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MANUAL DE CONCEPO DE PAVIMENTOS
PARA A REDE RODOVIRIA NACIONAL
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ndice
1 Introduo 6 Estruturas de pavimentoObjectivo do manualmbito de aplicaoOrganizao do manual
Aspectos conceptuaisEspessuras das camadas betuminosasExemplos de utilizaoEstruturas tipo
2 Trfego 7 Perfis transversaisTrfego mdio dirio anual de veculos pesadosDistribuio do trfego pesado pelas viasPerodo de dimensionamentoPerodo de anlise de projectoTaxa mdia de crescimento anualFactor de agressividadeNmero acumulado de eixos padro
Variaes de espessuraSobrelargura das camadas
3 Condies climticasInfluncia das condies hdricasInfluncia das condies trmicas
4
Fundao do pavimento
Classes de fundaoClasses de terrenosMateriais para a camada de leito do pavimentoConstituio da plataforma
5 Materiais de pavimentaoMateriais granularesMisturas betuminosas fabricadas a quenteMisturas com ligantes hidrulicos
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CAPTULO 1
INTRODUO
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OBJECTIVO DO MANUAL
O objectivo do presente manual o de apoiar e orientar a concepo dasestruturas de pavimentos e respectivas fundaes, a adoptar na construo denovas infraestruturas rodovirias includas no Plano Rodovirio Nacional.
Os materiais e os processos construtivos subjacentes concepo edimensionamento adoptados visam satisfazer certos requisitos especficos destetipo de estruturas, designadamente:
oferecer aos utentes um nvel de servio adequado, permitindo que acirculao se faa em condies de segurana, conforto e economia;
corresponder s exigncias das diferentes classes de trfego e taxas decrescimento expectveis;
garantir condies adequadas de fundao para os pavimentos, permitindo,simultaneamente, que a sua construo se faa nas melhores condies, eque, aps entrada em servio, se reduza a ocorrncia de deficincias e anecessidade de efectuar trabalhos de conservao onerosos;
melhorar a qualidade dos pavimentos a construir, actuando,designadamente, nas condies de execuo das obras, e na especificaode materiais e processos construtivos que tenham em conta osequipamentos actualmente disponveis;
sistematizar, tanto quanto possvel, as estruturas de pavimentos - rgidos,semi-rgidos e flexveis - que tm vindo a ser adoptadas na rede rodovirianacional;
permitir que a Junta Autnoma de Estradas disponha de elementos quefacilitem o planeamento, a construo, a avaliao do comportamento, aconservao e a beneficiao dessas infraestruturas.
Entre as solues de pavimentao propostas no presente manual, deve ser
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INTRODUO
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escolhida a mais adequada a cada caso concreto, com base em consideraestcnico-econmicas, ponderando, designadamente, as condies geotcnicas eclimticas, os materiais disponveis, os prazos de execuo e as exigncias futurasdos pavimentos.
MBITO DE APLICAO
No presente manual propem-se estruturas tipo a considerar na concepo depavimentos em novos traados da rede rodoviria nacional. As mesmas estruturas
podero eventualmente ser adoptadas em alargamentos ou na reconstruo depavimentos existentes, caso no existam condicionantes locais que justifiquemdeciso em contrrio. O manual no aplicvel ao reforo de pavimentosexistentes, nem a pavimentos sobre obras de arte.
As estruturas de pavimento preconizadas no Captulo 6 foram estabelecidas combase em pressupostos relativos ao trfego, condies climticas, condies defundao e materiais de pavimentao, expressos nos Captulos 2 a 6. No severificando estes pressupostos devero ser justificadas as solues adoptadas,
respeitando, na medida do possvel, a sistematizao adoptada no presentemanual.
Considera-se indispensvel que, no projecto de execuo, sejam apresentadosclculos justificativos das estruturas projectadas, com o objectivo de adaptar asestruturas propostas s condies de projecto, em particular natureza dosmateriais, s condies geotcnicas e climticas locais e s previses de trfego.
A estratgia adoptada na elaborao do presente manual consistiu em
dimensionar as estruturas dos pavimentos para perodos de dimensionamento de20 a 30 anos, por forma a reduzir quanto possvel a necessidade de proceder aobras de conservao importantes que, alm de onerosas, dificultam as condiesde circulao.
Ainda que no presente manual se adoptem perodos de dimensionamentode 20a 30 anos, considera-se desejvel a realizao de uma anlise de custospara umperodo no inferior a 40 anos (perodo de anlise de projecto), por forma acomparar do ponto de vista dos custos globais diferentes solues depavimentao preconizadas.
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CAPTULO 1
INTRODUO
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Na estimativa dos custos globais devem considerar-se, alm dos custossuportados pela administrao na execuo das obras (custo inicial+custos deconservao), os custos suportados pelos utentes, resultantes do condicionamentoimposto s condies de circulao durante a execuo das obras de conservao.
Os pavimentos sujeitos a trfego muito reduzido (inferior a 50 veculos pesadospor dia e por sentido de circulao), bem como os sujeitos a trfego pesado muitointenso (superior a 2000 veculos pesados por dia e por sentido de circulao),devem ser objecto de um estudo especfico.
ORGANIZAO DO MANUAL
As estruturas propostas no presente documento foram definidas com base emmtodos racionais de dimensionamento de pavimentos, recorrendo a modelos decomportamento, e tambm em elementos existentes resultantes da observao docomportamento de pavimentos construdos nos ltimos anos.
Para definir uma estrutura de pavimento torna-se necessrio dispor de dadosrelativos a:
trfego condies climticas condies de fundao materiais de pavimentao
Dentro dos limites expressos no presente documento, possvel admitir diferentes
condies de fundao para os pavimentos.A utilizao do presente manual, na seleco de uma estrutura de pavimentoapropriada a um dado caso em estudo, compreende as seguintes etapas:
recolha e sistematizao dos dados (Captulos 2, 3, 4 e 5)
definio das estruturas de pavimento possveis (Captulos 6 e 7)
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CAPTULO 2
TRFEGO
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Para o dimensionamento dos pavimentos rodovirios apenas considerado oefeito do trfego de veculos pesados.
Considera-se veculo pesado aquele cujo peso bruto igual ou superior a 3 tf, oque inclui uma larga gama de veculos, compreendendo autocarros e camies comou sem reboque ou semi-reboque. De acordo com a metodologia das contagens detrfego efectuadas pela JAE, consideram-se veculos pesados os pertencentes sclasses F, G, H, I, Je K.
Para efeitos de dimensionamento, considera-se o trfego mdio dirio anual deveculos pesados no ano de abertura, por sentido de circulao, na via maissolicitada por esses veculos (TMDA)p.
Como o pavimento deve assegurar a circulao do trfego em dadas condiesdurante um certo nmero de anos - perodo de dimensionamento- a verificaoda capacidade de carga dos pavimentos feita com base no nmero acumulado deveculos pesados que se prev iro circular sobre o pavimento durante aqueleperodo, considerando-se:
o trfego mdio dirio anual de veculos pesados no ano de abertura;
o perodo de dimensionamento;
a taxa mdia de crescimento anual de veculos pesados no perodo dedimensionamento;
a distribuio do trfego pelas vias existentes num dado sentido.
Como se ver, a partir do nmero acumulado de veculos pesados, determina-se onmero equivalente de passagens de um eixo padro, com base num factor deagressividade do trfego pesado.
TRFEGO MDIO DIRIO ANUAL DE VECULOS PESADOS
O valor do trfego mdio dirio anual de veculos pesados, a considerar comodado para o dimensionamento, refere-se ao ano de abertura e via maissolicitada. O seu valor deve ser obtido a partir de um estudo de trfego.
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CAPTULO 2
TRFEGO
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Tendo em vista uma sistematizao das estruturas do pavimento, o presentemanual considera diversas classes para o trfego mdio dirio anual de veculospesados.
No Quadro 2.1 indicam-se as 8 classes consideradas para o trfego mdio dirioanual de veculos pesados (em cada sentido e na via mais solicitada) no ano deabertura (TMDA)p. A escolha destas classes baseou-se numa anlise estatstica dotrfego na rede rodoviria nacional, satisfazendo na sua globalidade s situaesreais da procura nesta rede, e teve em considerao os intervalos utilizados para o
mesmo efeito noutros pases.
QUADRO 2.1 - CLASSES DE TRFEGO
Classe (TMDA)p
T7 2000(TMDA)
p trfego mdio dirio anual de veculos pesados no ano de abertura, por sentido e na via
mais solicitada
DISTRIBUIO DO TRFEGO PESADO PELAS VIAS
A circulao do trfego pesado, embora se faa predominantemente na via situadamais direita, pode repartir-se pelas diversas vias existentes num dado sentido,caso exista mais do que uma.
No caso de duas ou mais vias no mesmo sentido podero considerar-se aspercentagens indicadas no Quadro 2.2, para a via mais solicitada.
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TRFEGO
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QUADRO 2.2 - PERCENTAGEM DO TRFEGO NA VIA MAISSOLICITADA
N de vias Via mais solicitada
2 90
3 ou mais 80
A menos que as condies de circulao assim o justifiquem, no deveroadoptar-se factores de distribuio lateral do trfego na via mais solicitada.
Admite-se que em algumas situaes, distribuio do trfego por vias possacorresponder a uma variao transversal da espessura do pavimento, como serreferido no Captulo 7.
PERODO DE DIMENSIONAMENTO. PERODO DE ANLISE DEPROJECTO
O dimensionamento de um pavimento visa assegurar adequadas condies decirculao do trfego durante um dado perodo, que se designa por perodo dedimensionamento, minimizando a necessidade de obras de conservao nesseperodo. As condies de circulao envolvem os aspectos de segurana,economia e conforto que so proporcionados aos utentes.
Para os pavimentos flexveis e semi-rgidos consideram-se perodos dedimensionamento de 20 anos. Para os pavimentos rgidos o perodo adoptado de30 anos (Quadro 2.3).
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TRFEGO
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QUADRO 2.3 - PERODO DE DIMENSIONAMENTO
Tipo de pavimento Perodo de dimensionamento (anos)
flexvel 20
semi-rgido 20
rgido 30
Para as classes de trfego T5, T6e T7, os perodos de dimensionamento podem serinferiores aos indicados no Quadro 2.3, podendo adoptar-se um valor entre 10 e15 anos. Para essas classes, alm de perodos de dimensionamento inferiores a 20anos, poder ter interesse econmico a adopo de uma construo faseada,ajustada evoluo do trfego e/ou das condies de servio.
Para comparar, em termos de custos (construo, conservao, utentes), vriassolues de pavimentao, dever-se-o efectuar estimativas para um perodo deanlise no inferior a 40 anos, designado por perodo de anlise de projecto.
Para um dado perodo de anlise de projecto, o custo de uma estrutura depavimento inclui, para alm das componentes relativas ao custo inicial deconstruo e ao custo de todos os trabalhos de conservao a realizar nesseperodo, a componente relativa aos custos suportados pelos utentes, em particularos que resultam da realizao dos trabalhos de conservao.
TAXA MDIA DE CRESCIMENTO ANUAL
A avaliao da taxa de crescimento anual do trfego pesado deve ser realizadacom base em estudo especfico, onde sejam ponderados os diversos aspectoscondicionantes da sua evoluo ao longo do perodo de dimensionamento.
Para as diferentes classes de trfego, e em situaes onde no se disponha deestudo especfico, consideram-se taxas geomtricas mdias anuais decrescimento, durante o perodo de dimensionamento, de 3, 4 e 5%, tal comoapresentado no Quadro 2.4.
Estes valores foram estabelecidos tendo em ateno a anlise dos elementos
relativos evoluo verificada nos ltimos anos.
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CAPTULO 2
TRFEGO
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QUADRO 2.4 - TAXA MDIA DE CRESCIMENTO ANUAL
Classe de trfego (TMDA)p Taxa mdia de crescimentoanual (%)
T5, T6 < 300 3
T3, T4 300 - 800 4
T1, T2 800 - 2000 5(TMDA)p trfego mdio dirio anual de veculos pesados no ano de abertura, por sentido e na via
mais solicitada
FACTOR DE AGRESSIVIDADE
Para exprimir o efeito de um dado nmero acumulado de passagens de veculos
pesados com caractersticas muito diversas faz-se a sua converso em passagensequivalentes de um eixo padro, adoptando-se, para tal, factores deagressividade, cujos valores so definidos no presente manual em funo dotrfego mdio dirio anual de veculos pesados no ano de abertura, por sentido ena via mais solicitada (TMDA)p.
Os factores de agressividade mdios considerados resultaram da anlise devalores obtidos em estaes de pesagem, e tiveram em ateno a ocorrncia deeixos sobrecarregados, sobretudo nos itinerrios de maior volume de trfego
pesado.
A avaliao da adequao das estruturas flexveis propostas, em termos darespectiva capacidade de carga, foi feita definindo um valor admissvel para onmero acumulado de eixos padro de 80 kN. No Quadro 2.5 so indicados osfactores de agressividade do trfego considerados no caso de pavimentosflexveis, para converso do (TMDA)pem eixos padro de 80 kN.
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TRFEGO
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QUADRO 2.5 - FACTORES DE AGRESSIVIDADE DO TRFEGO
Classe detrfego
(TMDA)p Factor de agressividade
eixo padro de 80 kN eixo padro de 130 kN
T6 50 - 150 2 0,5
T5 150 - 300 3 0,6
T4 300 - 500 4 0,7
T3 500 - 800 4,5 0,8
T2 800 - 1200 5 0,9
T1 1200 - 2000 5,5 1,0
(TMDA)p trfego mdio dirio anual de veculos pesados no ano de abertura, por sentido e na viamais solicitada
No caso das estruturas semi-rgidas a avaliao da capacidade de carga feita emtermos de um eixo padro de 130 kN, utilizando-se, ento, um factor de
agressividade do trfego pesado variando de 0,5 a 1, tal como indicado no Quadro2.5.
NMERO ACUMULADO DE EIXOS PADRO
Tendo em conta os valores admitidos para a taxa mdia de crescimento anual epara o factor de agressividade, o trfego acumulado de eixos padro durante operodo de dimensionamento, correspondente s vrias classes de trfego, dado
por:
em que:
Ndim o nmero acumulado de passagens do eixo padrot a taxa mdia de crescimento anual do trfego pesado o factor de agressividade do trfegop perodo de dimensionamento
80dim
pN = 365 x (TMDA) x C x x p
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TRFEGO
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C o factor de crescimento do trfego, que tem em conta o perodo dedimensionamento (p) e a taxa mdia de crescimento anual (t), sendo dadopor:
No Quadro 2.6 apresentam-se os elementos relativos s vrias classes de trfego,com indicao do nmero acumulado de eixos padro de 80 kN e de 130 kN, aconsiderar, respectivamente, no caso de pavimentos flexveis ou semi-rgidos.
QUADRO 2.6 - ELEMENTOS RELATIVOS AO TRFEGO
Classe (TMDA)p Taxa decrescimento mdio (t)
Pavimentos flexveis Pavimentos semi-
rgidosFactor deagressivi-dade()
N80dim
(20 anos)Factor deagressivi-dade()
N130dim
(20 anos)
T7 2000 e s t u d o e s p e c f i c o(TMDA)p trfego mdio dirio anual de veculos pesados no ano de abertura, por sentido e na via
mais solicitada
N80dim
nmero acumulado de eixos padro de 80 kNN130dim nmero acumulado de eixos padro de 130 kN
C =(1 + t) - 1
p x t
p
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CAPTULO 2
TRFEGO
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Quando os valores a considerar para o trfego mdio dirio, a taxa decrescimento, o factor de agressividade ou o perodo de dimensionamento foremdiferentes dos adoptados (Quadro 2.6), ou quando se pretenda efectuar umaconstruo faseada, os valores de trfego acumulado sero calculados de acordocom a metodologia indicada anteriormente.
Em tal situao continua a ser possvel a utilizao da proposta de estruturas depavimentos apresentada no captulo 6, sendo a classe de trfego equivalente
obtida a partir do Quadro 2.6, em funo do nmero acumulado de eixos padro.
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CAPTULO 3
CONDIES CLIMTICAS
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Os pavimentos so estruturas que esto muito expostas s aces climticas. Ascondies ambientais so, pois, um factor importante no dimensionamento,condicionando os trabalhos de construo e conservao dos pavimentos, etambm a segurana da circulao rodoviria.
No que respeita ao dimensionamento, as condies climticas, para alm deafectarem as propriedades mecnicas dos materiais, constituem, no caso depavimentos rgidos e semi-rgidos, uma solicitao a considerar no seu clculo.
No presente captulo consideram-se os factores climticos que mais influenciam ocomportamento dos pavimentos: os factores trmicos e os factores hdricos.
EFEITO DAS CONDIES HDRICAS
As condies hdricas afectam o estado de humidade das camadas granulares e dosolo de fundao, e condicionam deste modo o seu comportamento mecnico.
No manual admite-se a existncia de um adequado sistema de drenagem(superficial e interna) que permita considerar, para as camadas granulares e para osolo de fundao, um comportamento mecnico corrente.
EFEITO DAS CONDIES TRMICAS
Nos pavimentos flexveis, as condies trmicas afectam as propriedadesmecnicas das misturas betuminosas. Nos pavimentos rgidos e semi-rgidos, a
variao diria e anual da temperatura pode levar ao enfunamento das camadas dedesgaste (pavimentos rgidos), e contribuir para a propagao de fissuras(pavimentos semi-rgidos) .
No manual considera-se a influncia da temperatura nas propriedades dasmisturas betuminosas, designadamente o efeito de temperaturas elevadas naevoluo das deformaes permanentes resultante da aco do trfego, tal como indicado seguidamente.
O pas dividido em trs zonas (figura 3.1), designadas por temperada, mdiaequente, em funo das temperaturas mximas que ocorrem no perodo estival.
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CAPTULO 3
CONDIES CLIMTICAS
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No Quadro 3.1 apresenta-se a classe de betume de destilao a empregar emmisturas betuminosas a quente em cada zona climtica, funo do tipo de camadado pavimento e do nvel de trfego.
QUADRO 3.1 - CLASSES DE BETUME A EMPREGAR EM MISTURASBETUMINOSAS FABRICADAS A QUENTE
a) em camadas de desgaste - 60/70
b) em camadas de regularizao e de base:
Zona trmica
Temperada Mdia Quente
Tr
fego
T1 60/70 40/50 40/50
T2 60/70 60/70 40/50
T3 60/70 60/70 60/70T4 60/70 60/70 60/70
T5 60/70 60/70 60/70
T6 60/70 60/70 60/70
Para as classes de trfego T1, T2e T3, e sempre que se verifique a existncia detrechos com inclinao longitudinal superior a 5%, devero ser utilizados
betumes da classe 40/50, indepentemente da zona trmica.Para as classes de trfego T5 e T6 e para as zonas trmicas temperada e mdia,podero ser utilizados betumes da classe 180/200.
As classes de betume indicadas so as recomendadas em face da experincia deuso de misturas betuminosas empregando betumes tradicionais.
Caso se pretenda aplicar betumes modificados com polmeros ou betumes depenetrao mais reduzida, devero ser estimados os respectivos mdulos dedeformabilidade e corrigidas as espessuras indicadas no Captulo 6.
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CAPTULO 4
FUNDAO DO PAVIMENTO
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CLASSES DE FUNDAO
Considera-se fundao do pavimento, para alm da camada de leito dopavimento, os terrenos subjacentes que condicionam o seu comportamento. Paraefeito de dimensionamento devem analisar-se as caractersticas dos terrenos at profundidade de 1 metro.
A superfcie da camada de leito constitui a plataforma de apoiodo pavimento.
Consideram-se quatro classes de fundao do pavimento, tal como indicado noQuadro 4.1. A sua aplicabilidade s diversas classes de trfego define condiesmnimas mais exigentes no caso das vias mais solicitadas. Para cada classeadmitem-se os valores para os mdulos de deformabilidade da fundao dopavimento referidos no mesmo Quadro.
QUADRO 4.1 - CLASSES DE FUNDAO
Classe defundao
Mdulo da fundao (MPa)Classe de trfego
Gama Valor de clculo
F1 > 30 a 50 30 T5, T6
F2 > 50 a 80 60 T3, T4, T5, T6
F3 > 80 a 150 100 T1, T2, T3, T4, T5, T6
F4 >150 150 T1, T2, T3, T4, T5, T6
CLASSES DE TERRENOS
Na espessura que constitui a fundao de um dado pavimento podem existirdiversos terrenos (em escavao ou em aterro), que, no caso mais usual, se podemconsiderar compreendidos nas 6 classes de terrenos de fundao apresentadas noQuadro 4.2.
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CAPTULO 4
FUNDAO DO PAVIMENTO
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As classes de terrenos foram estabelecidas tendo em conta os materiaisusualmente encontrados, e expressas em termos do valor de CBR para ascondies mais desfavorveis previsveis em obra e aps entrada em servio.Tendo em vista a larga experincia da utilizao da Classificao Unificada deSolos, contida na especificao ASTM D 2487, no Quadro 4.2 apresentada aprevisvel incluso dos diversos tipos de solos daquela classificao nas classesde terrenos consideradas no presente manual.
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CAPTULO 4
FUNDAO DO PAVIMENTO
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QUADRO 4.2 - CLASSES DE TERRENOS DE FUNDAO
Classe CBR (%)Tipode
soloDescrio
Reutilizao
Aterro(corpo)
LeitoSub-base
S0 < 3 OL siltes orgnicos e siltes argilosos orgnicos de baixaplasticidade. (1)N N N
OH argilas orgnicas de plasticidade mdia a elevada;siltes orgnicos. (2)
P N N
CH argilas inorgnicas de plasticidade elevada;argilas gordas. (3)
P N N
MH siltes inorgnicos;areias finas micceas;siltes micceos. (4)
P N N
S1 3 a < 5 OL idem (1) S N N
OH idem (2) S N NCH idem (3) S N NMH idem (4) S N N
S2 5 a < 10 CH idem (3) S N N
MH idem (4) S N NCL argilas inorgnicas de plasticidade baixa a mdia;
argilas com seixo, argilas arenosas,argilas siltosas e argilas magras.
S N N
ML siltes inorgnicos e areias muito finas;areias finas, siltosas ou argilosas;
siltes argilosos de baixa plasticidade.
S N N
SC areia argilosa;areia argilosa com cascalho. (5)
S P N
S3 10 a
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CAPTULO 4
FUNDAO DO PAVIMENTO
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No Quadro 4.2 includa a previsvel reutilizao dos diversos tipos de terrenosna execuo do corpo dos aterros, no leito do pavimento e em sub-base, tendo emateno as suas caractersticas mais importantes no domnio da sua aplicabilidadeem obras rodovirias, que se apresentam no Quadro 4.3.
QUADRO 4.3 - CARACTERSTICAS DAS CLASSES DE TERRENOS
Tipo de
solo
Permeabilidade Compressibilidade / expansibilidade Massa
volmicaaparenteseca
(g/cm3)
Imper-meavel
M Mdia Exce-lente
Nula Fraca Mdia Elevada
OH x x 1,30-1,75
CH x x 1,45-1,85
MH x x x 1,30-1,70
OL x x x 1,45-1,70
CL x x 1,45-2,10
ML x x x x 1,60-2,15
SC x x x x 1,60-2,15
SM-u x x x x 1,60-2,10
SM-d x x 1,90-2,15
SP x x x 1,70-2,15
SW x x x 1,75-2,10
GC x x x 2,10-2,35
GM-u x x x 1,85-2,15
GM-d x x 2,00-2,35
GP x x 1,75-2,25
GW x x 2,00-2,25
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CAPTULO 4
FUNDAO DO PAVIMENTO
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Poder ter-se uma ideia do potencial de expansibilidade de um dado tipo de soloatravs da anlise do valor da relao entre o seu teor em gua natural (n) e o seulimite de plasticidade (p), de acordo com o indicado no Quadro 4.4.
QUADRO 4.4 - POTENCIAL DE EXPANSIBILIDADE DE SOLOS
n p otenc a e expans a e
< 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
> 1,0
muito alto
alto
baixo
muito baixo
MATERIAIS PARA A CAMADA DE LEITO DE PAVIMENTO
As camadas de leito de pavimento podem ser realizadas em:
solos arenosos seleccionados, dos grupos S2, S3 e S4, de acordo com oindicado no Quadro 4.2 (cdigos 01.4.1.1 e 01.4.3.3 das rbricas detrabalhos rodovirios);
seixo do grupo S4, de acordo com o indicado no Quadro 4.2 (cdigos01.4.1.3.1, 01.4.1.3.2, 01.4.2.1.1, 01.4.2.1.2, 01.4.3.5.1 e 01.4.3.5.2 dasrbricas de trabalhos rodovirios);
material granular britado com caractersticas idnticas s da sub-base
granular britada, de acordo com o indicado no Quadro 5.1 (cdigos01.4.1.3.5, 01.4.1.3.6, 01.4.2.1.5, 01.4.2.1.6, 01.4.3.5.5 e 01.4.3.5.6 dasrbricas de trabalhos rodovirios).
material granular britado 0/5 mm (cdigos 01.4.1.3.3, 01.4.1.3.4,01.4.2.1.3, 01.4.2.1.4, 01.4.3.5.3 e 01.4.3.5.4 das rbricas de trabalhosrodovirios).
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CAPTULO 4
FUNDAO DO PAVIMENTO
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Em algumas situaes poder ser considerado tcnico-economicamente adequadorecorrer ao tratamento in situde solos, em particular para mitigao de impactesambientais. No Quadro 4.5 apresentam-se as 2 classes de solos tratados que seconsideram no presente manual (cdigos 01.4.1.2 e 01.4.3.4 das rbricas detrabalhos rodovirios).
QUADRO 4.5 - CLASSES DE SOLOS TRATADOS (1)
Classe de solo Tipo de material Caractersticas
ST1 solo tratado com cal CBR imediato > 8 %
ST2 solo tratado com cimento(eventualmente tambem com cal)
CBR imediato >15 %Rcd(28 dias) > 0,2 MPa (2)
Rcd(28 dias) resistncia traco em compresso diametral aos 28 dias(1) tratamento in situ(2) valor que pode ser obtido em diversos casos com 1 a 2 % de cal e 4 a 6% de cimento
O CBR imediato determinado em laboratrio, de acordo com a especificao
LNEC E-198, sem sobrecargas e sem embebio em gua.
CONSTITUIO DAS PLATAFORMAS
Admite-se como necessrio e vantajoso constituir sempre, na zona superior daterraplenagem, uma camada de leito do pavimento, cujas propriedadesdependem do solo onde executada, das caractersticas dos materiais nela
empregues e da classe de plataforma pretendida.
Partindo da classe de terreno existente, os Quadros 4.6 e 4.7 indicam asespessuras de materiais no ligadosou tratados com cal ou ligantes hidrulicosautilizar em leito de pavimento, para obteno da classe de fundao pretendida.
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CAPTULO 4
FUNDAO DO PAVIMENTO
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QUADRO 4.6 - CAMADA DE LEITO EM MATERIAISNO LIGADOS
F1 F2 F3 F4
Ef(MPa)>30 a 50 >50 a 80 >80 a 150 > 150
S0 < 3 e s t u d o e s p e c i a lem pedraplenosou em aterros
com materiais dotipo solo-
enrocamento,com uma camada
de leito dopavimento emmaterial ptreo
de espessura noinferior a 15 cm
S1 3 a < 530 S2ou
20 S360 S3ou
40 S4
S2 5 a
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CAPTULO 4
FUNDAO DO PAVIMENTO
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QUADRO 4.7 - CAMADA DE LEITO EM MATERIAIS TRATADOSCOM LIGANTES HIDRULICOS
F2 F3 F4
Ef(MPa)>50 a 80 >80 a 150 > 150
S0 < 3 e s t u d o e s p e c i a l
S1 3 a < 540 ST1ou
25 ST240 ST2
S2 5 a < 10 40 ST1ou
25 ST240 ST2
S3 10 a < 20 25 ST2
S4 20
as espessuras so definidas em cm
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CAPTULO 5
MATERIAIS DE PAVIMENTAO
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MATERIAIS GRANULARES
Incluem-se nesta designao os materiais naturais ou britados, empregues emcamadas de sub-base e de base.
O comportamento das camadas constitudas por estes materiais depende, entreoutros factores, das suas caractersticas intrnsecas, designadamente:
da natureza dos agregados (petrografia, textura)
da forma dos agregados (lamelao e alongamento)
das propriedades fsicas dos agregados (porosidade, dureza, resistncia aodesgaste, alterabilidade, etc)
da granulometria adoptada (em particular da percentagem de finos -material passado no peneiro n 200 ASTM)
da quantidade de elementos britados
Admite-se que em relao a estas caractersticas, se seja mais exigente nosmateriais granulares britados destinados a camadas de base (BG), relativamentes situaes de utilizao, seja de materiais britados (SbG) ou de materiaisnaturais (GN e SS), em camadas de sub-base.
O comportamento mecnico das camadas, em particular o seu mdulo dedeformabilidade, ainda fortemente condicionado pelas condies de estado,nomeadamente;
a compacidade o teor em gua
o estado de tenso (funo da estrutura de pavimento e das condies defundao)
A fim de obter um bom comportamento, interessa que em todo o processoconstrutivo se garanta homogeneidade das propriedades, o que inclui no s aproduo dos materiais, como as operaes necessrias para a sua colocao emobra (transporte e espalhamento) e a sua posterior compactao.
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CAPTULO 5
MATERIAIS DE PAVIMENTAO
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O facto de o comportamento das camadas constitudas por estes materiaisdepender muito significativamente do teor em gua, leva a que as condiesclimticas locais, em particular a pluviosidade, possam condicionar aspropriedades de deformabilidade das camadas.
Admite-se no entanto, que atravs de um adequado sistema de drenagem e deimpermeabilizao das camadas do pavimento, seja possvel limitar os efeitosdesfavorveis associados eventual presena de gua nas camadas.
A considerao de camadas constitudas por materiais recompostos em central a
partir de diferentes fraces granulomtricas (BGr) visa, por um lado, obter maisuniformes caractersticas granulomtricas, e por outro, transportar e espalhar ummaterial j com o teor em gua necessrio a uma boa compactao, em geral 4 a 6%. O facto de a mistura da gua ser feita em central contribui no s para umamaior homogeneidade, como tambm para reduzir a segregao dos materiaisdurante o transporte e espalhamento. Com o mesmo objectivo foi limitada adimenso mxima dos agregados a 25 mm.
Para alm da utilizao de materiais ptreos, britados ou naturais, admitido que
as camadas granulares possam ser realizadas, tal como tradicional, em solosseleccionados. A especificao de valores mximos de plasticidade permitelimitar a sensibilidade destes materiais gua. Admite-se que as camadas de soloseleccionado possam vir a ser empregues em camadas de sub-base, em particularnos pavimentos destinados a trfego pesado no muito elevado.
No Quadro 5.1 indica-se a tipologia adoptada para os materiais granularesempregues em camadas de pavimentos, a que se associa os cdigos estabelecidosnas rbricas de trabalhos rodovirios.
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CAPTULO 5
MATERIAIS DE PAVIMENTAO
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QUADRO 5.1 - TIPOLOGIA ADOPTADA PARA OS MATERIAISGRANULARES
Smbolo Cdigo Principais caractersticas
BGr 03.1.2.2 material britado recomposto em centralgranulometria extensadimenso mxima: 25 mmequivalente de areia mnimo: 70 %
Los Angelesmximo: 30 % (granulometria G)BG 03.1.2.1 material britado sem recomposio (tout-venant)
aplicado em camada de basegranulometria extensadimenso mxima: 37,5 mmequivalente de areia mnimo: 50 %
Los Angelesmximo: 35 % (granulometria F)
SbG 03.1.1.3 material britado sem recomposio (tout-venant)
aplicado em camada de sub-basegranulometria extensadimenso mxima: 50 mmequivalente de areia mnimo: 50 %
Los Angelesmximo: 40 % (granulometria B)
GN 03.1.1.2 material no britadogranulometria extensadimenso mxima: 75 mmequivalente de areia mnimo: 30 %
Los Angelesmximo: 40 % (granulometria B)SS 03.1.1.1 solo seleccionado
ndice de plasticidade 6 %limite de liquidez 25 %CBR>10 % (grau de compact.=95%; Proctor modificado)equivalente de areia mnimo: 25 %
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CAPTULO 5
MATERIAIS DE PAVIMENTAO
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Para efeito de verificao do dimensionamento das estruturas constantes destemanual, foram consideradas caractersticas mecnicas aproximadas para ascamadas granulares como se indica no Quadro 5.2.
QUADRO 5.2 - CARACTERSTICAS DE DEFORMABILIDADE DOSMATERIAIS GRANULARES
Cdigo Mdulo de deformabilidade (E) Coeficiente de Poisson ()
BGr 2,5 x E camada inferior 0,35BG 2 x E camada inferior 0,35
SbG 2 x E camada inferior 0,35
GN 1,5 x E camada inferior 0,35
SS 1,2 x E camada inferior 0,40
MISTURAS BETUMINOSAS FABRICADAS A QUENTE
As misturas betuminosas fabricadas a quente, em central, podem ser aplicadas emcamadas com caractersticas de desgaste, regularizao ou base.
Nas obras de pavimentao estes materiais so empregues, essencialmente, comos seguintes objectivos:
oferecer aos utentes uma superfcie que permita a circulao em dadascondies de segurana, economia e conforto;
conferir estrutura do pavimento resistncia s aces do trfego;
impermeabilizar as camadas do pavimento, limitando a entrada de gua.
Para que as misturas se comportem de forma adequada, durante a construo eaps entrada em servio, necessrio garantir caractersticas adequadas,designadamente no que se refere a:
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MATERIAIS DE PAVIMENTAO
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trabalhabilidade deformabilidade
resistncia fadiga
resistncia deformao permanente
durabilidade, em particular para camadas de desgaste (resistncia aoenvelhecimento e aco da gua)
No caso de se destinarem a camadas de desgaste, as misturas devero, ainda, aps
aplicao, obedecer a requisitos adicionais, designadamente em aspectosrelacionados com atrito, rugosidade e caractersticas pticas, essenciais garantiade boas condies de segurana, economia e conforto, para o utilizador.
De acordo com a AIPCR as misturas betuminosas podem ser classificadas,quando sua porosidade (Vv) em trs ou quatro classes:
Vv Classificao em 4 classes Classificao em 3 classes
15% mistura aberta mistura aberta
As misturas fechadas e semi-fechadas podem ser classificadas como densas,podendo as semi-abertas tambm ser designadas por semi-densas. No presentemanual, reflectindo a nossa tradio construtiva, as misturas densas so as que se
utilizam geralmente: nas camadas de desgaste e de regularizao empregam-semisturas fechadas, e nas camadas de base, misturas semi-fechadas e semi-abertas.
No Quadro 5.3 apresenta-se a tipologia das misturas betuminosas a quenteconsideradas no presente manual.
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CAPTULO 5
MATERIAIS DE PAVIMENTAO
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QUADRO 5.3 - TIPOLOGIA ADOPTADA PARA AS MISTURASBETUMINOSAS FABRICADAS A QUENTE
Smbolo Cdigo Principais caractersticas
MB 03.4.1.1 macadame betuminoso em camada de basedimenso mxima do agregado: 37,5 mmteor em betume: 4,0 - 4,8 %porosidade: 6 - 9 %espessura recomendvel: 9 - 15 cm (min. 8 cm; max. 16 cm)
MB 03.4.2.2 macadame betuminoso em camada de regularizaodimenso mxima do agregado: 25 mmteor em betume: 4,0 - 4,8 %porosidade: 8 - 10 %espessura recomendvel: 8 - 12 cm
MBD 03.4.2.3 mistura betuminosa densa em camada de regularizaodimenso mxima do agregado: 16 mmteor em betume: 4,8 - 5,4 %porosidade: 4 - 6 %espessura recomendvel: 5 - 8 cm
BD 03.4.3.1 beto betuminoso em camada de desgastedimenso mxima do agregado: 14 mmteor em betume: 5,2 - 5,8 %porosidade: 3 - 5 %espessura recomendvel: 4 - 6 cm
As caractersticas mecnicas das misturas dependem de vrios factores, dos quaisse destacam:
a composio volumtrica o tipo de betume
as condies de temperatura
a velocidade de aplicao das cargas (circulao)
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MATERIAIS DE PAVIMENTAO
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Atravs de estudos laboratoriais de formulao, ensaiam-se diferentescomposies e/ou tipos de betume, tendo em vista a definio das condies deaplicao em obra. A escolha das granulometrias, tipo de betume e composiodas misturas, deve ter em conta as condies de temperatura da regio onde voser aplicadas e as velocidades de circulao dos veculos pesados que as viro asolicitar.
Para efeito de dimensionamento consideraram-se as composies que constam doQuadro 5.4.
QUADRO 5.4 - CARACTERSTICAS VOLUM TRICAS DASMISTURAS BETUMINOSAS A QUENTE
Cdigo Composio volumtrica (%)
agregado(Va)
betume(Vb)
vazios(Vv)
BD 84 12 4
MBD 84 11 5
MB 83 9 7
Por se tratar de um manual de concepo, admitiu-se o mesmo valor para omdulo de deformabilidade dos vrios tipos de camadas betuminosas (4000MPa), correspondente a uma temperatura ponderada do ar de cerca de 17C(condies mdias em Portugal), e a uma velocidade de circulao de cerca de 60
km/h. Nestas condies a temperatura das misturas varia entre cerca de 24 e26C, dependendo da posio da camada. O betume considerado da classe60/70, admitindo-se que aps entrada em servio o valor de penetrao se reduzpara 65% do valor inicial. Para coeficiente de Poisson admitiu-se um valor de0,35.
Para efeito de dimensionamento admitiu-se que a fadiga das misturas solicitadas flexo pelos rodados dos veculos pesados, se poderia relacionar com a extensomxima de traco (t) obtida nos clculos atravs da seguinte relao:
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em que:
Nadm nmero admissvel de passagens do eixo padrot valor mximo da extenso de traco induzida pelo eixo padroa; b constantes que dependem da composio e propriedades da mistura que se
admitiram ter os valores de:
a = 3 a 3,5 x 10-3b = - 0,20
MISTURAS COM LIGANTES HIDRULICOS
Consideram-se nesta rbrica materiais com propriedades bastante diversas comaplicao em camadas de desgaste, base e sub-base de pavimentos, mas quepodem globalmente ser repartidos por trs grupos:
1) Os betes de cimento, aplicados nas camadas de desgaste de pavimentosrgidos, com ou sem armadura - estes materiais devem obedecer aodisposto no regulamento de betes de ligantes hidrulicos, sendoconsiderados no catlogo betes das classes B4.0F e B4.5F;
2) As misturas de agregados com ligantes hidrulicos, com menor dosagem deligante, que podem ser aplicadas em camadas de base ou sub-base, sobcamadas betuminosas (pavimentos semi-rgidos) ou sob as lajes de beto
de cimento (pavimentos rgidos).No caso dos pavimentos rgidos, para alm de se melhorarem as condiesde apoio das lajes de beto de cimento, pretende-se limitar o fenmeno deeroso das camadas de base, que pode ocorrer na zona das juntas deconstruo ou retraco. Admite-se que o fenmeno de eroso possa serbastante reduzido adoptando uma dosagem mnima de ligante de 140 kg/m3de mistura.
No caso dos pavimentos semi-rgidos, considera-se necessrio conferir smisturas aplicadas em camada de base uma resistncia mnima traco
adm tb
N = a
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MATERIAIS DE PAVIMENTAO
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em compresso diametral aos 28 dias, de 1 MPa, tendo em vista dotar aestrutura do pavimento de uma adequada resistncia fadiga.
A aplicao em obra deste tipo de misturas pode ser realizada utilizandocilindros compactadores ou atravs de agulhas vibradoras. No primeirocaso a dosagem de gua pode ser estudada em laboratrio pelos mesmosprocedimentos utilizados nas camadas granulares, enquanto no caso dosbetes vibrados, a dosagem de gua mais elevada, por forma a permitir autilizao de vibradores. A experincia de execuo de camadas de beto
pobre vibrado tem mostrado que, para obter adequadas caractersticas detrabalhabilidade, necessrio utilizar teores em ligante mais elevados.
A utilizao de cinzas volantes, em substituio do cimento, poder seruma soluo tecnico-econmica vantajosa, uma vez que aumenta atrabalhabilidade e reduz o custo.
3) As misturas de solo-cimento fabricadas em central, utilizadas em camada
de sub-base, desde que se disponha de solos granulares com adequadascaractersticas granulomtricas e de homogeneidade.
No Quadro 5.5 apresenta-se a tipologia adoptada para as misturas com liganteshidrulicos consideradas no presente manual. Todos estes tipos de mistura tmum comportamento que depende essencialmente:
da dosagem e do tipo do ligante
do tipo do agregado, das suas caractersticas fsicas e da sua granulometria
da compacidade da mistura
das condies de cura
Previamente aplicao dos materiais em obra deve ser realizado um estudo deformulao que defina a composio da mistura, garantindo adequadas condiesde compactao e satisfazendo os requisitos mnimos relativos sua resistncia.
Tendo em ateno a experincia relativa a estes materiais, foram consideradas nos
clculos realizados as caractersticas de deformabilidade indicadas no Quadro 5.6.
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QUADRO 5.5 - TIPOLOGIA ADOPTADA PARA AS MISTURASCOM LIGANTES HIDRULICOS
Cdigo Principais caractersticas
BC beto de cimentobetes das classes B4.0 e B4.5F previstas no RBLH
BP1 beto pobre de reduzida erodibilidade (vibrado ou cilindrado)dimenso mxima do agregado: 25 mmteor em ligante: 140 kg/m3de mistura
BP2 beto pobre (agregado recomposto em central)dimenso mxima do agregado: 25 mmteor em ligante: 90 - 110 kg/m3de misturaresistncia traco em compresso diametral (28 dias)> 1 MPa
AGEC mistura com agregado no recomposto em centraldimenso mxima do agregado: 37,5 mmteor em ligante: 90 - 110 kg/m3de misturaresistncia traco em compresso diametral (28 dias)> 1 MPa
Sc solo-cimento fabricado em centralteor em ligante:resistncia traco em compresso diametral0,3 MPa (28 dias)
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MATERIAIS DE PAVIMENTAO
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QUADRO 5.6 - CARACTERSTICAS MEC NICAS ADOPTADASPARA AS MISTURAS COM LIGANTES HIDRULICOS
Cdigo Mdulo de deformabilidade (MPa) Coeficiente de Poisson
BC 30 000 0,20
BP1 20 000 0,25
BP2 20 000 0,25
AGEC 15 000 0,25
Sc 2 000 0,30
Para efeito de dimensionamento, admitiu-se que a fadiga das misturas solicitadas flexo pelos rodados dos veculos pesados se poderia relacionar com a tensomxima de traco (t) obtida nos clculos, atravs da seguinte relao:em que:
Nadm nmero admissvel de passagens do eixo padro (em geral 130 kN)t valor mximo da tenso de traco induzida pelo eixo padror resistncia traco em flexo (com aplicao de um s carregamento)
constante, que depende da composio e propriedades da mistura, para aqual se admitiram valores de -0,06 a -0,1
No caso de a resistncia traco ser avaliada em ensaios de compressodiametral, poder admitir-se um factor de 1,5 para converter o valor obtido no queprevisivelmente seria obtido em ensaio de flexo, ou seja:
em que:Rf resistncia traco em flexoRcd resistncia traco em compresso diametral
t
r
adm= 1 + a N
log
f cdR 1,5 x R
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ASPECTOS CONCEPTUAIS
No presente captulo prope-se, em forma de catlogo, um conjunto de estruturastipo a adoptar na fase de estudo prviopara os pavimentos da faixa de rodagem.
A organizao deste catlogo feita tendo por base os seguintes princpios:
- definio de estruturas tipo para pavimentos flexveis, semi-rgidos e
rgidos, tendo por base a associao de diversos tipos de materiais para ascamadas constituintes;
- considerao das condies extremas mais desfavorveis das classes detrfegoe de fundao, para a determinao das espessuras propostas, peloque, em face das condies reais a definir em fase de projecto de execuo,as solues propostas devero ser ajustadas;
- considerao de uma plataforma base da classe F3, indicando-se a
correco de espessuras para outros tipos de plataforma;
- variao das espessuras das camadas de acordo com a classe de trfego (T1a T6);
Assim, e previamente utilizao do catlogo, devem ser avaliadas, tendo porbase os elementos disponveis na fase de estudo prvio, as condies de trfego,classe de fundao, e a disponibilidade em materiais de pavimentao, seguindo ametodologia proposta nos captulos anteriores.
As estruturas tipo apresentadas devem ser entendidas como elementos de basepara esta fase de estudo. Assim, e dada a variabilidade das condies em que ospavimentos so executados, sugere-se uma posio crtica em relao suaaplicao, por forma a que, sempre que possvel, sejam tidas em ateno, ascondies locais, em particular o comportamento de pavimentos sujeitos acondies de trfego e de fundao semelhantes.
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CAPTULO 6
ESTRUTURAS DE PAVIMENTO
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Pelas razes atrs enunciadas, este catlogo no aplicvel em fase de projectode execuo. Nesta fase sero realizados os clculos de verificao da capacidadede carga das estruturas projectadas, tendo em ateno os estudos especficosrealizados no seu mbito, designadamente os estudos de trfego e o geolgico egeotcnico. A verificao das estruturas apoiar-se-, ento:
- no valor real do trfego de dimensionamento
- nas caractersticas mecnicas da fundao
- nas caractersticas mecnicas dos materiais de pavimentao, tendo emateno as condies climticas locais e os materiais efectivamentedisponveis
Em termos gerais prefervel manter a estrutura de pavimento constante em todaa largura da faixa de rodagem. Contudo, em situaes particulares onde existamdiferenas significativas das condies de trfego em cada uma das vias, poderadmitir-se uma variao transversal da espessura das camadas, tal como
indicado no Captulo 7, desde que tal opo se justifique do ponto de vistaeconmico e construtivo.
As estruturas propostas, para as mesmas condies de trfego e de fundao, noso rigorosamente equivalentes, devendo na seleco da estrutura maisapropriada a cada situao, ponderar-se os aspectos econmicos inerentes sopes existentes.
A experincia recolhida da aplicao do presente catlogo, durante a construo
do pavimento e aps a sua entrada em servio, permitir o seu futuro ajustamentoe a eventual incluso de outras solues que a prtica revele adequadas.
Considera-se, assim, importante que os vrios utilizadores e os tcnicos queacompanham o projecto e a construo das obras desenvolvam uma atentaobservao do comportamento das estruturas, e procedam a recolha sistemtica deelementos relativos ao seu comportamento.
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CAPTULO 6
ESTRUTURAS DE PAVIMENTO
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ESPESSURAS DAS CAMADAS BETUMINOSASNas estruturas propostas para os pavimentos flexveis e semi-rgidos, apresenta-seuma espessura total das camadas em misturas betuminosas. Para uma repartioda espessura total pelas vrias camadas devem ser tidas em considerao asseguintes regras:
1) as espessuras mximas e mnimas das camadas so as indicadas noCaptulo 5, tal como previsto nas rbricas de trabalhos rodovirios;
2) sempre que se torne necessria a colocao de trs camadas betuminosasdeve ser dada preferncia, sempre que possvel, colocao de macadamebetuminoso nas duas camadas inferiores.
EXEMPLOS DE UTILIZAO
Exemplo 1
Considere-se o estudo de um pavimento para uma estrada na zona de vora, parao qual se dispe, na fase de estudo prvio dos seguintes dados base:
trfego mdio dirio anual de veculos pesados no ano de abertura de 450;perodo de dimensionamento de 20 anos;fundao constituda por uma areia argilosa.
De acordo com o indicado no Captulo 2, a classe de trfego correspondente aT4.
De acordo com o indicado no Captulo 4, o terreno de fundao dever garantirCBR superior a 5%, podendo incluir-se na classe S2(Quadro 4.2). Para obter umaclasse de fundao F2 ser necessria (Quadro 4.6) a colocao, em leito dopavimento, de 15 cm de seixo do grupo S4, com CBR superior a 20 %,correspondente, nas rbricas de trabalhos rodovirios, ao cdigos 01.4.1.3.1, ematerros, e ao cdigo 01.4.3.5.1 em escavao em solo.
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CAPTULO 6
ESTRUTURAS DE PAVIMENTO
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Optando por uma estrutura do tipo flexvel, com beto betuminoso em camada dedesgaste, mistura betuminosa densa ou macadame betuminoso nas camadas deregularizao e de base, e sub-base em material granular, teremos:
- 20 cm de agregado britado de granulometria extensa, em camada de sub-base, correspondente ao cdigo 03.1.1.1.2 das rbricas de trabalhosrodovirios.
- 25 cm de misturas betuminosas, dos quais 4 cm correspondem correcoda classe de fundao F3para a classe de fundao F2.
Entre as vrias possibilidades de repartio da espessura total de misturasbetuminosas pelas vrias camadas, poder optar-se pela colocao de 5 cm debeto betuminoso em camada de desgaste, correspondente ao cdigo 03.4.3.1.2das rbricas de trabalhos rodovirios, pela colocao de 9 cm de macadamebetuminoso em camada com caractersticas de regularizao, correspondente aocdigo 03.4.2.2.2 das rbricas de trabalhos rodovirios, e pela colocao de 11cm de macadame betuminoso em camada com caractersticas de base,correspondente ao cdigo 03.4.1.1.4 das rbricas de trabalhos rodovirios.
Atendendo a que o pavimento em estudo se situa na zona trmica quente, mascom condies de trfego menos intenso que a classe T2, poder ser utilizado umbetume de penetrao 60/70 nas misturas betuminosas.
Exemplo 2
Considere-se agora o estudo de um pavimento para um trecho de estrada, perto de
Viana do Castelo, destinado a utilizao temporria num perodo de 10 anos, parao qual se prev um trfego mdio dirio anual de veculos pesados no ano deabertura de 600 com uma taxa mdia de crescimento anual de veculos pesados de2%. A fundao constituda por uma areia mal graduada.
Dado que o perodo de dimensionamento diferente do previsto no Quadro 2.6,os valores do trfego acumulado so calculados a partir das expresses propostasno Captulo 2. Admitindo para o factor de agressividade do trfego pesado umvalor de 4, obtem-se um nmero acumulado de passagens do eixo padro de 80kN (Nm) de 7,2 x 106. De acordo com o indicado no Quadro 2.6, a classe detrfego correspondente a T3.
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ESTRUTURAS DE PAVIMENTO
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Tendo em ateno o indicado no Quadro 4.2, o terreno de fundao devergarantir um valor de CBR superior a 10%, a que corresponde a classe S 3. Para seobter uma classe de fundao F3 ser necessria a colocao (Quadro 4.6), emleito de pavimento, de 20 cm de seixo do grupo S4, com CBR superior a 20 %,correspondente, nas rbricas de trabalhos rodovirios, ao cdigo 01.4.1.3.1, ematerros, e ao cdigo 01.4.3.5.1, em escavao em solo, .
Poder optar-se por um pavimento flexvel constitudo por:
- 20 cm de agregado britado de granulometria extensa, em camada de sub-base, correspondente ao cdigo 03.1.1.1.2 das rbricas de trabalhosrodovirios;
- 20 cm de agregado britado de granulometria extensa, em camada de base,correspondente ao cdigo 03.1.2.1.2 das rbricas de trabalhos rodovirios;
- 22 cm de misturas betuminosas.
Entre as vrias possibilidades de repartio da espessura total em misturasbetuminosas pelas vrias camadas poder optar-se pela colocao de 6 cm debeto betuminoso em camada de desgaste, correspondente ao cdigo 03.4.3.1.3das rbricas de trabalhos rodovirios e pela colocao de 16 cm de macadamebetuminoso em camada de base, correspondente ao cdigo 03.4.1.1.9 das rbricasde trabalhos rodovirios.
Uma possvel alternativa a colocao de trs camadas, o que permite obter umamaior regularidade da superfcie do pavimento, e que evita a colocao de uma
elevada espessura de macadame betuminoso, exigindo a utilizao deequipamentos menos correntes. As trs camadas poderiam ser constitudas por 5cm de beto betuminoso em camada de desgaste, correspondente ao cdigo03.4.3.1.2 das rbricas de trabalhos rodovirios, pela colocao de 8 cm demacadame betuminoso em camada de regularizao, correspondente ao cdigo03.4.2.2.1 das rbricas de trabalhos rodovirios, e pela colocao de 9 cm demacadame betuminoso em camada de base, correspondente ao cdigo 03.4.1.1.2das rbricas de trabalhos rodovirios.
Dado o trecho situar-se na zona trmica temperada a mdia, poder ser utilizadoum betume de penetrao 60/70 nas misturas betuminosas.
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BD
MB/MBD
SbG
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CAPITULO 6
ESTRUTURAS DE PAVIMENTO
PAVIMENTO FLEXVEL
CLASSE DE PLATAFORMA F3
28262421
1812
20
T6 T5 T4 T3 T2 T1
As espessuras so indicadas em cm
CORRECO DA ESPESSURA TOTAL DE MISTURAS BETUMINOSAS PARA OUTRASCLASSES DE PLATAFORMA
F1 no adequadoF2 + 4 cmF4 - 2 cm
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BD
MB/MBD
BG
SbG
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CAPITULO 6
ESTRUTURAS DE PAVIMENTO
PAVIMENTO FLEXVEL
CLASSE DE PLATAFORMA F3
262422191610
20
20
T6 T5 T4 T3 T2 T1
As espessuras so indicadas em cm
CORRECO DA ESPESSURA TOTAL DE MISTURAS BETUMINOSAS PARA OUTRASCLASSES DE PLATAFORMA
F1 + 5 cm (T5, T6)F2 + 2 cmF4 no adequado
7/25/2019 Maco Pav
44/52
BD
MBD/MB
Sc
6 8
CAPITULO 6
ESTRUTURAS DE PAVIMENTO
PAVIMENTO FLEXVEL
CLASSE DE PLATAFORMA F3
242219
1612
8
20
T6 T5 T4 T3 T2 T1
As espessuras so indicadas em cm
CORRECO DA ESPESSURA TOTAL DE MISTURAS BETUMINOSAS PARA OUTRASCLASSES DE PLATAFORMA
F1 no adequadoF2 + 4 cmF4 no adequado
7/25/2019 Maco Pav
45/52
BD
MBD/MB
Sc
6 9
CAPITULO 6
ESTRUTURAS DE PAVIMENTO
PAVIMENTO FLEXVEL
CLASSE DE PLATAFORMA F3
181613
10
30
T4 T3 T2 T1
As espessuras so indicadas em cm
CORRECO DA ESPESSURA TOTAL DE MISTURAS BETUMINOSAS PARA OUTRASCLASSES DE PLATAFORMA
F1 no adequadoF2 + 4 cmF4 no adequado
7/25/2019 Maco Pav
46/52
BD
MBD/MB
BP2
SbG
6 10
CAPITULO 6
ESTRUTURAS DE PAVIMENTO
PAVIMENTO SEMI-RGIDO
CLASSE DE PLATAFORMA F3
19
1715131311
2523
15
T6 T5 T4 T3 T2 T1
As espessuras so indicadas em cm
CORRECO DE ESPESSURA DA CAMADA DE BETO POBRE PARA OUTRAS CLASSES DEPLATAFORMA
F1 + 4 cm (T5; T6)F2 + 2 cmF4 - 2 cm
7/25/2019 Maco Pav
47/52
BD
MBD/MB
BP2
SC
6 11
CAPITULO 6
ESTRUTURAS DE PAVIMENTO
PAVIMENTO SEMI-RGIDO
CLASSE DE PLATAFORMA F3
191715131311
2321
15
T6 T5 T4 T3 T2 T1
As espessuras so indicadas em cm
CORRECO DE ESPESSURA DA CAMADA DE BETO POBRE PARA OUTRAS CLASSES DEPLATAFORMA
F1 + 4 cm (T5; T6)F2 + 2 cmF4 - 2 cm
7/25/2019 Maco Pav
48/52
BD
MBD/MB
MG1
BP2
6 12
CAPITULO 6
ESTRUTURAS DE PAVIMENTO
PAVIMENTO SEMI-RGIDO INVERSO
CLASSE DE PLATAFORMA F3
191817151310
1515
2321
T6 T5 T4 T3 T2 T1
As espessuras so indicadas em cm
CORRECO DE ESPESSURA DA CAMADA DE BETO POBRE PARA OUTRAS CLASSES DEPLATAFORMA
F1 + 4 cm (T5; T6)F2 + 2 cmF4 - 2 cm
7/25/2019 Maco Pav
49/52
CAPITULO 6
ESTRUTURAS DE PAVIMENTO
6 13
BC
BP1
PAVIMENTO RGIDO COM JUNTAS COM PASSADORES (1)
CLASSE DE PLATAFORMA F2
252321
15
T5; T6 T4 T3 T2 T1
As espessuras so indicadas em cm
CORRECO DE ESPESSURA DA CAMADA DE BETO DE CIMENTO PARA OUTRASCLASSES DE PLATAFORMA
F1 + 2 cm (2)F3 - 2 cmF4 - 3 cm
(1) No caso de classes de trfego T4, T5 e T6 poder ponderar-se a nocolocao de passadores
(2)Esta soluo apenas respeita s classes de trfego T5e T6e inclui ainda um
aumento de 5 cm na espessura da camada de beto pobre
7/25/2019 Maco Pav
50/52
CAPITULO 6
ESTRUTURAS DE PAVIMENTO
6 14
BAC
BP1
PAVIMENTO RGIDO COM BETO ARMADO CONTNUO (1)
CLASSE DE PLATAFORMA F2
232220
15
T5; T6 T4 T3 T2 T1
As espessuras so indicadas em cm
CORRECO DE ESPESSURA DA CAMADA DE BETO DE CIMENTO PARA OUTRAS
CLASSES DE PLATAFORMAF1 + 2 cm(2)F3 - 2 cmF4 - 3 cm
(1)Admite-se uma taxa de armadura longitudinal de 0,6 a 0,7 %
(2)Esta soluo apenas respeita s classes de trfego T5e T6e inclui ainda umaumento de 5 cm na espessura da camada de beto pobre
7/25/2019 Maco Pav
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CAPTULO 7
PERFIS TRANSVERSAIS
7 15
VARIAES DE ESPESSURA
No caso da existncia de duas ou mais vias no mesmo sentido, pode ser vantajosoadoptar, em perfil transversal, variaes da espessura de algumas das camadas.Desse modo se poder facilitar a compatibilizao das inclinaes transversais daplataforma de apoio com as inclinaes da camada de desgaste.
No Quadro 7.1 indicam-se as variaes de espessura admissveis, de acordo com
o tipo de pavimento e a natureza dos materiais das camadas.
QUADRO 7.1 - VARIAES TRANSVERSAIS DE ESPESSURAADMISSVEIS (h)
Camada Espessuramnima
(cm)
Tipo de pavimento
Flexvel Semi-rgidoInverso BC BAC
BD 4 0 0 - -
MBD 5 0 0 - -
MB 8 h=2cm 0 - -
BG/SbG 15 0 h=2cm - -
BP/AGEC 15 - h=2cm 0 0
Sc 15 - h=2cm - -BC 20 - - h=2cm h=2cm
7/25/2019 Maco Pav
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CAPTULO 7
PERFIS TRANSVERSAIS
SOBRELARGURA DAS CAMADAS
Tendo em vista melhorar as condies de operao dos equipamentos em obra edotar a estrutura de um melhor comportamento vantajoso prever assobrelarguras mnimas indicadas no Quadro 7.2.
QUADRO 7.2 - SOBRELARGURAS RECOMENDVEIS (cm)
Camada Lado interior Lado exterior
BD 0 (1) 40
MBD 0 20
MB 20 20
BP/AGEC 20 (2) 50 (3)
BC 50 75
(1) admite-se que a berma do lado interior pavimentada
(2) deve adoptar-se uma sobrelargura mnima de 60 cm em pavimentos rgidos
(3) deve adoptar-se uma sobrelargura mnima de 60 cm em pavimentos rgidos
PAVIMENTOS DAS BERMAS