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Comissão Nacional de Energia Nuclear CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA NUCLEAR
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais.
“MEDIÇÃO DE TENSÕES RESIDUAIS EM JUNTA SOLDADA COM MATERIAIS DISSIMILARES POR
MEIO DO RUÍDO MAGNÉTICO BARKHAUSEN”
Leonardo Panicali Carlech
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais como requisito parcial à obtenção do Grau de Mestre.
2010
ii
Comissão Nacional de Energia Nuclear CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA NUCLEAR
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais
MEDIÇÃO DE TENSÕES RESIDUAIS EM JUNTA SOLDADA COM
MATERIAIS DISSIMILARES POR MEIO DO RUÍDO MAGNÉTICO
BARKHAUSEN
Leonardo Panicali Carlech
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais como requisito parcial à obtenção do Grau de Mestre.
Área de concentração: Ciência e Tecnologia dos Materiais - CTMA Linha de Pesquisa: Novos Materiais
Orientador: Prof. Dr. Silvério Ferreira da Silva Junior
Belo Horizonte
2010
iii
iv
Primeiramente a:
Ao senhor Deus, por ter me dado, uma segunda chance de realizar um grande sonho.
A minha esposa Daniela e filha Beatriz pelo amor e compreensão.
Aos meus pais Moyses e Mariza e irmão Ricardo que jamais deixaram de incentivar a minha
carreira acadêmica.
Aos meus sogros Rodrigo e Maria Emília e cunhados (as) Patrícia, Mônica e Otávio pelo
apoio, carinho e paciência nos momentos difíceis.
v
Agradecimentos Ao meu orientador, Dr. Silvério Ferreira da Silva, amigo e exemplo de sabedoria e
dedicação, por possibilitar o meu crescimento como pessoa e profissional.
Aos doutores do CDTN: Wagner, Jefferson e Denis por dispor de tempo e do laboratório
para a realização dos testes.
Ao pesquisador Doutor do CDTN: Donizete pela contribuição na revisão do trabalho.
Aos técnicos especializados do CDTN: Nirlando, G. Scoralik, Vlamir, Nelson, Antônio, João
Bosco, Messias e Sônia pela presteza e eficiência nos serviços prestados.
A Diretoria, membros da pós-graduação, secretaria e biblioteca do CDTN pelo aprendizado,
competência e suporte durante a realização do meu mestrado.
Aos colegas do SENAI ACR - MG e demais: Gerson, Carlos, Marcos, Adriano, André,
Alisson, Julio, Cláudio, Rosimar, Roziane e Rodrigo.G. pela compreensão, competência e
eficiência nas relações profissionais.
Aos amigos sinceros: Marcos, Fábio, Joel, Múcio, Lucília, Camila, Juscelino, Vanderley,
Nelson, Priscila e Natalia, que tive a honra de conhecer no meu mestrado, e a partir de
então, a oportunidade de conviver de forma muito honrosa e prazerosa.
vi
Se pelo que nos acreditamos lutamos, Seguimos em frente e confiamos,
Muito importante é não parar, Nunca desistir e não desanimar!
Dora Coimbra
vii
MEDIÇÃO DE TENSÕES RESIDUAIS EM JUNTA SOLDADA COM
MATERIAIS DISSIMILARES POR MEIO RUÍDO MAGNÉTICO
BARKHAUSEN
Leonardo Panicali Carlech
RESUMO
Para o aprimoramento da qualidade e confiabilidade dos equipamentos considerados
de grande responsabilidade, existe a necessidade de promover maior controle das
imperfeições que venham a ocorrer durante os diversos processos de fabricação. Dentre eles,
observa-se que nos de soldagem, ocorrem fenômenos físicos e metalúrgicos, termicamente
ativados, que resultam no aparecimento de dois tipos principais de imperfeições: tensões
residuais e distorções geométricas. O estado de tensões residuais distribuídas nas juntas
soldadas representa um fator importante na determinação do valor de carga aplicável e na vida
útil do equipamento, para cada aplicação e está diretamente alinhado com o procedimento de
soldagem envolvido na fabricação. Assim, o monitoramento do estado de integridade do
equipamento, em serviço, deve ser realizado por meio da aplicação regular e periódica de
ensaios não destrutivos, adequados às características das descontinuidades relevantes. Vários
trabalhos demonstram a sensibilidade do ruído magnético Barkhausen como método
complementar de caracterização de materiais ferromagnéticos, na verificação de
características de sua microestrutura, tais como tamanho de grão e fases envolvidas e,
também, para avaliação do teor de carbono, da presença de descontinuidades superficiais,
distribuição de tensões mecânicas e características de resistência à fadiga e fratura. O objetivo
deste trabalho é apresentar um estudo experimental sobre a utilização do método não
destrutivo baseado na análise do Ruído Magnético Barkhausen - RMB para a detecção e
medição de tensões residuais do aço ASTM A 508 de uma junta soldada dissimilar. Para
tanto, foram estabelecidas medidas e análises do RMB Também, foram realizadas medidas
com o furo central. Os resultados obtidos apontam para a viabilidade de aplicação do RMB
como método de END na medição de tensões residuais em juntas soldadas de materiais
dissimilares. Algumas limitações para a aplicação prática do método foram encontradas e são
apresentadas.
Palavras chave: Soldagem, Tensões residuais, Ruído magnético Barkhausen e Furo Central.
MEASUREMENT OF RESIDUAL STRESS IN A DISSIMILAR WELDED
JOINT WITH THE USE OF MAGNETIC BARKHAUSEN NOISE
ABSTRACT
With aim to improve the quality and reliability of great responsibility equipment, it is
necessary to promote higher control over the flaws and discontinuities that could appear
during the fabrication processes. Welding processes involve thermally activated metallurgical
and physical phenomena, resulting in two main types of defects: residual stresses and
geometric distortions. Distributed residual stresses state on welded joints represents an
important factor to the determination of applicable loading and the lifetime of such
equipment, for a particular application and is directly aligned with the welding procedure used
for its fabrication. So, their integrity condition - in service - should be verified by means of
regular and periodic application of nondestructive tests -- NDT, focused into the
characteristics of the relevant flaws. Several studies demonstrate sensibility of magnetic
Barkhausen noise as a complementary method useful to characterize ferromagnetic materials,
to search some of their micro structural properties, such as: grain size and phases, and to
evaluate carbon content, surface discontinuity presence, mechanical stresses distribution, and
fatigue and fracture resistance characteristics. The objective of this work is to present an
experimental study on the usage of magnetic Barkhausen noise – MBN as a nondestructive
method for the detection of residual stresses in a dissimilar ASTM A 508 welded joint.
Correlations were established comparing the stresses values determined by the MBN analysis
with those equivalent ones obtained by means of classical central hole drilling method. The
achieved results pointed out the viability of the application of MBN to measure residual
stresses in dissimilar welded joints. Some limitations for the practical implementation of such
method were found and are mentioned.
Keywords: Welding, Residual Stresses, Magnetic Barkhausen Noise and Hole drilling test.
ix
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................ xii
LISTA DE QUADROS ......................................................................................................... xviii
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................... xix
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .............................................................................. xx
LISTA DE SÍMBOLOS .......................................................................................................... xxi
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1
1.1 Definição da dissertação e relevância do projeto de pesquisa .............................................. 1
1.2 Objetivo da pesquisa ............................................................................................................. 3
1.3 Organização da pesquisa ...................................................................................................... 4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................... 5
2.1 Definição de tensões residuais .............................................................................................. 5
2.2 Fundamentos do ciclo térmico dos processos de soldagem ................................................. 6
2.3 Cálculo da Zona Termicamente Afetada (ZTA) teórica ....................................................... 9
2.4 Conseqüência do ciclo térmico e controle .......................................................................... 10
2.4.1 Conseqüência do ciclo térmico ........................................................................................ 10
2.4.2 Formas de controle da tensão residual ............................................................................. 13
2.5 Histórico mundial de fraturas prematuras de reatores ........................................................ 14
2.6 Métodos de avaliação de tensão residual ............................................................................ 15
2.7 Método magnético .............................................................................................................. 16
2.7.1 Definição do RMB .......................................................................................................... 16
2.7.2 Princípios do RMB .......................................................................................................... 18
2.7.2.1 Domínios magnéticos ................................................................................................... 18
2.7.2.2 Curva de histerese ......................................................................................................... 20
2.7.2.3 Efeito Barkhausen ........................................................................................................ 22
2.7.2.4 Anisotropias Magnéticas .............................................................................................. 27
2.7.3 Características e aplicação do RMB ................................................................................ 27
2.7.4 Dificuldades de aplicação do RMB ................................................................................. 32
2.8 Métodos destrutivos e semi destrutivos .............................................................................. 32
2.8.1 Método do furo central .................................................................................................... 33
2.9. Demais métodos não destrutivos ....................................................................................... 34
2.9.1 Método de difração por Raios X...................................................................................... 35
2.9.2 Método ultra-sônico ......................................................................................................... 35
x
3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL .................................................................................. 37
3.1 Seleção dos materiais ......................................................................................................... 37
3.2 Caracterização dos materiais .............................................................................................. 38
3.2.1 Composição Química ...................................................................................................... 38
3.2.2 Ensaios mecânicos ........................................................................................................... 38
3.2.2.1 Ensaio de tração ............................................................................................................ 38
3.2.2.2 Ensaio de dureza ........................................................................................................... 41
3.3 Microestrutura .................................................................................................................... 41
3.4 Corpos de provas ................................................................................................................ 43
3.5 Vigas de isoflexão .............................................................................................................. 45
3.6 Dispositivo de carregamento por flexão ............................................................................. 47
3.7 Equipamento para análise do ruído magnético BARKHAUSEN ...................................... 48
3.8 Determinação dos Parâmetros de Ensaio ............................................................................ 50
3.8.1 Freqüência de magnetização ............................................................................................ 50
3.8.2 Freqüência de análise ...................................................................................................... 51
3.8.3 Tensão de excitação ......................................................................................................... 51
3.9 Calibração do Sistema de Ensaio e Preparação da Junta Dissimilar .................................. 52
3.9.1 Aquisição do ruído magnético Barkhausen ..................................................................... 52
3.9.2 Curvas de Ajuste - RMB x Deformação .......................................................................... 53
3.9.3 Realização da soldagem................................................................................................... 54
3.10 Medição de tensões residuais ........................................................................................... 60
3.11 Microdureza após a soldagem .......................................................................................... 63
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 64
4.1 Composição química .......................................................................................................... 64
4.2 Propriedades mecânicas ...................................................................................................... 65
4.2.1 Microestrutura.................................................................................................................66
4.3 Resultados pelo método RMB ............................................................................................ 68
4.3.1 Campo magnético de excitação ....................................................................................... 68
4.3.2 Medições do ruído magnético Barkhausen no corpo de prova CP 05 A ......................... 68
4.3.3 Medições antes da soldagem - Direção longitudinal - Linha 1. ...................................... 69
4.3.4 Medições antes da soldagem - Direção Transversal - Linha 1. ....................................... 70
4.3.5 Medições antes da soldagem - Direção longitudinal - Linha 3 ....................................... 72
4.3.6 Medições antes da soldagem - Direção Transversal - Linha 3 ........................................ 74
4.3.7 Medições depois da soldagem - Direção longitudinal - Linha 3. .................................... 75
xi
4.3.8 Medições depois da soldagem - Direção transversal - Linha 3 ....................................... 77
4.4. Comparação dos resultados antes e após a soldagem - CP 05 A - Linha 3. ...................... 79
4.4.1 Direção longitudinal ........................................................................................................ 79
4.4.2 Direção transversal .......................................................................................................... 80
4.4.3 Comparação dos resultados antes e após a soldagem - CP 05 A - Colunas 10, 17,
24.............................................................................................................................................81
4.5 Calibração do sistema de ensaio ......................................................................................... 84
4.6 Resultados dos ensaios de tensões residuais ...................................................................... 85
4.6.1 Método do furo central e RMB ....................................................................................... 85
4.7 Macrografia após a soldagem. ............................................................................................ 88
4.7.1 Microdureza após a soldagem ......................................................................................... 90
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................. 93
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 94
ANEXOS .................................................................................................................................. 99
ANEXO A - RELATÓRIO DO MATERIAL ASTMA 508 .................................................... 99
ANEXO B- RELATORIO DO MATERIAL AISI 316 L ...................................................... 100
ANEXO C - RELATORIO DIMENSIONAL - TRAÇÃO ................................................... 101
ANEXO D - RELATORIO DO ENSAIO DE TRAÇÃO - CP 01 e 02 ................................ 103
ANEXO D1 - RELATORIO DO ENSAIO DE TRAÇÃO - CP 03 ...................................... 105
ANEXO E - RELATORIO DE DUREZA - HV .................................................................... 107
ANEXO F - RELATORIO DE ALIVIO DE TENSÃO ASTM A508- ................................ 108
ANEXO G - DUREZA SOLDA DISSIMILAR .................................................................... 111
ANEXO H - PROCEDIMENTO DE PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS .......................... 112
xii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Diagrama de usina nuclear do tipo PWR. ................................................................ 1
FIGURA 2 Desenvolvimento de tensões residuais longitudinais durante a soldagem. ............ 8
FIGURA 3 Distribuição típica completa de tensões residuais em solda de topo. ..................... 9
FIGURA 4 Detalhe da Junta soldada dissimilar de gerador de vapor em construção envolvendo os materiais ASTM A 508 e AISI 316L. .............................................................. 11
FIGURA 5 Gerador de vapor em construção na NUCLEP - Peso individual: 335 toneladas. 12
FIGURA 6 Apresentação geral do Ruído Magnético Barkhausenn. ....................................... 16
FIGURA 7 Sistema básico para a geração do RMB. ............................................................... 17
FIGURA 8 Movimento das fronteiras de domínio para favorecer o alinhamento e crescimento dos domínios em função do campo magnético aplicado. (a) Ausência de campo magnético. (b) Presença de um fraco campo magnético. (c) Presença de um forte campo magnético ocasionando o alinhamento dos domínios. ............................................................................... 19
FIGURA 9 Estrutura de uma fronteira de domínio de 180º. ................................................... 20
FIGURA 10 Curva de magnetização característica de um material ferromagnético .............. 21
FIGURA 11 Curva de histerese e o comportamento dos domínios magnéticos em cada estágio do ciclo. ........................................................................................................................ 22
FIGURA 12 Curva de Histerese para material ferromagnético destacando as descontinuidades que produzem o ruído magnético Barkhausen. ........................................................................ 23
FIGURA 13 Alteração dos movimentos das paredes dos domínios magnéticos devidos a tensões mecânicas de tração e compressão. .............................................................................. 24
FIGURA 14 Campo magnético aplicado (H) e o ruído magnético Barkhausen (RMB) resultante durante dois ciclos completos de magnetização em um material ferromagnético. .. 25
FIGURA 15 RMB gerado em resposta a aplicações de tensões numa viga em flexão. ........... 29
FIGURA 16 RMB para a avaliação de dureza ......................................................................... 29
FIGURA 17 Comportamento do RMB na caracterização de anisotropia mecânica em chapas de aço laminadas. ...................................................................................................................... 30
xiii
FIGURA 18 Comparação entre a curva de tensão-deformação de um aço ASTM 1070 e o coeficiente de anisotropia magnética (k). ................................................................................. 30
FIGURA 19 Corpos de prova de tração instrumentados com extensômetros de dois elementos tipo roseta-NFCA-1-11-TN. ..................................................................................................... 39
FIGURA 20 Extensômetros de dois elementos tipo NFCA-1-11-TML................................... 40
FIGURA 21 Amostra do aço ASTM A 508 Grau 3 Classe 1 utilizado com as respectivas medidas seleecionadas para os ensaios...................................................................... 41
FIGURA 22 Metodologia de preparação de amostras de acordo com a norma ASTM E 3. ... 42
FIGURA 23 Corpos de prova preparados com as respectivas identificações de acordo com a norma ASTM E 3. .................................................................................................................... 42
FIGURA 24 Amostras metalográficas para a micrografia – Faces A, C e F, respectivamente. .................................................................................................................................................. 43
FIGURA 25 Croqui das medições da pesquisa do aço ASTM A 508. .................................... 45
FIGURA 26 Desenho esquemático das vigas de isoflexão utilizadas com a posição das rosetas e da sonda Barkhausen para a calibração. ................................................................................ 46
FIGURA 27 Viga do material A 508 no dispositivo de carregamento por flexão. .................. 47
FIGURA 28 Sistema para análise do ruído magnético Barkhausen. ....................................... 48
FIGURA 29 Apresentação do software do RMB. .................................................................... 49
FIGURA 30 Software com apresentação de todos os parâmetros detectados do RMB. .......... 49
FIGURA 31 Sonda utilizada nos experimentos, montada no gabarito de posicionamento. .... 50
FIGURA 32 Faixa de freqüência de análise do RMB demonstrada no software do equipamento utilizado. ............................................................................................................. 51
FIGURA 33 Montagem para medição do campo magnético de excitação do RMB. .............. 52
FIGURA 34 Junta dissimilar preparada para a realização da soldagem. ................................. 55
FIGURA 35 Etapa do amanteigamento com o total de 18 passes ............................................ 56
FIGURA 36 Processo de esmerilhamento do revestimento do bisel........................................ 56
FIGURA 37 Bisel esmerilhado e preparado. ............................................................................ 56
FIGURA 38 Junta dissimilar no gabarito fixada evitando maiores distorções geométricas. ... 57
FIGURA 39 Junta dissimilar com os passes de raiz realizados. .............................................. 58
FIGURA 40 Junta dissimilar com os passes de enchimento. ................................................... 59
FIGURA 41 Junta dissimilar soldada. ...................................................................................... 60
FIGURA 42 Junta soldada após a instalação das rosetas ......................................................... 62
FIGURA 43 Detalhamento dos extensômetros elétricos .......................................................... 62
FIGURA 44 Croqui do corpo de prova com as rosetas instaladas e a sonda Barkhausen indicando as direções de medição: longitudinal (L) e transversal (T). ..................................... 62
FIGURA 45 Equipamento utilizado para as medições de tensões residuais pelo método do furo central.. .............................................................................................................................. 63
FIGURA 46 Micrografia da microestrutura de uma amostra retirada da seção longitudinal do material - Face superior (A) - com aumento de 150X – Reativo NITAL 2%. ......................... 66
FIGURA 47 Micrografia da microestrutura de uma amostra retirada da seção transversal do material - Face lateral C - com aumento de 150 X -– Reativo NITAL 2%. ............................ 67
FIGURA 48 Micrografia de revelação da microestrutura de uma amostra retirada da seção transversal do material forjado - Face da espessura (F) - com aumento de 150 X. .................. 67
FIGURA 49 Campo magnético aplicado em função da tensão de excitação no núcleo de excitação transversal (a) e longitudinal (b) da sonda. .............................................................. 68
FIGURA 50 Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 1 na direção perpendicular ao chanfro (longitudinal) do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem. ....... 69
FIGURA 51 Variação na posição do valor máximo (a) e do parâmetro FWHM (b) obtidos para a linha 1 na direção perpendicular ao chanfro (longitudinal) do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem. .................................................................................................................... 69
FIGURA 52 Valor RMS e valor máximo obtidos para a linha 1 na direção perpendicular ao chanfro (longitudinal) do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem. ................................... 70
FIGURA 53 Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 1 na direção paralela ao chanfro (transversal) do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem. ..................................... 71
FIGURA 54 Variação na posição do valor máximo (a) e do parâmetro FWHM (b) para a linha
xv
1 na direção paralela ao chanfro (transversal) do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem. .................................................................................................................................................. 71
FIGURA 55 Valor RMS e valor máximo obtidos para a linha 1 na direção paralela ao chanfro (transversal) do corpo de prova CP 05 A, antes da soldagem. .................................... 72
FIGURA 56 Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 3 na direção perpendicular ao chanfro (longitudinal) do corpo de prova CP 05 A, antes da soldagem. ...... 72
FIGURA 57 Variação na posição do valor máximo (a) e do parâmetro FWHM (b) para a linha 3 na direção perpendicular ao chanfro (longitudinal) do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem. ............................................................................................................................. 73
FIGURA 58 Valor RMS e valor máximo obtidos para a linha 3 na direção perpendicular ao chanfro (longitudinal) do corpo de prova CP 05 A, antes da soldagem. .................................. 73
FIGURA 59 Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 3 na direção paralela ao chanfro (transversal) do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem. ..................................... 74
FIGURA 60 Variação na posição do valor máximo (a) e do parâmetro FWHM (b) para a linha 3 na direção paralela ao chanfro (transversal) do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem. .................................................................................................................................. 74
FIGURA 61 Valor RMS e valor máximo obtidos para a linha 3 na direção paralela ao chanfro (transversal) do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem. ..................................... 75
FIGURA 62 Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 3 na direção perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal) do corpo de prova CP 05 A depois da soldagem. .................................................................................................................................. 76
FIGURA 63 Variação na posição do valor máximo (a) e do parâmetro FWHM (b) para a linha 3 na direção perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal)do CP 05 A, depois da soldagem. ............................................................................................................................. 76
FIGURA 64 Valor RMS e valor máximo obtidos para a linha 3 na direção perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal) do corpo de prova CP 05 A depois da soldagem. ...... 77
FIGURA 65 Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 3 na direção paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do corpo de prova CP 05 A depois da soldagem. ........ 77
FIGURA 66 Variação na posição do valor máximo (a) e do parâmetro FWHM (b) obtidos para a linha 3 na direção paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do CP 05 A depois da soldagem. ............................................................................................................................. 78
FIGURA 67 Valor RMS e valor máximo obtidos para a linha 3 na direção paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do corpo de prova CP 05 A depois da soldagem. ........ 78
xvi
FIGURA 68 Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 3 na direção perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal) do CP 05 A antes e depois da soldagem. .................................................................................................................................. 79
FIGURA 69 Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 3 na direção paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do CP 05 A antes e depois da soldagem. .................................................................................................................................. 80
FIGURA 70 Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a coluna 10, na direção perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal) do CP 05 A antes e após a soldagem. .................................................................................................................................. 81
FIGURA 71 Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a coluna 17, na direção perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal) do CP 05 A antes e após a soldagem. .................................................................................................................................. 81
FIGURA 72 Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a coluna 24, na direção perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal) do CP 05 A e após a soldagem. .................................................................................................................................. 82
FIGURA 73 Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a coluna 10, na direção paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do CP 05 A antes e após a soldagem. .................................................................................................................................. 82
FIGURA 74 Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a coluna 17, na direção paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do CP 05 A antes e após a soldagem. .................................................................................................................................. 82
FIGURA 75 Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a coluna 24, na direção paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do CP 05 A - antes e após a soldagem. .................................................................................................................................. 83
FIGURA 76 Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a curva de calibração do RMB, na direção equivalente à perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal) do CP 05 A .................................................................................................................................................. 84
FIGURA 77 Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a curva de calibração do RMB, na direção equivalente à paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do CP 05 A antes e após a soldagem. ....................................................................................................................... 84
FIGURA 78 Junta dissimilar soldada com espessura de 12,7mm seccionada para a preparação da macrografia. ......................................................................................................................... 88
FIGURA 79 Seções selecionadas para a realização da macrografia e microdureza da ZTA da junta dissimilar. . ...................................................................................................................... 89
FIGURA 80 (a) Macrografia da solda da seção I e (b)-Macrografia da solda da seção M
xvii
(ASTM E3, 2007). .................................................................................................................... 90
FIGURA 81 Perfil de microdureza Vickers (HV 0,1) da seção I - região da solda entre o limite da linha de fusão (LF) até 15 mm no metal base – ASTM A 508. ................................ 91
FIGURA 82 Perfil de microdureza Vickers (HV 0,1) da seção M - região da solda entre o limite da linha de fusão (LF) até 15 mm no metal base – ASTM A 508. ................................ 91
LISTA DE QUADROS QUADRO 1 - Métodos para aliviar as tensões residuais ......................................................... 13 QUADRO 2 - Algumas técnicas para a medição de tensões residuais. ................................... 15
xix
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Valores das propriedades térmicas de ligas de engenharia selecionados. .............. 7
TABELA 2 Valores da profundidade de pele para diferentes frequencias de excitação ......... 26
TABELA 3 Características dos extensômetros utilizados para a determinação do coeficiente de Poisson do aço ASTM A 508 ............................................... Erro! Indicador não definido.
TABELA 4 Características das rosetas utilizadas nas vigas de isoflexão do aço ASTM A 508. .................................................................................................................................................. 46
TABELA 5 Parâmetros de soldagem utilizados no amanteigamento do bisel da chapa de aço ASTM A 508 ............................................................................................................................ 55
TABELA 6 Parâmetros de soldagem utilizados na raiz da junta de materiais dissimilares ..... 57
TABELA 7 Parâmetros de soldagem utilizados no enchimento da junta de materiais dissimilares ............................................................................................................................... 58
TABELA 8 Parâmetros de soldagem utilizados no acabamento da junta de materiais dissimilares. .............................................................................................................................. 59
TABELA 9 Características das rosetas utilizadas nas medições de tensões residuais na junta dissimilar. ................................................................................................................................. 61
TABELA 10 Composição química do aço ASTM A 508 analisado ........................................ 64
TABELA 11 Propriedades mecânicas do aço ASTM A 508 ................................................... 65
TABELA 12 Resultados para o método do furo central .......................................................... 86
TABELA 13 Resultados para o método do Ruído Magnético Barkhausen ............................. 86
xx
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APM=.Anisotropia de Permeabilidade Magnética
ASTM = American Society for Testing and Materials
BWR = Boiler Water Reactor
CST = Corrosão Sob Tensão
CDTN = Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear
END = Ensaios Não Destrutivos
ER = Eletrodo Revestido
FBTS = Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem
FWHM = Full Width at Half Maximum
GTAW = Gas Tungsten Arc Welding
GVs = Geradores de Vapor
LF = Linha de fusão
LWR = Light-Water Reactor
NUCLEP = Nuclebras Equipamentos Pesados S.A.
PWHT = Post Welding Heat Treatment
PWR = Pressurized Water Reactor
PWSCC = Primary Water Stress corrosion Cracking
RMB = Ruído Magnético Barkhausen
RMM = Ruído Magnético Mecânico
RMS = Root Mean Square
SMAW = Shielded Metal Arc Welding
TWC = Transformada Wavelet Contínua
USP = Universidade de São Paulo
VVER = Vodo-Vodyanoi Energetichesky Reactor
ZF = Zona de fusão.
ZTA = Zona Termicamente Afetada
xxi
LISTA DE SÍMBOLOS
% w = Percentual em massa do elemento químico
= Coeficiente de dilatação linear
δ = Profundidade de pele
= Coeficiente de Poisson
= Deformação.unitária
0 = Parâmetro de ajuste
d = parâmetro de ajuste
0 = Permeabilidade no vácuo
r = Permeabilidade relativa
= rendimento
ρ = Densidade do material (g/mm3)
= Condutividade elétrica do material
= Rendimento térmico do processo de soldagem
m = Tensão mecânica no material
A1 = Parâmetros de ajuste
A2 = Parâmetros de ajuste
B = Indução magnética
Cp = Calor específico do metal – estado sólido (J/g °C)
CE = Carbono Equivalente
e = número de Euler
E = Módulo de Elasticidade
f = freqüência do campo magnético de excitação
H = Intensidade do campo magnético
H input = Energia térmica de soldagem (J/s mm)
HC = Força coerciva
I = Corrente elétrica
k = Coeficiente de anisotropia
K = Fator de conversão do extensômetro
KAC = Constante acustoelástica do material
l0 = Comprimento inicial
l = Dilatação térmica
xxii
M = Magnetização
n = Número de medidas realizadas
t = Espessura do metal de base (mm)
T = Temperatura do material em um determinado instante
T = Variação de temperatura
TE = Tensão elétrica
Tm = Temperatura de fusão (°C) do material
T0 = Temperatura inicial (°C)
Tp = Temperatura de austenitização (°C) a distância Y (mm) da poça de fusão da solda
VPW = Tensão de alimentação da ponte de Wheatstone
VPW = Diferença entre a leitura devida a um determinado carregamento e a leitura inicial
indicada pela ponte de Wheatstone
V = Velocidade da onda ultra-sônica no material na presença de uma tensão mecânica
V0 = Velocidade da onda ultra-sônica no material sem a presença de tensões mecânicas
Vi = valor da voltagem medido em um determinando instante.
Vs = Velocidade de Soldagem
VRMS = valor médio quadrático do RMB em Volts.
Wp = Frequência de ruído
Y = Largura teórica (mm) da zona térmicamente afetada
VRMBmáx = Valor máximo do Ruído Magnético Barkhausen
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 Definição da dissertação e relevância do projeto de pesquisa
De maneira geral, os vasos de pressão instalados em reatores de usinas nucleares LWR
ocidentais em operação são construídos com aços ferríticos de baixa liga, tais como: ASTM A
533 - Grau B (Fe-0,25C-1,5Mn-0,4Si-0,6Mo-0,7Ni) e ASTM A 508 (Fe–0,25C–0,3Cr–0,3Si–
0,75Ni–0,75Mn–0,6Mo) (KLUEH, NELSON, 2007). Estes aços possuem como propriedades
mecânicas principais, alta tenacidade e alta resistência mecânica. Além disso, possuem boas
características de soldabilidade. Para a maioria dos vasos de pressão utilizam-se chapas
forjadas ou laminadas, com espessuras que variam entre 200mm e 300mm, unidas por meio
de soldagem.
O diagrama construtivo simplificado de uma usina nuclear PWR é apresentado na FIG.1.
As condições típicas de operação dos reatores de tais usinas são: pressão de operação de
aproximadamente 7MPa (BWR) e 15MPa (PWR); temperatura de trabalho de 288ºC.
FIGURA 1- Diagrama de usina nuclear do tipo PWR.
FONTE: BRASIL, 2009.
Devido às severas condições de operação, aliadas às rigorosas exigências de segurança, ações
de engenharia são constantemente requeridas para avaliar a integridade estrutural dos
2
equipamentos das centrais em atividade. O controle das tensões residuais durante a fabricação
desses componentes e durante sua operação, para evitar a aceleração dos processos de
corrosão sob tensão, evitando assim, maiores avarias de forma precoce da estrutura, é um
exemplo de ação (EPRI, 2008). A evolução dos materiais e técnicas construtivas,
empregáveis, por exemplo, no desenvolvimento de novos reatores, que deverão operar com
pressões e temperaturas mais elevadas que os atuais (para a geração de vapor) conduz à
necessidade de desenvolvimento e aprimoramento de metodologias e procedimentos para a
avaliação de integridade estrutural. Neste contexto, observa-se hoje que o conhecimento
prévio das tensões atuantes na estrutura e componentes precisa ser levado em conta, inclusive
para a aplicação dos métodos de Ensaios não Destrutivos (END).
A partir de 1990, observa-se maior interesse na medição de tensões residuais em estruturas e
componentes que empregam processos de soldagem em sua construção, envolvendo ainda os
processos de manutenção preditiva, preventiva e corretiva. Os principais segmentos da
indústria envolvidos estão nos setores petroquímico, nuclear, automotivo e aeroespacial. Para
a utilização de equipamentos em processos de grande responsabilidade, ensaios não
destrutivos como por exemplos ultrassom, partículas magnéticas e correntes parasitas são
fundamentais para o acompanhamento de sua degradação e verificação de sua integridade
estrutural (BECKER et al, 1997).
Na utilização destes tipos de equipamentos de grande responsabilidade, na etapa do controle
da qualidade, os ensaios não destrutivos são fundamentais para o acompanhamento e
verificação de sua integridade estrutural. Métodos acústicos e eletromagnéticos têm sido
utilizados de forma expressiva para essa finalidade, tanto para a detecção e caracterização de
descontinuidades estruturais como também para a caracterização da microestrutura dos
materiais envolvidos e avaliação de tensões residuais e aplicadas aos mesmos (LU, 1996).
Dentre todos, o ensaio magneto elástico, que se baseia na análise do ruído magnético
Barkhausen (RMB), apresenta um grande potencial de aplicações, como a possibilidade de
caracterizar os materiais de interesse e para a determinação da presença, natureza e valor de
tensões residuais atuantes nos mesmos. Para avaliação das tensões residuais com a utilização
do método magneto elástico (RMB) em campo é de fundamental importância a análise do
ruído magnético gerado como resposta ao estímulo dado ao material (SILVA JR., 2005).
O aço utilizado nos estudos apresenta características microestruturais diferentes dos aços
3
normalmente utilizados na fabricação de componentes estruturais, devido ao seu processo de
fabricação. Este fato, aliado ao uso deste material em componentes do circuito primário de
reatores nucleares, torna interessante a busca de novos métodos para o estudo da evolução de
tensões residuais tanto durante a soldagem desses componentes como durante a sua vida
operacional. Outro aspecto importante ligado ao trabalho é que, em estudos de processos de
degradação realizados em laboratório, o acompanhamento das tensões residuais geradas
durante a fabricação de modelos para estudo, como o de um bocal de linha de surto de
pressurizador contendo soldas de materiais dissimilares, é importante (CDTN RT, 2010).
Uma das principais dificuldades para a utilização do método de ensaio não destrutivo
magneto elástico é o desenvolvimento de uma metodologia de ensaios, que possibilite o seu
uso de forma a garantir a reprodutibilidade dos resultados dentro dos limites do método. Para
isso, além da metodologia de testes, preocupou-se em obter-se um corpo de prova fabricado
de maneira similar a um bocal de pressurizador utilizado para estudos de corrosão sob tensão,
segundo procedimentos de soldagem similares, de forma a permitir a reprodução do corpo de
prova e dos experimentos.
1.2 Objetivo da pesquisa
O principal objetivo do trabalho é estabelecer uma correlação entre o estado de tensões
residuais atuante em uma junta soldada de materiais dissimilares, produzida a partir dos aços
ASTM A 508 e AISI 316L utilizados em componentes do circuito primário de centrais
nucleares PWR e o padrão do ruído magnético Barkhausen correspondente. O estudo é
realizado no material ferrítico, o aço ASTM A 508, antes da realização da solda dissimilar e
após a realização da mesma, de forma a possibilitar a associação da variação das
características do ruído magnético Barkhausen ao longo do cordão de solda com as tensões
residuais atuantes em diferentes estágios da fabricação da junta.
Os resultados obtidos por meio da análise do ruído magnético são comparados com os obtidos
pelo método do furo central, padronizado internacionalmente.
4
1.3 Organização da pesquisa
O presente trabalho está organizado como apresentado a seguir:
No Capítulo 2 faz-se uma revisão dos fundamentos das tensões residuais, o comportamento
do ciclo térmico durante a etapa de soldagem junto com o controle das formas de tensões
residuais em reatores nucleares com o histórico de algumas fraturas prematuras. Descreve-se
ainda a metodologia de avaliação de tensões residuais com suas características, aplicações e
limitações. Por fim, apresenta-se o método de medição de tensões residuais do furo central,
baseado na Norma ASTM E 837-08 (ASTM E 837-08, 2010a).
No Capítulo 3 descreve-se a metodologia experimental do trabalho envolvendo: A seleção dos
materiais a serem utilizados; a caracterização do material de interesse para o uso da análise do
ruído magnético Barkhausen como método para avaliação de tensões residuais abordando a
sua composição química, suas propriedades mecânicas e as características de sua
microestrutura; a definição e fabricação dos corpos de prova para ensaio e para a calibração
do sistema de ensaio, definição da sonda/sensor a ser utilizado e projeto e fabricação de
gabaritos e suportes necessários para posicionar a sonda - sensor utilizado nas medições; a
determinação dos parâmetros de ensaio; a calibração do sistema de ensaio; a aquisição dos
sinais referentes ao ruído magnético Barkhausen em pontos definidos do corpo de prova de
testes e a realização dos ensaios de tensões residuais pelo método do furo central.
No capítulo 4 são apresentados os resultados obtidos e as discussões correspondentes.
Finalmente, no capítulo 5, são apresentadas as conclusões da pesquisa e recomendações para
o desenvolvimento de trabalhos futuros.
5
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Definição de tensões residuais
O processo de fadiga de uma estrutura ou de um componente mecânico não é devido apenas à
aplicação de carga externa de modo contínuo e / ou intermitente, dependendo também do
estado da superfície e das tensões residuais presentes. Logo, o estado de tensões residuais é
um importante parâmetro a ser considerado na avaliação de um material, podendo ter efeito
negativo ou positivo em seu desempenho, dependendo da situação.
A definição de tensões residuais refere-se ao sistema de tensões presentes em um material ou
componente estrutural sem a aplicação de um carregamento externo ou existência de
gradientes de temperatura, que possui como referência o limite de escoamento do material.
Caso as tensões residuais estejam além do limite de escoamento em algum pequeno elemento
de volume do material, este elemento se deformará plasticamente, até que as tensões locais se
reduzam à tensão de escoamento.
As tensões residuais são causadas por deformações elasto-plásticas heterogêneas, ou seja,
deformações distribuídas não uniformemente ao longo do volume do material. As
deformações elásticas podem ser causadas por transformações de fase, por contração ou
expansão térmica anisotrópica. As deformações plásticas podem ser induzidas no material por
gradientes de temperatura, produzidos em processos de fabricação como soldagem e
sinterização, por tratamentos térmicos, por processos de conformação mecânica, usinagem e
corte, e também pela presença de concentradores de tensões (KOZACZEK et al., 1994).
O estado local de tensões residuais em um material é o resultado da superposição de três tipos
de tensões (KOZACZEK, et al., 1994).
a) Tensões residuais homogêneas macroscópicas de primeiro tipo que são tensões de
longo alcance, distribuídas sobre um volume de vários grãos de um material.
b) Tensões residuais homogêneas microscópicas de segundo tipo que são tensões de
curto alcance, variando no interior de um grão ou partícula de segunda fase,
6
originárias de interações elásticas / plásticas entre grãos ou fases.
c) Tensões residuais homogêneas submicroscópicas de terceiro tipo que são tensões
submicroscópicas originárias de imperfeições na rede, possuindo um alcance menor
do que poucas distâncias atômicas.
A conexão entre esses três tipos de tensões residuais acontece depois da deformação plástica
de forma localizada do material que surge após liberação da carga e / ou gradiente térmico
atuante no sistema. Logo, micro-tensões de tração e compressão do segundo e terceiro tipos
são geradas, devido a não homogeneidade do limite de escoamento localizado do material
resultante da somatória da macro-tensões do primeiro tipo.
A maior parte dos processos de fabricação e tratamentos térmicos submetidos aos materiais
gera tensões residuais do primeiro tipo, ou seja, de longo alcance. Como exemplo tem-se:
Soldagem, brasagem, usinagem, fundição, conformação mecânica, têmpera, metalização e
caldeamento. Tensões residuais de segundo tipo são encontradas em ligas multifásicas ou em
materiais compostos onde as diferenças entre as propriedades térmicas e elásticas dos
constituintes ocasionam deformações heterogêneas. Tensões residuais de terceiro tipo
normalmente acompanham as tensões residuais de primeiro e segundo tipos, pois a
deformação plástica, transformação de fase ou recristalização mudam a densidade e o arranjo
dos defeitos da rede.
2.2 Fundamentos do ciclo térmico dos processos de soldagem
O ciclo térmico envolvido nos processos de soldagem é bastante complexo e resulta na
formação de tensões residuais na região da junta e distorções na estrutura soldada.
Quando um material é aquecido, suas dimensões aumentam proporcionalmente à variação de
temperatura )( 0TTT , o que é descrito pela equação de dilatação térmica:
Tll 0 (1)
7
Onde: )( l é a dilatação térmica; )( 0l comprimento inicial e )( é o coeficiente de dilatação
térmica linear. Para pequenos intervalos de temperatura, )( pode ser considerado como
constante.
Se um objeto for aquecido e resfriado de modo uniforme e não existirem restrições às suas
variações dimensionais, não resultam efeitos mecânicos importantes, isto é, após o ciclo
térmico, o objeto não deverá apresentar nem tensões residuais nem distorções. Contudo, se a
variação de temperatura não for uniforme ao longo da peça ou a mesma não puder se expandir
ou contrair livremente durante o ciclo térmico, tensões residuais e/ou distorções podem se
desenvolver (MODENESI, 2008). Na TAB. 1 são apresentadas algumas propriedades
importantes de materiais estruturais, de interesse para este trabalho.
TABELA 1
Valores das propriedades térmicas de ligas de engenharia selecionados.
LIGAS DENSIDADE
(Kg/m3) à 1000C
CALOR
ESPECÍFICO
(KJ / Kg. K)
à 1000C
CONDUTIVIDADE
TÉRMICA
(W/ m.K)
à 1000C
COEFICIENTE
DE EXPANSÃO
TÉRMICA )(
5380C, 10-6/ 0C
Inoxidavel
Austenitico –
Cromo -Niquel
7.800 – 8.000 0.46 – 0.50 18.7 – 22.8 1.700 – 1.920
Inoxidavel
Ferritítico - Cromo 7.800 0.46 – 0.50 24.4 – 26.3 1.120 – 1.210
Inoxidavel
Martensítico -
Cromo
7.800 0.42 – 0.46 28.7 1.160 – 1.210
Aço Carbono 7.800 0.48 60 1.170
FONTE: TSAI; TSO, 1996.
Nos processos de soldagem, as tensões residuais se originam devido ao aquecimento
localizado do material, produzido pela fonte de calor utilizada no processo de soldagem,
gerando uma distribuição de temperatura não uniforme no material que se altera
8
continuamente durante o intervalo de tempo em que durar a operação de soldagem.
Dependendo de aspectos como tipo de material, geometria da junta soldada, tamanho do
componente, seqüência de soldagem, dentre outros, as tensões residuais que se originam no
material poderão apresentar desde padrões de distribuição simples até padrões de distribuição
extremamente complexos. Para o caso de uma junta soldada podem-se distinguir as tensões
residuais em:
a) Contração no resfriamento de regiões diferentemente aquecidas e plastificadas
durante a realização da soldagem (“shrinkage residual stresses”);
b) Resfriamento superficial mais intenso (“quenching residual stresses”) e;
c) Transformação de fases.
Na FIG. 2 é ilustrado o desenvolvimento de tensões devido ao aquecimento não uniforme de
uma junta soldada (MODENESI, 2008).
FIGURA 2 - Desenvolvimento de tensões residuais longitudinais durante a soldagem. FONTE: MODENESI, 2008.
Na seção AA', muito distante da poça de fusão e ainda não aquecida pela fonte de calor, não
existem variações de temperatura e o material ainda está isento de tensões. Na seção BB',
junto à poça de fusão, o material aquecido tende a se expandir sendo, contudo, restringido
pelas regiões mais frias da peça, gerando, assim, tensões de compressão em regiões próximas
à ZF e tensões de tração nas regiões um pouco mais afastadas. Quando o seu limite de
escoamento é atingido, o material aquecido deforma-se plasticamente em compressão. Na
poça de fusão, como o material está no estado líquido, as tensões são nulas.
9
Com o resfriamento e após a solidificação da solda, o material passa a se contrair, sendo
novamente, impedido pelas regiões mais frias e afastadas da solda. Assim, na seção CC'
surgem tensões de tração junto ao cordão e de compressão nas regiões mais afastadas. Estas
tensões aumentam de intensidade levando ao escoamento da região aquecida. Após o
resfriamento completo, seção DD', as tensões residuais no centro da solda chegam a níveis
próximos ao limite de escoamento do material e existe uma distribuição de tensão similar à
apresentada na FIG. 3 (MASUBUCHI, 1993).
FIGURA 3 - Distribuição típica completa de tensões residuais em solda de topo. (a) Sistemas de tensão. (b) Tensões residuais longitudinais formadas ao longo da direção transversal (y). (c) Tensões transversais – linha tracejada significa que a solda faz parte de uma estrutura e está sujeita a tensões de reação – Situação do estudo. FONTE: MASUBUCHI, 1993.
2.3 Cálculo da Zona Termicamente Afetada (ZTA) teórica
Pode-se calcular a largura da zona termicamente afetada (ZTA) de forma teórica (ver EQ.2)
10
(TSAI; TSO, 1996), gerando uma estimativa de possíveis concentrações de tensões residuais
de tração ao longo da ZTA da junta soldada antes da realização da soldagem com a utilização
de um procedimento e soldador qualificados.
00
113,41
TTHinput
YtC
TTp m
p
(2)
Sendo:
Y: Largura teórica (mm) da zona termicamente afetada.
Tp: Temperatura de austenitização (°C) a distancia Y (mm) da poça de fusão da solda.
T0: Temperatura inicial (°C).
Tm: Temperatura de fusão (°C) do material.
H input: Energia térmica de soldagem (J/s mm).
ρ: Densidade do material (g/mm3).
Cp: Calor específico do metal – estado sólido (J/g° C).
t: Espessura do metal de base (mm).
Quando o componente soldado apresenta uma grande espessura e conseqüentemente, uma
grande ZTA (superior a 25mm), as tensões residuais na direção da espessura (Z) e a variação
das tensões em outras direções com a espessura podem se tornar bastante significativas
(GUNNERT,1958).
2.4 Conseqüência do ciclo térmico e controle
2.4.1 Conseqüência do ciclo térmico
As juntas soldadas de materiais dissimilares são encontradas em centrais nucleares em
componentes como geradores de vapor (GVs) e pressurizadores. Nesses casos, os bocais de
entrada e saída da água, de aço carbono (ASTM A 508 em Angra 1), são unidos às tubulações
11
de aço inoxidável AISI 316L do circuito primário pelo processo de soldagem. Tais materiais
apresentam diferenças em sua condutividade térmica e nos coeficientes de expansão térmica,
gerando um ciclo térmico complexo difícil de ser controlado. Como metais de adição para a
realização da soldagem são usadas ligas de níquel que apresentam características como
elevada resistência mecânica e resistência à corrosão, aliadas a um coeficiente de expansão
térmica de valor intermediário. Entretanto, essas ligas são susceptíveis ao fenômeno de
corrosão sob tensão, principalmente, em altas temperaturas de trabalho em meio aquoso
(LEE; KUO, 1999). Detalhe de uma junta soldada envolvendo os materiais ASTM A 508 e
AISI 316 em gerador de vapor pode ser observado na FIG. 4.
FIGURA 4 - Detalhe de uma junta soldada dissimilar de gerador de vapor em construção envolvendo os materiais ASTM A 508 e AISI 316L. FONTE: BRASIL, 2009.
Apesar da existência de estudos de mecanismos de falha por CST da liga de níquel dos metais
de solda 82 e 182 que foram utilizados na pesquisa, não há um completo entendimento devido
à sua complexidade. Geralmente é aceito que a susceptibilidade a CST depende da quantidade
de carbono na liga, presença de carbonetos nos contornos de grão e da microestrutura
(MOCHIZUKI, 2006).
A fissuração por CST em ambiente do circuito primário de um reator de água pressurizada –
PWR, conhecida como PWSCC, consiste na degradação para a qual concorrem a presença de
ambiente agressivo, de tensões de tração e a suscetibilidade dos materiais (KOZACZEK, et al.
12
1994). Na usina nuclear de Angra 1 verifica-se o emprego das ligas de níquel 182/82 em
componentes, como por exemplo, nas soldas dissimilares dos bocais do pressurizador e do
gerador de vapor (SCHVARTZMAN, et al., 2009).
Em outro estudo de susceptibilidade de trinca de corrosão sob tensão de reatores a água
pressurizada - circuito primário contaminado com baixos níveis de sulfato a 292ºC, com a
utilização de junta dissimilar envolvendo os aços A508-309L ou 308L - como soldado e após
tratamento para alívio de tensões, observou-se uma interface complicada austenítica-ferrítica
com mudanças micro-estruturais, dependentes da temperatura de pós - aquecimento, sua
duração e da composição química dos dois metais, gerando mudanças nas propriedades
mecânicas (LI; CHARLES; CONGLETON, 2000).
Os aços ferríticos de baixo cromo são utilizados na fabricação de reatores e geradores de
vapor porque possuem resistência mecânica a temperaturas de trabalho elevadas e limitações
no processo de corrosão, porém devem ser readequados para a utilização dos reatores de
fissão da próxima geração, devido a influência da maior liberação de energia dos nêutrons
associado à fissão nuclear (KLUEH; NELSON, 2007). Um detalhe de gerador de vapor, com
casco fabricado a partir do aço ASTM A 508 pode ser observado na FIG. 5.
FIGURA 5 - Gerador de vapor em construção na NUCLEP - Peso individual: 335 toneladas. FONTE: BRASIL, 2009.
13
2.4.2 Formas de controle da tensão residual
Em relação aos métodos de controle das tensões residuais geradas durante e após a realização
da soldagem, dentre eles, o método mais utilizado é o tratamento térmico de alívio de tensões
nas juntas soldadas. Alguns dos métodos utilizados podem ser observados no QUADRO 1.
Algumas Técnicas Descrição Características
(a)
Martelamento
Martelamento do metal depositado e
de suas adjacências durante ou após
a soldagem.
Método simples pode
causar refino de grão.
Encruamento
A junta soldada é deformada
plasticamente pela aplicação de
cargas de tração.
Bastante eficiente para
tanques esféricos e
tubulações.
Vibração
Vibrações são aplicadas na estrutura
causando uma ressonância de baixa
freqüência o que ocasiona
deformação plástica parcial da
estrutura e alívio de tensões.
Operação simples.
(b)
Recozimento para alívio de tensões
Aquecimento a 600-700ºC (Aços
ferríticos) seguido de resfriamento
lento. Pode ser local ou total.
Muito utilizado e bastante
eficiente.
Recozimento a alta temperatura
Aquecimento a 900-950ºC (aços
ferríticos) seguido de resfriamento
lento. Pode ser local ou total.
Podem eliminar
completamente as tensões
residuais.
Alívio de tensões a baixas temperaturas
Aquecimento do local da solda a
150-200ºC em uma largura total de
60 a 130mm.
Adequado para grandes
estruturas.
QUADRO 1 - Métodos para aliviar as tensões residuais. (a) Processos mecânicos. (b) Processos térmicos. FONTE: OKIMURA; TANIGUCHI, 1982.
No caso dos vasos de pressão o pós - aquecimento é utilizado para diminuir a tensão residual
de juntas soldadas. Entretanto, durante o pós - aquecimento o elemento carbono do aço baixo
carbono desloca para o metal de solda austenítico gerando uma camada de descarbonetação
14
no aço baixa liga adjacente na interface e uma camada enriquecida em carbono próxima ao
metal de solda. Maioria do carbono da zona enriquecida deste precipita em carbetos
diminuindo a concentração de Cr dissolvido na matriz. Essas mudanças microestruturais, que
dependem da temperatura de pós - aquecimento, duração e composição química dos dois
metais, causam mudança nas propriedades mecânicas. Esses efeitos de como mudaram no
ambiente - susceptibilidade de trinca por corrosão tem recebido pouca importância (LI;
CHARLES; CONGLETON, 2000).
Vasos de pressão de reatores VVER são sujeitos durante a sua vida útil a aproximadamente
quatro (4) ciclos de PWHT a temperaturas entre 540ºC e 590ºC, surgindo efeitos nas
propriedades mecânicas dos materiais envolvidos. Estudos têm mostrado que o alívio de
tensão pode produzir mudanças na tenacidade e / ou propriedades de fadiga no metal de base,
especialmente, frente a repetidos ciclos de tratamentos térmicos (MITEV; TAYLOR, 2006).
O tratamento térmico de pós-aquecimento entre 540ºC e 590ºC evidenciado acima e com
tempo de patamar respectivo, é dependente da espessura da chapa. Devido à microestrutura
resultante do material depois da soldagem em materiais temperados e revenidos, ou seja,
beneficiados, que é uma característica do material estudado, contribui para a redução do
processo de tensão residual que pode conduzir a efeitos adversos na tenacidade e / ou
propriedades de fadiga da chapa base, facilitando, assim, o tratamento de pós- aquecimento
(STERJOVSKIA, et al. , 2005).
Em seus estudos, Hurst relatou que dois corpos de prova de uma junta dissimilar soldada
sujeitas a um pós-aquecimento de 605ºC - 5h e 620ºC - 20h possuíam comportamento
diferente em ambiente com temperatura de operação de 290ºC. A zona de transição em
relação à junta soldada apresentou maior susceptibilidade ao trincamento por corrosão sob
tensão (ASME, 2004).
2.5 Histórico mundial de fraturas prematuras de reatores
Em decorrência do processo de corrosão sob tensão, podem ocorrer falhas em conseqüência
do processo gradual de fadiga que tem sido relatado em partes soldadas com menos de dez
15
(10) anos de operação (PARKER; STRATFORD, 1998).
Todos os estudos de casos, de aproximadamente dez (10) acidentes envolvendo vasos de
pressão com transporte de fluído na Austrália, indicam que o motivo da fratura catastrófica
ocorreu no metal de base (STERJOVSKIA, et al., 2005).
2.6 Métodos de avaliação de tensão residual
Existem diversos métodos utilizados para se medir o valor das tensões residuais atuantes em
um material. Podem ser classificados como métodos destrutivos, semi-destrutivos e não-
destrutivos, conforme pode ser observado no Quadro 2.
Para garantir uma maior confiabilidade no uso e manutenção de estruturas em geral, alguns
métodos dos apresentados no Quadro 2 são utilizados com mais freqüência para a medição de
tensões residuais em soldagem, tais como: Furo central, difração de raios-X, difração de
nêutrons, ultra-sônico, análise numérica termoelasto-plástica e magnético. Dentre esses, os
métodos considerados não destrutivos como: difração de raios-X, difração de nêutrons e
magnéticos que são altamente sensitivos a microestrutura, ou seja, à orientação
cristalográfica, tamanho de grão, deformações elasto-plásticas e dureza.
Avaliação das tensões residuais
A-1 Alguns métodos de análise das tensões residuais na linha de produção
Análises micromagnéticas.
Inspeção por ultra-som.
Inspeção visual.
A-2 Alguns métodos de análise das tensões residuais em laboratório.
Método do furo central
Difração de raios-X e Nêutrons
Inspeção ótica
Análises micromagnéticas
Análise numérica termoelasto-plástica
QUADRO 2 - Algumas técnicas para medição de tensões residuais. FONTE: TONSHOFF; KARPUSCHEWSKI; OBERBECK-SPINTIG, 1998
16
2.7 Método magnético
2.7.1 Definição do RMB
Os métodos END baseados na análise do ruído magnético de Barkhausen e na análise da
indução magnética em materiais ferromagnéticos têm uma aplicação complementar, ou seja,
podem contribuir no processo de caracterização dos materiais, que envolve aplicações
industriais não possíveis com o uso dos END convencionais. Apesar da existência de estudos
realizados com o uso do ruído magnético Barkhausen desde 1969, como método não
destrutivo, observa-se que o mesmo ainda está em desenvolvimento no mundo tecnológico
para aplicações nos processos industriais em geral.
Quando um campo magnético variável é aplicado a um material ferromagnético, produz-se
movimentação das paredes dos domínios magnéticos, resultando em domínios maiores,
orientados segundo a direção do campo aplicado. Esta movimentação não é contínua, mas
realizada aos saltos, e depende de uma série de fatores micro e macro-estruturais do material.
Por outro lado, essa movimentação gera variações bruscas na indução magnética no material,
que podem ser detectadas como uma seqüência de pulsos de tensão elétrica em uma bobina
leitora, colocada na superfície do material. O sinal assim medido, durante o processo de
magnetização do material, é conhecido por Ruído Magnético de Barkhausen (RMB), tendo
este fenômeno sido descoberto por Heinrich Barkhausen em 1919. A forma de onda do
campo magnético de excitação e do RMB gerado podem ser observados na FIG.6.
FIGURA 6 - Apresentação geral do Ruído Magnético Barkhausen.
FONTE: LABORATÓRIO DE DINÂMICA E INSTRUMENTAÇÃO, 2010.
17
O tipo de sistema de medição de RMB pode variar dependendo da informação desejada, da
peça a ser monitorada, das condições em que a medida será realizada dentro do laboratório,
numa planta industrial, dentre outros. De acordo com o sistema básico, apresentado de forma
esquemática na FIG. 7, utiliza-se uma fonte bipolar que fornece corrente para uma bobina de
excitação magnética. O campo gerado depende da freqüência e amplitude da corrente que, por
sua vez, é controlada por um “software”. O campo magnético variável penetra no material,
provocando o movimento dos domínios magnéticos. O sinal de RMB, lido por uma bobina
detectora colocada na superfície do material a ser analisado é amplificado e posteriormente
digitalizado e enviado para o microcomputador, onde será analisado pelo programa de
controle de instrumentação e processamento de sinais.
FIGURA 7 - Sistema básico para a geração do RMB. FONTE: LABORATÓRIO DE DINÂMICA E INSTRUMENTAÇÃO, 2010.
Na utilização do RMB, como método de ensaio não destrutivo, diversas variáveis influenciam
na resposta do ruído. Este, portanto, somente, deve ser utilizado como técnica comparativa
envolvendo formas diferentes de estado do material com padrões de referência daquele
material estudado (EVANS, et al, 2007).
18
2.7.2 Princípios do RMB
2.7.2.1 Domínios magnéticos
Os materiais ferromagnéticos apresentam propriedades magnéticas originadas principalmente
dos momentos magnéticos dos elétrons, devido ao seu movimento orbital e de rotação em
torno de seu próprio eixo. Algumas destas propriedades, como a força coerciva,
permeabilidade magnética, assim como o padrão do ruído magnético Barkhausen gerado
durante o processo de magnetização, sendo susceptíveis a influência do processo de
fabricação destes materiais, principalmente, quanto a sua composição química, processamento
mecânico e térmico (JILES, 1998).
O ferromagnetismo é uma forma de magnetismo apresentada por materiais que possuem um
momento magnético permanente, mesmo na ausência de um campo magnético externo. Estes
materiais apresentam altos níveis de magnetização e o efeito da magnetização permanente. Os
momentos magnéticos permanentes apresentados pelos materiais ferromagnéticos são devidos
quase em sua totalidade aos momentos magnéticos resultantes dos “spins”, sendo pequena a
contribuição dos momentos magnéticos orbitais. Nestes materiais há uma interação entre os
momentos magnéticos dos “spins” de átomos adjacentes, que faz com que os momentos se
alinhem uns em relação aos outros, mesmo sem a influência de um campo magnético externo.
Este alinhamento persiste sobre regiões, relativamente grande do cristal, denominadas
domínios magnéticos. Este tipo de magnetismo é característico dos metais de transição ferro
(estrutura CCC), cobalto, níquel e de algumas terras raras como o gadolínio, disprósio, érbio,
hólmio e túlio. As suscetibilidades magnéticas desses materiais podem atingir valores da
ordem 106, fazendo com que a magnitude da indução magnética (B) no interior de um
material ferromagnético atinja valores extremamente altos comparados ao campo que as
produziu.
Nos materiais ferromagnéticos pode-se considerar que há regiões ordenadas magneticamente
denominadas domínios, separados uns dos outros por paredes. No interior de cada domínio o
valor da magnetização é igual à magnetização de saturação do material (SILVA JÚNIOR,
1998).
19
Quando um campo magnético ou tensões mecânicas são aplicados a um material
ferromagnético ocorrem mudanças abruptas nos movimentos das paredes dos domínios ou
ainda na rotação dos vetores dos domínios magnéticos.
Microscopicamente, domínios magnéticos são pequenos volumes distribuídos ao longo dos
materiais e são compostos por vários átomos que se encontram alinhados paralelamente. No
estado desmagnetizado, sem a influência de tensões ou campos magnéticos externos, os
domínios se distribuem de forma aleatória e a magnetização resultante do material é igual ou
próxima a zero. Quando os domínios sofrem a influência de um campo magnético externo,
FIG. 8, os átomos de um dado volume sofrem uma rotação conjunta em volta de seu próprio
eixo e se alinham na direção mais próxima à direção do campo magnético externo aplicado
ocasionando mudanças, apenas na direção de magnetização do volume (BOZORTH, 1951).
FIGURA 8 - Movimento das fronteiras de domínio para favorecer o alinhamento e crescimento dos domínios em função do campo magnético aplicado. (a) Ausência de campo magnético. (b) Presença de um fraco campo magnético. (c) Presença de um forte campo magnético ocasionando o alinhamento dos domínios. FONTE: FARIAS 2005.
A forma da curva de magnetização de um material ferro magnético é fortemente influenciada
pela sua estrutura cristalina. Este efeito se deve ao fato de que os valores das propriedades
magnéticas de um material variam em função da direção em que elas são medidas. O termo
utilizado para exprimir este comportamento é a anisotropia magnética ou anisotropia
magnética cristalina.
A formação de domínios magnéticos em materiais ferromagnéticos resulta da soma de cinco
(5) tipos de energia: troca térmica, magneto estática, magneto elástica, magneto cristalina e as
energias das paredes de domínio. A magnetocristalina possui uma regra de quando o domínio
20
magnético está alinhado com certas direções cristalográficas a energia magneto cristalina é
mínima. Essas direções são identificadas como direções ou eixos de fácil magnetização. No
ferro, essa direção é: (100) (STEFANITA; CLAPHAM; ATHERTON, 2000).
As paredes dos domínios podem ser classificadas como paredes de 180º, nas quais os “spins”
giram de 180º de um domínio para o domínio adjacente e como paredes de 90º, nas quais os
“spins” giram de 90º de um domínio para o adjacente. A mudança de orientação dos spins na
parede se dá de forma suave como pode ser observado esquematicamente na FIG. 9, onde é
apresentada a parede entre dois domínios com orientações defasadas de 180º. A largura da
parede pode variar entre 102 a 103 Angstrons. (CHIKAZUMI, 1966).
FIGURA 9 - Estrutura de uma fronteira de domínio de 180º. FONTE: FARIAS 2005
2.7.2.2 Curva de histerese
A curva de magnetização característica de um material ferromagnético, indicada na FIG. 10,
é obtida a partir dos valores da intensidade de magnetização (M) ou indução magnética (B) em
função da intensidade do campo magnético aplicado ao material (H) e pode ser utilizada para
estudar o comportamento de um material ferromagnético sob a influência de um campo
magnético externo aplicado.
A curva de magnetização se divide em quatro regiões. Na primeira região ocorre a
magnetização do material de forma reversível, com a retirada do campo magnético aplicado.
21
É chamada de região de permeabilidade inicial, onde o aumento crescente no valor do campo
magnético aplicado ocasiona o deslocamento das fronteiras dos domínios a partir de suas
posições iniciais.
FIGURA 10 - Curva de magnetização característica de um material ferromagnético FONTE: FARIAS 2005
Na segunda região, chamada de magnetização irreversível, devido ao aumento da intensidade
do campo magnético aplicado, ocorre o deslocamento das fronteiras dos domínios de forma
irreversível, produzindo no material um magnetismo residual. A presença de grandes
quantidades de inclusões e precipitados nos materiais pode ocasionar nesta região a rotação
irreversível do vetor de magnetização dos domínios. Nesta região o ruído magnético
Barkhausen pode ser detectado por que muitas das pequenas descontinuidades que ocorrem
na magnetização são induzidas pelo deslocamento irreversível das fronteiras dos domínios e
pela rotação irreversível da magnetização local dos domínios. O aumento do campo
magnético a partir desta região conduz os domínios, à região chamada região de rotação da
magnetização. Nesta região o movimento das paredes já se completou e o aumento da
magnetização é responsável apenas pela rotação dos domínios. Após esta região a
magnetização atinge a magnetização de saturação do material (JILES, 1998).
Na curva de magnetização da FIG. 11, indicada pela linha tracejada, verifica-se que o
aumento do campo magnético (H) ocasiona o aumento no valor da magnetização (M) de zero
até um máximo que ocorre na região de saturação do material. Ao se reduzir a intensidade do
campo magnético aplicado a zero, o valor da magnetização cai até um determinado valor,
22
conhecido como remanência. Quando o sentido do campo é invertido, a magnetização diminui
até que, para um determinado valor do campo magnético H, ela é igual a zero. Este ponto é
denominado coercividade (Hc) do material. Um aumento do campo produz agora um aumento
na magnetização (M), até que o material atinja, novamente, a saturação. Nesse ponto, a
redução do campo aplicado a zero faz com que a magnetização (M) seja reduzida novamente
ao valor da remanência. Uma nova inversão do sentido do campo elevará a magnetização
novamente à magnetização de saturação e o ciclo continua.
FIGURA 11 - Curva de histerese e o comportamento dos domínios magnéticos em cada estágio do ciclo. FONTE: FARIAS 2005.
2.7.2.3 Efeito Barkhausen
As propriedades magnéticas dos materiais magnéticos são dependentes da sua composição
química e do processo utilizado em sua fabricação, incluindo o tipo de processamento
mecânico e de tratamentos térmicos necessários à sua obtenção. As propriedades magnéticas
dos ferromagnéticos como: a permeabilidade, a força coerciva e a perda por histerese são
extremamente sensíveis às alterações que podem ocorrer no material durante o processo de
fabricação. Portanto, essas propriedades magnéticas podem ser utilizadas como parâmetros
para a avaliação não destrutiva de materiais ferromagnéticos.
A descoberta do ruído Barkhausen foi o primeiro indicativo de que a indução magnética ou
Hc Hc
23
fluxo magnético não varia de forma contínua em função do campo magnético aplicado ao
material. Isto é, de acordo com a curva de histerese para materiais ferromagnéticos na FIG.
12, a mesma não é tão regular como aparenta, uma vez que os movimentos dos domínios
pelas barreiras estruturais ocorrem aos saltos, causando rápidas mudanças no fluxo
magnético, que podem ser detectadas por uma bobina leitora de RMB posicionada próxima da
superfície que está sendo magnetizada. Esse comportamento pode ser observado na região
ampliada da curva, onde cada linha inclinada nos degraus representa o movimento discreto de
um conjunto de paredes de domínios e cada linha horizontal representa o tempo de espera
antes que o próximo conjunto de paredes se movimente (JILES, 1998).
FIGURA 12 - Curva de Histerese para material ferromagnético destacando as descontinuidades que produzem o ruído magnético Barkhausen. FONTE: PASLEY, 1970.
A explicação para a origem do RMB em relação aos materiais ferromagnéticos está
relacionada ao movimento não uniforme das paredes dos domínios magnéticos com o material
que podem estar relacionados à presença de tensões elásticas no mesmo, que interferem na
forma com que os domínios magnéticos irão se movimentar de uma direção de fácil
magnetização para outra, sendo a interação entre as tensões elásticas e a estrutura de domínios
presente no material denominada interação magneto-elástica, podendo ser do tipo positiva ou
negativa. Materiais ferromagnéticos que apresentam magnetostrição positiva tendem a
apresentar um crescimento na intensidade dos sinais Barkhausen emitidos quando submetidos
a esforços de tração. Materiais ferromagnéticos que apresentam magnetostrição negativa
tendem a apresentar uma diminuição na intensidade do RMB quando submetidos a esforços
de compressão. A interação dos domínios magnéticos com campos de tensões mecânicas pode
ser observada na FIG. 13. Em materiais ferromagnéticos que apresentam magnetostrição
Variações descontínuas da indução magnética
devido aplicação de um campo magnético externo
no material.
24
positiva, a aplicação de um esforço que produza tensões de tração provoca o alinhamento dos
domínios ao longo dos eixos cristalográficos mais próximos à direção de aplicação do
esforço. Para tensões de compressão esse alinhamento ocorre na direção perpendicular a
aplicação do esforço.
FIGURA 13 - Alteração dos movimentos das paredes dos domínios magnéticos devidos a tensões mecânicas de tração e compressão. Fonte: BRUNS; NITCHKE-PAPEL; ESLAMI-CHALANDER, 2005
O movimento das paredes dos domínios e, por conseguinte, o Ruído Magnético gerado
dependem da orientação da solicitação de tração ou compressão. Logo, o comportamento do
RMB, também, dependerá do tipo de solicitação cíclica utilizada: tração-compressão, somente
tração ou somente compressão.
As alterações do ruído magnético Barkhausen podem ser analisadas de várias maneiras, por
meio da área da envoltória do ruído, de seu valor RMS, do espectro de Fourier e da densidade
de amplitudes. Um dos métodos mais utilizados é a análise da distribuição de amplitude do
sinal para a determinação do seu valor médio ou RMS (MESZARÓS, et al., 2007). O valor
RMS representa a raiz quadrada do valor quadrático médio em volts dos sinais Barkhausen ao
longo do tempo e é definido por:
Tensões de
Tração
Tensões de
Compressão
25
(3)
Sendo:
VRMS é o valor médio quadrático (RMS) do RMB em Volts.
Vi é o valor da voltagem medido em um determinando instante.
n é o número de medidas realizadas.
Durante a magnetização de um material ferromagnético com um campo magnético (H)
variável, como por exemplo, um campo com forma senoidal, a geração do ruído magnético
Barkhausen ocorre a cada meio ciclo de magnetização, conforme pode ser observado na FIG.
14. Durante os dois ciclos completos de magnetização são gerados quatro “blocos” do RMB.
O valor RMS do RMB é determinado para cada meio ciclo de magnetização, em um
determinado intervalo de tempo, representado na figura pela linha tracejada.
FIGURA 14 – Campo magnético aplicado (H) e o ruído magnético Barkhausen (RMB) resultante durante dois ciclos completos de histerese em um material ferromagnético. FONTE: MOORTHY, EVANS, 2002.
O valor e as características do RMB são dependentes da freqüência do campo magnético de
excitação e da freqüência utilizada para filtrar o ruído magnético Barkhausen gerado no
material. A freqüência do campo magnético de excitação está relacionada com a profundidade
do ensaio. Campos com freqüências baixas penetram mais no material e possibilitam a
obtenção de informações em regiões mais profundas do mesmo. Com o aumento da
freqüência do campo magnético de excitação essa profundidade é reduzida. O campo
26
magnético decai exponencialmente com a profundidade do ensaio. A profundidade de pele
usada para definir a penetração do campo magnético em um material é dada por (MOORTY;
EVANS, 2002):
rf
0
2
(4)
Sendo (δ) a profundidade no material em que o campo magnético é atenuado para um valor
igual a 1/e (36,8%) de seu valor na superfície, (f) a freqüência de excitação, () a
condutividade elétrica do material, (0) a permeabilidade no vácuo e r a permeabilidade
relativa.
Valores para a profundidade de pele para materiais ferrosos, para diferentes freqüências de
excitação, são apresentados na TAB. 2, considerando-se r variando de 50 a 5000 e
variando entre (5 e 10) x 106 -1m-1 (SERNA-GIRALDO, 2007).
TABELA 2
Valores da profundidade de pele para diferentes freqüências de excitação.
Freqüência de excitação (Hz) Intervalo de valores de δ (mm)
10
50
100
500
1.000
5.000
10.000
50.000
100.000
500.000
0,71-10
0,31- 4,5
0,22-3,2
0,10 – 1,4
0,07 – 1,0
0,03 – 0,45
0,022 – 0,032
0,010 – 0,14
0,007 – 0,10
0,003 – 0,045
Fonte: SERNA-GIRALDO, 2007
27
A equação para a determinação da profundidade de pele é válida para ondas planas incidindo
em superfícies planas. Na maioria das situações práticas, essa profundidade pode ser de 30% a
50% do valor determinado pela EQ. 4 (JILES, 1998).
2.7.2.4 Anisotropia Magnética
Na ausência de um campo magnético externo ou de tensões aplicadas, se uma propriedade,
por exemplo, a permeabilidade magnética, não varia quando mede-se ao longo de três eixos
perpendiculares entre si, diz que a amostra é isotrópica em relação a sua permeabilidade
magnética. Caso contrário, diz–se que existe uma APM. Logo é sabido que os
comportamentos magnéticos das estruturas cristalinas dos materiais ferromagnéticos são
fortemente dependentes do tamanho e da forma dos grãos magnéticos, os quais estão
associados a anisotropias magnéticas. Existem dois tipos principais de anisotropias:
- Anisotropia magneto cristalina: Significa a magnetização espontânea em um material
ferromagnético, ou seja, sem a presença de campo magnético externo na estrutura do material.
- Anisotropia magneto estrictiva ou magneto elástica: É uma mudança espontânea nas
dimensões (deformação) do material quando o mesmo é submetido a um campo magnético
externo. Um campo aplicado no material, muda a orientação dos momentos magnéticos
fazendo com que a energia de interação aumente e as distâncias entre as ligações se ajustem
para reduzir a energia total. Isto produz tensões mecânicas que resultam em mudanças na
forma do material ferromagnético.
Por definição, a Anisotropia é uma tendência direcional de uma propriedade física de um
material.
2.7.3 Características e aplicação do RMB
O pesquisador Willmann foi o primeiro pesquisador a utilizar o efeito Barkhausen como
28
ensaio não destrutivos em 1969 (WILLMANN, 2002).
O RMB é sensível a alterações microestruturais, tensões mecânicas e deformações plásticas e,
em decorrência disso, possui potencialidade de inovação tecnológica como Ensaio Não
Destrutivo (END) para uma grande variedade de aplicações, tais como avaliação de fadiga
térmica e mecânica, controle de qualidade de tratamentos superficiais, acompanhamento de
processos de envelhecimento (térmico e radiação), avaliação de deformações plásticas,
tensões aplicadas e residuais e dureza.
A análise dos sinais Barkhausen, após um processo de calibração cuidadoso, pode ser
utilizada para a determinação do valor e da direção das tensões residuais presentes na
superfície do material.
Outra característica que influi na natureza dos sinais detectados é a estrutura metalúrgica do
material, na qual os fatores como a dureza, a composição química e a textura exerçem uma
grande influência na natureza dos sinais emitidos (JILES, et al., 2007). Este fato torna
possível, também após uma calibração adequada, a utilização da análise dos sinais
Barkhausen como um ensaio de superfície para a caracterização de materiais ferromagnéticos.
A sensitividade do efeito do RMB para a análise da microestrutura de material
ferromagnético, a forma de preparação da superfície do material e das tensões aplicadas nos
materiais, podem ser usadas, como princípio para a caracterização de materiais
(WILLMANN, 2002).
Na FIG. 15 ilustra-se a medição de tensão mecânica em uma viga em flexão, sujeita a
diferentes níveis de tensão de compressão e de tração. Baseado nesse tipo de resultado é que
se desenvolvem metodologias para análise de tensões residuais (PADOVESE, 2007).
29
-200 -150 -100 -50 0 50 100 150 2000
300
600
900
1200
1500
1800
2100
-200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200
0
300
600
900
1200
1500
1800
2100
ASTM A 515 Steel
Mag
neti
c B
arkh
ause
n N
oise
Am
plit
ude
(mV
)
Stress (MPa) FIGURA 15 - RMB gerado em resposta a aplicações de tensões emuma viga em flexão.
FONTE: SILVA JR., 2001. O desenvolvimento das técnicas de medição, tem tornado possível investigar algumas
propriedades dos materiais pela análise do valor RMS do ruído magnético Barkhausen.
Entretanto, essa análise apresenta limitações. A dependência existente entre as características
do material e o valor RMS do ruído é evidenciada apenas em alguns casos muito especiais o
que significa que pode haver perda de informações pela análise baseada apenas no valor RMS
do ruído (MAASS, et al., 2000).
A FIG. 16 apresenta a utilização do RMB para avaliação de dureza de um componente. A
dureza Vickers e o RMB foram medidos ao longo de uma amostra. Percebe-se que, de uma
maneira geral, o RMB diminui com o aumento da dureza do material.
FIGURA 16 - RMB para a avaliação de dureza. FONTE: LABORATÓRIO DE DINÂMICA E INSTRUMENTAÇÃO, 2010.
30
O RMB tem sido utilizado para avaliação da anisotropia magnética em materiais
ferromagnéticos, (Ver. FIG. 17).
FIGURA 17 - Comportamento do RMB na caracterização de anisotropia mecânica em chapas de aço laminadas. FONTE: LABORATÓRIO DE DINÂMICA E INSTRUMENTAÇÃO, 2010. Sem tensão mecânica, existe anisotropia devido à deformação plástica decorrente do processo
de laminação, caracterizada pela curva com eixo maior na vertical. À medida que uma tensão
de tração é aplicada no sentido ortogonal, ocorre uma rotação do eixo de anisotropia. Num
valor intermediário de tensão mecânica, o mapeamento polar de RMB indica um estado
“quase” isotrópico, mas quando a tensão aumenta, ocorre rotação do eixo de fácil
magnetização, que se alinha com a direção da tensão aplicada.
A FIG.18 apresenta uma comparação entre a curva de tensão-deformação de um aço ASTM
1070 e a APM obtida com os sinais de Barkhausen.
FIGURA 18 - Comparação entre a curva de tensão-deformação de um aço ASTM 1070 e o coeficiente de anisotropia magnética (k). FONTE: LABORATÓRIO DE DINÂMICA E INSTRUMENTAÇÃO, 2010.
31
No regime linear elástico a curva de APM é crescente. Quando se atinge o regime elástico não
linear, a curva sofre inflexão e torna-se decrescente. Ao se entrar no regime plástico, a curva é
decrescente, mas com inclinação mais suave.
A influencia da deformação elástica no RMB foi investigada para a verificação de dureza em
aços baixa liga utilizados na fabricação de engrenagens sujeitas a têmpera por indução e
tratados termicamente de duas formas diferentes: com o revenimento padronizado (180°C -
1h) e um super revenimento (300°C – 2h). Os corpos de prova sujeitos ao revenimento mais
severo demonstraram maior sensibilidade a tensões do que os sujeitos ao revenimento
padronizado. De acordo com a variação do RMB com a tensão mecânica, percebeu-se que a
tensão de pico do RMB aumentou com o aumento da tensão mecânica e em paralelo a posição
do pico e a freqüência do ruído (Wp) diminuíram. A sensitividade do material sob
revenimento mais severo foi muito maior do que com o mesmo material no estado de
revenido da forma padrão (EVANS, et al., 2007).
O RMB foi estudado pelo autor para a verificação da rugosidade da superfície de trilhos
utilizados nas ferrovias em geral e foi possível correlacionar à medição de rugosidade
associada ao desgaste com o método de RMB. Concluiu-se que os vales com a amplitude
menor de ruído estavam associados a uma mudança drástica da microestrutura e a um
excessivo desgaste da região estudada (TAKACS, 2002).
Estudou-se uma técnica de processamento de sinais que vem sendo difundida por diversas
áreas da ciência nos últimos 10 anos, as transformadas Wavelet, para a análise do ruído
magnético Barkhausen. As transformadas Wavelet são uma ferramenta de processamento de
sinais que possibilita exibir o comportamento das freqüências e a quantidade de informações
presentes em um sinal sob diferentes carregamentos. Sua aplicação na área de processamento
de sinais pode ser encontrada em diversos trabalhos. Esta técnica foi aplicada ao estudo de
três diferentes tipos de materiais ferromagnéticos, os aços ASTM A 515, USI SAC 50 e AISI
1045, submetidos a diferentes carregamentos de tração e compressão. Os resultados obtidos
pela utilização da nova técnica foram analisados e comparados com os obtidos pelo método
convencional, que utiliza como parâmetro de referência o valor RMS do ruído. Foi ainda
utilizado um modelo de regressão para diferenciar, por intervalos de confiança de 95%, as
amostras dos diferentes materiais estudados (FARIAS, 2005).
32
A possibilidade de utilização de uma técnica que permita a obtenção de um maior número de
informações a partir da análise do ruído magnético Barkhausen para o estudo de
tensões.mecânicas em materiais estruturais apresenta uma importância substancial. O método
convencional que utiliza como parâmetro de referência o valor RMS do ruído, é limitado a
uma determinada faixa de valores de tensões mecânicas. Além destes ocorre uma saturação no
valor RMS do ruído que impõe limitações ao uso deste método (FARIAS, 2005). Também
Iordache, verificou que o RMB em muitos casos apresentou um comportamento de saturação
em certas intensidades de tração e compressão (IORDACHE; HUG, 2007).
Hyde et al. produziu curvas de calibração para um tipo de aço na forma temperado e outro
revenido, na qual as curvas apresentaram um aumento do valor médio quadrático do RMB
com o aumento da tensão de tração (HYDE; EVANS; SHAW, 2007).
2.7.4 Dificuldades de aplicação do RMB
O estudo do comportamento das tensões mecânicas é complicado pelo fato de que as
deformações causadas pelas tensões aplicadas podem ser do tipo elástica e / ou plástica com
diferentes formas de mecanismo. Entretanto, os grãos dos materiais policristalinos deformam
de forma dependente da sua orientação cristalográfica em relação à direção de aplicação das
tensões. A aplicação de tensões pode criar movimento das paredes do domínio sem
necessariamente a aplicação de campos magnéticos externos (BOZORTH, 1951).
O RMB máximo alcançado é próximo do valor da coercitividade (Hc) da maioria dos
materiais ferromagnéticos segundo H. Roesner no seu estudo. (MEYENDOR, et al., 2002).
2.8 Métodos destrutivos e semi destrutivos
Do outro lado e de forma comparativa, existem os métodos destrutivos que são aqueles que
inutilizam o material ensaiado, impossibilitando o seu uso após o ensaio e podem ser
classificados como qualitativos, semiquantitativos e quantitativos. Os métodos qualitativos
33
baseiam-se na ocorrência de trincas de corrosão sob tensão. O material a ser ensaiado é
imerso em um reagente específico, que irá provocar a corrosão sob tensão. Se os valores das
tensões residuais presentes estiverem acima de um valor crítico, o material irá trincar. Os
métodos semi-quantitativos e quantitativos baseiam-se na remoção mecânica de material do
componente testado, de maneira regular e controlada, e na observação da deformação
resultante, podendo-se citar os métodos de Jonhson, Crampton, Anderson e Fahman, aplicado
a placas, Kreitz, Siebel e Pfender e o método de Mathar, que pode ser considerado semi-
destrutivo dependendo das características do material ou componente testado (SILVA
JÚNIOR, 1998).
Em relação às técnicas destrutivas, a avaliação é baseada na mudança do estado de equilíbrio
de tensões residuais em componentes mecânicos, ou seja, as tensões residuais são
determinadas pelo relaxamento da região (deslocamento, fratura e deformação). Na maioria
dos casos o parâmetro de estudo é o comportamento da deformação. O procedimento usado
pode ser descrito da seguinte forma:
a) criação de um novo estado de tensões pela intervenção ou camada removível;
b) detecção da mudança local de tensões pela medição da deformação ou deslocamento;
c) cálculo da tensão residual tal como a função da deformação medida usando teoria
elástica (abordagem analítica ou cálculo por elementos finitos). Dentre todas as
técnicas destrutivas apresentadas no Quadro 2, a principal técnica destrutiva é o
método de furo central que possui como característica, bastante sensibilidade ao
primeiro tipo de tensão residual, isto é, tensões residuais macroscópicas.
2.8.1 Método do furo central
O método do furo central (destrutivo/semi-destrutivo) nas aplicações de avaliação de
equipamentos de grande responsabilidade como geradores de vapor das usinas nucleares é
considerado o único método que está padronizado. Pela norma ASTM recebe a designação E
837.
O conceito do método do furo central é a realização de um furo na superfície do material, o que
34
produz um alívio nas tensões locais presentes. As deformações resultantes são medidas através de
extensômetros, posicionados ao redor do furo, sendo utilizadas para determinar o valor e a direção
das tensões principais atuantes. O método apresenta as seguintes características (ASTM E 837-
08e1, 2010), (VISHAY, 2005), (HOFFMANN, 1989):
a) utilizam-se extensômetros elétricos resistivos de três elementos (rosetas) para a
medição do alívio de tensão.
b) método do furo central requer um pequeno furo - 1 a 4 mm de diâmetro com a
profundidade igual a medida do diâmetro.
c) remove tensões do material de forma localizada.
d) é um método relativamente lento e trabalhoso.
e) a medição de tensão residual é localizada, gerando menos prejuízo para a peça
ensaiada.
f) o preparo da superfície é uma etapa essencial para a fixação adequada da roseta, de
maneira a assegurar a obtenção de medidas confiáveis.
g) erros no diâmetro do furo selecionado ou excentricidade do furo em relação ao centro
da roseta podem introduzir erros significativos no cálculo das tensões residuais.
h) o método é aplicado nos casos em que o comportamento do material é linear-elástico.
i) O método é adequado para a determinação de tensões residuais desde que as mesmas
não excedam 60% do limite de escoamento do material examinado.
2.9. Demais métodos não destrutivos
Os métodos não destrutivos são baseados no relacionamento entre propriedades físicas ou
parâmetros cristalográficos e as tensões residuais. Os mais conhecidos são: Método de
difração por raios X, método de difração por nêutrons e ultra-som (LU, 1996). A difração de
raios x mede a variação de espaçamento interplanar de material policristalino. A técnica ultra-
sônica mede a tensão residual baseada na variação das velocidades no material com e sem a
presença de tensões mecânicas.
O método de ultra-som é sensitivo a todos os três tipos de tensões residuais existentes, tais
como: macroscópica envolvendo vários grãos, micro-tensões envolvendo um grão e o terceiro
35
caso, envolvendo distancias atômicas. Porém não pode distinguir entre elas.
2.9.1 Método de difração por Raios X
É capaz de avaliar tensões superficiais de forma não destrutiva, sendo essencial para estimar a
vida de fadiga de partes mecânicas com a capacidade de medir em tempo real a evolução das
tensões.
A física da difração de raios X segue a lei de “Bragg” em materiais policristalinos (metal ou
cerâmica). E em materiais monocristalinos, apenas, em alguns planos acontece o fenômeno de
difração. Em um material cristalino com grãos finos e livre de tensões, o espaçamento da rede
para uma dada família de planos não varia com a orientação desses planos. Se o material é
tensionado, o espaçamento da de acordo com a orientação dos planos em relação a tensão
aplicada. Para uma tensão de tração, o espaçamento da rede irá aumentar para planos
perpendiculares a direção da tensão aplicada e irá decrescer para planos paralelos a essa
direção. A deformação elástica pode então ser inferida pela variação do espaçamento da rede
medido pela posição do pico de difração. Assim, a rede cristalina é utilizada como um
medidor de deformações que podem ser determinadas por experimentos de difração. O pico
de difração é o resultado do espalhamento dos raios-X por muitos átomos em muitos grãos, de
forma que uma mudança no espaçamento da rede resultará em uma mudança no pico somente
se ela é homogênea no volume irradiado. Então a deformação determinada pelo pico de
medição é representativa de uma deformação elástica macroscópica (aplicada ou residual). A
principal limitação desse método é a sua penetração e a dificuldade para executá-lo em
campo.
O método de difração por nêutrons é similar ao de difração de raios-X. Sua grande vantagem
é a profundidade de penetração nos materiais. Entretanto, esse método é restrito devido à
necessidade de se dispor de uma fonte de nêutrons para a sua execução.
2.9.2 Método ultra-sônico
36
O método ultra-sônico para a medição de tensão é baseado na variação da velocidade da onda
ultra-sônica no material para a qual a equação de cálculo é:
V = V0 + KAC*m (5)
Sendo:
V = Velocidade ultra-sônica real no material.
V0 = Velocidade ultra-sônica teórica do material.
KAC = constante acustoelástica do material.
m.= Tensão mecânica no material.
A técnica de ultra-som é conveniente para uso, rápido, portátil e livre de radiação em
comparação com a difração de raios x.
A espessura de análise é bem superior às técnicas de raios x e com as seguintes limitações:
baixa resolução espacial, sensibilidade em relação a variação de temperatura, necessidade de
medição de tempo mais preciso e a influência da competição micro estrutural, particularmente
não homogeneidades de densidade e textura e os efeitos das deformações plásticas.
37
3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL
Para o desenvolvimento do trabalho, foi adotada a metodologia:
a) seleção dos materiais a serem utilizados;
b) caracterização do material de interesse para o uso da análise do ruído magnético
Barkhausen como método para avaliação de tensões residuais - composição química,
propriedades mecânicas e características microestruturais;
c) definição e fabricação da junta soldada dissimilar para realização dos experimentos e dos
corpos de prova para a calibração do sistema de ensaio, definição da sonda/sensor a ser
utilizada nas medições e projeto e fabricação de gabaritos e suportes necessários para
posicionar a sonda na superfície dos corpos de prova/junta dissimilar;
d) determinação dos parâmetros de ensaio;
e) calibração do sistema de ensaio;
f) aquisição dos sinais referentes ao ruído magnético Barkhausen em pontos definidos do
material utilizado na fabricação da junta dissimilar (corpo de prova dos ensaios);
g) realização dos ensaios de tensões residuais pelo método do furo central.
3.1 Seleção dos materiais
Os materiais utilizados como metais de base nos experimentos para a determinação de tensões
residuais pelo método do furo central (destrutivo/semi-destrutivo) e pela análise do ruído
magnético Barkhausen (não destrutivo), antes e após a soldagem da junta dissimilar foram o
aço ferrítico ASTM A508 forjado (ASTM A508/A508M, 2010) e o aço inoxidável austenítico
AISI 316L, em razão da utilização de ambos em juntas do pressurizador em atividade na usina
nuclear Angra I, sujeitas ao fenômeno de corrosão sob tensão durante o seu ciclo de trabalho.
O aço ASTM A 508 é utilizado, também, na fabricação de geradores de vapor e vasos de
pressão de reatores nucleares. O processo de fabricação do aço ASTM A 508 é por
forjamento, sendo submetido a um aquecimento para austenitização a vácuo para a retirada de
gases, principalmente o hidrogênio, posterior resfriamento (têmpera) para a completa
38
transformação da austenita e logo em seguida o revenimento, finalizando o beneficiamento do
aço de acordo com as exigências da especificação do material à sua aplicação. As
recomendações para a realização do procedimento de tratamento térmico durante a fabricação
deste material são estabelecidas na norma de referência ASTM A788 (ASTM A788/A788M,
2010).
As amostras do aço ASTM A508 utilizadas nos experimentos foram obtidas a partir de uma
placa deste aço com dimensões, numa seção transversal, de 165mm x 130mm e comprimento
de 500mm. Desta peça foram preparadas amostras com comprimento de 165mm, largura de
130mm e espessura de 12mm que, posteriormente, foram usinadas para a soldagem. As
amostras de aço AISI 316L foram adquiridas já cortadas.
3.2 Caracterização dos materiais
3.2.1 Composição Química
A análise química dos materiais envolvidos no ensaio de RMB foi realizada em um
espectrômetro ótico MX 600 – SPECTROMAXX.
3.2.2 Ensaios mecânicos
3.2.2.1 Ensaio de tração
Os ensaios mecânicos nos aços estudados foram executados sob condições padronizadas
(ASTM E8M-09, 2010) em uma máquina de ensaios universal INSTRON com capacidade de
100kN. Foram preparados três corpos de prova com a manutenção da mesma direção durante
a realização de corte. Ressalta-se que para o material forjado a direção de orientação dos
grãos é diversificada.
39
Após a preparação, os corpos de prova foram submetidos ao controle dimensional para a
verificação da conformidade com a norma de referência (ASTM E8M-09, 2010). Em seguida,
os corpos de prova do aço ASTM A 508 foram instrumentados com extensômetros elétricos
resistivos tipo NFCA-1-11-TN (VISHAY MICRO-MEASUREMENTS, 2005) para o
acompanhamento e verificação das deformações e para a determinação do módulo de
elasticidade e do coeficiente de Poisson durante a realização dos ensaios de tração. (Ver FIG.
19). A determinação experimental do módulo de elasticidade (E) e do coeficiente de Poisson
() é importante porque esses valores são utilizados nas equações da resistência dos materiais
tanto para a determinação das tensões atuantes em um dado material a partir do valor das
deformações que os mesmos estão submetidos quanto para a determinação de tensões
residuais. Os três (3) corpos de prova de aço ASTM A 508 preparados, podem ser observados
na FIG. 19. Suas dimensões são: comprimento 200mm e largura de 12,7 mm nas
extremidades. O relatório de ensaio pode ser observado no ANEXO D.
FIGURA 19 - Corpos de prova de tração instrumentados com extensômetros de dois elementos tipo roseta NFCA-1-11-TML.
O tipo de extensômetro utilizado pode ser observado na FIG. 20 e suas características são
apresentadas na TAB. 3.
40
FIGURA 20 - Extensômetros de dois elementos tipo NFCA-1-11-TML.
TABELA 3
Características dos extensômetros utilizados para a determinação do coeficiente de Poisson do
aço ASTM A 508
Corpo de
Prova
Extensômetro
Tipo Lote
Comprimento
Útil do
Elemento (mm)
Constante k Resistência (Ω)
Elemento Elemento
1 2 1 2
1
NFCA-1 657271 1
2,14 2,14 120±0,5 120±0,5
2 2,14 2,14 120±0,5 120±0,5
3 2,14 2,14 120±0,5 120±0,5
FONTE: VISHAY MICRO-MEASUREMENTS.
Para a determinação do coeficiente de Poisson os corpos de prova foram submetidos a quatro
(4) níveis de carregamento: 50kN, 100kN, 150 kN e 200 kN. Em cada um dos níveis de
carregamento a relação entre a deformação transversal e a deformação longitudinal dos corpos
de prova foi determinada. O valor médio do coeficiente de Poisson para o material foi
determinado a partir dos resultados obtidos para os três corpos de prova.
41
3.2.2.2 Ensaio de dureza
Os ensaios de dureza foram realizados com a utilização de um durômetro portátil modelo
MIC 10 – KRAUTKRAMER, em conformidade com a norma ASTM E 92 (ASTM E92-82,
2003). Os relatórios dos ensaios podem ser observados nos ANEXOS E e G, respectivamente.
3.3 Microestrutura
Para a determinação do tipo de microestrutura presente e de suas características, amostras do
material foram selecionadas, retiradas e preparadas conforme a norma ASTM E 3 (ASTM E3-
01, 2001). As dimensões das amostras podem ser observadas, de forma esquemática, na FIG.
21.
FIGURA 21 - Amostra do aço ASTM A 508 Grau 3 Classe 1 utilizado com as respectivas medidas selecionadas para os ensaios.
Na FIG. 22 são apresentadas as amostras retiradas para a realização das micrografias.
42
FIGURA 22 - Metodologia de preparação de amostras de acordo com a norma ASTM E 3.
Na FIG. 23 é apresentada a forma de identificação das amostras.
FIGURA 23 - Corpos de prova preparados com as respectivas identificações de acordo com a norma ASTM E 3.
Para a realização do corte das amostras foi utilizado o equipamento Discotom - Struers. Após
a operação de corte, as amostras foram embutidas a quente com resina de baquelite no
equipamento Labopress-3 Struers.
O lixamento e o polimento das amostras, posteriores ao embutimento, foram realizados com a
43
utilização da politriz Buehler Phoenix 4000. As condições de preparo são apresentadas no
Anexo H. As amostras metalográficas obtidas podem ser observadas na FIG. 24.
FIGURA 24 - Amostras metalográficas para a micrografia – Faces A, C e F, respectivamente.
Na metalografia é clássico observar tamanho de grão, forma e distribuição de partículas de
segunda fase, características dos contornos de grãos, precipitados e constituintes que são
importantes para a determinação do comportamento da maioria dos metais e ligas. Essas
características são observadas em um microscópio numa faixa de escala de 1000 – 0.1μm
(ASM HANDBOOK, 2004).
Após o embutimento as amostras foram atacadas quimicamente com uma solução de 2% de
ácido nítrico (HNO3) e 98% de álcool etílico absoluto (H206), por um tempo máximo de um
minuto para a análise da microestrutura e para a determinação do tamanho médio de grão
(ASTM E407–07e1, 2007). Posteriormente ao ataque químico, as amostras foram observadas
e fotografadas com a utilização do microscópio Ortholux II POL-BK – Leitz.
3.4 Corpos de provas
Os ensaios eletromagnéticos são sensíveis a variações microestruturais, sendo recomendado
que os padrões de referência utilizados para avaliar um dado material tenham as mesmas
características físicas, químicas e metalúrgicas do material ensaiado (ASME V ARTIGO 8,
2007). No caso do ensaio eletromagnético pela análise do ruído magnético Barkhausen
(RMB), variações na microestrutura, na presença de descontinuidades ou de campos de
44
tensões no material provocam alterações no movimento das paredes de Bloch durante o
processo de magnetização, o que ocasiona uma variação nas características do RMB
resultante (KRONING et al., apud SILVA JÚNIOR, 2005).
Os corpos de prova utilizados tanto na preparação das juntas soldadas quanto para a obtenção
de padrões para a calibração do sistema de ensaio foram retirados da mesma amostra de aço
ASTM A 508.
Para o desenvolvimento do trabalho foram preparadas duas chapas, uma de aço ASTM A 508
e uma de aço AISI 316L. Em cada uma das chapas foi usinado um chanfro de 30°. As
dimensões finais das chapas foram 165mm x 130mm x 12mm. Após a preparação do chanfro
o corpo de prova de aço ASTM A 508 foi submetido a um tratamento térmico para alívio de
tensões a uma temperatura de 600ºC durante uma hora, seguido de resfriamento ao forno e em
seguida decapado com uma solução de ácido clorídrico a 10%. Foram então, marcadas em sua
superfície de forma bem suave linhas paralelas e perpendiculares ao chanfro, formando uma
malha. A primeira linha paralela ao chanfro foi posicionada a 8mm da borda do mesmo. As
demais linhas paralelas ao chanfro foram traçadas com distância de 5 mm entre si. As linhas
perpendiculares ao chanfro foram traçadas tendo como referência uma das bordas sendo
também separadas por uma distância de 5mm. O arranjo pode ser observado na FIG.25. O
ponto de encontro das linhas, identificados pelo sistema linha x coluna, foi utilizado como
referência para a medição do ruído magnético Barkhausen antes do processo de soldagem e
após o mesmo, bem como para o posicionamento de rosetas para os ensaios de tensões
residuais pelo método do furo central, realizados, posteriormente.
Como indicado na FIG. 25, as medições foram realizadas nas linhas 1 e 3, com início e
término a 30mm das bordas da chapa, devido a restrições de posicionamento do sensor
utilizado. Foram realizadas ainda medidas adicionais nas colunas 10, 17 e 24.
45
FIGURA - 25 Croqui das medições da pesquisa no ASTM A 508.
3.5 Vigas de isoflexão
Para a determinação de tensões atuantes ou residuais em materiais ferromagnéticos pela
análise do ruído magnético Barkhausen, deve-se estabelecer a correlação entre o estado e
tensões atuantes no material e o padrão do ruído magnético Barkhausen produzido no mesmo
durante o processo de magnetização. Nesse trabalho foram utilizados corpos de prova com a
forma de vigas de isoflexão, usinadas das mesmas amostras, utilizadas, posteriormente, para a
formação da junta soldada que foi utilizada nos experimentos. Foram usinadas duas vigas,
uma com o eixo longitudinal paralelo à direção do cordão de solda no corpo de prova soldado
e outra com o eixo longitudinal perpendicular ao mesmo. Durante a calibração, o ruído
magnético Barkhausen foi determinado magnetizando-se o material na direção longitudinal de
cada uma das vigas. Posteriormente, na junta soldada, o ruído magnético Barkhausen foi
determinado nas mesmas direções, ou seja, paralela e perpendicular ao cordão.
Após a usinagem, as vigas foram submetidas a um tratamento térmico para alívio de tensões.
O tratamento térmico foi realizado em um forno Grion, sendo aquecidas a uma taxa de
46
3ºC/minuto até a temperatura de 600ºC, permanecendo na mesma por um período de 30
minutos, sendo em seguida resfriadas no próprio forno. Em seguida foram submetidas a um
processo de decapagem utilizando uma solução de ácido clorídrico a 10%, limpas e
instrumentadas com rosetas de três elementos tipo KFG-5-120-C1-11.
As rosetas foram fixadas ao material utilizando-se as técnicas convencionais de
extensiometria (MEASUREMENTS GROUP, 1989). As características das rosetas são
apresentadas na TAB. 4 e a disposição das rosetas nas mesmas pode ser vista na FIG. 26.
TABELA 4
Características das rosetas utilizadas nas vigas de isoflexão do aço ASTM A 508.
Viga Roseta
Tipo Lote
Comprimento Útil
do Elemento
(mm)
Constante k Resistência (Ω)
Elemento Elemento
1 2 3 1 2 3
1 KFG-5-120-C1-11 Y3085S 5 2,12±1% 120,2±0,2
2
FONTE: VISHAY MICRO-MEASUREMENTS.
FIGURA 26 - Desenho esquemático das vigas de isoflexão utilizadas com a posição das rosetas e da sonda Barkhausen para a calibração.
Após a fixação das rosetas e de seus terminais, a região ao redor das mesmas foi protegida por
uma camada de esmalte para evitar a oxidação superficial do material. Em seguida os
47
terminais foram ligados à instrumentação utilizando-se uma ligação a três fios. Foi utilizado
para a medida das deformações o equipamento SPIDER 8-30 - HBM. Neste sistema, cada
extensômetro constitui um braço de uma ponte de Wheatstone, alimentada com uma tensão de
2,5V.
Como variações na geometria sensor/superfície do material podem produzir alterações
significativas nas medições realizadas, torna-se necessário, em determinadas situações, o uso
de gabaritos que assegurem uma posição fixa do sensor/sonda utilizado para medir o valor do
RMB em relação à superfície de ensaio. Após a realização de testes iniciais, verificou-se a
necessidade do uso de um gabarito para realização das medições tanto nas chapas/juntas
soldadas como nas vigas de isoflexão, durante a calibração do sistema de ensaio.
3.6 Dispositivo de carregamento por flexão
Após a instrumentação, as vigas foram montadas no dispositivo de carregamentos apresentado
na FIG. 27. Neste dispositivo a aplicação das cargas é realizada por meio de parafusos
atuando na extremidade da viga, possibilitando a obtenção de tensões de tração e de
compressão na superfície das mesmas.
FIGURA 27 - Viga do material A 508 no dispositivo de carregamento por flexão.
48
3.7 Equipamento para análise do ruído magnético Barkhausen
Para a excitação do material, detecção e processamento do ruído magnético Barkhausen foi
utilizado o equipamento MicroScan 600 - Stresstech e uma sonda com excitação em duas
direções ortogonais. O conjunto pode ser observado na FIG. 28.
FIGURA 28 - Sistema para análise do ruído magnético Barkhausen.
O sistema possibilita o controle da tensão de excitação da sonda e da amplitude do campo
magnético de excitação, cuja freqüência pode variar de 6 a 1000 Hz.
O ruído magnético Barkhausen detectado pode ser analisado na faixa de freqüências entre
3kHz e 1000kHz. Para análise, o sistema de ensaio utiliza como referência os blocos
retificados dos sinais gerados nos ciclos positivo e negativo de magnetização. Os sinais
retificados são suavizados sendo obtidas curvas envelope que representam distribuições
suavizadas dos mesmos. Os parâmetros utilizados para análise neste trabalho foram o valor
RMS, que representa o valor médio quadrático de todas as amplitudes amostradas, em volts e
o valor máximo do ruído magnético Barkhausen, que corresponde ao máximo da curva
envelope. Também foram avaliados parâmetros como a posição em que o valor máximo
ocorre em meio ciclo de magnetização e o FWHM, que corresponde à largura da curva
49
envelope na metade do valor máximo. Esses parâmetros são determinados para uma
determinada faixa de freqüências de análise. Durante todo o processo de avaliação devem ser
preservados todos os ajustes definidos no processo de calibração, para que os resultados
possam ser comparados. A corrente de excitação e o ruído magnético Barkhausen gerado para
uma amostra de aço ASTM A 508 podem ser observados na FIG. 29. Os blocos de ruídos
retificados, gerados durantes os ciclos de magnetização positiva e negativa do material,
podem ser observados na FIG. 30, assim como as curvas envelopes resultantes.
FIGURA 29 - Apresentação do software do RMB.
FIGURA 30 - Software com apresentação de todos os parâmetros detectados do RMB.
50
Para a realização dos experimentos foi utilizada a sonda modelo S1-101-51-04 série 5189
Stresstech, com magnetização em duas direções ortogonais e núcleo da bobina de detecção
com diâmetro de 3mm. A sonda, montada no gabarito de posicionamento, pode ser observada
na FIG. 31.
FIGURA 31 - Sonda utilizada nos experimentos, montada no gabarito de posicionamento.
3.8 Determinação dos Parâmetros de Ensaio
3.8.1 Freqüência de magnetização
A freqüência do campo magnético de excitação foi selecionada a partir de resultados obtidos
no Laboratório de END do CDTN, sendo verificado que a amplitude do ruído magnético
Barkhausen aumenta com o aumento da freqüência de magnetização, para uma mesma tensão
de excitação. Também, durante a calibração do sistema de ensaio com as vigas de isoflexão,
verificou-se que campos magnéticos de excitação com freqüências maiores são mais
adequados, sendo selecionada uma freqüência de 100Hz para a realização dos experimentos
(SILVA JÚNIOR, 2005).
51
3.8.2 Freqüência de análise
A faixa de freqüência utilizada para análise foi de 70kHz a 200kHz.(ver FIG. 32), o que
limitou a profundidade de medição à região superficial do material.
FIGURA 32 - Faixa de freqüência de análise do RMB demonstrada no software do equipamento utilizado.
3.8.3 Tensão de excitação
A tensão de excitação foi determinada experimentalmente. O processo consistiu em se
magnetizar o material com campos magnéticos gerados com diferentes tensões de excitação e
determinar o valor da tensão de excitação para a qual a taxa de variação do valor RMS do
ruído é máxima (SILVA JÚNIOR, 2005). O valor determinado para a tensão de excitação foi
de 2,5V, para a sonda utilizada. O campo magnético resultante para a tensão de excitação
utilizada foi medido ao ar, utilizando-se um medidor de campo magnético Teslameter 5080 -
F W BELL, na extremidade dos eletroímãs de excitação da sonda. A montagem usada pode
ser observada na FIG. 33.
52
FIGURA 33 - Montagem para medição do campo magnético de excitação do RMB.
3.9 Calibração do Sistema de Ensaio e Preparação da Junta Dissimilar
3.9.1 Aquisição do ruído magnético Barkhausen
Após a definição da freqüência de magnetização, o número de meios ciclos de magnetização
nos quais o ruído magnético Barkhausen foi adquirido em cada medição foi definido
levando-se em consideração a freqüência de amostragem utilizada (2,5MHz), a freqüência de
magnetização (100Hz), o número de dados possíveis de serem adquiridos pelo sistema de
ensaio em uma medição (800000) e o tempo de processamento dos sinais. Após ensaios
iniciais, foram estabelecidos quatro meios ciclos de magnetização como padrão para a
realização dos experimentos. Como em cada ciclo completo de magnetização são adquiridos
dois blocos de ruído, a aquisição foi feita em dois ciclos de magnetização.
A magnetização do material foi realizada utilizando-se a forma de onda senoidal para o
campo magnético de excitação.
53
3.9.2 Curvas de Ajuste - RMB x Deformação
As curvas representando os parâmetros referentes ao ruído magnético Barkhausen em função
do estado de tensões presente no material estudado foram obtidas submetendo-se as vigas de
isoflexão a carregamentos diferentes, de forma a produzir tensões de tração e de compressão
na superfície das mesmas, tendo sido aplicados um total de 44 carregamentos. A cada
carregamento, as deformações geradas na superfície das vigas foram determinadas a partir das
leituras das rosetas instaladas na superfície das mesmas. Ao mesmo tempo, foi feita a
aquisição do ruído magnético Barkhausen gerado em cada carregamento. Os carregamentos
foram selecionados de forma a produzirem deformações nas vigas referentes a tensões com
valores entre 75% do limite de escoamento do material a compressão até 75% do limite de
escoamento a tração. Os valores de referência para a tensão de escoamento foram os obtidos
nos ensaios de tração. Os valores das deformações obtidas na superfície das vigas para atingir
os limites de tensões desejados foram determinados utilizando-se a Eq. 6:
= m / E (6)
sendo:
E – módulo de elasticidade do material (Pa)
- deformação unitária
m - tensão mecânica (Pa)
Em cada patamar de carregamento, as deformações nas vigas foram determinadas utilizando-
se o sistema de aquisição de dados Spider 8-30, monitorando-se as variações de tensões
ocorridas em cada carregamento por um circuito de ponte de Wheatstone, 1/4 de ponte, do
qual o extensômetro utilizado como elemento sensor faz parte. O sistema determina as
deformações usando-se a Eq. 7:
= 4 V / V k (7)
54
sendo:
V – a diferença entre a leitura devida a um determinado carregamento e a leitura inicial
indicada pela ponte de Wheatstone (V)
V – a tensão de alimentação da ponte (V)
K – o fator de conversão do extensômetro.
3.9.3 Realização da soldagem
A soldagem do corpo de prova foi realizada de acordo com o mesmo procedimento utilizado
para a fabricação de um bocal contendo soldas de materiais dissimilares (ASTM A 508/AISI
316L) no laboratório de soldagem do CDTN (CDTN RT, 2010). Esse bocal, com
características dimensionais similares a um dos bocais existentes no pressurizador de Angra 1,
foi fabricado com o objetivo de se compreender melhor tanto o processo de soldagem dos
materiais dissimilares quanto o processo de recobrimento denominado “weld overlay”,
realizado para gerar tensões de compressão na região interna do bocal.
Embora o corpo de prova utilizado neste trabalho possua uma geometria diferente, a
utilização de um procedimento definido permite a reprodução da junta soldada em outros
corpos de prova para continuação dos estudos. As chapas preparadas para a soldagem podem
ser observadas na FIG. 34. A chapa de aço ASTM A 508 foi identificada como CP 05 A e a
chapa de aço inoxidável AISI 316L como CP 05 B. As medições do ruído magnético
Barkhausen, antes e após a soldagem, foram realizadas no CP 05 A, de aço ASTM A 508,
material ferromagnético.
55
FIGURA 34 - Junta dissimilar preparada para a realização da soldagem.
Como o objetivo do trabalho foi o estudo da sensibilidade do ensaio não destrutivo baseado
na análise do RMB para a avaliação de diferentes estados de tensões presentes em uma junta
soldada de aço ASTM A 508/AISI 316L, a soldagem foi realizada com as peças montadas em
um gabarito, para restringir a sua movimentação durante a soldagem, devido às tensões
geradas durante o resfriamento, com a conseqüente geração de tensões residuais.
Na primeira etapa do processo de soldagem, a chapa de aço ASTM A 508 foi pré-aquecida a
200°C, sendo então depositadas no bisel, nove camadas de revestimento em dezoito passes,
com uma espessura total de 15mm. A temperatura entre passes foi mantida entre 120°C e
200°C. O material de adição utilizado foi o ER CrNi-3, com diâmetro de 2,4mm e o processo
de soldagem GTAW. Após a deposição, o excesso de material foi retirado por lixamento
mecânico e a geometria do bisel-tipo meioV ajustada para 30º. Os parâmetros de soldagem
utilizados estão apresentados na TAB. 5.
TABELA 5
Parâmetros de soldagem utilizados no amanteigamento do bisel da chapa de aço ASTM A 508
Parâmetros de Soldagem
Corrente (A) 120
Tensão (V) 18
Velocidade (mm/s) 3,5
Energia de soldagem (J/mm), = 0,7. 432
As diversas fases do processo de soldagem podem ser observadas na FIG. 35 a FIG. 38.
56
FIGURA 35 - Etapa do amanteigamento com o total de 18 passes.
FIGURA 36 - Processo de esmerilhamento do revestimento do bisel.
FIGURA 37 - Bisel esmerilhado e preparado.
57
Na segunda etapa, antes do início do processo de soldagem da raiz da junta dissimilar, as
chapas foram fixadas em um gabarito para evitar distorções durante a soldagem. Em seguida
as chapas foram aquecidas até 150ºC, de maneira uniforme e foram realizados dois passes de
raiz, com movimento oscilante, também pelo processo GTAW e como material de adição o
ER Cr Ni-3, com 2,4mm de diâmetro. Os parâmetros de soldagem utilizados são apresentados
na TAB. 6. O conjunto montado no gabarito e após a soldagem pode ser observado na FIG. 38
e FIG. 39.
TABELA 6
Parâmetros de soldagem utilizados na raiz da junta de materiais dissimilares
Parâmetros de Soldagem
Corrente (A) 120
Tensão (V) 18
Velocidade (mm/s) 2,7
Energia de soldagem (J/mm), = 0,7 560
FIGURA 38 - Junta dissimilar no gabarito fixada evitando maiores distorções geométricas.
58
FIGURA 39 - Junta dissimilar com os passes de raiz realizados.
Na terceira etapa foi realizado o enchimento da junta, pelo processo SMAW, com movimento
oscilante, eletrodo E CrNiFe – 3 com diâmetro de 4mm e um total de três passes. Os
parâmetros de soldagem utilizados são apresentados na TAB. 7. O conjunto após a soldagem
pode ser observado na FIG. 40.
TABELA 7
Parâmetros de soldagem utilizados no enchimento da junta de materiais dissimilares
Parâmetros de Soldagem
Corrente (A) 180
Tensão (V) 25
Velocidade (mm/s) 1,8
Temperatura entre passes máx.(ºC) 200
Energia de soldagem (J/mm), = 0,7. 1170
59
FIGURA 40 - Junta dissimilar com os passes de enchimento.
Na quarta etapa foram executados os passes de acabamento, em um total de três, também pelo
processo SMAW, movimento oscilante e com eletrodo E CrNiFe - 3 com diâmetro de 4mm.
Os parâmetros de soldagem utilizados são apresentados na TAB. 8. O conjunto após a
soldagem pode ser observado na FIG. 41.
Após a soldagem e retirada da escória, de imediato, a peça foi inserida no forno para um
PWHT à temperatura de 200ºC e posteriormente, a 100ºC e 50ºC, ocorrendo um resfriamento
gradativo com uma taxa bem lenta dentro do forno até a temperatura de 50 ºC.
TABELA 8
Parâmetros de soldagem utilizados no acabamento da junta de materiais dissimilares.
Parâmetros de Soldagem
Corrente (A) 180
Tensão (V) 25
Velocidade (mm/s) 2,0
Energia de soldagem (J/mm), = 0,7 1050
60
FIGURA 41 - Junta dissimilar soldada.
3.10 Medição de tensões residuais
A determinação das tensões residuais pelo uso da análise do ruído magnético Barkhausen foi
realizada medindo-se o valor do ruído magnético Barkhausen nas direções x (paralela ao
cordão de solda) e y (perpendicular ao cordão de solda) do corpo de prova, nos pontos de
interesse. Em seguida, o valor das deformações foi determinado a partir das curvas de ajuste
RMB x Deformação e as tensões calculadas a partir das equações:
)(1 2
YXx
E
(8)
)(1 2
XYY
E
(9)
Sendo:
x e y = Tensões mecânicas nas direções X e Y, respectivamente.
E = Módulo de elasticidade do material.
= Coeficiente de Poisson do material.
61
x e y = Deformações mecânicas nas direções X e Y, respectivamente.
A determinação das tensões residuais pelo método do furo central foi realizada de acordo com
a norma ASTM E 837 (ASTM E 837-08e1, 2010), a nota técnica TN-503 publicada pela
Vishay (VISHAY, 2005.) e os procedimentos de ensaio utilizados no laboratório de análise de
tensões do CDTN. Para a aquisição dos dados foram utilizados o equipamento Spider 8-30 e o
software Catman Easy. A usinagem do furo foi executada utilizando-se o equipamento RS-
200, fabricado pela Vishay. A ferramenta de corte utilizada foi uma broca de carboneto de
tungstênio FG 37 Sorensen. O conjunto de furação foi alimentado com ar comprimido a uma
pressão de 7,5kgf/cm2, de forma a manter a rotação da ferramenta elevada o suficiente para
não introduzir tensões no material testado. As rosetas foram instaladas utilizando-se as
técnicas convencionais de extensiometria (MEASUREMENTS GROUP, 1989) em locais
selecionados para as medições. Foram utilizados dois tipos de rosetas nos ensaios, cujas
características estão apresentadas na TAB. 9. O corpo de prova soldado, após a instalação das
rosetas, pode ser observado na FIG. 42 e FIG. 43. O desenho esquemático com a distribuição
das rosetas pode ser observado na FIG. 44, O equipamento RS-200 montado para a realização
dos ensaios, pode ser observado na FIG. 45.
TABELA 9
Características das rosetas utilizadas nas medições de tensões residuais na junta dissimilar.
Roseta Tipo
Lote
Constante k Resistência (Ω)
Elemento Elemento
1 2 3 1 2 3
CEA-06-062UM-120
A66AD412 2,08±0,5% 120,0±0,4%
EA-06-062RE-120 A66AD417 2,09±0,5% 120,0±0,2%
FONTE: VISHAY, 2005.
62
FIGURA 42 - Junta soldada após a instalação das rosetas
FIGURA 43 - Detalhamento dos extensômetros elétricos.
SO
ND
A B
AR
KH
AU
SEN
LT
LT
FIGURA 44 - Croqui do corpo de prova com as rosetas instaladas e a sonda Barkhausen indicando as direções de medição: longitudinal (L) e transversal (T).
63
FIGURA 45 - Equipamento utilizado para as medições de tensões residuais pelo método do furo central.
3.11 Microdureza após a soldagem
Para a realização da microdureza de amostras da junta soldada utilizou-se o microdurômetro
digital Future Tech - FMARS 90. Os ensaios foram realizados de forma padronizada (ASTM
E384-07a, 2007).
64
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Composição química
Em conformidade com o procedimento experimental mencionado na seção 3.2.1, apresenta-se
na TAB. 10 a composição química do aço ASTM A 508 obtida.
TABELA 10
Composição química do aço ASTM A 508 analisado
ASTM A 508 Grau 3 Classe 1
Elemento Químico Composição química (%w)
C 0,2070
Mn 1,3580
P 0,0070
S <0,0050
Si 0,2120
Ni 0,6930
Cr 0,1000
Mo 0,5040
V 0,0000
Ti <0,0050
Cu 0, 005
Co <0,0050
Nb 0,0050
Al 0,0130
Os certificados com os resultados da análise química dos materiais utilizados podem ser
observados no ANEXO A.
65
Baseado na composição química determinou-se o carbono equivalente do material, como:
)15
%(%)5
%%(%6
%%%Cu
NiV
MoCrMn
CCE (10)
logo:
%43,0% EC
4.2 Propriedades mecânicas
Em conformidade com o procedimento experimental descrito na seção 3.2.2, os resultados
médios encontrados para as principais propriedades mecânicas para o aço estudado estão
apresentados na TAB. 11.
TABELA 11
Propriedades mecânicas do aço ASTM A 508
Material Limite de Escoamento
(MPa) Limite de
Resistência (MPa) Alongamento
(%)
Dureza
(HV)
ASTM
A508
445 ± 20
597 ± 20 20 ± 2
218 ±5%
Baseado nos valores obtidos para as propriedades mecânicas do material e para a sua
composição química verificou-se que o mesmo se enquadra na especificação ASTM A 508
Grau 3 Classe 1.
O valor do coeficiente de Poisson determinado experimentalmente foi 0,27±0,01. Este valor
foi utilizado no cálculo das tensões residuais pelo método do furo central, das tensões atuantes
nas vigas de isoflexão e das tensões residuais pela análise do ruído magnético Barkhausen.
66
4.2.1 Microestrutura
As micrografias da material em estudo, de amostras retiradas das faces A, C e F do material
estudado, podem ser observadas na fig. 46, 47 e 48. Verifica-se na FIG. 46, referente à face A,
uma microestrutura com predominância de martensita revenida não orientada, com
microdureza média medida de aproximadamente 199HV.
FIGURA 46 - Micrografia da microestrutura de uma amostra retirada da seção longitudinal do material - Face superior (A) - com aumento de 150X – Reativo NITAL 2%.
Observa-se na FIG. 47, referente à face C, uma microestrutura com predominância de
martensita revenida não orientada, com microdureza média medida de aproximadamente
199HV.
67
FIGURA 47 - Micrografia da microestrutura de uma amostra retirada da seção transversal do material - Face lateral C - com aumento de 150 X -– Reativo NITAL 2%.
Verificou-se na FIG. 48, referente à face F, uma microestrutura com predominância de
martensita revenida não orientada com microdureza média medida de aproximadamente
176HV.
FIGURA 48 - Micrografia de revelação da microestrutura de uma amostra retirada da seção transversal do material forjado - Face da espessura (F) - com aumento de 150 X.
68
4.3 Resultados pelo método RMB
4.3.1 Campo magnético de excitação
Os valores do campo magnético de excitação nos terminais dos núcleos de magnetização da
sonda, nas direções transversal e longitudinal, para a tensão de excitação de 2,5V, foram de
3394A/m e 3366A/m, respectivamente.
As curvas referentes ao valor do campo magnético aplicado em função da tensão de excitação
podem ser observadas na FIG. 49 (a) e (b), para excitação transversal e longitudinal da sonda.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,00
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
Ca
mp
o M
agn
étic
o de
Exc
itaçã
o (A
/m)
Tensão de Excitação (V)
Equation y = a + b*x
Adj. R-Square 0,99997
Value Standard Error
Campo Magnético de Excitação
Intercept -0,63118 3,03302
Campo Magnético de Excitação
Slope 1344,00595 1,03515
0 1 2 3 4 50
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
Ca
mp
o M
agné
tico
de
Exc
itaçã
o (
A/m
)
Tensão de Excitação (V)
Equation y = a + b*x
Adj. R-Square 0,99998
Value Standard Error
Campo Magnético de Excitação
Intercept 1,93796 2,40412
Campo Magnético de Excitação
Slope 1351,20864 0,82051
(a) (b)
FIGURA 49 - Campo magnético aplicado em função da tensão de excitação no núcleo de excitação transversal (a) e longitudinal (b) da sonda.
4.3.2 Medições do ruído magnético Barkhausen no corpo de prova CP 05 A
Os resultados encontrados para as medições do ruído magnético Barkhausen na linha 1
(ZTA), antes da soldagem da junta dissimilar, medidos na direção perpendicular ao chanfro
no corpo de prova CP 05 A (longitudinal) ao longo do mesmo, podem ser observados nas
FIG. 50 (a) e (b) e FIG. 51 (a) e (b). As barras de erro representam a estimativa por intervalo
dos valores médios verdadeiros com intervalo de confiança de 95%.
69
4.3.3 Medições antes da soldagem - Direção longitudinal - Linha 1.
Os resultados referentes aos valores RMS e máximo do ruído magnético Barkhausen são
apresentados na FIG. 50 (a) e (b).
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
52
56
60
64
68
72
76
80
84
88
92
Ru
ído
Ma
gn
étic
o B
ark
hau
sen
- V
alo
r R
MS
(m
V)
Posição (mm)
CP 05 A - Antes da soldagem
ZAC - Direção Longitudinal
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 16060
70
80
90
100
110
120
130
140
Ru
ído
Mag
nétic
o B
arkh
ause
n -
Va
lor
Máx
imo
(mV
)
Posição (mm)
CP 05 A - Antes da soldagem
ZAC - Direção Longitudinal
(a) (b)
FIGURA 50 - Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 1 na direção perpendicular ao chanfro (longitudinal) do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem.
Os resultados referentes a posição do valor máximo e FWHM do ruído magnético Barkhausen
são apresentados na FIG. 51 (a) e (b).
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
20
30
40
Po
siçã
o V
ma
x
Posição (mm)
CP 05 A - Antes da soldagem
ZAC - Direção Longitudinal
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
56
58
60
62
64
66
68
70
72
FW
HM
Posição (mm)
CP 05 A - Antes da soldagem
ZAC - Direção Longitudinal
(a) (b)
FIGURA 51 - Variação na posição do valor máximo (a) e do parâmetro FWHM (b) obtidos para a linha 1 na direção perpendicular ao chanfro (longitudinal) do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem.
70
Pode-se observar, pela análise da FIG. 50 (a) e (b) que os perfis de variação do ruído
magnético Barkhausen ao longo do corpo de prova, obtidos a partir do valor RMS e do valor
máximo são similares. Entretanto, o perfil obtido por meio do valor máximo apresenta
diferenças maiores entre os maiores e os menores valores obtidos no intervalo,
proporcionando uma resolução maior nas medições. Este parâmetro foi utilizado
posteriormente, na análise das tensões residuais na junta dissimilar, como principal parâmetro
de análise do RMB.
Pela análise da FIG. 51 (a), referente à posição de ocorrência do valor máximo, verifica-se
que a mesma não apresentou variações expressivas ao longo do corpo de prova, não
acompanhando os perfis obtidos com o valor RMS e o valor máximo, o que demonstra pouca
sensibilidade às diferenças de tensões existentes no material. Observa-se também uma
dispersão elevada nos resultados obtidos, tanto para os valores da posição do valor máximo
como para o parâmetro FWHM. Os valores RMS e máximo podem ser visualizados
simultaneamente na FIG. 52.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 16050
60
70
80
90
100
110
120
130
Ruí
do M
agné
tico
Ba
rkha
usen
(m
V)
Posição (mm)
CP 05 A - Antes da soldagem
ZAC - Direção Longitudinal
Valor RMS
Valor Máximo
FIGURA 52 - Valor RMS e valor máximo obtidos para a linha 1, na direção perpendicular ao chanfro (longitudinal), do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem.
4.3.4 Medições antes da soldagem - Direção Transversal - Linha 1
Os resultados encontrados para as medições do ruído magnético Barkhausen na linha 1
(ZTA), antes da soldagem da junta dissimilar, medidos na direção paralela ao chanfro no
71
corpo de prova CP 05 A (longitudinal), ao longo do mesmo, podem ser observados na FIG. 53
(a) e (b) e FIG. 54 (a) e (b). As barras de erro representam a estimativa por intervalo dos
valores médios verdadeiros com coeficiente de confiança de 95%.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
CP 05 A - Antes da soldagem
ZAC - Direção Transversal
Ru
ído
Ma
gné
tico
Ba
rkh
ause
n -
Val
or R
MS
(m
V)
Posição (mm)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
45
60
75
90
105
120
135
150
165
180
195CP 05 A - Antes da soldagem
ZAC - Direção Transversal
Ruí
do
Ma
gné
tico
Ba
rkha
use
n -
Va
lor
Máx
imo
(m
V)
Posição (mm)
(a)
(b)
FIGURA 53 - Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 1, na direção paralela ao chanfro (transversal), do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 16010
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
CP 05 A - Antes da soldagem
ZAC - Direção Transversal
Po
siçã
o V
max
Posição (mm)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
50
55
60
65
70
75 CP 05 A - Antes da soldagem
ZAC - Direção Transversal
FW
HM
Posição (mm)
(a) (b)
FIGURA 54 - Variação na posição do valor máximo (a) e do parâmetro FWHM (b) para a linha 1, na direção paralela ao chanfro (transversal), do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem.
Para as medições realizadas na direção transversal, os perfis obtidos referentes ao valor RMS
e valor máximo do ruído magnético Barkhausen foram similares, com as mesmas
características observadas na FIG. 50. Os valores RMS e máximo podem ser visualizados
simultaneamente na FIG. 55.
72
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 16015
30
45
60
75
90
105
120
135
150
165
180
195
Ru
ído
Mag
nét
ico
Ba
rkh
ause
n (
mV
)
Posição (mm)
CP 05 A - Antes da soldagem
ZAC - Direção Transversal
Valor RMS
Valor Máximo
FIGURA 55 - Valor RMS e valor máximo obtidos para a linha 1, na direção paralela ao chanfro (transversal), do corpo de prova CP 05 A, antes da soldagem.
4.3.5 Medições antes da soldagem - Direção longitudinal - Linha 3
Os resultados encontrados para as medições do ruído magnético Barkhausen na linha 3, antes
da soldagem da junta dissimilar, medidos perpendicularmente ao chanfro no corpo de prova
CP 05 A (longitudinal) ao longo do mesmo, podem ser observados nas FIG. 56 (a) e (b) e
FIG. 57 (a) e (b). As barras de erro representam a estimativa por intervalo dos valores médios
verdadeiros com coeficiente de confiança de 95%. Os valores RMS e máximo do RMB são
apresentados na FIG. 56 (a) e (b) e a posição do valor máximo e FWHM na na FIG. 57 (a) e
(b)
0 20 40 60 80 100 120 140 16040
50
60
70
80
90
100
110
Ru
ído
Ma
gn
étic
o B
ark
ha
use
n -
Va
lor
RM
S (
mV
)
Posição (mm)
0 20 40 60 80 100 120 140 16050
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
Ru
ído
Ma
gn
étic
o B
ark
ha
use
n -
Va
lor
Má
xim
o (
mV
)
Posição (mm)
(a) (b)
FIGURA 56 - Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 3, na direção perpendicular ao chanfro (longitudinal), do corpo de prova CP 05 A, antes da soldagem.
73
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 16016
18
20
22
24
26
28
30
32
34
36
Pos
ição
- V
ma
x
Posição (mm)
CP 05 A - Posição Vmáx
Direção longitudinal
Metal Base - Antes da soldagem
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 16056
58
60
62
64
66
68
70
72
FW
HM
Posição (mm)
CP 05 A - FWHM
Direção longitudinal
Metal Base - Antes da soldagem
(a) (b)
FIGURA 57 - Variação na posição do valor máximo (a) e do parâmetro FWHM (b) para a linha 3, na direção perpendicular ao chanfro (longitudinal), do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem.
Para as medições realizadas na direção longitudinal, os perfis obtidos referentes ao valor RMS
e valor máximo do ruído magnético Barkhausen apresentaram comportamento similar ao
observado na FIG. 50 e FIG. 51, com medidas realizadas na linha 1. Os valores RMS e
máximo podem ser visualizados simultaneamente na FIG. 58.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
30
45
60
75
90
105
120
135
150
165
Ru
ído
Mag
né
tico
Ba
rkh
ause
n (
mV
)
Posição (mm)
CP 05 A - Antes da soldagem - MB
Direção longitudinal
Valor RMS
Valor Máximo
FIGURA 58 - Valor RMS e valor máximo obtidos para a linha 3, na direção perpendicular ao chanfro (longitudinal), do corpo de prova CP 05 A, antes da soldagem.
74
4.3.6 Medições antes da soldagem - Direção Transversal - Linha 3
Os resultados encontrados para as medições do ruído magnético Barkhausen na linha 3, antes
da soldagem da junta dissimilar, medidos na direção paralela ao chanfro no corpo de prova
CP 05 A podem ser observados nas FIG. 59 (a) e.(b) e FIG. 60 (a).e.(b). As barras de erro
representam a estimativa por intervalo dos valores médios verdadeiros com intervalo de
confiança de 95%.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
Ruí
do M
ag
nétic
o B
ark
hau
sen
- V
alo
r R
MS
(m
V)
Posição (mm)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
Ruí
do
Mag
nétic
o B
ark
hau
sen
- V
alor
Máx
imo
(m
V)
Posição (mm)
(a) (b)
FIGURA 59 - Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 3, na direção paralela ao chanfro (transversal), do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
16
18
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
Pos
içã
o -
Vm
ax
Posição (mm)
CP 05 A - Posição Vmáx
Direção transversal
Metal Base - Antes da soldagem
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
56
58
60
62
64
66
68
70
72
74
FW
HM
Posição (mm)
CP 05 A - FWHM
Direção transversal
Metal Base - Antes da soldagem
(a) (b)
FIGURA 60 - Variação na posição do valor máximo (a) e do parâmetro FWHM (b) para a linha 3, na direção paralela ao chanfro (transversal), do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem.
75
Para as medições realizadas na direção transversal, os perfis obtidos referentes ao valor RMS
e valor máximo do ruído magnético Barkhausen apresentaram comportamento similar ao
observado nas FIG. 53 e FIG. 54, com medidas realizadas na linha 1. Os valores RMS e
máximo podem ser visualizados simultaneamente na FIG. 61.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
Ru
ído
Mag
nét
ico
Ba
rkha
use
n (
mV
)
Posição (mm)
CP 05 A - Antes da soldagem - MB
Valor RMS
Valor Máximo
FIGURA 61 - Valor RMS e valor máximo obtidos para a linha 3 na direção paralela ao chanfro (transversal) do corpo de prova CP 05 A antes da soldagem.
Comparando-se os resultados apresentados na FIG. 61 com aqueles apresentados na FIG. 55,
Linhas 3 e 1 respectivamente, observa-se que os valores do RMB foram mais elevados na
linha 3. Valores maiores do ruído magnético Barkhausen podem ser produzidos, mantendo-se
inalterada a microestrutura, por uma elevação nas tensões locais de tração ou por uma redução
nas tensões locais de compressão (JILES, 1998).
Após a soldagem, não foi possível realizar as medições ao longo da linha 1, devido ao avanço
do cordão de solda sobre o metal base e à pequena distorção sofrida pelas chapas durante o
processo de soldagem.
4.3.7 Medições depois da soldagem - Direção longitudinal - Linha 3.
Os resultados encontrados para as medições do ruído magnético Barkhausen na linha 3,
medidos perpendicularmente ao cordão de solda do corpo de prova CP 05 A, podem ser
76
observados nas FIG. 62 (a).e (b) e FIG. 63 (a).e.(b). As barras de erro representam a
estimativa por intervalo dos valores médios verdadeiros com intervalo de confiança de 95%.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
Ruí
do
Ma
gnét
ico
Ba
rkha
use
n -
Val
or R
MS
(m
V)
Posição (mm)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
120
135
150
165
180
195
210
225
240
255
Ruí
do M
agn
étic
o B
arkh
aus
en
- V
alo
r M
áxi
mo
(m
V)
Posição (mm)
(a) (b)
FIGURA 62 - Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 3 na direção perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal) do corpo de prova CP 05 A depois da soldagem.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
Pos
ição
- V
max
Posição (mm)
CP 05 A - Posição Vmáx
Direção longitudinal
Metal Base - Depois da soldagem
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 16059
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
FW
HM
Posição (mm)
CP 05 A - FWHM
Direção longitudinal
Metal Base - Depois da soldagem
(a) (b)
FIGURA 63 - Variação na posição do valor máximo (a) e do parâmetro FWHM (b) para a linha 3 na direção perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal)do CP 05 A, depois da soldagem.
Para as medições realizadas na direção perpendicular de campo, os perfis obtidos referentes
ao valor RMS e valor máximo do ruído magnético Barkhausen apresentaram valores de RMB
superiores aos encontrados antes da realização da soldagem. Os valores RMS e máximo
podem ser visualizados simultaneamente na FIG. 64.
77
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
280
Ru
ído
Ma
gné
tico
Ba
rkha
use
n (
mV
)
Posição (mm)
CP 05 A - Depois da soldagem - MB
Direção longitudinal
Valor RMS
Valor Máximo
FIGURA 64 - Valor RMS e valor máximo obtidos para a linha 3 na direção perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal) do corpo de prova CP 05 A depois da soldagem.
4.3.8 Medições depois da soldagem - Direção transversal - Linha 3
Os resultados encontrados para as medições do ruído magnético Barkhausen na linha 3,
medidos paralelamente ao cordão de solda do corpo de prova CP 05 A, podem ser observados
na FIG. 65 (a) e (b) e FIG. 66 (a) e (b). As barras de erro representam a estimativa por
intervalo dos valores médios verdadeiros com intervalo de confiança de 95%.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 16070
80
90
100
110
120
130
140
150
Ruí
do
Mag
nétic
o B
ark
hau
sen
- V
alo
r R
MS
(m
V)
Posição (mm)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
210
220
230
240
Ruí
do
Mag
nétic
o B
arkh
aus
en
- V
alo
r M
áxi
mo
(m
V)
Posição (mm)
(a) (b)
FIGURA 65 - Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 3 na direção paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do corpo de prova CP 05 A depois da soldagem.
78
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 16022
24
26
28
30
32
34
36
38
40
42P
osiç
ão -
Vm
ax
Posição (mm)
CP 05 A - Posição Vmáx
Direção transversal
Metal Base - Depois da soldagem
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 16054
56
58
60
62
64
66
68
70
FW
HM
Posição (mm)
CP 05 A - FWHM
Direção transversal
Metal Base - Depois da soldagem
(a) (b)
FIGURA 66 - Variação na posição do valor máximo (a) e do parâmetro FWHM (b) obtidos para a linha 3 na direção paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do CP 05 A depois da soldagem.
Para as medições realizadas na direção paralela de campo, os perfis obtidos referentes ao
valor RMS e valor máximo do ruído magnético Barkhausen apresentaram valores de RMB
próximos e superiores aos encontrados antes da realização da soldagem. Os valores RMS e
máximo podem ser visualizados simultaneamente na FIG. 67.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 16060
80
100
120
140
160
180
200
220
240
Ruí
do M
agné
tico
Bar
khau
sen
(mV
)
Posição (mm)
CP 05 A - Depois da soldagem - MB
Direção transversal
Valor RMS
Valor Máximo
FIGURA 67 - Valor RMS e valor máximo obtidos para a linha 3 na direção paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do corpo de prova CP 05 A depois da soldagem.
79
4.4. Comparação dos resultados antes e após a soldagem - CP 05 A - Linha 3.
4.4.1 Direção longitudinal
Os resultados encontrados para as medições do ruído magnético Barkhausen na linha 3
medidos perpendicularmente ao cordão de solda possuíram valores superiores aos encontra-
dos antes da realização da soldagem do corpo de prova CP 05 A de acordo com as FIG. 68 (a)
e (b).
Conclui que para os valores do RMB obtidos, podem estar relacionados com a presença de
tensões residuais de tração ou por uma redução das tensões de compressão após a realização
da soldagem da junta dissimilar. Portanto, a verificação desse efeito magnetoelástico pós
soldagem é necessário realizar a microdureza da região soldada para confirmar que nessa
linha não ocorreu alteração microestrutural e assim não afetando no aumento do RMB
apresentado no resultado do perfil do RMB pós soldagem. As barras de erro representam a
estimativa por intervalo dos valores médios verdadeiros com coeficiente de confiança de 95%.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
Ruí
do M
agné
tico
Bar
khau
sen
(mV
)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor RMS
Direção longitudinal - MB - Linha 3
Antes da soldagem
Após a soldagem
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
280
Ru
ído
Ma
gn
étic
o B
ark
hau
sen
(mV
)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor Máximo
Direção Longitudinal - MB - Linha 3
Antes da soldagem
Após a soldagem
(a) (b)
FIGURA 68 - Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 3 na direção perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal) do CP 05 A antes e depois da soldagem.
80
4.4.2 Direção transversal
Os resultados encontrados para as medições do ruído magnético Barkhausen na linha 3
medidos paralelamente ao cordão de solda possuíram valores superiores aos encontrados
antes da realização da soldagem no quase todo do corpo de prova CP 05 A de acordo com a
FIG. 69 (a) e (b).
Conclui, também que para os valores maiores do RMB obtidos, podem estar relacionados
com a presença de tensões residuais de tração ou por uma redução da tenção de compressão
após a realização da soldagem da junta dissimilar. Além disso, percebeu-se uma possível
redução da tensão residual de tração após a soldagem na região central da extensão do cordão
na direção paralela a aplicação do campo magnético. Portanto, a verificação desse efeito
magnetoelástico pós soldagem é necessário realizar a microdureza da região soldada para
confirmar que nessa linha não ocorreu alteração microestrutura e assim não afetando no
aumento do RMB apresentado no resultado do perfil do RMB pós soldagem. As barras de
erro representam a estimativa por intervalo dos valores médios verdadeiros com intervalo de
confiança de 95%.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
Ruí
do M
agn
étic
o B
arkh
ause
n (m
V)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor RMS
Direção Transversal
MB - Linha 3
Antes da soldagem
Depois da soldagem
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
Ru
ído
Ma
gn
étic
o B
ark
hau
sen
(m
V)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor Máximo
Direção Transversal
MB - Linha 3
Antes da soldagem
Após a soldagem
(a) (b)
FIGURA 69 - Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a linha 3 na direção paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do CP 05 A antes e depois da soldagem.
81
4.4.3 Comparação dos resultados antes e após a soldagem - CP 05 A - Colunas 10, 17, 24
Além das linhas 1 e 3, foram realizadas medições do ruído magnético Barkhausen nas colunas
10, 17 e 24 (ver FIG. 25 e FIG. 44) antes e após a soldagem. Os valores RMS e máximo
foram medidos na direção paralela (transversal) e na direção perpendicular (longitudinal) ao
cordão de solda. Os resultados obtidos podem ser observados na FIG. 70 até a FIG. 75.
0 5 10 15 20 25 30 35 4050
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
Ruí
do
Ma
gnét
ico
Bar
kha
usen
(m
V)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor RMS
Direção Longitudinal
Coluna 10
Antes da soldagem
Após a soldagem
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
75
90
105
120
135
150
165
180
195
210
225
240
Ru
ído
Ma
gnét
ico
Bar
kha
use
n (
mV
)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor máximo
Direção Longitudinal
Coluna 10
Antes da soldagem
Após a soldagem
(a) (b)
FIGURA 70 - Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a coluna 10, na direção perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal) do CP 05 A antes e após a soldagem.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 4550
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
Ruí
do M
agn
étic
o B
arkh
aus
en (
mV
)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor RMS
Direção Longitudinal
Coluna 17
Antes da soldagem
Após a soldagem
0 5 10 15 20 25 30 35 40 4575
90
105
120
135
150
165
180
195
210
225
240
Ruí
do
Mag
nét
ico
Bar
kha
use
n (
mV
)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor máximo
Direção Longitudinal
Coluna 17
Antes da soldagem
Após a soldagem
(a) (b)
FIGURA 71 - Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a coluna 17, na direção perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal) do CP 05 A antes e após a soldagem.
82
0 5 10 15 20 25 30 35 40 4570
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170R
uíd
o M
ag
nét
ico
Bar
khau
sen
(mV
)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor RMS
Direção Longitudinal
Coluna 24
Antes da soldagem
Após a soldagem
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
105
120
135
150
165
180
195
210
225
240
255
Ru
ído
Mag
nétic
o B
arkh
aus
en (
mV
)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor máximo
Direção Longitudinal
Coluna 24
Antes da soldagem
Após a soldagem
(a) (b)
FIGURA 72 - Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a coluna 24, na direção perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal) do CP 05 A e após a soldagem.
0 5 10 15 20 25 30 35 4050
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
Ru
ído
Ma
gn
étic
o B
arkh
au
sen
(m
V)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor RMS
Direção Transversal
Coluna 10
Antes da soldagem
Após a soldagem
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
75
90
105
120
135
150
165
180
195
210
225
240
255
Ru
ído
Ma
gn
étic
o B
ark
ha
use
n (
mV
)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor máximo
Direção Transversal
Coluna 10
Antes da soldagem
Após a soldagem
(a) (b)
FIGURA 73 - Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a coluna 10, na direção paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do CP 05 A antes e após a soldagem.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 4560
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
Ruí
do M
agn
étic
o B
arkh
ause
n (m
V)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor RMS
Direção Transversal
Coluna 17
Antes da soldagem
Após a soldagem
0 5 10 15 20 25 30 35 40 4590
105
120
135
150
165
180
195
210
225
240
Ruí
do
Ma
gn
étic
o B
ark
hau
sen
(m
V)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor máximo
Direção Transversal
Coluna 17
Antes da soldagem
Após a soldagem
(a) (b)
FIGURA 74 - Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a coluna 17, na direção paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do CP 05 A antes e após a soldagem.
83
0 5 10 15 20 25 30 35 40 4530
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150R
uído
Ma
gné
tico
Bar
khau
sen
(m
V)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor RMS
Direção Transversal
Coluna 24
Antes da soldagem
Após a soldagem
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
45
60
75
90
105
120
135
150
165
180
195
210
225
Ruí
do
Ma
gné
tico
Ba
rkh
ause
n (
mV
)
Posição (mm)
CP 05 A - Valor máximo
Direção Transversal
Coluna 24
Antes da soldagem
Após a soldagem
(a) (b)
FIGURA 75 - Comparação entre o valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a coluna 24, na direção paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do CP 05 A - antes e após a soldagem.
Em todos os casos, as medições realizadas após a soldagem indicaram uma elevação do ruído
magnético Barkhausen, ao longo do cordão de solda, tanto na direção perpendicular ao cordão
de solda (longitudinal) como na direção paralela ao mesmo (transversal), indicando uma
diminuição nos níveis de tensões de compressão ou um aumento dos níveis de tensões de
tração nessas direções. Observa-se também uma mudança no perfil de distribuição do ruído.
Mudanças no valor e perfil do ruído gerado podem ser produzidas por variações micro
estruturais ou pela presença de tensões, após os ensaios de tensões residuais, o corpo de prova
soldado, foi seccionado em duas regiões para verificar a ocorrência de mudanças na
microestrutura. Foram realizadas duas macrografias para definir a zona afetada termicamente
e medidas de microdureza a partir da borda do cordão de solda. Os resultados são
apresentados na seção 4.7. De acordo com todos os resultados, não houve alterações
microestruturais nos locais em que foram realizadas as medições do ruído magnético
Barkhausen e, posteriormente, realizados os ensaios pelo método do furo central para a
determinação de tensões residuais.
84
4.5 Calibração do sistema de ensaio
A partir dos resultados obtidos para a variação dos parâmetros referentes ao ruído magnético
Barkhausen (mV) em função das deformações (m/m) na superfície das vigas, foram
determinadas funções de ajuste para serem utilizadas no estudo da variação das tensões
residuais na junta soldada utilizada nos experimentos. As curvas de ajuste obtidas são
apresentadas nas FIG. 76 e 77.
-1500 -1200 -900 -600 -300 0 300 600 900 1200 15000
30
60
90
120
150
180
210
Ru
ído
Ma
gné
tico
Ba
rkh
ause
n
Deformação (m/m)
Valor RMS
Magnetização na
Direção Longitudinal
Equation y = A2 + (A1-A2)/(1 + exp((x-x0)/dx))
Adj. R-Square 0,99195
Value Standard Error
RMB - VRMS A1 34,45544 2,2101
RMB - VRMS A2 227,58267 10,31143
RMB - VRMS x0 513,09546 40,9444
RMB - VRMS dx 349,44312 27,64669
-1500 -1200 -900 -600 -300 0 300 600 900 1200 15000
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
Ru
ído
Ma
gné
tico
Ba
rkh
au
sen
(m
V)
Deformação (m/m)
Valor Máximo
Magnetização na
Direção Longitudinal
Equation y = A2 + (A1-A2)/(1 + exp((x-x0)/dx))
Adj. R-Square 0,99163
Value Standard Error
RMB - Vmáx A1 35,60179 3,63186
RMB - Vmáx A2 352,85139 15,13367
RMB - Vmáx x0 479,78313 35,68309
RMB - Vmáx dx 330,30641 25,52019
(a) (b)
FIGURA 76 - Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a curva de calibração do RMB, na direção equivalente à perpendicular ao chanfro/cordão de solda (longitudinal) do CP 05 A.
-1000 -750 -500 -250 0 250 500 750 10000
25
50
75
100
125
150
175
200
225
250
Ru
ído
Ma
gné
tico
Ba
rkha
usen
(m
V)
Deformação (m/m)
Valor RMS
Magnetização na
Direção Transversal
Equation y = A2 + (A1-A2)/(1 + exp((x-x0)/dx))
Adj. R-Square 0,99309
Value Standard Error
RMB A1 38,38617 2,32608
RMB A2 248,16176 9,04901
RMB x0 494,46084 33,49789
RMB dx 344,54043 24,92486
-1250 -1000 -750 -500 -250 0 250 500 750 1000 12500
50
100
150
200
250
300
350
400
Ruí
do
Mag
nétic
o B
arkh
aus
en
(mV
)
Deformação (m/m)
Valor Máximo
Magnetização na
Direção Transversal
Equation y = A2 + (A1-A2)/(1 + exp((x-x0)/dx))
Adj. R-Square 0,99564
Value Standard Error
C A1 37,77348 3,10659
C A2 389,10794 11,71685
C x0 449,46549 25,32866
C dx 338,06922 19,00866
(a) (b)
FIGURA 77 - Valor RMS (a) e valor máximo (b) obtidos para a curva de calibração do RMB, na direção equivalente à paralela ao chanfro/cordão de solda (transversal) do CP 05 A.
85
As funções obtidas estão representadas na EQ. (11) para o valor máximo do RMB.
(11)
sendo:
o valor da deformação unitária
A1, A2, 0, d parâmetros de ajuste
VRMBmáx o valor máximo do ruído magnético Barkhausen
As curvas obtidas apresentam uma região aproximadamente linear para baixas deformações
de tração e compressão, podendo notar-se uma tendência à saturação dos sinais,
principalmente na região de compressão. Esses resultados são semelhantes aos apresentados
na literatura (BALDEV, 2001).
4.6 Resultados dos ensaios de tensões residuais
4.6.1 Método do furo central e RMB
Os resultados para o método do furo central e ruído magnético Barkhausen estão
apresentados nas TAB. 12 e 13.
86
TABELA 12
Resultados para o método do furo central.
Roseta
Coordenadas Método do Furo Central
Linha Coluna Eixo X
[mm]
Eixo Y
[mm]
max
[MPa]
mín.
[MPa]
α
[graus]
x
[MPa]
y
[MPa]
1 3 27 135 18 -58 -145 39 -93 -111
2 3 7 35 18 -50 -117 -42 -80 -87
3 3 27 135 18 11 -85 -46 -39 -35
4 3 7 35 18 121 23 57 20 79
5 6 10 50 33 147 2 -69 21 127
6 3 24 120 18 424 284 -78 290 418
7 3 21 105 18 414 51 85 54 411
8 3 15 75 18 372 240 -78 246 366
9 6 17 85 33 376 281 45 328 328
10 8 10 50 43 -2 -8 -45 -5 -5
11 8 24 120 43 -28 -122 89 -121 -28
12 3 10 50 18 186 104 76 109 181
13 6 24 120 33 28 -88 -61 -61 1
TABELA 13
Resultados para o método do Ruído Magnético Barkhausen
Roseta Linha Coluna Eixo X
[mm]
Eixo Y
[mm] Vmáx L Vmáx T ε x ε y
σ x
[MPa] σ y
[MPa]
1 3 27 135 18
2 3 7 35 18
3 3 27 135 18 127 135 126 387 52 111
4 3 7 35 18 177 166 264 726 104 209
5 6 10 50 33 181 231 516 753 163 217
6 3 24 120 18 176 121 54 716 56 206
7 3 21 105 18 241 151 197 1646 145 474
8 3 15 75 18 182 219 469 765 153 220
9 6 17 85 33 216 196 382 1089 153 313
10 8 10 50 43 169 219 471 664 147 191
11 8 24 120 43 216 205 417 1080 160 311
12 3 10 50 18 195 205 417 869 148 250
13 6 24 120 33 219 134 121 1123 96 323
87
Os resultados obtidos para as rosetas 1 e 2 se referem à chapa de aço inoxidável, não
podendo, portanto, ser analisados pelo ruído magnético Barkhausen, só aplicável a materiais
ferromagnéticos.
Os valores obtidos por meio do método do furo central, utilizando-se a nota técnica da MM
(VISHAY TN-503, 2005) e o software H-DRILL apresentaram valores similares. O software
H-Drill apresenta ainda uma estimativa das tensões nas direções x e y, sendo a direção x
paralela ao elemento 1 da roseta e a direção y perpendicular à mesma.
Para a roseta 3 as tensões determinadas pelo método do furo central foram de compressão,
com valores baixos nas direções x e y. Para a análise do RMB determinou-se a presença de
tensões de tração.
Para as rosetas 4 e 5 as tensões principais determinadas pelo método do furo central foram de
tração, o mesmo acontecendo nas direções x e y. Os resultados encontrados pela análise do
RMB também indicaram a presença de tensões de tração nessas direções, embora em níveis
diferentes.
Os resultados obtidos para as rosetas 10 e 11 não puderam ser comparados, pois o diâmetro
do furo obtido foi inferior ao mínimo exigido para que os resultados apresentados pelo
método do furo central possam ser utilizados para análise (ASTM E837-08e1, 2010).
Para a roseta 12 as tensões principais determinadas pelo método do furo central foram de
tração, o mesmo acontecendo nas direções x e y. Os resultados encontrados pela análise do
RMB também indicaram a presença de tensões de tração nessas direções, embora também em
níveis diferentes.
Para as rosetas 6, 7, 8 e 9, o método do furo central detectou tensões elevadas, acima de 60%
do limite de escoamento do material, ou seja, acima do limite de validade desse método
(ASTM E837-08e1, 2010). Nesse caso, os valores apresentados não podem ser considerados
como os valores verdadeiros das tensões locais. Considerando-se as tensões principais
determinadas, verifica-se a presença apenas de tensões de tração. Considerando-se as
componentes na direção x e y, ocorre o mesmo. Considerando-se os resultados obtidos com a
análise do ruído magnético Barkhausen, verificou-se apenas a presença de tensões de tração
88
nas direções x e y, em valores também elevados.
4.7 Macrografia após a soldagem.
A macrografia da junta dissimilar soldada consistiu de análise da seção transversal soldada
lixada, polida e atacada com o reagente NITAL - 2%.. Os locais selecionados para a análise
podem ser observados na FIG.78.
FIGURA 78 - Junta dissimilar soldada com espessura de 12,7mm seccionada para a preparação da macrografia.
Para a preparação da macrografia foram selecionadas as regiões do inicio (seção I) e meio
(seção M) da extensão total do cordão de solda, direção e sentido da soldagem(Ver FIG.79).
As referências para a macrografia foram as posições identificadas como: 12, 5 e 18,
respectivamente. No caso da seção I e de acordo com a seção M, a macrografia está
relacionada com as posições 6, 13 e 11, respectivamente. As selecionadas como referencia
dentro deste contexto foram as posições 12 - Seção I e 6 - Seção M, respectivamente, para a
realização da macrografia e microdureza da ZTA e metal de base de ambas as seções que
foram estudadas com RMB e conseqüentemente, comparadas com o método padronizado furo
central.
As posições 12 e 6 correspondem à linha 3 x colunas 10 e 24 conforme FIG. 80,
ASTM A 508
AISI 316 L
89
respectivamente, analisadas na pesquisa. Estas posições estão a aproximadamente 18mm da
margem do cordão de solda do lado do material ASTM A 508 da junta dissimilar. Logo, as
posições seguintes 5 e 13 correspondem à linha 6 x colunas 10 e 24, respectivamente. E por
último as posições 18 e 11 estão vinculadas à linha 8 x colunas 10 e 24, respectivamente.
FIGURA 79 - Seções selecionadas para a realização da macrografia e microdureza da ZTA da junta dissimilar. .
As macrografias de tamanho natural apresentadas na FIG.80 estão com o aspecto de
representação da seção transversal soldada evidenciando o metal de solda, ZTA e metal de
base, atacadas com NITAL 2% conforme as posições identificadas acima. As macrografias
foram avaliadas com a vista desarmada e de acordo com o objetivo final do trabalho que é a
medição da tensão residual da ZTA do aço A 508 após a soldagem com a utilização do
método superficial RMB. Logo, a nitidez da ZTA na FIG.80, somente, na região próxima à
superfície do material, não compromete a macrografia e microdureza realizadas por estar
correlacionadas de forma direta com a característica do ensaio não destrutivo RMB que é
utilizado para a caracterização de materiais em regiões próximas à superfície.
Dist. = 18 mm
Dist. = 18 mm
90
(a) (b)
FIGURA 80 - (a) Macrografia da solda da seção I e (b)-Macrografia da solda da seção M (ASTM E3, 2007).
4.7.1 Microdureza após a soldagem
O perfil de microdureza Vickers com uma carga de 100g foi obtido com 14 medições na parte
superior do material A 508, sendo 5 pontos de dureza para o metal base, 8 pontos para a ZTA
e 1 medida na linha de fusão no caso da seção I (Ver.FIG.81). Na seção M o perfil de dureza
foi realizado com 14 medições na parte superior, também, sendo 5 pontos de dureza no metal
de base, 8 pontos para a ZTA e por fim, 1 ponto de micro-dureza coletada na linha de
fusão(Ver.FIG.82).
Todas as medidas foram realizadas sob uma linha horizontal a uma distância de 1,5mm da
parte superior do material.
Nas FIG. 81 e 82, são apresentados os perfis de microdureza Vickers, carga de 100g (HV-
100g), da junta soldada. Os maiores valores de microdureza foram observados no início da
ZTA do metal base (ASTM A 508). Na amostra da seção I, esses valores começaram a
decrescer a partir de 2mm e, a partir de 5mm de distância da linha de fusão, se estabilizaram.
Para a amostra da seção M, o decréscimo nos valores de microdureza ocorreram a partir de
4mm da linha de fusão e, a partir de 7,5mm se estabilizaram, também apresentando valores
inferiores aos obtidos na ZTA.
ZTA = 7,5mm.
A A
91
Microdureza VICKERS x Distancia da LF
050
100150200250300350400450500
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15
Distancia (mm)
HV
100
g
FIGURA 81- Perfil de microdureza Vickers (HV 0,1) da seção I - região da solda entre o limite da linha de fusão (LF) até 15 mm no metal base – ASTM A 508.
Microdureza VICKERS x Distancia da LF
050
100150200250300350400
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15
Distancia (mm)
HV
100
g
FIGURA 82 - Perfil de microdureza Vickers (HV 0,1) da seção M - região da solda entre o limite da linha de fusão (LF) até 15 mm no metal base – ASTM A 508. FONTE: Dados da pesquisa.
Os resultados obtidos, como o perfil de microdureza caracterizado pelos valores superiores
concentrados na ZTA, o método do RMB medido depois da soldagem e por último, a
realização DO ENSAIO DE tensão residual com o método de furo central é conseqüência de
uma possível alteração micro-estrutural com geração de tensões residuais elevadas, posterior,
na ZTA do material A 508 depois da soldagem dissimilar realizada.
Pela observação da macrografia e pelo perfil de microdureza obtido, pode-se verificar que,
nas duas regiões examinadas, os locais nos quais os ensaios de tensões residuais foram
92
realizados, permaneceram fora da ZTA. Portanto, a determinação das tensões residuais pela
análise do ruído magnético Barkhausen não foi afetada por alterações na microestrutura do
material. As variações nos perfis do ruído magnético Barkhausen, antes e após a soldagem,
foram devidas, exclusivamente, à variação das tensões residuais na junta produzidas pelo
processo de soldagem.
93
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Os resultados dos ensaios com o RMB realizados na junta dissimilar estudada, antes e após a
soldagem, indicaram a aplicabilidade da análise do RMB como método de ensaio para avaliar
diferenças nos estados de tensões residuais nesse tipo de junta.
Os resultados obtidos pela avaliação dos parâmetros “posição do pico” e FWHM não foram
conclusivos para indicá-los para a determinação de tensões mecânicas.
As curvas referentes ao valor máximo do RMB, por apresentarem um intervalo maior entre os
valores máximo e mínimo para as deformações e valores do RMB, possibilitam uma
resolução maior para a determinação de tensões residuais do que o valor RMS.
A delimitação da zona termicamente afetada por meio de macrografia e do perfil de
microdureza na seção da solda possibilitou assegurar que as medições do ruído magnético
Barkhausen realizadas não foram afetadas por alterações microestruturais produzidas pelo
processo de soldagem. As variações no perfil do RMB foram então devidas apenas à
introdução de tensões residuais na junta devidas ao processo de soldagem.
Os resultados das posições selecionadas para as medições das tensões residuais pela análise
do ruído magnético Barkhausen foram capazes de identificar regiões com presença de tensões
de tração ou compressão, como ocorreu com os resultados obtidos pelo método do furo
central. Entretanto, os tipos e valores de tensões apresentados pelos dois métodos foram bem
diferentes em algumas posições dos ensaios.
As curvas obtidas por meio das vigas de isoflexão para o material avaliado foram semelhantes
as relatadas por outros pesquisadores em relação a forma da curva e a saturação do ruído,
tanto para os esforços de tração e compressão durante a calibração do RMB.
Como recomendação para continuidade dos trabalhos sugere-se a realização de estudos para
verificar a dependência provocada por campos biaxiais de tensões nas características do ruído
magnético Barkhause e o uso de outro método para a determinação de tensões residuais como
referência para os trabalhos com o RMB, como difração de raios-x
94
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99
ANEXOS
ANEXO A - RELATÓRIO DO MATERIAL ASTMA 508
100
ANEXO B- RELATORIO DO MATERIAL AISI 316 L
101
ANEXO C - RELATORIO DIMENSIONAL - TRAÇÃO
INSPEÇÃO DIMENSIONAL EM CORPOS DE PROVA PARA ENSAIO DE TRAÇÃO TIPO CHATO: CP 01 / CP 02 / CP 03
CORPO DE PROVA 01
COTA
MEDIDAS ENCONTRADAS
1 2 3 4 5 MEDIA DESVIO PADRÃO
G 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 0,00
W 13,58 13,51 13,46 13,53 13,58 13,53 0,05
T 4,67 4,70 4,70 4,44 4,71 4,64 0,12
R 25.00 25.00 25,00 25,00 25,00 25,00 0,00
L 232,58 232,20 232,58 232,70 232,70 232,55 0,21
A 70,35 70,35 70,35 70,35 70,35 70,35 0,00
B 64,95 65,23 71,43 70,94 71,14 68,74 3,34
C 18,57 18,53 18,55 18,65 18,86 18,63 0,14
FATOR GEOMÉTRICO CRITICO PARA CP CHATO (ASTM) - ≤ 4,5 2,28
CORPO DE PROVA 02
COTA
MEDIDAS ENCONTRADAS
1 2 3 4 5 MEDIA
DESVIO PADRÃO
G 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 0,00
W 13,58 13,45 13,42 13,46 13,58 13,50 0,07
T 4,30 4,65 4,64 4,52 4,56 4,53 0,13
R 25,00 25,00 25,00 25,00 25,00 25,00 0,00
L 231,20 231,90 231,20 231,50 231,30 231,42 0,26
A 70,39 70,39 70,39 70,39 70,39 70,39 0,00
B 71,15 71,20 64,98 64,60 63,90 67,17 3,29
C 18,66 18,61 18,62 18,81 18,90 18,72 0,12
FATOR GEOMÉTRICO CRITICO PARA CP CHATO (ASTM) - ≤ 4,5 2,28
CORPO DE PROVA 03
COTA
MEDIDAS ENCONTRADAS
1 2 3 4 5 MEDIA DESVIO PADRÃO
G 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 0,00
W 13,61 13,41 13,54 13,54 13,42 13,50 0,08
T 4,80 4,70 4,70 4,57 4,40 4,63 0,14
R 25,00 25,00 25,00 25,00 25,00 25,00 0,00
L 233,00 232,92 232,98 232,90 232,90 232,94 0,04
A 68,46 68,46 68,46 68,46 68,46 68,46 0,00
B 65,65 67,29 69,49 70,63 70,62 68,74 1,97
C 18,60 18,56 18,59 18,63 18,82 18,64 0,09
FATOR GEOMÉTRICO CRITICO PARA CP CHATO (ASTM) - ≤ 4,5 2,25
102
REFERENCIA PARA O FATOR GEOMÉTRICO CRITICO: LIVRO
METALURGIA MECÂNICA / AUTOR:DUETO/ EDIÇÃO 1981/ PG. 297.
FORMULA: Lס/√Aס. Onde: Lס= área útil
Aס= a área útil
103
ANEXO D - RELATORIO DO ENSAIO DE TRAÇÃO - CP 01 e 02
LABORATÓRIO DE ENSAIOS MECÂNICOS
RELATÓRIO DE ENSAIO MECÂNICO
NÚMERO:
N° Protocolo:
Data do Ensaio:
25/03/10
Data do Relatório:
25/03/10
CLIENTE: CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA NUCLEAR
ENDEREÇO:
CONTATO: SILVERIO SILVA / LEONARDO CARLECH
E N S A I O D E T R A Ç Ã O
DESCRIÇÃO DO MATERIAL ENSAIADO: Corpo-de-prova plano
Corpos-de-prova A 508 Grau 3
EQUIPAMENTO DE ENSAIO: CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO:
TEMPERATURA DO ENSAIO: NORMA E/OU PROCEDIMENTO:
AMBIENTE (25,0°C) ASME VIII–Div.1, ASME IX / 2004 e SQIT 05
Rev. 01
D A D O S D O E N S A I O
MEDIÇÕES CP- 1 CP- 2
Largura (mm) 13,53 13,58
Espessura (mm) 4,64 4,53
Carga de Escoamento (kgf) e (kN) 2850 kgf 27,93 kN 2800 kgf 27,44 kN
Carga máxima (kgf) e (kN) 3800 kgf 37,27 kN 3775 kgf 37,02 kN
Comprimento Inicial (mm) 60,00 60,00
Comprimento Final (mm) 71,44 71,05
R E S U L T A D O S D O E N S A I O
ÁREA (mm2) 62,82 61,52
LIMITE DE ESCOAMENTO (MPa) 444,60 +/- U95,45= k= 446,03 +/- U95,45 k=
LIMITE DE RESISTÊNCIA (MPa) 593,19 +/- U95,45 k= 601,80 +/- U95,45 k=
ALONGAMENTO (%) 19,07 '+/- U95,45 k= 18,42 +/- U95,45 k=
104
ESTRICÇÃO (%) 71,01 +/- U95,45 k= 65,65 +/- U95,45 k=
OBS.: O s r e s u l t a d o s d e s t e r e l a t ó r i o, e m i t i d o s e m d u a s v i a s d e i g u a l t e o r, r e f e r e m - s e e x c l u s i v a m e n t e à(s) a m o s t r a(s) e n v i a d a(s) p e l o c l i e n t e.
Notas: 1- U95,45 =Incerteza expandida multiplicada por um fator de abragência k, para um nível de confiança de 95,45%.
NIRLANDO
Técnico de Laboratório
105
ANEXO D1 - RELATORIO DO ENSAIO DE TRAÇÃO - CP 03
LABORATÓRIO DE ENSAIOS MECÂNICOS
RELATÓRIO DE ENSAIO MECÂNICO
NÚMERO:
N° Protocolo:
Data do Ensaio:
25/03/10
Data do Relatório:
25/03/10
CLIENTE: CENTRO DE DESENVOLVIMENTO TECNOLOGIA NUCLEAR - CDTN
ENDEREÇO:
CONTATO: SILVERIO SILVA / LEONARDO CARLECH
E N S A I O D E T R A Ç Ã O
DESCRIÇÃO DO MATERIAL ENSAIADO:
Corpo-de-prova plano
ASME A 508 Gr 3
EQUIPAMENTO DE ENSAIO: CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO:
TEMPERATURA DO ENSAIO: NORMA E/OU PROCEDIMENTO:
AMBIENTE (25,0°C) ASME VIII–Div.1, ASME IX / 2004 e
SQIT 05 Rev. 01
D A D O S D O E N S A I O
MEDIÇÕES CP- 3
Largura (mm) 13,50
Espessura (mm) 4,63
Carga de Escoamento (kgf) e (kN) 2825kgf 27,69 kN
Carga máxima (kgf) e (kN) 3800 kgf 37,27 kN ND
Comprimento Inicial (mm) 60,00
Comprimento Final (mm) 72,74
R E S U L T A D O S D O E N S A I O
ÁREA (mm2) 62,51
LIMITE DE ESCOAMENTO (MPa) 442,88
+/- U95,45=
k=
LIMITE DE RESISTÊNCIA (MPa) 596,22
+/- U95,45
k= ND
106
ALONGAMENTO (%) 21,23 '+/- U95,45
k=
ESTRICÇÃO (%) 68,04 +/- U95,45
k=
OBS.: O s r e s u l t a d o s d e s t e r e l a t ó r i o, e m i t i d o s e m d u a s v i a s d e i g u a l t e o r, r e f e r e m - s e e x c l u s i v a m e n t e à(s) a m o s t r a(s) e n v i a d a(s) p e l o c l i e n t e.
Notas: 1- U95,45 =Incerteza expandida multiplicada por um fator de abragência k, para um nível de confiança de 95,45%.
2- ND = NÃO DETERMINADO
NIRLANDO
Técnico de Laboratório
107
ANEXO E - RELATORIO DE DUREZA - HV
108
ANEXO F - RELATORIO DE ALIVIO DE TENSÃO ASTM A508-
LEMM - LABORATÓRIO DE ENSAIOS MECÂNICOS E METALOGRÁFICOS
TRATAMENTO TERMICO ALIVIO DE TENSAO
GRAFICO ALIVIO DE TENSAO
RELATÓRIO DE ENSAIOS Nº.: 000/00
Solicitante: LEONARDO PANICALI
Endereço: SENAI
Contato :
Identificação da Amostra: Gabaritos
Protocolo - N/A
Amostra - N/A
109
110
Nota: N/A =Não Aplicável
* Estes resultados referem-se exclusivamente a(s) amostras enviada(s) pelo solicitante.
Observações : Estes resultados referem-se exclusivamente a(s) amostras enviada(s) pelo solicitante.
Recepção Realizado Emissão Analista Responsável
11/5/2010 11/5/2010 12/5/2010 ADRIANO ANTONIO
Leonardo Panicali Carlech
SENAI-Centro de Formação Profissional Alvimar Carneiro de Rezende-ACR Via Sócrates Mariani Bittencourt ,711 - Bairro:Cinco - Cep: 32010-010
Contagem - MG - Fone:( 31) 3352-2383 - Fax ( 31) 3391-4022 [email protected]
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ANEXO G - DUREZA SOLDA DISSIMILAR
112
ANEXO H - PROCEDIMENTO DE PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS