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Léxico e Lexicologia
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Léxico, vocabulário e dicionário
Programa de Pós-Graduação em Linguística AplicadaUniversidade do Vale do Rio dos Sinos
O que é o léxico?
• Setor ou nível ou aspecto da línguaLéxico
• Descrição do léxico de uma língua
Vocabulário
• Materialização do léxicoDicionário
Os objetos linguísticos
que constituem o léxico e são
recolhidos no vocabulário
são as palavras
Apesar da noção de
palavra ser indefinida, ela ocupa lugar central no
campo linguístico
Todo o funcionamento da língua, nos
seus vários níveis, parece
constar de sistemas que giram à volta
da palavra
O sistema da língua
Fonológico
Morfológico sintático Semântic
o
É aceito que saber uma língua significa conhecer as palavras (como se pronunciam ou escrevem, qual seu significado, como se modificam e se ligam em frases).
Por tradição ou comodidade o aspecto lexical e o gramatical são tratados em capítulos diferentes (o vocabulário e a gramática), mas, como muito bem sabem os estudantes de uma língua estrangeira, é praticamente impossível estudar a gramática desligada das palavras e o vocabulário é tanto mais útil quanto mais informações morfológicas e sintáticas pode oferecer.
PALAVRA
Morfológico (com base na
variabilidade de gênero/número/
grau, tempo/modo/
pessoa)
Sintático (com base na
capacidade de combinação com outros elementos
na frase)
Semântico (com base no seu significado)
Morfossintático (com base na coesão dos
elementos que o constituem, ou
seja, na não inseribilidade
entre eles e as outras palavras)
É mais fácil dar uma definição a nível gráfico, aproveitando a relativa estabilidade atingida, hoje em dia, pelas convenções da escrita: a palavra é um grupo de letras delimitado por espaços ou sinais de interposição (mas não pelo traço de união).
As convenções gráficas dependem, contudo, de acidentes históricos e não tem necessariamente uma justificação teórica adequada (é um critério mecânico)
Mesmo com definições unívocas, foram possíveis distinções posteriores ramificadas destas definições incompletas.
Lema; Lexema; Etc.
LEXICOLOGIA
Quando estudiosos de outras disciplinas se referem a fatos de natureza linguística, recorrem habitualmente ao léxico: este é considerado um espelho fiel da vida de um povo, sobre cuja cultura material, organização social e mundo intelectual oferece informações preciosas.
O uso de uma dada palavra revela a presença do objeto/noção única naquela determinada cultura ?
a fala de um indivíduo
relativamente à outro
a um mesmo indivíduo com apropriadas
circunstâncias diferentes
seleções dialetais (geográficas ou
sociais)
Seleções de registro (oficiais,
formais, literárias, familiares, etc.)
de especializações setoriais
(linguagem dos homens e das
mulheres, eufemismos, etc.).
Mesmo no interior de uma mesma nação, é quase sempre a dados lexicais que se recorre ao analisar a diferenciação linguística. Certas seleções lexicais podem caracterizar:
A capacidade semântica e as implicações sociais de uma língua se avaliam melhor com base naquilo que se diz servindo-se de tal língua, no uso que dela concretamente se faz, do que com base nos seus potenciais recursos.
O fato de a uma palavra de uma língua não corresponder exatamente uma palavra de outra língua não quer dizer que nesta segunda língua não seja usual a mesma noção: pode ser designada com uma perífrase, ou recorrendo à polissemia de uma outra palavra para aproximar a tradução do conceito.
Não é o léxico, mas a linguagem, que nos oferece um instrumento de extraordinária fineza. A questão do que a língua nos permite ou nos impede de dizer não se liga à questão das unidades lexicais que a língua coloca ou não à nossa disposição.
Esta situação prende-se com a dificuldade de se definir a palavra, que levaram a tradição linguística a atribuir-lhe uma posição marginal nos tratados linguísticos.
A distinção que se cria entre o léxico e a gramática é a de que o léxico é o reino da irregularidade e a gramática o reino da sistematicidade.
Tudo o que se subtrai a regras, a generalizações, é considerado como pertencendo ao léxico.
Essa posição é encontrada também em Bloomfield e no gerativismo.
A análise da estrutura do léxico recebeu impulso de correntes estruturalistas, diferentes da bloomfieldiana, que encarava com pessimismo os estudos semânticos. Os trabalhos desse tipo podem dividir-se em duas tendências:
1. as que sublinham a relação entre determinadas estruturações do léxico e uma correspondente visão de mundo;
2. as que visam mais elaborar uma análise formal do léxico do que aprofundar as implicações psicológicas e ideológicas.
1. as que sublinham a relação entre determinadas estruturações do léxico e uma correspondente visão de mundo
“A estrutura da língua contribui para determinar o nosso modo de pensar e de conceber a realidade”
Limitar-se a essa tese, porém, é débil, porque:
Língua dos esquimós:• qanik (neve que cai), aput (neve caída), pukak
(neve seca), etc.
Língua portuguesa:• Temos os mesmos conceitos em nossa língua
(ou seja, não temos uma visão mais limitada do que é a neve do que os esquimós), apenas não atribuímos a eles palavras diferentes.
2. as que visam mais elaborar uma análise formal do léxico do que aprofundar as implicações psicológicas e ideológicas.
“Sublinha a variedade e a relatividade das estruturações que diferentes línguas podem apresentar de uma mesma realidade externa”
O continuum das cores é analisado e referido de formas diferentes em línguas diferentes
Termos como “árvore”, “bosque” e “madeira” recortam a realidade diferentemente de uma língua para a outra
“A palavra é uma das entidades intermédias (e não é a menor) dotada
de significado e significante, cujas
peculiaridades deverão ser identificadas em
cada uma das línguas em particular.”