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SEGUIR FRENTE Pacientes da Clion descobrem na amizade uma grande aliada na luta contra o câncer ENTREVISTA | CÂNCER DE PELE Emerson Prisco [MAIS]feliz O sol é importante para a saúde, mas é preciso ter cuidado com a exposição excessiva Veículo informativo da Clion - Ano I, nº 2, out/nov/dez 2010 EM Participantes do grupo Bem Cuidar: estar junto também faz parte do tratamento

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Pacientes da Clion descobrem na amizade uma grande aliada na luta contra o câncer

ENTREVISTA | CÂNCER DE PELE

Emerson Prisco

[MAIS]feliz

O sol é importante para a saúde, mas é preciso ter cuidado com a exposição excessiva

Veículo informativo da Clion - Ano I, nº 2, out/nov/dez 2010

em

Participantes do grupo Bem Cuidar: estar juntotambém faz parte do tratamento

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O final de um ano inspira, para além das cren-ças religiosas, o olhar solidário sobre o ou-

tro. Lidar com a saúde imprescinde, naturalmente, desse olhar. Por isso, a equipe da Clion come-mora, em dezembro, o sucesso das ações realiza-das para proporcionar conhecimento, informação e bem-estar a seus pacientes e acompanhantes. Os simpósios multidisciplinares e os encontros do Grupo de Apoio Bem Cuidar são exemplos des-se compromisso. Para assegurar a excelência do serviço prestado, nosso corpo clínico passou por atualizações constantes, participando de congres-sos nacionais e internacionais. Tudo isso nos im-pulsiona a fazer muito mais em 2011. Boas festas!

Reportagens e projeto gráfico: Criar Comunicação (71) 3183-0360 Jornalista Responsável: Reinaldo Braga (MTBa 1789)Textos: Danilo AzevedoFotos: Roberto Abreu e divulgaçãoCapa(foto e arte): Iuri NogueiraRevisão: Marcos Navarro (MTBa 1710)

2 [MAIS]feliz - out/nov/dez 2010

Foto: Roberto Abreu[editorial | João Soares]

[MAIS]feliz

Clion patrocina encontro Norte-Nordeste de Pesquisa Clínica

D oença que mais mata mulheres no Brasil por ano, o câncer de mama

tem cura quando é logo diagnosti-cado. Para Carolina Argolo, mas-tologista da Clion, a adoção de hábitos saudáveis e melhor quali-dade de vida são importantes na prevenção desta neoplasia.

QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO?Carolina Argolo – O câncer da mama ocorre em 85% por alte-rações genéticas pontuais, sendo apenas 15% decorrentes de uma mutação genética na família. A primeira menstruação precoce e a menopausa após os 50 anos são fatores que aumentam os riscos. Com relação aos anticoncepcio-nais, não há evidência científica que mostre que seu uso predispõe à doença. O DIAGNÓSTICO PRECOCE É IMPORTANTE ? Carolina – A detecção no estágio inicial aumenta as chances de cura do paciente. Por isso é fundamen-tal a realização de autoexames mensalmente e, quando houver alguma anormalidade, deve-se procurar o mastologista.

QUE EXAMES DETECTAM A DOENÇA ?Carolina – O autoexame nos aju-da a perceber tumores a partir de um centímetro. Mas só os exames de imagem diagnosticam nódulos menores. Outras alterações do câncer de mama, como microcal-cificações, apenas podem ser vistas com a mamografia.

COMO PREVENIR?Carolina – Ter hábitos de vida mais saudáveis e melhor qualidade de vida é essencial. Além disso, en-gravidar antes dos 30 anos e a ama-mentação correta reduzem as chan-ces de contrair câncer de mama.

[Pingue-pongue]

João Soares é médico e diretor da Clion

Veículo informativo da Clínica Oncológica de Salvador (Clion) Centro Odonto Médico Linus Pauling (7º andar) R. Altino Seberto de Barros, 119 – Itaigara – Salvador – BA

Central de Marcação (71) 2105-6560

CORPO CLÍNICO Oncologia: Alessandra Magalhães, Ana Cléa Andrade, Daniel Argolo, Luiz Senna, Giselda Rocha, Renato Coelho, Virgínia Freitas Hematologia: Cecília Rocha e Regina Célia Bahia Mastologia: Cleófano Lima Ramos, Carolina Argolo, Salvia Canguçu Reumatologia: César Faillace, Débora Motta Cirurgia Oncológica: André Luis Lopes de Carvalho, Emerson Prisco Cirurgia de Cabeça e Pescoço: Marcus Borba Cirurgia Torácica: Sandro Fabrício Pneumologia: Michelle Santarosa Urologia: Felipe Azevedo Reis

[Curtas]

Médicos participam de evento internacional sobre câncer de mama

Preocupado em incentivar o desenvolvi-mento e o constante aprimoramento em pesquisa clínica no eixo Norte-Nordeste, o Centro de Pesquisa Clínica da CLION apoiou o I Encontro Norte-Nordeste de Profissionais de Pesquisa Clínica, promovi-do pela Sociedade Brasileira de Profissio-nais de Pesquisa Clínica (SBPPC) em Sal-vador. O evento contou com a participação de membros da ANVISA, do Ministério da Saúde, além de cientistas, estudantes e re-presentantes da indústria farmacêutica.

Ana Cléa Andrade, oncologista e gerente de pesquisa médica da Clion

Simpósio de oncologia tem recorde de públicoCom o objetivo de esclarecer dúvidas e ajudar pacientes e acompanhantes a se informarem sobre tratamento contra o câncer, a terceira edição do Simpósio de Oncologia da Clion, ocorrido em setembro, teve recorde de público. Com o tema Câncer de mama: tratamentos e implicações na fertilidade, sexualidade e autoestima, o simpósio foi aberto com uma palestra do oncologista Daniel Argolo, que tratou dos efeitos da quimioterapia e hormonioterapia. Houve ainda exposições sobre reconstrução mamária, com o cirurgião-plástico Fran-cisco Brito; cuidados pós-cirúrgicos, com a fisioterapeuta Manuela de Teive, e humanização no tratamento do câncer, com a enfermeira Cristiane Shimada.

Os oncologistas da Clion Daniel Argolo e Renato Coelho participaram do 33º Simpó-sio Anual sobre Câncer de Mama, realizado em dezembro, em San Antonio, nos Estados Unidos. O encontro reuniu importantes espe-cialistas das áreas de oncologia para discu-tir os avanços no tratamento e promover um intercâmbio de informações sobre a doença.

Os especialistas da Clion Renato Coelho e Daniel Argolo

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[humanização | tratamento]

Atuação multidisciplinar faz do Grupo de Apoio da Clion uma referência para pacientes

Amigo para toda hora

Compartilhar sentimentos e trocar experiências num momento de-licado da vida. Com esse objeti-

vo, a Clion criou o Grupo de Apoio Bem Cuidar, que realiza encontros mensais com pacientes que sofrem de câncer para discu-tir formas de lidar e superar a doença. A atividade integra o projeto de humaniza-ção da clínica, que visa aprimorar a cultura institucional por meio de ações de melho-ria no atendimento à saúde e na gestão dos serviços. “Realizamos uma pesquisa de satisfação com nossos clientes e notamos a necessidade de termos mais práticas de humanização”, explica Sheila Santos, coor-denadora de atendimento.

Iniciado em outubro, o grupo on-cológico conta com a orientação de pro-fissionais de saúde das áreas de nutrição, psicologia e enfermagem. As reuniões são divididas em duas partes: a informativa e a terapêutica. Na primeira, a equipe promo-ve palestras sobre assuntos relacionados ao câncer, como alimentação, prática de ati-vidade física e aspectos motivacionais. Há ainda um coffee-break e atividades lúdicas. Já na terapêutica, os pacientes relatam suas preocupações e a forma como enfrentam a doença e recebem orientação e suporte emocional da equipe.

“É natural que haja um choque inicial quando é feito o diagnóstico de câncer. Mas acreditar que a vida pode nos surpre-

ender é benéfico para enfrentar a doença e o tratamento”, analisa Mariana Cordeiro, psicóloga da Clion e uma das coordenado-ras do grupo. “É preciso resgatar as forças e procurar ajuda em si mesmo, na família e na equipe multidisciplinar”, complemen-ta. A especialista considera importante o espaço de partilha oferecido aos pacientes nos encontros. “Expor dúvidas e angústias ajuda a enxergar melhor a situação e tentar optar por uma maneira menos traumática de enfrentar a enfermidade”, pontua.

APROVAÇÃO – Izaltina Faustina, 58 anos, é uma das participantes do Grupo. A servidora pública, que superou recen-temente um câncer de mama, destaca o ambiente descontraído das reuniões como fonte de bem-estar e alegria. “Apesar de termos a família, é importante conhecer-

O indivíduo não deve se desvincular do mundo e deixar de fazer planos por causa da doença. É preciso resgatar as forças e seguir a vida

Mariana Cordeiro, psicóloga da Clion

“O acompanhamento e o apoio de profissionais nos auxiliam com relação às dúvidas sobre o tratamento e nos dão confiança para superar o câncer

Maria José, 63 anos, paciente da Clion

mos como pessoas que estão na mesma si-tuação que a nossa encaram o câncer. Isso nos ajuda a criar vínculos de amizade e nos fortalece para enfrentar a doença”, ressalta.

A aposentada Maria José, 63 anos, que sofre de câncer de mama, elogia a inicia-tiva da clínica e afirma estar muito feliz com a existência de mais um suporte neste momento difícil da vida. “O acompanha-mento e o apoio de profissionais de saúde nos auxiliam com relação às dúvidas sobre o tratamento e nos dão confiança para ven-cer a doença. Foi uma iniciativa muito feliz da Clion e os admiro muito por isso”.

INSCRIÇÃO – Para participar do grupo de humanização, o paciente deve se inscrever presencialmente na recepção da Clion nas unidades do Edifício Linus Pau-ling, no Itaigara, e do Hospital da Bahia, na Av. Magalhães Neto, ou ainda pelo telefone (71) 2105-6581. Os encontros acontecem em um sábado de cada mês, das 8h30 às 12h30, na Clion do Itaigara.

Sheila Santos (esq), Mariana Cordeiro, Janine Barreto e Kátia Peixinho, coordenadoras do grupo de apoio

Maria José (esq), Joselaide Santos, Izaltina Faustina e Ana Bouzas: sem medo de falar sobre a doença

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Mais Feliz – Quais fatores de risco estão associados ao câncer de pele?Prisco – Os fatores mais comuns são his-tória familiar de câncer de pele, pessoas de pele e olhos claros, cabelos ruivos ou loiros, pessoas que trabalham ao sol sem proteção adequada, exposição prolongada e repetida ao sol na infância e na adolescência. Nevo congênito (pinta escura) e nevo displásico (lesão escura com alterações celulares pré--cancerosas), envelhecimento e xeroderma pigmentoso (doença congênita com sen-sibilidade elevada da pele ao sol) também aumentam os riscos da neoplasia.

ENTREVISTA | Emerson Prisco [câncer de pele]

É preciso evitar exposição prolongada aos raios solares das 10h às 16h e usar filtro solar diariamente para proteger a pele

“O rosto é a região do corpo com maior incidência de câncer de pele, sendo o nariz a parte mais atingida, com cerca de 30% dos casos registrados

A falta de cuidados com a pele faz com que, a cada ano, cerca de 55 mil casos de câncer de pele sejam

registrados no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, esta neo-plasia corresponde a 25% de todos os tu-mores malignos computados no País. “O câncer de pele é mais comum em pessoas de pele clara, com mais de 40 anos, sendo menos frequente em crianças e negros, à exceção dos que apresentam predisposi-ção para doenças cutâneas”, explica o ci-rurgião oncológico Emerson Prisco. Nes-ta entrevista, o médico da Clion fala dos cuidados para prevenir o câncer de pele.

Mais Feliz – Fale sobre câncer de pele. Emerson Prisco – O câncer de pele é uma doença decorrente do desenvolvi-mento anormal das células da pele, que se multiplicam repetidamente até formarem um tumor maligno. Este desarranjo no tecido deve-se a fatores genéticos e am-bientais. Esta neoplasia representa 25% de todos os tumores malignos registrados no País, segundo estatística do Instituto Nacional de Câncer e, seguramente, é o tipo mais frequente no mundo.

Mais Feliz – Quais os tipos mais co-muns da doença?Prisco – O câncer de pele está dividido em dois tipos: o não-melanoma e o mela-noma. O primeiro tem maior incidência (95%) e baixa mortalidade, ocorrendo geralmente em pessoas com mais de 40 anos, de pele clara, mais sensível aos raios solares ou com doenças cutâneas prévias, sendo raro em crianças e negros. Os tu-mores deste tipo são menos agressivos e mais curáveis. Já o melanoma tem ori-gem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância responsável pela cor da pele) e tem predominância em brancos. O melanoma representa apenas 4% das neoplasias da pele, apesar de ser o mais grave e com menor chance de cura.

Mais Feliz – Que áreas do corpo são mais atingidas?Prisco – Geralmente são as mais expostas ao sol. O rosto é a região mais atingida, principalmente pelo tipo não-melanoma, acometendo o nariz em cerca de 30% dos casos. As outras áreas mais comuns são os membros superiores e tórax. O tipo melanoma costuma ter maior incidência nas regiões palmares e plantares e outras localizações atípicas, mesmo em pessoas negras.

Mais Feliz – Que sintomas de alerta devem ser procurados?Prisco – Manchas descamativas que co-çam, ardem ou sangram, feridas que não cicatrizam em quatro semanas e mudan-ça na textura da pele ou dor são alguns dos sinais. Em relação ao melanoma, é recomendável observar qualquer pinta escura acompanhada de descamação.

Mais Feliz – Como é feito o diagnósti-co da doença?Prisco – A observação das lesões pelo paciente e a consulta com um médico são fundamentais. Cerca de 70% dos diagnósticos deste tipo de oncologia são feitos por médicos não-cancerologistas, o que evidencia a importância destes pro-fissionais no controle da doença. No caso de uma lesão suspeita de melanoma, um exame de dermatoscopia pode auxiliar a distinguir se ela é maligna ou benigna.

Mais Feliz – De que forma é realizado o tratamento?Prisco – A cirurgia é o tratamento mais indicado para o câncer de pele de qual-quer tipo, porém deve ser realizada por um oncologista para se obter maior chance de cura. O câncer não-melonoma de pequena extensão pode, em alguns ca-sos, ser tratado pelo dermatologista com medicamento tópico (pomada) ou enca-minhado à radioterapia, a depender da localização. O melanoma é melhor tra-tado com cirurgia, quando é possível. A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas, dependendo do es-tágio do câncer. No entanto, quando há metástase (disseminação para outros ór-gãos), o melanoma é incurável na maio-ria dos casos. Mais Feliz – Que cuidados a pessoa deve ter para prevenir o câncer de pele?Prisco – Minimizar a ação dos fatores de risco desde a infância. O sol é importan-te para a saúde, mas devemos ter cuidado com o excesso. É preciso evitar exposição prolongada aos raios solares entre 10h e 16h, usar sempre proteção adequada a cada ocasião – como bonés ou chapéus, óculos escuros, camisas de manga e cal-ças, barraca – e utilizar diariamente filtro solar com fator mínimo de proteção 15, reaplicando-o a cada duas horas. Além disso, pode ser feito um autoexame de pele em frente ao espelho para analisar se há alguma anormalidade. Percebendo qualquer alteração, procure o médico.

Emerson Prisco é médico graduado pela Ufba, com especialização em cirurgia oncológica pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer)

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