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Identidade guerreira-Luta e resistência nos quilombos contemporâneos Por- Richard Santos 1 Este ensaio surgiu a partir do meu trabalho na TV Brasil como repórter especial do programa Caminhos da reportagem, onde, junto com a equipe do programa, pesquisei, produzi e conduzi o documentário, “Quilombos-Luta & Resistência”, sobre a história de luta das comunidades quilombolas brasileiras pelo reconhecimento de seu espaço geográfico secular, titulação da terra e respeito a sua identidade. Junto a minha equipe percorri a Bahia (Salvador e Recôncavo), o Maranhão (São Luiz e Alcântara), e o Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Canoas, Santa Maria e Santana do Livramento) para mostrar como vivem esses brasileiros e como eles preservam suas culturas e tradições. Como resultado 1 Também conhecido como Big Richard, é carioca, artista/ativista histórico da cultura Hip Hop brasileira e dos movimentos de juventude e periferia. É membro da Nação Hip Hop Brasil, jornalista/apresentador de TV com passagens por diversas emissoras. Sociólogo é autor de diversos livros e artigos publicados. Especialista em História e Cultura no Brasil, mestre em comunicação e doutorando em Ciências Sociais, também é membro da Associação Nacional de Pós-graduandos, ANPG, e membro pesquisador do Observatório Latino-americano das indústrias de conteúdos digitais, OLAICD. ? 1

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Horizontes Antropolgicos

Identidade guerreira-Luta e resistncia nos quilombos contemporneos

Por- Richard Santos

Este ensaio surgiu a partir do meu trabalho na TV Brasil como reprter especial do programa Caminhos da reportagem, onde, junto com a equipe do programa, pesquisei, produzi e conduzi o documentrio, Quilombos-Luta & Resistncia, sobre a histria de luta das comunidades quilombolas brasileiras pelo reconhecimento de seu espao geogrfico secular, titulao da terra e respeito a sua identidade.

Junto a minha equipe percorri a Bahia (Salvador e Recncavo), o Maranho (So Luiz e Alcntara), e o Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Canoas, Santa Maria e Santana do Livramento) para mostrar como vivem esses brasileiros e como eles preservam suas culturas e tradies. Como resultado desta investigao, coletamos dados sobre o isolamento geogrfico e cultural a que essas pessoas estiveram submetidas por centenas de anos. No nordeste, estado com o maior nmero de quilombos do pas, segundo a Fundao Cultural Palmares, encontramos comunidades favelizadas dominadas pelo trfico de drogas e que agora do sinais de revitalizao, o caso da comunidade quilombola urbana do Calabar em Salvador. No municpio de Cachoeira, recncavo baiano, constatamos o resultado do trabalho pioneiro do quilombo Kaonge, atravs da organizao de um conselho de lideranas e apoio de entidades do movimento negro organizado, aumentou a renda das comunidades locais com o cultivo de mariscos, apicultura e artesanato. Ainda na Bahia, presenciamos a luta e organizao da comunidade de Rio dos macacos, localizado no municpio de Simes Filho, grande Salvador, contra a ao de desocupao de suas terras pela Marinha brasileira, e o fortalecimento desta resistncia por militantes do movimento negro local.

No sul, experimentamos a vida nos pampas quilombolas, conhecemos vaqueiros afro-descendentes que mesclam tradies gachas e africanas e, que, assim como todos os demais territrios visitados pelo pas, se rearticulam junto a lideranas e intelectuais do movimento negro, de modo, a construir uma nova perspectiva de luta e resistncia frente s demandas do capital financeiro e/ou agrrio que utilizam estratagemas para anular sua cultura e identidade, no propsito de pasteuriz-la no todo de uma massa proletria urbana consumista e supostamente homognea.

Todavia, a partir de uma anlise materialista da histria, no minha inteno ater-me a elementos advindos de uma ou outra comunidade em particular, busco identificar quais os estratagemas de resistncia utilizados pelos quilombolas, para que se consolide a conquista da terra e o reconhecimento de sua identidade em pleno sculo XXI, quais as articulaes tecidas para a sobrevivncia de seu grupo, frente s demandas extremadas do capitalismo ps-industrial.

As relaes sociais so inteiramente interligadas s foras produtivas. Adquirindo novas foras produtivas, os homens modificam o seu modo de produo, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relaes sociais. O moinho a brao vos dar a sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o capitalismo industrial (MARX, 1847).A constituio dos quilombos no BrasilO escravismo brasileiro trouxe milhares de africanos ao pas utilizando-os como mo-de-obra barata para suprir os trabalhos na lavoura canavieira, na minerao e na produo de caf. Foram verificadas vrias formas de resistncia a esse sistema de explorao humana, destacando-se dentre elas a fuga que, segundo Guimares (1988), retira do senhor o domnio sobre o seu servial, ainda que, do ponto de vista jurdico mantenha sua posse. A fuga resultava na unio de escravos em grupos os quais formavam os quilombos. Destarte, as causas que resultaram em sua formao no se resumem apenas unio e organizao de escravos fugidos em redutos isolados. Dentre os fatores principais que justificam a existncia de quilombos, descritos por Andrade (1997, p. 75), esto a alforria; a compra de terras; a herana atravs de testamentos; a conquista de terras por servios prestados em lutas oficiais; e os servios prestados como capataz de senhores em empreendimentos privados.Os quilombos eram formados ainda, por libertos precarizados, conforme Fausto (2010), importante salientar que os libertos no tinham condio idntica da populao livre. At 1865, a alforria mediante pagamento ou gratuita podia ser revogada pelo antigo senhor sob a simples alegao de ingratido.

Existem vrias definies para quilombos, Clvis Moura (1987) destaca em seu livro a definio fornecida pelo rei de Portugal ao Conselho Ultramarino de 02 de dezembro de 1740. Para o rei, os quilombos se constituam em toda habitao de negros fugidos que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que no tenham ranchos levantados nem se achem piles neles. Tal definio distingue-se da criada por Guimares (1988), pois no destaca o elemento da fuga, o escravo, como principal constituinte do quilombo.

O que vai definir este ou aquele local enquanto quilombo a existncia,

neles, do elemento vivo, dinmico, ameaador da ordem escravista, enfim, o escravo fugido o fundamental da existncia do quilombo, da o fato de no podermos ignor-lo enquanto parte integrante do todo que o quilombo, Guimares(1988, p.39).

As definies anteriores no demonstram como os quilombos eram organizados, ou seja, como se configuravam administrativa, econmica e politicamente.Moura (1987) destaca que a organizao dos quilombos variava de acordo com a forma como estes se estruturavam, portanto o tamanho da rea ocupada e sua localizao, a qualidade do terreno e o nmero inicial de quilombolas eram elementos essenciais constituio e configurao dos mocambos.

Combatidos a todo custo at fins do sistema imperial brasileiro, somente a partir do fim oficial do sistema escravista, abolio da Escravido, os quilombos deixaram de figurar oficialmente como elementos malficos sociedade. No entanto foram anos de excluso e marginalizao dessas comunidades quilombolas por parte do governo e da sociedade brasileira no permitindo que grande parte destas tivesse acesso infra-estrutura social bsica, educao, aos servios de sade, dentre outros, necessrios melhoria da qualidade de vida dos indivduos que fazem parte dos quilombos.Em 1988, cem anos aps a abolio da escravatura, foi que a questo quilombola passou a ser considerada oficialmente, a partir do artigo 68 presente no Ato das disposies Constitucionais Transitrias da Constituio Federal Brasileira de 1988, reconhecendo o direito de propriedade definitiva aos remanescentes de quilombos que estejam ocupando suas terras. Esta constituio, tambm conhecida como a constituio cidad, trouxe em seu bojo, diversos dispositivos que apontam para a necessidade de resguardar a pluralidade tnica e a diversidade cultural da populao brasileira, incluindo os artigos 215 e 216. Na luta pelo reconhecimento de sua ancestralidade e direitos culturais, os quilombolas tambm podem contar com a Conveno n.169 da Organizao Internacional do Trabalho (OIT), que aponta para o direito ao retorno e a diversidade cultural. Em 2003, o executivo federal brasileiro assinou o decreto 4887 de 20 de novembro, que regulamentou o Artigo 68. Este decreto descreve os procedimentos para identificao, reconhecimento, delimitao, demarcao e titulao das terras ocupadas por remanescentes das comunidades quilombolas.At novembro de 2003, o reconhecimento e titulao eram atribuio da Fundao Cultural Palmares; Desde ento, o novo Decreto passa esta atribuio ao INCRA (Instituto de Colonizao e Reforma Agrria). A Instruo Normativa, n. 16, de 24 de maro de 2004.

Quilombos contemporneosA partir de 1988, com a incluso do termo quilombo na constituio, seu significado adquire uma significao atualizada, deste modo, quilombo, quilombola ou remanescente de quilombo, termos usados para conferir direitos territoriais, permitem uma releitura de sua situao social, seu emprego na constituio federal nos estimula a descobri-los e compreender de que forma tm sido atingidos pelo dispositivo legal.

Deste modo, com esta questo em mente, foi que cheguei frente da base naval de Aratu, no municpio de Simes Filho. Para chegarmos at a sede do quilombo Rio dos macacos, era preciso entrar pela base naval, sendo, que, como os militares entraram na justia para a expulso daquela comunidade de seu local ancestral, estvamos sendo impedidos de adentrar o espao, e os quilombolas faziam sua manifestao em frente entrada da base. Segundo eles, na noite anterior um cidado sexagenrio havia sido ameaado de morte por homens encapuzados dentro da base naval. Pude constatar que, diversas entidades e lideranas do movimento negro organizado apoiavam os quilombolas em sua manifestao, e articulavam junto a eles a ida a Braslia levar a demanda para os rgos competentes.Esta solidariedade dos movimentos sociais nos remete ao que Santos (2000) chama de solidariedades horizontais, em grande parte perdida pela desestruturao dos ncleos comunitrios tradicionais urbanos. Esta simbiose entre comunidades negras rebeldes rurais, liberais brancos da imprensa e intelectuais negros organizados tem profundas razes histricas, desde a primeira hora, os abolicionistas brasileiros deveram muito opinio pblica (...) E foi o apelo de intelectuais franceses em 1866 que provocou o primeiro compromisso formal do governo brasileiro com a abolio da escravatura, Skidmore (2012,P.57). Mesmo aps a abolio esta ttica de articulao entre mocambos e comunidade liberta urbana se preservou e intensificou. Isto o que nos revela Bastide (1972) quando em seu artigo sobre a imprensa negra no Estado de So Paulo, nos apresenta a base de reinvidicaes desses pequenos jornais para uma comunidade urbana e rural que comeava a se rearticular frente aos novos tempos econmicos da urbe.

Neste caminhar pelo Brasil fazendo a identificao das demandas, articulaes e organizao das comunidades quilombolas para os problemas que as afligem no Sc. XXI e, manuteno de sua histria e tradio, entrevistei cerca de 60 personagens diferentes, nas mais diversas regies porque passamos, citadas acima, porm, devido ao espao limitado para dispor de todas as questes e argumentos, farei uso do micro-cosmo encontrado na comunidade de Rio dos macacos e das contradies observadas, o que certamente nos dar um exemplo do todo. Isto, porqu, mesmo com origens e formao cultural diferente, os problemas encontrados nos quilombos so similares, diz respeito especulao imobiliria, a luta pela terra, a expanso urbana sobre reas rurais, e principalmente a necessidade dos detentores do capital de conquistar reas para a expanso de seus negcios e especulaes.

A luta dos contrrios observada neste micro-cosmo quilombola reflete bem os interesses da ordem vigente, onde, faz-se necessrio eliminao do diferente para a perpetuao do poder estabelecido, a proposta de ampliao de nossas fronteiras agrrias, o crescimento desordenado das metrpoles e a falta de espao para o lazer das famlias de classe mdia, pequeno-burguesas, proporcionam o uso de uma fora desmedida junto a populaes alijadas do acesso ao desenvolvimento social sustentvel em nome do propalado desenvolvimento e/ou segurana nacional. As idias dominantes de uma poca sempre foram s idias da classe dominante MARX (1848).

Em favor desta classe dominante, foi que encontramos o corpo militar federal provocando seqela na populao quilombola local...

Eu to sendo ameaada de morte, porque a gente recebeu uma ordem de despejo em 2010 e eu fui pedir ajuda l fora e pegaram o meu nome, e a marinha, os militares daqui de dentro, passam junto da gente e fala assim... a qualquer momento voc e sua famlia vo sumir do mapa .

...quando eu vi j tinha aquele cidado correndo atrs de mim, da puxou a pistola de modo de atirar nas minhas costas, a eu gritei assim...eu no sou marginal e, ele...voc marginal e eu vou lhe matar..

Este exemplo dos moradores do quilombo Rio dos macacos significativo para a contextualizao de como os agentes do Estado vem tratando a questo da incluso dos afro-descendentes ao longo dos anos, e, principalmente no que diz respeito s demandas quilombolas.

O quilombo constitui questo relevante desde os primeiros focos de resistncia dos africanos ao escravismo colonial, reaparece no Brasil repblica com a Frente Negra Brasileira (1930/40), e retorna cena poltica no final dos anos 70, durante a redemocratizao do pas. Trata-se, portanto, de uma questo persistente, tendo na atualidade importante dimenso na luta dos afro-descendentes, ( BOAVENTURA Leite, 2000).

Falar dos quilombos e dos quilombolas no cenrio poltico atual , portanto, falar de uma luta poltica e, conseqentemente, uma reflexo cientifica em processo de construo. Muito embora parea pertinente igualar, comparar, a questo das terras de quilombolas s terras indgenas, certo que existem semelhanas apenas em relao aos desafios e embates j visveis. A constituio da fronteira tnico-cultural no interior do Brasil esteve sempre marcada pela preservao do territrio invadido e ocupado no processo colonial e, tambm, por inmeros conflitos de terra que remontam aos nossos dias. A partir desta perspectiva, possvel falar de uma antropologia das sociedades indgenas que esteve durante todo o ltimo sculo enfocando como tema de reflexo a autonomia cultural destes povos e a sua luta pela demarcao das terras.

Oriunda das bases do movimento negro brasileiro, atualmente, 2012, secretria de polticas para comunidades tradicionais da SEPPIR (Secretaria Especial de Polticas de Promoo da Igualdade Racial), Silvany Euclenio assegura que, ... H de se considerar que a poltica indigenista est institucionalizada no Brasil h pelo menos 60 anos, ns temos um rgo que a Funai que trabalha isso h pelo menos 60 anos, obviamente h um nmero muito maior construdo neste perodo histrico. Enquanto que a pauta quilombola de dez anos pra c..

Sobre o reconhecimento da comunidade Rio dos Macacos, como uma comunidade remanescente de quilombo e da inteno da Marinha brasileira de remov-la, ela diz,

...Na medida que a comunidade foi reconhecida como quilombola, o estado tem o dever de cuidar dela de acordo com a conveno 169 que o Brasil signatrio da OIT, e de acordo tambm com o decreto quilombola. Ento, se a gente tem um conflito de interesses dentro do prprio governo, a funo do governo estabelecer um espao de dialogo e negociao para chegar a uma deciso que contemple aos interesses diferentes. Uma coisa correta, a Presidncia da repblica garante que a comunidade no ser expulsa, que os direitos da comunidade sero respeitados, obviamente que dentro deste direito, a conveno 169 permite o translado de uma comunidade de um local para outro, se for acordado com a comunidade e se for criado meios para garantir a territorialidade e da por diante...

Enquanto a burocracia se estabelece e as discusses sobre a terra quilombola permanecem no mais alto patamar do Estado, envolvendo negociaes com representantes do capital interessado em suas terras, os indivduos ligados a comunidades quilombolas organizadas constroem redes de comunicao e sobrevivncia, por onde fazem ecoar seu grito de dor e revolta, utilizam a experincia acumulada pelo movimento negro organizado para chamar ateno para suas demandas, deste modo, que foi possvel confrontar a palavra do comandante geral da Base Naval de Arat, com a de lideranas e representantes afro-descendentes atuando em nome dos moradores do quilombo Rio dos macacos.

...a situao extrema, extremamente complicada, porque, os rgos que tem a responsabilidade de conduzir a titulao do territrio exatamente o INCRA...que est absolutamente esvaziado ( Vilma Reis- Sociloga).

... Na verdade esta reao revela a discusso de dois projetos polticos de desenvolvimento para o pas, um desenvolvimento que a gente est vendo agora, predatrio que enriquece o agronegcio, e assim por diante, e o desenvolvimento e as relaes praticamente equilibradas, que se tem nos territrios quilombolas e indgenas (Onir de Arajo- Advogado da frente nacional de defesa dos territrios quilombolas).

A marinha brasileira, que est na disputa judicial com a comunidade quilombola e, tem a escritura da terra, emitida nos idos dos anos 1950, quando da invaso militar da regio, poca que as comunidades quilombolas ainda no tinham seus direitos assegurados, tem a deciso favorvel da justia para a posse do terreno.... Quando a questo quilombola apareceu, a ao j estava em curso e outros atores entraram no contexto da histria e a marinha passou a se relacionar com esses atores. A verdade que em nenhum momento na relao da marinha com aquelas pessoas a questo quilombola tinha aparecido. A marinha no tinha registros histricos de que ali havia uma comunidade quilombola. Os estudos no foram concludos pra saber exatamente qual daquelas pessoas preserva essas tradies, onde era o ncleo da comunidade quilombola (MARCOS CARVALHO COSTA- CAPITO DE MAR E GUERRA, COSTA, COMANDANTE DA BASE NAVAL DE ARATU).

... O que ns pudemos perceber diante dessa discusso da identidade que para a sociedade, especificamente para o governo e a gesto pblica, os quilombos so inexistentes. Os quilombos no existem. H uma percepo clara de que no tem nem sequer o conhecimento da quantidade de pessoas que esto envolvidas nesse territrio e garantindo essas tradies culturais e toda essa identidade quilombola.(CRISTINA SEIXAS GRAA-COORDENADORA DO NCLEO DE DEFESA DA BAHIA DE TODOS OS SANTOS DO MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DA BAHIA).Referncia bibliogrfica

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BASTIDE, Roger. Estudos afro-brasileiros. So Paulo: Editora Perspectiva, 1972.

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Tambm conhecido como Big Richard, carioca, artista/ativista histrico da cultura Hip Hop brasileira e dos movimentos de juventude e periferia. membro da Nao Hip Hop Brasil, jornalista/apresentador de TV com passagens por diversas emissoras. Socilogo autor de diversos livros e artigos publicados. Especialista em Histria e Cultura no Brasil, mestre em comunicao e doutorando em Cincias Sociais, tambm membro da Associao Nacional de Ps-graduandos, ANPG, e membro pesquisador do Observatrio Latino-americano das indstrias de contedos digitais, OLAICD.

Conforme Milton santos em A urbanizao brasileira(2009,p.31),entre 1940 e 1980, d-se verdadeira inverso quanto ao lugar de residncia da populao brasileira.H meio sculo atrs (1940), a taxa de urbanizao era de 26,35%, em 1980 alcana 68,86%. Nesses quarenta anos, triplica a populao total do Brasil, ao passo que a populao urbana se multiplica por sete vezes e meia.

A anlise materialista histrica parte da questo de que a produo, e a troca dos produtos, pilar de toda a ordem social; existente em todas as sociedades que desfilam pela histria. Sendo assim, a repartio destes produtos, aliada com ela diviso dos homens em classes ou camadas, determinada peloo que e comoa sociedade produz e pelo modo de trocar as suas mercadorias.

A misria da filosofia- Karl Marx, 1847.

Mocambo -mo.cam.bosm(quimbundo mukambu)1Couto em que os escravos se recolhiam, quando fugiam para o mato.2Cabana no mato.3 Reg(Norte) Cerrado ou moita onde se esconde o gado nos sertes.4Reg(Norte) Abrigo de quem vigia a lavoura.5Reg(Nordeste) Casa de palha, habitao comum, sem nenhum conforto, feita beira das praias; mucambo.Fonte- dicionrio Michaelis, 2012.

O ento presidente da Cmara dos Deputados, Ulysses Guimares, declarou em 27 de julho de 1988 a entrada em vigor da nova Constituio Federal apropriadamente batizada de Constituio Cidad porque era o Brasil, nessa poca, um pas recm-sado da ditadura militar na qual os princpios constitucionais foram trocados por pores de tortura dos oponentes polticos do militarismo.

Em seu livro, Por uma outra globalizao: do pensamento nico a conscincia universal, em determinado trecho (pg.85), Milton Santos versa sobre a relao de competitividade versus solidariedade no mundo globalizado, a competitividade acaba por destroar as antigas solidariedades,frequentemente horizontais,e por impor uma solidariedade vertical, cujo epicentro a empresa hegemnica, localmente obediente a interesses globais mais poderosos e, desse modo, indiferente ao entorno.

Rosemeire dos Santos Silva - quilombos rio dos macacos- Simes Filho- Bahia, entrevista ao autor.

Orlando de Souza Oliveira- Morador do quilombo Rio dos Macacos-entrevista ao autor.

Entrevista concedida ao autor.

Entrevista concedida ao autor- Vilma Reis presidenta do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado da Bahia

Entrevista concedida ao autor.

Entrevista concedida ao autor.

Entrevista concedida ao autor.

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