação da fragmentação natural de agentes da
natureza encontrados sob a forma de agregados, usada como agregado miúdo
na confecção de argamassas e concretos. Além disso, contribuem para o
aumento da resistência ao desgaste do cimento, melhora da trabalhabilidade e
aumento da resistência ao fogo. Pode ser classificada pela dimensão em:
17
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
areia grossa, média e fina. As areias devem sempre ser isentas de sais,
graxas, materiais orgânicos, barro ou qualquer outro elemento que
prejudique a sua utilização.
As areias pode originar de diversos locais como: rio sendo depósitos
sedimentares que se formam nos leitos de alguns rios. De cava que são
depósitos aluvionares em fundos de valas cobertos por capa de solo. De
escória de alto forno, granulada, é a que é resfriada bruscamente por jato
de água, fragmentando-se em grãos. De praias e dunas sendo que as
areias das praias brasileira não se usam, em geral, para o preparo de
concreto por causa de sua grande finura e teor de cloreto de sódio. O
mesmo ocorre com as areias de dunas próximas do litoral.
Classe da Areia Módulo de Finura (MF)
Muito grossa MF > 3,90
Grossa 3,30 < MF < 3,90
Média 2,40 < MF < 3,30
Fina MF < 2,40
TABELA 1 – Classificação das areias
SAIBRO (AREIA DE GOMA, AREIA DE BARRANCO)
Tem aparência de terra barrosa, basicamente de argila, proveniente
da desagregação de rochas. Pode-se dizer que é um material proveniente
de solos que não sejam muito arenosos e nem muito argilosos. É utilizado
como componente de argamassas para alvenaria e revestimentos. Não
deve ser utilizado em paredes externas, pois as ações da chuva e da
radiação solar provocam trincas e fissuras na massa.
BRITAS
Brita é o agregado graúdo originado através da britagem de rocha, a
pedra britada ou brita é obtida em uma unidade industrial (mineradora)
denominada pedreira, onde ocorre a desintegração, por explosão
controlada, da rocha que dá origem à brita em triturados que são chamado
britador (razão do nome brita), e posteriores classificações em peneiras
18
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
onde é classificada de acordo com sua granulometria (brita 0, 1, 2, 3,
etc)(fig 2).
Fig 2 –
Classificação das britas de acordo com suas dimensões nominais
AGLOMERANTES
Aglomerantes são produtos empregados na construção civil para fixar
ou aglomerar (unir) materiais entre si, normalmente encontrados na forma
pulverulenta, esses produto normalmente reage em contato com a água,
19
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
assim formando uma solução pastosa que endurece por uma reação
química ou por secagem. Principais exemplos do uso de aglomerantes são
na obtenção de pastas, argamassas, concreto, dentre outros. A norma que
rege os padrões de qualidade, e as propriedades para cada material
aglomerante é a NBR 11172/1990 que apresenta terminologias para os
materiais aglomerantes minerais. Podem ser classificados quanto à
atividade química onde temos os:
QUIMICAMENTE ATIVOS;
OS QUIMICAMENTE INERTES.
QUIMICAMENTE INERTES
Endurecem ao meio ambiente pela evaporação da água de
amassamento (por meio de secagem). Ex: Barro cru.
QUIMICAMENTE ATIVOS
Endurecem em decorrência de uma reação química, nas condições
ambiente de temperatura e pressão. Como exemplo temos os cales,
cimentos e gessos.
Entre os aglomerantes quimicamente ativos temos duas sub
categorias inseridas que são:
OS AÉREOS;
E OS HIDRÁULICOS.
Aglomerantes Aéreos
Aglomerantes que tem como formas de endurecimento a reação de
hidratação, ou por ação química do anidrido de carbono (CO2) presentes na
atmosfera, que por sua quantidade ser relativamente baixa esse processo
na maioria dos casos se da de forma lenta, após seu endurecimento, não
tem resistência hidráulica satisfatória. Como exemplos temos os cal aérea,
Gesso de Paris.
20
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Cal
É um produto obtido com a calcinação, à temperatura entre 850 a
1.200ºC de rochas carbonatadas de calcário, sendo feita em fornos
intermitentes, construídos com alvenaria de tijolos refratários. Há dois tipos
de cal utilizada em construções:
HIDRATADA
HIDRÁULICA
CAL HIDRATADA
O processo de obtenção da cal tem início com a extração e moagem
de rochas carbonatadas de calcário (variedade de rocha onde o constituinte
principal é o carbonato de cálcio), o agregado obtido é submetido à ação do
calor (processo denominado calcinação) em fornos apropriados, com
temperatura entre 850ºC e 1200ºC. Nesta reação química, o carbonato de
cálcio, sob a ação do calor, se decompõe, formando o óxido de cálcio (cal)
e o dióxido de carbono, sendo que este gás se desprende resultando
basicamente a cal. A equação química abaixo ilustra a reação ocorrida
nesta fase.
A cal (CaO), assim obtida é denominada cal virgem, cal viva ou cal
aérea. Ainda não está pronta para ser utilizada, necessitando passar por
um processo de moagem, sendo então misturada com água em proporções
adequadas. Deste processo resulta o hidróxido de cálcio (cal hidratada),
cuja equação química é mostrada abaixo.
21
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Quando a cal hidratada é utilizada no preparo de uma argamassa e
posteriormente aplicada, ocorre a seguinte reação: A água excedente
evapora e o dióxido de carbono presente na atmosfera penetra no
revestimento, resultando na formação da "rocha carbonatada", como
mostra a Figura 1.
FIGURA 6 – Processo de endurecimento da argamassa mista.
Pelo que foi ilustrado acima, percebemos que a cal hidratada retorna
à sua condição primitiva que era a de rocha calcária, resultando assim, em
um produto final (argamassa) estável e resistente. Notamos também que o
endurecimento se processa de forma lenta e de fora para dentro,
requerendo uma superfície com certa porosidade para permitir a
evaporação da água excedente, e ao mesmo tempo permitir penetração do
dióxido de carbono presente na atmosfera. Pelo fato do endurecimento ser
lento é adicionado cimento à mistura, que promove a aderência e
resistência inicial do revestimento.
As paredes revestidas com argamassas contendo cal hidratada não
podem ser pintadas imediatamente após o término dos serviços. É
22
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
necessário um tempo de cura de pelo menos trinta dias, para que o
revestimento ganhe resistência, pois a tinta forma uma película
"impermeável" que dificulta a evaporação da água e a penetração do gás
carbônico, resultando assim em um revestimento fraco e de pouca
durabilidade. Esta observação deve ser seguida para outros tipos de
revestimentos decorativos.
A comercialização da cal hidratada é um produto em forma de pó
seco, comercializada em embalagens, sendo sacos de 20 kg, classificada de
acordo com sua composição química segundo a norma brasileira NBR-7175,
em:
CH-I – quando constituída essencialmente de hidróxido de cálcio ou de uma
mistura de hidróxido de cálcio e hidróxido de magnésio, com teor de gás
carbônico igual ou menor que 5%.
CH-II – quando constituída essencialmente de uma mistura de hidróxido de
cálcio, hidróxido de magnésio, e óxido de magnésio, com teor de gás
carbônico igual ou menor que 5%, sem limites para os teores de óxidos não
hidratados.
CH-III – quando constituída essencialmente de uma mistura de hidróxido
de cálcio, hidróxido de magnésio e óxido de magnésio, com teor de gás
carbônico igual ou menor que 13%.
Cal hidráulica
Contém maior porcentagem de argila, tem início de pega pela ação
da água, na ausência de dióxido de carbono, utilizada em casos específicos
tais como fabricação de ladrilhos, alicerces, vedação de trincas e
infiltrações. Tem pouco uso nas construções rurais.
Gesso
O gesso tem forma de pó branco, com granulometria muito fina.
Quando misturado na água inicia a pega, endurecendo dentro de 20 a 40
minutos. É utilizado para produção de argamassa fina que se emprega no
revestimento de forros. A matéria prima para fabricação do gesso é a
23
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
gipsita, a quantidade de impurezas não devem ultrapassar a 6%.
A obtenção do gesso e através do cozimento da gipsita a uma
temperatura de 150ºC a 250ºC, logo após são moídas estando prontas
para utilização sob a forma de pasta em revestimento e decorações
interiores, pois tem poder de absorver lentamente a umidade do ar,
perdendo a sua consistência. A pega da pasta de gesso e influenciada pela
quantidade de água, assim, quanto menor a quantidade de água adicionada
ao gesso mais rápida será a pega. Pode ser utilizado para cobrir paredes,
chapas para paredes e tetos. Usados exclusivamente para interiores e não
podem ter função estrutural.
ARGAMASSAS
As argamassas são pastas compostas por um ou mais aglomerante e
água, as quais se incorporam material inerte (areia ou saibro) com a finalidade
de diminuir a contração do aglomerante, melhorar a trabalhabilidade e baixar
o custo. As argamassas assim como os concretos também são moles nas
primeiras horas, e endurecem com o tempo, ganhando elevada resistência e
durabilidade. A plasticidade das argamassas na hora do uso é desejada, pois
teremos maior aderência, o que é uma grande vantagem em certas aplicações.
Para aumentar a plasticidade é adicionado um quarto componente mistura.
Pode ser cal, saibro, barro, caulim ou outros, dependendo da região.
De todos esses materiais, chamados de plastificantes, o mais
recomendado é a cal, também conhecida como cal hidratada, por três
motivos:
A sua obtenção e o seu uso são regidos pelas Normas Técnicas
Brasileiras;
O seu desempenho está comprovado por institutos de pesquisa
oficiais;
A existência, no mercado, de marcas com selo de qualidade da
ABPC - Associação Brasileira dos Produtores de Cal.
24
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
As argamassas devem ser resistentes e impermeáveis, para suportar
esforços e cargas e para resistir aos agentes atmosféricos, desgastes e
choque. Quando enterradas ou submersas devem resistir à umidade. Em
geral a resistência das argamassas aumenta com o passar do tempo.
Argamassa de cimento e areia após um mês atinge 1/3 da resistência final
e a metade aproximadamente após três meses.
O aumento da resistência a partir deste é mais lento, desenvolvendo-
se durante anos. As argamassas têm várias utilidades, tais como assentar
tijolos e blocos, azulejos, ladrilhos, cerâmicas e tacos; impermeabilizar
superfícies; regularizar as paredes através do emboço eliminando assim,
buracos, ondulações, nivela e apruma as paredes, pisos e tetos dando um
acabamento às superfícies.
TRAÇO
O traço representa a dosagem dos elementos que compõem as
argamassas e concretos. É mais conveniente expressar o traço em volume.
Assim o traço 1:4 de cimento e areia indica 1 parte de cimento e 4 partes
de areia. Em geral, quanto maior a proporção de aglomerante, maior a
resistência, aumentando também o custo. Deve-se procurar adequar o
traço à resistência requerida. A Tabela 5 fornece alguns exemplos.
Uso Traço
Alvenaria de pedra em fundações de baldrame
Cimento e areia grossa 1:16
Cimento, cal e areia grossa 1:2:12
Muro de arrimo, alvenaria de pedra
Cimento e areia grossa 1:5
Alvenaria de tijolos
Cimento, areia ou saibro 1:8
25
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Cimento, areia + 10% de terra vermelha 1:8
Cimento, saibro e areia 1:3:9
Cal e areia 1:4
Cimento, cal e areia 1:2:8 –
1:2:10
Emboços
Cimento, areia ou saibro 1:8
Cimento, areia + 10% de terra vermelha 1:8
Cimento, saibro e areia 1:3:9
Cal e areia 1:4
Cimento, cal e areia 1:2:8 –
1:2:10
Rebocos
Cimento, cal e areia fina 1:2:5
Cal e areia fina 1:1
Cal e areia fina com 50kg cimento/m3 1:2
Chapisco em superfície lisas
Cimento e areia 1:6
Assentamento de tacos, ladrilhos, mármores e pedras em
placas
Cimento e areia 1:4 – 1:5
Assentamento de azulejos
Cimento, cal e areia 1:2:8
Cimento, areia e saibro 1:3:5
Revestimento de piso cimento
Cimento e areia 1:3 – 1:4
26
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
A granulometria das areias tem grande importância nas
características da argamassa influenciando na resistência e
impermeabilidade. Areias finas exigem maior porcentagem de aglomerante
(1: 1 ou 1 :2), ao passo que as médias e grossas são mais resistentes e
econômicas, exigindo menor porcentagem de aglomerante. Indicações
quanto ao uso das areias nas argamassas:
Para revestimentos finos, reboco – areia fina;
Para assentar tijolos, embaço – areia média;
Para alvenarias de pedras – areia grossa.
As argamassas de cal podem ser usadas no traço 1:3 ou 1:4 de cal e
areia para assentar tijolos e no primeiro revestimento de paredes
(emboço), devendo nestes casos a areia ser média. Para o revestimento
fino (reboco) usa-se o traço 1:1, sobre o emboço. Neste caso a areia deve
ser fina e peneirada. Para melhorar a impermeabilidade e a resistência
destas, pode-se acrescentar 50 a 100kg de cimento por m3 de argamassa.
Argamassas de cal podem ser preparadas em grandes quantidades,
utilizando-se durante toda obra (pega lenta).
Existem diversos tipos de Argamassa, podendo classificá-las, segundo
a sua finalidade, em:
Argamassas para assentamento
As argamassas para assentamento são usadas para unir pedras,
blocos ou tijolos das alvenarias. Servem também para a colocação de
azulejos, tacos, ladrilhos e cerâmica.
Argamassas para revestimento
As três primeiras fiadas de uma parede de blocos ou tijolos devem
ser revestidas inicialmente com uma camada de argamassa de
impermeabilização, que protege a parede contra a penetração da umidade.
Em geral, a alvenaria recebe três camadas de acabamento:
Chapisco;
27
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
emboço;
reboco.
Todas as paredes e tetos devem receber uma camada de chapisco,
qualquer que seja o acabamento facilitando a ancoragem do emboço, caso
não aplique o chapisco podem descolar e até cair. Com espessura entre 3
mm e 5 mm, o chapisco cobre a superfície com uma camada de argamassa
fina, que torna a base áspera e aderente. Com espessura entre 1,5 cm e 2
cm (interno) e de 3 a 4 cm (fachada), o emboço corrige pequenas
irregularidades, melhorando o acabamento da alvenaria e protegendo-a de
intempéries. É produzido com argamassa mista à base de areia, cal e
cimento. Em alguns casos, como em muros, esse pode ser o único
revestimento.
Sobre o chapisco é aplicada uma camada de massa grossa ou
emboço, para regularizar a superfície. Por último, vai a massa, fina ou o
reboco, que dá o acabamento final. Em alguns casos não é usado o reboco,
por motivo de economia. O reboco, ou massa fina, tem cerca de 5 mm e é
a camada final que torna a textura da parede mais fina para receber
pintura. Pode ser substituído pela aplicação de massa corrida.
Utiliza argamassa de areia e cal com granulométrica bem mais fina
que a do emboço, que pode ser preparada na obra ou industrializada.
Aplicado com desempenadeira em movimentos circulares, tem tempo de
cura em torno de 25 dias. Os azulejos, ladrilhos e cerâmicas são aplicados
sobre o emboço. O acabamento de paredes mais econômico é o cimentado
liso, aplicado diretamente sobre o chapisco.
O chapisco, o reboco e o emboço não são usados em pisos. O
cimentado é o piso de argamassa mais econômico. Se a superfície for muito
irregular, convém aplicar inicialmente uma argamassa de regularização ou
nivelamento. A água utilizada nas Argamassas deve ser limpa e isenta de
impurezas, sais e matérias orgânicas. A quantidade influi na consistência,
tomando-a "branda ou mole" quando em excesso e "árida ou seca" quando
28
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
escassa. O excesso de água no ato de misturar materiais provoca
escorrimento provocando perda do aglomerante, diminuindo a resistência.
Podem-se observar também as seguintes recomendações:
em tempo chuvoso ou local úmido usar argamassa menos
branda;
em tempo seco a argamassa será branda, porém sem provocar
escorrimentos;
Temperatura da água entre 10 e 20ºC, visto que temperaturas
mais baixas retardam a pega e mais altas aceleram-na.
Para fazer mistura ou preparo de uma argamassa, utiliza um estrado
de madeira coloca-se o material inerte a areia ou saibro, em formato de
cone e sobre este se coloca o aglomerante. Misturar com auxílio de uma
enxada até haver uniformidade de cor. Refazer o cone, abrindo-se a seguir
um buraco no topo, onde se adiciona a água em porções. Mistura-se com a
enxada, sem deixar escorrer a água até a homogeneidade da mistura. Em
argamassas compostas de cimento, cal e areia, o cimento é colocado na
hora da utilização, à argamassa previamente misturada de cal e areia.
Máquinas podem ser utilizadas no preparo de argamassa, porém só
compensam economicamente, em grandes obras
AGLOMERANTES HIDRÁULICOS
São aqueles que possui a pasta com propriedade de endurecer por
atividade química, gerada pela reação da água (H2O), material que após
sua secagem tem resistência hidráulica satisfatória. Como exemplos têm a
cal hidráulica, Cimento Portland
CIMENTO PORTLAND
Concreto é um material de construção resultante da mistura de um
aglomerante (cimento), com agregado miúdo (areia grossa), agregado
graúdo (brita ou cascalho lavado), e água em proporções exatas e bem
29
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
definidas. Atualmente é muito utilizado um outro componente: os aditivos
(Vedacit, cica, etc.). Seu uso nas construções em geral é bastante amplo,
podendo as peças serem moldadas no local ou pré-moldadas. Como
exemplo de moldadas no local:
Pisos de terreiros de café, de currais, de residências e pisos em geral,
passeios.
Nas estruturas (com adição do ferro) como lajes, pilares, vigas,
escadas, consoles e sapatas.
O cimento é um pó muito fino de cor acinzentada ou esverdeada,
resultante da calcinação de pedras calcáreas carbonatadas contendo entre
20 a 40% de argila, de peso específico elevado 1.420 kgf/m3 , 35,3 litros
equivalem a um saco de 50 kgf (d = 1,42). Distingue-se da cal hidratada
por ter maior porcentagem de argila e pela pega dos seus produtos
ocorrerem mais rapidamente e proporcionar maior resistência a esforços
mecânicos. Quando em contato com a água o cimento endurece mais ou
menos lentamente, dependendo das condições ambientais e aditivos
adicionados, formando uma pedra. Com o decorrer do tempo esta pedra
torna-se mais resistente. Como exemplo a resistência à compressão de um
bloco de argamassa de cimento e areia, traço 1:3 - a 3 dias é de 80
kgf/cm2, a 7 dias é de 180 kgf/cm
2 e a 28 dias é de 250 kgf/cm
2.
PROPRIEDADES DO CONCRETO FRESCO
TRABALHABILIDADE
O atual estágio de desenvolvimento da tecnologia da construção tem
exigido uma correspondente melhoria na qualidade do concreto. Essas
crescentes exigências referem-se, geralmente, ao concreto endurecido, por
que o concreto ainda no estado plástico interessa apenas à fase
construtiva.
30
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Tem-se verificado, no entanto, que as propriedades do concreto
fresco e as do endurecido estão tão relacionadas que devem ser
consideradas simultaneamente. Isso significa que não se pode produzir
concreto endurecido de alta qualidade se o concreto no estado plástico não
tiver propriedades satisfatórias. A mais importante dessas propriedades é,
sem dúvida, a trabalhabilidade, que na verdade agrupa várias propriedades
fundamentais do concreto fresco.
Assim, podemos definir trabalhabilidade como sendo:
O conceito que identifica a menor ou maior aptidão do
concreto ser empregado sem perda de homogeneidade. Determina
a facilidade com a qual os concretos podem ser misturados,
lançados, adensados e acabados.
Quando os concretos frescos apresentam características (consistência
e dimensão máxima do agregado) adequadas ao tipo da obra a que se
destinam (dimensões das peças, afastamento e distribuição das barras das
armaduras) e aos métodos de lançamento, de adensamento e de
acabamento que vão ser adotados, não apresentam segregação ou
exsudação, podem ser adequadamente compactados e envolverem
totalmente as armaduras, diz-se ser ele trabalhável.
A noção de trabalhabilidade é, portanto, muito mais subjetiva que
física. O componente físico mais importante da trabalhabilidade é a
consistência, termo que, aplicado ao concreto, traduz propriedades
intrínsecas da mistura fresca relacionadas com a mobilidade da massa e a
31
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
coesão entre os elementos componentes, tendo em vista a uniformidade e
a compacidade do concreto e o bom rendimento da execução.
Desta forma, a escolha do teor de água do concreto fresco adequado
ao processo de preparação é de grande importância para o êxito da
operação. Se for usada uma mistura muito seca, o resultado é um
adensamento inadequado e superfícies externas mal-acabadas, ou um
custo excessivo do concreto, pelo consumo excessivo de energia. Por outro
lado, uma mistura muito úmida pode levar à segregação e à baixa
qualidade, além de encarecer a mistura. Pode-se dizer, no entanto, que um
pequeno excesso de água na mistura é, geralmente, menos prejudicial do
que a sua falta.
Assim, vale fazermos referencias aos conceitos emitidos por
NEWMAN, de que a trabalhabilidade do concreto envolve pelo menos três
propriedades:
compactabilidade
mobilidade
estabilidade.
Para que se possa obter densidade satisfatória, o esforço necessário
para adensar deverá sobrepujar não só o atrito interno da mistura, como,
também, o atrito do concreto com as superfícies das fôrmas e das
armaduras. O concreto precisa, portanto, possuir em tais circunstâncias,
capacidade de se adensar facilmente. A essa propriedade, RITCHIE5
chamou de compactabilidade o que, na verdade, corresponde ao antigo
conceito de workability desenvolvido por GLANVILLE6 , como sendo aquela
propriedade do concreto fresco que determina a quantidade de energia
necessária à completa compactação. Essa propriedade pode ser
caracterizada pela relação entre a massa específica de uma amostra do
concreto, comparada com a obtida teoricamente, a partir das massas
específicas dos componentes.
A mobilidade pode ser definida como o inverso da resistência interna
32
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
à deformação, e depende de três características do concreto fresco ângulo
de atrito interno, coesão e viscosidade. Muitos pesquisadores têm analisado
essas características do concreto, na tentativa de explicar o
comportamento do concreto fresco durante seu transporte, lançamento,
adensamento e acabamento. Do ponto de vista prático significa que, além
da mistura encher completamente a fôrma, o concreto fresco deve possuir
a condição para se depositar sem perder sua continuidade. A essa
propriedade POWERS preferiu dar o nome de plasticidade.
Não há dúvida de que, ao se considerar a trabalhabilidade de um
concreto está implícita, em termos gerais, a necessidade de que a mistura
seja estável, isto é não segregue facilmente, embora a tendência à
segregação não possa ser considerada, estritamente falando, como
condição incompatível com uma mistura trabalhável. O mesmo não se pode
dizer quando a segregação é notada, pois sua ausência é essencial para se
conseguir a conveniente compactação da mistura.
A segregação é, assim, entendida como a separação dos constituintes
da mistura, impedindo a obtenção de um concreto com característica de
razoável uniformidade. É na diferença de tamanho dos grãos do agregado e
na massa específica dos constituintes, que se encontram as causas
primárias da segregação, mas seu aparecimento pode ser controlado pela
escolha conveniente da granulometria dos agregados e pelo cuidado em
todas as operações de produção que culminam com o adensamento.
Existem duas formas de segregação: na primeira, os grãos maiores
do agregado tendem a separar-se dos demais, quer quando se depositam
no fundo das fôrmas, quer quando se deslocam mais rapidamente, no caso
de concretos transportados em calhas; na segunda forma, comum nas
misturas muito plásticas, manifesta-se a nítida separação da pasta. Quando
são utilizados alguns tipos de granulometria em concretos pobres e secos,
poderá ocorrer a primeira forma de segregação.
A adição de água poderá melhorar a coesão, mas quando a mistura
33
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
se torna muito úmida criam-se condições para aparecimento da segunda
forma. A segregação pode ocorrer, também, como resultado de vibração
intensa. Um concreto em que isso venha a acontecer será, obviamente, um
concreto mais fraco e sem uniformidade.
Desta forma, ao se considerar a trabalhabilidade de um concreto está
implícita, em termos gerais, a necessidade de que a mistura seja estável,
isto é não segregue facilmente, embora a tendência à segregação não
possa ser considerada, estritamente falando, como condição incompatível
com uma mistura trabalhável. O mesmo não se pode dizer quando a
segregação é notada, pois sua ausência é essencial para se conseguir a
conveniente compactação da mistura.
A exsudação é uma forma particular de segregação, em que a água
da mistura tende a elevar-se à superfície do concreto recém-lançado. Esse
fenômeno é provocado pela impossibilidade dos constituintes sólidos
fixarem toda a água da mistura e depende, em grande escala, das
características do cimento. Como resultado da exsudação, a superfície
superior de cada camada de concreto pode tornar-se muito úmida e, se a
água é impedida de evaporar-se pela camada que lhe é superposta, poderá
aparecer uma camada de concreto poroso, fraco e de pouca durabilidade. A
exsudação pode causar, também:
a) enfraquecimento da aderência pasta-agregado, em alguns pontos; e,
b) aumento de permeabilidade.
A exsudação pode não ser necessariamente prejudicial, desde que
não determine perturbações na estrutura do concreto. Nesse caso, a água
ao evaporar reduz a relação água/cimento e, conseqüentemente, haverá
aumento de resistência.
A trabalhabilidade do concreto é fundamental para conseguir-se
compactação que assegure uma massa específica máxima possível, com
aplicação de uma quantidade de energia compatível com o processo de
adensamento a ser empregado.
34
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
A trabalhabilidade é afetada por três classes de fatores:
a) características do próprio concreto, representadas pela sua consistência,
que corresponde ao grau de plasticidade da massa e pela sua capacidade
de manter-se homogênea;
b) condições de manipulação, envolvendo os tipos de equipamentos e
sistemas de trabalho adotados nas operações e produção, transporte e
lançamento do concreto;
c) condições de projeto, caracterizadas pelas dimensões dos elementos de
construção e afastamento das armaduras.
Assim, temos os principais fatores que afetam a trabalhabilidade são:
a) Fatores internos
• consistência: identificada pela relação água/cimento;
• proporção entre o agregado miúdo e graúdo: granulometria do concreto;
• traço: proporção entre cimento e agregado;
• forma do grão dos agregados;
• aditivos com finalidade de influir na trabalhabilidade.
b) Fatores externos:
• tipos de mistura (manual ou mecânica);
• tipo e meio de transporte;
• tipo de lançamento: pequena ou grande altura;
• tipo de adensamento: manual ou vibratório;
• dimensões e armadura da peça a executar.
AVALIAÇÃO DA TRABALHABILIDADE
35
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Fácil avaliar fatores internos.
Externos é complicado.
Uso prático avalia-se a consistência. Métodos baseiam-se na medição de:
• Esforço para uma deformação pré-determinada;
• Deformação por força pré-determinada.
A relação entre a água e os materiais secos é o principal fator que
influencia a consistência.
𝐴 =𝑥
1 +𝑚𝑥100
x = relação água/cimento
m = (a+p) = peso dos agregados secos
Traço 1 : a : p
LEI DE LYSE
Para produzir concretos com uma dada consistência, a percentagem de
água/materiais secos é praticamente a mesma, independente do traço,
considerando o emprego dos mesmos materiais e a mesma distribuição
granulométrica.
EXSUDAÇÃO
Entende-se por exsudação a tendência da água de amassamento de
vir à superfície do concreto recém-lançado. A exsudação é motivada pela
maior ou menor impossibilidade que apresentam os materiais constituintes
de manter a água de mistura dispersa na massa.
36
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Procedimentos para evitar:
• Minimizar a quantidade de água usada no concreto
• Uso de agregados não lamelares
• Aumentar a presença de finos nos agregados miúdos
• Aumentar a consistência ou diminuir o abatimento
SEGREGAÇÃO
Tendência dos agregados graúdos se separarem da argamassa,
deixando o concreto não homogêneo cheio de vazios, reduzindo a
resistência mecânica. As principais causas são:
diferença do tamanho dos grãos dos componentes;
diferença das massa específicas dos componentes;
Falta de argamassa, (cimento, areia e água);
Excesso de adensamento;
Traço ruim;
Excesso de água ou aditivos plastificantes;
Arremessar com pá o concreto a distancia;
―Transportá-lo‖ sobre as formas com o vibrador;
Queda sobre as formas altura superior a 2,5 m.
Forma de evitar a segregação:
• escolha de granulometria adequada;
• manuseio adequado do concreto.
37
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
ÁGUA DE AMASSAMENTO
A água utilizada na mistura do concreto, deve ser isenta de teores
prejudiciais de substâncias estranhas, tais como óleo, ácidos, sais, matéria
orgânica e outras que possam interferir nas reações da hidratação do
cimento, prejudicar a durabilidade e afetar a coloração final do concreto.
Água do mar contém sais como: sulfato de cálcio, sulfato de
magnésio e cloreto de sódio. Água de rios e represas urbanas podem estar
contaminadas por resíduos industriais e água servida residencial.
Matéria orgânica
Causam decomposição da pasta, eflorescências e manchamento no
concreto. Podem interferir na hidratação do cimento (podendo até inibir a
hidratação). Ocorre freqüentemente em areias de naturais.
DOSAGEM DOS CONCRETOS (TRAÇO)
Chama-se traço a maneira de exprimir a composição do concreto.
O traço tanto pode ser indicado pelas proporções em peso como em
volume, ou como freqüentemente, adota-se uma indicação mista: o
cimento em peso e os agregados em volume. Seja qual for a forma
adotada, toma-se sempre o cimento como unidade, e relacionam-se as
demais quantidades à quantidade de cimento. Exemplo: Traço 1:4:8, onde
1 indica sempre a proporção de cimento, 4 a de areia e 8 a de brita.
38
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
CÁLCULO EMPÍRICO DOS COMPONENTES
Pode ser obtido através de fórmulas, entre as quais recomendamos
pela sua simplicidade. Sua aplicação refere-se a produção de 1 m3 de
concreto.
onde:
Pc = peso de cimento (kg) para fazer 1 m3 de concreto;
a = partes de areia no traço;
b = partes de brita no traço;
Ra/c = relação água/cimento (mínimo de 0,48 e máximo de 0,70).
39
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
PRODUÇÃO DOS CONCRETOS
A produção dos concretos compreende a mistura, o transporte, o
lançamento, adensamento e a cura desse material.
Mistura
A mistura ou amassamento do concreto consiste em fazer com que os
materiais componentes entrem em contato íntimo, de modo a obter-se um
recobrimento de pasta de cimento sobre as partículas dos agregados, bem
como uma mistura geral de todos os materiais. A principal exigência é que
a mistura seja homogênea para permitir, assim, boa resistência e
durabilidade.
a) Mistura manual: Conforme NB-1/77 só pode ser empregada em obras
de pequena importância.
• mistura-se a seco agregado miúdo e cimento, até coloração uniforme;
• em seguida mistura-se agregado graúdo;
• no monte, faz-se uma cratera, onde é colocada a água de amassamento
• mistura-se a massa até homogeneidade (obs. nenhuma água deve
escorrer).
• a mistura deve ser realizada sobre estrado ou superfície plana (3 x 3m),
impermeável e resistente.
• não argamassar mais de 350 litros de cada vez.
40
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
b) Mistura mecânica: é feita em máquinas especiais denominadas
betoneiras (tambor ou cuba, fixa ou móvel em torno de um eixo que passa
pelo seu centro).
• Tempo de mistura: é contado a partir do instante em que todos os
materiais tenham sido lançados na cuba.
• Tempo para realização de concretos plásticos (segundos):
− Betoneiras inclinadas: tempo(s) = 120 * diâmetro(m)
− Betoneiras eixo horizontal: tempo(s) = 60 * diâmetro(m)
− Betoneira vertical: tempo(s) = 30 * diâmetro(m)
• Ordem de colocação: de materiais nas betoneiras:
− Parte do agregado graúdo mais parte da água de amassamento;
− Cimento mais o restante da água e a areia;
− Restante do agregado graúdo.
TRANSPORTE
O transporte do concreto é um item importante da concretagem, pois
interfere diretamente nas definições das características do concreto
(trabalhabilidade desejada, por exemplo), na produtividade do serviço e, se
41
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
houver, na elaboração de um projeto para produção. O transporte do
concreto preparado em usina pode ser efetuado de duas maneiras:
Caminhões basculante
Caminhões betoneira comum
Os caminhão basculante comum sua utilização como transporte é
inadequado podendo haver perda de material pois estes caminhões não são
perfeitamente estanques. Pode haver segregação por falta de agitação do
material, perdas por exsudação, evaporação no transporte, trajetos com
pisos irregulares, etc. A descarga do material é feita de forma
inconveniente, pois a abertura da caçamba não é apropriada. Existe um
tipo de caminhão basculante com agitadores de fundo que permitem uma
melhor qualidade do produto além de permitir um maior tempo de
transporte que pode variar de 45 até 90 min, dependendo do percurso e do
operador.
Caminhões basculante Caminhões betoneira comum
CAMINHÃO BETONEIRA
Os caminhão betoneira são normalmente misturadores e agitadores,
conf. veloc. de rotação da betoneira entre 6 à 16 rpm são agitadores e de
16 à 20 rpm os misturadores. Quando os caminhões têm dupla finalidade,
a mistura pode ser terminada na obra. Quando o material sai da usina com
velocidade de agitação pode-se fazer uma remistura rápida na obra.
42
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Caminhões betoneira
Problemas decorrentes do transporte para a obra
• Pode ocorrer a hidratação do cimento devido às condições ambientes e à
temperatura;
• Evaporação da água devido também à fatores ambientais;
• Absorção por parte do agregado em especial da argila expandida. Neste
caso é conveniente a saturação antecipada do mesmo.
• Trituração que ocorre com a agitação do material friável (que pode
reduzir-se facilmente a fragmentos de pó). A areia modifica o módulo de
finura ao passo que a brita pode se transformar em areia.
• Em todo caso há a necessidade de se alterar o teor de água para evitar a
perda de trabalhabilidade.
TRANSPORTE DENTRO DA OBRA
A ABNT NBR 14931:2004 recomenda que o intervalo transcorrido
entre o instante em que a água de amassamento entra em contato com o
cimento e o final da concretagem não ultrapasse 2 horas e 30 minutos,
salvo condições específicas ou influências de condições climáticas ou de
composições do concreto. A água de abastecimento não pode ter óleos,
gorduras, cor, odor, material sólido, ácidos, matéria orgânica, etc.
TRANSPORTE EM CARRINHOS E JERICAS
O sistema de transporte deve ser tal que permita o lançamento direto
nas fôrmas, evitando-se depósitos intermediários ou transferência de
equipamentos. O tempo de duração do transporte deve ser o menor
43
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
possível, para minimizar os efeitos relativos à redução da trabalhabilidade
com o passar do tempo. De acordo com o grau de racionalização
proporcionado pelo sistema de transporte, podemos classificá-los como:
Para a escolha e o dimensionamento do sistema de transporte do concreto,
considere:
• O volume a ser concretado.
• A velocidade de aplicação.
• A distância - horizontal e vertical - entre o recebimento e a utilização.
• O arranjo físico do canteiro.
LANÇAMENTO DO CONCRETO
Esta atividade geralmente é realizada pelo próprio equipamento de
transporte. Devido à maior probabilidade de segregação do concreto
durante as operações de lançamento, a consistência deve ser escolhida em
44
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
função do sistema a ser adotado. Os cuidados necessários durante o
lançamento são:
• O concreto preparado na obra deve ser lançado logo após o
amassamento, não sendo permitido intervalo superior a 1 hora após o
preparo.
• No concreto bombeado, o tamanho máximo dos agregados não deve ser
superior a 1/3 do diâmetro do tubo no caso de brita ou 2/5 no caso de
seixo rolado.
• Em nenhuma hipótese o lançamento pode ocorrer após o início da pega.
• Nos pilares, a altura de queda livre do concreto não pode ser superior a 2
m, pois pode ocorrer a segregação dos componentes (NBR 6118).
• Alturas >2m, usar janelas laterais, trombas, calhas, funis
• Nas lajes e vigas, o concreto deve ser lançado encostado à porção
colocada anteriormente, não devendo formar montes separados de
concreto para distribuí-lo depois. Esse procedimento deve ser respeitado,
pois possibilita a separação da argamassa que flui à frente do agregado
graúdo.
• Nas lajes, se o transporte do concreto for realizado com jericas, é
necessário o emprego de passarelas ou caminhos apoiados sobre o
assoalho da fôrma, para proteger a armadura e facilitar o transporte.
Colocação do concreto nas fôrmas Implica em três operações
fundamentais:
I) Preparação das formas Fôrmas
resistentes (pressão do concreto)
limpas
estanques
saturadas com água (plastificada ou impermeabilizada)
II) Colocação do material transportado no local de aplicação
Evitar segregação
45
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Plano de início e término
Cuidados em locais de altas taxas de armadura
Tempo de Lançamento
No caso do concreto depositado na obra para posterior colocação nas
formas " tempo máx. < 30 min. Assim, o tempo maior usar retardador de
pega. Importante é manter a trabalhabilidade sem alterar a dosagem.
ADENSAMENTO
Atividade que tem como função retirar os vazios do concreto,
diminuindo a porosidade e, consequentemente, aumentando a resistência
do elemento estrutural. Tem também a função de acomodar o concreto na
fôrma, para tornar as superfícies aparentes com textura lisa, plana e
estética. A energia e o tempo de adensamento dependem da
trabalhabilidade do concreto, devendo crescer no sentido do emprego de
concretos de consistências plásticas para secas. O adensamento pode ser
realizado de forma manual ou mecânica. No adensamento manual,
utilizam-se barras de aço ou de madeira, que atuam como soquetes
estreitos, que expulsam as bolhas de ar do concreto. É um procedimento
que exige experiência e tem baixa eficiência, de modo que deve ficar
restrito a serviços de pequeno porte, utilizando-se neste caso concretos
com abatimentos superiores a 8 cm, tendo as camadas de concreto uma
espessura máxima de 20 cm.
Geralmente, o adensamento é realizado mecanicamente e, neste
caso, o equipamento mais utilizado é o vibrador de imersão. Quando
utilizar esse equipamento, a espessura das camadas não deve ser superior
a 3/4 do comprimento da agulha e a distância entre os pontos de aplicação
do vibrador deve ser de 6 a 10 vezes o diâmetro da agulha. Para agulhas
com diâmetros de 35 a 45 mm, as distâncias variam de 25 a 35 cm.
No caso de lajes, pode-se empregar também a régua vibratória, que tem a
vantagem de nivelar e adensar simultaneamente. O
manuseio desse equipamento exige certa habilidade por parte de quem
46
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
opera, além de possuir limitações quanto às dimensões e espessura da laje.
Deve se tomar os seguintes cuidados:
Durante o adensamento, deve-se evitar a vibração da
armadura, para que não se formem vazios ao seu redor,
prejudicando a aderência da armadura ao concreto.
Deve-se também manter uma distância de aproximadamente
10 cm da fôrma, para não forçar excessivamente as paredes
laterais.
O tempo de vibração depende da frequência de vibração,
abatimento, forma dos agregados e densidade da armadura. É
melhor vibrar por períodos curtos em pontos próximos do que
por muito tempo em pontos mais distantes.
O excesso de vibração produz segregação, de modo que o
adensamento deve ser cessado quando a superfície se tornar
lisa e brilhante e quando não aparecer mais bolhas de ar na
superfície.
CURA
Dá-se o nome de cura ao conjunto de medidas com a finalidade de
evitar a evaporação da água junto ao cimento, que rege a pega e seu
endurecimento. A norma brasileira NB-1/77 exige que a proteção se faça
nos 7 primeiros dias seguintes, para se ter garantias contra o aparecimento
de fissuras devidas à retração. Condições de umidade e temperatura tem
grande importância nas propriedades do concreto endurecido. Essa
proteção precisa ser feita atentando-se para os seguintes fatos:
• A cura deve ser iniciada assim que a superfície tenha resistência à ação
da água.
• No caso de lajes, recomenda-se a cura por um período mínimo de 7 dias.
• O concreto deve estar saturado com água até que os espaços ocupados
pela água sejam inteirados por produtos da hidratação do cimento.
47
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
• Em peças estruturais mais esbeltas ou quando empregado concreto de
baixa resistência à compressão, deve-se realizar a cura com bastante
cuidado, pois, nessas situações, ocorre um decréscimo de resistência à
compressão caso a cura não seja realizada.
As temperaturas iniciais são as mais importantes para o concreto,
sendo as baixas temperaturas mais prejudiciais ao crescimento da
resistência, enquanto as altas o aceleram. Dessa forma, no inverno, deve-
se tomar cuidado com resistências menores em idades baixas (7 ou 14
dias), enquanto no verão haverá maior crescimento, desde que a cura seja
realizada adequadamente.
Assim, temos os seguintes tipos de cura:
• Molhagem das fôrmas, no caso de pilares.
• Irrigação periódica das superfícies.
• Recobrimento com material para manter a estrutura sempre úmida,
podendo ser areia, sacos de aniagem, papel impermeável ou mantas.
• Películas de cura.
• Submersão.
• Cura a vapor
O melhor agente de cura é a água potável. Na impossibilidade de
utilizá-la, podem ser empregadas as películas, produtos obtidos por
soluções ou emulsões aquosas de resinas e parafinas que se depositam
durante certo prazo sobre a superfície do concreto, impedindo a dessecação
prematura. Após esse período são naturalmente destruídas ou carreadas
pela ação das intempéries, restabelecendo a superfície natural do concreto.
A PEGA DO CONCRETO
A Pega é um fenômeno físico-químico através da qual a pasta de
cimento se solidifica. Terminada a pega o processo de endurecimento continua
ainda durante longo período de tempo, aumentando gradativamente a sua
dureza e resistência. A pega sofre influência de diversos fatores, sendo
48
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
retardada pelas baixas temperaturas, pelos sulfatos e cloretos de cálcio. É
acelerada pelas altas temperaturas e pelos silicatos e carbonatos.
PEGA
Intervalo de tempo que leva para que a pasta adquira consistência
que a torne imprópria para ser trabalhada, ou seja, ela endurece, mas não
significa que esteja no fim do processo de endurecimento.
ENDURECIMENTO
Intervalo de tempo do fim da pega ate o momento que se adquira
sua resistência por completo. Pode ser adotada para o cimento, nas
condições brasileiras, a seguinte ordenação:
Cimento de pega rápida < 30 minutos
Cimento de pega semi-rápida 30 a 60 minutos
Cimento de pega normal > 60 minutos
O tempo de pega pode ser alterado com aditivos, porém constitui
serviço especializado. Os carbonatos e o sódio aceleram a pega enquanto que
o cloreto de cálcio retarda-a, em ambos os casos a resistência fica alterada. A
duração da pega é influenciada por:
Pela quantidade de água empregada;
Pela quantidade e ou presença de alguns compostos;
Pela temperatura;
Pela quantidade de gesso.
O cimento de pega normal inicia a pega entre 0,5 e 1 hora após o
contato com a água, onde se recomenda misturar pequenas quantidades de
cada vez, de modo a essas serem consumidas dentro daquele espaço de
tempo; o cimento não deve ser estocado por muito tempo, pois pode iniciar
a pega na embalagem pela umidade do ar, perdendo gradativamente o seu
poder cimentante. O prazo máximo de estocagem normalmente é de três
meses após a fabricação.
O processo de obtenção do cimento começa pelo cozimento que a
49
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
calcinação de rochas calcárias carbonatadas com teor de argila variando de
20 a 40% até a fusão parcial, cerca de 1.450ºC, formando o clínquer que
em seguida é moído e feita adição de gesso para regular a pega. Consta
ainda de silicatos e aluminatos de cálcio, praticamente sem cal livre,
predominando em quantidade e importância os silicatos.
TIPOS DE CIMENTO
No mercado existem diversos tipos de cimento. A diferença entre eles
está na composição, mas todos atendem as exigências das normas técnicas
brasileiras. Cada tipo tem o nome e a sigla correspondente estampada na
embalagem, para facilitar a identificação. Os tipos de cimento adequado
aos usos gerais no meio rural encontram-se na ( fig. 4)
Fig. 4 – Tipos de cimento.
Existem outros tipos de cimento como, por exemplo, de usos
específicos (cimento portland branco, cimento portland resistente a
sulfatos); e para aplicação mais especializada (cimento portland de alta
resistência inicial, que leva a sigla CP V – ARI, e alguns tipos fabricados
com resistência maior, como o CP II – E – 40, CP II – F – 40 e CP III – 40).
50
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Fig 4 - Tipo de cimento e sua aplicação.
O cimento é fabricado de acordo com sua resistência a compressão em
três classes, como mostra a fig. 5.
Fig. 5 – Resistência da pasta de cimento à compressão.
51
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
PROPRIEDADE DOS AÇOS
O aço é um produto que se encontra presente de forma expressiva no
cotidiano da sociedade. Como matéria-prima pode ser encontrado tanto em
objetos residenciais, como mesas e cadeiras, ou até em estruturas mais
complexas, tal como ônibus espacial. O aço está entre os produtos que
contribuíram para o desenvolvimento econômico e tecnológico da
humanidade. O aço é o produto siderúrgico obtido por via líquida através
da fusão do ferro como componente básico e acrescentado o carbono com
um teor em até 2 % resultando em uma liga Ferro-Carbono.
São encontrados nessa liga também níquel, volfrâmio, manganês,
cromo, fósforo, enxofre entre outros elementos e resíduos resultantes do
processo de fabricação (CHIAVERINI, 1982). Particularmente na construção
civil, o aço representa uma das principais matérias primas, com inúmeras
aplicações, tais como armaduras de concreto, fundações, pontes, viadutos,
estruturas metálicas e o setor é um grande consumidor dos produtos
derivados das usinas siderúrgicas. Desta forma, a construção já é o maior
mercado para o aço, perfazendo um total de 30% de vendas ao redor do
mundo, um volume equivalente a 300 milhões de toneladas por ano. Existe
uma forte tendência internacional de crescimento da construção com aço.
Os produtores de aço têm reconhecido cada vez mais a importância deste
segmento nos seus negócios (CIMM, 2015).
CARACTERÍSTICAS DOS AÇOS
Existe uma grande e diversificada variedade de aços que se
diferenciam pela forma, tamanho e uniformidade dos grãos que o compõem
e, é claro, por sua composição química. Sendo que esta pode ser alterada
em função do interesse de sua aplicação final, obtendo-se através da
adição de determinados elementos químicos, aços com diferentes graus de
resistência mecânica, soldabilidade, ductilidade, resistência à corrosão,
entre outros. De maneira geral, os aços possuem excelentes propriedades
mecânicas: resistem bem à tração, à compressão, à flexão, e como é um
52
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
material homogêneo, pode ser laminado, forjado, estampado, estriado e
suas propriedades podem ainda ser modificadas por tratamentos térmicos
ou químicos (FERRAZ, 2003). O Quadro 2 apresenta algumas propriedades
dos aços, tais como a ductilidade, a tenacidade, a elasticidade e a
plasticidade, com a caracterização de cada alguma destas propriedades.
Fonte: Bandeira, 2008; Teobaldo, 2004.
Um fator importante a ser observado no emprego do aço é a
corrosão, alteração físico química sofrida devido à sua reação com o meio,
estas alterações transformam o aço em compostos químicos semelhantes
ao minério de ferro, fazendo com que o material perca características
essenciais como resistência mecânica, elasticidade, ductilidade, entre
53
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
outras, além da redução da seção resistente (TEOBALDO, 2004). Nos
metais, a corrosão se dá por corrosão química ou eletrolítica, sendo a
última mais frequente. Outro aspecto a ser considerado é a fadiga do aço,
influenciada principalmente pela amplitude de variação de tensões, pela
frequência de aplicação das cargas, o chamado número de ciclos de
carregamento e pela concentração de tensões na seção. A ruptura por
fadiga ocorre sem deformações, não indicando a iminência do colapso
(TEOBALDO, 2004).
CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS
De Acordo com Pannoni (2005) os aços podem ser classificados
conforme uma distinção entre os aços carbono comuns e os aços ligados. O
aço-carbono é uma liga de FerroCarbono contendo geralmente de 0,008%
até 2,11% de carbono, além de certos elementos residuais resultantes dos
processos de fabricação. O Aço-liga é o aço carbono que contém outros
elementos de liga, ou apresenta os elementos residuais em teores acima
dos que são considerados normais. Os aços-carbono são divididos em 3
(três) categorias:
Aços com baixo teor de carbono: com (C) < 0,3%, que possuem
grande ductilidade, ou seja, são ótimos para o trabalho mecânico e
soldagem como a construção de pontes, edifícios, navios, caldeiras e
peças de grandes dimensões em geral. São aços que não admitem
têmpera.
Aços de médio carbono: com 0,3 < (C) < 0,7%, são aços utilizados
em engrenagens, bielas, cilindros, isto é, peças para motores. São
aços que, temperados e revenidos, atingem boa tenacidade e
resistência.
Aços com alto teor de carbono: com (C) > 0,7%, são aços de elevada
dureza e resistência após à tempera, e são comumente utilizados em
molas, componentes agrícolas sujeitos ao desgaste, ferramentas,
pinos, entre outros acessórios de máquinas (PANNONI, 2005)
54
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
AÇOS UTILIZADOS EM ARMADURAS DE CONCRETO
O concreto armado é a união do concreto com a armadura,
construída por barras de aço, sendo o material de construção mais usado
no planeta. Basicamente, é utilizado nas estruturas, que é a parte
resistente da construção e deve ter a função de resistir às diversas
solicitações e transmiti-las para o solo (PINHEIRO, 2007). Os principais
elementos estruturais de uma construção civil, de acordo com Pinheiro
(2007), são:
Lajes: são placas que, além das cargas permanentes, recebem as ações de
uso e as transmitem para os apoios, travam os pilares e distribuem as
ações horizontais entre os elementos de contraventamento.
Vigas: são barras horizontais que delimitam as lajes, suportam paredes e
recebem ações das lajes ou de outras vigas e as transmitem para os
apoios.
Pilares: são barras verticais que recebem as ações das vigas ou das lajes e
dos andares superiores as transmitem para os elementos inferiores ou para
a fundação. A fundação são elementos como blocos, radier, sapatas e
estacas que transferem os esforços para o solo.
De acordo com Peinaldo et al. (2013), pode-se trabalhar o aço em
uma obra de duas maneiras:
a) Cortando, dobrando e montando na obra desta forma adquire-se o
aço em barras retas de 12m de comprimento e nos diâmetros
especificados, realiza-se todo o serviço de corte, dobra e montagem no
canteiro de obras. Sua desvantagem é que a necessidade de mais mão-de-
obra (armador e ajudante).
b) Adquirindo cortado e dobrado apenas montado na obra é a
maneira ideal para grandes obras, onde se consome grandes quantidades
de aço, é mais prático comprar cortado e dobrado de acordo com o seu
projeto, o fornecedor também disponibiliza essa opção. A desvantagem é
que o projeto da armação deve estar perfeito para não ocorrer desvios.
55
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
A norma NBR 7480:2007 é a responsável por especificar o aço
destinado para armaduras de estrutura de concreto armado, de acordo com
ela podemos verificar quais os aços indicados para este tipo de construção.
São classificados conforme sua resistência, definida por sua composição e
processo de fabricação. No mercado são encontradas na forma de barras
de diâmetros variados de 4,2 mm a 40 mm9. O Quadro 3 lista os aços
indicados para a armadura de estruturas de concreto armado, que são
usualmente chamados de barras.
O aço CA-25 é pouco utilizado, tem superfície obrigatoriamente lisa e
é fabricado através de laminação a quente.
O aço CA- 50 tem a superfície nervurada e é fabricado através do
processo de laminação a quente. Este tipo de aço apresenta capacidade de
soldabilidade com ótimo dobramento e alta resistência. Esse é o aço mais
utilizado em obras
Tem a superfície obrigatoriamente com nervuras transversais
(rugosa)
Obtidos por laminação a quente
50 = resistência característica de tensão de escoamento de 50
kgf/mm2 ou 500 MPa
56
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
O aço CA-60 é utilizado em meia escala, tem superfície nervurada e é
fabricado através do processo de trefilação.
MATERIAIS CERÂMICOS
Chama-se cerâmica à pedra artificial obtida pela moldagem, secagem
e cozedura de argilas ou de misturas contendo argilas. Em certos casos,
pode ser suprimida alguma das etapas citadas, mas a matéria-prima é a
argila. Nos materiais cerâmicos a argila fica aglutinada por uma pequena
quantidade de vidro, que segue pela ação do calor de cocção sobre os
componentes da argila.
Classificação dos materiais de cerâmica usados nas construções
A classificação que se segue é apenas prática, embora não seja muito
acadêmica. Nas construções são usados:
• materiais cerâmicos secos ao ar;
57
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
• materiais cerâmicos de baixa vitrificação;
• materiais cerâmicos de alta vitrificação, que, por sua vez, se subdividem
em materiais de louça e materiais de grês cerâmicos;
• refratários.
Materiais cerâmicos secos ao ar
A prática e os ensaios tecnológicos demonstram que a resistência das
argilas secas simplesmente ao ar depende da proporção entre os diversos
componentes, ou seja, da sua composição granulométrica; não depende,
pois, da quantidade de caulim, somente. A argila que melhor resistência à
compressão apresenta é a que tem cerca de 60 % de argilominerais,
ficando os 40 % restantes igualmente distribuídos entre silte, areia fina e
areia média.
Adobe: Dos materiais cerâmicos secos ao sol, apenas o adobe e as
argamassas de barro têm alguma importância na construção. O adobe é
argila simplesmente seca ao ar, sem cozimento e usada em construções
rústicas. Ele pode resistir a tensões de compressão até de 70 kg/cm2, o que
é um bom índice; mas tem o inconveniente de, ao receber água, tornar-se
novamente plástico. Por isso as paredes desse material devem ser
revestidas por camada isolante de umidade, para que tenham alguma
duração. Devido à alta resistência, a argila também é bastante empregada
com argamassa de assentamento de tijolos.
MATERIAIS CERÂMICOS COMUNS (BAIXA VITRIFICAÇÃO)
Os materiais de barro comum usados correntemente na construção
civil são os tijolos, as telhas e as tijoleiras. Conforme a qualidade da argila
empregada resultarão diversas qualidades de produtos. Eles vão desde os
de baixa resistência (5 kg/cm2) até os de alta resistência (120 kg/cm2);
vão desde os facilmente pulverizáveis até os de massa compacta. Por isso é
difícil estabelecer limites entre a cerâmica comum e a cerâmica de
qualidade superior. O construtor deve considerar primordialmente a
procedência para ter certeza sobre a qualidade.
58
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
a) Tijolos comuns: O tijolo pode ser caracterizado como um material de
baixo custo, usado exclusivamente para fins estruturais e de vedação, sem
muitas exigências quanto à aparência. Independente da qualidade, há
muitos formatos de tijolos. O mais comum é o tijolo cheio, também
chamado maciço ou burro. A EB-19 estabelece dois tamanhos, mas trata-se
de norma nem sempre obedecida pelas olarias. Esses tamanhos são dados
na figura abaixo. Conforme a carga a que resistirem, são classificados em
1º e 2º categoria.
As tolerâncias são de 5 mm para as medidas de comprimento e de 2
mm para as outras medidas. O tijolo furado ou oco possuem furos
prismáticos ou cilíndricos. São de maior dimensão que os maciços, e de
alvenaria mais leve, possibilitando um maior rendimento da mão-de-obra e
menor gasto de argamassas, entretanto no revestimento exigem um
chapisco prévio.
Os mais comuns são de 6 e 8 furos e suas dimensões são variadas,
por exemplo:
Tijolo com furos cilíndricos, dimensões de 25x20x10cm.
59
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Tijolo com furos quadrados, dimensões de 19x29x14cm.
Vantagens dos Tijolos Furados
• Aspecto mais uniforme, aresta e centros mais firmes, faces planas e
melhor esquadrejadas.
• Menos peso por unidade de volume aparente.
• Dificultam a propagação de umidade e favorecem a dessecação de
paredes.
• Maior isolante térmico acústico.
TELHAS
Existem telhas de aço corrugado, alumínio, zinco, madeira, barro
(cerâmicas), fibrocimento (cimento amianto) e outras. As telhas cerâmicas
e as de fibrocimento são as mais utilizadas no Brasil, snedo famosas e
conhecidas popularmente por ―telhas coloniais‖. Os telhados cerâmicos
60
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
proporcionam conforto térmico e beleza a casa.
As telhas de aço corrugado, ou as de alumínio, são de aplicação
quase restrita às indústrias. As telhas de zinco, pouco utilizadas
atualmente, são encontradas em obras rústicas, depósitos e abrigo para
animais. As telhas de madeira, utilizadas em países europeus, são
recobertas com material betuminoso e se parecem com ―escamas‖. No
Brasil, as telhas de madeira são como chapas de madeira compensada,
mas onduladas e, em geral, recobertas por fina camada de material
metálico.
Veja agora quais são os tipos de telhas cerâmicas:
Telha Americana
Necessitam inclinação mínima de 30%, tamanho aproximado de 43cm,
consumo médio de 16 un/m2, peso de 36 kg/m2. Geralmente são
encontradas nas cores vermelha, branca e mesclada (vermelha e branca).
Capa e bica são separadas.
61
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Telha Colonial
Necessitam de inclinação mínima de 30%, tamanho aproximado de
48cm, consumo médio de 24 un/m2, peso de 57,6 kg/m2 . A capa e bica
são separadas. São encontradas nas cores vermelha, branca e mesclada
(vermelha e branca).
Telha Italiana
Necessitam de inclinação mínima de 30%, tamanho aproximado de
41cm, consumo médio de 14 un/m2, peso de 38,50 kg/m2. É uma única
folha de capa e bica.
Telha Romana
62
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Necessitam de inclinação mínima de 30%, tamanho aproximado de
40cm, consumo médio de 16 un/m2, peso de 38,40kg/m2. É uma única
folha de capa e bica.
Telha Portuguesa
Necessitam inclinação mínima de 30%, tamanho aproximado de 41cm,
consumo médio de 17 un/m2, peso de 40,8 kg/m2. É uma única folha de
capa e bica.
Telha Francesa
São telhas praticamente planas, sem a formatação capa e bica, por isso
exigem inclinação maior (por volta de 36%), tem tamanho aproximado de
41cm, consumo médio de 16un/m2, peso de 43,2kg/m2.
63
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Tijoleiras e ladrilhos
Na realidade, as tijoleiras e ladrilhos são tijolos de pequena
espessura, usados em pavimentações e revestimentos. Por isso existem
desde os tipos porosos, comuns, até os tipos prensados. Costuma-se
chamar tijoleiras quando se trata de cerâmica comum, e ladrilhos quando
se trata de cerâmica prensada.
• Tijoleiras: São fabricadas em diversos tamanhos, mas os usuais são o
quadrado e o retangular liso. Há também peças especiais para arremates:
peitoris, pingadeiras, etc. Geralmente, têm 2 cm de espessura.
• Ladrilhos: Os ladrilhos prensados devem ter, na face inferior,
rugosidades e saliências para aumentar a fixação. Como são muito
vitrificados, não aderem bem. Essa vitrificação é comumente aumentada
com uma pintura de silicato ou óxido entre duas cozeduras. Geralmente,
têm de 5 a 7 mm de espessura.
MATERIAIS CERÂMICOS DE ALTA VITRIFICAÇÃO
Há dois tipos distintos de cerâmica de alta vitrificação: a louça e o
grês cerâmicos. A diferença entre eles, na qualidade, está na textura
interna. Os materiais de louça, também chamados faiança, embora
impermeáveis na superfície, são mais porosos no interior; os materiais de
grês cerâmicos têm textura quase compacta. Entre os primeiros estão os
azulejos, pastilhas e louça sanitária; entre os segundos, os tubos sanitários
e a chamada litocerâmica.
a)Materiais de grês cerâmico:
• Manilhas de grês: Os materiais de grês cerâmico são fabricados com
argila bastante fusível, ou seja, com bastante mica ou até 15 % de óxido
de ferro. Isso lhes dá a cor vermelha comum, embora essa cor possa variar
desde o branco acinzentado até o vermelho carregado. A pasta não pode
ser lavada, porque aqueles materiais se dissolveriam e por isso há
dificuldade em se encontrar barro apropriado, já naturalmente limpo, sem
torrões de areia ou organismos.
64
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Como esse barro é muito fusível, é marcante a vitrificação, o que a
torna impermeável. Mas vem daí uma deformação acentuada, dando
grande número de peças de refugo. Nos tubos de grês, o vidrado é obtido
por dois processos:
um deles é a imersão, após a primeira cozedura, em um banho
d’água com areia silicosa fina com zarcão. No recozimento essa
mistura vitrifica-se.
O outro processo, mais comum, é lançar-se no forno, já, então,
à grande temperatura, sal de cozinha. Ele se volatilizará,
formando uma película vidrada de silicato de sódio.
A moldagem é feita em máquinas semelhantes às usadas para os
tijolos (extrusão), com fieiras apropriadas. A pasta desce por gravidade até
a mesa, onde existe um molde para o bocal, ou o bocal é feito
posteriormente, com moldes de madeira. Na outra extremidade devem ter
ranhuras para aumentar a aderência da argamassa de rejuntamento. As
normas (EB-5) classificam dois tipos: A, com vidrado interno e externo, e
B, com vidrado só interno. Devem ter no mínimo três estrias circulares de 3
mm de largura por 2 a 5 mm de profundidade na superfície interna da
bolsa e na parte externa da ponta lisa.
Devem-se , também, trazer gravados o nome do fabricante ou a
marca de fábrica. Os diâmetros variam desde 75 mm (3") até 600
mm(240"), com comprimentos úteis desde 60 até 150 cm (usual é 60 cm).
A norma dá tabelas de medidas das bitolas admitidas e respectivos
comprimentos, tolerâncias , etc. Os métodos MB-12, 13, 14 e 210
65
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
determinam como devem ser feitos os ensaios nesses estudos.
Convém registrar que são fabricados também condutos duplos,
triplos, etc., condutos com secção quadrada ou retangular, condutos de
alta ou de baixa vitificacão, etc. São fabricados, além das peças retas,
peças de conexão e desvio, semelhantes e com a mesma nomenclatura das
peças de ferro fundido. As manilhas para as instalações de água devem ter
boa impermeabilidade, sendo estabelecida pelas normas uma absorção
limite de 10 % na média, ou 12 % individual. Devem, também, resistir à
pressão de 0,7 kg/cm2 durante 2 minutos ou 2,0 kg/cm2 instantânea, sem
transpirar. Além disso, devem suportar uma determinada compressão, que
varia com a bitola.
• Ladrilhos de grês: Os ladrilhos de grês cerâmico, também chamados de
litocerâmicos, são ladrilhos que se apresentam com massa quase
vitrificada, mais compactos que a cerâmica vermelha, menos brancos que a
faiança. Também são feitos com argila de grês, porém sem o alto teor de
ferro que têm as manilhas. Como são mais raras as jazidas, e o material é
de qualidade superior, neste tipo de ladrilhos geralmente é feita esmaltação
na face aparente, de maneira semelhante às louças. Há inúmeras formas,
desenhos e cores.
b) Materiais de louça branca:
• Louça: Os artigos de louça são feitos com o pó de louça, ou seja, uma
pasta feita com o pó de argilas brancas (caulim quase puro), dosadas com
exatidão, que darão produtos duros, especiais, de granulometria fina e
uniforme, com a superfície normalmente vitrificada. Há quatro tipos básicos
de louça: louça calcária (louça de mesa, louça artística), louça feldspática
(azulejos, cerâmica sanitária), louça mista e louça de talco. A característica
básica do caulim para pó de louça deve ser a ausência de ferro. O grande
problema da sua fabricação é o vidrado; geralmente apresenta coeficiente
de dilatação diferente do da massa, resultando o trincamento tão comum.
Além disso, não ficam muito homogêneos, variando a cor e espessura do
66
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
vidrado, dando a impressão de ondulações na superfície. Eles variam muito
nas diversas partidas, mesmo quando usadas matérias-primas
semelhantes.
O tipo de material para vidrado deve variar de acordo com a
temperatura em que será cozida a peça. O vidrado é aplicado após uma
primeira cozedura, seguindo-se, então, o recozimento, quando se
transforma em vidro.
• Azulejos: Os azulejos são placas de louça, de pouca espessura, vidrados
numa das faces, onde levam corante. A face posterior e as arestas não são
vidradas, e até levam saliências para aumentar a fixação das argamassas
de assentamento e rejuntamento. Devem ser classificados (loteados) na
fábrica, por tamanho e cor, o que não dispensa novo loteamento na obra.
A moldagem é feita a seco, e o cozimento se dá a 1.250 oC. O vidrado é
feito com uma pintura, geralmente obtida com óxido de chumbo, areia
finíssima de grande fusibilidade, calda de argila e, conforme o caso,
corante. O azulejo comum tem , usualmente, 15 x 15 cm , precisando-se
de 45 unidades para cobrir um metro quadrado. Há uma pequena variação,
conforme a fábrica. Está-se tornando comum também o azulejo de 10 x 10
cm .
• Louças sanitárias: Nos aparelhos sanitários, a moldagem é feita pelo
sistema de barbotina. O cozimento é feito a 1.310º C. Nesses aparelhos, o
vidrado é obtido pela pintura com esmalte de bórax e feldspato ou calcário.
Há os aparelhos brancos e os de cor. Também há muitos elementos
decorativos de composição semelhante à louça sanitária. Citam-se os
elementos vazados vitrificados, de inúmeros desenhos e cores.
Cerâmica refratária
Este é um dos ramos mais importantes e estudado das cerâmicas,
mas que aqui somente será lembrado, porque é pouco usado nas
construções prediais. Seu grande emprego está na indústria. A cerâmica
67
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
refratária é cerâmica que não funde, mesmo a altas temperaturas (1.520º
C ).
PATOLOGIA EM REVESTIMENTO CERÂMICO
As patologias dos revestimento cerâmicos apresentam-se de diversas
formas, todas elas resultam na impossibilidade de cumprimento das
finalidades para as quais foram concebidos, tanto nos aspectos estéticos,
quanto na proteção de isolamento. Seu conhecimento de origem da
patologia é de fundamental importância para diagnosticar as causas das
falhas do revestimento.
Origem dos Problemas das Patologias
• Projetos - 60%.
• Construção – 26,4%
• Equipamentos – 2,1%
• Outros - 11,5%
Quanto à Origem
• Congênitas – São aquelas originárias da fase de projetos, decorrida da
não relevância das normas técnicas, ou de erros e omissões dos
profissionais. Como resultado ocorrem falhas no detalhamento e concepção
68
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
inadequada dos revestimentos, causando em torno de 40% das avarias
registradas em edificações.
• Construtivas – Estar relacionada na fase de execução da obra, resultante
do emprego da mão de obra desqualificada, produtos não certificado e
ausência da metodologia para assentamento das peças. Pesquisas mundiais
apontam que é causadora de cerca de 25% das anomalias em edificações.
• Adquiridas – ocorrem durante a vida útil dos revestimentos, resultando
na exposição ao meio ambiente, podendo ser natural, decorrentes de
agressividade do meio, ou decorrentes da ação humana e manutenção
inadequada, como exemplo; maresia, em regiões marítimas e os ataques
químicos em regiões industriais.
• Acidentais – Ocorrência de algum fenômeno atípico, como ação da chuva
com ventos de intensidade anormal, recalques estruturais e incêndios,
dentre outros. Sua ação provoca esforços de natureza imprevisível, na base
e sobre o rejuntes. Podem atingir placas cerâmicas, provocando
movimentos que vão desencadeando processos patológicos em cadeia.
Começamos bem nossa temporada de concursos perito da polícia. E
hora de focarmos nosso estudo. Até a próxima aula!
69
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS
1 – IFMG Campus São João Evangelista - 2016
Para confeccionar o concreto é necessário seguir a orientação do projeto
que está descrito no traço: a:b:c. Qual é a ordem dos elementos que
compõe o traço?
a) Cimento; areia e água.
b) Areia; cimento e brita.
c) Brita; areia e cimento.
d) Cimento; areia e brita.
e) Nenhuma das respostas acima. SOLUÇÃO
Traço é a indicação da quantidade dos materiais que constituem
as argamassas e os concretos:
Traço em volume de todos os materiais do concreto.
Traço em volume só dos agregados, sendo o cimento dado em
massa.
Traço em massa de todos os materiais que constituem o concreto.
Os traços são indicados da seguinte maneira: 1:3:3, 1:3:4, 1:3:6,
sendo que o 1º algarismo indica a quantidade de cimento a ser
usado;
O 2º algarismo indica a quantidade de areia e o 3º algarismo a
quantidade de brita. Assim temos para o traço 1:3:3, um volume de
cimento para três volumes da areia e três de brita.
70
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
2 - ITERJ/RJ - Engenharia Agrícola – MODIFICADA- 2012
Os agregados graúdos são utilizados nos mais variados serviços da
construção civil, tais como a preparação de bases para pavimentos e a
obtenção de concretos. Assinale a alternativa que apresenta a correta
definição de brita corrida.
a) Pedra britada de tamanho definido, obtida por peneiração, tendo por
limites as aberturas nominais de duas peneiras consecutivas.
b) Pedra britada que ainda não passou pelo peneirador, estando todos os
tamanhos misturados.
c) Mistura de filler (material pétreo granuloso que passa na peneira 0,150
mm) com pedrisco.
d) Pedra bruta, obtida por meio de marrão, de dimensão tal que possa ser
manuseada.
e) Material formado pela fragmentação de rochas em consequência de
agentes atmosféricos
SOLUÇÃO
Pedra britada é a Brita produzida em cinco graduações, denominadas, em
ordem crescente de diâmetros médios: pedrisco, pedra 1, pedra 2, pedra 3
e pedra 4, designadas por pd, p1, p2, p3 e p4. Não passando pois, pelo
peineirador.
RESPOSTA D
RESPOSTA C
71
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
3 - Energização Rural, Construções Rurais - IFTM - PRÓ-MUNICÍPIO2015
Existem vários materiais utilizados em construções rurais que devem
apresentar características condizentes com a função a qual exercerão.
Assinale a alternativa incorreta:
A) As pedras podem ser utilizadas no estado bruto e as mais utilizadas são
as sílico-argilosas, gnais, granitos e alguns calcários;
B) A areia pode ser proveniente de praias à beira-mar, rios ou minas e é
utilizada em revestimentos finos ou composição de argamassas;
C) O saibro é empregado no preparo de argamassas e alguns
revestimentos. Quanto maior o teor de argila e maciez, maior a qualidade
do saibro;
D)O betume, além de utilizado na pavimentação de estradas, pode ser
empregado em construções como impermeabilizante.
SOLUÇÃO
Agregado é um material granulado, natural ou artificial dividido em
partículas de formas e tamanhos mais ou menos uniformes, cuja função é
atuar como material inerte, pois em tese não sofre reações químicas, na
composição das argamassas e concretos.Com relação a areia podemos
utilizar nas construções as de rio e de terreno. Não devem ser usadas a
areia de praia e areia barrenta com húmus que provocam trincas nos
emboços e rebocos que são os revestimentos das paredes. No revestimento
denominado emboço usa-se areia média; no reboco usa-se areia fina; para
assentamento de tijolos usa-se areia média com pequena quantidade de
terra ou outro traço regional. A areia é usada no concreto como agregado
miúdo e argamassas para revestimento, assentamento de pedras ou tijolos,
assentamento de pisos etc.
A areia que usamos na confecção de concretos será de origem
aluvial, explorada em jazidas de rios. O processo de obtenção consiste em
72
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
dragar do fundo do rio a areia para um silo. Durante o processo de
extração, procedese a uma lavagem e a um peneiramento que a deixam
sem finos e sem material argiloso e carbonoso, assim como livre de outras
impurezas. Essa areia é proveniente do britamento natural de rochas,
principalmente graníticas recebe o nome de areia lavada. Conforme o
tamanho dos grãos a areia lavada classifica-se em:
FINA – diâmetro entre 0,05 mm a 0,30mm
MÉDIA – diâmetro entre 0,30 mm a 1,2 mm
GROSSA – diâmetro entre 1,2 mm a 4,8 mm
Para uso em concreto, deve-se optar por areias de rio, limpa
(esfregada na mão deve ser sonora e não sujar), médias ou grossas, afim
de diminuir água de amassamento, chegando-se a maiores resistências.
Para uso de argamassas do revestimento deve-se optar pelo uso de areia
fina, pois provoca melhor final no acabamento do reboco. Devido à
porcentagem de sal, não se usa areia de praias à beira mar e regiões
salinas, bem como as provenientes de estradas, por serem finas e com
impurezas.
O saibro é um agregado areno-argiloso, de origem natural,
proveniente da desagregação de rochas metamórficas (gnaisses)
apresentando normalmente uma cor avermelhada e amarelada. O saibro
pode ser áspero, quando o seu teor de argila se situa entre 5 e 10%, ou
macio, quando esse teor fica entre 20 e 35%. . É utilizado na confecção de
argamassas, juntamente com os aglomerantes para assentamento de
tijolos, ladrilhos e revestimento de paredes internas não sujeitos a
umidade. O seixo rolado é um agregado graúdo, de forma arredondada,
encontrado na natureza em leitos de rios. . Os agregados artificiais são
obtidos através da redução de grandes blocos de pedras, geralmente por
trituração em equipamentos mecânicos chamados britadores. Dentre os
agregados artificiais, a brita ou pedra britada, o pó de pedra e a areia
artificial merecem destaque.
73
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
A brita ou pedra britada é usada no concreto como agregado graúdo;
como bloco de alvenaria, em trabalhos de cantaria; como pavimentação,
em pisos, soleiras e peitoris; em bancadas de pias e lavatórios, e como
revestimento de paredes e pisos. A brita, para uso em concreto, pode ser
extraída de qualquer rocha, desde que tenha resistência superior à do
concreto a ser produzido e seja inerte, isto é, possua características físicas
e químicas que não influem diretamente na qualidade final. As britas, no
Brasil, são obtidas principalmente de rochas de granito, basalto e gnaisse.
A classificação comercial da brita é feita de acordo com o seu tamanho,
após passar por peneiras de malhas diversas. A brita O é chamada de
pedrisco. É importante haver vários tamanhos de brita, pois, de acordo
com a densidade da armadura e a dimensão da peça a concretar, usa-se
brita maior ou menor.
4 - Engenharia Agrícola - IF/RO - MAKIYAMA - 2013
O concreto resiste bem aos esforços de compressão e mal aos esforços de
tração e cisalhamento, em virtude das tensões de distensão que então se
verificam em planos inclinados. Assinale a alternativa que não é um fator
que afeta a resistência:
A) Relação água/cimento;
B)Idade;
C) Temperatura abaixo de 10°C;
D)Forma e graduação dos agregados.
SOLUÇÃO
Os principais fatores que influenciam na resistência à ruptura de um
concreto são: a) Qualidade dos materiais componentes; b) Qualidade da
execução; c) Relação água/cimento; d) Duração do carregamento; e) Idade
RESPOSTA B
74
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
do concreto. f) Forma e dimensões do CP (corpo-de-prova) O único que não
afeta e a temperatura abaixo de 10º C
5 - Professor - Engenharia Agrícola - IFC/SC - IESES – 2015
Com relação ao desenho técnico e arquitetônico julgue o item abaixo:
São elementos do desenho arquitetônico a planta baixa, cortes, fachadas,
plantas de locação e cobertura, planta de situação e carimbo ou legenda.
SOLUÇÃO
Na representação dos projetos de edificações são utilizados os seguintes
desenhos:
Planta(s) baixa(s)
Cortes
Fachadas
Planta de Localização
Planta de Cobertura
Planta de Situação
Desenhos de Detalhes
Perspectivas
6 – IF MG - Construção topografia - 2010
Em relação ao cimento Portland Comum CP I e CP I-S (NBR 5732), pode-se
afirmar que:
A) É um tipo de cimento sem quaisquer adições além do gesso (utilizado
como retardador de pega).
B) É um tipo de cimento adequado para uso em concretos em geral quando
há exposição a sulfatos do solo ou das águas subterrâneas.
RESPOSTA CERTO
RESPOSTA CERTO
75
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
C) Cimento Portland Comum com Adições CP I-S contém 15% de material
pozolânico em massa, recomendado para construções em geral, com as
mesmas características do CP I.
D) É um cimento que gera calor numa velocidade menor do que o gerado
pelo cimento Portland CP II (NBR 11578)
SOLUÇÃO
O cimento portland é normalizado e existem onze tipos no mercado:
CP I – Cimento portland comum
CP I-S – Cimento portland comum com adição
CP II-E– Cimento portland composto com escória
CP II-Z – Cimento portland composto com pozolana
CP II-F – Cimento portland composto com fíler
CP III – Cimento portland de alto-forno
CP IV – Cimento portland Pozolânico
CP V-ARI – Cimento portland de alta resistência inicial
RS – Cimento Portland Resistente a Sulfatos
BC – Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação
CPB – Cimento Portland Branco
Cimento Portland comum (CP-I)
O CP-I, é o tipo mais básico de cimento Portland, indicado para o uso
em construções que não requeiram condições especiais e não apresentem
ambientes desfavoráveis como exposição às águas subterrâneas, esgotos,
água do mar ou qualquer outro meio com presença de sulfatos. A única
adição presente no CP-I é o gesso (cerca de 3%, que também está
presente nos demais tipos de cimento Portland). O gesso atua como um
retardador de pega, evitando a reação imediata da hidratação do cimento.
A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5732.
76
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Cimento portland comum com adição (CP I-S)
O CP I-S, tem a mesma composição do CP I (clínquer+gesso), porém
com adição reduzida de material pozolânico (de 1 a 5% em massa). Este
tipo de cimento tem menor permeabilidade devido à adição de pozolana. A
norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5732.
Cimento portland composto com escória (CP II-E)
Os cimentos CP II são ditos compostos pois apresentam, além
da sua composição básica (clínquer+gesso), a adição de outro material. O
CP II-E, contém adição de escória granulada de alto-forno, o que lhe
confere a propriedade de baixo calor de hidratação. O CP II-E é composto
de 94% à 56% de clínquer+gesso e 6% à 34% de escória, podendo ou não
ter adição de material carbonático no limite máximo de 10% em massa. O
CP II-E, é recomendado para estruturas que exijam um desprendimento de
calor moderadamente lento. A norma brasileira que trata deste tipo de
cimento é a NBR 11578.
Cimento portland composto com pozolana (CP II-Z)
O CP II-Z contém adição de material pozolânico que varia de 6% à
14% em massa, o que confere ao cimento menor permeabilidade, sendo
ideal para obras subterrâneas, principalmente com presença de água,
inclusive marítimas. O cimento CP II-Z, também pode conter adição de
material carbonático (fíler) no limite máximo de 10% em massa. A norma
brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 11578.
Cimento portland composto com pozolana (CP II-F)
O CP II-E é composto de 90% à 94% de clínquer+gesso com adição
de 6% a 10% de material carbonático (fíler) em massa. Este tipo de
cimento é recomendado desde estruturas em concreto armado até
argamassas de assentamento e revestimento porém não é indicado para
aplicação em meios muito agressivos. A norma brasileira que trata deste
tipo de cimento é a NBR 11578. Cimento portland de alto-forno (CP III) O
77
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
cimento portland de alto-forno contém adição de escória no teor de 35% a
70% em massa, que lhe confere propriedades como; baixo calor de
hidratação, maior impermeabilidade e durabilidade, sendo recomendado
tanto para obras de grande porte e agressividade (barragens, fundações de
máquinas, obras em ambientes agressivos, tubos e canaletas para
condução de líquidos agressivos, esgotos e efluentes industriais, concretos
com agregados reativos, obras submersas, pavimentação de estradas,
pistas de aeroportos, etc) como também para aplicação geral em
argamassas de assentamento e revestimento, estruturas de concreto
simples, armado ou protendido, etc. A norma brasileira que trata deste tipo
de cimento é a NBR 5735.
Cimento portland Pozolânico (CP IV)
O cimento portland Pozolânico contém adição de pozolana no teor
que varia de 15% a 50% em massa. Este alto teor de pozolana confere ao
cimento uma alta impermeabilidade e consequentemente maior
durabilidade. O concreto confeccionado com o CP IV apresenta resistência
mecânica à compressão superior ao concreto de cimento Portland comum à
longo prazo. É especialmente indicado em obras expostas à ação de água
corrente e ambientes agressivos. A norma brasileira que trata deste tipo de
cimento é a NBR 5736.
Cimento portland de alta resistência inicial (CP V-ARI).
O CP V-ARI assim como o CP-I não contém adições (porém pode
conter até 5% em massa de material carbonático). O que o diferencia deste
último é processo de dosagem e produção do clínquer. O CP V-ARI é
produzido com um clínquer de dosagem diferenciada de calcário e argila se
comparado aos demais tipos de cimento e com moagem mais fina. Esta
diferença de produção confere a este tipo de cimento uma alta resistência
inicial do concreto em suas primeiras idades, podendo atingir 26MPa de
resistência à compressão em apenas 1 dia de idade. É recomendado o seu
uso, em obras onde seja necessário a desforma rápida de peças de
78
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
concreto armado. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a
NBR 5733.
Cimento Portland Resistente a Sulfatos (RS)
Qualquer um dos tipos de cimento Portland anteriormente citados
podem ser classificados como resistentes a sulfatos, desde se enquadrem
dentro de uma das características abaixo:
Teor de aluminato tricálcico (C3A) do clínquer e teor de adições
carbonáticas de no máximo 8% e 5% em massa, respectivamente;
Cimentos do tipo alto-forno que contiverem entre 60% e 70% de escória
granulada de alto-forno, em massa;
Cimentos do tipo pozolânico que contiverem entre 25% e 40% de material
pozolânico, em massa;
Cimentos que tiverem antecedentes de resultados de ensaios de longa
duração ou de obras que comprovem resistência aos sulfatos.
É recomendado para meios agressivos sulfatados, como redes de
esgotos de águas servidas ou industriais, água do mar e em alguns tipos de
solos.
7 - TJ-MT - Analista Judiciário - Engenharia Civil - UFMT - 2016
Na coluna da esquerda, estão apresentadas as siglas dos cimentos Portland
e na coluna da direita, a especificação desses tipos de cimentos. Numere a
coluna da direita de acordo com a da esquerda.
Assinale a sequência correta.
(A) 3, 5, 4, 2, 1
RESPOSTA A
79
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
(B) 4, 5, 1, 3, 2
(C) 4, 3, 1, 2, 5
(D) 2, 4, 5, 3, 1
SOLUÇÃO
O cimento portland é normalizado e existem onze tipos no mercado:
CP I – Cimento portland comum
CP I-S – Cimento portland comum com adição
CP II-E– Cimento portland composto com escória
CP II-Z – Cimento portland composto com pozolana
CP II-F – Cimento portland composto com fíler
CP III – Cimento portland de alto-forno
CP IV – Cimento portland Pozolânico
CP V-ARI – Cimento portland de alta resistência inicial
RS – Cimento Portland Resistente a Sulfatos
BC – Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação
CPB – Cimento Portland Branco
Então para fecharmos a qiestão
CP IV Cimento Portland Pozolânico
CP V Cimento Portland de Alta Resistência Inicial
CPI Cimento Portland Comum
CP III Cimento Portland de Alto-Forno
CP II Cimento Portland Composto
8 – IFMG Campus São João Evangelista– 2016
Existem vários materiais utilizados na construção, entre os quais materiais
litoides. De acordo com os grupos abaixo, qual deles faz parte dos litoides?
a) Brita; areia; tijolo e telha
b) Areia; ferro; cal e cimento
c) Brita; pedra; vidro e madeira
RESPOSTA B
80
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
d) Cimento; cal; gesso e Tijolo
e) Areia; brita; saibro e pedra
SOLUÇÃO
Materiais Litóides (Denomina-se pedra de construção toda classe de rochas
que pode ser empregada na construção). Ex: Pedra, Areia, Saibro
9 – IFMG Campus São João Evangelista–2016
Para a confecção do concreto, na mistura à mão ou em betoneiras, faz-se
necessário seguir uma sequência de preparação da mistura de
ingredientes. Marque a alternativa CORRETA.
A) Na betoneira: pedra; metade da água, mistura por 1 minuto; cimento;
areia e o resto da água. Os materiais são colocados com a betoneira
girando e por fim ela deverá girar por no mínimo 3 minutos. Na mão:
Espalhar a areia em uma camada de 15 cm; sobre a areia colocar o
cimento; espalhar as pedras sobre a camada de areia e cimento e
homogeneizar; por fim a água, evitando escorrimento.
B) Na betoneira: pedra; água, mistura por 1 minuto; cimento; areia. Os
materiais são colocados com a betoneira girando, por fim ela deverá girar
por no mínimo 3 minutos. Na mão: Espalhar a areia em uma camada de 15
cm; sobre a areia colocar o cimento; mistura bem uniforme da areia com o
cimento; espalhar a mistura em uma camada de 15 a 20 cm; pedras sobre
a camada de areia e cimento e homogeneizar; por fim a água, evitando
escorrimento.
C) Na betoneira: pedra; metade da água, mistura por 1 minuto; cimento;
areia e o resto da água. Os materiais são colocados com a betoneira
girando e por fim ela deverá girar por no mínimo 3 minutos. Na mão:
RESPOSTA E
81
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Espalhar a areia em uma camada de 15 cm; sobre a areia colocar o
cimento; mistura bem uniforme da areia com o cimento; espalhar a
mistura em uma camada de 15 a 20 cm; pedras sobre a camada de areia e
cimento e homogeneizar; por fim a água, evitando escorrimento.
D) Na betoneira: areia; metade da água, mistura por 1 minuto; cimento;
pedra e o resto da água. Os materiais são colocados com a betoneira
girando e por fim ela deverá girar por no mínimo 3 minutos. Na mão:
Espalhar a areia em uma camada de 15 cm; sobre a areia colocar o
cimento; mistura bem uniforme da areia com o cimento; espalhar a
mistura em uma camada de 15 a 20 cm; pedras sobre a camada de areia e
cimento e homogeneizar; por fim a água, evitando escorrimento.
SOLUÇÃO
Sequência do preparo do concreto
Podemos preparar o concreto em equipamentos chamados betoneiras,
formando neste caso uma mistura mais homogênea e uma maior produção
82
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
do que no processo manual. Entretanto, como é um equipamento
eletromecânico, exige instalação adequada na obra e treinamento para sua
operação.
10 – IFMG Campus São João Evangelista - 2016
Para confeccionar o concreto é necessário seguir a orientação do projeto
que está descrito no traço: a:b:c. Qual é a ordem dos elementos que
compõe o traço?
a) Cimento; areia e água.
b) Areia; cimento e brita.
c) Brita; areia e cimento.
d) Cimento; areia e brita.
e) Nenhuma das respostas acima.
SOLUÇÃO
Traço é a indicação da quantidade dos materiais que constituem as
argamassas e os concretos:
Traço em volume de todos os materiais do concreto.
Traço em volume só dos agregados, sendo o cimento dado em massa.
Traço em massa de todos os materiais que constituem o concreto.
Os traços são indicados da seguinte maneira: 1:3:3, 1:3:4, 1:3:6,
sendo que o 1º algarismo indica a quantidade de cimento a ser usado; O
2º algarismo indica a quantidade de areia e o 3º algarismo a quantidade de
brita. Assim temos para o traço 1:3:3, um volume de cimento para três
volumes da areia e três de brita.
RESPOSTA C
RESPOSTA D
83
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
11 - TJ-MT - Analista Judiciário - Engenharia Civil- UFMT - 2016
Sobre a cal, assinale a afirmativa INCORRETA.
(A) A cal pode ser comercializada em sacos de papel tipo kraft de duas
folhas com gramatura mínima de 80 g/m2 e com massa líquida de 8 kg, 20
kg, 25 kg ou 40 kg; os sacos devem ter impressos as siglas CH – I, CH –
II, ou CH – III.
(B) As siglas CH – I, CH – II e CH – III, respectivamente, significam: cal
hidratada especial, cal hidratada comum e cal hidratada comum com
carbonatos.
(C) A cal hidratada é proveniente da reação da cal virgem com a água; a
cal virgem é fabricada a partir da queima do calcário, ou dolomita,
resultando em óxidos de cálcio.
(D) A cal usada como aglomerante proporciona mais economia, porque é
mais barata que o cimento, porém possibilita menor capacidade de
incorporação de areia e tem menor plasticidade.
SOLUÇÃO
O Óxido de Cálcio (CaO), mais conhecido comercialmente como cal, é um
dos materiais de construção mais antigos do mundo. É obtido pela
decomposição térmica (calcinação ou queima) de rochas calcárias moídas
em diversos tipos de fornos, a uma temperatura média de 900°C. Sua
utilização é muito abrangente nos mais diversos segmentos: construção
civil, construção de estradas, siderurgia e metalurgia, indústria química,
papel e celulose, indústria alimentícia, agricultura, saúde e preservação
ambiental.
A chamada cal virgem, também denominada cal viva ou cal ordinária, é o
produto inicial resultante da queima de rochas calcárias, composto
predominantemente dos óxidos de cálcio e magnésio. Já a cal hidratada,
84
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
como o próprio nome sugere, é uma combinação da cal virgem com água.
Ou seja, CaO + H2O -> Ca(OH)2. Tem propriedades aglomerantes como o
cimento, com a diferença de que o cimento, para endurecer, reage com a
água e a cal com o ar. É a chamada cal aérea, enquanto o cimento recebe
o nome de aglomerante hidráulico.
Mas a dúvida permanece: qual o tipo de cal que devemos usar quando
preparamos uma argamassa? A resposta é simples em um primeiro
momento: podemos utilizar os dois tipos. Em determinadas regiões do
Brasil, a utilização da cal virgem para argamassas de assentamento e
revestimento é bem intensa. Em uma primeira etapa, são misturadas a cal,
areia fina e água. Essa mistura fica “descansando” por alguns dias, perde
trabalhabilidade e depois é adicionada a uma pequena parte de cimento e
mais água.
Na realidade, portanto, ninguém usa cal virgem. Podemos comprar
uma cal virgem e quando preparamos a argamassa, seja na obra ou em
central, estamos hidratando a cal no exato momento da adição de areia e
água. Esta reação libera muito calor e uma boa cal, bem calcinada, demora
aproximadamente 48 horas para hidratar bem.
Cal Hidratada: Classificação:
CH-I – Cal Hidratada Especial – óxidos totais > 96,8% na base não volátil e
no máximo 5% de CO2 .
CH-II – Cal Hidratada Comum – óxidos totais > 88% na base não volátil e
no máximo 5% de CO2 .
CH-III – Cal Hidratada Comum com Carbonatos – óxidos totais > 88% na
base não volátil e no máximo 13% de CO2
RESPOSTA C
85
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
12 - UFSM - Engenheiro Civil - UFSM - 2017
O adequado desempenho de uma estrutura de concreto no estado
endurecido está associado ao controle de produção, razão pela qual as
propriedades do concreto no estado fresco são relevantes para o
desempenho nal da estrutura. Dessa forma, é INCORRETO armar que
a) a trabalhabilidade é composta por duas grandezas: a fluidez e a coesão.
b) a trabalhabilidade é influenciada por fatores intrínsecos, dependentes
das características dos constituintes e seu proporcionamento (traço), mas
não é influenciada por fatores externos, como condições de transporte,
lançamento e adensamento.
c) a medida da trabalhabilidade é realizada de maneira indireta, por
exemplo, pela medida do abatimento do tronco de cone, espalhamento,
aparelho de Vebe e Mesa de Graff.
d) uma das consequências da trabalhabilidade inadequada do concreto é a
segregação do material, caracterizada pela separação entre os constituintes
da mistura.
e) o adensamento do concreto visa eliminar o ar aprisionado durante o
lançamento do material nas formas.
SOLUÇÃO
Ensaios para a determinação da trabalhabilidade do concreto
Ensaio de abatimento do tronco de cone
O ensaio de abatimento é um ensaio bastante usado em canteiros de
obra em todo mundo. Embora não represente uma boa avaliação da
trabalhabilidade do concreto, mas é muito útil na detecção de variações de
uniformidade de uma mistura de proporções nominais dadas (NEVILLE,
1997).
86
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Molde padrão para o ensaio de abatimento do tronco de cone (SOLOTEST, 2007).
Segundo a NM 67/1996, devem-se compactar cada camada com 25
golpes da haste de socamento. Distribuir uniformemente os golpes sobre a
seção de cada camada. Para a compactação da camada inferior, é
necessário inclinar levemente a haste e efetuar cerca de metade dos golpes
em forma de espiral ate o centro. Compactar a camada inferior em toda a
sua espessura. Compactar a segunda camada e a camada superior, cada
uma através de toda sua espessura e de forma que os golpes apenas
penetrem na camada anterior. No preenchimento e na compactação da
camada superior, acumular o concreto sobre o molde, antes de iniciar o
adensamento. Se durante a operação de compactação, a superfície do
concreto ficar abaixo da borda do molde, adicionar mais concreto para
manter um excesso sobre a superfície do molde durante toda a operação
da camada superior, rasar a superfície do concreto com uma
desempenadeira e com movimentos rolantes da haste de compactação.
Ensaio Vebê
O ensaio Vebê foi estudado por V. Bahrner, na Suécia, e consta da
medida do tempo, em segundos (graus Vebê), necessário para que se
verifique a completa remoldagem de um tronco de cone moldado em forma
idêntica à do ensaio de abatimento, sob condições normalizadas. A
87
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
remoldagem é considerada completa quando a nata de cimento ocupar
toda a superfície sob uma placa de vidro, que, apoiando-se inicialmente no
topo do tronco de cone de concreto, acompanha sua transformação em
cilindro. Esse fato pode ser observado visualmente e ocorre quando todas
as cavidades na superfície desaparecerem (SOBRAL, 1977).
Aparelho para ensaio do Vebê (SOLOTEST, 2007)
Mesa de Graff
Mesa de Graff para determinação da consistência do concreto
mediante o espalhamento do tronco de cone na mesa de Graff. Aplica-se
em laboratório ou em canteiro de obras civis, para ensaios de concreto cujo
espalhamento deve ser igual ou superior a 350mm.
A mesa de Graff também denominada como mesa de fluência possui uma
base de madeira com plataforma inclinável e superfície em aço, forma
tronco cônica (diâmetro 20cm x 21cm altura), soquete de madeira e funil
de disposição de material.
88
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
Conjunto de mesa de Graff para determinar a consistência do concreto: cone tronco-cônico, soquete
de madeira e mesa.
Adotando a classificação de Bauer (1988), em dois grandes grupos (intrínsecos e
extrínsecos), e incluindo as considerações de Basílio (1977) podem ser listado
alguns dos principais fatores que incidem na trabalhabilidade dos concretos.
Intrínsecos:
A) Proporção relativa entre os componentes da mistura: relação
cimento/agregado e relação água/material secos:
B) característica do agragado: granulometria, porosidade, forna e textura
superficial dos grâos;
c) características do cimento; finura e composição química;
d) presença ou ausência de aditivos plastificantes, superpalstificante e
incoporadores de ar.
EXTRÍNSECOS
A) Tipos de equipamento de mistura e seu estado de conservação;
B) Critérios e fatores subjetivos de avaliação (dependentes com frequência
do encarregado da produção), sobe a adequação do concreto para um
determinado uso. Neste aspecto cabe considerar: tamanho, forma e
superficie dos moldes, assim como quantidade e espaçamento das
armaduras das peças a serem concretadas.
C) Tempo decorrido desde a adição de água à mistura
89
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
A fig abaixo (GIAMMUSSO, 1995) mostra dos principais fatores que influenciam
sobre a trabalhabilidade dos concretos.
RESPOSTA B
90
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo
NBR 15575-5:2013 – Edificações habitacionais — Desempenho – Requisitos para
os sistemas de coberturas
NBR 15310:2009 Componentes cerâmicos – Telhas – Terminologia, requisitos e
métodos de ensaio
BAUER, L.A.F. Materiais de construção. 4. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos Editora, 1992. 892p.
BUENO, C.F.H. Construções rurais. Lavras: Coopesal-ESAL. 1980. 209p.
(Apostila).
CARNEIRO, O. Construções rurais. 12. ed. - São Paulo: Nobel. 1985. 718p.
CETOP - Centro de Ensino Técnico e Profissional à Distância, Ltda. Iniciação ao
cálculo de resistências. São Paulo: Gráfica Europam,. 1984. 227 p.
(Departamento Técnico do CEAC)
PETRUCCI, E.G.R. Concreto de cimento portland. 4. ed. - Porto Alegre: Globo.
1980.305p.
PETRUCCI, E.G.R. Materiais de construção. 3. ed.- Porto Alegre: Globo. 1978.
435 p.
PFEIL, W. Estrutura de madeira. 5. ed. - Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e
Científicos Ed., 1989. 295 p. Tabelas de Composição de Preços para Orçamento
(TCPO8). 8. ed. - São Paulo: Pini, 1986.
BIBIOGRAFIA:
91
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ENG. AGRÔNOMO - PERITO POLÍCIA FEDERAL
CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES
Prof. Leonardo