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Custo exigeatençãonaBons critérios de análise evitam desperdício de dinheirona correção dafertilidade dos pastos

PATRíCIA ANCHÃO

ENGENHEIRA

AGRÔNOMA FORMADA

PELA ESAlQ, COM

MESTRADO E

DOUTORADO PELA

MESMA ESCOLA. ÉPESQUISADORA DA

EMPRAPA PECUÁRIA

SUDESTE

om a elevação do preço dos fertilizantese a queda do valor do leite pago pela in-dústria, é hora de adotar melhores crité-

rios para evitar que a adubação das pastagensseja um fardo nas costas do produtor. Os siste-mas intensivos de produção de leite, que têmcomo base da alimentação o uso de pastagensirrigadas, caracterizam-se pela alta produção porunidade de área e podem alcançar mais de 60mil litros/ha/ano. Quando não há problema deágua e de temperatura, lotações de 10 unidadesanimais (UA)/ha - ou mais - são facilmente ob-tidas. Nessa situação, a quantidade de fertili-zantes nas pastagens chega a ser maior do quenas lavouras mais produtivas de soja, milho oucana-de-áçucar. Como custa caro, esse insumodeve ser usado com critério, levando-se em

Aplicar fertilizantes, sem fazer a análise do solo. O resultado da adubação ficaaquém do que seria obtido num solo corrigido corretamente.

Aplicar altas doses de fertilizantes, principalmente N, sem considerar a lotaçãoanimal pretendida. Nesse caso, o risco é produzir mais volumoso do que onecessário. para alimentar a quantidade de gado que se tem na propriedade.

Corrigir e fertilizar pastagens e continuar mantendo no rebanho animais debaixo potencial de produção.

Não monitorar os fatores climáticos, especialmente precipitação e temperaturaminima, para fazer a adubação. Na entressafra, não adianta adubar pastagenstropicais. A limitação é hidrica (se não houver irrigação) e principalmente detemperatura. Forragens tropicais não crescem a temperatura inferior a 15° C.

Não consultar um bom profissional para realizar as recomendações defertilização.

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conta o retorno econômico.As espécies de forrageiras usadas nesses sis-

temas possuem alto potencial de produção de vo-lumoso, pemútindo alta lotação animal e elevadaprodução de leite por unidade de área. Como con-seqüência da elevada produçào de massa, essas pas-tagens extraem muito nutriente do solo. Para o N(nitrogênio) e o K (potássio), a demanda chega amais de 500 kg/ha/ano. A extração de nutrientesdo solo pela forrageira é proporcional ao rendi-mento que ela oferece em termos de aumento dacapacidade de lotação e de produção de leite.

Os extensionistas que trabalham com pecuá-ria sabem da importância em garantir alta pro-dutividade das pastagens e, por isso, têm reco-mendado altas doses de fertilizantes. Porém, o ris-co é errar a mão e fornecer além do que a plan-ta necessita. Algumas ferramentas devem ser ado-tadas para equalizar as doses, de modo a tomareconomicamente viável o sistema e evitar des-perdício.

Nas melhores práticas de fertilização, devemevitar-se os erros grosseiros nos programas de cor-reçào dos solos, para evitar prejuízo.

Além de evitar erros básicos, a adoção de ou-tras práticas pode contribuir para melhorar o re-sultado da adubação. A correção do solo, a fer-tilização nitrogenada adequada e a análise foliarsão fundamentais para o ajuste fino dos progra-mas de correção do solo e da fertilização das pas-tagens.

Por exemplo, a acidez do solo afeta o cresci-mento das plantas de várias formas e diminui aeficiência de uso de nutrientes aplicados por meiode fertilizantes. Apesar de algumas espécies depastagens serem tolerantes às condições de soloácido, notadamente as do gênero Brachiaria, issonão significa que elas apresentem sua máximaprodução nessas condições. Produzem em solosácidos, mas abaixo de seu potencial.

A calagem, de custo relativamente baixo, é

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uma das práticas mais importantes para a melhoriada fertilidade do solo.

Em sistemas de manejo intensivo de pastagem,em que as doses de fertilizantes usadas são ele-vadas, o papel da calagem é bastante distinto da-quele que se expressa nos sistemas extensivos, emque as doses de nutrientes aplicadas são mínimas.A cal agem é importante para garantir a máximaeficiência de aproveitamento dos nutrientes e elaajuda reverter a acidificação dos solos ocasionadapelo uso dos feltilizantes químicos, especialmenteos nitrogenados.

Quanto às doses da fertilização com nitrogê-nio, é preciso observar o seguinte. O nitrogênioé um nutriente muito imp0l1ante nos sistemas deprodução de pastagens manejados intensiva-mente. Esse elemento químico é responsável pe-los grandes incrementos em produção de massa.É uma espécie de catalisador,que permite ace-lerar o crescimento das plantas. Mas não pode serusado indiscriminadamente. Em solo ácido ou ca-rente de fósforo e potássio, a cobertura com ni-trogênio não é garantia de bom resultado, não so-mente em pastagens, mas também em outras cul-turas, como milho.

O uso de relações fixas (kg / DA) na apli-cação da dose de N já foi importante para faci-litar o trabalho de extensão. Entretanto, o mo-mento requer outros critérios. O uso das relaçõesfixas por longo período pode levar ao acúmulode N nas plantas, muitas vezes na f0l111anão-pro-téica. Não é tarefa fácil definir a dose de nitro-gênio a ser empregada em cada condição de pas-tagem.

É necessário levar em conta vários fatores: es-

pécie de planta, época de aplicação, clima, fer-tilidade do solo, uso de irrigação ou não, estágiode degradação, possibilidade do uso de diferen-tes fontes de fe11ilizantes nitrogenados, a inter-face nitrogênio-enxofre, as formas de aplicaçãodos diversos fe11ilizantes, bem como tecnologiasque possam melhorar a eficiência do aproveita-mento do nitrogênio pelas plantas forrageiras.

Em recente trabalho realizado na Embrapa-Pecuária Sudeste em área irrigada de capim-tan-zânia, mesmo após um ano sem adubação nitro-genada o tratamento testemunha (todos os nu-trientes exceto N) não manifestou nenhum sinalde deficiência de nitrogênio e continuou a pro-duzir tanto quanto os demais tratamentos, que re-ceberam 50 kg N/ha após cada pastejo. Consta-tou-se excessivo acúmulo de nitrogênio, comgrande proporção de N-não proteíco.

A ausência de resposta à suspensão da adu-bação nitrogenada com as várias fontes de ni-trogênio pode ser explicada por um aporte de Noriundo do solo (matéria orgânica) e das reser-vas da planta. Mesmo que a extração de N tenhasido elevada em cada ciclo de pastejo, indepen-dentemente do tratamento. a supressão ou apli-cação de N não aumentou e nem diminuiu a pro-dução de massa. Explicação: o histórico dessa pas-tagem interferiu nesses resultados, pois se trata-va de área fe11ilizada intensamente há mais deuma década. Havia, assim, acúmulo de N no soloe na própria planta.

Considerando-se que existem várias possi-bilidades de resposta da pastagem ao uso de ni-trogênio, conclui-se pela necessidade de usar ou-tras ferramentas para indicar a melhor reco-

eitosbenéf' cos da

calagem:• fornecimento de

cálcio e de magnésioao solo

• elevação do pH(redução da acidez)

• aumento dadisponibilidade demacronutrientes

• diminuição datoxidez de alumínio,

de ferro e demanganês

• redução das perdasdos nutrientes

aplicados

• melhoria noaproveitamento de

fósforo

o aumento dadisponibilidade de

molíbdênio

• incremento daatividade microbiana

e da liberação denutrientes, tais comonitrogênio, fósforo e

enxofre peladecomposição dematéria orgânica

o melhoria doambiente do solo

para bactériasassociadas com a

fixação biológica donitrogênio

• aumento daprodução das

culturas, comoresultado de um ou

mais efeitosanteriormente

citados.

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mendação no uso desse nutrien-te, como levar em conta o teor dematéria-orgânica nos solos eadotar a análise foliar para rea-lizar o ajuste da dose de N.

A análise foliar em pastagenspermite avaliar o estado nutri-

<' cional da fOlTagem e medir oexcesso ou a deficiência de nu-trientes na planta. Tanto o excessocomo a deficiência podem levara desequílibrio e à perda de pro-dução. Apesar de sua importância,somente a análise de solo não ésuficiente para garantir a COlTetarecomendação de aplicação decolTetivos e fertilizantes em quan-tidade adequada à nutrição das

." plantas.Observa-se o excessivo açú-

mulo de N, muito acima do limite superior da fai-xa adequada de nutrientes em pastagens de capimcolonião, que é de 1,5 a 2,5% na parte-aérea. O re-sultado da análise foliar indica que as fertilizaçõesforam excessivas e que a dose pode ser reduzidaou mesmo suspensa por alguns pastejos, até que oteor de N na planta volte ao normal.

Em contraste, quando as doses de N empre-gadas eram baixas, o teor de N na fOlTagem era

inferior à faixa adequada para o brachiarão, queé de 1,3 a 2,0%. Esse resultado indica que a dosede N poderia ser aumentada, permitindo aumentoda produção.

Podemos usar o resultado da análise foliar nãosomente para a recomendação da dose de N, mastambém para os outros nutrientes para incrementara produção de fOlTagens. Ela serve como base nahora de balancear a dieta do gado. Sem conhe-cer o que o volumoso oferece, COlTe-se o risco defornecer muito ou pouco concentrado.

Quanto à matéria orgânica existente no solo,há poucos trabalhos para o sistema intensivo. Umdesses estudos indica que a eficiência de aduba-ção nitrogenada é de 50 kg de MS/kg de N (2%de N na parte aérea da forragem) durante o ve-rão. A fertilização com 300 kg/ha de nitrogêniopennitiria a produção de 15 t de MS. Para a quan-tidade de matéria seca produzida, deve-se somara contribuição de nitrogênio mineralizado no solo,a partir da matéria orgânica.

Se o teor for de 3%, com 0,17% de N mas so-mente de 3% a 5% disponível, será possível con-tar com cerca de 175 kg/ha de N proveniente dematéria orgânicado solo. Esse valor deve sercomputado para se reduzir a quantidade de Naplicada no solo, com redução consideráveldos custos da adubação das pastagens, semprejuízo na produção.

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