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Lição 2 a natureza da atividade profética

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  • 1. O MinistrioProftico na BbliaA voz de Deus na Terra

2. Verdade PrticaTexto-ureo"HavendoA autntica comunicaoDeus, antigamente, falado proftica, nos tempos, muitas vezes e de muitasbblicos, era feita por meio maneiras, aos pais,de palavras e de figuras, apelos profetas, a nsfim de que o povofalou-nos, nestes compreendesseltimos dias, pelo Filho"claramente a mensagem (Hb 1. 1).divina.Texto-ureo Jeremias 1. 4-6, 9-14 3. O tema profecia sempre despertou o interesse dos que compem a igreja de Cristo; no entantomuitos abusos tm ocorrido devido a falsificao deste dom. Desde os tempos da igreja de Corinto, muitosso os males que a igreja tem causado a simesma ao no considerar o padro bblico paraa legtima execuo da profecia (1Ts 5.19-21).Estes abusos normalmente acontecem por meiode pessoas sem conhecimento bblico edesprovidas de maturidade espiritual (1Co 13.11; 14. 31-33).Temos de reconhecer que a banalizao dodom da profecia e a maioria destes abusosacontecem infelizmente em seio eclesistico, doqual os pentecostais participam em suamaioria, mas, tambm sabemos que, por outroextremo, existem correntes interpretativas tantona prpria igreja como no meio secular quedesvalorizam o dom da profecia.Devemos ter cuidado ao estudarmos e refletirmos sobre este tema, buscando sempre a essncia dadoutrina bblica. Esta lio ir nos mostrar: (1) Os diversos meios utilizados por Deus para comunicar sua Palavraaos seus profetas; (2) Os mtodos diversificados dos profetas para transmitir a mensagem quereceberam da parte de Deus, e, baseado nas duas premissas anteriores, (3) a natureza da profecia, deacordo com o padro exarado nas Sagradas Escrituras. 4. Se todos os que se intitulam profetas soubessem o verdadeiro significado desta palavra e suasimplicaes pessoais, jamais se proporiam a desempenhar este ministrio sem a chamada que tonecessria para realizar tal obra (Mt 20. 16; Hb 5. 4). de grande importncia conhecermos como se processa a comunicao, para termos uma visomais abrangente de como ocorre esse processo e aplic-la ao modo de comunicao de Deus aosprofetas.O PROCESSO DE COMUNICAO INTERPESSOAL E SEUS ELEMENTOS 1) EMISSOR: quem fala 2) RECEPTOR: quem ouve 3) CANAL: meio fsico onde ocorre a comunicao; por exemplo, em uma conversapessoalmente, o canal o ar. 4) MENSAGEM: conjunto de enunciados que formam a comunicao. 5) CDIGO: sistema de fala que utilizado pelos falantes, ou seja, a lngua. 6) CONTEXTO: contedo, assunto da mensagem Contudo, os gramticos que propuseram os elementos bsicos da comunicao, esqueceram dainterao, ou seja, qualquer comunicao mnima entre duas pessoas. Emissor Mensagem ReceptorCdigo Canal de Comunicao 5. 1. [...] Veio a mim a Palavra do Senhor (v. 4). Expresso encontrada apenas no AT, utilizadapelos profetas escritores ao introduzem seus relatos de recebimento de alguma mensagem vinda doSenhor. Pode significar, em outras palavras: O Senhor falou comigo e disse..., ou o Senhor mechamou e me deu a seguinte mensagem..., ou, ainda: Deus revelou-se para mim e me ordenouproclamar o seguinte.... A palavra proftica origina-se com a iniciativa de Deus, que s vezes de formarepentina, estabelece comunicao com aquele que ser o porta-voz da sua mensagem (Veja Jeremias32. 1-8). O profeta o ponto de comunicao entre Deus e o povo. ele quem entrega a mensagem recebida da parte de Deus para o pblico-alvo. DeusProfeta Pblico-alvo Am 3. 7, 8, 13 2. Revelao divina em forma de dilogo (vv. 6, 9, 10). A exemplo de Jeremias, cuja chamadadeu-se atravs de um dilogo com Deus onde ele relutou em aceitar sua tarefa devido a sua tenraidade, Moiss, Paulo tambm tiveram a revelao de Deus por meio de ouvir sua voz (x 3. 7-10; Jr30. 2; At 26. 9-18). Ser bastante instrutivo analisarmos o caso de Samuel (1Sm 3. 2-11). Este dilogo entre Deus eSamuel foi bastante peculiar porque Samuel, ainda pequeno, ao ouvir a voz de Deus, pensava que eraa voz de Eli, pois eles eram os nicos que estavam naquele quarto. Isto mostra que Samuel ouviu avoz de Deus de forma que o despertasse do sono. Em outras palavras, era realmente o som fsico deuma voz audvel, tal qual uma voz humana comum, tanto que Samuel pensou que fosse a voz de Eli. Outrossim, a revelao de Deus a Samuel no deu-se na forma de xtase, imaginao ouinconscincia, pelo contrrio, o texto nos mostra que Deus, ao falar com Samuel, despertava-o dosono, o que evidencia que era uma experincia sentida por Samuel em sua plena conscincia, e node forma irracional e alucinada. 6. Trs so os mtodos usados pelos profetas para entregar suas mensagens. Vale, antes de vermos cadaum destes mtodos, ressaltar que, assim como a mensagem proclamada pelos profetas tinha origem emDeus, tambm a forma de entreg-la ao povo era por Deus ordenada. 1. Declarao oral e direta. A maior parte das profecias antes de serem escritas foram proclamadas publicamente (Veja, por exemplo, Jr 36. 1-10). O contedo destas mensagens variado de acordo com a circunstncia e a necessidade premente. J o seu cumprimento depende do plano de Deus com relao a esta mensagem e a necessidade da situao (p. ex.: Is 7. 1-19).O profeta era chamado para uma necessidade urgente de seu tempo, mas os efeitos de seu ministrio e o alcance de suas profecias podiam e podem alcanar geraes frente. 2. Figuras e smbolos profticos. As figuras profticas encontram-se em todos os perodos da histria hebraica. Podem ser encontradas em sua maior parte nos escritos de Jeremias e Ezequiel.Em Jeremias podem ser observadas as aes parablicas do vaso do oleiro (Jr 18.1-6), a compra e o uso de um cinto de linho (Jr 13.1-11), a aquisio, exposio diante do povo e quebra de um vaso de barro (Jr 19.1-10), a construo, auto-imposio e distribuio dos canzis (Jr 27.1-3), e a colocao de grande pedras cobertas de barro porta do palcio de Fara em Tafnes (43.8-13). Jeremias tambm devia permanecer sem fazer algumas coisas, o que pode ser considerado igualmente como ao parablica: deveria permanecer sem se casar (Jr 16.1-4), no poderia entrar em casa enlutada, nem participar de qualquer lamentao (Jr 16.5-7), no poderia entrar em nenhuma casa em festa (Jr 16.8-9). Alm destes, a quebra dos canzis de Jeremias pelo profeta Hananias (Jr 28.10-11), a compra do campo de Hananeel, primo de Jeremias (Jr 32.1,7-15), e o livro que Seraas deveria atar numa pedra e lanar no rio Eufrates (Jr 51.59-64), tambm so aes parablicas. 7. Ezequiel deveria preparar a sua bagagem para o exlio e sair vista de todo o povo. Deveriaabrir um buraco na parede de sua casa e sair por ali, levando a bagagem aos ombros e com orosto coberto, simbolizando que estava indo para o exlio (Ez 12.1-11). Ezequiel tambm ficoutrancado em sua casa, mudo e atado (Ez 3.24-27), imitou o cerco da cidade (Ez 4.1-3), deitou-se de um lado e de outro, representando o estado de prostrao ao qual seriam reduzidosos dois reinos (Ez 4.4-17), com os fios de sua barba e de seus cabelos cortadossugeriu o destino trgico do povo (Ez 5.1-3), comeu um alimento de misria mostrando assima sorte reservada aos exilados (Ez 12.17-20), recusou-se a cumprir os ritos de luto quando damorte sbita de sua mulher (Ez 24.15-17), e, finalmente, unindo em suas mos doisbastes, indicou a unio futura dos dois reinos (Ez 37.15-28). Todas estas representaes soconsideradas como atos simblicos/parablicos. Talvez uma das aes simblicas/parablicas mais impressionantes seja a do profetaOsias, do seu matrimnio com uma mulher adltera. Embora haja uma discusso sobre ahistoricidade do texto, os autores a consideram como uma ao simblica/parablica de fundohistrico. Finalmente, a ltima dramatizao encontrada no Antigo Testamento, registrada emZacarias, na qual o profeta deveria fazer uma coroa e coloc-la sobre a cabea de Zorobabel(Zc 6.9-15). 3. Casos reais que servem de representao para comunicar uma mensagem. Entre osprofetas escritores tem-se uma longa lista de aes parablicas profticas. Alm disto, oslivros histricos trazem algumas situaes que, de acordo com vrios autores, podem serclassificadas como tais. Em 1Rs 11.30-32, pode-se ver que o profeta Aias de Silo anunciou aJeroboo a diviso e a separao dos dois reinos, atravs do ato de rasgar o seu manto empedaos. Zedequias, filho de Quenaana, anunciou a Acabe que ele exterminaria osarameus, brandindo chifres de ferro, conforme 1Rs 22.11. J um profeta annimo montou umacena para mostrar a Acabe a falta que ele havia cometido, ao deixar livre o rei Ben-Hadade aps oSenhor t-lo entregue em suas mos (1Rs 20.35-43). 8. 1. Interpretao naturalista. Grupos Extticos estes profetas andavam livremente por Jud evizinhana, eram msicos que buscavam no xtase um estado de transe para assim proferirem suasmensagens. Observa-se nesta categoria a presena de Saul (1 Sm 10. 5), e dos profetas de Baal (1Rs18.19-40). luz de 1Sm 9.9, parecem ter sido grupos religiosos patriotas de moos, aos quais Samuelprocurava transformar numa fora religiosa-moral, em relao s tribos, que eram ameaadas pelasprticas religiosas de outros povos, como os filisteus (Jz 2.16,17; 10.11). Em Nmeros 11.26-32, quandoEldade e Medade foram tomados pelo Esprito de Deus e entraram em xtase, relata-se que Josu oscriticou. Moiss, no entanto, respondeu: eu gostaria que o Deus Eterno desse o seu Esprito a todo oseu povo e fizesse que todos fossem profetas! (Nm 11.29b). Em 1Sm 10.6 percebemos que havia porparte dos hebreus, um certo menosprezo a este grupo. Isto porque o povo os considerava malucos, porsua maneira extica de se comportarem. A Bblia de Jerusalm diz: Ento o Esprito de Iahweh virsobre ti, e entrars em delrio com eles e te transformar em outro homem (1 Sm 10.6). Doexposto, conclui-se que haviam profetas verdadeiros que profetizavam de forma exttica; A nicadiferena entre Saul e os profetas extticos, que comumente chegavam ao transe atravs de uma sriede estmulos, que Saul entrou em transe por uma ao direta do Esprito Santo. Ele no precisou dossubterfgios dos extticos para se transformar (temporariamente) em outro homem. Deus assim o quise Saul entrou em xtase. J em 1Sm 19. 24, quando diz que Saul profetizava quer dizerdelirava, pois vemos a claramente a ao maligna, pois ele estava afastado dos caminhos doSenhor, e um esprito mau o assolava (1Sm 16. 14). Os Intrpretes Naturalistas entendem que ofenmeno do xtase era apenas um estado emocional voluntrio da pessoa.2. Falcia dos naturalistas. A interpretao naturalista uma teoria metafsica que defende quetodos os fenmenos podem ser explicados mecanicamente em termos de causas e leis naturais. Onaturalismo ope-se ao sobrenaturalismo, teoria metafsica teolgica. O naturalismo muitas vezesconfundindo com atesmo, materialismo, positivismo, empirismo, determinismo e cientismo. Ainterpretao naturalista antibblica, porque as Escrituras Sagradas declaram que a fonte dos orculosprofticos o prprio Deus (Os 12.10; 2Pe 1.21). 9. 3. A base dos naturalistas e uma refutao. Os profetas falavam movidos pelo Esprito Santo (2Pe1.21). Literalmente, a palavra movido significa carregado e designa a ao divina no processo dainspirao proftica. A mensagem proftica jamais foi produzida pela mente ou perspiccia doprofeta, pois este falava somente o que o Esprito Santo desejava que falasse. Isto, porm, noanulava a individualidade e personalidade do mesmo, como afirma a teoria do ditado mecnico;antes, porm, privava-o de erros. A forma pela qual recebia a mensagem nem sempre est relatada.Alguns ouviam a voz do Senhor, como por exemplo, Oseias e Jeremias, enquanto outros comoAms, Ezequiel e Daniel, tinham vises. O Dicionrio Vine afirma: [...] s vezes, sobretudo com osprofetas primitivos, parece que algum tipo de experincia exttica estava envolvido, como em 1Sm10.6,11; 19.20. Est escrito que a musica meio para profetizar, como em 1Cr 25.1-3. [...] O ponto que no contexto bblico profetizar se refere a algo desde o xtase frentico de um falso profeta at aproclamao sbria e imperturbvel do julgamento de Deus por um Ams ou Isaas. (Dicionrio Vine, 1edio, 2002, CPAD, p. 248).O nosso Deus um Deus que anseia por relacionar-se com sua criatura. Essa comunicao noden era face a face. Ps-queda, Deus utilizou-se de pessoas escolhidas para ser esse canal. Apessoa se tornava profeta ao perceber que Deus estava falando com ela e precisava ento transmitir amensagem recebida, o que era feito conforme a personalidade nica de cada profeta. O Senhor usouvrias formas para se comunicar com os profetas, e esses, lanaram mo de recursos variados paratransmitir os orculos divinos ao povo, de modo que a mensagem se tornasse compreensvel.Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, ans falou-nos, nestes ltimos dias, pelo filho (Hb 1.1). fundamental meditar nos Evangelhos, pormeio dele que o Filho se comunica conosco hoje. 10. O homem essencialmente um ser que se comunica. O ser humano sempre conviveucom a comunicao. O mundo foi criado pela Palavra. Quando veio ao mundo para umencontro definitivo, Ele foi chamado de Verbo (ou Palavra). No existe sociedade semcomunicao. No existe sequer a pessoa sem comunicao. Ns somos porque noscomunicamos. Esta uma marca do ser humano. Os quatro elementos essenciais dacomunicao so o emissor, o receptor, o meio e a mensagem. a interao deles queconstitui a comunicao. Os seres humanos esto sempre em busca de um receptor para lhedizer algo atravs de algum meio. Podemos mudar os recursos tecnolgicos, mas o modelopermanecer o mesmo.Deus se comunica. Ele no um ser inalcanvel e silencioso, no se fechou em simesmo, surdo, mudo, e inacessvel. da Sua natureza falar, relacionar-se, comunicar-se, apresentar-se. Deus se expressa atravs da criao Sl 19.1-4; Rm 1.19,20; atravs dossonhos Gn 41.1-4; Mt 27.19; atravs dos anjos Gn 18.1-3; 19.15,16; At 10.1-4; atravs dosprofetas Jd 14; At 3.18; Mt 23.37. Atravs de Cristo Jo 1.1,2,14; Cl 1.15; Hb 1.1; Atravs daPalavra Sl 19.7-11; Ex 34.27,28; 2Tm 3.16; Atravs da sara ardente falou com Moiss Ex3.1-5; Atravs da voz suave falou com Elias 1Re 19.12,13; Atravs do redemoinho falou comJ J 38.1. Apesar desse anseio divino em comunicar-se com o homem, h empecilhos edificuldades: O pecado Is 59.2; Mt 13.13-15; Rm 3.10,11; A indiferena Is 29.13; Dt 30.17-20; Os rudos 1Co 14.10,11; 2Tm 2.16-18. Se dermos ouvidos ao Senhor, essa comunicaoproduzir efeitos duradouros: Temor Hc 3.2; Dt 4.10; Hb 4.1,2; Conhecimento J 42.1-5;Os 6.3; 1Co 2.9-12; Comunho Gn 5.24 c/c Am 3.2; 1Jo 1.1-3. Ele, o Senhor, mantm a comunicao mesmo sem palavras 1Sm 1.12,13; Rm 8.26;nas circunstncias adversas Dn 6.10,11,16,20-22, e nos momentos de maior solido Mt26.38-46. Quem tem ouvidos, oua o que o Esprito diz s Igrejas! 11. Deus A origem da mensagemDeus o verdadeiro emissor damensagem. Ele quem inspira osprofetas, seus porta-vozes, a falarem suaPalavra (Nm 12. 6; 2Sm 23. 2). Profeta O Pregador da mensagemO profeta tem a responsabilidade de falar ao povo, seja por quais meios forem, a mensagem que Deus o revelou (Ez 33. 1-9). Pblico alvo: Os ouvintes da mensagemA mensagem que o profeta pregava tinha aplicao prtica para os seus ouvintes e at para geraes futuras (Is 55. 6-13). 12. "Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aospais, pelos profetas, a ns falou-nos, nestes ltimos dias, pelo Filho (Hb 1. 1). Em muitas partes e de muitas maneirasno passado Deustendo falado aos pais (=Por muitas vezes) (=aos antepassados) por os profetasem(o) ltimo dos diasestes falou (=nestes ltimos dias) a ns por (o) FilhoEste versculo mostra-nos vrias verdades sobre a revelao de Deus no decorrer dos tempos. (1) Esta revelao consiste no que Deus revelou atravs dos profetas (falou aos pais pelos profetas); (2) Trata-se de uma revelao fragmentria e progressiva (o termo grego polmeros d a entender isto, a palavra antigamente subentende no passado; (3) uma revelao que culmina com a revelao maior, superior e completa em Jesus Cristo (a ns falou-nos, nestes ltimos dias, pelo Filho).