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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Fisioterapia
MIRIELI GOUVÊA ALEXANDRE
RAFAELA RODRIGUES DA SILVA
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA UTILIZANDO O ÍNDICE DE BARTHEL EM
INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE ALZHEIMER
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Lins-SP
LINS-SP
2012
1
MIRIELI GOUVÊA ALEXANDRE
RAFAELA RODRIGUES DA SILVA
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA UTILIZANDO O ÍNDICE DE BARTHEL EM
INDIVIDUOS COM DOENÇA DE ALZHEIMER
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia, sob orientação da Prof.ª. Ma. Gislaine Ogata e orientação técnica da Prof.ª. Esp. Ana Beatriz Lima.
LINS-SP
2012
2
MIRIELI GOUVÊA ALEXANDRE
RAFAELA RODRIGUES DA SILVA
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA UTILIZANDO O ÍNDICE DE BARTHEL EM
INDIVIDUOS COM DOENÇA DE ALZHEIMER
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Fisioterapeuta.
Aprovada em: ____/____/______
Banca Examinadora:
Professora Orientadora: Gislaine Ogata
Titulação: Fisioterapeuta Mestre em Saúde Coletiva
Assinatura:_________________________________________
1°
Prof.(a):_______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura:__________________________________________
2° Prof.(a):_____________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura:__________________________________________
3
DEDICATÓRIA
A Deus:
Te agradeço por ter me ajudado até aqui, por sempre estar presente na minha
vida, pelas mudanças, por ser tão misericordioso e fiel e por todas as bênçãos
que o SENHOR preparou pra mim. Minha vida inteira não seria o bastante pra
agradecer. Que apenas o Senhor preencha todos os meus pensamentos e as
minhas vontades.
Aos Meus pais: Emilia e Célio
Sem dúvida, as pessoas mais importantes da minha vida. Obrigada pela
educação, pelo amor que me deram, por tudo o que tenho e por tudo o que sou
hoje. Amo vocês!
Ao meu avô: Pedro Alexandre (in memoriam)
Foi e sempre será meu exemplo de força de vontade. “E todo aquele que vive e
crê em mim, nunca morrerá” (João 11: 26).
Ao meu namorado: Fábio
Sou grata pela paciência que tem comigo, pelos momentos de alegria, e por me
ensinar a ser otimista. Obrigada por sempre tirar um sorriso de mim. Te amo!
A minha parceira: Rafaela
Minha amiga e companheira! Foi o ano inteiro dividindo experiências, momentos
e o mesmo teto! Foi maravilhoso fazer esse trabalho com você, porque não
houve discussões, e nenhum tipo de problema. Sinto orgulho de você, da sua
vida, e por ser tão dedicada em tudo que faz.
Vou sentir saudade das nossas conversas, dos momentos, e de tudo o que
passamos juntas. Sempre vou me lembrar de você (especialmente quando ouvir
Legião Urbana). Que Deus esteja sempre contigo. Te amo truta!
Aos meus amigos
Obrigada pelos 4 anos juntos, pelas experiências, pelas expectativas, e por tudo
o que nós vivemos até agora. Nunca vou me esquecer de vocês.
Aos meus parceiros de estágio:
Dri, Mila e Thaísa: O que me deixou mais feliz, foi a atenção que vocês tiveram
comigo e ainda têm, mesmo eu estando ausente, na maioria do tempo. Obrigada
pela alegria, pela atenção, por tudo o que vocês me proporcionaram. Torço pra
que vocês tenham sucesso na carreira, e que realizem todos os seus sonhos.
Amo vocês fedidas!
4
Dedicatória
Aos meus pais: Rosângela e Ivon: Quero agradecer pela minha vida, sem vocês eu não
estaria aqui .Pela minha educação, pelo empenho para com meus estudos e meu bem
estar.Por terem me dado base para seguir a minha vocação e dar início a minha vida
profissonal.Minhas palavras sempre serão pocas comparada ao que vocês são e
representam em minha vida.Amo vocês.
Ao meu namorado: Fabio.Pelo seu amor e companherismo. Por me apoiar, me
insentivar e me amparar quando eu precisei.Pela força e por não me deixar desistir
quando fraquejei.Por tudo que você representa na minha vida e por tudo que a gente
ainda vai viver.Te amo.
Denise: Pela amizade, companheirismo e alegrias trocas. Por tudo que dividimos nesses
anos.
Carol: obrigada por segurar minha mão e me ajudar durante os estágios.
Parceiros de estágio: Flávia, Lisley e Jhonatan. Obrigada pelos momentos, afinal foi um
ano inteiro juntos dividindo experiências, medos e vitórias do dia-a-dia. Sucesso para
gente!!!! E não poderia esquecer do pessoal do 3º ano, vocês são muito especiais
adorei dividir momentos tão importantes com vocês, juntos nós adquirimos e
compartilhamos conhecimentos. Paty, Joyce, Carolaine,Dhiego, Jéssica, Carla e Valesca
Minha parceira: Mirieli. Graças a Deus conseguimos, sem brigas sem problemas. Pelo
ao contrário com companheirismo e amizade. Agradeço por ter trombado com você
nessa vida, assim pude ver como existe pessoas boas e simples de coração. É
nóis!!!!!!!!!!!!
5
Agradecimentos A Deus nosso criador, somos gratas pela sabedoria, dedicação por nos ter capacitado nesses anos de faculdade por ter colocado em nossos corações o sentimento que nos faz querer o bem do próximo. A XXX turma obrigada pelas experiências, momentos, conversas, pelas dificuldades divididas nos dias de sala de aula até ao estágio. Por apoiarmos uns nos outros. Desejamos muito sucesso na carreira, sentiremos saudades!!!! Aos lindos estagiários do 3º ano, muito obrigada, vocês foram essenciais na nossa trajetória. A nossa orientadora Aninha por ter apoiado nossa ideia, pela paciência e colaboração. A Bia pela paciência de corrigir e corrigir nossa monografia diversas vezes e sempre nos atender com simpatia e dedicação. Aos nossos lindos pacientes, por vocês tudo valeu a pena, cada sorriso, cada vitória, a busca pelo conhecimento de querermos ser melhores foi e sempre será por vocês. A todos que passaram por nós e por todos que ainda virão. Muito obrigada! Aos nossos professores por compartilhar experiências, conhecimentos, pelo carinho e dedicação durante todos esses anos.
6
RESUMO
Com o aumento da população idosa aumenta também a incidência de doenças crônico-degenerativa como a demência, por exemplo. O tipo mais comum de demência o Alzheimer uma doença neurodegenerativa progressiva, responsável pela perda da função cognitiva e autonomia, porém ainda irreversível e sem medidas para interromper seu curso. Este presente estudo teve como finalidade avaliar o grau de independência em indivíduos com doença de Alzheimer (DA) utilizando Índice de Barthel. A pesquisa de campo foi realizada no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, utilizando 11 indivíduos com diagnóstico de DA, com idade média de 79 anos. O Índice de Barthel tem por finalidade avaliar a capacidade funcional na realização das atividades da vida diária (AVD’s). Este questionário é composto por dez itens que incluem alimentação, banho, vestuário, higiene pessoal, bexiga (controle do esfíncter vesical), intestino (controle do esfíncter anal), vaso sanitário, deslocação (transferência cama-cadeira), deambulação e escadas (capacidade de subir e descer escadas). A pontuação varia de 0 a 100 pontos, com intervalos de cinco pontos, ou seja, 0,5,10 e 15.Portanto quanto mais próximo estiver do 100 pontos melhor será seu estado funcional, maiores as chances de ser independente para realizar as AVD’s. Resultados: o Índice de Barthel se mostrou eficaz para avaliar o grau de independência dos indivíduos com DA, porém seria interessante a utilização de outros testes e escalas além de uma avaliação física para que se obtenha uma melhor intervenção fisioterapêutica.
Palavras-chave: Doença de Alzheimer. Fisioterapia. Índice de Barthel.
7
ABSTRACT
With the increasing of the elderly population, it also increases the incidence of
chronic degenerative diseases such as dementia, for example. The most
common type of dementia is Alzheimer's disease, a progressive
neurodegenerative disease, responsible for the loss of cognitive function and
autonomy, but it is also irreversible with no measures to stop its course. The
purpose of this this present study was to evaluate the degree of independence
in individuals with Alzheimer's disease (AD) using the Index Barhtel, and
through it suggests a physical therapy proposal. The research was conducted at
Dom Bosco Physical Rehabilitation Center, using 11 individuals diagnosed with
DA with an average age of 79 years old, 36% had diabetes and 64%
hypertension. The Barthel Index is intended to evaluate the functional capacity
of individuals to performe daily activities (DAs). This questionnaire consists of
ten items that includes: feeding, bathing, dressing, personal hygiene, bladder
(bladder sphincter control), bowel (anal sphincter control), toilet, displacement
(bed-chair transfer), walking and stairs (the capacity of up and down stairs). The
score ranges from 0 to 100 points, with intervals of five points, e.g. 0, 5, 10 and
15. Therefore, closer they are to 100 points better their functional status and
probably they are more independent to perform they daily activities (ADs).
Results: Index Bathel proved to be more effective to evaluate the degree of
independence of the individuals with AD, but it would be interesting to use other
tests and scales, as well as, a physical assessment to get a better physical
therapy intervention.
Keywords: Alzheimer’s disease, Physiotherapy, Barhtel Index
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Gênero e idade................................................................................35
Tabela 2. Doenças associadas.......................................................................35
Tabela 3. Tempo de diagnóstico.....................................................................35
Tabela 4. Alimentação....................................................................................36
Tabela 5. Banho..............................................................................................36
Tabela 6. Higiene Pessoal..............................................................................37
Tabela 7. Vestimenta......................................................................................37
Tabela 8. Intestino..........................................................................................38
Tabela 9. Bexiga.............................................................................................38
Tabela 10. Transferência Banheiro...................................................................39
Tabela 11. Transferência Cama........................................................................39
Tabela 12. Deambulação..................................................................................40
Tabela 13. Subir escadas..................................................................................40
Tabela 14. Nível de dependência......................................................................41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AVD’s: Atividades da vida diária
D.A: Doença de Alzheimer
ENF: Emaranhados neurofibrilares
PS: Placas senis
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Índice de Barthel...............................................................................29
Quadro 2: Nível de dependência.......................................................................32
Quadro 3: Índice de Barthel modificado.............................................................32
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................11
CAPÍTULO I- A DOENÇA DE ALZHEIMER................................................14
1 CONCEITO.............................................................................................14
1.1 Doença de Alzheimer..............................................................................15
1.1.2 Alterações Neuropatológicas..................................................................15
1.1.3 Aspecto Genético....................................................................................17
1.1.4 Diagnóstico.............................................................................................18
1.2 Curso Clínico da doença.........................................................................19
1.2.1 Alterações motoras.................................................................................22
1.3 Tratamento da D.A..................................................................................23
1.4 Fisioterapia..............................................................................................24
CAPÍTULO II- AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM INDIVIDUOS COM
DOENÇA DE ALZHEIMER UTILIZANDO O ÍNDICE DE
BARTHEL..........................................................................................................26
2 AVALIAÇÃO FUNCIONAL.......................................................................26
2.1 Introdução...............................................................................................26
2.2 Índice de Barthel.....................................................................................26
2.3 Histórico..................................................................................................27
2.3.1 Vantagens...............................................................................................27
2.3.2 Desvantagens.........................................................................................28
2.3.3 Confiabilidade..........................................................................................28
2.4 Índice de Barthel.....................................................................................30
2.4.1 Aplicação do Índice de Barthel................................................................31
2.4.2 Interpretação...........................................................................................33
2.5 Estudos que utilizaram o Índice de Barthel............................................33
CAPÍTULO III- A PESQUISA............................................................................34
3 INTRODUÇÃO.............................................................................................34
3.1 Métodos e Técnicas................................................................................34
3.2 Descrição dos resultados........................................................................35
3.2.1 Depoimento do fisioterapeuta.................................................................41
3.2.2 Depoimento do cuidador.........................................................................42
3.3 Discussão................................................................................................42
10
3.4 Parecer final sobre a pesquisa................................................................44
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................45
CONCLUSÃO....................................................................................................46
REFERÊNCIAS.................................................................................................47
APÊNDICES......................................................................................................53
ANEXOS............................................................................................................60
11
INTRODUÇÃO
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), traz os seguintes
dados: entre 1950 e 2025, a população de idosos no Brasil crescerá em
dezesseis vezes, o que segundo o órgão supracitado, colocará o País como a
sexta população de idosos do mundo. Junto com aumento da população idosa
no país aumenta também os casos de doenças crônicas. Dentre os problemas
crônicos têm-se os neuropsiquiátricos onde se destaca a demência, que se
caracteriza por uma diminuição das funções cognitivas intelectuais podendo
incluir perdas de memória, da abstração do raciocínio, do senso crítico e da
linguagem. (RANDOVIC E KATO, 2007). Segundo as mesmas autoras a
doença de Alzheimer (DA) é o tipo mais comum de demência, sendo que dos
pacientes com demência existem em torno de 50 a 60% com a doença de
Alzheimer. MELLO e DRIUSSO (2011) afirmam que a doença de Alzheimer é
lenta, progressiva, degenerativa e irreversível. CARAMELLI e FORLENZA
(2000) nos mostra que DA acomete a morte de neurônios além da presença de
placas senis, lesões encontradas em todas as estruturas do córtex cerebral e
hipocampo. Há também a presença de emaranhados neurofibrilares, que são
lesões intracelulares constituídas pelo acúmulo anormal de material fibrilar, e
ocorre atrofia cerebral, o grau da mesma é percebido de maneira individual.
Quanto aos sintomas Randovic e Kato (2007) relatam que acomete perda de
memória, déficit de atenção, problemas de linguagem, pode provocar
mudanças comportamentais, como agitação e agressividade, alterações na
mobilidade decorrente das limitações causadas pelo déficit cognitivo,
diminuição da capacidade de apreensão do ambiente, apraxia da marcha,
dificuldades de adaptação a novos ambientes e alterações motoras
extrapiramidais. O quadro de incapacidade motora somado a sintomas
psiquiátricos geram necessidade constante de um cuidador. O quadro clínico
pode se dividir em três estágios: fase inicial/leve, onde existe perda da
memória recente, dificuldade de aprender e reter informações. Fase
intermediário/moderado, em que o indivíduo é completamente incapaz de
aprender e reter novas informações. Fase final/ grave, em que o indivíduo é
totalmente incapaz de andar, fica acamado, apresenta incontinência urinária e
fecal e não conversa.
12
O Índice de Barthel tem como finalidade avaliar o grau de independência
de indivíduos em relação as suas atividades da vida diária (AVD’s), mais
especificamente, a sua capacidade em relação a seus cuidados pessoais. É
composto por 10 itens, que avaliam aspectos diversos, como habilidade para
se alimentar, vestir, higiene pessoal e movimentação. Para cada item do
desempenho avaliado, o indivíduo recebe uma pontuação, em função do seu
grau de independência para realizar suas atividades de vida diária (AVD’s),
cuja pontuação vai de zero a cem, onde indica desde dependência total até a
independência total.
Este estudo tem como objetivo utilizar o Índice de Barthel para avaliar o
grau de independência em indivíduos com DA. O estudo contará com 11
indivíduos portadores da doença de Alzheimer que responderão perguntas
relacionadas ao índice e outras com intuito de saber o tempo que a DA foi
diagnosticada, se há comorbidades associadas. As entrevistas ocorreram no
Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, sendo 6 do gênero feminino e 5 do
gênero masculino, com uma faixa de idade média de 79 anos, todos com
diagnóstico pré-estabelecidos pelo médico.
A proposta do estudo é verificar: o Índice de Barthel é útil para analisar o
grau de independência em indivíduos com DA em uma avaliação
fisioterapêutica?
De acordo com Silva e Uwagoya (2007), que utilizou o Índice de Barthel
em seu estudo, usando-o como comparativo antes e após a intervenção
fisioterapêutica, os indivíduos estudados apresentaram 23% de pontuação
máxima (100 pontos) em ambas as avaliações, significando independência
funcional, 15% obtiveram 55 pontos nas duas avaliações, 23% demonstraram
maior independência funcional na segunda avaliação, 39% apresentaram
menor independência funcional na segunda avaliação.
FEITEIRA et al (2007), em seu trabalho informa que a fisioterapia tem
uma real importância no tratamento do portador de Alzheimer, podendo atuar
em todos os estágios da doença, tanto no que se refere aos aspectos motores,
sociais, psicoemocionais e ocupacionais da vida dos pacientes, familiares e
cuidadores envolvidos. O mesmo afirma também que o exercício físico,
principalmente os exercícios aeróbicos, tem sido usado para melhorar a função
cerebral, isso ocorre por meio de vários mecanismos fisiológicos, incluindo a
13
melhora do fluxo sanguíneo cerebral, o aumento das demandas metabólicas, e
dos fatores de amadurecimento do hipocampo, além de uma menor perda de
tecidos cerebrais no envelhecimento o dos seres humanos. Os efeitos parecem
também auxiliar na redução de comportamentos inadequados de agressividade
e depressão, bem como melhora na comunicação e participação social.
O presente estudo tem como intenção mostrar que o Índice de Barhtel
apresenta resultados satisfatórios para ser utilizado em indivíduos portadores
da DA em uma avaliação Fisioterapêutica.
A pesquisa fica assim organizada:
Capítulo I: Conceito A Doença de Alzheimer
Capítulo II: Fala sobre a Avaliação Fisioterapêutica em indivíduos com
Alzheimer.
Capítulo III: Apresenta a Pesquisa de Campo
Finalizando, tem-se a Conclusão, Referências, Apêndices e Anexos
14
CAPÍTULO I
DOENÇA DE ALZHEIMER
1 CONCEITO
O termo demência refere-se a uma síndrome clínica em que ocorre deterioração progressiva e persistente de funções intelectuais (ou cognitivas) sem alteração primária da consciência ou da percepção, acompanhada de alteração do comportamento e mudanças na personalidade do indivíduo, que acarretam prejuízo em suas atividades de vida diária (profissionais e sociais). (RADANOVIC e KATO, 2007, p.1).
Segundo Radanovic e Kato (2007) como a demência tem caráter
persistente permite que a diferencie de estado confusional agudo (delirium),
onde ocorre uma incapacidade transitória, assim o individuo não pensa com
clareza, coerência e velocidade habituais, também acompanhada de falta de
concentração e atenção, acompanhada de desorientação e alterações da
percepção.
A prevalência de demência aumenta bastante com a idade, dobrando a
cada cinco anos, aproximadamente, a partir dos 65 anos de idade, de acordo
com Jorm e Col (apud NITRINI 2000, p23). Atinge tanto homens quanto
mulheres.
Smith (1999) afirma que a Doença de Alzheimer (DA) é uma afecção
neurodegenerativa progressiva e irreversível de aparecimento insidioso, que
acarreta perda de memória e diversos distúrbios cognitivos. É considerada uma
síndrome progeróide genética, uma vez que está associada ao envelhecimento
e apresenta um evidente componente genético.
Importante afirmar que todas as pessoas que têm Alzheimer tem
demência, mas nem todos com demência têm Alzheimer.
DA é considerada por Zatta (2009) como uma doença no qual ocorre um
processo inflamatório no cérebro causando pouco a pouco a morte dos
neurônios. Essa destruição se inicia de forma mais intensa em uma porção do
lobo frontal, no hipocampo, que desempenha papel importante nos processos
de memória, sendo esse o motivo do esquecimento, tão característico da DA.
15
Mello e Driusso (2011) em seu trabalho, descreve a DA como uma
doença neurológica, progressiva, degenerativa, lenta e irreversível. Ressalta
ainda que DA tem acometimentos comportamentais, como agitação e
agressividade, alterações na mobilidade causadas pelo déficit cognitivo,
diminuição da capacidade de apreensão do ambiente, apraxia na marcha,
dificuldades de adaptação a novos ambientes. Acomete também problemas de
linguagem e déficit de atenção.
1.1 Alterações Neuropatológicas
O exame neuropatológico é até hoje o único método diagnóstico definitivo para a doença de Alzheimer (DA). Além disso, o conhecimento das alterações histológicas que ocorrem no cérebro no curso da doença é fundamental para a melhor compreensão da sua fisiopatologia. (CARAMELLI e FORLENZA, 2000,P.107)
A DA no exame macroscópico, aparece com atrofia difusa, e não
uniforme, se mostrando mais proeminente nas regiões frontais, temporais e
parietais e áreas corticais associativas. (CARAMELLI e FORLENZA, 2000).
O mesmo autor afirma também que as alterações microscópicas revelam
perda neural e degeneração sinápticas. A perda neural em sua maioria ocorre
nas camadas piramidais do córtex cerebral e com isso as estruturas límbicas e
os córtices associativos, são afetados, com certa preservação das áreas
corticais primárias, motora, somatosensitiva e visual. Alguns estudos mostram
que o processo patológico da DA se inicia nas estruturas límbicas do lobo
temporal, mais especificamente do hipocampo e do córtex entorrinal. Braak e
Braak, e Holf e col. (apud CARAMELLI e FORLENZA, 2000,p.107).
A DA tem como característica não somente alterações descritas acima,
se incluem a presença de duas lesões principais, as placas senis e os
emaranhados neurofibrilares. Afirma Caramelli e Forlenza (2000)
Smith (1999) verificou em seu trabalho acúmulo de proteína beta
amilóide nas placas senis e da microtubulina tau nos novelos fibrilares.
Segundo Caramelli e Forlenza (2000) as placas senis (PS) são
depósitos extracelulares de proteína beta-amelóide. Análise bioquímica
demonstra que essa proteína é derivada da Precursor Proteína Amiloide (PPA)
seu gene se localiza no cromossomo 21, é encontrada principalmente nas
16
terminações nervosas, sua degradação anormal produz a agregação da
insolúvel proteína beta amiloide. A grande maioria de pesquisadores acredita
que o depósito de amilóide possa ser tóxico aos neurônios
De acordos com os autores acima citados, as placas podem ser
descritas sob três formas distintas na DA.
a)Difusas: na formação há limitada participação celular, formada por
fibrilas de proteínas beta-amilóide dispostas de forma desorganizadas e
sem terminações nervosas degeneradas (neuritos distróficos).
b)Neuríticas: apresentam neuritos distróficos em sua composição, além
da proteína beta-amilóide e da proteína tau. A PS neurítica apresenta
dois sub tipos: Maduras, onde há deposito de proteínas beta-amilóide na
região central. Primitivas, onde o depósito central está ausente. Nos dois
subtipos existem também fibrilas de beta-amilóide dispostas em arranjo
radial em direção à periferia da lesão, além de apresentarem reação glial
ao seu redor.
c)Desgastadas: apenas denso acúmulo de proteína beta-amilóide sem
participação de neuritos distróficos. Esse é raramente observado na DA.
Os mesmos autores salientam que há evidencias que as PS difusas
transformam-se em PS neuríticas, que representariam lesões mais maduras ou
estágio mais avançado da doença.
Há pesquisadores que defendam que as PS são encontradas no cérebro
de idosos sadios como resultado do processo normal de envelhecimento,
porém é possível que indiquem fase assintomática da doença. (SAYEG, 1993)
Mais recentemente, foi identificado outro subtipo de PS, que tem como
característica a ausência da proteína beta-amilóide, por acumular outro tipo de
proteína. Mesmo sendo observadas na mesma região que as PS neuríticas, a
localização dessas lesões não é coincidente e seu papel na fisiopatologia da
doença ainda não está esclarecido, ressalta CARAMELLI e FORLENZA (2000).
Os autores citados acima descrevem que emaranhados neurofibrilares
(ENF) são de ocorrência intracelular, enquanto as PS constituem alterações
extracelulares. Importante ressaltar que ENF não é exclusivo da DA, podem
estar presentes em outras doenças como Síndrome de Down e algumas
doenças extrapiramidais, Parkinson pós- cefálico, por exemplo. Isso mostra
17
que ENF podem representar uma reação neural não específica a lesão
cerebral.
Segundo Sayeg (1993) na análise bioquímica demonstra que nos novelos
neurofibrilares são formados principalmente pela proteína tau, cuja função é de
estabilizar os microtúbulos dos axônios, estruturas responsáveis pela formação
e manutenção dos contatos interneuronais. Essas funções são alteradas
quando a proteína tau é modificada pela adição anormal de fósforo no
processo – fosforilação. O substrato básico dos novelos neurofibrilares é a
proteína tau hiperfosforilada.
Caramelli e Forlenza (2000) nos mostra que os ENF na DA são
encontrados no hipocampo, córtex entorrinal e amídalas, como também em
áreas corticais associativas, enquanto os córtices motor, somatosensitivo e
visual primário são pouco afetados, da mesma forma que ocorre com as PS .
Os ENF podem ser divididos em três:
a)Estágio inicial: Transentorrinal, onde ocorre acometimento
essencialmente de córtices transentorrinal e entorrinal, e apresentam
alterações na memória, personalidade e nas habilidades visuais e
espaciais;
b)Estágio límbico: acentua-se o comprometimento da formação
hipocampal e de áreas adjacentes, incluindo o córtex entorrinal,
amídala e substância ( núcleo basal de Meynert), e acomete também o
neocórtex temporal, orbitofrontal e giro do cíngulo. O acometimento do
núcleo basal de Meynert (importante fonte colinérgica para o córtex
cerebral), precoce e intenso é responsável por grande parte do déficit
colinérgico que ocorre na DA e,
c)Fase final: estágio isocortical, o processo patológico se estende para
áreas associativas.
1.1.2 Aspectos Genéticos
Fridman et.al (2004), em sua pesquisa sobre alterações genética da DA,
afirmam que foi possível identificar quatro genes consistentemente associados
com o maior risco de desenvolvimento da doença: APP, apoE, PSEN1 e
PSEN2. No entanto, inúmeros estudos apontam para o papel importante de
18
outros genes, fortalecendo a hipótese de uma doença poligênica e multifatorial.
Por isso, novas abordagens de estudo têm um futuro promissor, podendo
indicar uma vasta população de genes ou alterações moleculares que possam
explicar o surgimento da doença vindo a fornecer as bases para a
compreensão da DA e também adquirir de novas e mais eficazes abordagens
de tratamento ou prevenção da doença.
1.1.3 Diagnóstico
Chaves (2000) “afirma sobre a demência da DA,” se apresenta com
início insidioso e curso com deterioração progressiva”. Tem como característico
diagnóstico clínico e patológico combinado, porém a certeza se apresenta
através de biópsia cerebral ou exame pós- morte, onde apresentam alterações
histológicas da DA, como placa senis e emaranhados neurofibrilares no
hipocampo e neocórtex.
O autor citado acima acrescenta que mesmo que a DA seja uma doença
que requeira autópsia para seu definitivo diagnóstico, não é necessário esperar
até a morte para saber com certo grau de certeza o que está provocando os
sintomas e comportamentos no indivíduo. Para o diagnóstico inclui história
completa do paciente e de sua família, exame físico, revisão do uso de
fármacos, exame neurológico e testes neuropsicológicos, avaliação psiquiátrica
e testes laboratoriais.
Salienta o autor que a avaliação completa deve ser realizada quando o
individuo apresenta os primeiros sintomas como, queixa de perda de memória,
confusão ou declínio nas AVD’s.
O mesmo autor ainda afirma que o diagnóstico da DA deve se basear
principalmente nos critérios da Associação Psiquiátrica Americana (DSM) e nos
critérios do NINCDS-ADRDA.
Radanovic e Kato (2007) afirma que não existe nenhum achado
específico nos exames de neuroimagem. Tomografia computadorizada e
ressonância magnética, em geral apresentam atrofia cortical salientadas no
hipocampo, lobo temporal medial e regiões frontoparietais. Tomografia por
emissão de fótons único (SPECT-single photon emission computerized
tomography) ou tomografia por emissão de pósitrons (PET- pósitron emission
19
tomograph) mostram prejuízo de perfusão e metabolismo cerebral
predominantemente em regiões posteriores, temporoparietais.
De modo geral, cabe ressaltar, segundo De Santi (2000) que o uso de
técnicas estruturais para estudar déficits de memória evolui e inclui medidas
qualitativas e quantitativas. Essa abordagem permite aos pesquisadores e
clínicos a avaliação da DA relacionando alterações cerebrais e sua relação ao
desempenho cognitivo.
Os instrumentos mais comuns utilizados para diagnosticar demência/
DA, são ,segundo Bertolucci (2000), Mini exame do Estado Mental (MEEM),
Teste de Informação-Memória-Concentração (IMC), Teste Reduzido de
Informação-Memória-Concentração, Questionário Reduzido do Estado Mental
(MSQ) e Questionário do Informante sobre Declínio Cognitivo (QIDEC).
1.2 Curso clínico da DA
Difícil afirmar com precisão quanto dura a DA, pois no início os sinais
como perda de memória e depressão podem ser associados à idade. A
importância só é dada quando passam a interferir nas atividades da vida diária
(AVD’S). Podem-se encontrar indivíduos com DA entre um ano e meio a 15
anos de doença. Nos critérios do NINCDS-ADRDA (MCKAHM. Col 1984 apud
BRUCKI 2000), para casos prováveis deve-se incluir perda progressiva de
memória e pelo menos declínio de outra função cognitiva. A DA tem também
como característica perda progressiva no funcionamento das AVD’s, trabalho,
atividades sócias e lazer. (BRUCKI, 2000).
Radanovic e Kato (2007) descrevem três estágios da DA:
a) Estágio I (fase leve ou inicial): Se caracteriza por falta de
iniciativa, perda de interesse em atividades anteriormente consideradas
prazerosas, falta de atenção ao realizar tarefas onde cansaço, depressão
ou tédio podem ser atribuídos, no início, como sendo a causa.
Desenvolve-se déficit de memória, esquecimento de compromissos,
conversa recente (dificuldade com memória episódica anterógrada), e o
próprio nome. O paciente repete muitas vezes a mesma pergunta, mas
não consegue reter a resposta. Começa a não aprender novas
20
informações. A memória sobre acontecimentos passados está
relativamente preservada, porém fatos do dia-a-dia são esquecidos.
Habilidades como raciocínio e abstração se tornam comprometidas,
dificultando planejamento de atividades, administração de finanças e
compreensão de situações complexas. Tarefas complexas são cada vez
mais difíceis de realizar. Tornam-se indivíduos que se distraem
facilmente. Ocorre desorientação espacial, o que faz com que o individuo
se perca em trajetos conhecidos, o que torna evidente a dificuldade em
dirigir.
Discurso vazio, dificuldades para encontrar as palavras e nomes e
pobreza em ideias deixam a mostra o comprometimento com a
linguagem.
b) Estágio II (fase moderada ou intermediária): ocorre deterioração
progressiva de todas as funções cognitivas, a memória para informação
recente e remota está gravemente comprometida. As habilidades
visoespaciais se comprometem mais, o paciente não consegue copiar
um desenho e passam a se perder na própria moradia. Os déficits de
abstração e cálculo se agravam.
A dificuldade na fala e linguagem se agravam, ocorre diminuição
progressiva da fluência, da capacidade de compreensão e da repetição.
A troca de fonemas e nomes (parafasias) são frequentes.
A função motora e a coordenação ainda são normais, porém surgem
inquietações e perambulações.
Apraxia e agnosia estão presentes, porém devido o intenso déficit de
memória e deterioração da compreensão da linguagem, a avaliação é
difícil.
c)Estágio III (fase grave ou avançada): As funções cognitivas estão
gravemente comprometidas. Na fala o paciente se restringe a apenas
repetir palavras que lhe são ditas, sem significado e intenção de se
comunicar, repete sílabas ou palavras, sem significado de comunicação,
e posteriormente ocorre o mudismo. Tem dificuldade para deglutição e
incontinência esfincteriana. O indivíduo adota uma postura em flexão e
rígida, com a deterioração perde a consciência do ambiente ao seu
21
redor, olhos abertos, mas sem respostas. Esse estado se prolonga até
se encontrar um estado vegetativo persistente.
As mesmas autoras ainda descrevem alterações no comportamento,
indicando sintomas psiquiátricos mais comuns na DA, como apatia, agitação,
depressão, insônia, ansiedade e irritabilidade. Menos frequentes delírios e
alucinações podem ocorrer. Muitos pacientes apresentam confusão mental e
inquietação ao final do entardecer, fenômeno conhecido como agitação
alimentar.
Ocorrem alterações de ingestão alimentar no começo, apresentando
compulsão alimentar, seguido da redução, em estágios avançados o paciente
não solicita nem de água nem de comida, tendo que ser alimentado pelo
cuidador.
As alterações interferem nas AVD’s, quando se tornam agressivos ou
agitados, não permitem cuidados dos cuidadores. Essas alterações podem
interferir no sono.
Cumming e Benson (apud Brucki, 2000,p.120) dividem a DA em três
estágios:
a) Primeiro: de um a três anos de duração
b) Segundo: variação de 2 a 10 anos
c) Terceiro : de 8 a 12 anos.
A definição feita pelos autores citados acima tem base na descrição do
nível cognitivo como memória, funções visuoespaciais e linguagem,
personalidade, sintomas pisiquiátricos e evolução através de exames
(tomografia, ressonância magnética), EEG, SPECT tomografia
computadorizada por emissão de fóton único e PET tomografia por emissão de
pósitrons.
A percepção dos próprios déficits, principalmente os de memória, é preservada em estágios iniciais. Com a evolução, porém, os pacientes deixam de perceber sua deterioração... hábitos de higiene e vestir-se inapropriadamente são problemas comuns...Em estágios avançados apresentam problemas quanto à incontinência urinária e fecal, podendo inicialmente ser secundária a desorientação espacial, em que pacientes se perdem dentro de casa, não conseguindo localizar o banheiro. ( BRUCKI,2000,p.125).
22
1.2.1 Alterações motoras
Segundo Radanovic e Kato (2007), com a progressão da DA alguns
reflexos se tornam mais evidentes, devido à desinibição motora secundária a
lesão degenerativa nas áreas pré-motoras. São eles: Reflexos de preensão,
reflexos de sucção (em resposta a estímulos visuais e táteis), exaltação do
reflexo glabelar, reflexos afocinhar, reflexos palmomentual (retração da
musculatura de um lado da boca e queixo quando a eminência tenar ipsilateral
é estimulada) e reflexos profundos tendinosos, são mais evidentes nas fases
mais avançadas.
As mesmas autoras afirmam que as funções motoras e de coordenação,
estão presentes durante boa parte da doença, porém conforme a doença
progride as alterações aparecem. Alguns indivíduos podem apresentar lentidão
dos movimentos desde o início da doença. Com o avanço da DA, sinais
parkinsonianos podem aparecer, são eles acnesia, rigidez plástica e um leve
tremor em repouso. Com o avanço e gravidade da doença o individuo não
consegue mais se manter em pé e andar, nessa fase podem aparecer
movimentos coreicoatetósicos, mioconias difusas e convulsões. O indivíduo
chega a óbito, normalmente, em decorrência de infecções pulmonares,
urinária, secundária a escaras, dentre outras, ou de embolia pulmonar.
Sobre alterações na marcha e equilíbrio:
[...] três sistemas (visual, vestibular e somatossensorial) são responsáveis pela captação das informações originadas do meio, além das próprias informações corporais. São dessa forma, responsáveis pelo fornecimento de informações como o tipo do solo (estável-piso reto, ou instável- grama ou areia), a altura do degrau, a presença de objetos à frente, presença de aclive ou declive, a luminosidade do local, movimentos rotacionais de cabeça, tronco ou corpo completo. (RADANOVIC e KATO, 2007,p.33.)
Como descrevem Radanovic e Kato (2007) as alterações nos três
sistemas, citados acima, durante o envelhecimento é normal, tornando as
informações aferentes deficitárias, causando falta de equilíbrio. Com a
degeneração neural essas alterações tornam-se mais acentuadas. Em
indivíduos com DA, com o avanço da doença, passam a apresentar
instabilidades na marcha, devido à apraxia da marcha (passos curtos,
dificuldade para iniciar a marcha, hesitação na rotação, desequilíbrio
23
moderado), associada à perda de força muscular e de flexibilidade, que acaba
levando à flexão de membros inferiores e de tronco, e diminuição da
dissociação de cinturas.
1.3 Tratamento da DA.
Caovilla e Carineu (2002) relatam que o tratamento farmacológico tem a
intenção de corrigir os déficits cognitivos e os danos de memória, os
medicamentos usados são Tacrina, Rivastigmina e Donepezil Galantina. Esses
medicamentos têm como finalidade aumentar a quantidade de acetilcolina em
nível cerebral, que parece ser a principal controladora de memória. Porém os
medicamentos têm efeitos colaterais como: náuseas, diarréia, vômitos, fadiga,
insônia, falta de apetite, tontura entre outros efeitos colaterais que tendem a
desaparecer nas primeiras semanas.
Após descrever a DA como sendo uma doença degenerativa e
progressiva, que pode ter como manifestação clínica o comprometimento
cognitivo, transtornos psicológicos e do comportamento, e que o tratamento
deve ser precoce e envolver aspectos multidisciplinares e individualizados,
para cada fase da doença. Engelhardt, et al. (2003) descreve que o tratamento
pode ser em síntese:
a) Farmacológico: Medicamentos administrados em doses baixas e
que aumentam gradativamente. Esse tratamento tem o intuíto de
diminuir os déficits cognitivos, mas vale observar que doses iniciais
recomendadas para transtornos psiquiátricos podem levar a sedação
ou piora do quadro de delírio. Os medicamentos são usados de acordo
com os sintomas apresentados pelo paciente.
b) Farmacológico compensatório: Utilização de drogas que agindo
de maneira isolada ou em conjunto com outras, possam compensar a
lesão cerebral ocorrida. Essas drogas são inibidores da colinesterase :
receptores colinérgicos, anti-inflamatórios e imuno-moduladores, dentre
outros.
c) Combinados/associações medicamentosas: Associação de
drogas de diferentes mecanismos de ação que podem ter efeito maior
agindo de forma combinada do que agindo de forma isolada.
24
No estudo de Dionisio (2011), é relatado que o tratamento de modo
geral, tem o intuito de minimizar os sintomas, proteger o sistema nervoso e
retardar o máximo a evolução da doença.
A autora afirma que os medicamentos inibidores de acetilcolinesterase,
atuam para inibir a degradação de acetilcolina que é produzida e liberada em
algumas regiões do cérebro. Outro fator é o glutamato que atua como
neurotransmissor excitatório do sistema nervoso central a seus receptores,
porém também é responsável por reações de excitotoxidade com liberação de
radicais livres e lesão tecidual e neural.
Outros medicamentos indicados são os antidepressivos, porém em
estudos apresentou-se que os medicamentos diminuem a concentração,
atenção e estado de vigília, mas melhora o humor e o apetite e diminui a
ansiedade. Os medicamentos antipsicóticos, são utilizados, pois diminuem as
alucinações, agressividade, distúrbios de humor, apatia, etc.
(DIONISIO,2011,p.24-25.)
De acordo com Caovilla ( 2002), o tratamento pode contar com uma
equipe multidisciplinar como intervenções psicológicas com terapias
específicas, treinamento das atividades da vida diária e atividades da vida
prática, que podem retardar relativamente a evolução da doença.
1.4 Fisioterapia
Nos últimos anos a população idosa vem aumentando
consideravelmente, a fisioterapia atua na área da Gerontologia com grande
destaque na área preventiva, não apenas evitando ou minimizando a
ocorrência de perdas fisiológicas nos sistemas ósseo e neuromuscular, mas
também retardando as incapacidades resultantes de doença crônico
degenerativas, comuns no envelhecimento como, osteoartrose, osteoporose e
as demências degenerativas. (RADANOVIC e KATO, 2007).
Rebelatto e Morelli (2004) também concordam que na terceira idade o
principal objetivo clínico é a prevenção, destacando a manutenção da
habilidade funcional. A infinidade de sintomas apresentados por essa
população não deve ser explicada por apenas um processo patológico.
25
A fisioterapia tem o foco de atuação, na gerontologia, em autonomia e
independência funcional. A autonomia é a capacidade de tomar decisões,
ponderar sobre suas opiniões e vontades, considerando o estado emocional,
cognitivo e eventos anteriormente vividos. O individuo decide o que quer fazer
e o que não quer fazer frente a uma proposta. Independência funcional,
relacionado à capacidade física em realizar tarefas, junto com aspectos
cognitivos e emocionais para planejar uma atividade. Isto é, mesmo que os
aspectos físicos como, amplitude de movimento articular e força estejam
preservados, caso o indivíduo tenha depressão, por exemplo, não realizará
suas atividades de forma independente, precisando de estímulo por falta de
iniciativa (RADANOVIC e KATO, 2007).
As autoras citadas acima nos mostram outro exemplo, paciente com
demência, na fase inicial, com preservação da capacidade física, com
autonomia prejudicada pelos déficits cognitivos, mesmo que tenha autonomia
para decidir o querem e os que não querem, não podem ser considerados
autônomos, pois, sua orientação visuespacial, memória e capacidade de
julgamento encontram-se alterados, podendo causar riscos ao sair de casa
sozinhos ou usar meios de transporte.
Ainda segundo as autoras, a fisioterapia atuará para proporcionar a
manutenção da capacidade física por maior tempo, afim de não deixar que
ocorra uma diminuição das atividades funcionais em decorrência de aspectos
físicos.
O tratamento fisioterapêutico dependerá das necessidades do paciente.
Segundo Feiteira (2007) a fisioterapia tem real importância no tratamento de
pacientes com DA, podendo atuar em todos os estágios da doença, tanto ao
que se refere nos aspectos motores, sociais, psicoemocionais e ocupacionais.
Os exercícios físicos principalmente os aeróbicos, tem grande importância
como, por exemplo, aumento do fluxo sanguíneo no cérebro, sensação de bem
estar, melhora na comunicação social.
26
CAPÍTULO II
AVALIAÇÃO FUNCIONAL ATRAVÉS DO ÍNDICE DE BARTHEL
2 AVALIAÇÃO FUNCIONAL
2.1 INTRODUÇÃO
A avaliação funcional tem por objetivo a identificação de
atividades funcionais pertinentes e a habilidade de um indivíduo de engajar-se
com sucesso nessas atividades. Em essência, a avaliação funcional determina
como uma pessoa realiza certas tarefas ou preenche certos papéis nas várias
dimensões da vida. (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2004)
Limitação funcional é a incapacidade de um indivíduo realizar uma
ação do mesmo modo que a maioria das pessoas realiza, resulta geralmente
de um comprometimento. (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2004)
2.2 Índice de Barthel
Uma escala pode mensurar o dano neurológico: perda ou anormalidade de uma função psicológica, fisiológica ou anatômica; pode abordar a incapacidade: restrição ou carência resultante na habilidade de executar uma tarefa dentro de padrões considerados normais; ou ainda avaliar a desvantagem ou invalidez: prejuízos que afetam o indivíduo em seu contexto social após seu acometimento. (CANEDA, et al,2006, pg 691).
O Índice de Barthel é um dos instrumentos utilizados para avaliar a
capacidade funcional na realização das atividades da vida diária (AVD’s). Na
versão original, é composto por dez itens que incluem alimentação, banho,
vestuário, higiene pessoal, bexiga (controle do esfíncter vesical), intestino
(controle do esfíncter anal), vaso sanitário, deslocação (transferência cama-
cadeira), deambulação e escadas (capacidade de subir e descer escadas).
27
Em sua versão original, a pontuação do Índice de Barthel varia de 0 a
100, com intervalos de cinco pontos. Portanto, quanto mais próximo de 100
pontos for o escore alcançado pelo indivíduo no teste, melhor seu estado
funcional, ou seja, maiores as chances deste indivíduo ser independente para
AVD’s. (ARAUJO et al., 2007).
Pontuações inferiores a 50 indicam que o indivíduo é dependente em
atividades de vida diária. (GUIMARÃES; CUNHA, 2004).
Lucareli, Carlik e Klotz (2005) consideram os itens alimentação, asseio,
evacuação, micção, toalete, mobilidade, higiene, locomoção em escadas,
vestimenta e uso de cadeira/cama como essenciais a mensuração das
atividades básicas da vida diária.
2.3 Histórico
De acordo com Ruzafa e Moreno (1997), O Índice de Barthel começou a
ser aplicado em 1955 em pessoas portadoras de doenças crônicas. As
primeiras referências deste índice datam de 1955, mas apenas em 1965 foram
publicados por Mahoney e Barthel os critérios para mensurar a pontuação.
Este índice foi desenvolvido para monitorar o desempenho de pacientes
internados por um tempo prolongado, com condições de paralisia, antes e
depois do tratamento e para indicar os cuidados de saúde necessários.
Em 1955, foi utilizado em hospitais de Maryland com o objetivo de obter
uma medida de capacidade funcional dos pacientes com transtornos
neuromusculares e musculoesqueléticos. (SILVA, UWAGOYA, 2007).
2.3.1 Vantagens
A principal vantagem do uso do Índice de Barthel é a sua simplicidade e
utilidade na avaliação dos pacientes antes, durante e após o tratamento.
Normalmente, é realizada, através de perguntas feitas diretamente ao
paciente ou família/cuidador e pela observação direta do paciente no
desempenho das AVDS. A realização da avaliação através de perguntas aos
cuidadores ou familiares é de 2 a 5 minutos. (BALLESTER, et al, 2009)
28
Através do Índice de Barthel podem-se colher tanto informações globais
quanto parciais para cada atividade, o que ajuda a conhecer as diferenças
específicas de cada pessoa e facilita a avaliação de sua evolução. (SOUZA,
R.A.; LANZA, A.T.L.; BERTOLINI, G.M.M.S.; apud WELWOOD et al 1995 pg
2).
2.3.2 Desvantagens
O Índice de Barthel apresenta algumas limitações. Ruzafa e Moreno
(1997) relatam uma evidência empírica que mostra que o Índice de Barthel é
capaz de detectar uma melhoria ou deterioração em certos níveis de status
funcionais, mas a sua capacidade para detectar alterações em situações
extremas é limitada.
Por exemplo, se uma pessoa com uma pontuação de zero cai em um
estado de inconsciência, e, portanto, um maior nível de dependência, o Índice
de Barthel não muda. O mesmo é verdadeiro para o topo da escala: uma
pessoa independente, mas com alguma limitação funcional, e um atleta, ambos
ganham cem pontos.
Mas para aqueles com pontuação intermediária, as mudanças são
facilmente detectadas. Estas desvantagens são especialmente problemáticas
na prática clínica, enquanto que no domínio da investigação são menos
evidenciados.
2.3.3 Confiabilidade
Na atualidade, este índice segue sendo amplamente utilizado,
essencialmente em contexto hospitalar, unidades de convalescença e centros
de reabilitação. Sendo considerado por alguns autores como o instrumento
mais adequado para avaliar a incapacidade física para a realização das AVD’s.
É uma escala com uma alta validação de confiabilidade, e de
construção, atingindo elevadas correlações com outras medidas de
incapacidade física. (RUZAFA; MORENO, 1997).
Segundo Silva e Uwagoya (2007), o Índice de Barthel demonstra forte
confiabilidade interexaminadores (0,95) e confiabilidade teste-reteste (0,89).
29
Minosso, et al (2009), em um estudo com 100 idosos atendidos em
ambulatórios, mostraram a confiabilidade do Índice de Barthel, apresentando
como resultado, o valor de 0,90. Vale ressaltar que amostras satisfatórias são
valores acima de 0,80.
No estudo de Caneda (2006), et al, verificaram a confiabilidade de três
escalas usadas para avaliação de pacientes com AVC, são elas: Índice de
Barthel, Escala de Rankim e National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS).
Neste estudo foram incluídos 51 pacientes com diagnóstico de AVC em fase
aguda ou subaguda, onde foi comprovado que o Índice de Barthel foi o que
exibiu maior concordância, mostrando ser um instrumento de alta
confiabilidade.
2.4 O Índice de Barthel original
ALIMENTAÇÃO
10= Independente
5= Precisa de ajuda. (por ex: para cortar)
BANHO
5= Independente
HIGIENE PESSOAL
5= Lava o rosto independente, penteia o cabelo, escova os dentes, barbeia-se (lida com a tomada no caso de usar aparelhos elétricos).
VESTIR-SE
10= Independente. Amarra o calçado, fecha zíperes, coloca cintos.
5= Precisa de ajuda, mas faz pelo menos metade do trabalho em tempo razoável.
INTESTINOS
10= Sem acidentes. Capaz de usar enemas ou supositórios, se necessário.
5= Acidentes ocasionais ou precisa de ajuda com enemas ou supositórios.
BEXIGA
10= Sem acidentes. Capaz de carregar a bolsa coletora, se necessário.
5= Acidentes ocasionais ou precisa de ajuda com os dispositivos.
30
TRANSFERÊNCIAS PARA HIGIENE ÍNTIMA
10= Independente no vaso sanitário ou no uso de comadres. Manuseia as roupas, limpa-se, dá descarga ou limpa a comadre.
5= Precisa de ajuda para equilibrar-se, lidar com as roupas ou papel higiênico.
TRANSFERÊNCIAS – CADEIRA E CAMA
15= Independente, incluindo o travamento da cadeira de rodas, levantamento dos apoios de pés.
10= Mínima assistência ou supervisão
5= Capaz de sentar-se, mas necessita de máxima assistência para as transferências.
DEAMBULAÇÃO
15= Independente por 45m. Pode usar dispositivos de assistência, exceto andador.
10= Com ajuda, 45m.
5= Independente com cadeira de rodas por 45m se for incapaz de andar.
SUBIR ESCADAS
10= Independente. Pode usar dispositivos de assistência.
5= Precisa de ajuda ou supervisão. Fonte: O’SULLIVAN; SCHMITZ, pg 316.
2.4.1 Aplicação do Índice de Barthel
De acordo com Minosso et al (2009), a avaliação da atividade
alimentação relaciona-se ao ato de dirigir a comida do prato à boca, a
capacidade de usar qualquer talher, bem como comer em tempo razoável.
Banho refere-se ao uso de chuveiro ou banheira e ao ato de se esfregar
em qualquer uma dessas situações.
Para avaliar a função vestuário, considera-se o ato de pegar as roupas
no armário, bem como o ato de se vestir. Calçar sapatos é excluído da
avaliação.
31
A avaliação da atividade higiene pessoal, relaciona-se a capacidade de
lavar o rosto, as mãos, escovar os dentes e barbear-se sem necessitar de
ajuda.
A avaliação controle dos esfíncteres anal refere-se à ausência de
episódios de incontinência.
Na função da avaliação controle dos esfíncteres vesicais, considera-se
continente quem não apresenta episódios de perda involuntária de urina, e é
capaz de lidar sozinho com a sonda vesical (MINOSSO, et al, 2009).
A função uso do vaso sanitário é avaliada pela facilidade no uso do vaso
sanitário para excreções, assim como, para arrumar as próprias roupas e
limpar-se.
A categoria deslocamento trata das transferências, sejam da cama para
a cadeira, da cadeira para o vaso sanitário, da cadeira para o transporte e vice-
versa.
Para avaliar a deambulação, considera-se independente, a pessoa
capaz de caminhar sem ajuda por até 50 metros, ainda que com o apoio de
bengala, muleta, prótese ou andador.
A independência na função escadas, diz respeito à capacidade de subir
ou descer escadas sem ajuda ou supervisão, ainda que haja necessidade de
dispositivo como muleta ou bengala, ou apoio no corrimão. (MINOSSO, et al,
2009).
2.4.2 Interpretação do índice de Barthel
Os níveis de mensuração estão limitados à independência completa ou a
total dependência. Os escores atribuídos variam de zero pontos (dependente),
5 pontos (necessidade de ajuda ou supervisão), 10 pontos (parcialmente
dependente) e 15 pontos (independente), este último somente considerado da
transferência cadeira/cama e deambulação. Ao todo, somam-se 100 pontos,
traduzindo o nível de dependência do paciente (0-15 = Dependência total; 20-
35= Dependência Grave; 40-55= Dependência Moderada; 60-95= Dependência
leve; 100= Independente).
32
Quadro 2: Nível de dependência
NÍVEL DE DEPENDÊNCIA PONTUAÇÃO
Total 0 a 15 pontos
Grave 20 a 35 pontos
Moderada 40 a 55 pontos
Leve 60 a 95 pontos
Independente 100 pontos Fonte: SILVA; UWAGOYA, 2007, pg 43.
2.4.3 Outras versões do Índice de Barthel
No uso deste Índice, têm sido desenvolvidas outras versões que se
distinguem da original por aumentarem ou diminuírem as atividades avaliadas
e/ou por alterarem o sistema de pontuação. A Escala de Rankin, por exemplo,
é um instrumento de mensuração da incapacidade, e tem sido amplamente
utilizado na avaliação da recuperação de pacientes neurológicos. A versão
atual da Escala de Rankin publicada em 1988 consiste de 6 categorias que vão
do 0 ao 5, sendo que, eventualmente, é acrescentado o score 6 (óbito) em
estudos clínicos
Quadro 3: Índice de Barthel modificado segundo Rankin
Fonte:NASSAR, J.P.A., 2011
33
2.5 Estudos que utilizaram o índice de Barthel
Polese, J.C.et al (2006) utilizaram o índice de Barthel como avaliação
em 16 pacientes com diagnóstico de AVE, onde foi constatado que a grande
maioria dos pacientes eram independentes ou semi-independentes na
realização das suas atividades de vida diária.
Leitão, A.V. A, et al, (2003), avaliaram a capacidade física de candidatos
a transplante hepático em 32 pacientes. A independência das atividades de
vida diária foi avaliada, entre outras escalas, pelo índice de Barthel. Neste
estudo todos os pacientes apresentaram pontuações acima de 80,
caracterizando uma dependência leve.
Schiavinato, A.M., et al (2010), verificaram a influência da realidade
virtual, utilizando um vídeo game da Marca Nintendo, denominado Wii, no
equilíbrio de uma paciente com disfunção cerebelar. A avaliação foi realizada
pelo índice de Barthel, onde a paciente relatou melhora em atividades, como
pendurar a roupa no varal, assim como maior segurança durante a realização
da marcha.
Oliveira e Freitas (2006) aplicaram o índice de Barthel como avaliação
em uma paciente com ataxia espinocerebelar. A paciente apresentava ataxia
da marcha, diminuição da acuidade visual, incoordenação motora, déficit de
equilíbrio estático e dinâmico e disartria. O índice de Barthel aplicado no início
e no final do estudo mostrou sensíveis melhoras nas atividades de vida diária
da paciente: no início do estudo, a paciente obteve 65 pontos e no final do
tratamento proposto obteve 90 pontos.
Araújo, Cabral e Sandoval (2010), aplicaram o índice de Barthel em
idosos institucionalizados e não institucionalizados a fim de comparar a
capacidade funcional destes indivíduos. Dentre os idosos institucionalizados,
todos obtiveram 100 pontos no índice de Barthel, sendo considerados
totalmente independentes, enquanto os idosos não institucionalizados, este
índice variou de 50 a 100 pontos, observando-se a presença de incapacidade
leve a moderada.
34
CAPITULO III
A PESQUISA
3 INTRODUÇÃO
Para demonstrar que o Índice de Barthel é eficaz para analisar o grau de
independência de indivíduos com D.A e que tem bases para sugerir uma
proposta fisioterapêutica, foi realizado uma pesquisa de campo no Centro de
Reabilitação Física Dom Bosco, situado na Rua 9 de julho, na cidade de Lins,
no período de agosto a setembro de 2012.
3.1 Métodos e técnicas
Utilizaram na sua realização os seguintes métodos:
Método de estudo de caso: Foi feita avaliação no Centro de Reabilitação
Física Dom Bosco em 11 indivíduos diagnosticados com D.A. Sendo 5 do
gênero masculino e 6 do gênero feminino com idade acima de 65 anos.
Métodos de Observação Sistemática. Foram observados o grau de
independência para realização das AVD’s e verificaram se o índice de Barthel
é um método de avaliação eficaz para analisar o grau de independência em
portadores de D.A.
As técnicas utilizadas foram:
a) Roteiro de estudo de caso (APÊNDICE A)
b) Roteiro de Observação Sistemática (APÊNDICE B)
c) Roteiro de entrevista com a fisioterapeuta (APÊNDICE C)
d) Roteiro de entrevista com o cuidador (APÊNDICE D)
e) Roteiro de entrevista com portador de DA (APÊNDICE E)
f) Termo de consentimento (APENDICE )
3.2 Descrição dos resultados
35
Os resultados obtidos na pesquisa foram organizados em forma de
tabela.
Tabela 1- Gênero e idade
Gênero N(11) %
Gênero Masculino 5 45 %
Feminino 6 55%
Idade 60-70 anos 1 9%
71-80 anos 4 36%
81-90 anos 5 55%
Fonte: Elaborada pelas autoras (2012)
Foram avaliados 11 indivíduos sendo 45% homens (n=5) e 55%
mulheres (n=6). Em relação à idade houve a média de 79 anos, sendo que a
idade variou de 68 a 90 anos, a maior incidência entre a faixa etária foi de 81 a
90 anos (55%), e a menor de 60 a 70 anos com 9%.
Tabela 2- Doenças associadas
N (11) %
Diabetes
4 36 %
Hipertensão 7 64%
Fonte: Elaborada pelas autoras (2012)
Dos indivíduos avaliados cerca de 36% (n=4) apresentavam como
doença associada a diabetes e 64% hipertensão arterial. Outras doenças foram
citadas, tais como, acidente vascular encefálico (AVE), fratura de fêmur,
doença de chagas, problemas renais, enfisema pulmonar e alguns não
relataram nenhuma doença associada.
Tabela 3- Tempo de diagnóstico (Continua)
N(11) % 2 anos e meio 4 36%
3 anos
2 18%
36
Tabela-3 4 anos
Não soube informar
4
1
(Conclusão) 36%
9% Fonte: Elaborada pelas autoras (2012)
O tempo de diagnóstico entre os participantes, houve 36% (n=4) em que
foi descoberta há dois anos e meio, 18% (n=2) há três anos e 36% (n=4) há
quatro anos e um participante não soube relatar a quanto tempo foi
diagnosticada.
Tabela 4- Alimentação
(N 11) %
Independente. Utiliza qualquer dispositivo necessário. Alimenta-se em tempo razoável.
7 55%
Necessita de ajuda (cortar alimento)
4 36%
Não consegue realizar
- -
Fonte: Elaborada pelas autoras (2012)
No quesito alimentação, 64% (n=7) dos pacientes eram independentes
em suas refeições, portanto receberam 10 pontos na pontuação. Apenas 36%
dos pacientes (n=4) precisavam de auxílio na hora da refeição, obtendo 5
pontos.
Tabela 5- Banho
(N 11) %
Independente
6 64 %
Não consegue realizar 5 46% Fonte: Elaborada pelas autoras (2012)
A Tabela 5 nos mostra que 64% dos indivíduos (n=6) eram
independentes no banho, ou seja, receberam 5 pontos. E 46% dos indivíduos
37
(n=5) não conseguiam realizá-lo, sendo dependentes para essa função,
obtendo 0 pontos.
Tabela 6- Higiene Pessoal
(N11) %
Independente para: lavar o rosto, pentear cabelo, escovar os dentes, barbear-se.
7 64%
Não consegue realizar 4 36% Fonte: Elaborada pelas autoras (2012)
Nota-se que 64% dos indivíduos (n=7), apresentavam-se independentes
na realização da higiene pessoal, obtendo 5 pontos. Já 36% dos participantes
(n=4) eram dependentes nessa função, obtendo 0 pontos.
Tabela 7- Vestimenta
(N11) %
Independente. Amarra sapatos, prende ou fecha fechos, coloca órteses.
7 64%
Necessita de ajuda, mas faz pelo menos metade do trabalho em tempo razoável.
1
9%
Não consegue realizar 3 27% Fonte: Elaborada pelas autoras (2012)
Na Tabela 7, 64% dos participantes (n=7) eram independentes em se
vestir, obtendo 10 pontos na pontuação total, 9% desses indivíduos (n=1)
necessitavam de auxílio para esta função, obtendo 5 pontos, e 27% deles não
conseguiam realizar, ou seja eram dependentes para esta função, obtendo 0
pontos.
38
Tabela 8- Intestinos
(N 11) % Sem acidentes, capaz de usar enemas ou supositórios se necessário.
8
73 %
Acidentes ocasionais, ou necessita de ajuda com enemas ou supositórios.
-
-
Não consegue realizar. 3 27%
Fonte: Elaborada pelas autoras (2012)
Nota-se, que 73% dos entrevistados (n=8), obtiveram 10 pontos, ou seja,
realizavam a função sem acidentes, capazes de usar enemas ou supositórios
se necessário. E 27% dos indivíduos (n=4) não eram capazes de realizar esta
função, obtendo 0 pontos na pontuação total.
Tabela 9- Bexiga
(N 11) %
Sem acidentes. Capaz de cuidar do dispositivo coletor usado.
7 64 %
Acidentes ocasionais, ou necessita de ajuda com o coletor.
1 9%
Não consegue realizar 3 27%
Fonte: Elaborada pelas autoras (2012)
Na Tabela 9, 64% dos indivíduos (n=7) receberam 10 pontos, realizavam
a função sem acidentes, eram capazes de cuidar do dispositivo coletor usado.
9% dos entrevistados (n=1) apresentavam acidentes ocasionais, ou
necessitavam de ajuda com o coletor, recebendo 5 pontos. E 27% (n=3) não
eram capazes de realizar a função, portanto eram dependentes, obtendo 0
pontos na pontuação total.
39
Tabela 10- Transferência de banheiro
(N 11) %
Independente com o vaso ou comadre: manipula roupas, limpa lava ou despeja urinol.
7 64%
Necessita de ajuda para equilibrar-se, manipular roupas ou papel higiênico.
3 27%
Não consegue realizar. 1 9%
Fonte: Elaborada pelas autoras (2012)
Em relação à transferência de banheiro, 64% dos pacientes (n=7) eram
independentes com o vaso ou comadre, recebendo 10 pontos. 27% (n=3)
necessitavam de ajuda para equilibrar-se, manipular roupas ou papel higiênico,
obtendo 5 pontos. E 9% dos indivíduos (n=1) não realizavam esta função,
portanto eram dependentes, obtendo 0 pontos.
Tabela 11- Transferência de cama
(N 11) %
Independente: trava cadeira de rodas, ergue descanso dos pés.
7 64%
Mínima assistência ou supervisão.
2 18%
Capaz de sentar-se, mas necessita de máximo auxílio para transferência.
1
9%
Não consegue realizar. 1 9% Fonte: Elaborada pelas autoras (2012)
Na Tabela 11, 64% dos indivíduos (n=7) receberam 15 pontos,
apresentando-se independentes para essa função. 18% (n=2) necessitam de
mínima assistência ou supervisão, obtendo 10 pontos. 9% (n=1) receberam 5
40
pontos, precisando de auxílio para a transferência, e 9% (n=1) não
conseguiam realizar esta função, obtendo 0 pontos, portanto, eram
dependentes.
Tabela 12- Deambulação
(N 11) % Independente por 50m. Utiliza dispositivos auxiliares, exceto andadores de rodas. Tabela 12-
9 82%
Deambula 50m com ajuda.
- -
Independente por 50m com cadeira de rodas, se for incapaz de andar.
- -
Não consegue realizar 2 18% Fonte: Elaborada pelas autoras (2012)
Nota-se, que 82% dos entrevistados (n=9) eram independentes por 50m,
recebendo 15 pontos na pontuação total. E 18% dos pacientes (n=2) não eram
capazes de deambular, recebendo 0 pontos.
Tabela 13- Subir escadas
(N11) % Independente. Pode usar dispositivos auxiliares.
7 64%
Necessita de supervisão.
2
18%
Não consegue realizar. 2 18% Fonte: Elaborada pelas autoras (2012)
Na Tabela 13, 64% dos indivíduos (n=7) eram independentes nessa
função, obtendo 10 pontos. 18% (n=2) receberam 5 pontos, necessitando de
41
supervisão, e 18% (n=2) não eram capazes de realizar a função, recebendo 0
pontos, e portanto, dependentes.
Tabela 14- Nível de dependência
(N 11) %
Total
2 18%
Moderada
1 9%
Leve
3 27%
Independente 5 46% Fonte: Elaborada pelas autoras (2012)
Quanto à pontuação total, 18% dos indivíduos (n=2) apresentaram
dependência total, com a pontuação total de 0 a 15 pontos. 9% (n=1)
apresentaram dependência moderada, com a pontuação de 40 a 55 pontos.
27% (n=3) apresentavam-se com uma dependência leve, com a pontuação de
60 a 95 pontos. E 46% (n=5) eram considerados independentes na realização
das funções, obtendo 100 pontos na pontuação total.
3.3 Depoimento do fisioterapeuta.
É do sexo feminino, 36 anos de idade, atua na área Ortopedia na clínica
CRFDB, residente na cidade de Promissão, Estado de São Paulo.
Seu depoimento:
Acredito que o Índice de Barthel é um método de avaliação
eficaz, pois avalia o potencial funcional do paciente,
facilitando sua condição e beneficiando para o alcance dos
seus objetivos.com o índice de Barthel podemos graduar o
grau de dependência do individuo e elaborar um tratamento
mais adequado para ele. As alterações do Alzheimer
influenciam a qualidade de vida do paciente, tornando-o
com grau de dependência maior em relação aos outros. A
fisioterapia atua em todas as fases da doença de
42
Alzheimer, prevenindo e reabilitando.
(FISIOTERAPEUTA,36 anos).
3.4 Depoimento do Cuidador
É do sexo feminino, 72 anos, aposentada, esposa do paciente com
Alzheimer.
Eis seu depoimento:
As maiores dificuldades observados em meu marido do
começo da doença até agora foram: perda do equilíbrio,
perda de memória, dificuldade em dirigir e realizar suas
atividades ,parece que perdeu a noção da realidade, as
vezes chama pela mãe ou entes que faleceram. Necessita
de ajuda para se alimentar, vestir e tomar banho. Acredito
que para melhorar a qualidade de vida dele que a doença
não progrida de maneira rápida.( ESPOSA, 72 anos)
3.5 Discussão
Alguns estudos epidemiológicos indicam que a prevalência da D.A.
dobra a cada cinco anos em pessoas com idades entre 65 e 85 anos. (GREEN,
2001).
É importante ressaltar que todos os participantes do estudo tinham mais
de 60 anos de idade, reforçando a idéia de que A Doença de Alzheimer
acomete, na maioria das vezes, indivíduos nessa faixa etária.
As mulheres desenvolvem a Doença de Alzheimer mais do que os
homens, numa proporção de 3:2. O estilo de vida do idoso também é
considerado um fator de risco para a doença. Hipertensão Arterial, colesterol
elevado, e diabetes melitus pode também aumentar a co-morbidade com a DA.
(Instituto Paulo Brito).
Durante a avaliação, todos os participantes relataram ter alguma doença
associada ao Alzheimer, 64% deles apresentavam Hipertensão arterial, e 18%
disseram ter diabetes. Nota-se também, que dos 11 indivíduos entrevistados, 6
43
eram do gênero feminino, confirmando estudos que apontam as mulheres com
maiores chances de desenvolver a doença.
A doença de Alzheimer ocasiona um grande sofrimento para os
pacientes, produzindo incapacidade e dependência, e para familiares, gerando
ansiedade, depressão, e grande tempo gasto com cuidados. (YASSUDA,
MARTINELLI, APRAHAMIAN, 2009).
A intervenção fisioterapêutica pode contribuir em qualquer fase da
Doença de Alzheimer para manter o indivíduo o mais ativo e o mais
independente possível, seja no domicílio, seja na instituição. (KOTTKE;
LEHMANN, 2002).
A Fisioterapia atua de forma preventiva, auxiliando na manutenção da
capacidade física, evitando ou diminuindo complicações e deformidades,
diminuindo a progressão da doença, mantendo a independência nas atividades
de vida diária, entre outras. O Tratamento Fisioterapêutico irá depender da
necessidade do paciente.
Borges (2009) relata que a D.A também acomete alterações da
mobilidade decorrente das limitações causadas pelo déficit cognitivo,
diminuição da capacidade de apreensão do ambiente, apraxia da marcha,
dificuldade de adaptação a novos ambientes e alteração motora.
No estudo foi observado que 82% dos entrevistados eram
independentes por deambular 50m e que 18% dos pacientes não eram
capazes de deambular de forma alguma. Também se observou que 64% dos
indivíduos eram independentes em subir escadas, 18% necessitavam de
supervisão, e 18% não eram capazes de realizar a função, portanto,
dependentes. Assim foram encontradas algumas das alterações relatadas por
Borges (2009) dentre elas apraxia, alteração motora que dificulta o indivíduo ter
maior mobilidade para realizar suas tarefas, como subir e descer escadas, e
caminhar, porém em nosso estudo a maioria obteve independência nas
funções citadas. Acreditamos que o ocorrido foi devido ao nível de
independência entre os participantes, em sua maioria independente ,46% no
total. O Índice de Barthel é um índice de independência utilizado para medir
especificamente a capacidade de um individuo com distúrbios neuromusculares
em relação aos cuidados pessoais. (SILVA, UWAGOYA, 2007).
44
Por meio do Índice de Barthel podemos obter o grau de independência
em relação às AVD’s do indivíduo no estudo 46% eram independentes, 27%
com dependência leve, 9% dependência moderada e 18% com nível de
dependência total. Obtivemos também nos resultados o tempo de
diagnóstico,36% descobriram a doença em 2 anos e meio, 18% em 3 anos e
36% há quatro anos. Portanto acreditamos que o tempo de diagnóstico não
tem correlação com a progressão da doença, e sim com o curso clínico da D.A
em que o indivíduo se encontra.
Após uma revisão literária e a comparação com nosso estudo chegamos
ao resultado que Índice de Barthel aplicado é satisfatório e pode ser usado
para avaliar grau de independência em indivíduos portadores da doença de
Alzheimer ,em uma avaliação fisioterapêutica.
3.6 Parecer Final sobre a Pesquisa
Este presente estudo teve por finalidade, demonstrar que o Índice de
Barthel pode ser eficaz para analisar o grau de independência dos indivíduos
com D.A.
Através dos resultados obtidos pela análise do questionário aplicado,
demonstrou que 18% obtiveram nível de dependência total, 9% de nível de
dependência moderada, e 27% de nível de dependência leve e 46% dos
indivíduos eram independentes.
A pesquisa mostrou resultados satisfatórios quanto à confiabilidade do
Índice de Barthel para analisar o grau de independência do indivíduo com D.A.
Além de mostrar o grau de independência, pode também identificar a
dificuldade por ele apresentada onde 82% dos entrevistados eram
independentes em andar 50m enquanto 18% dos entrevistados não eram
capazes de deambular. Observando-se esses resultados e os demais
apresentados chega-se a conclusão que as informações oferecidas pelo Índice
de Barthel são satisfatórias para o direcionamento do tratamento
fisioterapêutico a fim de minimizar as incapacidades e melhorar a
independência do indivíduo.
45
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
O Índice de Barthel se mostrou uma ferramenta eficaz para identificar o
grau de independência nas AVD´s em uma avaliação fisioterapêutica.
Visando complementar outros estudos, propomos a utilização de outras
escalas que avaliam o equilíbrio (Escala de Berg), o cognitivo (Mini Exame do
Estado Mental-MEEM) e a qualidade de vida (SF-36), para observar outros
déficits encontrados em portadores da DA.
Acreditamos que para se obter resultados ainda mais satisfatórios seria
necessário uma amostra maior de participantes.
46
CONCLUSÃO
De acordo com os resultados encontrados, em uma avaliação
fisioterapêutica o Índice de Barthel é útil para se obter o grau de independência
de indivíduos com DA. O fisioterapeuta pode-se utilizar dessa ferramenta em
suas avaliações observando necessidades encontradas para atuar de maneira
adequada ao quadro clínico do paciente. Além do que, o fisioterapeuta precisa
estar ciente em que estágio a D.A se encontra.
É importante salientar que a fisioterapia pode intervir em todos os
estágios da doença, a fim de estipular os objetivos de curto a longo prazo. O
fisioterapeuta deve respeitar a individualidade de cada caso, bem como
limitações sociais, culturais, econômicas e emocionais do paciente.
47
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51
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http://ged.feevale.br/bibvirtual/Monografia/monografiaFernandaZatt.pdf.Acesso
20 de fevereiro de 2012.
52
APÊNDICE
53
APÊNDICE A: Roteiro de estudo de caso
1 INTRODUÇÃO
A pesquisa será realizada nas dependências do Centro de Reabilitação
Físico Dom Bosco, situado na rua: 9 de Julho, 1010, bairro: Centro, na cidade
de Lins-SP, com 11 idosos no mês de agosto de 2012.Para o levantamento de
os dados serão coletados com a aplicação de um questionário ( Apêndice),
contendo questões sobre diagnóstico, estágio da doença, e se os indivíduos
necessitam de auxilio de cuidadores e com uma ficha de avaliação dos
indivíduos tendo como base o Índice de Barthel (Anexo A).
1.1 Relato do trabalho realizado ao assunto estudado
a) Será utilizado uma avaliação através do Índice de Barthel.
b) Depoimentos de fisioterapeuta e cuidadores.
1.2 Discussão
Será realizado o confronto entre a teoria apresentada nos primeiros
capítulos e a prática utilizada nos capítulos da pesquisa de campo.
1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre a manutenção ou modificações de procedimentos.
54
APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática
I. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1) Empresa
2)Local
II. ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1) Grau de independência para realização das AVD’s. 2) Verificar se o Índice de Barthel é método de avaliação eficaz para
portadores de D.A.
3) Sugerir tratamento fisioterapêutico.
55
APÊNDICE C- Entrevista com o fisioterapeuta
Profissão:_______________________________________________________
1)Acompanha paciente com Doença de Alzheimer?
R
2)Utiliza o Índice de Barthel em suas avaliações?
R:
3)Você acha que o Índice de Barthel um método eficaz de avaliação? Por
que?
R:
4)Quais objetivos que possui em relação a pacientes com doença de
Alzheimer?
R:
56
APÊNDICE D- Entrevista com o cuidador
1)Qual é o grau de parentesco?
R
2)Quais as dificuldades observadas no portador de Doença de Alzheimer?
R
3)Quais as suas sugestões para melhorar a qualidade de vida?
R:
4)Ele(a) realiza de forma independente as atividades da vida diária?
R
5)Há quanto tempo acompanha o paciente?
R
7)Nesse período sentiu alguma mudança, em relação a doença?
R:
57
APÊNDICE E – Entrevista com portadores da doença de Alzheimer
Idade:___
Sexo Feminino( ) Masculino( )
1)Diabetes Sim ( ) Não ( )
2)Hipertensão Arterial Sim ( ) Não ( )
3)Tem outra doença além da Doença de Alzheimer Sim ( ) Não( )
4)Se sim, qual é a doença?
5)Sente fraqueza nas pernas Sim ( ) Não( )
6)Há quanto tempo foi diagnostico a Doença de Alzheimer?
R:
7)Necessita de ajuda de um cuidador?
R:
58
APÊNDICE F - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(TERMINOLOGIA OBRIGATÓRIA EM ATENDIMENTO A RESOLUÇÃO 196/96
– CNS-MS)
“Avaliação fisioterapêutica utilizando o Índice de Barthel em indivíduos com
Doença de Alzheimer-Centro de Reabilitação Físico Dom Bosco”.
Esta pesquisa identificará o seu perfil, ou seja, você responderá um
questionário composto de perguntas sobre: informações gerais (sexo, idade) e
suas atividades diárias para estarem ao mesmo tempo avaliando suas
atividades da vida diária e sua independência para realizá-las.
Sua participação nesta pesquisa é voluntária, podendo recusar-se a responder
qualquer pergunta ou mesmo, interromper ou desistir de participar a qualquer
momento.
Esta pesquisa não apresenta riscos, desconfortos e inconveniências para
ninguém. Os dados coletados são confidenciais, e o benefício da mesma será
de proporcionar ao participante conhecer melhor seus hábitos e limitações,
bem como contribuir para uma qualidade de vida para a população da terceira
idade.
Você poderá contatar os investigadores Mirieli Gouvêa Alexandre, Rafaela
Rodrigues da Silva e Prof. Ms. Gislaine Ogata nos telefones abaixo
relacionados.
Você receberá uma cópia deste termo de consentimento para sua informação e
arquivos.
Li a informação acima e foi dada oportunidade para perguntas e minhas
perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
Recebi uma cópia deste termo de consentimento e concordo em participar
nesta pesquisa.
Data: ____/____/____
____________________________
Assinatura do Participante
59
Rafaela Rodrigues da Silva – Pesquisadora
Antônio Ortega Munhoz, 50. Presidente Alves/SP Tel. (14) 97892061
E-mail: [email protected]
Mirieli Gouvêa Alexandre-Pesquisadora
Pedro de Toledo,593.Lins-Sp Tel. (14)96770879
E-mail: [email protected]
Prof. Ma. Gislaine Ogata – Orientadora
Rua José Garcia de Carvalho, 842. Lins/SP Tel. (14) 8118 8390
E-mail: [email protected]
60
ANEXO
61
ANEXO A- ÍNDICE DE BARTHEL ORIGINAL
Atividades Itens Pontuação
Alimentação
Independente. Utiliza qualquer dispositivo necessário. Alimenta-se em tempo razoável.
( ) 10
Necessita de ajuda (cortar alimento).
( ) 5
Não consegue realizar.
( ) 0
Banho
Independente. ( ) 5
Não consegue realizar.
( ) 0
Higiene pessoal
Independente para : lavar o rosto, pentear cabelo, escovar os dentes, barbear-se.
( ) 5
Não consegue realizar ( ) 0
Vestimenta
Independente. Amarra sapatos, prende ou fecha fechos, coloca órteses.
( ) 10
Necessita de ajuda, mas faz pelo menos metade do trabalho em tempo razoável.
( ) 5
Não consegue realizar ( ) 0
Intestinos
Sem acidentes, capaz de usar enemas ou supositórios se necessário.
( ) 10
Acidentes ocasionais, ou necessita de ajuda com enemas ou supositórios.
( ) 5
Não consegue realizar.
( ) 0
Bexiga
Sem acidentes. Capaz de cuidar do dispositivo coletor usado.
( )10
Acidentes ocasionais, ou necessita de ajuda com o coletor.
( ) 5
Não consegue realizar ( ) 0
Independente com o vaso ou comadre: manipula roupas,
( )10
62
Transferências no banheiro
limpa, lava ou despeja urinol.
Necessita de ajuda para equilibrar-se, manipular roupas ou papel higiênico.
( )5
Não consegue realizar.
( ) 0
Transferências na cama
Independente: trava cadeira de rodas, ergue descanso dos pés.
( ) 15
Mínima assistência ou supervisão.
( ) 10
Capaz de sentar-se, mas necessita de máximo auxílio para transferência.
( ) 5
Não consegue realizar.
( ) 0
Deambulação
Independente por 50m. Utiliza dispositivos auxiliares, exceto andadores de rodas.
( )15
Deambula 50m com ajuda.
( ) 10
Independente por 50m com cadeira de rodas, se incapaz de andar.
( ) 5
Não consegue realizar ( ) 0
Subir escadas
Independente. Pode usar dispositivos auxiliares.
( )10
Necessita de ajuda ou supervisão.
( ) 5
Não consegue realizar ( ) 0
Pontuação
Fonte: O’Sullivan, Schimitz, 2004, p.319.
63
ANEXO B- NÍVEL DE INDEPENDÊNCIA
Nível de Dependência Pontuação
Total 0 a 15 pontos
Grave 20 a 35 pontos
Moderada 40 a 45 pontos
Leve 60 a 95 pontos
Independente 100 pontos
Fonte: Silva Junior e Uwagoya, 2007,p.43.