Livro Empresarial

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Ministrio da Educao MEC Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior CAPES Diretoria de Educao a Distncia DED Universidade Aberta do Brasil UAB Programa Nacional de Formao em Administrao Pblica PNAP Bacharelado em Administrao Pblica

Direito Empresarial

Luiz Antnio Barroso Rodrigues

2011

2011. Universidade Federal de Santa Catarina UFSC. Todos os direitos reservados. A responsabilidade pelo contedo e imagens desta obra do(s) respectivo(s) autor(es). O contedo desta obra foi licenciado temporria e gratuitamente para utilizao no mbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil, atravs da UFSC. O leitor se compromete a utilizar o contedo desta obra para aprendizado pessoal, sendo que a reproduo e distribuio ficaro limitadas ao mbito interno dos cursos. A citao desta obra em trabalhos acadmicos e/ou profissionais poder ser feita com indicao da fonte. A cpia desta obra sem autorizao expressa ou com intuito de lucro constitui crime contra a propriedade intelectual, com sanes previstas no Cdigo Penal, artigo 184, Pargrafos 1 ao 3, sem prejuzo das sanes cveis cabveis espcie.

R696d

Rodrigues, Luiz Antnio Barroso Direito empresarial / Luiz Antnio Barroso Rodrigues. Florianpolis : Departamento de Cincias da Administrao / UFSC; [Braslia] : CAPES : UAB, 2011. 146p. : il. Bacharelado em Administrao Pblica Inclui bibliografia ISBN: 978-85-7988-128-2 1. Direito comercial. 2. Direito societrio. 3. Sociedades comerciais. 4. Contratos empresariais. 5. Falncia. 6. Educao a distncia. I. Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (Brasil). II. Universidade Aberta do Brasil. III. Ttulo. CDU: 347.7

Catalogao na publicao por: Onlia Silva Guimares CRB-14/071

PRESIDENTA DA REPBLICA Dilma Vana Rousseff MINISTRO DA EDUCAO Fernando Haddad PRESIDENTE DA CAPES Jorge Almeida Guimares UNIvERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA REITOR Alvaro Toubes Prata VICE-REITOR Carlos Alberto Justo da Silva CENTRO SCIO-ECONMICO DIRETOR Ricardo Jos de Arajo Oliveira VICE-DIRETOR Alexandre Marino Costa DEPARTAMENTO DE CINCIAS DA ADMINISTRAO CHEFE DO DEPARTAMENTO Gilberto de Oliveira Moritz SUBCHEFE DO DEPARTAMENTO Marcos Baptista Lopez Dalmau DIRETORIA DE EDUCAO A DISTNCIA COORDENAO GERAL DE ARTICULAO ACADMICA Liliane Carneiro dos Santos Ferreira COORDENAO GERAL DE SUPERVISO E FOMENTO Grace Tavares Vieira COORDENAO GERAL DE INFRAESTRUTURA DE POLOS Joselino Goulart Junior COORDENAO GERAL DE POLTICAS DE INFORMAO Adi Balbinot Junior

COMISSO DE AvALIAO E ACOMPANhAMENTO PNAP Alexandre Marino Costa Claudin Jordo de Carvalho Eliane Moreira S de Souza Marcos Tanure Sanabio Maria Aparecida da Silva Marina Isabel de Almeida Oreste Preti Tatiane Michelon Teresa Cristina Janes Carneiro METODOLOgIA PARA EDUCAO A DISTNCIA Universidade Federal de Mato Grosso COORDENAO TCNICA DED Soraya Matos de Vasconcelos Tatiane Michelon Tatiane Pacanaro Trinca AUTOR DO CONTEDO Luiz Antnio Barroso Rodrigues EqUIPE DE DESENvOLvIMENTO DE RECURSOS DIDTICOS CAD/UFSC Coordenador do Projeto Alexandre Marino Costa Coordenao de Produo de Recursos Didticos Denise Aparecida Bunn Superviso de Produo de Recursos Didticos rika Alessandra Salmeron Silva Designer Instrucional Denise Aparecida Bunn rika Alessandra Salmeron Silva Silvia dos Santos Fernandes Auxiliar Administrativo Stephany Kaori Yoshida Capa Alexandre Noronha Ilustrao Adriano Schmidt Reibnitz Projeto Grfico Annye Cristiny Tessaro Editorao Rita Castelan Minatto Reviso Textual Mara Aparecida Andrade da Rosa Siqueira

Crditos da imagem da capa: extrada do banco de imagens Stock.xchng sob direitos livres para uso de imagem.

PrefcioOs dois principais desafios da atualidade na rea educacional do Pas so a qualificao dos professores que atuam nas escolas de educao bsica e a qualificao do quadro funcional atuante na gesto do Estado brasileiro, nas vrias instncias administrativas. O Ministrio da Educao (MEC) est enfrentando o primeiro desafio com o Plano Nacional de Formao de Professores, que tem como objetivo qualificar mais de 300.000 professores em exerccio nas escolas de Ensino Fundamental e Mdio, sendo metade desse esforo realizado pelo Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). Em relao ao segundo desafio, o MEC, por meio da UAB/CAPES, lana o Programa Nacional de Formao em Administrao Pblica (PNAP). Esse programa engloba um curso de bacharelado e trs especializaes (Gesto Pblica, Gesto Pblica Municipal e Gesto em Sade) e visa colaborar com o esforo de qualificao dos gestores pblicos brasileiros, com especial ateno no atendimento ao interior do Pas, por meio de Polos da UAB. O PNAP um programa com caractersticas especiais. Em primeiro lugar, tal programa surgiu do esforo e da reflexo de uma rede composta pela Escola Nacional de Administrao Pblica (ENAP), pelo Ministrio do Planejamento, pelo Ministrio da Sade, pelo Conselho Federal de Administrao, pela Secretaria de Educao a Distncia (SEED) e por mais de 20 Instituies Pblicas de Ensino Superior (IPESs), vinculadas UAB, que colaboraram na elaborao do Projeto Poltico-Pedaggico (PPP) dos cursos. Em segundo lugar, este projeto ser aplicado por todas as IPESs e pretende manter um padro de qualidade em todo o Pas, mas abrindo margem para que cada IPES, que ofertar os cursos, possa incluir assuntos em atendimento s diversidades econmicas e culturais de sua regio.

Outro elemento importante a construo coletiva do material didtico. A UAB colocar disposio das IPES um material didtico mnimo de referncia para todas as disciplinas obrigatrias e para algumas optativas. Esse material est sendo elaborado por profissionais experientes da rea da Administrao Pblica de mais de 30 diferentes instituies, com apoio de equipe multidisciplinar. Por ltimo, a produo coletiva antecipada dos materiais didticos libera o corpo docente das IPESs para uma dedicao maior ao processo de gesto acadmica dos cursos; uniformiza um elevado patamar de qualidade para o material didtico e garante o desenvolvimento ininterrupto dos cursos, sem as paralisaes que sempre comprometem o entusiasmo dos estudantes. Por tudo isso, estamos seguros de que mais um importante passo em direo democratizao do Ensino Superior pblico e de qualidade est sendo dado, desta vez contribuindo tambm para a melhoria da gesto pblica brasileira.

Celso Jos da Costa Diretor de Educao a Distncia Coordenador Nacional da UAB CAPES-MEC

SumrioApresentao ............................................................................................................ 9 Unidade 1 Direito Empresarial Direito Empresarial ................................................................................................. 15 Evoluo Histrica do Direito Empresarial .............................................................. 17 Breves Apontamentos Sobre a Histria de Direito Empresarial e suas Teorias ... 18 Evoluo Histrica do Direito Empresarial Brasileiro ........................................ 22 Pessoas ou Sujeitos de Direito ................................................................................. 26 Pessoa Natural, Fsica ou Individual ................................................................. 28 Pessoa Jurdica, Moral ou Coletiva .................................................................. 31 Dos fatos, dos Atos e dos Negcios Jurdicos .......................................................... 35 Unidade 2 Direito de Empresa e Societrio Direito de Empresa ................................................................................................. 43 O Empresrio .................................................................................................. 45 A Empresa ...................................................................................................... 47 Exerccio de Empresa ...................................................................................... 49 Obrigaes dos Empresrios ............................................................................ 52 Registros de Interesse da Empresa ................................................................... 52 Livros Empresariais ......................................................................................... 56 Estabelecimento Empresarial ........................................................................... 58 Direito Societrio .................................................................................................... 61 Conceito, Espcies e Classificao ................................................................... 61 Caractersticas ................................................................................................ 62

Personificao, Personalidade e Capacidade das Pessoas Jurdicas .................. 62 Responsabilidade ........................................................................................... 63 Desconsiderao da Personalidade Jurdica ..................................................... 64 Dissoluo, Liquidao e Extino .................................................................. 66 Sociedades Empresrias .................................................................................. 67 Unidade 3 Ttulos de Crdito e Contratos Empresariais Teoria Geral do Direito Cambirio .......................................................................... 89 Noo de Ttulos de Crdito ............................................................................ 89 Princpios Gerais dos Ttulos de Crdito ........................................................... 90 Classificaes .................................................................................................. 91 O Endosso....................................................................................................... 92 O Aval ............................................................................................................. 93 Principais Ttulos de Crdito ................................................................................... 96 Letra de Cmbio ............................................................................................. 96 Nota Promissria ............................................................................................. 99 Cheque ......................................................................................................... 100 Duplicata ....................................................................................................... 103 Contratos Empresariais ......................................................................................... 105 Teoria Geral dos Contratos ............................................................................ 105 Principais Contratos Empresariais .................................................................. 108 Unidade 4 Noes de Falncia e Recuperao de Empresa Noes Preliminares de Direito Falimentar ............................................................ 117 mbito de Incidncia da Lei de Falncias e Recuperao de Empresa ................... 119 O Processo de Falncia ......................................................................................... 121 A Competncia para o Processo de Falncia .................................................. 121 Os rgos da Falncia ................................................................................... 122 A Legitimidade para Requerer a Falncia ....................................................... 124

Hipteses de Decretao da Falncia ............................................................. 125 Do Requerimento Decretao da Falncia da Empresa ................................ 127 A Verificao, a Habilitao dos Crditos e a Liquidao da Empresa ............ 131 A Recuperao da Empresa .................................................................................. 134 Referncias ........................................................................................................... 143 Minicurrculo ........................................................................................................ 146

Apresentao

ApresentaoCaro estudante, Seja bem-vindo disciplina Direito Empresarial. A pretenso, com o mdulo que se inicia, apresentar-lhe noes de Direito Empresarial que at pouco tempo se chamava Direito Comercial , importante ramo do Direito. Como voc ter oportunidade de ver ao longo de nossos estudos, esse segmento do Direito de suma importncia para o seu curso, pois toca diretamente em questes pertinentes ao seu cotidiano profissional. A compreenso dele redundar em diferencial de trabalho e em valorizao profissional. Contudo, para melhor conhecimento das Unidades que sero abordadas, no podemos nos esquecer de temticas que j foram estudadas nas disciplinas ministradas, em especial, na Cincia Poltica, na Instituies do Direito Pblico e Privado e no Direito Administrativo. Assim, muito importante termos sempre em mente alguns apontamentos mais gerais acerca da prpria noo de Direito; os rudimentos da cincia jurdica e de sua importncia para a vida coletiva, regulando as condutas e buscando a soluo dos conflitos que surgem no ambiente social; e, os estudos relativos ao Direito Pblico e ao Direito Privado e suas implicaes. Relembrados e consolidados tais conhecimentos... Vamos, na primeira Unidade, estudar o conceito e o objeto do Direito Empresarial, sua evoluo histrica, alm de noes gerais e imprescindveis relativas aos sujeitos de direito, assim como os fatos, os atos e os negcios jurdicos. Na segunda Unidade nos dedicaremos ao estudo do Direito de Empresa e Societrio, onde sero abordadas noes de empresrio e suas obrigaes, empresa e seu exerccio, registros de interesse da

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empresa, livros comerciais e estabelecimento empresarial. E mais, estudaremos tambm as diversas espcies de sociedades empresariais. Teremos a oportunidade de estudar, na terceira Unidade, a Teoria Geral do Direito Cambirio e as principais modalidades de Ttulos de Crdito e Contratos Empresariais. Por fim, na quarta Unidade, dedicar-nos-emos ao conhecimento da Falncia e da Recuperao de Empresa. Ento, bons estudos! Qualquer dvida s procurar o auxlio do professor e/ou do tutor responsvel por sua turma. Professor Luiz Antnio Barroso Rodrigues

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Bacharelado em Administrao Pblica

UniDADE 1Direito Empresarial

Objetivos Especficos de AprendizagemAo finalizar esta Unidade, voc dever ser capaz de:ffConhecer ffEntender

as origens, a evoluo histrica e os institutos legais e jurdicos que regem o Direito Empresarial; os conceitos e as noes jurdicas relativas s pessoas fsicas e jurdicas; e os conceitos, definies e espcies de atos, fatos e negcios jurdicos.

ffIdentificar

Unidade 1 Direito Empresarial

Direito EmpresarialCaro estudante, Estamos iniciando a primeira Unidade de nosso curso de Direito Empresarial. Aqui, conforme voc viu nos objetivos, iremos abordar a definio de Direito Empresarial, originariamente chamado de Direito Comercial; sua evoluo histrica; os conceitos e as noes relativas s pessoas fsicas e jurdicas; e os conceitos, definies e espcies de atos, fatos e negcios jurdicos. Leia com ateno e no deixe de buscar auxlio para resoluo de suas dvidas. Desejo a voc bons estudos! Nos dias atuais, observamos certa estabilidade em torno do conceito de Direito Empresarial. Todavia, ao longo da histria, que ser mais detalhadamente abordada no prximo item, percebemos que muitas foram as transformaes sofridas por esse importante ramo do Direito Privado, inclusive em sua nomenclatura* que deixou de ser Direito Comercial para se chamar Direito Empresarial, esta ltima mais ampla e concatenada com a moderna noo de comrcio. Estritamente vinculada concepo de comrcio, suas prticas e seus atores, o Direito Comercial, hoje Empresarial, foi criado e desenvolvido para fomentar, tornar estvel e regulamentar as prticas a este inerentes e, em razo disso existe. Por Direito, dentre tantas definies possveis, variveis ao sabor das diversas escolas jurdicas, temos:Direito o conjunto das regras sociais que disciplinam as obrigaes e poderes referentes questo do meu e do seu, sancionadas pela fora do Estado e dos grupos intermedirios. (FRANA, 1994, p. 07).

*Nomenclatura lista de nomes; nominata, catlogo; terminologia (conjunto de termos especficos ou sistemas de palavras). Fonte: Houiass (2009).

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E mais, Direito a ordenao bilateral atributiva das relaes sociais, na medida do bem comum (REALE, 2004, p. 59); e por fim, seria o Direito um complexo de normas jurdicas que regem as relaes sociais, num determinado tempo e lugar, em busca do bem comum e que tem ao seu servir o poder do Estado para fazer cumprir tais regras. No diferente dos conceitos supracitados, a definio de Direito Empresarial, preservando os preceitos inerentes noo bsica de Direito e acrescentando outros prprios e peculiares atividade comercial, empresarial ou mercantil, consiste segundo Diniz (2005, p. 274):[...] no conjunto de normas que regem a atividade empresarial; porm, no propriamente um direito dos empresrios, mas sim um direito para a disciplina da atividade econmica organizada para a produo e circulao de bens ou de servios; [Ento,] [...] para o ato ser regulado pelo direito comercial, no preciso seja praticado apenas por empresrios, basta que se enquadre na configurao de atividade empresarial. O direito comercial, empresarial ou mercantil disciplina no somente a atividade do comerciante, mas tambm indstrias, bancos, transportes e seguros.

Nesse sentido, segundo Ramos (2008, p. 50), o Direito Empresarial consiste no:Regime jurdico especial destinado regulao das atividades econmicas e dos seus agentes produtivos. Na qualidade de regime jurdico especial, completa todo um conjunto de normas especficas que se aplicam aos agentes econmicos, hoje chamados de empresrios.

O que corrobora com a definio anteriormente descrita.

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Unidade 1 Direito Empresarial

Evoluo Histrica do Direito EmpresarialConforme j estudado na disciplina Cincia Poltica, o homem um ser eminentemente gregrio*. Seja nas primitivas manifestaes nmades, at as complexas formaes sedentrias, viver em sociedade, mais que um instinto, corresponde a uma necessidade. A partir de tal premissa*, verificamos outra de igual valor, pois na vida em comunidade, e no fora dela, que se verifica a interao humana, ou seja, as relaes intersubjetivas. De tais relaes surgem fatos, estes sociais, que sero selecionados e valorados positiva ou negativamente, em face de sua importncia e repercusso social. Em razo de tal constatao, sero criadas normas, que regulamentaro de forma a estimular tais fatos, quando estes forem valorados positivamente (educao, sade, trabalho, comrcio etc.) ou que regulamentaro de forma a coibir tais prticas, quando estas forem valoradas negativamente (ilcitos penais, civis e administrativos).*Gregrio que faz parte da grei ou rebanho; que vive em bando; que gosta de ter a companhia de outras pessoas; socivel. Fonte: Houaiss (2009). *Premissa ponto ou ideia de que se parte para armar um raciocnio. Fonte: Houaiss (2009).

Ento, se na vida gregria que o homem potencializa a sua capacidade existencial (ou seja, esse o ambiente prprio ao desenvolvimento do ser humano, solo frtil reproduo eficaz de sua existncia), igualmente nela que se estabelecem os embates, pois que se Immanuel Kant (1724-1804) Saiba mais trata de campo propcio ao surgimento de Filsofo nascido na cidade de Knigsberg, conflitos e, somente nele, faz-se presente a na Prssia (atual Kaliningrad, Rssia), necessidade das normas, regulamentando formulou o imperativo categrico. e viabilizando a sociabilidade insocivel Elaborou as bases de toda a tica moderna do homem (Kant). ao buscar fundamentar na razo os princpios gerais Da destacamos que, desde as remotas formaes grupais, estabelecer normas (padro comportamental imposto),da ao humana. Fonte: . Acesso em: 26 abr. 2011.

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seja de cunho religioso, moral, de regra de trato social e de direito, sempre representou necessidade constante na existncia social.

Breves Apontamentos Sobre a Histria do Direito Empresarial e suas TeoriasO comrcio, prtica das mais antigas dentre as atividades humanas, sempre esteve presente nas sociedades, desde as mais rudimentares at as mais complexas. Basta retomar os ensinamentos de Histria, adquiridos no ensino fundamental, para lembrarmos de prticas como o escambo*, feiras livres, expedies ao Oriente, navegaes e tantas outras que definitivamente elevam o comrcio importante prtica social e econmica. Nesse contexto, fcil verificar a existncia de normas relativas s prticas comerciais, criadas pelas primeiras civilizaes, em que ganham destaque: o Cdigo de Hamurabi, o Cdigo de Manu, o Alcoro, a Bblia, a Lei das Doze Tbuas, entre outros. De todas as civilizaes, chama ateno o desenvolvimento atingido pelo comrcio entre os Fencios, que elevaram tal atividade ao mais alto grau de importncia naquela sociedade. Est claro, ento, que em qualquer sociedade, em menor ou maior grau, mas sempre presente, o comrcio apresenta-se como uma importante atividade que merece e precisa ser normatizada, de forma a regulamentar sua prtica, estimular a existncia dele e inibir condutas que possam desestrutur-lo. Na Antiguidade, conforme mencionado anteriormente, j existiam normas que regulamentavam as atividades comerciais. Nesse perodo, todavia, no se deve falar ainda da existncia de um Direito Comercial autnomo, com princpios, regras e institutos prprios e sistematizados, mas to somente na existncia de leis esparsas*, ao lado de tantas outras que, de forma geral, regulamentavam a vida em sociedade.

*Escambo troca de mercadorias ou servios sem fazer uso de moeda. Fonte: Houaiss (2009). Para mais conhecimento Cdigo de Hamurabi:

acerca dessas leis, acesse:

Cdigo de Manu: , Alcoro: pro.br/alcorao.htm>, Bblia: , Lei das Doze Tbuas: . Acesso em 26 abr. 2011.