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Apresentação do chefe do Escritório de Serviços de Saúde da Unimed Belo Horizonte, Luiz Fernando Rolim Sampaio, no seminário CONASS Debate – A crise contemporânea dos modelos de atenção à saúde. Brasília, 13 de maio de 2014.
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Crise Contemporânea nos Modelos de Atenção à Saúde
Luis Fernando Rolim Sampaio
Modelo de Atenção a Saúde e Necessidades em Saúde
Necessidades da população
Educação
Cultura
Habitação
Laser / Esporte
SAÚDE
Segurança Cidadania
Emprego
Fundamental delimitar as funções setoriais:
Saúde em todas as políticas: União Européia, 2006
Modelo de Atenção a Saúde: Camada intersetorial
Território Camada intrasetorial
Como responder às necessidades de saúde no recorte setorial?
Demandas por serviços de saúde
The ecology of medical care. N Engl J Med 1961;265:885-‐892.
Perfil de demandas por serviços de saúde População adulta sob risco
Relataram problemas de saúde no úl=mo mês
Consideraram procurar assistência médica
Visitaram clínicas de especialistas
Receberam atenção domiciliar
Visitaram serviços de urgência
Realizaram consulta médica (113 com médico geral)
Procuraram serv. complementares
Foram hospitalizados
Foram hospitalizados num hospital terciário
1000
800
327
217
65
21 14 13
8 1
Green, 2001
APS e a matriz da complexidade de Stacey
Ética da ignorância e a Ética da Negativa (Guervas 2013)
A história um século depois A proposta de RASs foi feita, pela primeira vez, no Relatório Dawson, publicado em 1920 com os seguintes pontos essenciais:
a integração da medicina preven=va e cura=va
o papel central do médico generalista
a porta de entrada na APS
a atenção secundária prestada em unidades ambulatoriais
a atenção terciária nos hospitais
Nas úl=mas décadas, surgiu a necessidade de superar a fragmentação existente nos sistemas de atenção à saúde por meio da ins=tuição de sistemas integrados de serviços de saúde que configurassem um conLnuo coordenado de serviços para uma população definida.
Benvindo ao sistema de Saúde Entre por aqui
Para onde ir?
Todd (1996)
eficácia dos sistemas de informação
reforço da APS integração e gestão
clínica
aumento da produ=vidade dos
serviços hospitalares com adensamento
tecnológico
realinhamento dos incen=vos financeiros com superação do pagamento
por procedimentos.
FATORES-‐CHAVE PARA INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS FRAGMENTADOS:
Premissas da integração
APS
Emergência
Hospital 1
Especialidades
Hospital 2
CRE
SISTEMA DE GOVERNANÇA
Apoio Terapêu[co
Sistemas Logís[cos
Telesaúde
Transporte em Saúde
Regulação
Sistema de Informação
NECESSIDADES EM SAÚDE
Mendes, 2010
A integração sistêmica
Acesso
Dispersão de serviços que não se beneficiam de escala
e escopo. PORTA DE ENTRADA:
ESPECIFICIDADE LOCAL
Concentração de serviços que se beneficiam da
economia de escala (custo, qualidade). ADENSAMENTO TECNOLÓGICO
Os polos da dispersão e concentração
Por que organizar os serviços em um modelo liderado pela APS?
Melhoram os resultados sanitários
Diminuem as referências a especialistas e as hospitais
Aumentam a eficiência dos sistemas de atenção à saúde
Produzem serviços mais custo-‐efe=vos
Aumentam a sa=sfação dos clientes
Melhor qualidade percebida
Frente a superioridade organizativa da APS porque não fazer?
Cenário atual na saúde suplementar
Fragmentação: incapacidade de prestar assistência con`nua
Compe=ção e superposição de papeis entre os pontos da rede
Rede centrada no Hospital: “integração inversa”
Rede centrada nos eventos agudos
Gestão da oferta: baseado em séries históricas e definido pelos interesses dos prestadores, sem diretrizes clínicas, com incorporação acrí=ca de tecnologia
O mercado da saúde
Nos últimos 3 anos foram publicados Reports internacionais de análise do mercado brasileiro, considerando o mesmo um dos mais promissores do mundo
O mercado da saúde
Capacidade Instalada
Sinistralidade crescente na Saúde Suplementar
Capacidade instalada X necessidade 1 - Fatores associados a adoção do PET no Brasil:
o pioneirismo da instituição; a presença de evidências científicas que justifiquem a incorporação; o diferencial frente à concorrência; a pressão do corpo clínico que demanda a aquisição de inovações
tecnológicas em suas respectivas especialidades; a viabilidade econômica; a presença de parceria com o fabricante ou com o prestador nacional o prestígio do médico ou da área que solicita a aquisição da
tecnologia. (Viana & Silva, 2010) 2 – Uso inapropriado de exames de laboratório nos Estados Unidos Meta análise - revistos 1,6 milhões de exames em 15 anos
conclusão - em média 30% dos exames poderiam ser considerados desnecessários e outros 30% sequer deveriam ter sido solicitados (Zhi et al. 2013)
Influência do Modelo de remuneração
Fonte: Christensen, Clayton M et al. Inovação na gestão da saúde
“Cerca de 50% dos serviços de saúde consumidos são resultado da orientação dos médicos e dos fornecedores de hospitais, e não da demanda ou da necessidade dos pacientes. (...) Esse sistema estimula os prestadores a oferecer não o cuidado necessário, mas o máximo de cuidado possível.”
Remuneração médica nos EUA
Opções possíveis: tipos de Remuneração Pontos Positivos Pontos Negativos
Remuneração por capitação
• Estimula o atendimento não presencial;
• Estimula cuidado longitudinal e ações preventivas;
• Referenciamento maior do que o desejado ; • Risco de evitar pacientes com potencial de hiperutilizar o sistema (idosos e doentes crônicos).
Remuneração por produção
• Estimula melhor manejo do tempo;
• Informa sistema sobre tendências.
• Risco de sobreutilizar os serviços E de diminuir o tempo de consulta;
• Papel de regulador sai do médico e vai para o financeiro da instituição;
Remuneração por salário fixo
• É administrativamente simples;
• Não estimula comportamento de aumento de custo;
• Não há incentivo para conter custo, atrair pacientes ou ser sensível às suas necessidades em especial o acesso ao sistema (consultas burocráticas);
• Incentiva o médico a diminuir seu esforço pessoal e a reduzir numero de consultas;
Remuneração por indicadores de qualidade
• Estimula que todos os profissionais trabalhem em sinergia por uma meta comum a ser alcançada;
• Meta é o fim (não há incentivo para ir além);
• Risco de focar apenas nas metas abandonando pacientes que não ajudem a atingi-las;
Fonte: Gusso, 2013
Traduzido por G Gusso de Kuehlein et al. 2010
Da prevenção primária a prevenção quaternária
Construção do Modelo de Atenção Ativa
ÓB
ITO Risco 0
Paciente saudável
Risco 1 Fatores de
predisposição
Patologia presente Incapacidade
Prevenção
Risco 2 Manifestações prepatológicas
Patologia agravada
Monitoramento ativo
Tratamento primário: ambulatorial/consultório
Tratamento secundário:
PA/internação
Reabilitação/ atenção
domiciliar
Prover soluções ativas e integradas em saúde: planejamento do cuidado, articulação da rede e avaliação dos resultados
Programas já Implantados
Risco 0 Paciente saudável
Risco 1 Fatores de
predisposição
Patologia presente Incapacidade
Risco 2 Manifestações prepatológicas
Patologia agravada
• Palestras educativas • Ações de comunicação • Política de patrocínios
• Atenção obstétrica • Curso para gestantes • Consulta pediátrica para gestantes
• Unibaby • Puericultura • Programa da criança e do adolescente
• Atenção ao idoso
• Vacinação • Reeducação alimentar • Cessação do tabagismo • Grupos operativos de diabéticos
• Grupos operativos de hipertensos
• Clínica do Diabético
• Saúde cardiovascular (com reabilitação)
• Atenção ao diabético • Atenção à asma infantil • Atenção ao doente renal crônico
• Saúde mental • Atenção ao portador de doenças pulmonares
• Atenção homeopática
• Gerenciamento de casos • Desospitalização • Curativos • Intervenções específicas • Cuidados paliativos
PROMOÇÃO DA SAÚDE
PREVENÇÃO DA DOENÇAS
GERENCIAMENTO DE DOENÇAS
GERENCIAMENTO DE CASOS CRÔNICOS
APS na Saúde Suplementar: um piloto
Novo espaço físico
Novo sistema
de informação em saúde
Nova proposta de remuneração
médica
Modelo baseado nos princípios da Atenção Primária
Clínica Unimed Pleno
Nova proposta de remuneração médica
Contratualização do cuidado oferecido Remuneração mista
Médicos com dedicação de 20h/sem, com remuneração mista, sendo:
70% atribuídos a valor per capita 30% atribuídos a indicadores de qualidade
Perfil do novo serviço
• Cada cliente será vinculado a um médico • A equipe principal será o primeiro recurso a ser buscado
• Acesso ampliado: a agenda inclui consultas marcadas, retornos e agenda aberta
• O acesso pode ser feito por telefone e e-mail com prazos definidos para retorno da equipe
• A equipe recebe diariamente relatórios de utilização de sua carteira na rede de serviços
• O cliente pode solicitar a troca do seu médico de referência
Johns Hopkins Adjusted Clinical Groups® (ACG®)
Idéias
Programas ver=caisX organização em rede Reconhecimento social da APS Imaginário da “excelência”
Especializacão/fragmentacão X Integracão/holismo
Marco Legal
Legislacão do SUS e normas da ANS Código de defesa do consumidor
Regulacões profissionais
Grupos de interesse
Proporcão especialista X generalista – médicos Equipes X profissionais -‐ remuneração
Capacidade instalada X necessidade -‐ indústria
Desafios para a mudança
Formula de Gleicher – D + V + F > R Dissa6sfac6on x Vision x First Steps > Resistance to change
Insa=sfação com a situação presente
Os primeiros passos em direção ao alcance das mudanças
Visão do que é alcançável -‐
possível no futuro
Três componentes precisam estar juntos para superar a resistência de uma mudança
Desafios para a mudança
O que é possível? Ampliar o diálogo entre os setores Público e Privado otimizando a capacidade instalada; Harmonizar as regras de direcionamento do modelo de atenção nos sub-setores público e privado; Trabalhar indicadores de forma conjunta nos dois sub-setores; Valorizar a APS e atuar na formação médica desde a graduação valorizando a medicina de família
Obrigado! Luis Fernando Rolim Sampaio