Linguistica II: EducamaisEAD

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Apostila de libras da EducamaisEAD.

Citation preview

  • A linguistica e a Lngua Braslera de Sinais nCoordenaco Ceral

    Nclson Boni

    Coo rdena~o de ProjetosLeandro Lousada

    Professora ResponsvelNciva de Aquino Albres

    Coordenadora Pedaggica de Cursos EaDProf', Me. Maria Rila Trombini Garcia

    Projcto Crco, Diagramll;aO e CapaAni.la Falchi

    Glaucia Fcrraro

    Re\fis1io OrtogrMlcaNdia Ftima de Oliveira

    Carlos Beltro

    1'Edi~iio: Agosto de 2013lmpresso cm Sao Paulol$P

    Copyright?> EaO Know Ho\V2013Ncnhuma parte desta publicaco pode ser rcproduzida por qualquer rucio scm a

    previa autorizsyao dcsra insttuiyao.

    CDD- 419.03

    \341 L Albres, Neiva de: Aquino,

    A l.iog\listic:\ ":1 Jjn~ bm$ilc:im de ~rl:li!>11:30H./ ~\'';;Ide .\;'ulo: Know 1lo\\', 2010.

    129p.:21 cm.:il.Inclu bibliogra"

    ISBN: 91&-85-63092-75-5

    l. l.n);ua de sionis, 2. Libt\l$. 3. r~uc,,~(I para surdos,-l. llngislica. 1.Titulo.

    CaI~~I9'[) elaborada por G13ucy dos anros Silva CRB8/6353

  • ._---------- - - -- Parabns!

    Voce est receben do o livro-texto da disciplina 1\ lin-guistica e a Lngua Brasileira de Sinais 11- 30h, elaborado es-pecialmente para este curso, baseado na abordagem histricocultural com o objetivo d.e contribuir corn sua amaco pro-fissional como educador. A finalidade desre livro lev-lo aconhecer a influencia da tinguscica na educaco e as relacespara que o ensino-aprendizagern aconteca.

    Lernbre-se ele que a sua passagem por esta discipli-na ser tambm acornpanhada pelo Sistema de Ensino liaDTupy, seja por correio postal, fax, telefone, e-rnail ou Am-biente Virtual de Aprendizagern.

    Entre semprc cm contare conosco quando surgir al-guma dvida ou dificuldade. Participe dos bate-papos (chats)marcados e envie suas dvidas pelo Tira-Dvidas,

    Toda equipe est 't\ disposico para atend-lo (a).Seu desenvolvirnenro intelectual e profissional o nossomaior objetivo.

    Acredite no seu sucesso e tcnha bons momentosde cstudo!

    Equipe EaD Know How

    5

  • .... .... ......-- --.-ar 1. Re'a~ese!'tres ,, dos e ouv,nte .Jsur __ ....--.. .-a ...._------- - 1.1 Conceito de M'edia~ioI._---------------_.

    A luz da abordagem scio-histrica, que defendeurna concepco de um ser humano arivo, cujo pensamentoe conhecimenro sao construidos num ambiente histricoe sociocultural, parte-se da tese de que, ao atuar sobre omeio, o homem tambm se modifica, ern urna relaco queacontece dialogicamente. Esse desenvolvimento mediadopelo signo e pelo curro .

    . _--------------- - - - -1.2 Signo como Instrumento Pensamento._-----------------------Vygotsky, ao se debrocar sobre O processo de desen-

    volvirncnto humano, chega a concluso que devc ser esruda-do dialcticamcnte para que considere as cvoluccs do desen-volvimento cognitivo ocorridas na especie humana ao longoda histria, essc sentido, o uso de signos e instrumentos,construidos socialmente, torna-se o elo de ligaco entre os es-tgios superiores do dcscnvolvimenro e os csrgios primarios.

    O autor considera que as "funces mentis superio-res sao socialmente formadas e culruralmenre transmitidas"(2000>p.169). Assim, O uso de signos e instrumentos possi-bilita a internalizaco dos meios de adaptaco social.

    Segundo Vygotsky, signos sao processos orientadosinternamente, "urna mancira de dirigir a influencia psicolgicapm-a o dominio do prprio individuo." (dem, p.171), e instru-

    9

  • memos sao processos orientados externamente, visando a rrans-

    forrnaco da natureza pelo hornern, o que d origem a produco.As operaccs com signos, seja a palavra falada ou os

    sinais da Libras, apareccm como o resultado de urn comple-

    xo processo do externo para o inrerno. [ o desenvolvirnentointelectual, rodavia, a ocasio de rnaior importancia ocorre

    quando a fala e a arividade prtica, at enro atividades dis-

    tintas, convergem e a fala passa a ser incorporada pela crian-

    ~a como signo (ou como fun~o psicolgica superior). H aconvergencia entre lnguagem e pe nsamento. Para Vygorsky(2000) a fala a atividade simblica prirnria, pois a partir

    dela que todos os outros sistemas de signos sao criados., as sociedades oris, a linguagem oral prornoveu

    um avance substancial no descnvolvimento da inrcligncia

    e tornou-se a base de nossa forma de pensar, possibilitandoa organizaco do homern em sociedade. Icsses agrtlparnen-tOS, a linguagem falada aprendida de forma natural e es-

    ponrnes pelas criancas, o suporte da comunicaco o sorne a transmisso do conhecirnento se d por inreraco natural,atividades de contar histrias e conversar, nas interaccs cmatividadcs prticas do dia a dia.

    Todava, quando a crianca nasce surda, algo difcrenesse desenvolvimento. Ocotre um impedimento auditivode pcrccpco do som e consequcntc di ficuldade de dcscn-volvimcnro natural da lingua oral-auditiva. Ncsscs casos, asrclaces entre enanca surda e familia se cornplicam, pois cm

    sua rnaioria, as famlias nao esto preparadas para ter urnacrianca surda. Relaces na escola com professores e intrpre-

    tes tambrn precisa ser pensada para promover urna educa-

    yao adcquada a condico linguistica da crianca surda.Quando a enanca surda est envolvida com adultos sur-

    dos usurios da Lngua de Sinais, seu desenvolvimenro inrclcc-

    10

  • rual tem condices de. acontecer pela apropriaco da lingua desinais e a convergencia entre pensamento e linguagem aconte-cem de forma anloga a de criancas ouvintes, diferente apenasna modalidadc de Ingua, agora de modalidade cspaco-visual.

    A converso de paradigma, da possibilidade de desen-volvimento por meio da lngua de sinais relativamente recente.

    As ideias dominantes, nos ltimos cem anos, sao uns da-

    ros rcstemunhos do sentido comurn segundo O qua) os surdos

    corrcspondcm, se encaixam e se adnptam (;(>11) naturalidnde :J um

    modelo de mcdicalizaco da surdez, numa verso que amplifica

    e exagera os mecanismos da pedagoga corretiva, instaurada nos

    principios do sculo XX e vigente at nossos das, Foram mais

    de ccm

  • ao apenas a gnese de urna lngna de sinais que especial, a forma em que transmitida de geraco em gera-

    ~ao tambrn excepcional cm minoras lingusticas. Normal-

    mente, menos de 10% de criancas surdas adquircm a lingua

    de sinais a partir de pas surdos, visto que ern sua maioria saopas ouvintes (Iue nunca tiveram contare com a cornunidadesurda (QUADRO 1997). Esses 90% de enancas surdas que

    tm pas ouvintes, s pode ser exposto a um modelo de ln-

    gua de sinais, quando chegam a escola.Ourra forma, bern excepcional, em que um grupo so-

    cial de surdos e a lngua de sinais, concomitante se expandern,

    quando urna caracterstica gentica dentro de um grupo social

    (vila ou cidade) se expande pelo casamento consanguneo ou

    de vrias pcssoas, resultando cm urna alta incidencia propor-cional de sordez, ocorrendo naturalmente a disseminaco dallnglla de sinais entre os surdos e os ouvintes, (SJ\CKS, 1998)

    A existencia de muitas linguas de sinais ao redor domundo pouco pesquisada - estima-se o nmero de 103,

    conforme dados encontrados no banco de dados de Eth-nologue, provavelmcntc urna subestirnaco. 1\ afirrnacode que a lingua de sinais um sistema de comunicaco deestrutura altamente complexa) criada por seres humanos

    inevirvel. Se o canal oral- auditivo est indisponvel, coa-seurna lngua na modalidade manual-visual.

    Quando urna familia de ouvintc tcm urna enanca sur-

    da, fundamental que receba um atendimenro especializado,em insriruico especializada de surdos, sendo necessrio queaprendarn lngua de sinais o quanro antes, para poder inrera-

    gir corn seu filho surdo e mediar o desenvolvimenro Jingus-

    tico e cultural dessa crianca surda. Geralmente, as escojas desurdos oferecem cursos de Libras para pais e familiares.

    fundamental que a enanca surda possa ter consci-

    12

  • ncia de sua surdez e da implicaco que urna condico derninoria linguistica leva, dos desafios que ter que enfrentarpara viver cm um mundo bilingue.

    H urna historia citada por Pcrlmuttcr (1986, apudPaddcn & Humphies), descrito por Ssm Supalla, surdo ernseu contato com urna amiga de infancia ouvinte, clue moravanum apartamento ao lado do seu,

    Sam nasccu numa "Fmnilia Surda', com rnuitos irrnos

    surdos mais vclhos que de e, por isso, dernorou a sentir a falra de

    amigos. Quando seu inreressc saiu do mundo familiar, notou, no

    apartamento 30 lado do seu, urna garotnba, cu]a idade era mais

    OU menos a sua. Aps algumas ientativas, se rornaram amigos. EIa

    era legal, mas era csquisira: ele nao consegua conversar COO1da

    como conversava com scus pais e irmos mais velhos, Hla rinha

    dificlIldade de entender gestos elemenmres! Depois de tentativas

    frustradas de se comunicar, ele cornccou a apontar para o que

    quera ou, simplcsmcnrc, arrasrava a amiga para onde ele Cillera ir.

    Ele imaginava como devcria ser ruim para a amign no conseguir

    Se comunicar, mas, urna VC;~ (lue eles desenvolvcram urna forma

    de inrcragir, de cstava contente cm se acomodar as nccessidadcspeculiares da amiga. Um da, a me da menina aproximou-se e

    movcu scus lbios e, como mgica, a menina pcgou sua casa de

    boneca e movcu-a pam outro lugar, am hCDU cstupefaro e foi

    para sua casa prrguntar a sua rnc sobre, cxararncnrc, qual era o

    tipo de problema da vizinha, Sus roe lhe explicou que a arnig:t

    dele, bcm como a rne dcla, cram ouvinrcs e, por isso, nao sabiam

    sinais, Elas 'falavarn', moviam scus lbios para se comunicar com

    os outros, Sam pergtltlloll se semente a ainiga e sua mae ersm :\$-

    sim, e sus mc lhc explicou que era sua farulia que era incomurn e

    nao a da amiga. As outras pessoas cram como sua amiga e a maco

    arn nao possua a sensaco de perda, lmerso no mundo de $\ln

    13

  • f.'Ullja, cram os vizinhos
  • Para Res (2006) o professor surdo exercc urn papel demodelo e de identificaco pessoal para criancas surdas.

    A lingua de sinais como pomo de inicio, concorrc para ter

    o scu novo posicionamento ao se identificar na idcnridade. Trara-se

    de \101 processo de dctcrrninaco e nmbivalncia de que consi

    dcrado difcrcnca, pois cnvolvc no mcio da Ironrcira de lingua.

    imporranre considerar aqui que o sujciro surdo inicia seu conrato

    corn O mundo ouvintc na infncia e raros sao os sujeiros surdos que

    rrn contara com o mundo surdo, ao nascer, (RE1S, 2006, p. 98)

    o que aconteceu histricamente que professoresouvintes, impregnados pelo paradigma oralisra, ao se pro pora ensinar alunos sordos, usaram mtodos que desprestigia-varn a Libras e ocasionavam urna sensaco de incapacidadenos sordos. (ALBRRS, 2005).

    Os surdos adultos sao falantes nati..ros da Libras, cmsua maioria, e rrn condices de desenvolver urna inreraconatural em Libras, senda que os professores ouvintes, ge~ralrnentc, sao meros aprendizes da Libras como segundalingua, o que nao os confcre urna proficincia. 1\05 surdos,cabe, como fajan tes da logua, buscar urna forrnaco cm Le-tras Libras ou ps cm Libras para rrabalhar com o cnsino darncsma, conforme prev o decreto 5626/2005.

    ._------- - -- - - -- - - --1.5 Rela~io entre Surdo e Intrprete de Libras I._-----------------------_.A poltica inclusiva demanda profissionais especializa-

    dos para mediar o proccsso de escolarizaco de alunos comdificuldades de cornunicaco e sinalizaco (.MEe, 2001),

    15

  • dentre eles est o papel do intrprete de Libras. Quadros

    (2004, p. 86) salienta: "J\qUJ se percebe sutilmente que asreprescntaccs da cultura hegemnica, ou seja, da cultura

    ouvintc, csto nas cntranhas das propostas de incluso, A

    cultura hegemnica tende scmpre a produxir populaces po-litizadas de acord con) sua represenraco",

    O intrprete de Libras, por conhecer as duas culturase lnguas, Iica no papel de mediador da aprendizagem e con-

    sequenternenre de controlador dos conflitos, Esse um terri-torio arenoso e de identidade pessoal e profissional fluruante.

    Gladis (2006) salienta que o interprete nao se realizano simples ato da traduco, mas que envolve urna gama di-mensional de significantes e signi6cados que denunciarn a

    complcxidadc de scu papel, as dimenses e a profundidadede sua atuaco,

    A relaco interprete surdo cm espaco escolar revelacena cumplicidade e apoio mutuo, visto que o intrpreteapenas est presente nesse es pac;o pela necessidade dos sur-

    dos e dos ouvinres ern ter um mediador, e o surdo apenas

    consegue ter accsso a tudo que est sendo dito, ministrado

    como aula e proferido cm diversos cspar;:os, pela prcscnca do

    intrprete de Libras.

    Para o surdo, o intrprete um outro ouvinte rnais

    prximo de si, visto que cornpartilha da mcsma Hllgua.Santos(2005) qucstiona: "Qucm o csrrangeiro, clucrn o outro?"O intrprete est identificado pela sua aproximaco cultu-

    ral com O sujeito su rdo. j\ aproximaco cultural produz os

    efeiros-idenridade que sao sempre cruciais, ora expendo urna

    alreridade interdita, ora aproximando o hibridismo cultural. A

    produco cultural surda se hibridiza com o intrprete.

    16

  • .- - - - - - - - -- - - .1.6 As Rela90es Sociais Constroem Ia Hist6ria de Vida de Sujeitos Surdos.- - - .

    Com o advcnto dos cstudos cultu rais, a idcntidadcsurda rem sido realocada c reinvestida cm novas formas. ao mais a viso do individuo surdo sob o ponto de vista docorpo, da normalidade. o suieito surdo do ponto de vistada identidade, das condices sociais, da aprendizagem me-diada pelo outro e pelo signo linguistico, das vivencias quelhe forarn oporrunizadas,

    Apresentarnos a seguir urna materia sobre a professoraSurda Regiane J\grella, em que revela sua histria de vida fami-liar e escolar. Essa vida e conflitos Iingusticos, educacionais esociais foram fruto de sua pesquisa de mcsrrado, A histria de"ida narrada e analisada nos serve de ba e material para rcletirsobre as aces educacionais e suas consequncias, a reelaborarconccitos e pensar novos caminhos para as criancas surdas,

    _1_ l~ AKmIIDI'II' _L DA

    TROCA DE SINAISPedagoga apresenta, em Libras, dissertafaode mestrado na Peculdade de Educafao

    17

  • Maria Afice da Cruz

    A pesquisadora Regiane Pinheiro Agrella apresenrou,em Libras (lngua brasileira de sinais), seu memorial para ob-tenco do ttulo de mesrre na Faculdade de Educaco (FE)da Unicamp, no final do mes de maio, ele, seu percurso devida foi revisitado e reclaborado a partir das disciplinas querealizou no mestrado, especialmente, aquejas vinculadas asperspectivas foucaultiana e psicanaltica. Alm de ser a pri-meira aluna surda a apresentar a dissertaco cm lngua desinais na Universidadc, Rcgiane urna das primeiras alunasda Unicamp a realizar todo processo sclctivo do mesrrado -prova e entrevista - cm portugus escrito e em Libras.

    As res postaS HISTORIA CA t.'INHA VIDA 'SURDA'dadas pela candi-data cm Libras naprova forarn filma-das, houvc edicoda traduco reali-zada cm portuguspor urna intrpretede lingua de sinais com mesrrado em educaco, que, em se-guida, rranscreveu-as para o portugus, A dificuldade corna escrita manifestada por Regiane e OUtr"3 candidata ern urnadas fases da seleco provocou urna reviravolta na manci-ra de tratar o aluno surdo na faculdadc, de acord corn aorientadora Regina Maria de Souza, do Grupo Diferencase Subjetividades cm Educaco da faculdade.

    18

  • Urna aurorizaco concedida pela Coordenadoria dePs-Graduaco da FE para que a prova fosse realizada tantocm portugus quanto cm Libras mudou a historia profissio-na! das alunas e a histria da ps-graduaco da FE. "Comesta dissereaco, mostramos que possfvel garantir a forma-~ao do pesquisador surdo mesmo que eJe nao renha comoprimeira Ingua o portugus, e sim a llngua de brasilcira desinais, urna grande inovaco ero termos de incluso naUnicamp", explica Regina.

    O aceite das esrudantes no curso mobilizou desde osprofcssores at os funcionrios da rea de multirneios daFE, pois as aulas, acornpanhadas pelas intrpretes, foramtodas gravadas em DVD~ que foi entregue as alunas 40 mi-nutos depois, "Quern sabe se dcpois dessa experiencia, naoconseguimos aprovar um projeto que de no pesquisado!surdo o direito de entregar sua disscrraco 0\1 tese cm m-dia (OVD) sem precisar se ver transcrito em portugus poroutra pessoa," No momento, ainda h exigencia da entregado volume escrito, que, na realidade, recebe um trararnentode traduco do orientador.

    Formada cm Pedagoga, Rcgianc apoiou-se ero con-ceitos da sociologia de Michel Foucault, da psicanlise deSigmund Freud e da Jinguistica de Vigotski para, a partir desua prpria historia, analisar a relaco da familia, da medicinae da pedagoga com a lngua de sinais, Ela explica qu

  • cm que t 00% dos crunpos de convivi - escolas e cur-sos de forrnaco de professores - teriam de estar aptos ausar a lngua de sinais, de acorde com o Decreto 5.626 doprprio govcrno. "Falta muita coisa para 2015. J cxistcm500/0 das pessoas falando lfngua de sinais? Nao", rcflete.Para ela, as aces tumo a prtica dessa poltica pblicacsbarram na aprovaco e oa implanraco de uro currculo."Estarnos presos a um

    \ pesquisa-dora enfatiza que ~~~-sua discusso sair desse padrode nonnalidadecriado pelos cam-pos analisados comrelaco a sordez,pois ela mesma aprenden a olhar de um jeito diferente. "Pre-Iiro que o surdo se sima feliz e que tenha um desenvolv-mento a partir desse lugar."

    A pedagoga relata que as abordagens orais, utilizadasna dcada de 1970, cram tarnbm conhecidas COmO "mtodosoras-aurais", e secaracterizavam pela nfase na amplificaco dosom e no uso da faja.Dependendo do canal que priorizado narcccpco da lnguegcm, denomina-se abordagcm unssensorialou muhisscnsorial, E foram estas as abordagcns urilizadas pelasfonoaudilogas e pela escoja cm que estudei, como rambmem todas as ourrss escotas de surdos e clnicas no Brasil.

    "J perd vrias questes da minha vida, desde a mi-nha infancia, porque tinha de falar cerro. At conseguia falaralgumas coisas, mas aquilo para mim era muito ruim, Porqueexista urna barreira entre mim e as pessoas, A gente se olha-va, mas dava para perceber que o problema era ero relaco

    20

  • a fala", refiere. A pesquisadora diz ter crescido e trabalhadocom a oralidade, mas foi descobrindo a facilidade da Lngua

    de sinais, " mais fcil aprende-la, assirn como o ouvinte sesent mais confortvcl aprendcndo o portugus, porm, a

    sociedadc tern preferencia pela lngua oral".No que di respeiro a familia, Regiane coloca CIUC tem

    o lado importante que a quesro do respeiro e do amor, masela senriu necessidade de falar do sofrimento para O surdo,

    quando, por inocencia, a familia s consegtle pensar na ex-

    pecrariva de cura do surdo arravs da medicina, porque um

    padro, "Prccisei fajar de coisas da rninha realidade familiar.

    . ao quero me afastar de minha familia, mas eu sei que foium sofrimento pra mim me obrigarem a falar", questiona,

    Na escola

    A relaco do ser humano corn a lngua de sinais dcve

    comecar na saja de aula, onde, na opinio de Regiane, datem de ser amplamentc ensinada, "Porque eu pelo menossou surda e brasilcira. Sou cidad, Votci, por exemplo, noLula, vivo aqui. Porque a socicdadc nao vai aceitar a lingua desinais? Bu devo me apropriar do portugus? S eu? Por quenao troca, nao inverre o jogo> Eu rambm voto", quesriona.

    Em sua experiencia corn a1OO0$ ouvinres, ela obser-

    vou que alguns aprendiam facilmente a lingua de sinais, mas

    depois que saam da escola nao tinham mais con tato comsurdos e acabavarn csquecendo, "1\ crianca aprende muitorpido. Meu tilho aprenden desde bebe lfngua de sinais,

    21

  • natural, urna aquisico, um aprendizado que se torna fcil",o caso de Regiane, ela conta que ao entrar na escola

    pcrcebeu que exista prcconecito contra surdos. "Eu tinha de

    copiar, cscrcver, fazer sesses de fono, trcinamcnto orofacial,

    Depois, ao entrar na escoja de ouvintes, eu tinha de fazerleitura labial. Os professores ensinavam e en nao entendaas frases. Eu entenda as palavras, mas as frases nao tinhamsentido paca mimo Era um vazio, Eu decora va para a prova eresponda para a prova. Falava at bem, mas minha escrita erarnuiro diferente. As professoras sempre achavam algum erro,mas no sabiam explicar, do meu jeito, onde estava o erro".

    A experiencia relatada causou sentimento de angstia e

    incapacidade, fazendo com que ela nao tvesse urna boa relacocoro O portugues. Foi quando comecou a discutir a quesro dalingua de snais em grupo, pois na poca j havia urna discussoampla sobre o assunto, "Foi quando percebi que se trarava deurna lngua. Eu poderla aprender o porrugus como urna segun-

    da lingua. Mas comecei a perceber que as frases eram incom-pletas. Por exemplo: Bu gosro de voc, Eu enrendo: en gosto

    voceo "De" para rnim nao signi.fica nada. 1 a escrita cu omitaporque na~ entenda essas conjunces cm portugus. Fui en-tender bem mais tarde. Por isso prefiro a logua de sinais num

    primeiro momento. Sou 1000/0 visual. Meu foco pela viso,ao adianta ~

    por aparelho,implantar.

    Parece me-lhorar, mas oimportante ter urna rela-~ao visual",desabafa,

    22

  • Para ela, se a sociedade soubesse lingua de sinais, osurdo teria mais possibilidade de troca e desenvolvimento.Porque tena entcndimento da lngua. Ela conta que scu pro-prio filho ouvinte, mas intrprete de lnguas de sinais. "Osurdo sente prazer nesta relaco, como se tivesse um aceite.Se nao sabe a lngua de sinais, como se forcasse urna aproxi-mas:ao e eu vivi isso na minha vida inreira. O sordo comeca ase afastar dessas pessoas. Isso um problema", declara.

    Letras- Libras

    Um dos avances para a educaco a presenca de in-trpretes e professor surdo em sala de aula, na opinio deRcgiane. Mas preciso que essas pesquisas sejam realmentecolocadas cm prtica e que nao aconrecam de forma alcat-tia. Para isso, preciso aumentar o nmero de pesquisadoressurdos nas universidades brasileiras, pois raro no pas. Apesquisadora afirma. que na Europa este espa~o rnais aber-too "Tem avance muito grande em relaco a essas pesquisas eeu queda que o Brasil tornasse esse rumo de pesquisa".

    Entre os avances est o curso Letras-Libras, da Univcr-sidade Federal de Santa Catarina, o qua! Regiane chegou a Ere-quemar dois anos 00 polo da USp, coordenado pelo professorLcland l>1cCleary.A segunda graduaco, que seria obtida ncseccurso, foi interrompida por causa da accitaco no mostradoda Unicarnp, O curso oferece licenciatura em Letras-Librase bacharelsdo em tradl1~ao e inrerpretaco, De acorde comRegirla, coordenadora do polo Unicamp, em 2012 a Universi-dade graduar 28 intrpretes ouvintes e 27 surdos,

    Um projero ero tcimire para implantaco de uro cursode especializaco para a formaco de professores da redepblica dever ampliar a incluso de pesquisadores surdos na

    23

  • universidade,
  • quando carninha pelas ruas da cidade. "Ento, a impressoque d que nao tem um apoio. r 30 consigo aprender osignificado das eoisas. Eu renho de me consertar para vivercm sociedade? como se fosse urna boncca que eu dcvesseconsonar? Mas eu nao nasci no Brasil?".

    Um olhar para si mesma fez Rcgiane ver (lue esravapresa numa militancia e isso, na sua opinio, muiro difcil."Essa militancia cansa demais pelos impedimentos que va-mos tea do. 'Mas ainda bern que sou urna pessoa paciente. Seeu fosse ruirn, j feria desistido. Sou braba, mas sou decidida.

    O fato de ter uro decreto que determina a estrutura-~ao de 100% dos espacos de convvio, em especial o escolar,para o desenvolvimento da lingua de sinais j um avance,mas preciso dar condices para que isso realmente aconre-c;a, na opinio da pesquisadora. O mais importante, ern suaopinio, que o mdico esteja preparado para ter aberrarapara essas quesres, e as familias com filhos surdos aceitero econhecarn as diferencas em relaco a surdez. "O decreto saiuern 2005, estamos cm 2010 e apenas agora que as questescurriculares esto sendo discutidas, O Brasil muito grande,mas realmente precisa, nao pode ficar esperando e deixandoesses surdos largados. Por cxemplo, se eu nascesse cega mm-bm iria aprender da rnelhor forma", argumenta.

    No consultrio

    "Levei meu 61ho ao consulrrio aos 6 meses de ida-de para diagnstico. Vi que na hora de entregar o resultado,a fonoaudiloga demonstrou expresso de que iria destruirminha familia, de piedade, dizendo: 'Olha, seu fiJho surdo'.E eu respond: 'Meu filho surdo, Que born. Estou muitofeliz, pois YOU poder ensinar llngua de sinais e tracar outro

    25

  • caminho com ele'. Se ele fosse ouvinte tambrn ira tracaroutro caminho, ou se eje fosse moderado, tambm tracariaoutro caminho, Mas a fonoaudiloga nao aceitou."

    Para Regiane, se os mdicos conhccerem profunda-mente as questes da lingua de sinais, como funcionam asquestes necrolgicas do pensamento do surdo, ralvez asorienraces sobre o uso da lngua de sinais avancassem, MasRegiane considera difcil pensar no aceite ern relaco a lnguade sinais, Os profissionais da medicina, ero sua opinio, de-vem ser capacitados para orienrar melhor as familias sobre apossibilidade de usar lingua de sinais, "1\ pcssoa tem de bus-car aquiLo em que se sinta bem. E fazer disso urna busca deurn caminho, E se os surdos optara pela lingua de sinais, per-cebemos que a maioria dos ouvintes oprime isso, nao aceita.')

    De acorde com a pcsqosedora, a Organizaco das1 aces Unidas (O JU) exige que os mdicos conhecarn to-das as diferencas, "Mas como, se dentro do prprio cursoisso fosse tirado? IS50 um preconceiro social forre e urnagrande discrirninaco no Brasil", acrescenta.

    Albruns mdicos at aceieam e j h profissionais narea de fonoaudiologia que trabaLham corn outras vertentcs,entre elas a lingua e sinais, mas a maioria da rea trabalhacom a perfeico, a perspectiva de CU1:a.

    Regiane diz que preciso lutar rnuito ruada. Scu de-sejo que scu filho nao sofra tanto quanto ela e tenha asmesmas oportunidades que um ouvintc. "Quero que elestenharn liberdade para viver neste espa~o social. E que eletenha a mesrna inteligncia, a mesma cogni~ao que urna pes-soa ouvinte. Mas os mdicos sempre criricam, colocam olharnegativo. E eu senti iSS0, a minha vivencia, a minha carneque tern csse sofrimcnto. como se os pas mandassem,mas nao conhecern nossa diferenca, pensam que a lingua de

    26

  • sinais como se fossern gesros de macaco. Sei que sou di-ferente, mas tarnbrn sei que posso muitas coisas. Mas aspessoas travam, trn medo, tm avcrso", conclui,

    Publlca~oDissertaco "Lngua, subjetividade e opresso lngus-tica - interrogaces a urna pedagoga (AB) surda"Autora: Regiane Pinheiro AgrellaOrientadora: Regina Maria de SouzaUnidade: Faculdade de Educaco

    Colaborou VanessaReginadeOliveiraMartins,intrpretedeLtbras

    Fonte: Jornal da UNICAMP. Campinas, 7 a 13 de ju-nho de 2010 - ANO XXIV - N 464

    _----,r - -- dResumo da Unida e..lL. -- -

    As rclaccs pessoais entre surdos, SCLlS familiares, scusintrpretes e scus professorcs rcvclam conflitos menos oumais problemticos, a depender da conduco das rclaccs, adepender da lngua que rnedeia as relaces, a depender dasconcepces que subjazern as aces dos ouvinres sobre ossurdos e dos surdos sobre os ouvinres,

    Enfatizamos nessa unidade a importncia da ln-gua de sinais corno signo Iingustico mediador da apren-dizagern e fundamental para o dcscnvolvimcnto dos pro-ccssos mentais superiores.

    27

  • o grau de perda auditiva importa relativamente poueo.O que importante, o que considerado como eviden-cia bsica para pcrtencer ao grupo dentro da comunidadeidentificada, ou scja, o uso de comunicaco visual, nao es-scncialmcnte a lngua de sinais, 111as a consriruico de signosvisuais na comunicacyao.(GLADI , 1998)

    Aps ter esrudado esta Unidade, as relaces entresurdos e ouvinrcs, sugerimos agora que voc elabore algu-mas reflcxes, sobre:

    1. O conceito de mediaco e o papel da lngua para. odesenvolvimenro humano. Escreva com suas palavrassobre a importancia da lngua para. o desenvolvimentocognitivo e interpcssoal,

    2. Escreva sobre os tipos de conhecirnentos e o con-texto de sua cvoluco histrica.

    3. Da prtica pedaggica.

    4. Leja o subttulo 4.3 "Identificaco e J\I[ode1o:Urnaquesto da afirmaco ' da disserraco de Flaviane Reisruspon\Tele.mhltp:l/www.ges.ceduficbrlDissertacao _E/a,oiane.pdf e desenvolva uma reflexo sobre o papel doprofessor surdo na cducaco de criancas surdas.

    28

  • 29

  • -_ ... ---- - ... - .r 2. AIguns Estudos ~ingustlcoSI.Efeitos de Modalidad! _ ... ...- -1. - -

    Em 2002, a Libras - lngua brasilcira de sinais foi rc-conhecida como meio legal de comunicaco e expresso dossurdos brasileiros pela Le Federal n.o 10.436. Tres anos maistarde, em 2005, a Libras foi regularnenrada pelo Decreto n."5.626, o qual preve a forrnaco de profissionais que traba-lharn no ensino e rraduco dessa Iingua ern cursos de letras--Libras e em cursos de especializaco ern T.ibras.

    Por rnuitos anos, a Libras foi compreendida comourna forma de cornunicaco rudirnentar e incapaz de trans-mitir conceitos abstraeos) resumida a gestos ligados exclu-sivamente ao roco imcdiato de cornunicaco, Ccrramcntc,urna rnotivaco para tal fato est no carter icnico quernuitos de SC\.I$ sinais apresentam.

    Desenvolveremos, ncssa unidade, um panoramagcral sobre os principais conceiros que fazern das lnguasde sinais, Iinguas bem diferentes das lnguas oris. Compi-lamos os fundamentos tericos e achados dos primeirospcsquisadorcs da linguistica a tomar as lnguas gcsruais--visuais como objeto de estudo, e reconhecer os prirneiroselementos prprios da Lngua Amcrica de Sinais - ASL,que foram descritos.

    Modalidadc o canal usado para a cornunicaco, Te-rnos bsicamente duas modalidades de linguas. As Inguaserais-auditivas, que fazem uso da articulaco oral e pro-dueo de fonemas para a expresso cm contraposico aslnguas gestuais-visuais, que fazern uso dos sinais, corpoe expresses faciais para a expresso,

    Modalidade rcsponsvel por dais aspectos intcrliga-dos a forma da lnguagern de sinais, que podem contribuir

    33

  • para as semelhancas entre lnguas de sinais: urna relaco ic-ruca entre forma e significado, e simulraneidade de estrurura.Porque as rnos podem representar propriedades fsicas dosobjetos concretos e eventos iconicamemc, esta capacidadc abundantemente explorada cm lnbruas de sinais, tanto emitens lexicais, gramaticais e de forma. Enquanto a fala daslnguas erais aprcsenra algumas iconicidades como onoma-topias, cm geral o vocbulo das Inguas erais nao prestaurna correspondencia direta entre a forma e o significado, demodo que a correspondencia na lnguagem falada necessa-riarnentc rnais arbitraria.

    - - - -- - - - .2.1 Iconicidade em Lingua de Sinais I------ - - - .Folbeando um dicionrio de Ingtl3 de sinais, imedia-

    tamentc percebe-se a aparente iconicidade de muitos sinais.Um exernplo o sinal para ARVORE, mostrado na Figura 1,que tern a aparencia de urna rvore.

    ;.;;.-;;;;.-~---......,~"~=;..._,----,_'-_.;;;;;;_---.......---~~---.!~1lCu.AAA_lA'NOAEOOJ.3MIt~.lU'~I","~A:JI"~;)

    _. 1'fJ'JJWII"U~_4:~:IIIoG,...-Wlt_a.htntQncclllluhdos.

    .~" ....wt4.",~p.Q.s_. ~"DOICQIUoD.

    Figt-tral.''!'7XrfeemLibrasFonte:http://'WWW.acessobrasiJ.mg.br/Libras/

    34

  • Embota abertarnente difundida a iconicidade ern ln-

    guas de sinais, deve ser entendido o campo semntico que

    abrange. Geralmcnte, aparecem cm substantivos. Muitos si-

    nais nao sao obviamente motivados, entre eles, os sinais deconceitos abstraros que existem em todas as Inguas de sinais,Alm disso, a presenca de iconicidade cm lngua de sinais naosignifica que seu vocabulrio totalmente semelhanre a ico-nicidade de urna outra Jngua de sinais, Na realidade, embotaas lnguas de sinais sejarn independenres, tm alguma sobre-posico ern termos de vocabulario devido a rnorivaco, seusvocabulrios sao muito rnais diferentes um do outro que sepoderia esperar. No encanto, o tipo de sirnbolizaco e exten-sao metafrica envolvidos na criaco de sinais pode ser moti-

    vado universalmente (fAUB, 2001). A ave representada cm

    Lngua Brasileira de Sinais corn um sinal que se parece com asasas (figura 2), e cm Lngua Americana de Sinais com urn sinalque parece um bico (figura 3), por exemplo, e experiencia com

    este tipo de simbolizaco em qualquer lngua de sinais podefazer tais sinais mais fceis de interpretar do que em curras.

    Pela modalidade da Libras ser gestual-visual, alguns

    sinais sao motivados pelo referente que representam. Dessaforma existe um grupo de sinais que podcm ter como rno-

    tivaco a prpria :l9aO, o formato 0\.1 rarnanho do objeto, ouparte da entidade que representa.

    35

  • "';';"'-"----':'"'l ~::=:------....,...,r:-_~~-:-.-::".._'" 'iNtO,;.;.= __ ::-- __ ....""r~t tMt&.\I .04:). 4.UptJClO_~~~~

    !,~!~~~~...Dicionrio da Lngua Brasileira de Sinais

    A,e....9mAA\'Flm.l~,~...''G:$I~l.... 1A.o1IU~AllAw

    Inlllflo

    Figura 3. Bird em AaslForuehupi/./www.asLpro.com/cgibinlaslpro/a..4pro.cgi

    Klima e Bdlugi (1978) tambrn dcscnvolvcram as primci-ras descrices sobre a iconicidade das Iinguas de sinais, Compa-rando diferentes lnguas de sinais, afirmam que todas das fazernuso da iconicidade para a produco dos sinais, Emboca o sinalde lnguas de sinais de diferentes nacionalidades sejam distintospara urn mesmo referente, como no exemplo para "rvore", ro-dos eles possuem alguma iconicidade, Afirmam existir uro 1390de universalidadc na concretude da lngua de sinais,

    36

  • Amerlcan Sign Language OanIsh Slgn Language ChJnoso Sign Languago

    Fonte:KLima,E. &Bellugi, U.(1979)

    Podemos afirmar que a rnotivaco para criaco de urnsinal icnico pode se dar em diversas ordens, como

    ...................... _ ................... ~_ , .. .Iconicldade: pela motiva~ao : Sinal em Libras,... .. ......

    Referente que:representa. . ... .......... ... . '.,. .. . . .

    Referente comoum todo ma~a

    ., t. t tl 1.

    .~ l." ,

    A aco do serhumano comesse referente

    apito

    37

  • ---- -.2.2 Simultaneidade em Lnguas de Sinais I- -- - - .Outra caracterstica a simultaneidade particular dcssa mo-

    dalidadc de lngua, a que alude ao campo da Morfologia.Alguos pesquisadores argumemam que as resrrices sobrea produco, percepco e memoria de curto pra:w conspiram

    para criar simultaneidade de estnuura linguistica (EDill\r10-REY, 2002). Curiosamente, a iconicidade contribui para a es-trutura simultnea, especialmente quando se olha para almdo lxico, para formas gramaticais de forma mais complexa.As rnos se movendo no cspaco sao capazes de represen-

    tar eventos que simultneamente envolvern um predicado eseus argumentos - corno dar algo a algurn, ou subir em urnarvorc - com sinalizaco corn as duas mos, que sao cor-rcspondentementc simultaneas. Por raoro, essas e struturas,com particulares propricdadcs gjamaticais,. sao encontradasern rodas as laguas de sinais que renham sido minimarnente

    esrudadas, (\'VILCOX~ 2005)

    O trabalho descririvo de Klima & Bellugi (1979) de-nominado The Signs of Language, revclaram tal anlise.

    "Assm, os lCOSlexicais da A L e de todas as outras ln-

    guas de sinais primarias que ns conhcccmos parcccm ser cons-

    rirudos de forma diferente das lnguas faladas: a organizaco dos

    sinais principalmente simultanea. :\0 invs de scqucncial. A A 1.

    usa o rneio espacial e isso pode ter urna influncia crucial na sua

    organiz:u;io" (p.39).

    Em Lngua Brasileira de Sinais isso pouco estudado. Mas,

    para os que se propuseram estudar um sistema de escrita desinais, a simulraneidade um problema a ser rcsolvido, comoafirma Barros (2008):

    38

  • Sabe-se que, pelo fato de a LS ser realizada por dois ar-

    ticuladores - dois bracos e duas mos - pode m-se emitir deis si-

    nais ao mesmo tenlpo. O correspondente desre feto cm LO seria

    pronunciar duas palavras ao mesillo lempo, o que e impossvel,

    pois somos dorados de apenas um aparclho fonador, Corneen a se

    evidenciar ni o faror simultancidadc, como por exemplo, na reali-

    %.'\-;aodo sinal de chocar com a Milo csqucrda e o de correr corn a

    Mao dircira ao rnesrno lempo (\'. itcrn 5.4, rcxto 2).

    Pesquisadores brasileiros que trabalham com rranscrico dedados de lnguas sinalizadas tambm enrendem ser a simul-taneidade um objeto de escudo em particular,

    Urna obscrvaco de QllC ternos noticia. e que pode ser apro-

    ximarla a cssa caracterstica que estarnos aponrando, est cm Liddell

    (2003: 154). O autor comenta um trecho de urna narrativa em : 11S) rambrn mcncionam que :l

    simuJmnc.iJauc caracterstica das Ungll1\s de sinais se verifica nao s

    pela coocorrncia de sinais no-manuais com sinais manusis, mas

    rambm pelo ato eje que duas ou mais palavras da lngu3 podern ser

    articuladas simultancamcnre, cada lima com urna mo, (1\lcCLlli\-

    RYc VIO'n1, 2009)

    A criaco de um novo sinal pode ter sua motivaco na fusode sinais de erarn sinalizados sirnulraneamente, como no si-na] para LEGEr DA, paree do sinal representa a TV e outraparte do sinal a palavra escrita abaixo.Ao fazermos uso de determinados enunciados podemos re-correr a urna selcco fontica especifica sobrepondo dois ournais sinais, denominado de fuso de sinais. (fAU13, 2001)

    39

  • LmRAS Dicionrio da Lngua Brasileira de Sinais.....""l.' ......:00.

    .==;._---.., r;;.;;.;.;.;;;;_---....." ~ r,;."""'*--------__! "'~_It'1O

    ~.....tUt. "'.toI,a;:I~."."' ..........".plJla..t.,.", i!> IIb

    HLegenda" Fonle: bupi/, /www.acessobrasil.arg.br/Libras/

    l~~I.SC.ILlllA1.ElQ.ICQ"!~

    t.CGmWI\L~O

    lGi\e-~

    '.'1 ,l*OUC,tIft')C

  • -------.,rResumo da Unidade1. -

    Com urna mo

    se representa opra-quedas ecom a outra ohornem que ca.

    Com urna mose representa oesqUI e corn aourra o homernque esqua.

    As caractersticas das lnguas de sinais, aqu apresen-rodas, apomam que a forma assurnida dos sinais e dos siste-mas de classificaco esrabelecida em todas lnguas de sinais

    sao semelhantes (embora nao idnticas), devido as presscssofridas pela modalidadc gestual-visual, sendo rccorrcntc a

    produco de iconicidade e simultaneidade esbocada acirna.

    O canal fsico de transmisso afcta a linguagem emambas as modalidades. As linguas de sinais sao mais cstrutu-radas simulraneamcntc, cm contraposico as lnguas faladas,que sao mais lineares.

    As lnguas faladas sao rnais arbitrrias e as lnguas desinais [Cm urna boa dose de iconicidade, lo encanto, nenhu-rna dessas qualidades sao exclusivas de urna modalidade oude outra, essa apenas urna quesro de grau.

    41

  • voc:

    42

    Aps a lcitura crtica desea. unidade sugerimos que

    1. Escreva com suas palavras o conceito de: Iconicidade, Sirnulraneidade,

    2. Faca um lcvantarnento de sinais ou sentcncas emLibras que fazern uso desses conceitos:

    Conceitos Unguistlcos Exemplos

    Iconicidade. rvore, casa.Horncm pujandode llm trampoln.Simultaneidade

  • -------,_ .... -r3. Campo da Lingustica AplicadaL----- --

    A Di GUSTICA urna ciencia que estuda a lnguacm scus diversos campos, urna grande rea da linguagcm,dentro dela nos deparamos com a LINGUS'TICA APL[-CADA - LA. como um desses campos. A LA urna novarea da linguistica que tem como objeto de estudo os proces-sos de uso) ensino e interpreraco de lnguas.

    Apesar de ainda ocorrerem discusses sobre o que ou o que deve ser a Linguistica Aplicada (LA), podemosdefin-la de partida como urna ciencia social da linguagem,que tern como foco os problemas e questes de uso da ln-gua pelos participantes do discurso no contexto social. isto, usurios da linguagem dentro ou fora do meio de cnsino/aprendizagern (Moita Lopes,2003).

    Dentre stes usos, vamos nos aprofundar nas ques-toes sobre aprendizagem e ensino de lnguas. O campo doensino de segunda Jingua precisa estar cada vez mais prxi-mo das comunicaces, ossa hisrria de ensino de linguas longa (50 sculos, pelo menos), mas nern sernprc ensinamospara o uso, para a inrcraco propositada, que se toma poss-vel para quem adquiriu urna nova lngua.

    O ensino de lngua abrange urna abordagern que teroLIma determinada conccpco de Jngua e de cnsino-aprcn-dhagem, cnvolvc metodologa e tcnicas a scrcm aplica-das em sala de aula. }\ anlisc de abordagcns, scja ela auto-anlise ou anlise de aula de curros professores, permite atornada de consciencia do processo ensino-aprcndizagemde lnguas.Ensillo de lnguas [cm se configurado ero urna subrea dalinguistica aplicada, mas tradicionalmente contida no mbi-to das letras. r ovas pesquisas trn produzido conhecimen-

    47

  • tO terico relevante de natureza aplicada para o desenvol-vimento e expanso do ensino de linguas nos vrios nveis,

    Considera-se atualmente que codificar e decodificarinformaccs seria, dcmais rcdutivo e insuficiente. "Os par-ticipantes da interaco social so sujciros histricos cujastrajetrias se aliam a capacidades intrnsecas distintas paramodular a construco discursiva, geralmeute, num processode negociaco cujo objetivo alcancar a compreenso mrua(AL.. fR]Di\ I:1LHO, 2007, p. 8-9).

    H que se fazer urna disrinco de mtodos para ocasino de lingua como prirneira Ingua ou lingua materna, edo ensino da lingua como segunda lngua. Trataremos aqude estrategias para o ensino de lingua como segunda linguaou como lngu3 cstrangcira.

    a rea da surdez podemos falar do ensino de Librascomo segunda lingua para ouvintes ou do ensino de portu-gues como segunda lngua para surdos. Vrios esrudos j fo-raro desenvolvidos, tomando como base o ensino do inglescomo segunda lngua, e rnuiros materiais didricos desenvol-vides. Todava, tanto no caso do cnsino de Libras como doportugus como segunda lingua, ternos poucos escudos ernateriais disporuveis.

    -------- - - - - - .3.1 Forma9ao de Professores na Irea da Surdez e Linguistica Aplicada I---- - - .

    A formaco de professores de surdos era preVistaconforme poltica brasileira em ED1\C) como urna especia-Iizaco cm deficiente da udio-cornunicaco. As disciplinaspara a habilitaco cm pedagogia ou como espccializaco, fo-cavarn aspectos anatomofisiolgicos e de reabilitaco para a

    48

  • oralidade, rendo como base as recrias de aquisico de lngua-gem, comparando o desenvolvimento de criancas ouvintes,

    Com a nova perspectiva de trabalho bilngue para SUI-dos, assumida na poltica pblica de educaco brasilcira e oreconhecirnento dos surdos como rninoria linguistica, seudesenvolvimentos em lngua portuguesa vem sendo compa-rado com de um estrsngeiro, e faz-se necessrio buscar sub-sidio terico em curros campos, como a linguistica aplicada.H necessidade de forrnaco de professores de Libras parao ensino da rnesma, para esres rambrn se faz pertinente osubsidio terico da linguistica aplicada.

    Nesse captulo, trataremos apenas dos principios etcnicas para o ensino de segunda lingua. Quando um pro-fessor se prope a cnsinar urna segunda lo&)"uaou lngua es-rrangcira, sao seus pressupo ro , suas crencas e a abordagemcomo um conjunto de principios sobre o que Jnguagemhumana, o que ensinar e aprender urna lillgua, que o orien-tam nessa prtica pedaggica.

    ':A abordagcm de cnsinar, por sua vez, se compem do coujunto

    de disposices de qut: o professor dispc pal"3 orientar todas as a~cs da

    opem9io global de ensinar Wl13 lngua esirangciea. A operaco global de

    cnsino de urna lng\l~ csrrangeira comprecndc o planejarncnto de cursos

    e suas unidades. a produco e scleco crircriosa de marcriais, a cscolha e

    consrruco de procedimcnros pafa expcrlenciar a logua-alvo, e as manci ras

    de avaliar o descrnpcnho dos participantes, A abordagcm urna filosofia de

    rrabalho, urn conjunto de prcssuposlOs explicitados. principios estabiliza-

    dos ou mcsmo crencas intuitivas qU311tO a narurcza da Hnguagcm humana,

    de urna ltlgua estrangeira em particular, de aprender e de ensinar lnguas,

    da sala de aula de lnguas e de papis de aluno e de professor de uma outra

    forma". (AL\IElDA fU.HO, 2007. p. 13)

    49

  • Dessa forma, a abordagem que orienta as escolhasque far em seu planejamento e as aces do professor emsala de aula,

    O foco da forrnaco de profcssores de surdos des-venda.' a composico do conjunto de competencias de cnsi-nar de professores de lnguas, e as correspondenres compe-tencias de aprender dos alunos de Ioguas,

    Fundamentar a formaco de quadros profissionaispara o ensino contemporneo de ljnguas, seja na forrnacoinicial nas universidades, seja em condices de forrnacocontinuada ern servico nos sistemas escolares brasileiros.

    Dianre da pequena carga horaria da disciplina e dademanda de comedos a serem trabalhados, nos propomosa aprofundar nas tcnicas assumidas cm sala de aula, a fim defavorecer nos procedimentos para urna forrnaco sistem-tica de aprendentes que mobilize recursos adequados paraos melhores resultados do esforco de aprendizagern de urnanova lingua, com propsitos cornunicacionais.

    Importante ressalrar que h principalmente rrs niveisde organizaco de ensino de lingua, num modelo verticalpara Alrneida FiJho (2007):

    i\bordagem - nivel ern que as suposices e as eren-cas sobre a lngua e seu ensino sao especi ficadas;

    Mtodo - nivel cm que as cscolhas sao fciras - or-gani%a~ao das tcnicas. Excmplo: habilidades a sercm desen-volvidas, contcdos que scro aprescnrados;

    Tcnica - nivel em que os procedimenros em sala deaula sao descritos.

    50

  • -----------------------.3.2 Principios e Tcnicas Fundamentais Ida Prtica de Ensino de Segunda Lngua I._----------~---------_.

    o ensino Comunicativo de Lnguas segue alguns prin-cipios que podem ser aplicados de formas di ferenres, depen-dendo do contexto de ensillo, da idade dos alunos, seu nvel,

    seus objetivos e assirn por dianre, Apresentamos a seguir oque tern sustentado nossas prticas:

    1. O aprendizado de urna segunda lingua fa-cilitado quando os alunos se envolvern em interacese comunicaces significativas;

    2. Tarcfas e cxerccios de cnsino cficazcs, rcali-zados em sala de aula, ofereccm oportunidades pat

  • 7. Os alunos desenvolvem seus prprios cami-nhos para o aprendiza do de idiomas, progridem ernritmos diferentes e apresentam necessidades e moti-vaces distintas para aprender urna lngua.

    8. O aprendizado de idiomas bem sucedidoenvolve a utilizaco de esrrargias eficazes de aprend-zado e comunicaco,

    9. O papel do professor cm um curso de idio-mas o de facilitador que cria urn ambiente propiciona sala de aula, levando ao aprendizado e oferecen-do oportunidades para que os alunos utilizcrn e pra-tiquem a lngua estrangeira, alrn de refletir sobre aurilizaco e o aprendizado lingustico.

    10. A sala de aula urna comunidade cm queos alu nos aprcndcm por meio da colaboraco e corn-partilhamenro.

    (RlCH.ARDS. 2006. 42 c 43)

    1\s estratgias utilizadas visando a produco de enun-ciados comunicativos sao variadas: o trabalho cm grupo quepermite a cornunicaco entre os alunos (eom a preocupacomaior nas estratgias de cornunicaco do que na forma dosenunciados); as tcnicas sao variadas, devendo ser mescladasnas aulas. As tcnicas aplicadas dcvcm ter como base o con-junto de principios acima citados.

    O professor deixa de ocupar o papel principal no pro-cesso ensino-aprendizagem, de derenror do conhecimenro,para assumir o papel de orientador, "facilitador") "organiza-dor das acividades de classe,

    Aprcsentamos a seguir algurnas tcnicas utiliza-das por professores com experiencia no cnsino do inglescomo segunda lngua.

    52

  • a) Tcnicas comunicativas

    Urna intervenco comunicativa deve ser preparada,dcvc-sc prever cm que nivel o aluno est e propor enuncia-dos que ele compreenda. O profcssor eleve semprc oferecerum modelo corn a estrutura cerreta da lngua.

    Language Teacbingln Aaion-Disc 5:AonlmciationandT eaching.TecbniquesDisjJon:e1e:JnJJtt{Y./ /WlJ!W.)'0I11IIhcom/wazdJ?v-)>62I1xpsDtmc&fortJire-d:wmeJ

    Na imagcm anterior, O profcssor cscrcvc 'LastChrisrrnss, 1 went ro Washington", logo depois ele falaisso aos alunos e pergunta a uro ou outro, em ingles, ondeeles foram no natal passado, Dessa forma, os alunos rrno modelo, a estrutura e podem aproximar da sua realiza-

    53

  • da, trocando apenas a parte final da frase. urna atividadeconfortveJ para o aluno e reforca a quesro da estrutura dalingua sem um enfoque gramatical.

    EnglisbmguageT eachinglnAcricn.Di.

  • Situar;ao 3:

    EnglishiAnlltageTeachinglnActionDisc5:PronuncrationandTMdlingTocJmitul:!SDi.1xmh-elemJJCtp://'l.tIU!W.y()/(tJlbecomAmld1?v=)'6~v:psDtmo&fetttJ'l'e-d~nnd

    Na imagem anterior, as alu nas tentam se expressar cmngles, urna por vez, quando solicitadas a comparar as facas. Hdiferencas de nveis entre os alunos e aJguns tero mais dificulda-des em usar a esrrurura comparativa. Quando o aluno responde

    corretamcntc dcve-sc elogiar: "Muito bom", "isso mcsrno", etc.Se o aluno errar, o profcssor pode responder com

    urna reforrnulaco da sentenca na estrutura cerreta, cm al-guns momentos pedir que o aluno repita, depois o elogia.ao adcquado dcixar passar os crros ncssc tipo de ativida-

    de mais controlado da aula, (:_fundamental rcforcar a formacerreta de se expressar, mas sem consrranger o aluno,

    O professor deve esperar que os alunos forrnulernsuas sentencas para s depois responder, deve ser paciente.lao pode completar a fala do aluno sem considerar o tempo

    para que ele busque cm seu repertrio urna possibilidade nasentcnca que quer construir.

    Denrrc as esrrargias o lOGO urn dos rnais im-

    55

  • portantes, ande os alunos sao envolvidos cm atividadesldicas. Dedicaremos urna unidade inteira para discutir asquestes do jogo. Outras estrategias sao apontadas nessaunidade, por cxcmplo:

    btTeatro:

    Escritores como Maley e Duff (1978) e \~essels(1987) trn aponrado para os valores e os usos do teatro,Afirrnam que "O teatro pode ajudar o professor a aringir arealidadc de vrias rnaneiras". Ele pode superar a resistenciados alunos para a aprendizagern do novo idioma:

    comando a aprendizagern da nova lngua urna expe-riencia agradvel; csrabelecendo metas realistas para que os alunosdese nvol vam; por um criarivo "abrandamento" da experiencia real; vinculando a experiencia de aprendizagern de ln-guas com urna experiencia da vida do aluno,

    E o teatro pode criar nos alunos a neccssidade deaprender O idioma: pelo LISO de "tenso criariva" (situaces que exigemsoluccs urgentes); colocando mais responsabilidades sobre o aluno, ROcontrrio do professor ". (\\7essel.:p. 53-54)

    as atividades de aprcndizagem utilizando o teatro o,professor pode utilizar como base para desenvolver di-versas habilidades: identificar a histria, pcrsonagens, enredo (obtidaem nivel iniciante);

    56

  • identificar o autor / pomo de vista dos personagens,'ti. atitude ou opinio; entendender o trabalho em relaco ao seu contextosociocultural e histrico-poltico; dar urna rcsposta pessoal / criativa (por cxcmplo,aprovar O texto).

    Teatronocursodel.ibras UN/PA eFQnte:Publicadoem 15/07/20 JOporAssesscriadeComuniCilfdoSodttl.Dispon.~:http://www.tmiplacnet/noriCt.vtndex.pbprid _noticia - 2384

    L 'ti. imagem acirna, alunos de curso de Libras se prc-pru:am para aprescmar um teatro fazendo uso da Libras paraa comunicaco entre os pcrsonagens, O rotciro da fala dospersonagcns construido colctivamcntc e trcinado antes. ovocabulrio pode ser pesquisado previamente, o que conferernaior conforto e fixa

  • deve ser escolhida com tema de vocabulrio e gramtica es-pecfica que atenda ao nvel lingufstco dos alunos,

    O ideal que haja alguma repetico de estrururas,1sso grava a estrutura na memria, espontneamente. Ex-presscs novas podern ser criadas mais tarde. Deve haverutilizaco generalizada e consistente dos rempos verbais(presente, condicional, etc.).

    Devido iI natureza nica da msica, os alunos idornanrer estrururas gramaticais e vocabulario para o restode suas vidas.

    Situacdo 5

    hup:l/liviabvb.blogspol. com/lO JO/07/mtlsicaem. Libras-carinhoso.btmlMsica: Carinboso - Mansa Monte

    A intrprete de Libras e lingua portuguesa aiane de-senvolveu urna verso de intcrprctaco da msica Carinbosode Marisa Monte, que pode ser utilizada como recurso did-

    58

  • rico. Primcirarnente se explora o esrudo da letra da msica,do vocabulario, das possibilidades de interpreraco e a visu-alizaco da verso da referida intrprete.

    Pode ser trabalhada aJguma cstrutura mais cspecifi-camente, como a simulrsneidade que esrudamos na segundaunidade desse material, e ricamente explorada na interprc-las;ao apresenrada no exemplo citado.

    Marlsa Monte CarinhosoComposl9ao: Pixinguinha

    Meu corafao, niio sei por queBate feliz quando te vE os meus olhos ficam sorrindoE pelas ruas vao le seguindoMas mesmo assimFoges de mmAh se tu soubesses como sou tao carinhosaE o milito, muito que te queroE como sincero o meu amorEu sei que tu nao fugirias mais de mirnVem, uem, oem, oemVem sent," o calor dos lbios meus aprocura dos teusVem mata?" essapaixao que me devora O c07'afaoE s assim eno serei felizBem felizAh se tu soubesses como sou tao carinbosaE O muito, muito que te queroE como sincero o meu amorEu sei que tu nao [uginas mais de mim.Vem, oem, uem, oemVem sentir o calor dos lbios rneus el procura dos teusVcm matar essapaixao que me devora o coracdoE s assim entao serei felizBem feliz

    59

  • Musica: Qltem de ns dois . A 114 Carolinabup./, /www.yolllJlbe.com/wateh?v =o 87qbtwJcD. U&fealllre=related

    o intrprete de Libras e lngua portuhJUesa Valdir Balbuenodesenvolveu urna verso de inrerpreraco da msica Quemde n6s dois de Ana Carolina) que tambm pode ser utilizadacomo recurso didtico.

    Ana Carolina - Quem de N6s DoisComposi~ao:GlanLuea Grignani I Massima Luea -

    versao: Ana Carolina I Dudu Faleso

    Eu e vecNao assim tao complicadoNao difcil perceber ...Quem de ns doisVai dizer que impossiuelO amor acontecer ...Se eu disser

    60

  • Que j nem sinto nadaque a estrada sem vocE mais seguraEu sei ooc vai rir da minha caraEu j conbeco O te sorrisoLeio o teu olbarTeu S01TIsO s disfarceO que eu j nem preciso ...Smto dizer que amo mesmoT ruim pr disfar~arEntre ns doisNao cabe mais nenbum segredoAlm do que j combinamosNo vao das coisas que a gente disseNao cabe mats sermos somente amigosE quando eu falo que eu jo. nem queraA frase fica pelo aoessoMeio na contramdoE quando finjo que esquecoEu nao esqueci nada ...E cada vez que eu lujo, eu me aproximo maisE te perder de vista assim ruim demaisE por isso que atraoesso o te futuroE fa~o das lembrancas um lugar seguro ...No que eu queira reoioer nenbum passadoNem revirar um sentimento reviradoMas toda vez que eu procuro urna saldaAcabo entrando sem querer na tua vidaEu procurei qualquer desculpa pra nao te encararPra nao dizer de novo e sempre a mesma coisaFalar s por falarQue eu j nao t nem a r=essa conversaQue a histria de ns dois nao me interessa. ..Se eu tento esconder melas verdadesVoce conbece o meu sornsoLe o meu olbarMe sorriso s disferce

    61

  • o que eu j nem preciso ...E cada vez que efujo, eu me aproximo maisE le perder de vista assim ruirri demaisE por isso que atrauesso o teu.futuroEfa~o das lembrancas um fuga.r seguro...Nao que eu queira reoiuer nenbum passadoNem revirar um sentimento reviradoMas toda ve-z que eu procuro uma saldaAcabo entrando sem querer na tua vida,

    dI Transmitir informa~io

    Urna maneira de aumentar o uso prprio do idioma ensinar o que aprenden para algum. Ensinar ao filho, a umparcntc ou amigo intercssado,

    Geralmentc, os professores em seus planejarnentospreveern a diversificaco das atividades para que se trabalhetodas as habilidades: falar, ouvir, Jet e escrever.

    INPUT OU1PUI1M ...:.:::Oa..,.

    listening speaking

    111 h...E ...reoding writing

    62

  • Todas essas estrategias podern e devem ser usados no ensinode Libras como L2 para ouvintes e, no portugus, como L2para surdos, Todavia, o trabalho parece perder duas habilida-des importantes. o caso do cnsino de Libras para ouvintcs,geralmeore, nao se trabalha a lcitura e escrita dos Sinas e, nocaso do ensino do portugus para surdos nao se trabalha ofalar e ouvir a lingua ponuguesa. Pesquisas devem ser de-senvolvidas no sentido de investigar se seria necessario maisternpo de curso para a aprendizagern, visto que duas habili-dades nao sao contempladas.

    ----.,rR;s:mO da Un.!_da!e ..11. - -

    Nesta unidade comecamos escudando o conceiro deprtica pedaggica, enfatizamos a irnpocrncia das tcnicaspara ensino de Libras. As prricas esro pautadas ern princi-pios e na abordagem comunicativa e trn nos guiado nessarcflexo, Verificamos que as tcnicas adoradas pelo professorcm sala de aula sio fundamentais para o bom andamcntodos CtlISOS de segunda lngua.

    63

  • r- __LExerc.!.c;osPro;'sb,S__

    Aps escudar esta unidade responda:

    1. Quais sao os principios de um trabalho de ensinode Ingua dentro da abordagem comunicativa?

    2. Quais sao as tcnicas para a cornunicaco ern salade aula?

    3. Que tipos de atividades podem ser usadas paradinamizar as aulas de segunda lngua?

    64

  • r- .... ------ ,4. Jogo e o Ensino de LnguasL_---------J

    1. orrnalmente, atividades ldicas sao utilizadas emescojas de linguas, inclusive com turmas de adultos. A uti-li%a~aodo ldico em aulas de r .ngua Inglesa em cursos deinstitutos de linguas teve sua ascenso corn as teoras psi-colgicas na educaco, O aspecto da interaco social, rele-vanre para a aquisico de uro segundo idioma, foi abordadopor alguns autores) tais como Vygorsky (2000), Richards eRodgers (2001), cujos estudos serviram de base terica paraelaboraco de jogos e aplicaco de aulas,

    Ao desenvolver a teora scio-histrica, Vygotsky(1998) ofereceu urna abordagem psicolgica sobre o apren-dizado e o dcscnvolvirncnro, que destacava as rclaccs so-ciis entr o individuo e o mundo exterior, dentro de U111processo histrico.

    O concei ro de zona de desenvolvimenro proximal deVrgocsky (2000) fundamental para o enrendimenro da me-diaco do Out ro. Essa zona a diferenca entre o nvel dedcsenvolvimcnto real do aluno, ou seja, o que ele conscguerealizar sozinho e o nivel de dcscnvolvirncnto potencial, de-terminado pelo que o aJuno conseguc realizar apenas com oauxilio de outra pessoa. Assim, possvel afirmar que o altanoque aprende um segundo idioma pode valer-se da intcracocom um colega mais proficiente ou com o prprio profcssorpara ajud-lo a construir seu conhecirnenro lingustico acercadessa nova lingua.

    Outro principio dessa base terica que, quando osalunos se envolvem ern urna inreraco comunicacional, eleso fazem para agirem no mundo social em um determina-do tcmpo e lugar, considerando aquejes a 'luem se dirigem.Desse modo, a construco do significado social, poi s 'luem

    69

  • usa a Lnguagem para se comunicar corn algum o faz de urolugar determinado social, cultural e historicamenre, Esseprocesso de interaco ajuda o aluno a compor sua compe-tencia comunicativa e a se preparar para o dcscnvolvimcntodiscursivo nessa segunda Lngua.

    A Mm de proporcionar momentos ele interaco entreos alunos inicianres e alunos com rnais competencia comuni-cativa, as atividades ldicas podern ser utilizadas para facilitara inreraco entre eles e propiciar urna atmsfera de deseen-traco e estimulo para a produco de estruturas linguisticasnessa segunda lngua .

    . _--------------------.4.1 Jogos Para O Ensino De Libras I._--~----------------_.

    Por conseguinte, apresenramos cinco sugcstes de jo-gos que posteriormente podero ser aplicados na prrica emsala de aula para ensino de Libras, rendo como prioridadeesrratgias de aprendizagem e as habilidades linguisricas ci-tadas j acirna.

    al Jogos com foco na fonologia da Ungua

    Habilidades: Expresso gestual e Discriminaco visual.Estratgias: Mctacognitivos (arcnco); cognitivo (deduco).Objetivo Comunicativo: Expressar as unidades mnimasque cornpem os sinais.Objetivo Gramatical: Desenvolver a consciencia fonol-gica da lngua.Nfvel LJngufstico: inicialMaterial: Objeto do vocabulario especifico. (ex: fichas comdesenhos de objetos).

    70

  • Phonemic Hangman

    - consoraco da rnao

    - ponto de artculaco

    - movimento

    - orientaco da mo

    - expresso facial

    EncaminhamentoMetodolgico: Aprescnra-scaimagcmde urn objeto para o aluno, depcndendo do nivel do altanoo professor faz o sinal, la forca (ilustraco acirna) o sinal de PSSARO, aluno deve responder quais as unidades mni-mas que compem esse sinal, vai preenchendo os cinco pon-tos: eonfigura

  • Habilidades: Expresso gesrual e compreenso visual.Estratglas: Metacognitvos (atenco); socioafetivo (coope-raco); cognitivo (deduco),Objetivo Comunicativo: Expressar os sinaisdasp~ de roupas,Objetivo Gramatical: Praticar o vocabulario especficoNrvel Llngurstico: InicialMaterial: Objeto do vocabulrio especfico. (ex: pecas de roupas)

    Encaminba mentoMetodolgico: O professorpediraosalunos que coloquem as rOllpas sobre urna mesa para visua-lizaco, Ern seguida, cada aluno pegar urna peca de roupa edever buscar o seu nome por meio dos dicionrios ilustra-dos que estaro disponveis na saja de aula. Posteriormente,os alunos faro UIn crculo onde rrocaro as pecas de roupas

    72

  • em sentido horrio falando scus respectivos sinais em Libras.

    Quando todos j souberern os sinais das roupas, cadaaluno cm seu respectivo Jugar far um dcsenho redondo nochao, ou marcar com urna fira adcsiva o seu lugar com umsmbolo (X). Deve ser deixado um lugar vazio marcado pelafira adesiva ou corn o dcsenho feito com o glz. O aluno queest a direita do Jugar vazio expressa, em libras, o sinal dape~a de roupa que esteja com um colega. O que possui essape~a de roupa dever se dirigir ao lugar vazio, deixando vazioo lugar onde estava. 1s50 ocorre vrias vezes ar que [Odas aspc~as de roupas sejarn repetidas, ou at que o professor achc

    suficiente a duraco do jogo.Outro tipo de jogo que ajuda a fixar certos conte-

    dos j aprendidos, e ainda trabalha regras gr'3maticais, prin-cipalmente a designaco de adjetivos, o [ogo denominado:Quern quem?

    Habilidades: Expresso gestual. Compreenso visual.Estratgias: Cognitivo (deduco, classificaco, subsriruico,transferencia de conhecimenro).Objetivo Comunicativo: Descrcvcr, ordenar e justi fiear.Objetivo Gramatical: Identificar os prono mes pessoais edcmonsrrativos.N~eIUngu~tic~ I~ci~.Materia': Foto dos alunos,

    Encaminbamento MetodoL6gico: O professor pe-dir aos alunos, com urna certa antecedencia, que os mes-mos tragam suas fotos pessoais para repart-las entre osalUDOS. O aluno descreve o cornpanheiro da foto sem di-zcr de quem se trata. Somcnre limitando-se a dar as carac-tersticas fsicas e psicolgicas do colega de sala. O gru-

    73

  • po devcr descobrirquem quemo Duran-te a atividade, o alunoutilizar estrururas nopresen te e passado,pronomes pessoaise demonstrativos, deforma que ao final oprofessor esclarece as dvidas em geral, sern apontar er-ros cm particular a produco dos sinais de cada aluno.

    cJ~ogo Gramatical

    Com base cm um jogo de cnsino de Ingls, cm tJlIeO objetivo fixar regras morfossinrticas de terminacodos adjetivos, faremos algurnas adapraces para o ensino deLibras. O profcssoc inicialmente faz um levanramenro daspalavras ou sinais que quer trabalhar. Pensando nos verbosindicadores e verbos ancorados no corpo, apresentamos ascguinte sugesro,

    Habilidades: Expresso gestualEstratgias: Cognitivo (deduco, classificaco, substiruico,transferencia de conhccimcnto).Objetivo Comunicativo: Descrevcr, ordenar.Objetivo Gramatical: Identificar verbos indicadores e an-corados no corpo.Nivel Linguistico: Inicial.Material: Listagern dos sinais,

    Os alunos precisam colocar as palavras na col una corres-pondcmc.

    74

  • Engli..(bLtmguageTeadJinglnAdm-Disc4:TeadJingGrammarandVocabularybupi/,/WWW.youtube.COm/WtllCb?v -Pe ~W&R.\"VVM&feamre-clJannel

    En.caminhamentoMecodolgico:Oprofessorpedi raosalunos

  • instruces, o professor faz a explicaco na lingua alvo - Libras,

    mas prope um teste, dando urn modelo junto corn algumaluno de como deve ser a m;ao dos alunos dentro do jogo.

    ,-------,LD_aa:_o_"!o~e!o..

    Aps o prcenchimenco das colunas fundamental

    que o professor faca as correces necessrias junto com osalunos e verifique a ponruaco,

    Caso o grupo tenha errado a classificaco de um sinal,pcc;a cxcrnplos aos alunos para certificar-se que eles cnten-derarn como se usa o sinal, e se o fazem corretarnente.

    Corrigirerrodosalsmosecesraracompreensao

    76

  • Apresenramos a seguir sugestes de sinais para o jogocom os verbos .. _ .. _-~----.IVerbos indicadores:'.. - - ..

    Apresenrar, mandato.Dar. Ernpresrar,

    Avisar. Expulsar.

    Orientar. Visitar.

    Cuidar. Responder. J\judar. Apresenrar.

    p-"'- -----_ ....... ..IVerbos no indicadores: I..

    .Amar.

    Aprender. Arrepender.

    Perdoar, Parecer. Chorar,

    Pensar. Cozinhar,

    d, Jogo de EMpressao Oral

    Concordando com Ar DRADE e 51\ CHES (2005)este tipo de jogo envolvc a competencia discursiva, isto ,

    77

  • a produco de textos oris e escritos> o conhecirnenro docontexto sociocultural em que se utiliza a lngua esrudada e

    incluem a escrita e a exprcsso real de filia. 1\ atividade suge-

    rida "Quem O artista"

    Habilidades: Expresso oral e compreenso auditiva.Estratgias: Meracognitivos (arenco); socioafetioo (coope-rac;io); cognitivo (deduco, elaboraco).

    Objetivo Comunicativo: Expressar o gosro e preferencias.Objetivo Gramatical: Usar os verbos reflexivos.Nfve" Lingulstico: Todos os nvcis,Material: Fotos de artistas.

    EncaminhamentoMetodolgico:Oprofcssordividirasala cm duas equipes e cada equipe far cxplanaco referentea cinco fotos de artistas ao ourro grupo, sem falar O nornc doartista. Ambas as equipes tentaro fazer deduces as expla-naces sobre O artista do grupo adversario. A cada deduco

    respondida, o monitor, elegido pela sua equipe, tomar nota

    das rcspostas para depois verifica-las. As cxplanaces podern

    ser do scguintC modo:

    - Ela tem entre 20 e 30 anos, da cantora> casada,ere. (1SS0 para a Sandy)

    Marca ponto a equipe cluC tivcr majar acert [eferentea dcscobcrra do persooagem. Em seguida, o profcssor arra-vs da conversaco, faz urna anlise conjunta entre as carac-

    tersticas levantadas e soma o resultado de quanros acertos

    cada grupo teve,

    78

  • ._-----------------------.4.2 Jogos Para Casa - Tarefa em Libras.----- - - - - --

    Os jogos cletrnicos tambrn podcm ser usados pormcio das tecnologas da inforrnaco e comunicaco, J possvel aprender Libras por rneio de jogos usando pro-gramas especificos de cornpuraco grfica. Essa seria tunatima forma de oporrunizar a realizaco de atividades emcasa, por meio de jogos.

    Urna das diiculdades para a fixac;:ao dos conredoslingusticos ministrados em sala de aula a falta de se proportarefas para casa, visto que a escrita da Libras nao usadana maioria dos cursos. Geralmente, nos cursos de segundalingua ou lngua estrangeira, os alunos trn urn grande Huxode cxerccios para scrcm respondidos que posteriormentesero corrigdos cm sala de aula. Essa prtica favorece o alu-no rever o que viu em sala, esrudar o que nao lernbra pararesponder aos exerccios e identificar onde esro seus crros,

    Encontramos um curso interessanre que tem aJgunsexerccios disponveis no sire. "Todos os sinais sao apresenta-dos atravs de recursos de animaco (dcsenhos 2D), que per-rnitem urna visualizaco rnais dctalhada dos sinais, tal comoa sua repetico, pausa e arnpliaco, contemplando tarnbrn autilizaco de exprcsses faciais e corporais, fatores irnprescin-dveis no aprcndizado da liLlguade sinais." (Librasnct)

    Dcssa forma, os jogos cm sircs podcm ser indicacescomplementares ao ensino de sala de aula.

    Vejam aJguns exernplos:

    79

  • a)Alfobetomanual

    b) Reconbecimento/formscso de frases

    fonte:hrrp./ lLibrasncl.com/fra.

  • - --- _.-r Resumo da UnidadeL - --

    Por meio de urn breve levanramento terico, aponra-mos que as atividades ldicas sao urn instrumento importan-te no ensino/aprendizagem de segunda lfngua.

    Quando fajamos das arividades ldicas ero aulas deT.ibras, queremos mostrar que o rnesmo serve-se como urnatcnica que deve estar pautada em urna abordagern e em urnametodologa.

    Propomos, nesta unidade, que vec, professor, articu-le teoria e prtica a fim de que seja utilizada em sala de aulapara criar e elaborar novas condutas no valor educacionaldas atividades que deseja trabalhar,

    81

  • .. ----LExercfcios Propostos-----

    Ao final desea unidade responda as questes:

    1. Qual a teora que conuibui significativamente coma inrroduco do ldico no ensino?

    2. Que hbil idades podem ser trabal hadas em jogospara o ensino de lin!,ruas?

    3. Em sua opinio, quais sao os fatores que irnpossi-bilitam o uso de jogos cm sala de aula.

    4. Quais sao os procedimentos que o professor devcadorar para instruco e correco na aplicaco de jogos?

    82

  • ------,- --r - -5.1 O Papel do Professor II no Ensino de Linguas ..- -L-----

    Voc se lembra, cm seu tcmpo de aluno no ensino funda-mental e mdio, como geralrnentc voc gosrava da materia e doprofessor, aprenda com mais facilidade?Voc sent que quandorem afinidade com o professor parece estar mais motivado?

    1\ postura, a \'0:1., as estrategias de explicaco e, porvezes, de correco que os seus professores adoravarn faziamcom que voc aprendesse ou rivesse medo de participar? So-bre essas qucstes vamos tratar nessc tpico. De forma cons-ciente, vamos discutir o papel do professor mediador na pers-pectiva socio-histrica de ensino-aprendizagem de Lngua.

    A Libras era desprestigiada cm espacos sociais, o queresttingiu o eu uso a espacos como associaces de surdos eigrejas, Profcssorcs despreparados podem exigir urna perfei-

  • 3. Competencia profissiona1: a conscienciade sua importancia na sociedade, de seus deveres ecomprornisso com os alunos. Profcssorcs prohssio-nais buscarn o conhccirnento e a capacitaco perma-nentemente, nunca param de cstudar.

    oprofessor um mediador:() profcssor nao deve ser visto como auroridade, mas

    como um orientador. O aspecto aferivo visto como urnavarivel importante no processo, e o professor deve mostrarintcressc pelos anseios dos alunos, encorajando-os a partici-paco e aceitando as sugestes.

    --------- - - -- 5.2 Tipos de Intera~ao Iem Aulas de Linguas I---------------_.

    Existem diferentes tipos de interaco com os alunosque os professores de Libras podem adorar ern suas aulas, deacordo com o seu objetivo e ncccssidade,

    a) Professor - alunos:

    .. 4 l'1 r ::Professorfala Fome: btlp://www.yofttubc.com/watc!J?v-S_BSyFo3IFs

    88

  • 1\0 selccionar essa forma de interaco, o professor sedirige a todo o grupo, tornando-se o centro das atences,

    Por essa razo, o professor pode acabar falando rnais do queos alunos. rnuito comurn, no cnranto, que nessc tipo deinteraco, professor-alunos, o professor faca pergumas paracada um dos alunos ou para todo o grupo, deixando, nesseltimo caso, que os alunos se volunrariern para responde-las.

    A tendencia nesse tipo de inreraco que os alu nos

    falern menos:

    1. po [que o instrutor fala mais e;2. porque os alunos s falam urna vez e depois ficamvendo as resposras de todos os outros colegas.

    Ernbora essa interaco scja importante cm algumassiruaces, os professores devern evitar ernpreg-las vrias ve-zes durante as aulas, j que ela tira dos alunos oportunidadesde exercitar mais a Libras.

    O uso da interaco professor-alunos recornendvel

    nas seguintes situaccs:o inicio da aula, quando o tpico da aula anterior

    est sendo revisado ou quando o instrutor introduz um novo

    tpico e quer fazcr isso parcindo de opinies elo conheci-mentes dos alunos;

    - durante a cxplicaco de tarefas;- ao fim de urna rsrefa, quando o professor quer co-

    mentar "erres' que observou durante a sua realizaco, ere,

    89

  • b)Pares(alumraluno)'

    Professor distribuindo a alivi(/ade para as duplasPonte: htlp:/ /WWW.YOulllbe.com/watch?1J-S _BSyFo3IFs

    o uso desse tipo de inreraco desloca o foco da aulado professor para o aluno, Uma das vanmgens da interacoaluno-aluno , em primeiro lugar, que o tempo de uso daLibras por parte do aluno aumenta, Alm disso, o aluno seexpe menos e, conscqucnterncnte, passa a se sentir rnaisconfortvcl em exercitar a Libras, [ que scus "erres", total-mente naturais no processo de aprendizagern, nao vo servistos por todo o grupo.

    muito importante quc, durante o uso dessa intcra-c;ao,o instrutor passc de grupo cm grupo nao s para ajudaros alunos, esclarecendo dvidas, fazendo pequenas corre-s:oes, ensinando um sinal que eles eventualmente queiramusar naquela atividade, mas tambm colerando "erres" co-muns a serem comentados no final da atividade, evidente-mente, sem que se mencione o nome do aluno.

    bastante comum nas aulas de Libras que os profcs-sorcs usem essa estratgia cm atividades que os alunos preci-

    90

  • sarn criar dilogos. Urna OUITa coisa bastante comum que,ao trmino dessas atividades, os professores pecarn, a cadapar, que aprescnte scu dilogo para todo o grupo. Esse tipode estrategia pode consumir muito tcmpo de aula e, assirncomo na interaco professor-alunos, tirar dos alunos opor-tunidades de praticar, j que eles rero de assistir a todas asapresentaces,c)Pequenosgrupos:

    ~A tunos em gruposfoJUe::brrp:/ /wtIlW.l&br/web/imageslaib2jpg

    Esse tipo de inreraco bastante apropriado, porexernplo, quando O professor propc atividades que cnvol-vcm compctico entre os alunos. Um dos aspectos positivosdo uso dcssa intcraco que os alunos tm oportunidades dese integrarem rnais com os curros colegas e de socializarernseu conhecimenro, No grupo, cada um contribui de urna for-ma e todos aprendem em conjunto.

    O professor precisa tomar o cuidado de seJecionarbern as atividadcs que combinara com esse cipo interaco,Se se tratar de urna atividade cm

  • adequada, j que~ em grupo, as oportunidades de cxercirarprecisarn ser divididas entre todos.

    Escrito por: Andr Xavier - Bacha-

    rel em Letras (Linguistica e Portugucs) pela

    Universidade de So Paulo (2002). i\lcsfte

    cm Semitica e linguistica geral rambm pela

    Univcrsidadc de So Paulo (2006).

    - -- - - - -5.3 A Organiza~ao Do Espa~o Fsico I-------- - - - -

    Alm da preocupaco corn a postura e proposico di-versificada de interaco, o professor deve se preocupar como cspaIYo fisico. A sala de aula de ve ser ampla, corn cadciras

    rnveis para organizar a dispo i~aode diversas rnaneiras, gc-ralmente as aulas sedo ministradas em semicrculo para quetodos sos alunos possam ter uro bom campo de viso,

    A mudanca do ambiente da sala de aula d uro passopara o acesso do pro fes sor aos alunos e vise versa, pois pro-

    porciona a possibilidade de descnvolvimcnto de atividadesdinmicas, cm que os sujcitos interajarn e construarn o co-nhccimento na perspectiva de parceria.

    92

  • importanre que o professor utilize diferentes for-mas de interaco em suas aulas, mas preciso que ele faca15S0 conscientemente, Ele precisa considerar que momentosusar cada urna delas e precisa saber dos-las. Ele nem podeser o nico a falar durante as aulas, mas tarnbrn nao podeanular seu papel de mediador enrre os alunos e a Libras, ofe-reccndo aos alunos oportunidades de vercm um usuario des-sa lingua fazendo uso dela. (Xl\V1ER, 2009)

    93 93

  • .. ----LExercfcios Propostos-----

    1. Qual O tipo dc inrcraco O professor eleve plancjarpara maior tempo de aula, pensando nos principios da abor-dagem comunicativa?

    94 94

  • - - _ ..r---6.1 A Intera~o Professor Ie Aluno e a Constru-;o II do Conhecimento .... -- -----

    Embota os esrudos na rea de aprendizagern de se-gunda lingua incluam contextos pedaggicos diversificados,sao em contextos nos quais a lngua alvo usada como ln-gua de insrruco, ou seja, [Oda a cornunicaco [ ocorre naIngua alvo, Equvocos cornunicacionais podem acontecer eo professor deve estar preparado para minimiza-los.

    Assim, a literatura apresenta muitos estudos a partir dainteraco professor-aluno(s) estabelecida na lingua alvo, porcxcrnplo, cm cnsino de vocabulario ou aula de gramtica feiropelo professor ern sua fala, nas estrategias de cornunicacousadas pelos alunos e, no processo de negociaco de signifi-cado que conduza os interlocutores a um determinado objeti-vo comunicativo, rnuito comum a ocorrncia de equcocos,

    o contexto brasileiro, o ensino de ingls como ln-gua esrrangeira em maior nmero e com suas pesquisasdcscrcvcndo as intcrvcnccs e processos, Os alunos de ba-charolado cm letras ou de ps ern Iingustica aplicada, geral-mente tcm a oportunidade de ensinar/ pesquisar em escolaspblicas de cnsino fundamental e mdio,

    Santos (1999) dcsenvolvcu pesquisas sobre as intcra-ces professor-alunots), no projero de exrenso universitria,desenvolvido pelo Departamento de Letras da UTPel, em1997, no qual os alunos do Curso de Letras atuaram comoprofessores, Afirma que:

    Podemos dizer tlUC, cm consonancia coro principios co-

    municadvos do cnsino de lnguas, tmrornm-sc de interaccs esrabe-

    99

  • lecidas a partir de conrcxros considerados relevantes, significativos

    e envolvcnres sob o qua! imponanre ressaltarmos que os alunos

    formandos em Letras, no atuarem como professores, tinham sem-

    prc cm mente qUI! rcpresemavam a fonte primordial de insumo ln-

    gustico J>'

  • Lngua Inglesa". "O projeto ern questo, promovido peloDepartamento de Letras no prirneiro semestre de 1997, pre-via desenvolver, cm trinta horas-aula contedos lingusticosbsicos, sob enfoque funcional, seguindo principios comu-nicativos de ensino de Ingua estrangeira." (SANTOS, 1999)

    Os esragirios sao denominados no texto comoformando e os alu nos tinham a faixa etria entre doze aosquinze anos, provenientes de urna escola pblica estadual dePelotas/RS e, em fase de concluso do primeiro grau. Es-ses alunos da escola publica nao tiveram a oporrunidade deestudar ingles at o presente momento.

    Caso 1Ao plancjar aulas cm que trabalharia o futuro

    com 'will', contexrualizado de forma que a funco es-rabelecida de uso seria a de [azer previses para o fu-tu ro, um dos forrnandos previu que poderla apresentar,Jogo ern seguida e sern qualquer dificuldade, estruru-ras condicionis do ripo 'if + simple presenr + will' .Mcsmo nao estando previstas nos contcdos lingus-tices e funcionis, julgamos pertinente e desafiadora aproposta do formando de aprescntar estruturas condi-cionais a urn grupo de alu nos cuja cxposico a lnguainglesa cstava tcndo inicio no projeto cm desenvolv-mento. Assim, aps contextualizaccs que cnvolvcramos alu nos ern previses feiras por tima cartornante etextos que apresentaram as previses do zodaco paraos diversos signos, havendo bastante exposico a es-truturas com 'will", o formando pediu aos alunos queclaborassern, cm pequenos grupos, aJgumas previsespara ele. um clima de muita morivaco e integraco,os alunos prepararam, em pcquenos grupos, e lcram,

    101

  • cm grande grupo, as previses que haviarn feito parao professor. Enquanto os alunos liam a produco decada grupo, o profcssor escrevia as previses no qua-dro, separando-as cm categoras cornuns, ou scja, asfrases que faziarn prcvises da mesrna ordern, CI1\Tol-vendo, por exemplo, viagens, encontros, dinheiro, etc.,eram separadas em colunas diferentes. A seguir, o pro-fessor apagou a rnaioria das frases, deixando no quadroapenas rrs previses que, segundo ele, reriam grandespossibilidades de se rornarern realidade: "You will rneeta wornan", "You \ViIIwin money in the lottery" e "You\ViII travel every weekend". Visando conduzir os alunosao sigui ficado das oraces condicionais, que pretendaintroduzir a partir das oraccs proposras pelos alunos,o professor lirnitou-se a dizer ao grupo: "Pessoal, estasprevises so ro provveis que el! j posso at Fazcralguns planos". Assim, o professor fala a primeira frasecondicional e adapta/completa a frase elaborada pelosalunos e j escrita no quadro, transformando-a ern: "If1 win rnoncy in the lottery 1 will go to restaurants".Ao terminar de escrev-la no quadro, os alunos irncdia-tarnentc reagirarn, atravs de reaces espontneas va-riadas, que inclurarn mani festaces do tipo: "Eu nao!Se cu ganhasse dinhciro na lotera eu ia comprar urnacasa bcm grande!", comprovando tcrcm comprecndidoo significado do perodo no qua! estava inscrida urnaoraco condicional. A partir da, outros exernplos fo-ram dados e os alu nos demonsrrararn compreenso danova estrururs a partir de exerccios em que deveriarnassociar colanas e completar frases.

    Fonte: Santos, 1999. p. 23

    102

  • o segundo caso seguc o rnesmo planejarnento, toda-via a intervenco do professor faz a diferenca.

    Caso 2Aps ter planejado atuar com o seu grupo de alu nos

    de forma semelhanre a de seu colega (conforme apresentadoanteriormente na observaco 1), urna formanda nao obreve

    o mesrno sucesso do colega na tenrativa de conduzir seusalunos a compreenso de periodos que apresentavam ora-s:oes condicionis. Ao solicitar que as previses fe.iras pelosalunos cm pequcnos grupos fossern apresentadas ao grandegrupo, essa professora escreve no quadro as oraces elabo-radas pelos alunos e, logo a seguir, tenta criar estruturas con-dicionais a partir dclas,

    Assim, quando um aluno diz: "You \ViIIbe in love in

    1997", a professora imediatamente escrcve a oraco no qua-dro e, sem criar qualquer expectativa, comeca a escrever aoseu Iado "If 1will be in Love in 1997>1". I o entamo, ao per-ceber que cornecara a construir um perodo que apresentariaproblemas gmmaticais, j que associava o CE' a oraco no fu-turo, a profcssora decide apag-lo e, ainda hesitante, cscrevc

    a oraco "1 get a boyfriend" ao lado da frase dos alunos. Maisurna vez observa o resultado "You will be in love in 1997. 1

    get a boyfriend" e decide fazer algumas modificaccs na sua

    oraco, acrcsccntando 'ir' antes de '1', substiruindo 'you' por'1' e unindo as duas oraccs nurn s perodo, O resultado "1will be in love in 1997 if 1 gec a boyfriend", sem problemasde ordem gramatical, permanece no quadro, sem que a pro-fessora ou os alunos tenham feiro qualquer cornenrrio,

    A seguir, a profcssora pede aos alunos urna outra pre-viso, exprcssa pela oraco "You will havc ten children, sevenboys and duce girls, tarnbm escrita no quadro, ao lado da

    103

  • qua! escreve: "1 will have ten children if 1 am in love with m)"husband", esse momento os alunos comecam a falar entresi, dizendo que nao estavam cntendendo nada e que a profes-sera devcria traduzir os perodos que cstavam sendo coloca-dos no quadro, Uma das alunas, sernpre ativamcnre envolvidana proposta de ensino gramatical indutivo do curso, diz emvoz alta: '1 am in love with my husband", faz urna pequenapau~ e pergunca a professora "Eu amo meu marido?". A pro-fessora diz com entusiasmo H]S50!", passando imediararnentea circular o "if nas oraces dos dois perodos escritos no qua-dro "1 wiUbe in love in 1997 if 1 get a boyfriend" e "1 will haveten children if 1 am in love with my husband".

    A seguir, a professora pede outra previso, escreven-

    do no quadro a frase dos alunos "You will mece a tall manwith short hair and Black eycs", seguida do perodo "J willmeet a rall man with short hair and black cycs if ] go ro En-genho" . Nesse momento, a mesma aluna que havia inrerfe-rido antes pergunra: -o que quer dizer (if,?". }\ pergunta nao respondida e a professora, sem mudar de procedirnento,escrevc mais urna frase dos alunos no quadro: "You'll be ti-red", ao lado da qua! escrcvc o seguintc periodo: 'TU be tircdif 1 dance all night". A seguir, circula o 'if" nestc perodo eno anterior e diz aos alunos: "Agom vamos l, pessoall O queessc 'if" quer dizcr?

    Diantc do silencio e do espanto dcrnonstrado pelosolharcs guc alguns alunos trocavam, a rnesma aluna que ha-'va se manifestado anteriormente, tema, novamente, inre-ragir corn a professora, como que exigindo urna explicacoformal das frases, conforme pode ser observado abaixo:

    Aluna: Esse

  • Professora: o 'wllJj indica ofuturo.Aluna: A frase do (if tambm d ideia de futuro) apesarde nao ter 'will'.Professora: , ele liga asfrases, foz urna re/arao entre elas.Aluna: Mas eu posso estar epaixonada sem ter urna pessoa.Professora: (aps urna pausa, olbando para o quadro natentativa de encontrar respostas para as doidas da aluna}Olha S, se eu ficar sentada na frente da janela o da inteiroeu uo ficar cansada, nao vou?AlUDOS: Val.Professora: {escreuendo no quadro) / will be tired if J look"in tbe window.Aluna: Eu oou fica.r cansada. de olhar pr janela?Professora: Olb aqui (apontando para a frase 1'1l be tired if 1 dance all night) e escreuendo 1f 1 dance all nigbtI'll be tired') eu posso inuerter a ordem e nao vai mudaro sentido.Aluna: Eu posso dizer as frases sem o 'if?(professora permanece em silencie, como que em busca daresposta aprop,-iada)Aluna: Assim como em portugus: Maria dormiu tarde.Maria aCQJdJJucedo. Urna frase do lado da outra sem nadaligando, mas ligadas?

    1 esse momento, a professora, bastante nervosa, co-rneca a distribuir folhas de exerccios, dizendo que "todosvo entender rnelhor com os exemplos escritos na folha".Como os alunos praticamente nao reagem ruante dos exerc-cios e faltam poucos minutos para o encerramento da aula, aprofessora pedc que os alunos 'deCID urna estudada' e facamos exerccios cm casa.

    Ponte: Santos, 1999. p. 23.

    105

  • Discussiio: As anlises aqui construidas forsm desenvolvi-das por Santos (1999).

    Anlise do caso 1 e 2As siruaces de ensino anteriormente relatadas na oh-

    servaco 1 e na observaco 2 diferem bsicamente quantoa atuaco dos alunos forrnandos ao desempenharem o pa-pel de professores. 1\0 considerarmos as aruaces de ambos

    como mediadores entre sujeito e objeto do conhecimenro,

    especialmente a partir das reaces dos alunos quando com

    eles interagiarn, [ulgamos tratarern-se de situaces de ensino

    que, respectivamente, favoreceram e perturbararn o processode aprendizagem dos alunos.

    a primcira situaco, o formando, conforme ele pr-

    prio havia previsto, nao teve qualquer dificuldadc en') conduzirseus alunos a compreenso de urna estrurura condicional. An-tes de apresentar a nova estrutura, o formando inreragiu comos alunos de forma a preP"lrar suas percepces e conduzi-los

    a compreenso, dizendo, simples mente "Pessoal, estas previ-scs sao tao provveis que eu [ posso at fazer alguns planos". importante notar que o formando parciu da frase "You willwin money in the lottery", elaborada pelos alunos, para for-mar a oraco condicional, ou seja, a oraco que cxprcssaria ofato bastante provvel, couduzindo com cocrncia, a partir doque disse cm portugus, a claboraco do pensarncnto dos alu-nos, de forma a lev-los a comprcenso do perodo "If 1 winmoney in che lotrery 1will go tO restaurants" e a construco doconhecimenro relativo a urna esrrurura condicional cm Hnguainglesa, ar enro desconhecida pelos alunos, importantenotar que a frase proposta pelo pro fes sor, mesmo compre-cndida pelos alunos, talvez nao dcvcsse ser considerada ernplanos mais ambiciosos do que simplesmente ir a restaurantes.

    106

  • Conrudo, acreditamos que a compreenso do periodonao sofreu prejuzos em razo da realidade econmica naoprivilegiada dos alunos, que muito provavclmentc associam ohbito de frcqucntar restaurantes a pcssoas de muito dinhciro,

    Corn relaco a atuaco da forrnanda, muiros sao osaspectos que consideramos ter impedido ou prejudicado oprocesso de aprendizagem da estrurura "if + presenr simple+ \ViII".Acreditamos ter sido premarura a apresenraco des-sa esrrurura, antes de concluida ti stividade em que os alunosapresenravam previses ao grande grupo, atravs de frasesno futuro corn 'will'. No foi dada sos alunos a oportunidadede dernonstrar conhecimentos lingusticos prvios e a eJesrecorrerern na construco do conhecimento relativo a novacstrutura, ou soja, a profcssora nao partiu de um conhcci-mento que os alunos efetivamente j demonsrrassem ter 3/4"will" no futuro simples 3;" para dele fazer uso e induzi-losa e