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Levantamento das condições ergonômicas para as atividades dos
Vendedores Ambulantes da Zona Centro Sul da Cidade de Manaus
Elson Francisco Torres Rivorêdo¹
[email protected] Dayana Priscila Maia Mejia²
Pós-graduação em ERGONOMIA – Faculdade Ávila
Resumo
Ao observar as atividades dos vendedores ambulantes na Zona Centro Sul da cidade de
Manaus verificou-se um trabalho fatigante, onde o objetivo deste artigo foi levantar as
condições ergonômicas desses trabalhadores em atividades, no qual realizam vendas de
produtos como refrigerantes (lata), água mineral (garrafas plásticas), sorvetes, picolé, pano
de chão, guardanapos de pano, abacaxi, morango, milho verde, manga rosa, capas para
celular, capa de volante para veículos, raquete eletrônica para matar insetos dentre outros
produtos, como eles executam estas atividades a céu aberto sob as intempéries chuvas e ou
sob-raios de sol onde esta cidade o calor é intenso, principalmemte nos meses de agosto e
setembro de cada ano, os termômetros expostos nas principais avenidas da cidade marcam
entre 38˚C a 44 ˚C nesta época do ano. Esses trabalhadores ambulantes ao executar suas
atividades de vendas de produtos ainda estão expostos a ruídos de motores e buzinas dos
veículos leves, pesados e motocicletas, porém, não pode de deixar de ser observado os riscos
de acidentes por atropelamento, por quedas através de tropeços e escorregões, bem como
inalação de poeiras e dióxidos de carbono expedidos pelos escapamentos dos veículos e
presentes no ambiente. Ao realizar esta pesquisa foi aplicado um Censo de Ergonomia como
resultado do estudo percebeu-se que os vendedores sofrem muitas dores no corpo onde
predominou pernas e coluna, devido carregar e se deslocar com produtos para oferecer e
vender para os clientes condutores e passageiros dos veículos que aguardam os semáforos
abrir para seguir seus destinos. O resultado dessa pesquisa foi surpreendente, compreendida
por trabalhadores de ambos os sexos com faixa etária entre 18 a 55 anos, alguns jovens e
outros bem maduros, poucos trabalham sobre efeito de álcool para suportar as dores no
corpo, a grande maioria está na atividade há mais 10 (dez) anos.
Palavras-chave: Atividades fatigantes; Calor e ruído intenso; Dores no corpo.
1 - Introdução
Em todo o mundo, uma grande e talvez crescente parcela da força de trabalho informal opera
nas ruas das cidades, nas calçadas e em outros locais públicos, vendendo de tudo desde
produtos frescos até equipamentos eletrônicos, bem com CDs, carregador para celular,
cortador de unhas e cutículas, ralador para os pés, balas e biscoitos, guarda-chuvas, incluindo,
aqueles que vendem mercadorias ou serviços em espaços públicos, oferecendo seus produtos
nas épocas sazonais como natal, carnaval, páscoa, dia das mães, dia das noivas, dias das
crianças, dentre outras épocas comemorativas.
É difícil estimar o número de pessoas que trabalham como vendedores ambulantes neste
mundo, devido à sua alta mobilidade e a marcante variação sazonal em seu trabalho.
Em um estudo de dez países em desenvolvimento, o emprego em vendas ambulantes como
parcela dos empregos totais não relacionados à agricultura variou de dois a nove por cento.
Estima-se que países como Brasil e México possuem cada um mais de um milhão de
vendedores ambulantes, e a Índia mais de três milhões.
__________________________
1 Pós-graduando em Ergonomia
2
Uma pesquisa recente que vai além das estatísticas oficiais de força de trabalho sugere que a
Índia possui cerca de dez milhões de vendedores ambulantes.
Em outro estudo de nove países Africanos e Asiáticos, as vendas ambulantes representam de
73 a 99% do total de empregos no setor comercial, e de 50 a 90% do PIB total oriundo do
comércio.
Foi constatado que existem mulheres desenvolvendo estas atividades inclusive participaram
dessa pesquisa. Segundo fonte de pesquisa no site http://www.inclusivecities.org. A maior
parte dos negócios de rua são operações individuais que usam mão-de-obra familiar gratuita
na medida da necessidade. Alguns trabalham sob o conforto de bancas cobertas; outros
simplesmente se agacham ao lado de uma cesta ou cobertor exibindo sua mercadoria, já As
mulheres representam a maioria dos vendedores ambulantes em muitos países, especialmente
na África, Sudeste da Ásia e América Latina. Em Benim na África Ocidental, por exemplo, 92
por cento dos comerciantes informais são mulheres.
Apesar de os homens formarem a maioria dos vendedores ambulantes nos países do Norte da
África, Oriente Médio e Sul da Ásia, onde as normas sociais restringem a mobilidade das
mulheres fora de casa, esses vendedores freqüentemente vendem produtos preparados pelas
mulheres em casa, especialmente no comércio de alimentos. Em comparação aos homens, às
vendedoras ambulantes tendem mais a operar em espaços inseguros ou ilegais, comercializar
mercadorias menos lucrativas, gerar um menor volume de vendas e trabalhar como agentes
comissionadas ou empregadas de outros vendedores.
Como todos os trabalhadores informais, vendedores ambulantes não possuem status legal,
representação e voz. Com algumas notáveis exceções, eles possuem baixa renda, geralmente
próxima ao nível de pobreza. Além disso, eles vivenciam vários problemas específicos de seu
ramo de atuação como as dificuldades em encontrar espaços seguros para trabalhar, bem
como assédio, exigências de subornos, despejos dos locais de trabalho, prisões e confisco de
mercadorias por autoridades, as quais freqüentemente enxergam os vendedores ambulantes
como um incômodo ou como obstrução para o comércio convencional e para o tráfego,
ausência de serviços e infraestrutura como água, eletricidade, coleta de lixo, banheiros,
abrigo, depósitos e serviços financeiros, alto risco de doenças transmitidas por vermes,
envenenamento por chumbo, problemas respiratórios devido à fumaça veicular, problemas
ortopédicos associados à postura estática e riscos ergonômicos.
Existe ainda aquela categoria de ambulantes prestamistas que batem de porta em porta
vendendo produtos de utilidades domésticas através de um cartão de pagamento semanal,
onde os produtos são comercializados e levados através de carrinho manuais e/ou carregam
imensas e pesadas sacolas que fatalmente ao findar sua jornada de trabalho, deixa ombros,
braços e pernas extremamente prejudicados, sem falar da coluna que sofre lesões irreparáveis.
Em Manaus, segunda metrópole da Região norte, houve o reconhecimento do comércio de rua
com o credenciamento dos camelôs na gestão do prefeito Amazonino Mendes em 1993.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Abastecimento de Feiras e Mercados (SEMAF),
existem 2.342 camelôs no centro da cidade e 935 nos bairros. Além desses, é preciso
considerar aqueles que possuem autorização provisória e um grande número de outros
ambulantes sem credenciamento. Fonte: http://www.seer.ufu.br.
Diante do exposto os vendedores ambulantes em pesquisa deste artigo desenvolvem
atividades na ZONA CENTRO SUL da cidade de Manaus especificamente no cruzamento da
Rua João Valério com a Avenida Djalma Batista nas proximidades do bairro Vieiralves, eles
são em uma quantidade de 35 trabalhadores 100% sem autorização expedida pela Secretaria
Municipal de Abastecimento de Feiras e Mercados (SEMAF).
Diante dos fatos os trabalhadores desse ramo sentem de uma forma ou de outra alguns
desconforto no corpo principalmente nos membros superiores, coluna ou membros inferiores,
durante a execução das atividades ou posterior às atividades quando em repouso na
3
residência, pois, as vendas são realizadas quando os ambulantes circulam entre os veículos
parados nos semáforos oferecendo produtos da época aos condutores e passageiros, sejam
coletivos ou particulares, sob as fortes intempéries do ano sol e chuva desta cidade e
carregando pesos dos produtos oferecidos, conforme informação dos ambulantes a caixa com
refrigerantes e água pesam em média 6 kg, cinco abacaxis (fruto) como e oferecido para
venda pesa em média 7 kg, o transporte manual de abacaxi, milho verde e manga pesa em
média 15 Kg, os demais produtos como óculos, capa de celular, carregador de celular para
veículos, capa para volantes de veículos e raquete para matar insetos não foram informado o
peso.
2 - Desenvolvimento
2.1- Perfis dos vendedores ambulantes
O perfil dos trabalhadores ambulantes em estudo é de fácil identificação, a maioria é
composto por pessoas com baixa escolaridade, nem terminaram o ensino fundamental, e que
se lançam no mercado da informalidade por falta de oportunidade no mercado formal de
trabalho e também por possuírem aptidão para esse tipo de trabalho, que é extremamente
cansativo, bem como outra parte dos vendedores ambulantes é formado por pessoas que por
possuírem idade avançada para os padrões atuais, se lançam na informalidade, pela exclusão
social, muitos deles estão em plena capacidade produtiva, mas por não possuir um diploma
técnico ou um grau de escolaridade maior perdem espaço, são segregados do mercado de
trabalho para dar lugar àqueles que ingressam com uma melhor formação. Geralmente, se
encontram em desvantagem com as demais categorias da informalidade, que por serem
itinerantes, não possuem um local de trabalho fixo, dado a isso não possuem banheiros ou
mesmo um local adequado para refeições e descanso já que outros trabalhadores informais
trabalham em suas casas e assim “gozam de certo conforto”. Existe ainda aquela categoria de
ambulantes prestamistas que batem de porta em porta vendendo produtos de utilidades
domésticas através de um cartão de pagamento semanal, e que carregam imensas e pesadas
sacolas que fatalmente ao findar sua jornada de trabalho, deixa ombros, braços e pernas
extremamente prejudicados, sem falar da coluna que sofre lesões irreparáveis. Além de todas
as dificuldades que atormentam a vida do ambulante existe a questão social. A quem recorrer
na dificuldade? Qual entidade ou órgão o atende no caso de um acidente em seu local de
trabalho? Em qual categoria profissional ele se encaixa? O CBO - Classificação Brasileira de
Ocupações, não elenca o ambulante ou camelô com profissão. Fatalmente ele será tratado
como um paciente ou acidentado comum na rede pública, não sendo contado nas estatísticas
das doenças e acidentes do trabalho, ficando sem o amparo de Previdência Social, onerando
ainda mais o Sistema Único de Saúde - SUS. O trabalhador informal encontra-se desprotegido
de todas as garantias trabalhistas, por não contribuir para a previdência e não dispor de meios
que lhe garanta estabilidade no emprego ou algum amparo social já que por força das
circunstâncias, trabalha ao arrepio da lei, não tendo ao seu lado nenhum dispositivo legal que
lhe atendimento médico-hospitalar de classe, salvo a Constituição da Republica que garante
atendimento a qualquer pessoa, seja ela amparada por plano de saúde ou previdência. A saúde
é direito de todos e dever do Estado.
2.2 - Doenças ocupacionais que mais aparecem em vendedores ambulantes
Segundo Paulo Juarez Vargas, presidente da Associação do Comércio Legalizado de Praia do
Rio de Janeiro, relata que o trabalho requer muito esforço físico na hora em que levam seus
artigos e produtos para os pontos de vendas, a LER/DORT é a doença que mais ataca aos
ambulantes que em virtude disto sofrem grandes prejuízos por não possuírem assistência
4
médica. Desta forma o pouco dinheiro conseguido com seu trabalho, logo é gasto com
remédios e tratamento médico. 1[5]
O atual regulamento da Previdência Social é o Decreto nº. 3.048, de 6 de maio de 1999. Neste
Decreto consta a relação de todas as doenças do sistema osteomuscular relacionadas com o
trabalho (Grupo XIII da CID-10);
A LER/DORT enquadra-se no conceito legal de doença do trabalho e seus efeitos jurídicos
são equiparados ao acidente do trabalho, nos termos do artigo 20 da Lei. 8213/91.
Auxílio-doença: Existem dois tipos de Auxílio-doença: acidentário (B-91) e previdenciário
(B-31).
O trabalhador que se sentir incapacitado para trabalho devido a problemas de saúde, tem o
direito de consultar um médico de sua confiança para o diagnóstico de seu problema. Se
houver necessidade de afastamento do trabalho para tratamento de saúde, seu médico deve
emitir um atestado, o qual deve ser encaminhado à empresa. Segue comparativo de amparo
legal quanto à saúde ocupacional de trabalhador formal e trabalhador informal:
Trabalhador Formal Trabalhador Informal 1 Com o advento da Constituição Federal de 1988, a SAÚDE
passou a ser considerada direito social (artigo 6º), garantindo
aos trabalhadores a redução dos riscos inerentes ao trabalho
(art. 7º, XXII). A saúde é direito de todos e dever do Estado
(art.196), sendo as normas a ela relativas de relevância pública
(art.197).
Com o advento da Constituição Federal de
1988, a SAÚDE passou a ser considerada
direito social (artigo 6º), garantindo aos
trabalhadores a redução dos riscos
inerentes ao trabalho (art. 7º, XXII). A
saúde é direito de todos e dever do Estado
(art.196), sendo as normas a ela relativas
de relevância pública (art.197).
2 Convenção 159 da OIT que trata sobre a reabilitação
profissional e emprego de pessoas deficientes (Decreto 129/91);
Não existe dispositivo legal
3 Convenção 161 da OIT sobre os Serviços de Saúde do Trabalho
(Decreto 1.27/91). Em 1992 a Convenção 155 da OIT sobre a
Segurança e Saúde dos Trabalhadores (Decreto 1.254/94). Em
2001, o Decreto 3.956/01
Não existe dispositivo legal
4 Lei. 8213/91. Não existe dispositivo legal
5 Aposentadoria por invalidez Não existe dispositivo legal, não possui direito.
6 Da estabilidade no emprego, nos termos da Lei 8.213/91 Do
artigo 118 da Lei 8.213/91
Não existe dispositivo legal
7 Do artigo 93 da Lei 8.213/91: Não existe dispositivo legal
8 Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978. Não existe dispositivo legal
9 Norma Regulamentadora nº 5 Não existe dispositivo legal
10 Norma Regulamentadora n° 7 Não existe dispositivo legal
11 Exame Periódico Não existe dispositivo legal
12 Retorno ao trabalho Não existe dispositivo legal
13 Mudança de função Não existe dispositivo legal
14 Exame Demissional Não existe dispositivo legal
15 Norma Regulamentadora nº 9 Não existe dispositivo legal
16 Reabilitação profissional Não existe dispositivo legal
Fonte: http://www.jurisway.org.br Legenda: Comparatrivo da Saúde e garantias legais
2.3 - Localizações onde se realizou a pesquisa
O conjunto Vieiralves localizado no bairro de Nossa Senhora das Graças, Zona Centro-Sul
situado na cidade de Manaus, tornou-se o principal centro comercial de Manaus, suplantando
a área do centro mais antigo da cidade de Manaus. As ruas principais do bairro, Av. Djalma
Batista, Rua Pará e Rua João Valério, apresentaram crescimento acima da média, atraindo
5
investimentos principalmente comerciais. Hoje existem vários centros comerciais, com lojas
de diversos ramos, mas, principalmente o de confecções finas como vestido para noivas. Fica
próximo às avenidas Djalma Batista e Constantino Nery viam de grande tráfego e onde se
localizam os principais shoppings da cidade. Durante a visita foi observado que o local tem a
característica a céu aberto, conforme segue registro 01 do google maps na data de 10.09.2011.
Fonte: google maps
Legenda - Cruzamento entre as vias:
Avenida Djalma Batista (onde estão os canteiros centrais);
Rua João Valério (rua que corta a Av. Djalma Batista)
O Desenvolvimento deste artigo foi realizado através de entrevista em campo e com aplicação
do Censo de Ergonomia dos Autores: Hudson de Araújo Couto e Otacílio dos Santos
Cardoso, adaptado conforme as atividades realizadas pelos vendedores ambulantes, onde se
chegou ao seguinte resultado: Censo de Ergonomia (em anexo):
A representação do gráfico 1, evidenciou que 100% (cem por cento) dos vendedores
ambulantes sentem dores na pernas. No gráfico 2, 100% (cem por cento) desses trabalhadores
informaram que sentem desconforto no corpo após a jornada de trabalho.
Registro 01 – Aplicação do Censo de Ergonomia Registro 02 – Aplicação do Censo de Ergonomia
GRÁFICO 1 – QUAL DESCONFORTO NO CORPO VOCÊ
SENTE APÓS JORNADA DE TRABALHO? GRÁFICO 2 – O DESCONFORTO QUE VOCÊ SENTE NO
CORPO ESTÁ RELACIONADO COM A JORNADA DE
TRABALHO?
6
No Gráfico 3, verificou que 80% (oitenta por cento) dos trabalhadores já trabalham nessa
atividade por mais de 12 (doze) anos. No gráfico 4, foi verificado que os ambulantes sentem
desconforto no corpo após repousar em sua residência devido suas atividades diárias
conforme o resultado seguintes 66% (sessenta e seis por cento) sentem cansaço, 88% (oitenta
e oito por cento) sentem dores intensas e 24% (vinte e quatro por cento) sentem formigamento
ou adormecimento no seu corpo, principalmente na região da perna.
Registro 03 – Aplicação do Censo de Ergonomia Registro 04 – Aplicação do Censo de Ergonomia
No gráfico 5, verificou que os ambulantes classificam seus desconfortos no corpo em 34%
(trinta e quatro por cento) como dores muito forte/ forte, 45% (quarenta e cinco por cento)
como dores moderadas e 23% (vinte e três por cento) como dores leve/ muito leve. No gráfico
6,89% (oitenta e nove por cento) dos ambulantes informaram que as dores aumentam com a
atividade de vendas de produtos e 11% (onze por cento) informou que as dores aumentam
pela parte da noite quando chegam a suas residências.
Registro 05 – Aplicação do Censo de Ergonomia Registro 06 – Aplicação do Censo de Ergonomia
GRÁFICO 3 – HÁ QUANTO TEMPO VOCÊ REALIZA
ATIVIDADE COMO VENDEDOR AMBULANTE?
GRÁFICO 4 – QUAL O DESCONFORTO NO SEU CORPO VOCÊ
SENTE AO REPOUSAR EM SUA RESIDÊNCIA?
GRÁFICO 5 – O QUE VOCÊ SENTE, CLASSIFICA COMO?
GRÁFICO 6 – O QUE VOCÊ SENTE AUMENTA AS
ATIVIDADES DE VENDAS DE PRODUTOS?
7
No gráfico 7, foi verificado que os vendedores ambulantes sentem melhoras dos desconfortos
em seu corpo, 50% (cinquenta por cento) informou que esta melhora acontece geralmente
pela parte da noite quando chegam em casa e tomam analgésico, 39% (trinta e nove por cento)
informou que a melhora só acontece nos finais de semana e 11% (onze por cento) informou
que não tem melhoras nem quando chegam em casa e nem nos finais de semana e convive
com as dores diariamente. No gráfico 8, foi informado que apenas 39% (trinta e nove por
cento) dos ambulantes tomam remédios ou colocam emplasto ou fazem compressa nas áreas
onde sentem desconforto e a grande maioria totalizando 50% (cinquenta por cento) não
tomam nenhuma atitude para melhorar dos desconfortos e 11% (onze por cento) se
preocupam algumas vezes e tomam remédio.
Registro 07 – Aplicação do Censo de Ergonomia Registro 08 – Aplicação do Censo de Ergonomia
No gráfico 9, foi informado pelos ambulantes que apenas 28% (vinte e oito por cento) faz
tratamento médico para os desconfortos que sentem no corpo e a grande maioria em torno de
72% (setenta e dois por cento) não faz tratamento algum. No Gráfico 10, foi verificado que os
ambulantes percorre distância muito elevadas para vender seus produtos, onde 83% (oitenta e
três por cento) percorre acima de 10 Km (dez quilômetros) diariamente e 17% (dezessete por
cento) percorre entre 5 a 10 Km (cinco a dez quilômetro).
Registro 09 – Aplicação do Censo de Ergonomia Registro 10 – Aplicação do Censo de Ergonomia
GRÁFICO 7 – O QUE VOCÊ SENTE MELHORA COM
REPOUSO? GRÁFICO 8 – VOCÊ TEM TOMADO REMÉDIO, COLOCADO
EMPLASTO OU FEITO COMPRESSA PARA ALIVIAR O
DESCONFORTO?
GRÁFICO 9 – VOCÊ JÁ FEZ TRATAMENTO MÉDICO PARA
ESTES DESCONFORTOS NO CORPO?
GRÁFICO 10 – QUANTOS QUILÔMETROS EM MÉDIA VOCÊ
PERCORRE DURANTE SUA ATIVIDADE?
8
Foi verificado na pesquisa que os produtos que são transportados manualmente pelos
ambulantes e são oferecidos para seus clientes contém um peso significativo que ao longo do
dia este peso vai se multiplicando devido o cansaço do corpo, onde 67% (sessenta e sete por
cento) informou que os produtos transportados manualmente pesam em torno de 7 Kg (sete
quilogramas), 17% (dezessete por cento) informou que carrega manualmente os produtos com
peso médio de 3 Kg (três quilogramas) e 16% (dezesseis por cento) transportam manualmente
peso em média de 13 a 15 Kg (treze a quinze quilogramas) para oferece aos seus clientes.
Registro 11 – Aplicação do Censo de Ergonomia Registro 12 – Aplicação do Censo de Ergonomia
2.4 - Calor
Os vendedores em questão estão expostos a intempéries, sob o efeito do sol com muita
intensidade de calor, geralmente no mês de agosto e setembro de cada ano a temperatura e
muito alta nesta cidade. Esta pesquisa iniciou na primeira quinzena do mês de agosto, de
acordo com a reportagem do Acrítica.com Amazônia do dia 17 de agosto de 2011 'Ilhas de
calor' predominam em Manaus, diz chefe do Inmet, segundo Marcio Melo (2011), os
termômetros postos nas principais avenidas da cidade de Manaus marcavam entre 38˚C a 44
˚C, conforme o registro 02 que se localiza na Avenida Djalma Batista na entrada do Conjunto
Eldorado no bairro do Parque Dez de Novembro.
Registro 14 – retirado do site: http://acritica.uol.com.br na data de 17.08.2011
GRÁFICO 11 – OS PRODUTOS QUE VOCÊ TRANSPORTA
MANUALMENTE PESA EM TORNO DE ? GRÁFICO 12 – VOCÊ PAGA MENSALMENTE O CARNÊ DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL?
9
Nesta época do ano principalmente nos meses de julho, agosto e setembro o verão é intenso
na cidade, os produtos a serem oferecidos pelos vendedores ambulantes são abacaxi (fruto),
refrigerantes (lata), agua mineral (garrafas plásticas), sorvetes, picolé, pano de chão,
guardanapos de pano, morango, milho verde, manga rosa, dentre outros como capa de celular,
capa de volante de veículos, raquete eletrônica para matar insetos estes são rotineiros, segue
registros fotográficos 15, 16 e 17.
Registro fotográfico 15 Registro fotográfico 16 Registro fotográfico 17
A cada parada dos veículos nos semáforos os vendedores ambulantes oferecem seus produtos
para os condutores, as vendas são atrativas, o que motiva os ambulantes a suportar o calor do
sol que chega ser castigante, ruído dos motores e buzinas dos veículos, risco de acidente, por
atropelamento, dor em seus membros superiores, membro inferior e coluna, além de serem
constrangidos pelos condutores e clientes, ainda são tratados como marginais.
Dependendo do produto são faturados valores em espécie diferentes com os produtos
oferecidos, por exemplo: O abacaxi que vem do município do Novo Remanso é vendido pelos
vendedores ambulantes a quantia de cinco unidades por R$ 10,00 (dez reais), onde cada
unidade vendida o ambulante ganha R$ 0,40 (quarenta centavos) por fruto, agua R$ 0,60
(sessenta centavos) por unidade e Refrigerantes R$ 0,50 (cinquenta centavos) por unidade,
morango R$ 0,50 (cinquenta centavos), milho verde R$ 0,50 (cinquenta centavos), manga
rosa R$ 1,00 (hum real) por sacola, conforme registro fotográficos 18, 19 e 20.
Registro fotográfico 18 Registro fotográfico 19 Registro fotográfico 20
2.5 - Ruído
No local há muito ruído de motor dos veículos principalmente dos motores dos ônibus
coletivos e motocicletas em alguns momentos buzinas de veículos são ensurdecedoras, como
10
já foi citado anteriormente esta avenida tem bastante fluxo de veículo, motivo pela qual gera
esse risco ambiental.
Registro 21 – Ruído de motores buzinas de veículos em geral
2.6 - Risco de acidente por atropelamento
Não pode deixar de ser observado o risco de acidente por atropelamento, conforme registro
fotográfico a seguir, o fato é que este cruzamento com muito fluxos de veículos de todos os
portes pequenos, médios e grandes, independente de ser horário de picos ou não facilitam as
vendas dos produtos oferecidos pelos vendedores ambulantes, conforme registro fotográfico
22 e 23.
Registro fotográfico 22 Registro fotográfico 23
2.7 - Risco de poluição do ar
Sabe-se que a exposição à poluição acelera o envelhecimento por aumentar as substâncias
oxidantes no organismo, mas não é só isso. O monóxido de carbono causa lentidão dos
reflexos e sonolência. O dióxido de nitrogênio pode agravar a asma e reduzir as funções do
pulmão. O ozônio também causa inflamação nos pulmões, diminuindo a sua capacidade
enquanto os particulados menores (com menos de 1/2.400 de uma polegada) podem se alojar
nos alvéolos pulmonares e provocar enfermidades respiratórias e cardiovasculares. Além
disso, a poeira pode criar alergias, irritação da vista e da garganta. (fonte:
http://www.portalsaofrancisco.com.br)
No decorrer das atividades dos vendedores ambulantes todos estão expostos a estes poluentes,
principalmente porque o fluxo de veículo no cruzamento da Avenida Djalma Batista com a
11
Rua João Valério não foi observado uso de epi`s (máscaras) adequado para estes riscos de
doenças. Vale ressaltar que o Dióxido de enxofre (SO2) formado principalmente pela
combustão dos derivados de petróleo e do carvão mineral. Provoca problemas no sistema
respiratório e é causa de bronquites e distúrbios graves, como o enfisema pulmonar. No ar, o
dióxido de enxofre pode ser transformado em trióxido de enxofre, que, para as vias
respiratórias, é ainda mais irritante que o primeiro. Os vegetais são muito sensíveis aos óxidos
de enxofre: suas folhas amarelam e, sob altas concentrações de óxidos, chegam a morrer.
2.8 - Desenvolvimentos das atividades de vendas de produtos
Segundo informação dos vendedores ambulantes eles percorrem em media de 15 a 20 km por
dia, durante suas atividades sempre movimentando carga no local de vendas, oferecendo e
vendendo seus produtos para seus clientes que na maioria das vezes são os condutores de
veículos, sua jornada de trabalho chega em media de 10h diariamente, geralmente começam
as 8h da manhã e largam entre 17h e 18h, geralmente fazem intervalo para almoço entre
11:30h e 12:00h, retorna 1h após a parada de refeições, nas proximidade do cruzamento tem
umas vegetações onde os vendedores ambulantes descaçam ou fazem pausas obrigatórias
devido o calor do sol, conforme registro fotográfico do local.
Registro fotográfico 24 Registro fotográfico 25 Registro fotográfico 26
Esta atividade não tem vinculo empregatício, alguns trabalham apenas 6h, dependendo do
movimento, vendas e faturamento do dia.
Os vendedores ambulantes envolvidos neste trabalho, geralmente possuem estatura mediana
da população amazonense para mulher em media 1,60m e para os homens em media 1,70m de
altura.
A grande maioria dos ambulantes usam vestimentas para executar as atividades camisas de
mangas longas para proteção dos raios do sol na pele, bermuda, boné alguns colocam uma
proteção ou usam boné conjugado para a proteção do pescoço outros ainda usam óculos de
proteção de sol, todos sem C.A. (Certificado de Aprovação), expedido e aprovado pelo
Ministério do Trabalho e Emprego.
Como esse trabalho é uma constante sem freio em outra época do ano principalmente nos
meses novembro, dezembro e janeiro a chuva é intensa, mesmo assim os vendedores vão a
luta, pois vivem dessas vendas.
3 - Conclusão
Este artigo demonstrou as condições ergonômicas para as atividades dos vendedores
ambulantes da Zona Centro Sul da Cidade de Manaus, foi observado as dificuldades exercidas
nas ruas a céu aberto com fragilidade da atividade do vendedor ambulante no município de
12
Manaus, diante da falta de mecanismos e boa vontade estatal que dificultam a vida e o
trabalho desta categoria até agora não reconhecida como profissão.
As dificuldades que enfrentam no dia a dia de seu mister de produtos, lembrando que grande
parte destas pessoas reside em locais de difícil acesso ao seu local de trabalho, alguns residem
em periferias além de não possuírem transporte e equipamentos adequados para o
desempenho de suas atividades, dependendo da cooperação dos condutores dos coletivos
correndo o risco de serem advertidos por seus patrões, permite embarcarem suas mercadorias
entrando pela porta traseira, ou ainda dependendo de alguns comerciantes que lhes auxiliam
guardando suas mercadorias, tabuleiros, isopores, etc., em seus estabelecimento, além de
permitir o uso do banheiro.
Em suma, o vendedor ambulante constitui em uma categoria excluída de seus direitos de
registro como profissional, de acesso aos serviços de saúde e previdência social. Essa grande
parte da população de trabalhadores presentes em todos os municípios do Brasil carece de
estudos e uma atenção a sua saúde, centrada na sua realidade de trabalho e sua trajetória de
vida. Em contrapartida devemos considerar a grande contribuição no desenvolvimento da
sociedade através da sua ampla oferta de serviços contribuindo para o aquecimento de uma
economia pautada pelo desemprego e pela precariedade de sua sobrevivência e baixa
qualidade de vida.
Foi observado que o trabalho informal desenvolvido pelos vendedores ambulantes no
cruzamento da Avenida Djalma Batista com a Rua João Valério é fatigante, onde os
trabalhadores estão expostos mais de oito horas por dia ao calor, a poluição sonora (ruído), ao
risco de acidente por atropelamento, risco da poluição do ar.
Espera-se que o levantamento das condições ergonômicas das atividades dos vendedores
ambulantes da Zona Centro Sul da Cidade de Manaus, venha desperta interesse para
aprofundamento de futuros estudos, no qual este problema de trabalhadores informal persiste
em todo mundo, principalmente pela falta de mão-de-obra qualificado no mercado de
trabalho.
4 - Referências Bibliográficas
CAMINHOS DE GEOGRAFIA - revista on line - http://www.ig.ufu.br/revista/caminhos.html
- ISSN 1678-6343
REVITALIZAÇÃO - Prefeitura e CDL estudam projetos para revitalizar Centro Histórico -
http://www.cdlmanaus.com.br/noticias.php?idN=647
http://www.inclusivecities.org/pdfs/StreetNet_International_PT.pdf;
StreetNet International: Organizando Vendedores Ambulantes - Projeto Cidades Inclusivas
http://www.inclusivecities.org/pt/vendedores_ambulantes_2.html
Vendedores Ambulantes - Projeto Cidades Inclusivas
http://www.jurisway.org.br
Informalidade precária do trabalho e segregação: Realidade dos vendedores ambulantes da
cidade do Rio de Janeiro – artigo de autoria (Antonio Araujo).
http://acritica.uol.com.br/amazonia
13
Semmas pretende fazer um estudo para identificar estas áreas e subsidiar Plano Diretor de
Arborização Urbana
CENSO DE ERGONOMIA
Autores: Hudson de Araújo Couto e Otacílio dos Santos Cardoso
http://portal.mte.gov.br
NR 17 – ERGONOMIA –
Publicação D.O.U. Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78
Atualizações/Alterações D.O.U.
Portaria MTPS n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990 26/11/90
Portaria SIT n.º 08, de 30 de março de 2007 02/04/07
Portaria SIT n.º 09, de 30 de março de 2007 02/04/07
Portaria SIT n.º 13, de 21 de junho de 2007 26/06/07
CAMINHOS DE GEOGRAFIA - revista on line
http://www.ig.ufu.br/revista/caminhos.html
ISSN 1678-6343
http://www.cdlmanaus.com.br/noticias.php?idN=647
REVITALIZAÇÃO - Prefeitura e CDL estudam projetos para revitalizar Centro Histórico.
5 - ANEXOS
Formulário usado no Censo de Ergonomia;
Certificado de Calibração do Decibelímetro (equipamento de medir ruídos).