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Livro dos Espíritos Questões 155 a / 746 / 941 / 942 / 944 / 953 155. Como se opera a separação da alma e do corpo? “Rotos os laços que a retinham, ela se desprende.” a) — A separação se dá instantaneamente por brusca transição? Haverá alguma linha de demarcação nitidamente traçada entre a vida e a morte? “Não; a alma se desprende gradualmente, não se esca- pa como um pássaro cativo a que se restitua subitamente a liberdade. Aqueles dois estados se tocam e confundem, de sorte que o Espírito se solta pouco a pouco dos laços que o prendiam. Estes laços se desatam, não se quebram.” Durante a vida, o Espírito se acha preso ao corpo pelo seu envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é a destruição do corpo somente, não a desse outro invólucro, que do corpo se se- para quando cessa neste a vida orgânica. A observação demons- tra que, no instante da morte, o desprendimento do perispírito não se completa subitamente; que, ao contrário, se opera gra- dualmente e com uma lentidão muito variável conforme os indivíduos. Em uns é bastante rápido, podendo dizer-se que o momento da morte é mais ou menos o da libertação. Em outros, naqueles sobretudo cuja vida foi toda material e sensual, o des- prendimento é muito menos rápido, durando algumas vezes dias, semanas e até meses, o que não implica existir, no corpo, a me- nor vitalidade, nem a possibilidade de volver à vida, mas uma simples afinidade com o Espírito, afinidade que guarda sempre ASSASSÍNIO 746. É crime aos olhos de Deus o assassínio? “Grande crime, pois que aquele que tira a vida ao seu semelhante corta o fio de uma existência de expiação ou de missão. Aí é que está o mal.” TEMOR DA MORTE 941. Para muitas pessoas, o temor da morte é uma causa de perplexidade. Donde lhes vêm esse temor, tendo elas diante de si o futuro? “Falece-lhes fundamento para semelhante temor. Mas, que queres! se procuram persuadi-las, quando crianças, de que há um inferno e um paraíso e que mais certo é irem

Livro Dos Espíritos - Questoes 155a, 746, 941, 942, 953

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Trabalho sobre eutanásia.

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  • Livro dos Espritos Questes 155a / 746 / 941 / 942 / 944 / 953

    155. Como se opera a separao da alma e do corpo?

    Rotos os laos que a retinham, ela se desprende.a) A separao se d instantaneamente por bruscatransio? Haver alguma linha de demarcao nitidamentetraada entre a vida e a morte?

    No; a alma se desprende gradualmente, no se esca-pa como um pssaro cativo a que se restitua subitamente aliberdade. Aqueles dois estados se tocam e confundem, desorte que o Esprito se solta pouco a pouco dos laos que oprendiam. Estes laos se desatam, no se quebram.

    Durante a vida, o Esprito se acha preso ao corpo pelo seuenvoltrio semimaterial ou perisprito. A morte a destruio docorpo somente, no a desse outro invlucro, que do corpo se se-para quando cessa neste a vida orgnica. A observao demons-tra que, no instante da morte, o desprendimento do perispritono se completa subitamente; que, ao contrrio, se opera gra-dualmente e com uma lentido muito varivel conforme osindivduos. Em uns bastante rpido, podendo dizer-se que omomento da morte mais ou menos o da libertao. Em outros,naqueles sobretudo cuja vida foi toda material e sensual, o des-prendimento muito menos rpido, durando algumas vezes dias,semanas e at meses, o que no implica existir, no corpo, a me-nor vitalidade, nem a possibilidade de volver vida, mas umasimples afinidade com o Esprito, afinidade que guarda sempre

    ASSASSNIO

    746. crime aos olhos de Deus o assassnio?

    Grande crime, pois que aquele que tira a vida ao seusemelhante corta o fio de uma existncia de expiao ou demisso. A que est o mal.

    TEMOR DA MORTE

    941. Para muitas pessoas, o temor da morte uma causade perplexidade. Donde lhes vm esse temor, tendo elasdiante de si o futuro?

    Falece-lhes fundamento para semelhante temor. Mas,que queres! se procuram persuadi-las, quando crianas, deque h um inferno e um paraso e que mais certo irem

  • para o inferno, visto que tambm lhes disseram que o queest na Natureza constitui pecado mortal para a alma! Su-cede ento que, tornadas adultas, essas pessoas, se algumjuzo tm, no podem admitir tal coisa e se fazem atias, oumaterialistas. So assim levadas a crer que, alm da vidapresente, nada mais h. Quanto aos que persistiram nassuas crenas da infncia, esses temem aquele fogo eternoque os queimar sem os consumir.Ao justo, nenhum temor inspira a morte, porque, coma f, tem ele a certeza do futuro. A esperana f-lo contarcom uma vida melhor; e a caridade, a cuja lei obedece, lhed a segurana de que, no mundo para onde ter de ir,nenhum ser encontrar cujo olhar lhe seja de temer. (730)

    O homem carnal, mais preso vida corprea do que vidaespiritual, tem, na Terra, penas e gozos materiais. Sua felicidadeconsiste na satisfao fugaz de todos os seus desejos. Sua alma,constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes davida, se conserva numa ansiedade e numa tortura perptuas. Amorte o assusta, porque ele duvida do futuro e porque tem dedeixar no mundo todas as suas afeies e esperanas.O homem moral, que se colocou acima das necessidadesfactcias criadas pelas paixes, j neste mundo experimenta go-zos que o homem material desconhece. A moderao de seus de-sejos lhe d ao Esprito calma e serenidade. Ditoso pelo bem quefaz, no h para ele decepes e as contrariedades lhe deslizampor sobre a alma, sem nenhuma impresso dolorosa deixarem.

    942. Pessoas no haver que achem um tanto banais essesconselhos para ser-se feliz na Terra; que neles vejam oque chamam lugares comuns, sedias verdades; e quedigam, que, afinal, o segredo para ser-se feliz consisteem saber cada um suportar a sua desgraa?

    H as que isso dizem e em grande nmero. Mas, mui-tas se parecem com certos doentes a quem o mdico pres-creve a dieta; desejariam curar-se sem remdios e conti-nuando a apanhar indigestes.

    944. Tem o homem o direito de dispor da sua vida?

    No; s a Deus assiste esse direito. O suicdio volunt-rio importa numa transgresso desta lei.

    953. Quando uma pessoa v diante de si um fim inevitvele horrvel, ser culpada se abreviar de alguns instan-tes os seus sofrimentos, apressando voluntariamentesua morte?

    sempre culpado aquele que no aguarda o termo

  • que Deus lhe marcou para a existncia. E quem poderestar certo de que, malgrado s aparncias, esse termotenha chegado; de que um socorro inesperado no venhano ltimo momento?