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Curitiba, quinta-feira, 23 de abril de 2009 - Ano X - Número 472 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected] DIÁRIO d o B R A S I L Shakespeare divulga Evento obra de Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Até amanhã, na capital paranaense, acontece o “Abril de Shakespeare”. Na sua quarta edição, o evento traz uma visão contemporânea da vida e obra do dramaturgo inglês, além de ser uma forma de aumentar a evidência do autor. As palestras, que estão sendo realizadas em vários locais em Curitiba, contemplam temas que vão desde a pre- sença de Shakespeare no mundo contemporâneo até o poder matriarcal em suas comédias. O even- to incluiu também o lançamento de um livro or- ganizado pelas professoras Anna Stegh Camati e Célia Arns de Miranda.Entre os críticos e analistas de Shakespeare não há dúvidas: a obra é uma das mais lidas no mundo. O “Abril de Shakespeare” vem também para democratizar o acesso às histó- rias do dramaturgo e trazê-las à discussão não só no âmbito acadêmico, mas à comunidade em ge- ral. O evento conta com o apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR), do Centro Universitá- rio Campos Andrade (Uniandrade), da Universida- de Positivo (UP), da Cultura Inglesa, do Solar do Rosário e do Centro de Estudos Shakespeareanos (CESh). Violência entre torcidas diminui no futebol A proibição da venda de bebidas alcoólicas em estabe- lecimentos perto dos estádios é apontada pela Polícia Militar como fator principal para a queda nos índices. Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 Curitiba tem um animal para cada quatro pessoas Guarda responsável e siste- ma de identificação animal com microchips são soluções pro- postas por nova campanha para conter o aumento na população de animais nas ruas. Páginas 6 e 7 Páginas 6 e 7 Páginas 6 e 7 Páginas 6 e 7 Páginas 6 e 7 Foto: Fábio Muniz

LONA 472- 23/04/2009

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, quinta-feira, 23 de abril de 2009 - Ano X - Número 472Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected]

DIÁRIO

do

BRASIL

Shakespeare

divulgaEvento

obra de

Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5

Até amanhã, na capital paranaense, acontece o“Abril de Shakespeare”. Na sua quarta edição, oevento traz uma visão contemporânea da vida eobra do dramaturgo inglês, além de ser uma formade aumentar a evidência do autor. As palestras,que estão sendo realizadas em vários locais emCuritiba, contemplam temas que vão desde a pre-sença de Shakespeare no mundo contemporâneoaté o poder matriarcal em suas comédias. O even-to incluiu também o lançamento de um livro or-ganizado pelas professoras Anna Stegh Camati eCélia Arns de Miranda.Entre os críticos e analistasde Shakespeare não há dúvidas: a obra é uma dasmais lidas no mundo. O “Abril de Shakespeare”vem também para democratizar o acesso às histó-rias do dramaturgo e trazê-las à discussão não sóno âmbito acadêmico, mas à comunidade em ge-ral. O evento conta com o apoio da UniversidadeFederal do Paraná (UFPR), do Centro Universitá-rio Campos Andrade (Uniandrade), da Universida-de Positivo (UP), da Cultura Inglesa, do Solar doRosário e do Centro de Estudos Shakespeareanos(CESh).

Violência entretorcidas diminuino futebol

A proibição da venda debebidas alcoólicas em estabe-lecimentos perto dos estádiosé apontada pela Polícia Militarcomo fator principal para aqueda nos índices.

Página 3Página 3Página 3Página 3Página 3

Curitiba tem umanimal para cadaquatro pessoas

Guarda responsável e siste-ma de identificação animal commicrochips são soluções pro-postas por nova campanha paraconter o aumento na populaçãode animais nas ruas.

Páginas 6 e 7Páginas 6 e 7Páginas 6 e 7Páginas 6 e 7Páginas 6 e 7Foto: Fábio Muniz

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Curitiba, quinta-feira, 23 de abril de 20092

OpiniãoPolítica Eleições

Expediente

O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalis-mo da Universidade Positivo – UP,

Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone (41) 3317-3000

Reitor: Oriovisto Guimarães. Vice-Reitor: José Pio Martins.Pró-Reitor Administrativo: Arno Antônio Gnoatto; Pró-Reitorde Graduação: Renato Casagrande; Pró-Reitora de Extensão:Fani Schiffer Durães; Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesqui-sa: Luiz Hamilton Berton; Pró-Reitor de Planejamento e Ava-liação Institucional: Renato Casagrande; Coordenador do Cur-so de Jornalismo: Carlos Alexandre Gruber de Castro; Profes-sores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida e Mar-celo Lima; Editores-chefes: Antonio Carlos Senkovski, Cami-la Scheffer Franklin e Marisa Rodrigues.

“Formar jornalistas comabrangentes conhecimentosgerais e humanísticos, capa-citação técnica, espírito cria-tivo e empreendedor, sólidosprincípios éticos e responsa-bilidade social que contribu-am com seu trabalho para oenriquecimento cultural, so-cial, político e econômico dasociedade”.

Missão do cursode Jornalismo

Fernando de Castro

O financiamento públicode campanhas eleitorais é umassunto que sempre volta àtona quando se fala em refor-ma política. A questão é com-plicada, pois envolve na dis-cussão, além dos parlamenta-res, a opinião pública. De fato,causa estranheza ao cidadãosaber que seu dinheiro irá fi-nanciar campanhas eleitorais,porém os benefícios da açãopodem ser ocultados por umpreconceito ao tema.

O processo de financiamen-to público traria os óbvios e ime-diatos benefícios da transparên-cia dos gastos e da equidadeentre candidatos. Essa é a opi-nião de alguns parlamentares,entre eles o deputado federalGustavo Fruet (PSDB-PR).

O tucano afirmou que nãoexiste solução fácil, nem per-feita, mas o financiamento pú-blico de campanha é um cami-nho porque dá igualdade decondições para candidatosque têm menos recursos, opi-nião compartilhada por seucompanheiro de partido, Van-derlei Macris, de São Paulo,que acredita que a situaçãoestá chegando a um limite.

Gabriel Hamilko

Estamos em 2009, ano pós-eleição, e quem acha que tive-mos uma ressaca eleitoral, co-mum após o estresse munici-pal, se enganou bonito. Naverdade, o processo eleitoralnão teve nem ao menos umdia de folga após outubro doano passado. E falo mais: aspróprias eleições de 2008 nãoforam para 2008. Como as-sim? “Mas eu não votei emum candidato que tem o intui-to de comandar Curitiba?”,uma pergunta que pode ser le-vantada. E eu respondo: sim,todos os eleitores votarampara prefeito e vereadores dacapital paranaense, mas seráque os candidatos estavam fa-zendo uma campanha para acidade de Curitiba?

Essa pergunta eu não pos-so responder com certeza ab-soluta, e se perguntasse paraeles, obviamente a maioria di-ria que sim. Mas passado umsemestre a sensação é outra, eolha que muita água correudebaixo dessa ponte.

A começar pela dança dascadeiras que aconteceu nesses

Erramos

*Na edição Nº 471, de sexta-feira, 17 de abril, a foto dacapa que está creditada a Romulo Portos na verdade foi ti-rada por Romulo Prata.

*Na mesma edição, no final da matéria da página 3 (des-files de quarta-feira), de André Rosas, os tons amarelo e roxoé que foram usados para dar mais energia às roupas, e nãoas cores preta, cinza e marfim, como consta do texto editado.

Além dos parlamentares,quem também se posiciona afavor do financiamento pú-blico é o diretor da ONGContas Abertas, Gil CasteloBranco, para quem a propos-ta evidenciaria indícios dedespesas ilícitas, desde quecom regras bem delimitadas.

Parece óbvio que a decisãode uniformizar o procedimen-to é crucial para a transparên-cia, mas não é o que acreditao deputado federal do PT dePernambuco, Maurício Rands.O petista acredita que no de-sespero da campanha, ondefaltam recursos, não tem comoo candidato recusar a doaçãode uma empreiteira. A afirma-ção generaliza uma opiniãode Rands e não reflete neces-sariamente o posicionamentogeral dos políticos.

Entre prós e contras, con-trastam as opiniões de parla-mentares de renome. Enquan-to uma ala defende que tudofique como está, outra se mo-biliza para remediar o proble-ma. Os políticos com trabalhoreconhecido possuem plenascondições para continuaremsendo eleitos com, ou sem ver-bas de empreiteiras. MaurícioRands não deveria se preocu-par, ou deveria?

Financiamento Uma festa chamada 2010últimos meses. A poderosa ali-ança, liderada pelos tucanos eque ajudou a levar Beto Richaa mais um mandato, não semantém, pelo que tudo indica.Osmar Dias não está confianteno apoio de Richa e seus par-tidários (que com a alta popu-laridade pensa em sua própriaoportunidade) e começa a en-saiar outros rumos.

O PT, à procura de umaplataforma forte no Paraná,aproveita que o partido de Os-mar é da base governista emBrasília e o racha da aliançaanterior e “flerta” o pedetista,abrindo mão de uma candida-tura própria, que seria do Mi-nistro do Planejamento, PauloBernardo, marido da candida-ta derrotada por Beto e que épré-candidata ao Senado, masoficialmente diz sonhar comuma vaga na Assembleia Le-gislativa. Isso para mostrar quetudo está ligado. Quem há seismeses era da turma contrária,hoje faz de tudo para ter um re-forço de peso no partido.

E quem não fica contentecom a atitude do PT é oPMDB, do governador Rober-to Requião, pré-candidato ao

Senado Federal e o mais iludi-do por um projeto maior, comoa vice-presidência da repúbli-ca. Os peemedebistas não acei-tam uma aliança com Osmar,vetada pelo líder supremo dopartido no estado, que nãoguarda boas lembranças dopolítico, e resolveu sair porconta própria, lançando ovice-governador Orlando Pes-suti, que ainda sonha com umapoio federal.

Álvaro Dias é quem está namoita, esperando a melhoroportunidade de conseguiruma vaga para a festa. Dispu-ta de poder entre irmãos? OsDias já declaram que não,tudo depende da “vontade dopovo”, diz Álvaro, que por sertucano, vê sua candidaturaameaçada pela figura de bommoço do prefeito de Curitiba.

É, e só estamos há mais deum ano das eleições, e no Pa-raná a coisa já está fervendo.Depois desse resumo básico,convido a todos para nas pró-ximas semanas acompanhar-mos juntos o desenrolar da po-lítica paranaense e os prepara-tivos para essa festa que já setornou 2010.

“O processo de financiamentopúblico traria os óbvios e imediatosbenefícios da transparência dos gastose da equidade entre candidatos”

públicopúblico

Divulgação

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Curitiba, quinta-feira , 23 de abril de 2009 3

EsporteTorcida organizada

No fim de semana de clássicos e gols em Curitiba a rivalidade não extrapolou as quatro linhas

Paz fora do campo

Eli Antonelli

Uma cena incomum tem serepetido nos últimos temposem dias de clássico em Curiti-ba. Jovens uniformizados comas camisetas dos principais ti-mes da capital, Clube AtléticoParanaense, Paraná Clube eCoritiba Futebol Clube, seaglomeram em direção àssuas casas em clima pacífico.No último final de semana fo-ram dois jogos de relevância.No sábado, o Paraná e Atléti-co se enfrentaram na Baixada,e no domingo foi a vez do Co-ritiba e Irati, no Estádio CoutoPereira.

Às 19h30 do último sába-do no tubo central do ônibusBiarticulado Santa Cândida -Capão Raso no centro de Cu-ritiba, cerca de 300 jovens dis-putavam espaço em direção aoterminal do Cabral. Algumassenhoras que retornavam daapresentação da Orquestra deCâmara de Curitiba, ocorridana Capela Santa Maria, aduas quadras do local, ao ver

o tubo repleto de camisetas ru-bro-negras, decidiram enfren-tar as ruas escuras do centrode Curitiba e não dividir omesmo espaço com os torcedo-res. Alheios ao receio das se-nhoras, os jovens mantinhamo comportamento exemplar,conversando sobre o jogo, rin-do e comemorando a vitóriado time sobre o Paraná, semnenhuma espécie de tumulto.Algumas pessoas comentavamque os meninos não criaramproblemas ao entrar no tubo.Passaram de dois em dois semmaiores confusões.

Já no terminal do Cabral,havia um número expressivode viaturas e motos da Guar-da Municipal. Os policiais seposicionavam na entrada dotúnel do terminal, impedindotorcedores vestidos com a ca-miseta do time de passarempara o outro lado. Essa açãoresultou em um controle daspessoas que estavam dentrodo terminal. A cada ônibusque saía do terminal, levan-tando uma quantidade signi-

ficativa de torcedores, eraimediatamente escoltado porviaturas da Guarda Municipale Polícia Militar.

No domingo o encontro datorcida coxa-branca ocorreu emnúmero maior no TerminalSanta Cândida. Mais uma vez,a presença da polícia inibiuqualquer ação de vandalismoou de brigas entre grupos.

Ação da PolíciaO Comandante da Polícia

Militar do Paraná, coronel Jor-ge Costa Filho, afirma que oParaná tem sido um exemplono controle dos torcedoresdentro do estádio. “As ocor-rências têm sido praticamentenulas dentro do campo. E otrabalho agora é de monitoraros torcedores nos terminais eno entorno dos estádios”, afir-ma o coronel. Uma das medi-das que tem sido tomada é aproibição de venda de bebidasalcoólicas por vendedores am-bulantes em torno do estádio,inibindo o consumo.

Além disso, o comandan-te destaca que o policiamen-to em torno dos terminaistem sido ampliado, inclusivecom viaturas da Polícia Mi-l i tar e Guarda Municipalacompanhando o trajeto dosônibus.

“Acreditamos que com es-sas medidas haja uma redu-ção no número de ações des-ses grupos de jovens que cau-sam tumulto. Melhorando eampliando o sistema de segu-rança, acreditamos que sejapossível as famílias voltaremaos estádios, aproveitarem oevento sem medo da violên-cia”, afirma o comandanteCosta.

O integrante da torcida or-ganizada Fúria Independentedo Paraná Clube Felipe Antô-nio Stocchero afirma que as

torcidas fazem ações voltadasà comunidade também. “Já par-ticipei de ações de coleta de do-ações de agasalho que ocorremtodos os anos e também de do-ação de alimentos”, declara Fe-lipe. Para ele, o policiamentoque tem ocorrido após os jogostem sido motivo da redução daviolência. “Percebe-se que a ga-lera tem se conscientizado umpouco”, diz Felipe.

Ideologia

Os grupos de jovens dentrodo ônibus Santa Cândida noultimo sábado eram formadosde jovens de 13 a 19 anos emsua maioria. Alguns faziamquestão de mostrar marcas pelocorpo, prova de algum atritoem tempos passados. Outrosmantinham o olhar firme eduro, às vezes distante.

Monitoramento das açõesNeste ano o Ministério da

Justiça está desenvolvendo oprojeto “Prevenção da Violên-

cia entre adolescentes e jovensno Brasil: estratégias de atua-ção”, realizado pelo ProgramaNacional de Segurança Públi-ca com Cidadania – Pronasci.O projeto tem como objetivoidentificar os fatores que le-vam os jovens a violência le-tal, seja como vítima ou comoagressor. São políticas públi-cas voltadas para o jovemdando uma chance de ouvi-los e trazendo assim resultadopara toda a sociedade.

AtletibaEnquanto isso, no próximo

domingo ocorre o tão espera-do encontro entra as duas tor-cidas rivais de Curitiba nojogo “atletiba”, marcado paraàs 15h50 na Arena da Baixa-da. O jogo contará com um po-liciamento reforçado. Espera-se que mais uma vez as famí-lias possam acompanhar o es-petáculo de futebol ao ladodos jovens torcedores se sur-preendendo unicamente com odesempenho dos times.

As torcidas organizadas são monitoradas noentorno dos estádios, e o controle nosterminais foi ampliado

A proibição de venda de bebidas alcóolicas perto dos está-dios diminuiu o consumo e a violência

Fotos: Divulgação

campo

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Raphael Costa

Até amanhã acontece emCuritiba a quarta edição do"Abril de Shakespeare”, eventocultural que tem por objetivopromover discussões sobre aobra do dramaturgo inglês Wi-lliam Shakespeare.

Palestras com especialistasde diversas universidades bra-sileiras — além do lançamentode um livro sobre o autor — es-tão sendo realizadas em várioslocais da cidade (veja progra-mação nesta edição).

Os palestrantes trazemuma visão contemporânea daobra e da vida de Shakespea-re. Temas bastante abordadosem programas de estudos lite-rários nas universidades bra-sileiras têm lugar de destaqueno evento, entre eles os estu-dos de gênero, a loucura e odiálogo entre a obra do drama-turgo e as novas mídias.

O evento tem sido organi-zado em Curitiba desde 2006,sempre no final do mês deabril. Esse período marca a ce-lebração da data de nascimen-to (23 de abril de 1564) e demorte (23 de abril de 1616) doautor.

O evento é organizado pelasprofessoras Liana de CamargoLeão (UFPR), Célia Arns de Mi-randa (UFPR) e Anna Stegh Ca-mati (Uniandrade), que fazemparte do Centro de EstudosShakespereanos (CESh).

Realizar um evento para de-

CulturaLiteratura

Quarta edição de “Abril deShakespeare” discute temas daobra do dramaturgo inglês

bater a obra de Shakespeare, en-volvendo especialistas e admi-radores dos trabalhos do bardoinglês, sempre esteve na cabeçadas organizadoras.

Segundo elas, essa foi a ma-neira encontrada de ampliar oacesso do público ao universodesse que é considerado pelocrítico norte-americano HaroldBloom o mais importante escri-tor de todos os tempos. Nas pa-lavras de Célia Arns de Miran-da, “esta foi uma forma de de-mocratizar Shakespeare”.

O “Abril de Shakespeare”conta com o apoio da Universi-dade Federal do Paraná (UFPR),do Centro Universitário Cam-pos de Andrade (Uniandrade),da Universidade Positivo (UP),da Cultura Inglesa, do Solar doRosário e do Centro de EstudosShakespeareanos (CESh).

Livro aborda intertextua-lidade na obra do drama-turgo

O livro “Shakespeare sobmúltiplos olhares” foi lançadoontem à noite, depois da pales-tra de abertura do “Abril deShakespeare”, no Solar do Ro-sário. A publicação, organizadapelas professoras Anna SteghCamati e Célia Arns de Miran-da, é uma coletânea de artigosde 18 escritores e pesquisadoresde vários estados brasileiros.

Eles estabelecem diálogosintertextuais, midiáticos e cultu-rais com a obra do dramaturgo.O autor de “Otelo”, “Hamlet”,

“O mundo de Shakespeareera muito parecido com o nos-so. De um lado, um universode tradições, conhecimentos ecrenças desmoronava; de ou-tro, um novo sistema social,econômico e mental se forma-va. Foi um período de muitadúvida”, afirma o professorRoberto Ferreira da Rocha, daUniversidade Federal do Riode Janeiro.

Essa pode ser uma das ex-plicações de por que as pesso-as de hoje lerem tanto o autor.Ferreira da Rocha é um estu-dioso sobre a presença deShakespeare no mundo con-temporâneo, que é o assuntoprincipal de sua palestra queacontece amanhã no auditóriodo bloco bege da Universida-de Positivo, das 9h30 às 11h.A seguir, os principais trechosde entrevista que concedeu aoLONA.

LONA - O que a sua pales-tra vai abordar?

Roberto – Na palestra naUniversidade Positivo vouabordar Shakespeare no mun-do contemporâneo. A obra deShakespeare é, sem dúvida,uma das mais consumidashoje no mundo inteiro. A va-riedade de textos verbais enão-verbais em que esta obrase materializa é incalculável.Suas peças e poemas são tra-duzidos para os mais diversosidiomas e encenadas em mui-tos países tanto no Ocidentequanto no Oriente. Recente-

“Romeu e Julieta”, “Sonhos deuma noite de verão” e “A me-gera domada” escrevia sobre aalma humana.

Essa é uma das razões pe-las quais ele é tão lido e admi-rado. “Ele conhece o homem;então, consegue falar sobre ele.É como se ele colocasse a mãona alma humana”, diz Célia,em entrevista ao LONA.

Outro fator muito impor-tante são as releituras feitasa partir das obras. “Elas per-mitem que cada geração pos-sa colocar seu olhar na obrashakespeareana. É uma rela-ção intercultural que o textopermite.”

Shakespeare é o autorclássico que teve, provavel-mente, mais obras adaptadaspara mídias como televisão,teatro, cinema e histórias emquadrinhos. Sua influênciasobre a literatura ocidental édecisiva.

Exemplo disso é que obrasde autores brasileiros de pri-meira ordem como Machadode Assis (“Dom Casmurro”,por exemplo, recria o “Ote-lo”) e Guimarães Rosa (em“Grande Sertão: Veredas” hávárias citações a Shakespea-re) dialogam com o escritoringlês.

Segundo Célia, WilliamShakespeare conseguiu sub-verter os padrões do seu tem-po, colocando na voz dosloucos a verdade sobre todaa sociedade. (RC)

O artista nosmente, Robert Wilson, um dosmais radicais encenadores con-temporâneos, estreou em Berlimum espetáculo baseado em 24dos 154 sonetos de Shakespea-re. Na minha fala, vou procurarpensar um pouco nesta produ-ção incessante de textos que aobra de Shakespeare gera.

Como Shakespeare podeser encontrado no nosso dia-a-dia?

Um grande banco britânicocolocou uma imagem deShakespeare em seus cartões decrédito. Shakespeare talvez sejao produto cultural mais vendá-vel no nosso tempo. Ele estános mais diversos livros: desdeedições acadêmicas de suas pe-ças em inglês até livros de bol-so, acessíveis ao grande públi-co. No palco, com certeza. Gran-des atores acreditam que algunsdos pontos altos de suas carrei-ras estiveram ligados ao nomede Shakespeare. Em filmes devárias nacionalidades, progra-mas de tevê. Há alguns anoshouve uma novela baseada em“A megera domada” que fezmuito sucesso. Na Inglaterra écomum você ouvir as peças dra-matizadas pelo rádio. Eu mes-mo já tive em mãos o script deum Otelo escrito para ser trans-mitido pela Rádio Nacional. Po-demos encontrá-lo em quadri-nhos, em adaptações para o pú-blico infanto-juvenil. Mas o im-portante é ter os olhos bem aber-tos para podermos enxergar ouescutar a sua poesia, uma das

Entrevista

O mês dograndepoeta

“A obra de Shakespeare é, semdúvida, uma das mais consumidas nomundo. A variedade de textos verbaise não-verbais em que esta obra sematerializa é incalculável”ROBERTO FERREIRA DA ROCHA, PROFESSOR DA UFRJ

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Em sua época, William Shakespeare era um escri-tor de peças de teatro que ganhava força na Inglater-ra. Hoje, o mesmo William é considerado o maior dra-maturgo de todos os tempos e o escritor mais influen-te da cultura ocidental.

A professora Aimara da Cunha Resende é a pre-sidente do Centro de Estudos Shakespeareanos e apalestrante que vai falar sobre esses dois homens: oWilliam filho de John Shakespeare e de Mary Ardene o Shakespeare que escreveu 38 peças teatrais, 154sonetos, dois poemas narrativos e outras poesias. Apalestra de Aimara acontece hoje no auditório do blo-co bege da Universidade Positivo, das 19h às 20h30.Leia a seguir os principais trechos de entrevista con-cedida por Aimara ao LONA.

LONA - O que a sua palestra vai abordar?Aimara - Vou falar da presença das obras de

Shakespeare desde quando ele escreveu, até os diasde hoje, em países variados e em diferentes tipos demídia.

Como Shakespeare era lido em sua época?Como a grande maioria da população não sabia

ler, os sonetos de Shakespeare eram lidos, provavel-mente, por pessoas da nobreza. Suas peças só eramlidas pelos atores para que eles pudessem represen-tá-las. A sociedade só via e ouvia as peças de Shakes-peare nos teatros, nunca as leram.

Como é lido hoje?Em países de língua inglesa, em outros na Euro-

pa e, segundo eu soube, há pouco tempo, no Japão,ele faz parte do currículo escolar. Assim se torna lei-tura obrigatória – o que eu, Aimara, sou radicalmen-te contra. No Brasil, e em outros países menos liga-dos à cultura britânica, Shakespeare é lido por pes-soas ligadas ao teatro e por outras de nível intelectu-al mais avançado. Neste último caso, a leitura é bemmais agradável, é claro.

As histórias dele foram ganhando novas interpre-tações com o passar do tempo?

Sim. Como toda grande obra, cuja riqueza é sem-pre aberta a novas recriações, a shakespeareana nãofoge à regra. Têm surgido coisas maravilhosas, desdeo século XVI.

Se ele vivesse hoje seria capaz de escrever todasas histórias que escreveu com tanta paixão?

É difícil responder a esta pergunta, devido à gran-de distância entre ele e nós. Mas imagino que, certa-mente, sim. Shakespeare é um manancial de beleza ecultura por ter amado o ser humano, com suas gran-dezas, suas fraquezas, suas idiossincrasias. Enfim,por achar, como ele próprio disse, através de Hamlet:“que obra de arte é o homem!”

Um manancial debeleza e culturas dias de hoje

Depende. Nas escolas de ní-vel médio, eu acho, o ensino daliteratura está ligado ao ensinoda língua portuguesa, por issoos professores se dedicam à li-teratura canônica pátria. Mes-mo assim, não faltam oportuni-dades de pelo menos se falar emShakespeare. Por exemplo, em“Dom Casmurro”, de Machado,há referência ao “Otelo”, deShakespeare. Os professorespoderiam aproveitar esta opor-tunidade para motivar os alu-nos a conhecerem esta obra. Asaulas de inglês também poderi-am ser um espaço para se falarde Shakespeare, e mesmo ler al-gumas de suas principais obras.Há traduções-adaptações desuas peças para o público infan-to-juvenil. Por que não começarpor aí? Shakespeare é estudadonos cursos de Letras-Inglês, enos de Teoria Literária, ou Lite-ratura Comparada, pela enormeinfluência que sua obra possuiem diversas literaturas nacio-nais.

O que muda na vida daspessoas depois que elas leemShakespeare?

Esta é uma pergunta muitodifícil de responder. Porque

maiores já criadas em qualquerlíngua. E, para mim, é a força desua linguagem poética que fun-ciona como um dínamo que im-pulsiona tanta criação há maisde quatro séculos.

Por que o mundo contem-porâneo lê Shakespeare?

O mundo de Shakespeareera muito parecido com o nos-so. Ele viveu entre o final dofeudalismo e o começo da eramoderna. De um lado um uni-verso de tradições, conhecimen-tos e crenças desmoronava; deoutro um novo sistema social,econômico e mental se formava.Foi um período de muita dúvi-da, de muita experimentaçãoem todos os campos. Foi prin-cipalmente o momento em quea subjetividade moderna se for-mava. E Shakespeare, junta-mente com Cervantes, Montaig-ne e Maquiavel, foi um dos pri-meiros a representá-la. Ele estána gênese do que nós nos tor-namos. Por isso ele ainda nosfala tão de perto.

Falta nas escolas e univer-sidades um incentivo para quecrianças e adolescentes leiamShakespeare?

Cultura

cada pessoa responde de umamaneira muito pessoal a cadaobra literária que lê. Mas, fa-lando de modo muito genera-lizado, diria que uma disposi-ção positiva para a leitura po-ética é capaz de desenvolver asensibilidade, a capacidadede usar a imaginação mais li-vremente e um olhar mais crí-tico com relação aos discursosque nos rodeiam. Pois a litera-tura não só se preocupa como dito, mas também com aqui-lo que é silenciado sob as pa-lavras. Em termos teatrais, po-deríamos dizer que ao lerShakespeare sentimos umenorme prazer em descobrir osinúmeros sentidos, as motiva-ções, os sentimentos e os dese-jos que estão por trás de cadauma das falas de seus riquís-simos personagens. Além dis-so, toda boa literatura dá vozàs diversas experiências hu-manas, que todos nós vive-mos, mas somente o poeta écapaz de representar de formaque os sentimentos de um per-sonagem que só existe no pa-pel se tornem vivos para nós,nos fazendo compreender me-lhor a nós mesmos e ao mun-do que nos cerca.

O Abril de Shakespeare é dirigido não apenas ao meio acadêmico, mas a todos os admiradoresde Shakespeare, além da comunidade curitibana em geral. As palestras serão gratuitas.

23 de abril09h30 – 11h| Palestra: “A presença de Shakespeare no mundo contemporâneo”Dr. Roberto Ferreira da Rocha (UFRJ) |Local: Universidade Positivo (UP). Auditório do Bloco

Bege. (Rua Prof. Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido)19h – 20h30 | Palestra: “Shakespeare ontem e hoje!”Dra. Aimara da Cunha Resende (Presidente do CESh) | Universidade Positivo (UP) Auditório

do Bloco Bege.24 de abril10h30 – 12h | Palestra: “Macbeth e Hamlet: os deuses malditos de Visconti”Dr. Roberto Ferreira da Rocha (UFRJ) | Universidade Federal do Paraná (Rua General Carneiro,

460 Ed. Dom Pedro I – Anfiteatro 1º andar)19h – 20h30 | Palestra: “As faces da Rainha Gertrudes em três versões de Hamlet”Dr. José Roberto O’Shea (UFSC) e Fabrício Mateus Coelho (UFSC-IC) | UNIANDRADE – Ed.

José de Barros, Sala 223, Campus Cidade Universitária. (Rua João Scuissiato, nº 1 – Prolongamentoda Av. Iguaçu. Santa Quitéria).

ServiçoServiço

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GeralBichos

Camila Scheffer FranklinCariem Ketlin Lucena

Pesquisas realizadas pelaUniversidade Federal do Para-ná (UFPR) mostram que existeum animal para cada quatrohabitantes da cidade de Curi-tiba, totalizando cerca de 450mil bichos. Destes, 51% (230mil) estão soltos nas ruas.

A Prefeitura de Curitibacriou a Rede de Defesa e Pro-teção Animal da Prefeitura deCuritiba, com a coordenaçãode Marcos Traad, diretor doDepartamento de Zoológicoda Prefeitura. A partir de se-minários e reuniões organiza-dos pela Secretaria Municipaldo Meio Ambiente no iníciodo mês de abril, ficaram defi-nidos os temas a serem abor-dados pela campanha: guardaresponsável e sistema de iden-tificação animal com micro-chips. Para obter sucesso, aprefeitura conta com a partici-pação da população.

A campanha será divulga-da em mobiliários urbanos ede ônibus, além de materiaiseducativos para serem traba-lhados com alunos da redepública de ensino e com a po-pulação. Além de prestar esseserviço público, a Prefeitura

também apoiará ONGs liga-das à proteção animal, ampli-ando o número de feiras deadoção de animais abandona-dos.

Protetores autônomosMas além das ONGs prote-

toras, também existem proteto-res autônomos de animais,como Carla Moraes. Cansadade ver animais abandonadospelas ruas, sofrendo maus-tra-tos e morrendo, ela resolveuparar de sentir pena e agir,juntando-se a um grupo deprotetores. Desde então, ela re-colhe animais de rua, trata-ose encaminha-os para adoção.Dentre os cerca de 20 animaisque estão sob sua responsabi-lidade no momento, ela desta-ca a cadela Paty Fifi.

“Paty Fifi era companheirade uma senhora que guardavacarros próximo à Praça RuiBarbosa. Infelizmente, suadona faleceu. Fifi continuouperambulando pelas ruas àsua procura. Fiquei preocupa-da que ela fosse maltratada ousofresse muito e resolvi resga-tá-la. Hoje, junto aos outrosanimais que recolhi, ela estáprocurando um novo lar”.

Os trabalhos dos protetoresautônomos são mantidos com

apoio de aviários e petshopsque permitem a realização defeiras em seus estabelecimen-tos e com doações de dinheiroe ração de outras pessoas quenão podem recolher os bichi-nhos.

Adriana Forostescki Satoesteve presente na última fei-ra realizada pelos protetores.Junto as suas filhas, Pâmela eAmanda, Adriana se encantoupor dois animais que estavamdisponíveis para adoção. Áti-la, um cachorro adulto, semraça definida e de porte gran-de, foi escolhido para cuidarda casa de sua mãe.

Luana, uma filhotinhatambém sem raça definida ecom apenas 45 dias, foi leva-da para casa para ser compa-nheira de suas filhas. “Resol-vi adotar porque existem mui-tos animais sem dono que pre-cisam da nossa ajuda. Quan-do compramos em feiras de fi-lhotes, incentivamos a criaçãodesenfreada e mais abandono.Eu estou fazendo a minhaparte”, conclui Adriana.

Para poder recolher cadavez mais animais e encontrarbons lares para eles, os pro-tetores autônomos dividemresponsabilidades. Julie dePádua é uma protetora autô-noma que pertence ao mesmogrupo de Carla. Porém, dife-rente de Carla, Julie se res-ponsabiliza pelos filhotesabandonados que exigemmais atenção que os animaisadultos. “A gente acaba ten-do com eles uma relação demãe e filho. Eles precisamque a gente alimente, limpe,cuide, aqueça e acabam se

apegando a nós. Nós tambémnos apegamos a eles. Quan-do eles, enfim, arranjam umlar, fico um pouco triste. Elesfazem muita falta, mas ficomuito feliz quando penso queeles estão tendo a oportuni-dade de ter uma família e umlar.”

Edson da Cunha Souza émédico veterinário e destacaque antes de adotar a pessoadeve conhecer todo o trabalhoe gastos que um animal de es-timação dá. “Um ponto muitoimportante a ressaltar é a va-cinação. Os donos de animaisdevem sempre vacinar seusanimais. Eles estão protegendoo seu bichinho e também asaúde de sua família.”

Os protetores autônomosentregam os animais sadios,com vacinas e vermífugos emdia, e orientam o novo propri-etário quanto aos principaiscuidados. Fora a saúde, osanimais adultos são entreguescastrados.

No caso dos filhotes, a par-tir do termo assinado peloadotante, o adotante fica res-ponsável por entrar em conta-to com o grupo de protetoresquando seu animal atingir aidade mínima para a esterili-zação. Os protetores marcam acastração e ela é realizada.

Sociedade Protetora dosAnimais de Curitiba

Soraya Simon, presidentevoluntária da Sociedade Prote-tora dos Animais de Curitiba(SPAC), acredita que o motivode existir tantos animais aban-donados é a falta de consciên-cia da população antes de ad-quirir um animal. “A pessoacompra, permite que ele pro-crie de qualquer forma e ven-de os filhotes em qualquer lu-gar. Outra pessoa irresponsá-vel compra esse filhote, permi-te que ele procrie e vira um cír-culo vicioso.” A SociedadeProtetora dos Animais de Cu-ritiba é a principal responsá-vel pelos cães e gatos abando-nados na cidade, mantendo-secom a ajuda da população eações beneficentes. Atualmen-te, atende e abriga cerca de 900animais, muitos resultantes doexemplo citado por Sorayaacima.

Diferente do que se pensaa SPAC não resgata animaissaudáveis e filhotes. Ela é aúltima alternativa para cães egatos que precisam de cuida-dos médicos seja por doença,maus tratos ou por acidente.“Diariamente, muitas pessoasdeixam filhotes e animais sau-dáveis em nosso portão. Nósacabamos os acolhendo por

Adoção animalé legalCom apoio da prefeitura, o número de animais abandonados deve ser reduzido

“Quando compramos animais emfeiras de filhotes, incentivamos acriação desenfreada e maisabandono. Eu estou fazendo aminha parte”ADRIANA FOROSTESCKI SATO, ADOTANTE

Obama, de patas cruzadas, é um dos cães recolhidos pelos pro-tetores e disponível para adoção

Adoção animal

Divulgação

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Curitiba, quinta-feira , 23 de abril de 2009 7

DivulgaçãoGeral

- Antes de adotar um ani-mal de estimação é necessáriopensar em pontos fundamen-tais. Lembre sempre o que dizum dos tópicos da DeclaraçãoUniversal dos Direitos dos Ani-mais: “O Animal que o homemescolher como companheironunca deverá ser abandona-do.”

- Cães e gatos vivem em mé-dia 12 anos. Portanto se, você esua família costumam viajarpara lugares onde não se podelevar animais, melhor não ado-tar, a menos que possam contarcom pessoas próximas no con-vívio para que cuidem do ani-mal na sua ausência. Hotéispróprios para animais devemser evitados, pois na grandemaioria, o animal fica preso, esem a presença da família, pode

entrar em depressão. Em últi-mo caso, se for necessário o ho-tel, certifique-se de que seu ani-mal não ficará confinado.

- Cães sentem tristeza as-sim como os humanos, princi-palmente quando estão sozi-nhos. Se você trabalha fora odia todo e quer um bichinhopara lhe fazer companhia, ogato é o ideal, pois ele é maisauto suficiente, embora tambémse apegue ao dono. Gatos dor-mem muitas horas, portanto seadaptam melhor à ausência dodono. Muitas pessoas dizemque o gato gosta mais da casado que do dono. Isso não é ver-dade. Se o gato for tratado coma mesma afetividade com quetratamos os cães, ele responde-rá da mesma maneira.

- O ideal é ter sempre mais

de um animal, pois um fazcompanhia para o outro, brin-cam e não ficam tão dependen-tes emocionalmente dos donoscomo ficariam se estivessem so-zinhos. Se você optar por umcão adote dois de uma vez.Cães e gatos são animais mui-tos sociáveis e tendo outro damesma espécie no convívio,eles se sentem mais seguros emenos depressivos. A opçãocão e gato também é possível.Cães e gatos, ao contrário doque diz a lenda, podem se tor-nar grandes companheiros.

- Se você mora em aparta-mento, não pense que não podeter um animal de estimação. ALei garante a todo o cidadão odireito de ter o animal que esco-lher para ser seu companheiro,desde que o mesmo não cause

prejuízo para os vizinhos. Pro-cure adotar um cão adulto, quese adapta mais facilmente. Con-verse antes com o síndico e façaum acordo amigável.

- Cuidado com o impulso decomprar animais em feiras defilhotes. Inúmeros cães de raçasão comprados para serem da-dos de presentes de Natal e de-pois são abandonados no Car-naval, quando a família resol-ve viajar e não tem com quemdeixá-los. Diga NÃO as feirasde filhotes. A realidade do nos-so país não comporta a vendaindiscriminada de animais.Para cada filhote que se compra,muitos morrem na carrocinhaou são abandonados nas ruas.E quando se compra, está incen-tivando a criação de mais filho-tes e mais abandonos. Não pen-

se que cães de raça não sãoabandonados. Posse responsá-vel começa na ADOÇÃO, nãona compra de animais. Se dis-serem que só animais de raçasão bons companheiros, nãoacredite. O famoso “vira-lata”ou SRD (sem raça definida) é ocão mais versátil que há, alémdo mais saudável também. Oscruzamentos constantes entreanimais com parentesco, o quecaracteriza as raças em geral,muitas vezes são responsáveispor doenças congênitas.

- Se o seu filho quer um cãoou um gatinho, mas ele aindaé muito pequeno para enten-der que animais sentem comonós, dê a ele uma animal depelúcia, até que ele esteja ma-duro para se responsabilizarpelo animal.

Posse responsável: considerações para quem quer adotar

falta de opção, embora essenão seja o ambiente para eles.Muitos dos animais doentesque resgatamos e tratamospossuem doenças graves quequando acometem os filhotesdeixados aqui, acabam pormatar mais de 90% deles”,complementa Soraya. Apesarde serem adotados cerca de 10animais por semana, a SPACrecebe muito mais animais pordia.

Maus-tratos e penaTodos os animais existen-

tes no país são tutelados noEstado (Decreto 24.645 de 10de julho de 1934). Assim,quando o ser humano praticaatos de abuso, maus-tratos,fere ou mutila animais silves-tres, domésticos ou domestica-dos, nativos ou exóticos, eleestá sujeito a lei número 9605de fevereiro de 1998 que pre-vê como pena detenção de trêsmeses a um ano e multa vari-ando de um a 360 salários mí-nimos, podendo dobrar com amorte do animal.

Podem ser consideradosmaus tratos: falta de alimenta-ção, local adequado para oanimal permanecer ou trata-mento veterinário; bater, ferir,deixar o animal com feridas

expostas, feitas ou não pelohomem, cegar ou aleijar omesmo; e amarrar o animalcom cordas e em lugares ina-dequados, como árvores, pos-tes e cercas. A denúncia con-tra maus tratos pode ser feitaem qualquer delegacia.

A esperança de todos emrelação à Rede de Defesa eProteção Animal da Prefeiturade Curitiba é a mesma: consci-entizar a população quanto àposse responsável e reduzir onúmero de animais maltratadose abandonados na cidade.

“Muitos dos animais doentes que resgatamos e tratamospossuem doenças graves que, quando acometem os filhotesdeixados aqui, acabam por matar mais de 90% deles”SORAYA SIMON, PRESIDENTE VOLUNTÁRIA DA SPAC

Divulgação Divulgação

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EnsaioProtesto

Texto e fotos: Anna Luiza Garbelini

No último sábado, aconteceu o segundo ato do Movimento de Combate à Intole-rância.

Estudantes da Universidade Federal do Paraná, motivados pelo ataque neonazista quevitimou no dia 23 de março um acadêmico de Ciências Sociais da instituição, com repre-sentantes do movimento negro, punk e LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais eTravestis) saíram às ruas do centro de Curitiba defendendo a diversidade racial, sexual ecultural.

Diferentemente do primeiro protesto, na quarta-feira (15), que saiu da frente da reitoriada UFPR e contava com aproximadamente 300 pessoas, a passeata do final de semanateve como marco inicial a Praça Santos Andrade e reuniu em torno de 150 pessoas.

Dessa vez os manifestantes, munidos de cartazes, apitos e instrumentos musicais, se-guiram pela Rua XV de Novembro, onde distribuíram cartilhas que ilustram os direitosdas minorias e denunciam as práticas neonazistas.

Por volta das 13h, os jovens pararam na Boca Maldita, onde ergueram um varal paraexpor os cartazes e faixas e montaram uma “barraca de esclarecimento”, na qual, além defornecerem informações para a população interessada, os estudantes ainda disponibili-zavam um abaixo-assinado para aqueles que desejavam apoiar e fortalecer o movimento.

Movimentode combate à

Acadêmicos da Universidade Federal do Paraná saemàs ruas pela segunda vez para defender direitos

intolerânciaintolerância