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carreiea, sucesso
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PAULA CALEFFINEUZA CHAVESGABRIEL CHALITAGUSTAVO CERBASILEYLA NASCIMENTOMAX GEHRINGERILONA BECSKEHZYWILLIAM DOUGLASARMANDO CLEMENTEMARLIA DE SANTANNA FARIA
ORGANIZAO HUGO SANTOS JR.1 edio
SESES
rio de janeiro 2014
Da graduao para o mercado de trabalho: caminhos para o sucesso
Comit editorial externo armando clemente, leyla nascimento e marlia de sant'anna faria
Comit editorial interno rogrio melzi, marcos lemos e miguel de paula
Organizador do livro hugo santos jr.
Autores dos originais paula caleffi (captulo 1), neuza chaves (captulo 2), gabriel chalita
(captulo 3), gustavo cerbasi (captulo 4), leyla nascimento (captulo 5), max gehringer
(captulo 6), ilona becskehzy (captulo 7), william douglas (captulo 8), armando clemente e
marlia de santanna faria (captulo 9)
Projeto editorial roberto paes
Coordenao de produo rodrigo azevedo de oliveira
Projeto grfico paulo vitor fernandes bastos
Diagramao paulo vitor fernandes bastos
Superviso de reviso aderbal torres bezerra
Redao final e desenho didtico roberto paes, rodrigo azevedo de oliveira e jarclen ribeiro
Reviso lingustica ione nascimento, aderbal torres bezerra e daniela reis
Capa thiago lopes amaral
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por quais-
quer meios (eletrnico ou mecnico, incluindo fotocpia e gravao) ou arquivada em qualquer sistema ou
banco de dados sem permisso escrita da Editora. Copyright seses, 2014.
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (cip)
D111 Da graduao para o mercado de trabalho: caminhos para o sucesso
Hugo Santos Jr. [organizador].
Rio de Janeiro: Editora Universidade Estcio de S, 2014.
240 p
isbn: 978-85-60923-17-5
1. Carreira. 2. Planejamento. I. Ttulo.
cdd 658.401 2
Diretoria de Ensino Fbrica de Conhecimento
Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus Joo Ucha
Rio Comprido Rio de Janeiro rj cep 20261-063
Sumrio
Prefcio 11
1. Panorama do Ensino Superior brasileiro: o caso Estcio 17
Por que vamos para a Universidade? 18
Quem vem primeiro: o professor ou a Universidade? 19
Explorando o conceito 19
Ps-graduao: avanando no estudo superior 21
Do geral para o particular: a Estcio na sociedade do conhecimento 23
Entendendo o currculo de seu curso 24
Premissas dos currculos da Estcio 25
Atividades curriculares 25
Avaliao nacional da Estcio 26
A Educao a Distncia na Estcio (EAD) 27
SINAES: Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior 29
ENADE: Exame Nacional de Desempenho de Estudante 29
Por que devo fazer o ENADE? 30
Tendncias da educao superior no Brasil e no mundo 30
Sala de aula invertida 31
Learning analytics (dados analticos de aprendizagem) 32
Concluso 32
2. Chaves para o sucesso do seu curso 33
Introduo 34
Ensino a distncia 35
Por que vale a pena gerenciar o curso e persistir? 35
Chaves para o sucesso 36
1. Chave da conscincia do objetivo: por que esse curso? 36
2. Chave da gesto dos recursos 38
3. A chave da meta e do mtodo para se chegar l 42
4. Chave da gesto da qualidade do curso 45
5. Chave da organizao dos estudos 46
6. Chave da concluso e plano de futuro 50
3. Inteligncia Alpha: uma reflexo sobre o potencial humano 53
Inteligncia 54
Prazer e foco 54
QI 54
Inteligncia emocional e inteligncias mltiplas 55
Habilidades cognitiva, social e emocional 56
Habilidade cognitiva 57
Habilidade social 57
Habilidade emocional 58
Inteligncia Alpha, reflexes iniciais 58
Felicidade 58
Aspirao, escolha, desejos 60
Desejos 60
Escolhas 61
Aspirao 62
Inteligncia Alpha aspirao 63
Inteligncia intrapessoal 63
Inteligncia interpessoal 64
Caixa de Aspiraes 66
Desenvolvimento da habilidade cognitiva 66
Quebrando paradigmas 67
Nenhum aluno burro 68
Foco essencial 68
Foco externo 68
Ateno seletiva 69
Tipos de barulhos 70
Aprendizagem significativa 70
Digresses pedaggicas 71
Desenvolvimento da habilidade social 71
O significado da tica 72
Construindo relaes de solidariedade 74
Solucionando problemas em equipe 74
Valores e vcios 75
Humildade 76
Responsabilidade 76
Coragem 76
Gentileza 76
Desenvolvimento da habilidade emocional 77
Influncia das artes 78
O papel da escola 78
Amor e emoes 78
A carncia e os vnculos 79
A leveza nas escolhas 80
O necessrio dilogo interior 81
A beleza dos encontros inteis 82
Inteligncia Alpha 84
Gesto de pessoas 85
Poder 86
A busca da felicidade 87
4. Escolhas inteligentes para seu bolso e sua vida 89
A certeza do futuro 90
Voc est em vantagem 90
Entendendo o jogo: quem trabalha para voc? 91
Esquea muito do que voc j ouviu 93
Preservando a flexibilidade 93
A frmula para enriquecer 95
1. Por que a frmula no d certo? 95
2. O que fazer para a frmula funcionar em sua vida? 96
A teoria dos baldes 97
O segredo est na ordem das escolhas 98
O efeito do tempo sobre o dinheiro 99
O consumo alm do que comporta o oramento 100
O erro que todos querem cometer 101
Dvidas? Por que no? 104
O financiamento estudantil FIES 105
Transforme seus sonhos em realidade 106
Investimentos: como multiplicar seu dinheiro 107
Roteiro para equilibrar suas finanas 109
5. Cenrios do mundo do trabalho 113
Acompanhando as mudanas 114
O mercado de trabalho e voc 114
Dificuldades no processo seletivo 115
Mapeando as empresas de interesse 116
As empresas e seus recursos humanos 116
Etapas dos processos seletivos extensos 116
Primeira etapa 116
Segunda etapa 117
Terceira etapa 117
Quarta etapa 117
Nova fase no Planejamento de Carreira 118
Como acontecem as relaes de trabalho? 118
Nossa legislao no acompanha as atuais necessidades 119
Programas de Estgios e Trainees 120
Programas de Trainees 120
Programa de Estgio 120
6. Planejamento e carreira: habilidades e competncias para a empregabilidade 123
Curso e Carreira 124
Profisses do futuro 124
Caractersticas dos cursos com maior taxa da aderncia 126
Networking 126
Exerccio do bom networking 127
Rede social no networking 128
Outra coisa que no d certo em networking a ttica do ataque-surpresa 128
Relacionamento 129
Como lidar com os chatos? 129
O perfil 130
O que as empresas avaliam no estagirio? 131
Relacionamento com o chefe direto 131
Flexibilidade 132
Esta discusso vale a pena? 133
Preparao para a flexibilidade 133
Flexibilidade com uma dose de empatia 134
Coerncia 135
Aprendendo a ser um chefe 136
O que mostram as estatsticas? 137
Nem todo lder ser chefe, mas ningum ser chefe sem ser lder 137
Categorias de lderes 138
Como se aprende a ser lder? 138
Delegao temporria 138
Hierarquia e disciplina 139
Marketing Pessoal 140
Enfatizando apenas o lado positivo 141
E o famoso happy hour de trabalho? 143
Divulgao dos bons resultados 143
Entrevistas de Emprego 145
Preparando-se para a entrevista 145
Regras das entrevistas 146
Perguntas e respostas 147
Perodo de agonia 151
Currculos 151
Tecnolgico 152
Convencional 152
Educao Continuada 154
Intercmbio vale a pena? 156
Educao continuada sem sair de casa 157
Ser o dono de seu prprio nariz profissionalmente 158
7. possvel melhorar o mundo e ganhar bem trabalhando em ONGs? 161
O mercado de trabalho no Brasil 162
Conhecendo o Terceiro Setor 165
O caso Greenpeace 169
O caso Mdicos Sem Fronteiras 170
Caso do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho 171
Caso do Teto 172
Das Fasfil para as empresas sem fins lucrativos 173
O caso Fundao Bradesco 173
O caso GRAACC 174
Cultura e estruturao do Terceiro Setor 174
Nem tudo so flores... 175
As ONGs de celebridades 176
ltimas consideraes 177
8. O concurso pblico como opo de carreira 181
Ampliando a percepo 182
Vantagens no quesito qualidade de vida 182
Como ter um bom quadro de servidores? 183
Servio pblico X iniciativa privada 183
Concurso como opo 184
Como comeou o funcionalismo pblico? 184
Salrios 185
Qualidade de vida e estabilidade 185
Flexibilidade 186
Vagas especializadas 186
Qual concurso? 187
Escolhas 188
Vagas abertas 189
Queremos contratar voc 189
Fazer Direito 190
Semeando 191
Guerra do sucesso 191
A guerra silenciosa 192
Para passar em concursos preciso comprar todos os materiais disponveis? 193
Quais prticas bsicas no podem faltar na rotina de quem
se prepara para um concurso? Como se preparar adequadamente? 194
Quais so os pontos mais importantes a serem lidos em um edital? 194
Quais so os principais erros cometidos pelos concurseiros nos dias de hoje? 195
Quais dicas de estudo e comportamento voc daria para
quem est buscando uma vaga no servio pblico? 195
Quais as qualidades dos bons profissionais? 196
Qual a principal dica para quem quer passar em um concurso pblico? 197
9. Empreendedorismo e inovao em uma era de mudanas significativas 199
Introduo 200
Termos e conceitos 201
Empreendedorismo 201
Empreendedor 202
Intraempreendedor 202
Empreendedor social 202
Empreendedor pblico 202
Empresrio 202
EIRELI 203
Caractersticas e comportamentos praticados por empreendedores 203
Pesquisa GEM Brasil (Global Entrepreneurship Monitor) 204
Motivos que levam as pessoas a abrirem seus negcios 205
Empreendedorismo e prestgio social 206
Classificao das atividades empreendedoras 206
Empreendedores iniciais ou em estgio inicial 207
Motivao para a atividade empreendedora:
empreendedores por necessidade e por oportunidade 207
Empreendedores estabelecidos 208
Caractersticas dos empreendimentos abertos no Brasil 208
Fatores limitantes para empreender no Brasil 208
Linhas de financiamento 209
Cenrio nacional 209
Classificao das micro e pequenas empresas 209
Microempreendedor Individual (MEI) 210
Microempresa (ME) 210
Empresa de Pequeno Porte (EPP) 210
Relao existente entre empreendedores e grau de escolaridade 210
Microempreendedores individuais 211
Empreendedores iniciais e estabelecidos 211
Empresrios de empresas constitudas 211
Empreendedores digitais (Startup) 212
Empreendedores criativos 213
Tecnologia e negcios digitais 214
Empresas brasileiras fazem pouco uso de novas tecnologias 214
Empresas Startups 214
Incubadora de empresas e parques tecnolgicos 215
Inovao e Competividade das micro e pequenas empresas MPE 216
Canvas Business Model 217
Plano de negcio 217
Design Thinking 218
Franchising 219
Sucesso familiar 219
A Universidade e o empreendedorismo 219
As Universidades brasileiras e a temtica empreendedora 220
As universidades e os quatro pilares da educao
apresentados em relatrio da Unesco 220
Jogo de negcio: Desafio Universitrio Empreendedor 221
Estudo de caso 1 222
Empreender respondendo s questes da vida 222
Para a sua inspirao, leia mais um caso de sucesso no Brasil 227
O professor que se tornou um dos maiores empreendedores do Brasil:
Carlos Wizard Martins 227
Concluso 233
Espao E3 em todas as unidades da Estcio 233
Espao N.A.V.E. 234
Palestras e Aulas Nacionais 234
Eventos Locais 234
Programas de Nivelamento 234
Atividades Estruturadas 234
Cursos Livres 234
Cursos de Idiomas 235
Parcerias Nacionais e Internacionais 235
Atividades de Extenso e Responsabilidade Social 235
Atividades Acadmicas Complementares 235
Sala de Aula Virtual 235
Cursos de Ps-graduao Lato Sensu e Stricto Sensu 235
11
Prefcio
No dia 20 de janeiro de 1961, durante o seu discurso ao tomar posse como o 35 Presidente dos
Estados Unidos da Amrica, John F. Kennedy proferiu uma daquelas frases que parecem fazer
sentido e gerar impacto para sempre. Disse o presidente: Por isso, meus compatriotas, no per-
guntem o que seu pas pode fazer por vocs - mas o que vocs podem fazer pelo seu pas.
No acho essa frase brilhante apenas pelo seu teor patritico e pela sua fortssima men-
sagem - alis muito propcia no atual momento que vivemos no nosso pas - contra aquilo
que parece ter se tornado um hbito internacionalmente difundido, o de jogar a respon-
sabilidade pelo sucesso de um povo e de cada indivduo dentro de uma sociedade sobre
as costas dos seus respectivos governos. O que verdadeiramente me encanta nessa frase
a mensagem subliminar de que, no final das contas, ns mesmos somos os senhores dos
nossos destinos, tanto como indivduos quanto como uma coletividade.
Mas, considerando que a vida no fcil para ningum, e que muitos de ns nascemos
no meio de adversidades e barreiras que parecem intransponveis, o ato de assumir as rde-
as da sua trajetria, e assim no permitir que seu caminho seja traado de forma aleatria,
acaba no sendo trivial embora parea ser possvel. De um modo geral, acredito que as
pessoas que se tornam bem sucedidas nas suas reas de atuao respeitam uma sequncia
que, com maiores ou menores variaes, passam por trs grandes etapas.
Primeiro, essas pessoas tm a capacidade, quase que a ousadia, de sonhargrande, de
acreditar que as barreiras esto a para serem vencidas e que as coisas boas do mundo no so
apenas para aqueles que parecem ter mais sorte nos seus primeiros anos de vida. So incon-
tveis os relatos de esportistas que nasceram nos lugares mais improvveis, de empresrios
que se tornaram milionrios mas que passaram fome na tenra infncia, de grandes mdicos,
artistas, executivos, enfim, para quem a vida parecia no sorrir at um determinado ponto.
Segundo, as pessoas que vencem nas suas carreiras demonstram uma capacidade mui-
to interessante de planejar os seus passos com alguma antecedncia, uma habilidade de
pensarnolongoprazo e de mirar em resultados que vo alm do que ocorre no presente,
um foco no como as coisas esto sendo feitas, e no necessariamente no o que est sen-
do obtido naquele momento e, por fim, uma pacincia enorme para respeitarem o tempo
e aguardarem a sua vez. Sabem que as oportunidades vo aparecer um dia e, ao invs de
reclamarem que a sorte parece no vir nunca, preferem trabalhar duro e se preparar para
quando aquela janela, por menor que seja, finalmente se abrir Porque tm a conscincia
de que de nada adianta assistir a um desfile de oportunidades quando no se est prepara-
do para aproveitar nenhuma dessas.
Terceiro, essas pessoas tm uma disciplina quase militar para executarem os seus pla-
nos. Pensem nos atletas que chegam elite de qualquer esporte, aqueles que choram ao ouvir
o Hino Nacional na hora de receber a sua to sonhada medalha. Esses atletas choram porque
naquele momento mgico acabam se lembrando de toda a jornada que tiveram que cumprir,
dos sacrifcios que tiveram que ser feitos, de todas as coisas boas da vida que no puderam
aproveitar, para que enfim pudessem um dia ouvir o seu Hino ao vivo e em cores tocado para
todo o planeta. Quanto treino, suor, quantas horas extras, quantos finais de semana! Bem, no
achem que a vida de um executivo muito bem sucedido, ou de uma mdica de ponta, um artista
famoso, um pesquisador, uma juza, um general, uma cientista, so muito diferentes. Cada um
ao seu modo, cada um no seu tempo, passou pela mesma dose de sacrifcios e teve o mesmo
12
rigor, a mesma disciplina para com as suas atividades que os grandes atletas demonstram. E
ainda mais... todas as pessoas bem sucedidas muito provavelmente j pensaram em desistir,
certamente j tiveram motivos de sobra para no irem alm, mas por alguma razo tm uma
persistncia que sempre, mas sempre mesmo, os levam at a linha de chegada. Costumam di-
zer que No final tudo d certo. Se no deu certo, porque no chegou o final.
A boa notcia que, se por um lado no existem atalhos para o sucesso, por outro lado
existem vias que nos levam por um caminho mais seguro, nos mantendo afastados dos pe-
rigos e das tentaes da vida, e oferecendo algumas janelas de oportunidades que podem
sempre mudar a sorte de toda uma famlia. E, pelo menos at onde eu saiba, nenhuma
dessas vias to segura, eficiente e transformadora como a EDUCAO.
Aconteceu comigo. Eu venho de uma famlia de classe mdia do interior de So Paulo,
uma famlia que sempre viveu sem luxos, embora nunca tenha passado por necessidades
mais alarmantes como a que tantas famlias brasileiras injustamente enfrentam. Nunca ti-
vemos um carro zero, roupas de marca, eletrnicos modernos, nem viagens internacionais.
Mas sempre vi meus pais se sacrificando e deixando de fazer as coisas para eles, para que eu
e meus irmos pudssemos frequentar boas escolas, estudar um segundo idioma, aprender
e desenvolver outas habilidades que mais tarde poderiam fazer a diferena. Tambm fomos
estimulados a ler desde muito cedo, e crescemos o tempo todo aprendendo a respeitar igual-
mente todos os seres humanos, a tratar a todos com educao e cordialidade, e a nunca, mas
nunca mesmo, desrespeitar as leis ou agir de modo que pudesse prejudicar qualquer pessoa.
Eu aproveitei a chance, e estudei muito, o tempo todo. Acreditei no que ouvia dos mais
velhos, ganhei tempo, procurei sempre os caminhos onde as oportunidades poderiam apare-
cer mais naturalmente, mesmo que isso significasse muito sacrifcio no curto prazo. Enfim,
sonhei grande, planejei meus passos com cuidado, e tive muita pacincia e disciplina para
seguir a trilha que eu imaginei. Acabei, sem querer, contribuindo para corroborar uma das
teses que atualmente se formam muito claras para mim a de que estamos assistindo a uma
mudana no sistema Capitalista, que gradativamente v o poder migrando do Capital Finan-
ceiro para o Capital Intelectual. Nasce assim a chamada Sociedade do Conhecimento.
A realidade que o mundo est se tornando muito complexo, e isso est ocorrendo a
uma velocidade exponencial. So inmeras as novas tecnologias, que parecem surgir do
nada a cada dia que passa e que, ao se tornarem de domnio pblico, potencializam todas
as atividades desenvolvidas pelos seres humanos, e assim as tornam ainda mais desafiado-
ras. Para no ficar no vazio, pense na complexidade que gerir um sistema financeiro atu-
almente, com todas as interligaes entre indivduos, bancos, empresas, governos e pases.
Pense na dificuldade que dirigir uma empresa em qualquer segmento, com cada vez mais
grupos de interesse (stakeholders, no jargo) atuando de forma proativa nas demandas pe-
los seus direitos. Pense como difcil ser profissional liberal atualmente, com os advoga-
dos tendo que acompanhar leis que mudam a cada dia, mdicas e enfermeiros precisando
aprender novos protocolos criados do outro lado do mundo, questes ticas aflorando luz
da tecnologia (por exemplo, algum j pensou que no futuro os robs, cada vez mais pareci-
dos com seres humanos, podero ter tambm os seus direitos?). Pense como complicado
atuar no setor pblico, com tantos interesses em jogo e com tanta exposio pela mdia que
parece ver tudo o tempo inteiro. Pense, pense, pense...
E estude para aproveitar a chance! Porque nesse novo contexto, os Donos do Capital
fsico (dinheiro, metais, terras, ttulos etc.), tenha sido esse capital criado com muito
13
suor, herdado, ampliado, ou mesmo ganho numa tarde de sorte em uma loteria qual-
quer, no encontram mais a mesma facilidade que encontravam at algum tempo atrs
para manter ou ampliar a sua riqueza. Sabem que a competio muito dura, que o fu-
turo incerto, que a qualquer momento pode aparecer um jovem empreendedor com
solues muito mais inteligentes para um problema ainda tratado moda antiga (nossos
leitores com mais de 35 anos ho de se lembrar, por exemplo, que antigamente amos s
lojas comprar discos de vinil... at que um dia apareceu um tal de Napster em uma univer-
sidade americana, e o vinil virou uma srie de zeros e 1s). Por isso, os donos do capital
fsico atualmente disputam os melhores crebros. Querem atrair os jovens talentosos,
as grandes cientistas, os artistas, esportistas, pesquisadores, tecnlogos, engenheiras...
Porque sabem que sem essa inteligncia toda, sem esse Capital Intelectual, seu Capital
fsico, por maior que seja, pode no resistir s intempries.
E mais, os donos do capital fsico sabem que para atrarem e manterem esses talentos
sob as suas guardas, precisam estar dispostos a fazer coisas que antes pareciam imposs-
veis entre as quais, compartilhar o prprio capital fsico. Muitos empresrios e muitas
empresas de grande porte, em diversas reas, j compartilham h muitos anos atravs de
tcnicas como remunerao varivel, planos de aes (ou planos de opo), planos
de reteno, benefcios, e por a afora. No necessariamente fazem isso por amor ou cari-
dade, mas sim por uma questo de sobrevivncia.
Pode parecer paradoxal, mas de repente o prprio sistema Capitalista, com todas as
injustias, ineficincias e imperfeies que podem ser geradas na ausncia de mecanismos
de fiscalizao eficientes pelos rgos governamentais, acabar eventualmente no apenas
permitindo um aumento na renda da sociedade, mas tambm gerando uma distribuio
mais justa de toda essa renda. Isto , pelo menos para aqueles que se prepararem a con-
tento, que sonharem grande, planejarem os seus passos, e demonstrarem disciplina e per-
sistncia para fazer o seu caminho. Provavelmente para aqueles que no assumirem uma
posio de espera, aguardando que algum dia algum (talvez o Governo?) v fazer alguma
coisa para melhorar a sua situao. Especialmente para aqueles que buscarem a melhor
formao possvel atravs da Educao, mesmo que isso leve muitos anos e exija muitos
sacrifcios individuais e em famlia. Quase que certamente para os que virem na Educao
uma chance de mudar de vida, e no apenas uma oportunidade de buscar um diploma.
Esse o Capital Intelectual que pode mudar as regras do jogo para voc tambm, da mesma
forma que aconteceu comigo.
Quis o destino que, aps ocupar vrias posies em algumas das grandes empresas
brasileiras, eu tivesse a maravilhosa oportunidade de trabalhar com Educao, e que isso
acontecesse em um lugar to especial como a Estcio. Afinal, no em todo lugar que se
tem a chance de educar milhares de pessoas, ou melhor, centenas de milhares de pessoas,
com todas as responsabilidades que isso certamente pressupe. Conscientes dessa respon-
sabilidade, eu e meu time nos pusemos a andar pelo Brasil todo para conhecer a nossa
Instituio cada vez mais a fundo, bem como para interagir com os nossos pblicos. Pri-
meiro falamos muito com os nossos colegas administrativos, para depois chegarmos aos
coordenadores e professores, para ento finalmente estabelecer uma relao mais direta
com a nossa razo de ser... os nossos alunos.
Ao longo desses ltimos anos, medida em que amplivamos essas conversas, foi fican-
do muito claro para todos ns que faltava alguma coisa no nosso currculo, algo que no
14
necessariamente tinha a ver com as frmulas, as leis, os protocolos, ou a lngua portuguesa.
Sabemos que nossos alunos chegam s nossas salas de aula com diversas lacunas em re-
as de conhecimento variadas, mas confiamos plenamente no nosso Modelo Acadmico e
tambm no nosso Corpo Docente para preencher essas lacunas e assim prover uma forma-
o adequada aos nossos discentes. Mas via de regra, praticamente em todas as palestras,
as questes dos alunos acabavam migrando para outros temas, sempre ligados ao plane-
jamento de carreira, aos concursos pblicos, s ONGs, a como estudar melhor, como pla-
nejar a sua vida financeira, enfim, a variveis de ordem mais prtica, mas que infelizmente
no constavam do nosso currculo.
De tanto ouvirmos e respondermos tais questionamentos, finalmente nos veio a ideia
de criar uma disciplina para tratar desses temas de modo mais organizado, com a ajuda
de diversos especialistas nessas reas. Foi assim que nasceu a disciplina Planejamento de
Carreira e Sucesso Profissional, atualmente disponvel para todos os alunos que chegam
nossa Instituio. Passados alguns semestres, diante do sucesso da disciplina e do feedback
dos nossos milhares de alunos, ficou claro que poderamos dar um prximo passo e ento
publicarmos um livro aprofundando os conceitos que so tratados durante o curso. Esse li-
vro, que certamente ser muito til para tantas vidas acadmicas e profissionais, foi escrito
por gente pensando quase que diariamente nos problemas que afligem os nossos alunos, e
que se esmerou para comunicar os seus conceitos como se estivessem em uma sala de aula,
diante dos nossos discentes vidos por informao e formao.
No primeiro captulo, passeamos um pouco pela histria da Educao e da Universi-
dade com a nossa ex-Reitora Paula Caleffi, uma Doutora em Histria com larga experin-
cia em Educao, que depois explica como composto o sistema de Educao Superior
no Brasil, passando pela exposio do modelo acadmico utilizado pela Estcio, e con-
cluindo com uma discusso sobre as tendncias verificadas no segmento da Educao.
Na sequncia, temos um captulo escrito pela Professora Neusa Chaves, autora de livros
sobre educao e consultora snior advisor na Falconi Consultores de Resultado, dando
dicas valiosas de como um aluno pode se organizar para estudar de modo eficiente e pr-
tico. Vale destacar que a Professora desenvolve todo o seu raciocnio utilizando ferramen-
tas criadas por algumas das maiores autoridades em gesto empresarial do Brasil, entre
os quais o Professor Vicente Falconi, e aplicando esses conceitos para o cotidiano dos
alunos. Ainda na abordagem sobre Educao, a seguir temos um captulo escrito pelo
brilhante Gabriel Chalita, ele mesmo um prodgio da Educao (aos 24 anos de idade j
tinha dois mestrados e fazia o seu segundo doutorado). Utilizando exemplos pessoais e
uma linguagem muito acessvel, Chalita descreve o que chama de Inteligncia Alpha, que
diferentemente dos conceitos anteriores ligados inteligncia (QI, ou quociente de inte-
ligncia, e QE, ou inteligncia emocional), trata das motivaes, ou das aspiraes, que
podem levar os indivduos ao sucesso.
Damos ento uma guinada para aprender com o escritor Gustavo Cerbasi (o mesmo de
Casais Inteligentes enriquecem juntos e outros best-sellers no Brasil) como planejar a nossa vida
no aspecto financeiro. Utilizando diversos exemplos do nosso cotidiano e oferecendo ferra-
mentas prticas para auxiliar os alunos, Cerbasi explica de modo bastante simplificado como
fazer para evitar as turbulncias causadas pelo aperto financeiro que parece nos perseguir
de modo impiedoso e assim sufocar os nossos sonhos, e ao mesmo tempo se preparar desde
cedo para um dia deixar de ser um trabalhador e passar a ser um capitalista.
15
Aps abordar um pouco o aspecto financeiro, passamos a tratar do Mercado de Trabalho,
iniciando com um captulo preparado pela Professora Leyla Nascimento, atual presidente da
Associao Brasileira de Recursos Humanos ABRH e scia diretora do Instituto Capa-
citare, para explicar a organizao do mercado de trabalho, descrevendo as diversas formas
que podem caracterizar uma empresa e passando por temas de interesse como os estgios e os
programas trainee. Na sequncia, apresentamos um captulo preparado por Max Gehringer,
profissional de sucesso em diversas empresas e atualmente escritor e comentarista reno-
mado em todo o Brasil. Com o jeito despojado e simptico que lhe peculiar, Max d dicas
preciosas sobre temas espinhosos como, por exemplo, curso versus carreira, networking,
marketing pessoal, relacionamento empresarial, como ser chefe, e at mesmo sobre
como se comportar em entrevistas e como escrever um bom currculo.
Na parte final do livro, procuramos oferecer uma viso sobre os possveis caminhos
que podem ser percorridos pelos nossos alunos, alm das carreiras mais tradicionais em
empresas do setor privado. Comeamos com uma verdadeira aula sobre o Terceiro Se-
tor, sua organizao, e a possibilidade de desenvolver uma carreira nessa trilha, prepa-
rada pela Ilona Becskehzy, uma das grandes pesquisadoras e especialistas sobre o tema
no Brasil. A seguir, o juiz e autor de sucesso William Douglas, um grande entusiasta da
Educao e do Ser Humano, discorre sobre o Setor Pblico no Brasil, oferecendo dicas
muito especiais entre outras coisas sobre como se preparar de modo efetivo para os con-
cursos pblicos. Por fim, temos toda uma seo escrita por Armando Augusto Clemente,
diretor do Sebrae/RJ, com vasta experincia nas reas de inovao e tecnologia, mestre
em Engenharia do Produto e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e tam-
bm Marlia de SantAnna Faria, analista do Sebrae/RJ, professora universitria, autora
de livros e artigos sobre o universo empreendedor, para tratar do tema Empreendedoris-
mo, ou seja, para orientar os nossos alunos que queiram ousar ainda mais e abrir o seu
prprio negcio. Alm de explicar diversos itens de interesse para quem quer ter o seu
prprio negcio, usando muito conhecimento adquirido pelo Sebrae, Armando e Marlia
concluem oferecendo um estudo de caso muito interessante com um jovem talento bra-
sileiro. Ao final da obra, temos ainda mais um caso inspirador, desta feita protagonizada
pelo fundador da rede Wizard de Idiomas, o empresrio Carlos Martins.
Acredito que assim, cobrindo todos esses temas com a ajuda de tanta gente to capaci-
tada, poderemos ajudar os nossos alunos a escolherem os seus caminhos e assim planeja-
rem melhor as suas jornadas. bem verdade, entretanto, que no existe obra completa, ou
seja, no existe texto que possa ser abrangente o suficiente para cobrir todos os temas de
interesse dos nossos alunos. Isso mais verdade ainda quando o verdadeiro tema do livro,
como o caso aqui na nossa atividade, a prpria vida de cada aluno... Ou seja, estamos
falando de milhares de obras que ainda esto a para serem escritas, vidas para serem vivi-
das de modo intenso e responsvel, e histrias para serem contadas de modo que um dia
possam ser compartilhadas com outros que estaro comeando as suas trajetrias. por
isso que aqui na Estcio ns acreditamos muito em cada um de vocs, e queremos ajudar
cada um a escrever a melhor histria possvel a SUA histria!
Vamos juntos ento, mos na obra... e depois mos obra!
rogrio melzi
Panorama do Ensino Superior brasileiro: o caso Estcio
paula caleffi
11
18 captulo 1
Por que vamos para a Universidade?
Educar talvez uma das prticas mais antigas da humanidade. O ho-
mem, quando nasce, um mamfero desprotegido e inbil. Nos primei-
ros meses precisamos ser cuidados, alimentados, precisamos que nos
faam a higiene, que nos protejam etc.
REFLEXO
Logo, precisamos ser educados: dependemos disto para falar uma lngua, por exemplo,
j nenhum ser humano aprende a falar se no estiver em uma comunidade de falantes.
Nossa educao segue ao aprendermos: como andar, para evitarmos
tombos; como nos alimentarmos sozinhos; como nos relacionarmos
com pessoas da mesma idade e tambm com os mais velhos. E assim
vamos aprendendocoisasfundamentais que nos constituiro como hu-
manos/adultos/membros de determinadas comunidades.
Com o passar do tempo a humanidade comeou a gerar um tipo de
conhecimento que vai alm do necessrio para vivermos o dia a dia. Um
conhecimento que procura explicaroporqu das coisas.
Esse tipo de conhecimento reflexivo e que vai procurar responder o
porqu das coisas, o que depois, integrado por uma metodologia, vir
a chamar-se conhecimento cientfico. Para a aprendizagem desse tipo
de conhecimento especializado faz-se necessria a Educao Formal
as escolas e, posteriormente, as universidades.
ATENO
Vamos para a Universidade para aprendermos tcnicas e mtodos profissionais, mas
to importante quanto isso, que vamos para aprender o porqu das coisas a
teoria e, ao refletirmos sobre esse aprendizado, podemos seguir melhorando as
prprias tcnicas e mtodos de trabalho, bem como o enunciado e a teoria que
embasa cada profisso.
Em continuidade, nos tornamos sujeitos produtores de conheci-
mento, com espao no mercadode trabalho, onde progredimos com
nossa condio de vida, bem como de nossa famlia, e acrescentamos
um tijolo a mais no legado do conhecimento humano.
1COMENTRIO
Aprendendo coisas fundamentais
Nesse processo, chamado educao
informal, somos todos aprendizes e pro-
fessores. Aprendemos porque nos ensi-
nam e tambm aprendemos sozinhos,
observando e refletindo. Educamos fi-
lhos, ajudamos a educar irmos, sobri-
nhos, netos, vizinhos etc.
COMENTRIO
Explicar o porqu
No nos contentamos mais em saber
que as plantas necessitam de chuva para
crescer, mas queremos saber e entender
porque a gua necessria vida.
COMENTRIO
Mercado de trabalho
Segundo relatrio da OCDE (Organiza-
o para Cooperao e Desenvolvimen-
to Econmico), divulgado em 2013, as
pessoas com nvel superior no Brasil tm
uma taxa de emprego na ordem de 85%.
Segundo a mesma entidade, em pesqui-
sa realizada no ano de 2011, a renda
de pessoas com nvel superior de at
156% maior que a de trabalhadores com
ensino mdio.
Panorama do Ensino Superior brasileiro: o caso Estcio
captulo 1 19
Quem vem primeiro: o professor ou a Universidade?
Antes da Universidade, que surge
na Idade Mdia, existiram escolas
importantssimas j com o objetivo
de construo de um saber cient-
fico, especializado, que buscasse a
compreenso do motivo dos fen-
menos. Como exemplo, temos a famosa escola dos filsofos, na qual
Scrates era o professor.
Existiram tambm outras escolas, como a academia de Plato, e
muitas outras no mesmo estilo, porm elas no eram uma instituio
assentadas aos moldes da Universidade, pois dependiam fundamental-
mente de seus mestres. Se o mestre viajasse, os alunos deveriam viajar
com ele ou ficariam sem a sua formao.
REFLEXO
Essas escolas personalizadas tambm no estavam preocupadas em testar e atestar
o conhecimento dos alunos atravs de avaliaes e diplomas ou outros certificados.
Como vimos, o professor antecede a Universidade. No entanto, a Uni-
versidade a instituio que vai criar as melhores condies de trabalho
para que ele possa educar sobre o conhecimento cientfico, formal, bem
como sobre os valores envolvidos nesse conhecimento.
O professor segue sendo indispensvel no processo educacional
mesmo no mundo contemporneo, onde ele no mais a nica fonte
de informao. Cabe a ele mostrar aos seus alunos como transformar
a mera informao (dados) em conhecimento, ou seja, em informao
selecionada e contextualizada e que faa sentido muitas vezes para a re-
soluo de problemas objetivos.
REFLEXO
Tambm papel do professor instigar o aluno a ir alm, usando o conhecimento ad-
quirido para refletir sobre diferentes situaes, transformando-se assim em sabedoria.
Alis, o bom professor se renova permanentemente aprendendo com seus alunos.
Explorando o conceito
O termo Universidade vem do latim Universitas magistrorum et
scholarium (Comunidade de mestres e estudiosos).
A Universidade fundamentalmente multidisciplinar, j que deve
ser constituda por uma oferta variada de cursos. uma das instituies
Sem dvida o professor antecedeu a instituio Universidade.
AUTOR
Scrates
Scrates (Atenas,
469 a.C. - 399 a.C)
foi um filsofo cls-
sico da Grcia Anti-
ga. Ele inventou o
famoso mtodo so-
crtico de ensino, no qual respondia s
questes dos alunos com outra pergunta,
desafiando seus alunos a irem em busca
das respostas e assim aprofundando
cada vez mais seus conhecimentos.
COMENTRIO
Fonte de informao
A internet, por exemplo, prov inmeras
fontes de informao. Entretanto, o pro-
fessor no professor porque tem mais
informao que a internet, mas sim por-
que sabe os caminhos e desafia seus
alunos para transformar a informao
em conhecimento, e o conhecimento
em sabedoria.
CURIOSIDADE
Universidade
A primeira Universidade a surgir no
mundo foi durante a Idade Mdia, no
sculo XI, a Universidade de Bologna,
mais precisamente em 1088. No Brasil,
foi a Universidade do Brasil, j no sculo
XX (1922). Antes havia instituies de
educao superior como, por exemplo,
as tradicionais faculdades de direito de
So Paulo e de Olinda, mas que ainda
no possuam o ttulo de Universidade.
20 captulo 1
mais antigas da cultura ocidental e, como toda a instituio que sobrevi-
ve a passagem da histria, ela vem se transformando para seguir corres-
pondendo aos anseios sociais.
As Universidades no Brasil podem ser instituies de origem pblica
ou privada; porm, as mesmas esto submetidassleis maiores do pas,
como a Constituio Federal de 1988, que assim afirma: as Universida-
des gozam de autonomia didtico-cientfica, administrativa e de gesto
financeira e patrimonial, dizendo tambm que as mesmas obedecero
ao princpio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso.
Est prevista na legislao brasileira a possibilidade de outras insti-
tuies, pblicas ou privadas, ministrarem a Educao Superior, como as
faculdades, os centros universitrios e os institutos superiores. As diferen-
as entre Faculdade, Centro Universitrio e Universidades no esto direta-
mente relacionadas com a qualidade dos cursos ofertados, mas sim com a
autonomia e a complexidade institucional, como no quadro a seguir:
FACULDADE
AUTO
NOMI
A
COMPLEXIDADE
CENTRO UNIVERSITRIO
UNIVERSIDADE
As faculdades no tm autonomia para abrirem ou encerrarem cursos
sem a prvia autorizao do Ministrio da Educao, porm tambm no
tm a exigncia de serem multidisciplinares nem de oferecerem cursos de
ps-graduao. J os Centros Universitrios possuem maior autonomia na
abertura ou encerramento de seus cursos, da mesma forma deve corres-
ponder a uma maior complexidade no nmero de cursos ofertados para a
comunidade (ainda, desejvel a oferta de cursos de ps-graduao).
As universidades so as que possuem maior grau de autonomia den-
tro do sistema, inclusive para a abertura e encerramento no apenas de
cursos, mas tambm de novos campi.
ATENO
As universidades, em compensao, tm a responsabilidade da oferta multidisciplinar,
oferecendo cursos preferencialmente em todas as reas de conhecimento: humanas,
sociais, sade, tecnolgica e engenharias. Ainda, devem se comprometer no apenas
COMENTRIO
Submetidas s leis
As instituies estaduais esto subme-
tidas tambm Legislao e regula-
o estaduais, apesar de haver muitas
discusses sobre isto entre o MEC e
as Secretarias Estaduais de Educao.
Alm da Constituio, esto submetidas
Legislao Federal e Regulao por
parte do Ministrio da Educao MEC.
captulo 1 21
com o ensino, mas tambm com o desenvolvimento da pesquisa e a promoo da
extenso. A ps-graduao stricto sensu, composta pelos cursos de mestrado e dou-
torado, obrigatria para que uma instituio seja reconhecida como Universidade.
Faculdades, centros universitrios e universidades podem oferecer
cursos de graduao de bacharelado, de licenciatura e tambm tecnol-
gicos. Estes ltimos possuem a caracterstica de serem cursos de menor
durao, em torno de 2000 horas, focados em nichos especficos de mer-
cado, como Logstica, Recursos Humanos, entre muitos outros.
Nos ltimos 15 anos, o Brasil vem abrigando um excelente crescimen-
to da classe mdia, atualmente 52% da populao brasileira est enqua-
drada nesta classe. Essa melhoriaeconmica despertou o interesse dos jo-
vens e adultos pela educao superior. difcil trabalhar e estudar noite,
mas o esforo recompensado para aquele que atinge a formatura.
EXEMPLO
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%1960 1970
PBLICAS
PRIVADAS
DISTRIBUIO DE MATRCULAS EMINSTITUIES PBLICAS E PRIVADAS
1980 1990 2000 2012
Com o objetivo de incentivar os jovens e adultos a ingressarem na
educao superior, o governo criou dois importantes programas para
auxiliar no pagamento das mensalidades das instituies privadas: O
PROUNI e o FIES.
Ps-graduao: avanando no estudo superior
No Brasil existem duas categorias de ps-graduao: a latosensu, dirigi-
da especializao profissional; e a strictosensu, composta de mestra-
do e doutorado, que visa formao de pesquisadores.
Ps-graduao lato sensu
Os cursos da categoria lato sensu so os de especializao e os MBAs
(Master in Business Administration). A especializao costuma ter um
foco mais delimitado e busca aprofundar o tema proposto, j os MBAs
atuam no campo da Administrao, ou nos estudos relacionados ges-
to. Os cursos de especializao tm durao mnima de 360 horas; os
MBAs costumam ter uma carga-horria maior.
COMENTRIO
Tecnolgicos
Os cursos superiores de tecnologia, ou
tecnolgicos, conferem diploma de gra-
duao, estando os formandos desses
cursos aptos para cursarem qualquer
categoria de cursos de ps-graduao.
COMENTRIO
Melhoria econmica
Informe-se sobre o Programa Universi-
dade para Todos (PROUNI) e sobre o
Programa de Financiamento Estudantil
(FIES) na sua instituio de ensino ou
no site do MEC.
COMENTRIO
PROUNI e FIES
Em 2012, o total de matrculas no en-
sino superior saltou para 7.037.688. E
a participao das instituies particu-
lares (com 5.140.312 matrculas), subiu
para 73%. Grande parte destes alunos
escolhe estudar no turno da noite, pois
trabalha durante o dia.
CONCEITO
Lato sensu e stricto sensu
Em traduo literal do latim, a expresso
lato sensu significa em sentido amplo;
stricto sensu, por sua vez, significa em
sentido estrito.
22 captulo 1
ATENO
A ps-graduao lato sensu concede certificado de concluso, enquanto a ps-
graduao stricto sensu concede diploma.
Ps-graduao stricto sensu
A ps-graduao stricto sensu compreende cursos de mestrado e douto-
rado. No mestrado, como produto final, o mestrando deve elaborar e de-
fender uma dissertao frente a uma banca de professores qualificados.
A dissertao deve demonstrar familiaridade com o tema escolhido, e
apresentar bibliografia pertinente ao assunto. No doutorado, como
produto final, o doutorando deve elaborar e defender uma tese, frente
a uma bancaqualificada. A tese de doutorado deve conter proposies
e elementos inditos para que a rea de conhecimento nela utilizada se
desenvolva e avance.
Atualmente a ps-graduao stricto sensu regulamentada e avaliada
no pas pela CAPES. A avaliao dos chamados programas de stricto sensu
(mestrado e doutorado), tem como principais indicadores a qualidade da
produo cientfica, materializada em artigos cientficos; produtos tecnol-
gicos e patentes; ainda, currculo dos professores e qualidade da produo
das dissertaes e teses produzidas pelos alunos, entre outros elementos.
Como expresso dessa avaliao, a CAPES utiliza uma rgua de zero
a 7, sendo que 3 o mnimo para que um programa possa operar du-
rante 3 anos dever obrigatoriamente subir para 4, sob pena de ter
seu fechamento estabelecido pela CAPES. O nvel 7 o mais difcil de
atingir e exige uma importante insero no cenrio internacional das
universidades e da produo cientfica.
ATENO
O Brasil possui vrios rgos responsveis pelo desenvolvimento cientfico tec-
nolgico e a formao de pesquisadores, como o CNPQ Conselho Nacional de
Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico que integra o Ministrio da Cincia,
Tecnologia e Inovao; e a FINEP Financiadora de Estudos e Projetos que tem
por misso promover o desenvolvimento do pas, a partir do fomento cincia, tec-
nologia e inovao e tambm esta vinculada ao Ministrio da Cincia e Tecnologia e
Inovao. A maioria dos estados possui suas fundaes de amparo pesquisa, como
a FAPERJ do Rio de Janeiro, ou FAPESP de So Paulo, entre vrias outras.
O Brasil desenvolveu uma ps-graduao stricto sensu muito respei-
tada internacionalmente, porm, e apesar de toda a malha de fomento e
suporte pesquisa, ainda ocupamos um dos ltimos lugares do mundo
no ranking internacional de patentes, ou seja, temos muito para avanar
em pesquisa e inovao.
COMENTRIO
Banca qualificada
A aprovao da dissertao (mestrado)
e/ou da tese (doutorado) pela banca
especializada fundamental para a ob-
teno do respectivo ttulo.
COMENTRIO
CAPES
A Coordenadoria de Aperfeioamento
de Pessoal de Nvel Superior (CAPES)
composta por representantes das reas
de conhecimento escolhidos e organi-
zados em grupos de trabalho, respons-
veis pela avaliao dos cursos das reas
as quais pertencem. a metodologia da
avaliao pelos prprios pares.
captulo 1 23
Do geral para o particular: a Estcio na sociedade do conhecimento
A Estcio a nica instituio no pas e uma das poucas no mundo
que desenvolveu um projeto nacional de Educao Superior baseado
nos conceitos contemporne-
os da sociedade do conheci-
mento, focado no desenvolvi-
mento dos seus alunos para o
mundo do trabalho.
A sociedade do conheci-
mento, presente no conceito de
Educao da Estcio, foi possvel em decorrncia do desenvolvimento
tcnico-cientfico nas transmisses de dados por satlites/fibras pti-
cas, levando ao desenvolvimento da internet, ao armazenamento de in-
formaes em nuvens etc., baixando o custo de transao das informa-
es, democratizandooacesso s mesmas e ao conhecimento.
A Estcio composta por faculdades, centros universitrios e uni-
versidade presentes em todo o territrio nacional. Preocupada em levar
qualidade de educao para todos os seus alunos nacionalmente, garan-
tindo um espao e crescimento no mercado de trabalho, iniciou-se um
projeto que teve por base os conceitos de sociedade do conhecimento e
de economia do conhecimento.
RESUMO
Na economia do conhecimento, o que tem valor o conhecimento produzido coleti-
vamente mediado por plataformas digitais. Ou seja, cabeas pensantes trabalhando
colaborativamente tendem a construir um conhecimento de maior qualidade, inde-
pendente do local onde cada um se encontre, pois hoje podemos construir conheci-
mento coletivo distncia usando plataformas digitais.
A Estcio possui em torno de 7.000 especialistas na produo de co-
nhecimento, so 7.000 professores espalhados pelo territrio nacional.
Para que estes 7.000 professores pudessem discutircomseuspares em
todo o Brasil, criou-se uma plataforma de uso exclusivo dos professores
chamada SGC Sistema de Gesto do Conhecimento.
Foi atravs desta plataforma que os professores do grupo Estcio dis-
cutiram e elaboraram os melhores currculos nas diferentes reas do co-
nhecimento, formando a Rede de Conhecimento Estcio, tendo como
consequncia a gerao de mais de 70 currculos integrados nacional-
mente. Todos estes com uma metodologia apropriada para a aprendiza-
gem do adulto com qualidade e com foco no desenvolvimento de com-
petncias para o mercado de trabalho.
Pela primeira vez na histria da humanidade o que tem mais valor um bem intangvel, o conhecimento.
COMENTRIO
Democratizando o acesso
At o sc. XXI, apenas poucos privile-
giados tinham a possibilidade de viajar
aos Estados Unidos para pesquisar nas
bibliotecas do Congresso ou de Harvard,
por exemplo, ou em outras bibliotecas
importantes do mundo como a de Paris,
Berlim entre outras, e o mesmo ocorreu
com institutos de pesquisa e outras ins-
tituies produtoras de conhecimento.
COMENTRIO
Discutir com seus pares
Por exemplo, professores de Direito dis-
cutindo com professores de Direito; de
Administrao com Administrao; de
Enfermagem com os de Enfermagem, e
assim sucessivamente.
24 captulo 1
O curso que voc ingressou tem um currculo integrado nacional-
mente, a partir da construo coletiva de conhecimento, e que tambm
abre a possibilidade da mobilidade estudantil pelo territrio nacional.
RESUMO
Na Estcio, os padres de qualidade no so criados por pequenos grupos e impos-
tos de cima para baixo, eles so consequncia do acordo de qualidade construdo
pelos especialistas nas diferentes reas de conhecimento: os professores.
No Sistema de Gesto de Conhecimento, os professores elaboraram
coletivamente a melhor proposta pedaggica, os planos de ensino de
cada disciplina, os quais se subdividem em planosdeaulasemanais.
A bibliografia que ser indicada para o aluno tambm um dos compo-
nentes de discusso nacional pelos professores.
E o mais importante que nesse sistema a discusso retomada de
tempos em tempos, para que os alunos tenham sempre um currculo
atualizado e valorizado no mercadodetrabalho.
Esse um debate difcil e interessante, pois uma formao univer-
sitria deve sim ter foco na empregabilidade do aluno, no apenas no
curto prazo, mas para a vida toda.
ATENO
Muitas vezes, o mercado de trabalho imediatista e pensa apenas em preencher
vagas em curto prazo.
Nesse ponto, torna-se ainda mais importante a expertise do cor-
po docente da Estcio, que busca o equilbrio entre uma formao
que traga a possibilidade do aluno ingressar no mercado (ou mesmo
melhorar a sua posio nele em curto prazo) e, paralelamente, com
a competncia para manter-se e crescer, de forma sustentvel, nesse
mesmo mercado.
Entendendo o currculo de seu curso
O currculo s se realiza com a
participao do aluno construin-
do a sua aprendizagem. Cabe
instituio, organizadora do
currculo, a avaliao da apren-
dizagem do aluno e a outorga do
grau, bem como do diploma de
concluso de curso. Um currculo deve tambm prever os recursos neces-
srios s metodologias e aos processos de ensino-aprendizagem.
COMENTRIO
Planos de aula semanais
Os planos de aula so um pacto de qua-
lidade feito pelos prprios professores
sobre competncias (contedo, habilida-
de, atitude), metodologias e tcnicas que
devem ser desenvolvidas em cada aula.
COMENTRIO
Mercado de trabalho
Anualmente so convidadas pessoas
de destaque em cada uma das carrei-
ras oferecidas pela Estcio para que
elas debatam e faam sugestes aos
coordenadores de curso e professores
sobre como manter os currculos alinha-
dos com o mundo do trabalho.
COMENTRIO
Currculo
As atividades curriculares variam de cur-
so para curso, e as exigncias tambm,
dependendo se o seu curso tecnolgi-
co, bacharelado, licenciatura... Todos so
cursos de graduao, mas com suas pe-
culiaridades. Por isso, informe-se sobre
quais atividades integram seu currculo.
O currculo o caminho formativo que o aluno deve percorrer no aprendizado de uma carreira/profisso.
captulo 1 25
ATENO
O currculo integra o Projeto Pedaggico de um curso e prev as atividades de aprendizado que devem
ocorrer na sala de aula, mas no apenas isso, pois o aprendizado no ocorre somente nesse ambiente. Assim,
dependendo do curso, um currculo integrado tambm por atividades prticas, estgio, atividades comple-
mentares, atividades estruturadas, trabalhos de concluso de curso etc. A soma dessas atividades compe a
carga horria mnima do curso exigida pelo MEC (Ministrio da Educao).
Premissas dos currculos da Estcio
Trabalhar as competncias na formao do aluno
Neste mundo, a informao se torna obsoleta muito rapidamente, mas o aluno que aprende a
aprender sempre ter condies de se atualizar ao longo da vida. Tambm precisa saber fazer,
que a habilidade da aplicao do saber terico no desenvolvimento de algo ou na resoluo de
problemas, pois teoria e prtica so as duas faces da mesma moeda e uma no deve existir sem
a outra. Ainda, o saber ser, que diz respeito atitude frente s situaes e vida, valores esco-
lhemos para pautar a nossa conduta: a tica, a solidariedade, a honestidade (fonte: UNESCO).
No mercado de trabalho, muitos profissionais so selecionados pelos seus conhecimen-
tos e demitidos pelas suas atitudes, por isso a Estcio tem como objetivo proporcionar espa-
os de discusso sobre valores e atitudes, como ocorre na disciplina que adota este livro como
material didtico, e que devero permear vrias outras atividades dentro do seu currculo.
Disciplinas na modalidade EAD
O domnio de novas tecnologias, bem como o desenvolvimento cerebral de compreenso
e interao com as linguagens virtuais atualmente uma condio bsica no mercado de
trabalho e na prpria vida (veremos um pouco mais no item EAD).
Sustentabilidade
O tema sustentabilidade tambm aparecer como transversal ao seu currculo e voc vai
encontr-lo em vrios momentos do seu percurso.
Atividades curriculares
Como j dissemos, a exigncia de atividades curriculares vai variar com as caractersticas
do curso que voc escolheu. Vejamos as mais recorrentes:
Estgios e prticas
Os estgios e as prticas, na maior parte das vezes, integram os currculos por serem re-
quisito legal daquela carreira. Seu tempo deve ser muito bem aproveitado, pois concebido
para que o aluno comece a ter a experincia real da prtica da profisso, com a vantagem de
ainda no estar sozinho e de poder recorrer a dvidas com um professor/supervisor.
26 captulo 1
Atividades Acadmicas Complementares (AAC)
As atividades complementares tambm integram a carga horria de vrios cursos, como
requisito legal do MEC. Elas devem ser valorizadas por voc, pois trazem um espao de li-
berdade orientada dentro do currculo, quando o aluno tem opo de desenvolver atividades
que j possam ir auxiliando a sua formao para temas que mais lhe interesse dentro da
sua careira. Normalmente so participaes em palestras, congressos, eventos cientficos e
culturais, iniciao cientfica etc.
Cada curso possui uma lista das atividades complementares aceitas naquela formao,
procure se informar sobre quais so as pertinentes para o seu curso para no perder tem-
po. Estas atividades sero mais bem aproveitadas se forem feitas ao longo do curso e no
apenas no ltimo ano.
Atividades estruturadas
As atividades estruturadas so pertinentes e integram a carga horria de algumas discipli-
nas. So desenvolvidas e propostas pelos professores para serem executadas pelos alunos,
individual ou coletivamente, dependendo da atividade. Nessas atividades, so trabalhados
temas que sero necessrios para o desenvolvimento do restante da disciplina, inclusive
alguns deles sero solicitados na sua avaliao.
As atividades estruturadas tm por objetivo o desenvolvimento da autonomia do aluno
no seu processo formativo, assumindo a responsabilidade que lhe cabe na aprendizagem.
A autonomia uma competncia muito valorizada no mercado de trabalho.
Trabalhos de Concluso de Curso (TCC)
As carreiras que exigem os TCCs escolhem o tipo de trabalho que melhor sistematiza aquela
formao. Assim, o TCC pode ser um trabalho de pesquisa mais acadmico, um artigo para
publicao, um produto tecnolgico, entre outros.
O importante desse trabalho que ele vai exigir que voc mobilize vrias competncias
desenvolvidas ou aprimoradas ao longo do curso na aplicao de uma situao concreta.
Alm disso, o TCC costuma ser um marco acadmico: sinaliza que o aluno atingiu as condi-
es para seu prximo passo, a vida profissional.
A sala de aula
As atividades de sala de aula, poderamos dizer que so as mais clssicas dentro de um
currculo. Assim como as outras atividades curriculares, a sala de aula deve ser aproveitada
ao mximo pelo aluno. Para isso, a prvia leitura do material didtico aconselhvel, assim
como uma pequena pesquisa (na internet, por exemplo) sobre o que ser o tema da aula.
Avaliao nacional da Estcio
Atualmente no se justifica mais que toda a formao dos alunos seja de nica responsabi-
lidade do professor da disciplina em sala de aula. necessrio que as instituies assumam
captulo 1 27
a responsabilidade sobre seus projetos de educao, criando indicado-
resdequalidade para o acompanhamento da aprendizagem dos alunos.
A Estcio estabeleceu, como ponto fundamental do seu modelo de
educao, as provas nacionais. Elas so realizadas por todos os alunos,
a partir de um bancodequestes, tambm fruto da construo coletiva
dos professores. Para que seja efetivo, o banco de questes gera provas
diferentes (processo randmico), porm com o mesmo grau de dificul-
dade, seja onde for aplicada a prova.
A partir da, a Diretoria Acadmica tem condies de acompanhar o
desempenho das turmas em todo o Brasil, avaliando a qualidade de seu
modelo de ensino, bem como dos professores que o ministram.
ATENO
CinciasJurdicas
Comunicao eArtes
Educao eLicenciatura Engenharia Gesto Sade Tecnologias TOTAL
6,9 7,4 7,3 7,0 7,1 7,2 6,7 7,06,5 6,8 7,2 7,3 6,9 7,0 6,7 6,86,1 6,4 7,0 6,0 6,6 6,2 6,3 6,46,4 6,7 7,0 6,7 6,5 6,5 6,4 6,75,2 5,1 5,5 5,0 5,3 5,3 4,7 5,2
6,9
7,4 7,3
7,07,1
7,2
6,7
7,0
6,5
6,8
7,27,3
6,97,0
6,76,8
6,1
6,4
7,0
6,0
6,6
6,26,3
6,46,4
6,7
7,0
6,76,5
6,5 6,4 6,7
5,25,1
5,5
5,0
5,3 5,3
4,75,2
4,54,74,95,15,35,55,75,96,16,36,56,76,97,17,37,5
Mdia
das
not
as
Na anlise das provas nacionais, possvel determinar quais turmas esto com di-
ficuldades e em que parte da matria, bem como compar-las nacionalmente e ao
longo do tempo. Com isso, possvel estabelecer um processo de melhoria contnua
nos Projetos Pedaggicos dos Cursos, bem como nas metodologias e prticas utili-
zadas pelos professores.
A prova nacional inclui uma parte das questes elaboradas luz
de questes utilizadas em concursos externos, pertinente a cada rea
de conhecimento, como concursos pblicos, ENADE, entre outros.
Utilize a sua prova nacional corrigida, para que voc tambm possa
estar consciente do seu desenvolvimento frente s exigncias exter-
nas do mercado de trabalho.
A Educao a Distncia na Estcio (EAD)
A modalidade EAD hoje a que mais cresce no ensino superior brasilei-
ro. Com os atuais problemas de trnsito, segurana, longas distncias
nas grandes cidades, a EAD est se tornando uma opo cada vez mais
COMENTRIO
Indicadores de qualidade
A educao superior deixa de ser uma
proposta basicamente autoral, exclusiva
do professor da disciplina, para tornar-
se um pacto de qualidade entre os pro-
fessores especialistas e as instituies
de ensino.
COMENTRIO
Banco de questes
As questes so elaboradas em seis
nveis de complexidade, sendo que o
quinto e o sexto nveis incluem ques-
tes discursivas. O grau de dificuldade
das provas parametrizado no banco de
questes, pelo coordenador pedaggico
nacional de curso, que integra a direto-
ria acadmica da Estcio.
28 captulo 1
frequente para os habitantes das grandes cidades, ao contrrio do que
imaginavam os especialistas que apostavam no crescimentodessamo-
dalidade para o interior do pas.
A familiaridade dos jovens e adultos que ingressam no ensino su-
perior com a internet e as linguagens virtuais, bem como as exign-
cias dessas competncias no mercado de trabalho, colaboram para
impulsionar este crescimento.
REFLEXO
A Estcio oferece uma variedade de cursos a distncia. Por opo estratgica, visan-
do a uma possvel mobilidade dos alunos, os currculos presenciais e a distncia so
iguais, respeitando apenas as caractersticas de cada modalidade.
Os currculos de EAD tambm so integrados por atividades dife-
rentes, que completam o percurso formativo do aluno. Por exemplo,
nos cursos em que h previso de atividades prticas, prticas em labo-
ratrios, estgios, entre outras, estas devem ser realizadas presencial-
mente nas dependncias do polo de apoio presencial em que o aluno
est matriculado, ou nos locais l indicados. Esse ponto muito im-
portante, pois podemos ensinar e aprender quase tudo sem estarmos
presentes fisicamente, mas determinadashabilidades devem ser trei-
nadas e testadas presencialmente.
Na parte virtual da aula a distncia, o aluno vai encontrar uma gama
de materiais elaborados de forma adequada para essa modalidade de
aprendizado: materiais tericos, videoaulas e palestras, exerccios
(como games e simuladores), frum temtico de discusso e os espaos
de interao com o tutor da disciplina.
ATENO
Os cursos ou disciplinas EAD pressupem um ritmo de aprendizagem que deve ser
mantido pelo aluno para que ele obtenha xito ao estudar nessa modalidade.
A plataforma LMS utilizada pelos alunos no presencial ou no EAD
a mesma, pois, no mundo atual, presencial e virtual esto cada vez mais
prximos, compondo uma verdadeira sntese da realidade. Boa parte do
materialvirtual disponibilizado para os alunos dos cursos EAD pode
ser acessada pelos alunos dos cursos presenciais.
Como ter acesso ao projeto pedaggico (planos de ensino, pla-
nos de aula e atividades estruturadas)
Os professores constroem os PPCs e os currculos coletivamente no SGC,
e os alunos da Estcio tm acesso a todo esse material atravs de uma
COMENTRIO
Crescimento dessa modalidade
2001
Presencial distncia
1.000.
0002.000
.0003.0
00.0004.
000.00
05.000.
0006.000
.0007.0
00.0008.
000.00
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
15,8%
EVOLUO DA MATRCULA NA EDUCAO SUPERIORPOR MODALIDADE DE ENSINO BRASIL 2012
84,2%
Fonte: MEC / Inep
A educao a distncia (EAD) cresceu
mais que a educao presencial de
2011 a 2012. Em um ano, houve um
aumento de 12,2% nas matrculas da
EAD, enquanto a educao presencial
teve um aumento de 3,1%. Apesar do
crescimento, o ensino a distncia ainda
representa 15,8% das matrculas (Cen-
so da Educao Superior de 2012, Mi-
nistrio da Educao).
COMENTRIO
Determinadas habilidades
Por exemplo, o aluno que est cursando
Enfermagem vai aprender por intermdio
de explicaes e simuladores como se
ministra uma injeo no paciente, mas
para que ele realmente domine essa habi-
lidade ter de execut-la presencialmente
com a superviso de seu professor.
COMENTRIO
Material virtual
Esto disponveis nas lojas de apps
(Apple, Android e Windows Phone) al-
guns aplicativos produzidos pela Estcio
para apoiar o processo de aprendizagem
dos seus alunos e de outros que queiram
baix-los, j que so gratuitos.
captulo 1 29
plataforma LMS. o princpio da transparncia, um dos valores da Estcio.
Ao matricular-se no curso escolhido, sugerimos que voc acesse o
ambiente virtual do aluno e conhea os componentes curriculares do
seu curso. Leia atentamente os planos de ensino das disciplinas que
voc vai cursar e acompanhe antecipadamente as aulas atravs da
leitura prvia dos planos de aula. Isso vai permitir que voc tenha pre-
visibilidade do que ser trabalhado e possa se preparar e aproveitar
melhor o tempo com seus professores e colegas.
SINAES: Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior
O Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior (SINAES) foi
criado pela lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004, e formado por trs
componentes principais: a avaliaodasinstituies, dos cursos e do
desempenho dos estudantes.
ATENO
O SINAES gera os indicadores de qualidade dos cursos CPC (Conceito Preliminar
de Curso) e IGC (ndice Geral de Cursos). Esses dois indicadores so utilizados pelo
MEC para regular as instituies de ensino superior e pela imprensa na publicao
do ranking das mesmas instituies. Tanto o CPC quanto o IGC usam uma faixa de
conceito entre 0 e 5, sendo o 3 a faixa de corte considerada satisfatria para o MEC.
ENADE: Exame Nacional de Desempenho de Estudante
O Exame Nacional de Desempenho de Estudante, o ENADE, integra o
SINAES e tem o objetivo de aferir o rendimento dos alunos dos cursos
de graduao em relao aos contedos programticos, suas habili-
dades e competncias.
ATENO
O ENADE acontece todo ano, porm, para diferentes reas de conhecimento. O
MEC, para efeitos de ENADE, divide os cursos em trs reas de conhecimento; logo,
seu curso dever passar pelo ENADE de 3 em 3 anos.
COMENTRIO
Avaliao das instituies
A avaliao externa feita pelo MEC,
utilizando o SINAES, uma importante
iniciativa para que os brasileiros possam
conhecer a qualidade dos cursos supe-
riores das faculdades, centros universi-
trios e universidades de todo o pas.
30 captulo 1
Para o aluno, o ENADE constitudo de uma importante prova
que traz muitas vezes questes com enunciados amplos, como forma
de testar a competncia leitora do aluno, bem como seu raciocnio.
O seu currculo certamente vai contemplar os contedos solicitados.
Alm disso, a Estcio organiza inmeras atividadesdeapoio ao alu-
no que vai prestar o ENADE.
Os professores da Estcio estudam profundamente os critrios e a
forma de elaborao das provas do ENADE, inclusive vrios professores
da Estcio so selecionados pelo MEC para serem elaboradores de ques-
tes daquele exame. Alm disso, muitas questes do ENADE integram o
banco de questes das provas nacionais.
Por que devo fazer o ENADE?
O ENADE o componente mais importante na gerao do CPC Con-
ceito Preliminar de Curso. A sua nota individual, apesar de no ser
publicada, fica arquivada no MEC e, atualmente, vrias organizaes
que oferecem vagas de seleo pedem que conste no currculo a sua
nota do ENADE.
ATENO
Sendo o ENADE o componente com maior peso dentro do CPC, o desempenho
dos alunos na prova pode gerar um bom indicador, ou pode compromet-lo. Quanto
mais alto o CPC, maior ser o IGC da sua instituio e, por consequncia, maior a
valorizao do seu diploma no mercado de trabalho.
Com anlises feitas a partir de indicadores de qualidade srios, po-
demos corrigir erros ou desvios, realinhar metas e avanar no desenvol-
vimento de todo o sistema brasileiro de educao. Quanto mais transpa-
rente for o sistema de avaliao, melhor conheceremos as competncias
dos egressos e, por consequncia, o potencial produtivo do pas.
Tendncias da educao superior no Brasil e no mundo
Os caminhos da educao so motivo de grandes debates em diferen-
tes fruns. O mesmo est ocorrendo tambm em outras reas, como
sade, produo, segurana etc., pois vivemos em um mundo de rpi-
das transformaes e quebras de paradigmas. Quando isso acontece,
no podemos analisar apenas o fenmeno e os fatos, eles so a es-
puma da onda do mar, temos de entender os grandes fundamentos
das mudanas.
COMENTRIO
Atividades de apoio
Algumas atividades de apoio desenvol-
vidas pela Estcio para o aluno que ir
realizar o ENADE: aplicativos para mobile
com questes das ltimas provas, hotsite
com games, provas anteriores resolvidas
e comentadas pelos professores e simu-
lados elaborados com os mesmos crit-
rios da prova do ENADE.
captulo 1 31
REFLEXO
Um dos fundamentos, causa e consequncia do que est acontecendo, a mudan-
a na percepo de tempo que a sociedade humana vem experimentando. Hoje o
tempo um elemento precioso, fazemos muito mais coisas em uma hora do que
fazamos h 20 anos e temos a sensao que no temos tempo para nada.
De acordo com a teoria da relatividade restrita de Einstein, o tempo e o
espao so duas faces da mesma moeda: quando um se compacta o outro
se alarga. O espao se compactou atravs dos meios de transporte velo-
zes e dos recursos virtuais; por consequncia, o tempo se alargou (por isto
conseguimos fazer muito mais coisas em uma hora), porm mesmo as-
sim no nos sobra tempo: quanto mais fazemos, mais demandas temos.
REFLEXO
Nesse sentido, as tendncias que persistiro sero aquelas que levem valorizao
e melhor aproveitamento do fator tempo.
Sala de aula invertida
A chamada sala de aula invertida uma forte tendncia de modalidade hbri-
da, pois envolve em uma mesma disciplina dimenses virtuais e presenciais.
Parte do contedo aprendido por meio de plataformas digitais, com
games, simuladores, leituras, exerccios etc., no lugar onde o aluno dese-
jar, sem precisar se deslocar instituio na qual estuda. Os momentos
presenciais so aproveitados para debates com os professores e colegas,
discusses, sanar dvidas e treinar o desenvolvimento de algumas habili-
dades que exigem presena fsica ou comprovao in loco. Tanto a parte vir-
tual quanto a presencial integraro a carga horria da disciplina e do curso.
REFLEXO
Na sala de aula invertida, os momentos presenciais sero realmente valorizados e utili-
zados com atividades onde a presencialidade necessria para o processo de apren-
dizagem, e no mais para atividades que os alunos podem desenvolver virtualmente.
Essa metodologia vai exigir uma grandemudana no perfil dos
professores, que de eruditos, fontes de saber, tendem a se torna-
rem muito mais mentores que orientam e desafiam seus alunos no
processo de aprendizagem. Os professores se tornaro muito mais
socrticos: em vez de serem baluartes das respostas certas, faro
perguntas inteligentes aos seus alunos, instigando-os a construrem
e aprofundarem seu prprio conhecimento.
COMENTRIO
Grande mudana
A prpria organizao das instituies
de ensino dever mudar, pois a produ-
o virtual de materiais pedaggicos
crescer substancialmente nos prxi-
mos anos.
32 captulo 1
Learning analytics (dados analticos de aprendizagem)
A outra tendncia que j est sendo posta em prtica, mas que ainda re-
quer muito desenvolvimento, principalmente para ser usada em grande
escala, o Learninganalytics.
A partir dele possvel personalizar a chamada educao em mas-
sa, quebrando um falso paradoxo estabelecido sobre aquilo que fei-
to em grande volume no customizvel. Com a tecnologia, perfeita-
mente possvel personalizar a educao de cada aluno, independente do
nmero total de estudantes que a instituio possua.
RESUMO
A partir dos resultados do learning analytics teremos a base de informao que
vai definir quais as competncias que cada aluno precisa desenvolver ou aprimorar,
direcionando e orientando o que precisa ser trabalhado, permitindo potencializar a
formao individual de cada um dos alunos.
Concluso
Apesar de todas as transformaes no cenrio da educao superior, o
ato de educar mantm os mesmos objetivos ao longo de toda histria
humana, como nos lembra Edgar Morin:
Convm, pois, reconhecer o que o ser humano, que pertence ao mes-
mo tempo natureza e cultura, que est submetido morte como todo
o animal, mas que o nico ser vivo que cr numa vida alm da morte e
cuja aventura histrica conduziu-nos era planetria. S assim se pode
obedecer finalidade do ensino, que ajudar o aluno a se reconhecer
em sua prpria humanidade, situando-a no mundo e assumindo-a.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessrios educao do futuro. 3.
ed. Braslia: UNESCO, 2001, p.19.
COMENTRIO
Learning analytics
Professores tm acesso ao rastro dei-
xado pelos alunos quando esto desen-
volvendo atividades, em especial aque-
las suportadas por meios tecnolgicos.
Esse rastreamento permite apontar in-
dicadores importantssimos de desem-
penho, de comportamento, de previso
de sucesso/fracasso, de adaptao do
contedo para o perfil do aluno etc.
Chaves para o sucesso do seu curso
neuza chaves
12
34 captulo 2
Introduo
Conforme visto no captulo anterior, a educao faz parte da vida do indivduo desde a sua
infncia e sua qualidade ir interferir nas oportunidades e possibilidades de escolhas fu-
turas. por isso que desde antigamente os pais sonham com os filhos formados e muitos
deles residentes no interior ou nos meios rurais. Chegavam a se desfazer de bens da sobre-
vivncia para custear os estudos dos filhos em outras cidades ou at pases.
Hoje existem vrios meios para facilitar a insero do aluno na escola, e, como j foi
dito, o principal deles a internet, que elimina as distncias, reduz os custos e permite o
compartilhamento de informaes em bibliotecas e universidades do mundo. Atualmente,
alunos em qualquer fase de formao encontram uma base ampla de apoio nas redes e
podem ir muito alm dos contedos propostos pela escola. claro que, se por um lado h
um oceano de possibilidades de aprendizado, junto a ele vm as correntes martimas com
fluxos de informaes desordenados e dispersos que, por vezes, confundem e distraem os
estudantes de cumprirem a sua meta de aprendizagem.
Embora a internet j faa parte da sua vida acadmica, o aluno do ensino superior ter
que lidar com ela de uma forma muito diferente daquela a que estava acostumado no co-
lgio ou no cursinho. Outros fatores tambm se somaro a esta nova etapa. Se, at ento,
vivia-se em uma cultura de turma em que todos seguiam pelo mesmo caminho com disci-
plinas e preocupaes semelhantes, o ensino superior desafia a diferenciao desses estu-
dantes a partir do momento em que escolhem o seu respectivo curso.
So colegas e professores novos, no h mais um coordenador para conversar com
os pais daqueles que no estiverem apresentando bons resultados e no mais exigido
o uso de uniforme. Essa sensao de liberdade pode dar aos alunos a ideia de que tudo
permitido se no estiverem preparados para assumir a responsabilidade por essa nova
etapa de vida.
ATENO
Ateno, aluno do primeiro perodo, voc est comeando a construir suas referncias. Seu empenho,
desempenho, a forma como trata os professores, colegas e funcionrios, como cumpre os prazos,
como capricha nas entregas, as notas das avaliaes, a frequncia, so pontos que sero acumulados
ao longo da sua formao.
A construo de referncias algo que ser exigido tanto dos alunos presenciais quan-
to daqueles que estudam a distncia. Nesse caso, o esforo de mudana para organizar o
tempo, o oramento e outros recursos, ainda mais exigido. Para todas as modalidades do
ensino superior as recompensas sero proporcionais ao comprometimento.
2 Chaves para o sucesso do seu curso
captulo 2 35
Ensino a distncia
Segundo a Associao Brasileira de Ensino a Distncia, a idade mdia predominante dos
alunos na modalidade EAD de 30 anos. Se por um lado o aluno nessa idade tem um nvel
de maturidade maior, o que pode facilitar que ele exera responsabilidade sobre o seu de-
sempenho e se comprometa com os resultados, ele por outro lado j est no mercado de
trabalho, o que poder dispers-lo do foco dos estudos. comum ouvir os alunos alegarem
a falta de tempo para as leituras e deixar acumular trabalhos ou exerccios.
COMENTRIO
A responsabilidade tem um embrio dentro de cada um desde o nascimento e vai se desenvolvendo por
toda a vida, mas a Faculdade o ambiente que mais desafia a sua evoluo. Tal qual a presencial, a mo-
dalidade de educao a distncia requer um planejamento e execuo disciplinada, focada nos objetivos
definidos pelo aluno. Voc o responsvel pelo seu desempenho e resultados e comear a acumular
decises que sero os pontos que influenciaro todas as outras transies que far na sua vida. Lembre-
se: voc est criando a sua marca.
A responsabilidade tem uma relao direta com o planejamento do tempo, ou seja,
com antecipao de tudo que possvel: revisar contedos diariamente aps as aulas,
fazer os exerccios propostos pelos professores, corrigi-los, tirar dvidas, ler as bibliogra-
fias passadas, tudo isso quando feito com antecedncia permite ao seu crebro processar
a informao e absorv-las. O sistema nervoso nesse aspecto anlogo ao sistema diges-
tivo: se voc fica sem se alimentar por dois dias e no 3 tenta comer todos aqueles alimen-
tos que no comeu nos dias anteriores, com certeza voc passar mal com indigesto.
Da mesma forma, acumular contedos de um ms ou mais e tentar digeri-los em 2 ou
3 dias no vai promover o aprendizado no seu crebro. Voc at pode conseguir decorar
algumas partes e fazer a prova, mas em menos de uma semana j ter esquecido todo o
contedo, acumulando assim mais trabalho para a prxima prova (ter que estudar nova-
mente todo esse contedo em adio ao prximo).
Por que vale a pena gerenciar o curso e persistir?
COMENTRIO
Alguns alunos comeam a desanimar com os estudos, pensam em adiar, talvez por falta de tempo ou
porque querem utilizar o dinheiro em outras coisas, mas tomara que encontrem algum para lhes dar um
conselho sensato: NO FAA ISSO! Todos que fazem se arrependem, s vezes muitos anos depois.
E por que tamanho esforo para conseguir um diploma? De acordo com a Organizao
para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE), investir em uma formao de en-
sino superior garantia de ganhos futuros. A concluso faz parte de um relatrio que pesqui-
sou 30 pases e demonstrou aumento nos rendimentos de quem conclui o curso superior.
36 captulo 2
Conforme dito anteriormente pela prof. Paula Caleffi e, pela sua importncia, destaco no-
vamente aqui: no Brasil, ter concludo uma graduao resulta em um aumento de at 156%
nos rendimentos. Sendo assim, o curso superior amplia a liberdade de escolha, oferece mais
chances para ocupar melhores posies, promove melhor remunerao e, assim, contribui
para melhorar a qualidade de vida do estudante e at de outras pessoas com quem convive.
Alm disso, a pessoa se torna um cidado mais crtico para escolher com maior conscincia
os lderes polticos que tomaro as decises para o seu pas, para escolher as empresas onde
vai trabalhar, para exercer o empreendedorismo, para fazer um bom concurso pblico, para
se candidatar a bolsas de estudo no exterior, enfim, so inmeras as oportunidades.
Por outro lado, quando voc permanece mais tempo na faculdade do que o programa-
do, perde-se o dinheiro das mensalidades extras e tambm aquele que se deixa de ganhar
por postergar a entrada no mercado. ainda um fator de atraso social multiplicativo,
pois se toma a vaga do aluno que est no tempo certo para entrar para a Faculdade. Ento,
porque no se organizar para usufruir o mais cedo possvel dessa oportunidade?
Chaves para o sucesso
Para tornar mais didtico o seu gerenciamento do curso, criei algumas chaves que con-
sidero fundamentais para auxiliar a abrir as portas do seu aprendizado. Esse processo se
baseia no autogerenciamento e pode ser estruturado de forma a ir respondendo perguntas
e gerando informaes para que se consiga ao final criar o planejamento. So elas:
1 Chave da conscincia do objetivo: por que esse curso?
2 Chave da gesto dos recursos: tempo de durao do curso, tempo
disponvel para estudar, oramento, materiais, transporte etc.
3 Chave da meta e do mtodo para se chegar l
4 Chave da gesto da qualidade do curso (plano de estudos e agenda)
5 Chave da organizao dos estudos
6 Chave da concluso e plano de futuro
A seguir, vamos explicar cada uma delas:
1. Chave da conscincia do objetivo: por que esse curso?
Voc sente que esse curso vai lev-lo at o seu sonho?
Essa resposta muito importante para que voc esteja motivado a fazer um bom curso,
sem se deter diante de qualquer dificuldade. Mesmo que a certeza no seja total, pare um
pouco e reflita sobre isso para evitar que voc desista no meio do caminho, que mude de
curso ou at que o conclua mas no d sequncia profissionalmente.
captulo 2 37
Para ajudar nessa reflexo, proponho algumas perguntas provocativas. Voc vai conver-
sar com a sua conscincia e ela vai realar os pontos que devem ser cuidados para que voc
atinja seu objetivo no prazo, com qualidade, e que voc se sinta realizado ao alcan-lo.
frustrante ver o aluno concluir um curso sem se identificar com ele e depois ainda ficar per-
dido, sem saber o que fazer dali para frente. Antes de responder as questes abaixo, pense
que voc est em um exerccio com voc mesmo. Portanto, no precisa dar uma resposta
que considera mais interessante ou mais positiva. Esse um exerccio de autoconhecimen-
to e ser muito til sua funo de gestor de si mesmo.
ATIVIDADE
Avalie se o curso que escolheu tem afinidade com o seu sonho de carreira. Mesmo no caso de quem j est
trabalhando, responda pensando no desenvolvimento de sua carreira ou em uma nova opo no futuro.
Ao final, vamos conversar sobre como ir em frente. Responda as seguintes perguntas apenas com
Sim ou No.
1. Quando voc se imagina exercendo a sua profisso voc sente que realmente o que gostaria de fazer?
( ) No ( ) Sim
2. Voc sabe em quais reas pode trabalhar ao concluir esse curso?
( ) No ( ) Sim
3. Voc sabe onde gostaria de trabalhar? (reas de interesse, empresas que admira, cidades referncia
nessa rea etc.)
( ) No ( ) Sim
4. Voc sente que esse curso vai te ajudar a chegar at o seu sonho?
( ) No ( ) Sim
5. Voc pretende estabelecer metas para concluir esse curso no prazo?
( ) No ( ) Sim
6. Voc pretende elaborar um plano maior para os prximos cinco anos?
( ) No ( ) Sim
8. Voc costuma ter uma agenda semanal das suas atividades e revis-la todo final de semana para
se programar?
( ) No ( ) Sim
9. Voc do tipo que, quando faz uma pesquisa, consegue se manter focado e no se distrair com
links diferentes?
( ) No ( ) Sim
10. Nos trabalhos da escola voc tem habilidade para distribuir atividades com os colegas e at cobrar se
for preciso, sem centralizar as tarefas?
( ) No ( ) Sim
11. Voc consegue separar o que urgente e o que prioritrio?
( ) No ( ) Sim
12. Voc gosta de se planejar e nunca sai fazendo para depois ver o que vai dar?
( ) No ( ) Sim
13. Voc consegue estudar as matrias aos poucos sem deixar para a vspera das provas?
( ) No ( ) Sim
38 captulo 2
14. Voc costuma fazer uma triagem dos convites sociais e consegue dizer no tranquilamente quando
v que vai se prejudicar nos estudos?
( ) No ( ) Sim
15. Voc criterioso no uso das redes sociais?
( ) No ( ) Sim
16. Voc mantm o telefone ou computador sem os sinais de alerta de mensagens quando est estudando?
( ) No ( ) Sim
17. Voc gosta de se aprofundar nos temas das matrias e pesquisar mais sobre os assuntos que so
dados em sala?
( ) No ( ) Sim
18. Voc se abala com as crticas dos colegas por se dedicar mais aos estudos?
( ) No ( ) Sim
19. Em situaes de conflito ou discordncia voc capaz de manter o controle emocional?
( ) No ( ) Sim
20. Quando discorda de algum professor ou dos colegas voc mantm a calma e deixa claro que est
combatendo as ideias e no as pessoas?
( ) No ( ) Sim
Aps responder as questes acima, vamos refletir sobre a sua relao com o curso e o
que poder ser feito para alcanar as suas metas.
As questes 1 a 4 tm o objetivo de ajudar a refletir sobre a relao do curso que voc
escolheu com a sua realizao. Mesmo que voc tenha demonstrado no ter certeza ab-
soluta quanto sua escolha, avalie se na maioria das vezes voc se sente bem ao pensar
nesse curso e consegue relacion-lo ao seu sonho de carreira. Nem sempre na vida conse-
guimos ter a resposta com 100% de certeza e essa dvida normal para grande parte dos
estudantes, mesmo quando j esto se formando e a at mesmo trabalhando. Ningum
estuda apenas para ter um diploma.
COMENTRIO
Recomendo que voc gaste um tempinho buscando encontrar o seu sonho de vida e pode estar certo
que ele est dentro de voc. S