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BOVINOS DE CORTE Integrante do Programa Embrapa Carne de Qualidade

Manejo Boi

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boi boi boi

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  • BOVINOS DE CORTE

    IntegrantedoProgramaEmbrapaCarnedeQualidade

  • EmpresaBrasileiradePesquisaAgropecuriaEmbrapaGadodeCorte

    MinistriodaAgricultura,PecuriaeAbastecimento

    EmbrapaGadodeCorteCampoGrande,MS

    2007

    BOVINOS DE CORTE

    IntegrantedoProgramaEmbrapaCarnedeQualidade

  • EmbrapaGadodeCorte

    ComitdePublicaesdaUnidade

    1 edio

    Todososdireitosreservados.

    DadosInternacionaisdeCatalogaonaPublicao(CIP)EmbrapaGadodeCorte.

    RodoviaBR262Km4,CEP79002-970CampoGrande,MSCaixaPostal154Fone:(67)33682064Fax:(67)33682180http://www.cnpgc.embrapa.brE-mail:[email protected]

    Presidente:Secretrio-Executivo:Membros:

    Supervisoreditorial:Revisordetexto:Normalizaobibliogrfica:Editoraoeletrnica:Fotos:

    1 impresso(2007):6.000exemplares

    Areproduono-autorizadadestapublicao,notodoouemparte,constituiviolaodosdireitosautorais(Lein 9.610).

    CleberOliveiraSoares

    MarianadeAragoPereira

    AntoniodoNascimentoRosa,ArnildoPott,CacildaBorgesdoValle,EcilaCarolinaNunesZampieriLima,LciaGatto,MariaAntoniaMartinsdeUlhaCintra,RodineydeArrudaMauro,TnissonWaldowdeSouza

    EzequielRodriguesdoValle

    LciaHelenaPauladoCantoeEcilaCarolinaNunesZampieriLima

    MariaAntoniaM.deUlhaCintra

    LuizAntonioDiasLealePauloRobertoDuartePaes

    AntnioJosdeOliveira-FazendaSonhoReal(Terenos,MS),MariaLuizaNicodemo,EzequielRodriguesdoValle,JosimarLimadoNascimento,BancodeImagensdaEmbrapaGadodeCorte.

    a

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    EmbrapaGadodeCorte2006

    Boasprticasagropecurias-bovinosdecorte/EditortcnicoEzequielRodriguesdoValle.--1.ed.2.impr.--CampoGrande,MS:EmbrapaGadodeCorte,2007.86p.;27,5cm.

    ISBN85-297-0203-4

    1.Bovinodecorte-Produo.2.Bovinodecorte-Manejo.3.Administraorural.I.Valle,E.R.do.II.EmbrapaGadodeCorte(CampoGrande,MS).III.CmaraSetorialConsultivadaBovinoculturaeBubalinoculturadoEstadodeMatoGrossodoSul.IV.Ttulo.

    CDD636.213(21.ed.)

  • BOVINOS DE CORTE

    APRESENTAO

    RafaelGeraldodeOliveiraAlvesChefe-GeraldaEmbrapaGadodeCorte

    Nos ltimos anos o Brasil alcanou excelentes ndices de produo e exportao de carne bovina. Estesucesso da pecuria de corte se deve, dentre outros fatores, qualidade do sistema produtivo nacional e confiana crescente no conceito de alimento saudvel, especialmente pela produo de carne dequalidade.

    Ao longo de sua histria, a Embrapa tem sido pioneira na gerao de solues e inovaes tecnolgicaspara a cadeia produtiva da pecuria bovina, respondendo sempre s crescentes demandas por resultadose tecnologias. neste cenrio que, mais uma vez na dianteira das necessidades da cadeia produtiva,lanamos o manual de Boas Prticas Agropecurias - Bovinos de Corte.

    Fruto do esforo coletivo da parceria da Embrapa com vrias instituies pblicas e privadas do Pas, estemanual vem contribuir para sanar uma lacuna importante, a transferncia de conhecimentos e tcnicaspara o sistema de produo da pecuria bovina de corte.

    Apesar das inmeras tecnologias disponveis, o sistema produtivo da pecuria bovina no se mantmsustentvel sem a gesto ambiental da propriedade, sem a correta formao e manejos das pastagens,sanitrio, zootcnico e reprodutivo, sem instalaes adequadas e, muito menos, sem a gesto econmica,financeira e social do empreendimento rural. Com esse propsito o manual foi estruturado para transmitir,de forma clara e objetiva, a tcnicos e profissionais que lidam com a bovinocultura de corte, os conceitos,normas, procedimentos, prticas e as bases legais essenciais para a produo de carne bovina no Pas.

    A adoo das boas prticas agropecurias contribui para que o incremento da produo de carne bovinaocorra de maneira cada vez mais sustentvel, econmica, social e ambientalmente correta.Adicionalmente, colocar o Brasil no seleto mercado de produtor de alimento saudvel e de qualidadesuperior, livre de restries no-tarifrias e outras imposies do comrcio mundial. Com esses princpiosem prtica ser possvel atender aos diferentes e exigentes mercados nacional e externo.

  • BOVINOS DE CORTE

    PREFCIO

    Tomando por base o crescimento da bovinocultura de corte, que vem assumindo forte liderana naeconomia nacional e tambm no mercado mundial de carnes, Mato Grosso do Sul, Estado que possui omaior rebanho bovino do Pas com cerca de 24,5 milhes de cabeas, deu o pontap inicial e produziu omanual de Boas Prticas Agropecurias Bovinos de Corte , um instrumento destinado a orientar oprodutor como produzir para a indstria e para o mercado consumidor, em sistemas produtivossustentveis.

    A adoo das Boas Prticas tem como objetivo principal garantir a produo de alimentos seguros e comatributos de qualidade e que atendam aos interesses dos grandes mercados. O Brasil j avanou muito noque tange a capacidade de produzir alimentos com segurana alimentar. Constantemente novasexigncias surgem para que esses produtos possam ser comercializados em mercados abrangentes comoo da Unio Europia e dos Estados Unidos.

    Apostando num projeto que est dando certo, e com a expectativa que toda a cadeia produtiva adote essainiciativa, o Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento e a Secretaria de Estado da Produo e doTurismo apiam o Programa de Boas Prticas Agropecurias Bovinos de Corte e o lanamento do novomanual para os demais Estados do Brasil. A nacionalizao dessa ferramenta possibilitar a padronizaoda produo brasileira, a garantia da oferta de alimentos seguros e fazendo com que toda cadeia produtivaseja socialmente justa, ambientalmente correta e economicamente vivel.

    SuperintendenteFederaldaAgricultura SFA/MS

    SecretriodeEstadodaProduoedoTurismo Seprotur

    JosAntnioFelcio

    WilsonRobertoGonalves

  • BOVINOS DE CORTE

    HISTRICO

    O primeiro manual de Boas Prticas Agropecurias Bovinos de Corte foi editado pela Cmara Setorial daBovinocultura e Bubalinocultura do Mato Grosso do Sul, em fevereiro de 2005, tendo como referncia odocumento Boas Prticas na Produo de Bovinos de Corte , produzido pela Embrapa Gado de Corte em2002. Participaram na elaborao deste manual todas as entidades ligadas a cadeia da carne bovina, quecompe esta Cmara Setorial, com o objetivo de informar e conscientizar os produtores rurais sobre asnovas demandas de mercado

    Em 30 de maio de 2005 foi lanado, oficialmente no Mato Grosso do Sul, o Programa de Boas PrticasAgropecurias Bovinos de Corte pela Cmara Setorial em conjunto com a Embrapa Gado de Corte,Embrapa, Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, Secretaria de Estado da Produo eTurismo, Superintendencia Federal da Agricultura, Agencia Estadual de Vigilancia Sanitria Animal eVegetal, Federao de Agricultura e Pecuria-Famasul, Servio Nacional de Aprendizagem Rural Senar,Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e as demais entidades da iniciativa privada que apoiam ainiciativa.

    De junho de 2005 a agosto de 2006 foram realizados, pela Embrapa Gado de Corte e pelo Senar, 16 cursosde atualizao em Boas Prticas Agropecurias para capacitao de tcnicos, sendo seis cursos paramultiplicadores e dez para indutores, com um total de 126 e 133 tcnicos habilitados, respectivamente.As primeiras propriedades rurais iniciaram o processo de adeso ao Programa, a partir de abril de 2006.

    A segunda edio do manual de Boas Prticas Agropecurias Bovinos de Corte editado pela EmbrapaGado de Corte e pela Cmara Setorial da Bovinocultura e Bubalinocultura de Mato Grosso do Sul incorporaas sugestes recebidas durante os cursos j realizados, bem como as contribuies do Programa PAS-Campo (Produo de Alimentos Seguros-Campo) e da Organizao Pan-Americana da Sade. Para auxiliarno processo de transferncia de informaes e na avaliao da implantao das normas e dosprocedimentos em Boas Prticas, essa verso inclui tambm, no final da publicao, uma lista deverificao.

    Procurou-se na presente edio atender a todos os Estados brasileiros, que tm a pecuria de corte comouma das suas principais atividades geradoras de renda e empregos. As informaes aqui contidas visamassegurar a qualidade e a segurana dos alimentos, ao mesmo tempo em que atendem s demandas demercado, principalmente do nacional, por sistemas produtivos que valorizam a responsabilidade social,respeitam os bons tratos com os animais, so ecologicamente corretos e economicamente viveis. Asdemandas de vrios pases podero ser atendidas em grande parte pelos procedimentos aquimencionados, quando o Programa incluir um processo de certificao.

    EzequielRodriguesdoValleEditorTcnico

  • BOVINOS DE CORTE

    CORPOTCNICO

    Editortcnico

    Autores

    Revisorestcnicos

    ,EngenheiroAgrnomo,EmbrapaGadodeCorteCoordenadorProjetoBoasPrticasAgropecurias-BovinosdeCorte-EmbrapaCoordenadordaCmaraSetorialdaBovinoculturaeBubalinoculturadeMatoGrossodoSul

    ,Zootecnista,bolsistaCNPq,EmbrapaGadodeCorte,Mdico-Veterinrio,Senar/MS

    ,EngenheiroAgrnomo,Famasul,Mdica-Veterinria,Iagro/MS

    ,EngenheiroAgrnomo,EmbrapaGadodeCorte,EngenheiroAgrnomo,EmbrapaGadodeCorte,Economista,Abpo/MS

    ,EngenheiroFlorestal,Sema/Imap/MS,Mdico-Veterinrio,SFA/MS

    ,EngenheiroAgrnomo,EmbrapaGadodeCorte,EngenheiroAgrnomo,Seprotur,MS

    ,EngenheiroAgrnomo,EmbrapaGadodeCorte,Mdico-Veterinrio,CentroPan-AmericanodeFebreAftosa

    ,EngenheiroAgrnomo,EmbrapaPecuriaSudeste,Mdico-Veterinrio,CentroPan-AmericanodeFebreAftosa

    ,Eclogo,EmbrapaGadodeCorte,EngenheiroAgrnomoeAdvogado,SindicatoRuraldeRioVerde/MS

    ,Mdico-Veterinrio,Seprotur/MS,Mdico-Veterinrio,EmbrapaGadodeCorte

    ,EngenheiroAgrnomo,EmbrapaTransfernciadeTecnologia,PAS-Campo,Bilogo,EmbrapaGadodeCorte,EngenheiroAgrnomo,EmbrapaGadodeCorte

    ,Mdico-Veterinrio,EmbrapaPecuriaSudeste,EngenheiroAgrnomo,EmbrapaGadodeCorte

    ,Mdica-Veterinria,EmbrapaGadodeCorte,Mdico-Veterinrio,CentroPan-AmericanodeFebreAftosa

    EzequielRodriguesdoValle

    AdrianaAparecidadeLimaAlfredoVeraEscalanteAndersonOrlandoCesconettoEneidaMariadeRosaSilvaDacalEzequielRodriguesdoValleFernandoPaimCostaHomeroJosFiglioliniHumbertoJosdosSantosOrasilBandini

    AdemirHugoZimmerCludiodeSEarpEduardoSimesCorraJulioPompeiEliAntonioSchifflerEnriquePerezManuelAntonioChagasJacintoMauricioSartoMarivaldoMirandaPedroPauloPiresRaulOsrioRosinhaRodineydeArrudaMauroRodrigoAmorimBarbosaSergioNovitaEstevesSrgioRaposodeMedeirosThasBassoAmaralVictorSaraiva

  • BOVINOS DE CORTE

    CMARASETORIALCONSULTIVADABOVINOCULTURAEBUBALINOCULTURADEMATOGROSSODOSUL

    Agncia de Gesto e Integrao de Transporte de Mato Grosso do Sul -

    Agncia Estadual de Defesa Sanitria Animal e Vegetal -

    Associao Brasileira de Pecuria Orgnica -

    Associao de Criadores de Bfalo de Mato Grosso do Sul -

    Associao dos Criadores de Mato Grosso do Sul -

    Associao dos Engenheiros Agrnomos do Estado de Mato Grosso do Sul -

    Associao Sul-Mato-Grossense de Produtores de Novilho Precoce -

    Associao Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Nelore -

    Braspelco Indstria e Comrcio Ltda -

    Centro de Tecnologia do Couro -

    Delegacia Federal de Agricultura, Pecuria e Abastecimento -

    Embrapa Gado de Corte -

    Federao da Agricultura e Pecuria de Mato Grosso do Sul -

    Fundao Universidade Federal de Mato Grosso do Sul -

    Instituto de Desenvolvimento Agrrio e Extenso Rural de MS -

    Instituto Parque do Pantanal -

    Secretaria de Estado da Produo e do Turismo -

    Secretaria de Estado de Meio Ambiente -

    Secretaria de Estado de Receita e Controle -

    Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas -

    Servio Nacional de Aprendizagem Rural -

    Servio Social de Transp./ Servio Nacional de Aprendizagem do Transporte -

    Sindicato das Empresas de Transp. e Autnomos de Transp. de Boiadas e Afins de MS -

    Sindicato das Indstrias de Couro -

    Sindicato das Indstrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado de MS -

    Sindicato dos Hotis, Restaurantes, Bares e Similares de Mato Grosso do Sul

    Superintendncia Estadual do Banco do Brasil S/A -

    Universidade Catlica Dom Bosco -

    Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Regio do Pantanal -

    AGITRAMS

    IAGRO/MS

    ABPO

    ACB- MS

    ACRISSUL

    AEAMS

    ASPNP

    ASMCN

    BRASPELCO

    CTCouro/MS

    DFA/MS

    EMBRAPA/CNPGC

    FAMASUL

    UFMS

    IDATERRA

    IPP

    SEPROTUR

    SEMA

    SERC

    SEBRAE/MS

    SENAR

    SEST/SENAT

    SINDBOI

    SINDICOURO

    SICADEMS

    BANCO DO BRASIL

    UCDB

    UNIDERP

    Entidadesintegrantes

  • BOVINOS DE CORTE

    SUMRIO

    Introduo..............................................................................................................

    Gesto econmica e financeira...................................................................................

    Funo social do imvel rural.....................................................................................

    Responsabilidade social............................................................................................

    Gesto ambiental.....................................................................................................

    Instalaes rurais.....................................................................................................

    Manejo pr-abate e bons tratos na produo animal........................................................

    Formao e manejo de pastagens...............................................................................

    Suplementao alimentar..........................................................................................

    Identificao animal e rastreamento............................................................................

    Controle sanitrio....................................................................................................

    Manejo reprodutivo..................................................................................................

    Fontes consultadas..................................................................................................

    Anexo 1. Exemplo de clculo da GUT e GEE para o Estado de Mato Grosso do Sul................

    Anexo 2. Leis ambientais mais importantes ligadas produo agropecuria....................

    Anexo3.Normasparatrnsitodeanimaisvivossuscetveisfebreaftosaentreosdife-rentesEstadosdaFederao....................................................................................

    Anexo4.Objetivoseinstruesparapreenchimentodalistadeverificaes.........................

    Formulriodeidentificaodapropriedade............................................................

    ListadeverificaesparaimplantaodasBoasPrticasAgropecurias-BovinosdeCorte.............................................................................................................

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  • BOVINOS DE CORTE

    A bovinocultura de corte tem se destacado na economia nacional e vem assumindo posio de lideranano mercado mundial de carnes. O Brasil possui hoje o maior rebanho comercial do mundo; o segundomaior produtor mundial de carne bovina, com cerca de oito milhes de toneladas, e a partir de 2003passou a ser o primeiro exportador mundial, com destaque tanto no comrcio de carnes frescas como node industrializadas.

    Diversos fatores foram determinantes para a conquista da liderana brasileira no comrcio internacional dacarne bovina. Em primeiro lugar, podem-se destacar as aes desenvolvidas em prol da erradicao dafebre aftosa que resultaram na melhoria da percepo de qualidade do produto pelos pases importadores.Outra caracterstica adicional de valorizao foi a constatao da produo de alimento seguro, uma vezque a maior parte do rebanho brasileiro alimentada em pasto. Outros fatores, como solo, clima e recursoshumanos, passaram a constituir vantagens comparativas que, somadas extenso territorial, tmpermitido ao Pas oferecer, aos mercados nacional e externo, carne bovina de alta qualidade, em volumescrescentes e a preos competitivos. Alm desses fatores, as iniciativas de rastreamento da carne bovinadestinada exportao, especificamente para a Unio Europia, tm contribudo de maneira significativapara o atendimento das expectativas dos consumidores internacionais, quanto segurana dos alimentos.

    Para assegurar a qualidade e a segurana dos alimentos, grupos de consumidores, organizaes nogovernamentais (ONGs) e redes de supermercados, ligadas ao comrcio nacional e internacional decarnes, tm exigido dos seus fornecedores a implantao de processos de controle de qualidade,certificando que os produtos ofertados esto de acordo com as normas e exigncias do mercado. Destes,pode-se destacar o sistema Anlise de Perigos e Pontos Crticos de Controle (APPCC), conhecidointernacionalmente como HACCP. Os princpios desse Sistema, alm de garantir a produo de alimentosseguros sade do consumidor, so tambm utilizados nos processos de melhoria da qualidade doproduto final, em vrios pases. Ele tem como pr-requisito a implantao das Boas Prticas no campo,como tambm na indstria e nos demais elos da cadeia produtiva da carne bovina. Outra exigncia demercado, alm da qualidade do produto, refere-se sustentabilidade dos sistemas produtivos, ou seja,aqueles que respeitam as leis ambientais so socialmente justos, economicamente viveis e proporcionambons tratos para com os animais.

    Um dos principais objetivos desta publicao o de conscientizar os produtores rurais sobre a necessidadede se disponibilizarem para o mercado consumidor, alimentos seguros com atributos de qualidade deinteresse do consumidor e com preos acessveis e garantir assim a insero definitiva e a manuteno doBrasil no mercado mundial de carnes. A implantao voluntria das Boas Prticas Agropecurias (BPA) irtambm possibilitar a identificao e o controle dos diversos fatores que influenciam o processoprodutivo, tornando-o mais competitivo e seguro, ampliando as possibilidades de conquista de novos

    Introduo

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  • Introduo

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    Introduo

    mercados, alm de propiciar a reduo de perdas de matria-prima e do produto final.

    A insero definitiva das carnes brasileiras na economia mundial e seu fortalecimento no mercado internovo depender da assimilao desses conceitos pelos diferentes elos da cadeia produtiva e da sua agilidadeem atender, em tempo hbil, essas novas demandas. Se aplicadas corretamente, as Boas PrticasAgropecurias, alm de teis, devero representar um passo importante para se obter o controle efetivoda qualidade para a certificao do produto final.

    As informaes aqui contidas atendem, de maneira geral, as principais demandas para a produosustentvel de um alimento seguro visando tanto ao mercado externo como ao nacional. No entanto, paracontemplar demandas especficas, de outros pases, devem-se consultar as certificadoras credenciadaspara esses mercados.

  • BOVINOS DE CORTE

    Gestoeconmicaefinanceira

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    Trata da gesto, gerncia e administrao, que so sinnimos, e suas quatro funes: planejamento,organizao, direo e controle. Uma gesto adequada exige que todas essas funes sejam exercitadasem um nvel mnimo, aplicadas s diversas reas funcionais da empresa.

    Importncia -

    a) Planejamento:

    b) Organizao:

    c) Direo:

    As grandes transformaes socioeconmicas, polticas, culturais e tecnolgicas ocorrentesem escala mundial aumentaram a complexidade da atividade agropecuria e, por conseguinte, dosprocessos de tomada de deciso nesse setor. Esse ambiente exige do proprietrio rural, habilidadesgerenciais que permitam implantar sistemas de gesto capazes de assegurar maior acerto na tomada dedecises e melhor desempenho econmico e financeiro do negcio.

    Para que uma fazenda atenda os requisitos mnimos de gerncia, as seguintes aes devem serdesenvolvidas:

    compreende a definio de objetivos, metas e aes voltadas para sua consecuo. Noincio de cada ano deve-se:

    Prever receitas e despesas.

    Programar investimentos.

    Estabelecer cronograma de investimentos.

    Estabelecer calendrios de manejo reprodutivo, alimentar e sanitrio.

    a organizao trata de estabelecer as relaes entre funes, pessoal e fatores fsicos.

    a coordenao das aes desejadas, via emisso de ordens e estratgias de motivao. Suasaes so:

    Preparar e expor, com clareza e visibilidade, quadros-murais e cronogramas de execuo das tarefasrelativas ao manejo reprodutivo e sanitrio do rebanho e ao manejo das pastagens.

    Cobrar as aes previstas, delegando responsabilidades, definindo atribuies e recompensas ecobrando resultados dos empregados.

    Atender todas as exigncias legais de ordem trabalhista, fiscal, sanitria e ambiental, destacando-se:

    Trabalhista: assinar carteira de trabalho, recolher encargos, pagar frias e 13 salrio, emitir e fazerassinar recibos de pagamentos.

    Diretrizes relacionadas com as funes administrativas

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  • GestoeconmicaefinanceiraGestoeconmicaefinanceira

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    Fiscal: atender exigncias das autoridades tributrias federais e estaduais.

    Sanitria: vacinar e declarar aes de controle da aftosa e da brucelose.

    Ambiental: atender as exigncias relacionadas com as reas de preservao permanente, reservalegal, licenciamento ambiental e de disposio de resduos.

    corresponde ao acompanhamento das atividades, confrontando-as com os planosdesenvolvidos e corrigindo as falhas identificadas. Deve-se:

    Registrar e manter atualizadas as fichas zootcnicas (controle do rebanho e controle sanitrio).

    Manter o registro de todos os insumos utilizados na propriedade, tais como vacinas, medicamentos,defensivos agrcolas, fertilizantes e suplementos alimentares, anotando data de aquisio, fabricante evalidade.

    Registrar as receitas e as despesas (caderno ou planilha eletrnica).

    Consolidar receitas, despesas e resultados para os meses e o ano.

    Ter um planejamento de desenvolvimento formal contendo objetivos, meios para alcan-los,responsabilidades e cronograma de execuo.

    Selecionar e treinar empregados para que estes reconheam com clareza suas funes,responsabilidades e recompensas.

    Possuir instalaes e equipamentos adequados escala e tecnologia do sistema de produo.

    Dispor de instrumentos de controle, como fichas zootcnicas e livro-caixa, que podem ou no serinformatizados.

    Apurar o custo de produo e as margens (margem bruta e margem operacional, entre outras),avaliando o desempenho econmico da atividade. Tambm interessante calcular indicadoresfinanceiros, com base no balano anual, o que d uma idia da "sade" do negcio.

    A informatizao da fazenda desejvel, mas deve ser implantada gradualmente, a partir deprocessos manuais consolidados.

    d) controle:

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    Recomendaes

  • BOVINOS DE CORTE

    Funosocialdoimvelrural

    Trata do atendimento a critrios e exigncias estabelecidas em lei nas reas social, ambiental e deprodutividade do imvel rural.

    Importncia -

    rea social

    rea ambiental

    ndice de produtividade

    GUT:

    GEE:

    Alm de ser uma demanda de mercado, o no cumprimento da funo social do imvel ruralpoder torn-lo vulnervel desapropriao para fins de reforma agrria, segundo o art. 184 daConstituio Federal de 1988 e a Lei n 8.629, de 25 de fevereiro de 1993.

    A funo social cumprida quando a propriedade rural possui ndices de produtividade compatveis com aregio e infra-estrutura, utiliza adequadamente os recursos naturais disponveis, respeita o meio ambientee atende as legislaes sociais e trabalhistas.

    Elaborar contrato de trabalho e registrar em carteira todos os funcionrios.

    No utilizar trabalho infantil e/ou escravo.

    Efetuar o recolhimento das contribuies ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e ao Fundo deGarantia do Tempo de Servio (FGTS).

    Proporcionar aos empregados, moradias em boas condies de habitao.

    Averbar a Reserva Legal na matrcula da propriedade junto do Cartrio de Registro de Imveis.

    Implantar um projeto de recuperao, regenerao ou compensao da Reserva Legal caso esta noexista.

    Proteger integralmente da ocupao e do uso as reas de preservao permanente (matas ciliares,vrzeas, encostas com mais de 45 ).

    O ndice de produtividade avaliado mediante o clculo do Grau de Utilizao da Terra (GUT) e do Grau deEficincia na Explorao (GEE):

    refere-se utilizao adequada dos recursos naturais disponveis e conservao do meio ambiente.

    refere-se ao aproveitamento racional e adequado dos recursos.

    Para cumprir a sua funo social, o imvel rural ter que ter GUT e GEE iguais ou superiores a 80% e100%, respectivamente (ver anexo 1).

    Diretrizes relacionadas com a funo social do imvel rural

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  • BOVINOS DE CORTE

    Responsabilidadesocial

    Trata das relaes sociais e trabalhistas que regulamentam a participao do trabalhador rural nossistemas produtivos, tendo a tica como base, e como parceiros, a cultura e os valores morais que soinseparveis.

    Importncia -

    Previdncia social

    As propriedades rurais so partes da sociedade em que esto inseridas; por isso, tm comoresponsabilidade atender as obrigaes sociais e trabalhistas, e observar o impacto que produzem sobre obem-estar humano, o meio ambiente e a sociedade. Dessa forma, iro gerar recursos financeiros, seroprovedoras de benefcios ao seu meio e atendero demandas de mercados que buscam um produto finalcom qualidade e segurana, resultante de cadeias produtivas competitivas, ambientalmente corretas esocialmente justas.

    Todos os funcionrios devem estar registrados e nos respectivos contratos devem estar especificadostodos os acordos pactuados entre as partes. Quando ocorrer a resciso do contrato de trabalho, paraaqueles com prazos superiores a doze meses, h obrigatoriedade da sua homologao no sindicato laboral,sob pena de nulidade.

    O exame admissional uma avaliao mdica feita para verificar se o trabalhador est em condiesfsicas e psquicas para desenvolver a atividade para a qual est sendo contratado. O exame demissionaldeve ser realizado obrigatoriamente dentro dos 15 dias que antecedem o desligamento definitivo dotrabalhador. Sem estes exames, a empresa poder ser considerada culpada por todas as doenascontradas pelo trabalhador durante o contrato de trabalho, respondendo inclusive por eventuais aesindenizatrias por acidente ou doena de trabalho.

    O recolhimento da contribuio previdenciria da parte patronal e do empregado de responsabilidade doempregador e deve ser feito mensalmente.

    O recolhimento de responsabilidade do empregador e deve ser feito mensalmente.

    O recolhimento ao sindicato laboral da categoria efetuado pelo empregador e descontado do empregado.Este deve ser efetuado no ms de maro de cada ano e o valor da contribuio corresponde a um dia de

    Diretrizes relacionadas com a rea social e trabalhista

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    Contrato de trabalho

    Exames admissional e demissional

    FGTS

    Contribuio sindical

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  • ResponsabilidadesocialResponsabilidadesocial

    salrio do empregado.

    O empregado e sua famlia devem ser orientados sobre noes bsicas de higiene e sade, alm deproporcionar condies para o acesso sade pblica preventiva.

    O empregador deve facilitar o acesso das crianas escola.

    O empregador deve garantir o descanso semanal ao funcionrio.

    Os funcionrios devem receber treinamentos peridicos para capacit-los no desempenho de suasfunes e seu desenvolvimento pessoal. Devem ser mantidos registros de todos os funcionrioscapacitados para a comprovao dos treinamentos realizados.

    A Consolidao das Leis do Trabalho (CLT) estabelece as Normas Regulamentadoras Rurais (NRR) que soobrigatrias e devem ser observadas tanto pelo empregador como pelo empregado rural. Compreende aorientao e capacitao do trabalhador rural para a utilizao correta de equipamentos de proteoindividual (EPI) e de medidas de segurana no armazenamento, preparo e aplicao de defensivosagrcolas e produtos veterinrios.

    Disponibilizar aos funcionrios moradias em boas condies de habitao. Observar o disposto em lei, noque se refere a descontos salariais pela moradia disponibilizada. Caso no haja desconto, segundo aconveno coletiva do trabalho, esse valor no poder ser incorporado ao salrio, mas dever constar nocontrato de trabalho.

    Se o funcionrio receber alimentao, esta poder ser descontada do salrio em at 25% do salriomnimo nacional. Caso no seja descontado, segundo a conveno coletiva do trabalho, esse valor nopoder ser incorporado ao salrio, mas dever constar no contrato.

    So proibidos pela legislao trabalhista.

    !

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    Sade e higiene

    Educao

    Descanso semanal

    Moradia

    Alimentao

    Capacitao e treinamento

    Segurana no trabalho rural

    Trabalho escravo e infantil

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  • BOVINOS DE CORTE

    Gestoambiental

    Trata do manejo adequado dos recursos naturais existentes na propriedade rural, em conformidade com asleis ambientais e com as tcnicas recomendadas para a conservao do solo, da biodiversidade, dosrecursos hdricos e da paisagem.

    Importncia -

    Obs.:

    Alm de ser uma exigncia de mercado, uma questo de bom senso e conscincia mundial.As leis ambientais podem assegurar a persistncia e a economicidade dos sistemas produtivos, e aquelesque a cumprem, conferem a si e aos seus produtos uma distino de imagem, perante os consumidores.

    O Brasil tem uma legislao ambiental muito ampla e rigorosa, com inmeras restries a aesdesenvolvidas no campo. Os infratores ficam sujeitos a multas, perda de benefcios fiscais ou de direito afinanciamentos pblicos e, at mesmo, priso, conforme a Lei n 9.605, de 12 fevereiro de 1998,chamada Lei de Crimes Ambientais .

    Ver no ANEXO 2 as leis ambientais mais importantes ligadas produo pecuria.

    So aquelas protegidas por lei. A supresso total ou parcial de florestas e demais formas de vegetaonatural nessas reas s ser admitida com prvia autorizao do Poder Executivo Federal, quandonecessrio execuo de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pblica ou interesse social ,definidos por ato declaratrio da autoridade governamental.

    Devem ser preservadas as florestas e vegetaes naturais nas seguintes condies:

    Ao longo dos rios ou de qualquer curso d'gua desde o seu nvel mais alto em faixa marginal cuja larguramnima ser:

    Diretrizes relacionadas com a rea ambiental

    !reas de preservao permanente

    Paracursosdguacom,at,10metrosdelargura30m

    Paracursosdguaentre10e50metrosdelargura50m

    Paracursosdguaentre50e200metrosdelargura100m

    Paracursosdguaentre200e600metrosdelargura200m

    Paracursosdguacomlargurasuperiora600metrosdelargura500m

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  • GestoambientalGestoambiental

    Ao redor das lagoas, lagos ou reservatrios d'gua naturais ou artificiais.

    Nas nascentes, ainda que intermitentes, e nos chamados "olhos d'gua", qualquer que seja a suasituao topogrfica, em um raio mnimo de 50 metros de largura.

    No topo de morros, montes, montanhas e serras.

    Nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45, equivalente a 100% na linha de maiordeclive.

    Nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues.

    Nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a100 metros em projees horizontais.

    Em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetao.

    Quando no especificados no prprio Cdigo Florestal, os limites de rea preservada esto dispostosna Resoluo CONAMA n 302, de 20 de maro de 2002.

    a rea de floresta ou demais formas de vegetao nativa com importncia ecolgica reconhecida, cujoCdigo Florestal Brasileiro obriga a preservar no interior da propriedade rural, excetuada a de preservaopermanente. Ela tem a finalidade de conservar a biodiversidade e proporcionar abrigo e condies desobrevivncia para as espcies locais da fauna e da flora.

    A vegetao da reserva legal no pode ser suprimida, podendo apenas ser explorada sob regime demanejo florestal sustentvel, de acordo com princpios e critrios tcnicos e cientficos estabelecidosem regulamentos. A explorao sustentvel pode ser efetuada mediante apresentao de projeto demanejo, sob a superviso de engenheiros florestais e com a prvia autorizao do rgo de controleambiental.

    Deve ser mantido o percentual mnimo de 80% de reserva legal para as propriedades rurais localizadasem reas de florestas na Amaznia Legal. Esse percentual pode ser reduzido para at 50% quandoexistir zoneamento ecolgico econmico e agrcola. Para as propriedades rurais localizadas em reas decerrado da Amaznia Legal, o percentual de reserva legal de 35%. Nos demais ecossistemas (cerrado,Mata Atlntica, caatinga e campos sulinos) e regies do pas, o percentual de reserva legal de 20% dototal da propriedade.

    A reserva legal deve ser averbada margem das inscries das matrculas, e sua destinao no pode

    Obs.:

    Reserva legal obrigatria!

    24

  • GestoambientalGestoambiental

    ser alterada, mesmo em casos de transmisso a qualquer ttulo.

    Os proprietrios de imveis sem a cota mnima de reserva legal devem procurar auxlio de consultoresambientais para a elaborao de projetos tcnicos de recomposio, os chamados Projetos deRecuperao de reas Degradadas (PRADEs).

    No permitida a derrubada de florestas situadas em reas de inclinao entre 25 e 45 graus, sendosomente nelas tolerada a extrao de toras, quando em regime de utilizao racional.

    A Lei n 6.938/81, que instituiu a Poltica Nacional de Meio Ambiente, determina a obrigatoriedade delicenciamento ambiental nas seguintes situaes:

    Antes da construo, instalao, ampliao e funcionamento de estabelecimentos e atividadesconsideradas efetiva e potencialmente poluidoras, bem como as capazes, sob qualquer forma, decausar degradao ambiental.

    Apesar de o Licenciamento Ambiental ser regido por legislaes federais, estaduais e municipaisespecficas, as atividades do setor rural devem ser licenciadas no rgo ambiental estadual.

    Determinadas atividades comuns em propriedades rurais so regulamentadas por normas especficas decarter administrativo. Os rgos ambientais as elaboram para orientar a concesso de autorizaesambientais para atividades no contnuas e que no se enquadram entre aquelas obrigadas aolicenciamento.

    As atividades que requerem autorizao ambiental so:

    Corte avulso de rvores.

    Limpeza de pastos.

    Aproveitamento de material lenhoso seco.

    Queima de leiras.

    Queimadas.

    Poda de rvores e arbustos.

    Colheita de folhas, ramos ou frutos de espcies da flora nativa.

    Transporte, comercializao e depsito de matrias-primas exploradas diretamente da natureza.

    !

    !

    !

    reas com inclinao entre 25 e 45 graus

    Licenciamento ambiental

    Autorizaes ambientais

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  • Gestoambiental

    !

    !

    !

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    Outras autorizaes

    Algumas atividades, apesar de comuns, tm cdigos legais prprios cuja infrao constitui crimeambiental. So exemplos:

    Transporte, depsito e aplicao de pesticidas.

    Criao de animais silvestres.

    Construo de benfeitorias em reas de preservao permanente e reserva legal.

    Utilizao de recursos hdricos para irrigao e dessedentao de animais.

    Gerao de resduos e efluentes a partir de atividades de fabrico e manipulao de produtos.

    Nesses casos recomenda-se consultar o rgo ambiental responsvel.

    Para evitar o assoreamento dos rios, a desvalorizao da propriedade e no comprometer a fertilidade e acapacidade de suporte das pastagens, devem-se combater as principais causas de eroso, tais como:

    Evitar, sempre que possvel, o acesso do gado s margens dos cursos d'gua.

    Apesar de ser passvel de autorizao, as queimadas devem ser evitadas, pois o fogo elimina toda formade vida do solo, prejudicando sua fertilidade. Alm disso, as queimadas comprometem a qualidade do are podem causar prejuzos econmicos, tais como queima de cercas e de rede de energia eltrica.

    Conscientizao dos funcionrios e seus familiares da importncia da conservao e preservao doambiente. Esta incentiva hbitos simples e eficazes, como a separao do lixo, o destino correto defrascos de medicamentos e agroqumicos, a no permisso de animais silvestres em cativeiro e outros.

    Algumas precaues devem ser observadas para se evitar a contaminao do solo, da gua e dosalimentos por resduos de qualquer natureza provenientes de defensivos agrcolas, produtos veterinrios elixo domstico, tais como:

    Realizar a coleta seletiva do lixo domstico e consultar o rgo competente do municpio para

    Obs.:

    Conservao do solo

    Educao ambiental

    Descarte de resduos

    Recomendaes

    Gestoambiental

    26

  • determinar o destino final.

    Armazenar temporariamente as embalagens com suas respectivas tampas e rtulos e,preferencialmente, acondicionadas na caixa de papelo original, em local coberto ao abrigo de chuva eventilado.

    Efetuar a trplice lavagem das embalagens rgidas vazias e perfurar o fundo para evitar a suareutilizao, sem danificar o rtulo.

    As embalagens flexveis vazias devem ser guardadas dentro de uma embalagem de resgate (adquiridano revendedor) devidamente fechada e identificada.

    As embalagens vazias de produtos veterinrios devem ser recolhidas em tambores dispostos em localcoberto no curral, para armazenamento provisrio.

    Entregar as embalagens vazias ou com prazo de validade vencido na unidade de recebimento indicadono corpo da nota fiscal ou consultar o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias(INPEV) e os rgos estaduais de defesa sanitria e ambiental sobre o destino final dessasembalagens.

    GestoambientalGestoambiental

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  • BOVINOS DE CORTE

    Instalaesrurais

    Trata da adequao das instalaes agropecurias de modo a no causar danos ao couro e carcaabovina e garantir a segurana do pessoal responsvel pelo manejo dos animais.

    Importncia -

    Cercas

    Corredores

    Curral

    As instalaes para a produo de bovinos de corte devem se caracterizar pelos aspectosrelacionados com a funcionalidade, resistncia, economia e segurana. Instalaes inadequadas podemcomprometer a qualidade do produto final, por causa da ocorrncia de hematomas e feridas na carcaa ede furos, cortes e riscos profundos no couro bovino. Esses danos depreciam seu valor comercial,reduzindo assim a rentabilidade do produtor.

    Devem ser, preferencialmente, de arame liso com balancins, pois as de arame farpado provocam riscos efuros no couro animal:

    - Lascas e moires no devem possuir salincias, farpas, pregos ou parafusos que possam ferir osanimais.

    - As cercas eletrificadas devem possuir voltagem adequada, aterramento e isolamento seguros a fim deevitar descargas eltricas.

    Para facilitar a conduo dos animais, a propriedade deve possuir corredores para conduo ao curral oumudana de pasto. Tomar precaues quanto s cercas dos corredores, conforme recomendaesanteriores.

    Deve ser construdo de forma a permitir a realizao, com eficincia, segurana e conforto, de todas asprticas necessrias ao trato do gado, tais como: apartao, marcao e identificao, castrao,vacinao, descorna, inseminao, pesagem, controle de ecto e endoparasitos, exames ginecolgico eandrolgico, embarque e desembarque de animais. Considerar:

    - A localizao: deve ser localizado de preferncia em terreno elevado, firme e seco, situado em localestratgico de modo a facilitar o manejo dos animais ou o seu embarque nos caminhes.

    - As caractersticas das paredes internas do curral, do brete, do tronco de conteno e rampas deacesso do embarcadouro: devem ser lisas e livres de salincias, como pontas de pregos, parafusos ouferragens que possam provocar danos ao animal.

    Diretrizes relacionadas com as instalaes rurais

    !

    !

    !

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  • InstalaesruraisInstalaesrurais

    - A utilizao de balana eletrnica ou mecnica para monitoramento do desenvolvimento ponderal dosanimais.

    - A construo do embarcadouro que deve ser de forma a facilitar a entrada dos animais no caminho. Arampa de acesso deve ter inclinao suave e o ltimo lance deve ser construdo na horizontal. Asparedes da rampa de acesso e do embarcadouro devem ser vedadas nas laterais para facilitar oembarque.

    - O nivelamento do piso de sada do embarcadouro com o piso da carroceria do caminho.

    - A seringa do embarcadouro deve ser afunilada e, preferencialmente, vedada nas laterais.

    - A limpeza peridica das instalaes, principalmente brete, tronco e balana, para evitar o acmulo deterra e esterco.

    - A disponibilidade de pontos de gua (torneira e bebedouros) e energia eltrica.

    - A disponibilidade, sempre que possvel, no curral ou nas suas proximidades de um banheiro, para usodos funcionrios.

    - A disponibilidade de recipiente adequado para coleta do lixo produzido durante os trabalhos de gado(Ex.: frascos vazios de vacinas e medicamentos).

    Para o atendimento adequado das necessidades do rebanho, devem ser observadas as seguintesrecomendaes:

    - Os reservatrios devem estar, preferencialmente, localizados nos pontos altos, de forma a permitir adistribuio d'gua por gravidade.

    - Em reas planas ou com pequena declividade, recomenda-se elevar o local de instalao dosreservatrios, por meio de aterro nivelado e compactado.

    - Os reservatrios podem ser construdos de alvenaria ou chapa metlica.

    - Calcular a capacidade do reservatrio, em funo do nmero de bebedouros que sero abastecidos,prevendo-se, inclusive, uma margem de segurana para casos de reparos no sistema de captao eelevao d'gua.

    - Monitorar, periodicamente, a qualidade da gua.

    Dar preferncia a bebedouros artificiais que possam ser higienizados e constantemente vistoriados, paraoferecer gua de boa qualidade:

    - Localizar estrategicamente os bebedouros e dimension-los em funo do nmero de animais a serem

    !

    !

    Reservatrios de gua

    Bebedouros

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  • InstalaesruraisInstalaesrurais

    atendidos, considerando o consumo de 50/60 litros/animal adulto/dia.

    - Monitorar, periodicamente, a qualidade da gua.

    - Evitar o uso de audes, pois a gua parada pode ser fonte de contaminao da leptospirose.

    Para garantir o acesso dos animais e evitar perdas pela ao das chuvas ou ventos durante todo o ano,considerar os seguintes aspectos:

    - Os cochos para minerais devem ser cobertos e posicionados na pastagem, de forma a permitir a visitadiria dos animais, pelo menos uma vez ao dia.

    - Devem ser construdos de forma a disponibilizar espao suficiente para que todos os animais tenhamacesso livre e sem competio.

    - Podem ser construdos de diferentes materiais, tais como madeira serrada, concreto pr-moldado outambores de plstico, cortados longitudinalmente.

    - Os cochos para suplementao de volumosos e concentrados devem ser mais largos do que os deminerais.

    - No caso de suplementao em pasto, recomendvel que eles sejam leves para facilitar as mudanasde locais.

    Para a obteno de resultados promissores e garantir o suprimento dos concentrados e volumosos deforma adequada, devem ser observados os seguintes procedimentos:

    - Consultar o rgo responsvel pelo meio ambiente, antes da construo das instalaes e implantaoda atividade.

    - O confinamento deve estar localizado em rea elevada da propriedade, levemente inclinada, prximado centro de manejo e das reas de produo (milho, cana, capineira e outros), de preparo (misturador,moedor, picador e balana) e de armazenamento e conservao dos alimentos (sacaria, silos e outros).

    - Os cochos de alimentao devem ficar na parte frontal do piquete, para facilitar o fornecimento, e opiso prximo aos cochos deve ter boa drenagem. Quando os animais so confinados durante todo o anorecomenda-se que os cochos sejam cobertos.

    - Disponibilizar sombreamento, sempre que possvel, para proporcionar conforto trmico dos animais,que pode resultar em melhor ganho de peso.

    - Os bebedouros podem ser construdos de material de fcil limpeza e higienizao e possuir ao seuredor piso com boa drenagem.

    !

    !

    Cochos para fornecimento de minerais, concentrados e volumosos

    Instalaes para confinamento

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  • InstalaesruraisInstalaesrurais

    - Promover o tratamento dos dejetos, que podero ser utilizados como adubo orgnico ou biogs.

    Para facilitar o acesso dos bezerros e atender adequadamente o sistema de alimentao, devem-seobservar os seguintes pontos:

    - A rea de suplementao deve estar localizada junto das reas de descanso das vacas, dosbebedouros ou nas proximidades do cocho de sal.

    - Possuir rea de 1,5 m/cria, deixando espao de dois metros entre o cocho e a cerca, para circulao.O tamanho de cada rea de suplementao depender do nmero de animais a serem suplementados.

    - O cercado pode ser construdo de estrutura metlica e mvel ou com postes de madeira, com espaoentre eles de dois metros e com seis a oito fios de arame liso esticados com catracas.

    - O acesso de entrada, exclusivo aos bezerros, deve ter abertura de 0,40 x 1,20 m.

    - Disponibilizar cerca de dez centmetros lineares de cocho por animal, sendo um de cada lado, poranimal.

    Estes devem ser armazenados em locais apropriados de modo a evitar a deteriorao dos produtos, bemcomo para reduzir as possibilidades de contaminao de alimentos, sementes, raes, pessoas e animais.Para tal, devem-se seguir as seguintes recomendaes:

    a) Localizao dos depsitos ou galpes: distantes de residncias, fontes de gua e abrigos paraanimais.

    b) Para a segurana dos galpes, considerar:

    roteo das aberturas existentes para evitar a entrada de pssaros e outros animais no interior dodepsito.

    Proteo contra a entrada de umidade proveniente das paredes, portas, janelas e telhado.

    Identificao e sinalizao dos produtos armazenados.

    Proibio de fumar, comer, beber ou acender fogo no interior do depsito.

    Manter as portas de acesso trancadas com cadeado.

    No permitir acesso de crianas ou pessoas estranhas.

    Manter em local visvel os equipamentos de emergncia e equipamentos de proteo individual.

    c) Estocagem: para a manuteno da integridade dos insumos, devem-se considerar:

    Adubos e agroqumicos devem ser mantidos em depsitos separados dos galpes de raes e

    !

    !

    Instalaes para suplementao de bezerros (creep-feeding)

    Armazenamento de insumos

    P

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  • InstalaesruraisInstalaesrurais

    suplementos alimentares.

    Agroqumicos devem ser armazenados em ambiente ventilado e com a sinalizao correta, para o fcilacesso aos equipamentos de proteo individual (EPC).

    Manter sacaria sobre estrados de madeira, para evitar umidade e corroso das embalagens.

    Manter depsito seco e bem ventilado.

    Sacarias e outras formas de embalagens devem conter rtulos bem visveis.

    Identificao visual de cada grupo de insumos localizados sobre os estrados, nas prateleiras ou outrasformas de armazenamento.

    Respeitar a altura de empilhamento das embalagens e a distncia entre as pilhas e as paredes dodepsito.

    Embalagens de lquidos devem estar com as tampas fechadas e a bocas voltadas para cima.

    Manter vacinas e medicamentos nas embalagens originais e nas condies recomendadas pelofabricante. Observar a temperatura de armazenamento, o prazo de validade e uso ao qual se destina.

    Manter controle de entrada e sada dos insumos, data de utilizao e destino.

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  • BOVINOS DE CORTE

    Manejopr-abateebonstratosnaproduoanimal

    Tratam do conhecimento do comportamento animal e a aplicao de estratgias de manejo que levam emconsiderao as necessidades fisiolgicas e comportamentais dos bovinos, com ganhos diretos eindiretos na produo de carne e couro de qualidade.

    Importncia dos bons tratos -

    Importncia do manejo pr-abate -

    As demandas de mercado priorizam sistemas de produo que respeitam obem-estar animal, do nascimento ao abate. primeira vista pode parecer ao produtor ou ao tcnico umapreocupao excessiva e dispendiosa, mas certamente eles se surpreendero com os benefcios que essamudana de atitude trar rotina de trabalho. O conhecimento e o respeito biologia dos animais deproduo, alm de permitir a melhoria do seu bem-estar, proporcionam tambm melhores resultadoseconmicos, mediante o aumento da eficincia do sistema produtivo e da melhoria da qualidade doproduto.

    Garantir espao mnimo para que eles possam manter suas atividades em um contexto social equilibrado.

    No misturar indivduos que no se conheam ou animais de chifre com animais mochos em currais,confinamentos, caminhes de transporte. recomendvel que os lotes sejam formados comantecedncia.

    Disponibilizar sombra para bovinos manejados em sistemas de produo extensivos e intensivos, emquantidade suficiente para proteg-los da carga trmica durante as horas mais quentes do dia. Todobovino necessita de sombra, no importa a raa, origem, linhagem, idade ou condio fisiolgica.Vegetao composta de espcies arbreas deve ser disponibilizada para criar abrigos naturais.

    Garantir o fornecimento de gua limpa e suplementos nutricionais de qualidade, durante todo o ano,suficientes para atender as necessidades de crescimento, mantena e produo.

    Em reas de manejo extensivo, distribuir fontes de gua na pastagem, para facilitar o acesso sem longascaminhadas.

    Instruir as pessoas que lidam com os animais a respeito das maneiras adequadas de manej-los (donascimento ao abate), respeitando a biologia da espcie e evitando, assim, os estresses agudos oucrnicos, que podero resultar na reduo da qualidade do produto final.

    Diversos estudos j demonstraram que o manejo pr-abate influenciasignificativamente a qualidade da carne, do couro, bem como o aproveitamento da carcaa. Alm dasperdas decorrentes de contuses e hematomas, o estresse vivenciado por esses animais durante omanejo, na propriedade ou em abatedouros mal planejados, eleva o pH da carne, diminuindo assim suavida til.

    Diretrizes relacionadas com bons tratos

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  • Manejopr-abateebonstratosnaproduoanimalManejopr-abateebonstratosnaproduoanimal

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    No manejo pr-abate, as etapas mais crticas so as relacionadas com o embarque e desembarque dosanimais. Rotinas e procedimentos inadequados aumentam a freqncia de contuses na carcaa e decortes escuros na carne, resultando em prejuzos financeiros para o produtor. Tais prejuzos podem ser porao direta do homem, ao bater ou acuar os animais contra cercas, porteiras e outros, ou indireta, com aformao de novos lotes nessa etapa final da produo, desrespeitando seus padres de organizaosocial e aumentando as interaes agressivas entre os animais. Com relao ao couro, sua qualidade diminuda por ectoparasitos e por cortes e riscos profundos causados pelo manejo inadequado, alm dasmarcas a fogo em locais no permitidos.

    Alguns procedimentos de rotina podem ser utilizados durante a vida do animal e principalmente porocasio do manejo pr-abate, para se preservar a qualidade da carcaa e do couro bovino, tais como:

    - Antes do embarque, agrupar os animais no curral com antecedncia, em lotes uniformes, de acordocom o sexo, a faixa de idade e o peso.

    Diretrizes relacionadas com manejo pr-abate

    - Evitar apartaes e correria com os animais no momento de embarque.

    - Evitar, sempre que possvel, o uso de aguilhes e do choque eltrico.

    - Evitar o uso de ces, paus e objetos pontiagudos no manejo e conduo dos animais, para noprovocar hematomas, traumatismos e estresse.

    - No embarcar animais doentes e sem condies de transporte. Caso seja necessrio, deve-seembarc-los em caminho separado e o produtor deve assinar o termo (minuta de embarque)responsabilizando-se pelo animal.

    - Verificar se o embarcadouro atende as recomendaes tcnicas para o embarque dos animais, demodo a no causar danos carcaa.

    - Embarcar os animais no horrio previamente combinado com a transportadora.

    - Verificar a documentao, condio dos veculos e certificar-se de que os motoristas so devidamentehabilitados para o transporte de animais vivos.

    - Dar preferncia para que o transporte dos animais seja efetuado no horrio mais fresco do dia.

    - Respeitar a lotao mxima do caminho, de acordo com a categoria animal a ser transportada.

    - Aguardar cerca de 20 minutos aps o embarque, para iniciar a viagem, para que os animais se adaptem gaiola.

    - Exigir que os caminhoneiros faam paradas regulares, conforme legislao vigente, para que osanimais descansem em sombra.

  • BOVINOS DE CORTE

    Formaoemanejodepastagens

    Trata da formao, recuperao e manejo das pastagens que, por serem o principal componente daalimentao de bovinos de corte, afeta diretamente a produtividade, bem como a sustentabilidade dosistema de produo.

    Importncia - As pastagens devem possuir qualidade e quantidade suficientes para atender as demandasnutricionais das diversas categorias animais, durante todo o ano. Portanto, na formao de umapastagem, a escolha de espcies forrageiras adaptadas ao tipo de explorao, solo e clima da regio oprimeiro fator a ser considerado.

    Um pasto de qualidade aquele formado com sementes de boa qualidade provenientes de espciesforrageiras adaptadas ao solo e ao clima da regio. Para a adequada formao dessas pastagens devem-seconsiderar os seguintes pontos:

    - Consultar a legislao ambiental antes de iniciar o desmatamento, em reas com vegetao nativa,para implantao de pastagens.

    Diretrizes relacionadas com a formao e recuperao da pastagem

    - Selecionar espcies forrageiras reconhecidamente bem adaptadas ao solo e ao clima da regio e deacordo com a sua qualidade nutricional, produtividade, resistncia e tolerncia a pragas e doenas envel tecnolgico a ser adotado.

    - Utilizar apenas os insumos aprovados pelo Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento.

    - Utilizar apenas sementes certificadas, adquiridas de fontes idneas e usadas nas quantidadesrecomendadas, de acordo com o valor cultural das sementes.

    - Adquirir insumos somente de empresas idneas, cujos produtos, quando utilizados conforme asrecomendaes tcnicas, no ofeream riscos sade animal e do consumidor.

    - Utilizar corretivos e fertilizantes de acordo com a anlise fsica e qumica do solo e conforme asrecomendaes tcnicas.

    - Efetuar o plantio das forrageiras nas pocas apropriadas e de acordo com o sistema de produo erecomendaes tcnicas.

    - Empregar prticas de conservao do solo, sempre que necessrio, como forma de controle daeroso.

    - Restringir a utilizao de herbicidas e produtos qumicos, observando as recomendaes do fabricantee a legislao em vigor.

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  • FormaoemanejodepastagensFormaoemanejodepastagens

    - Promover a diversificao das pastagens, de modo a conter a expanso dos danos causados pelomonocultivo.

    - Utilizar consorciao de gramneas com leguminosas ou formao de bancos-de-protena (plantioisolado da leguminosa) para reduo de custos e garantir a produo de alimento de qualidade. Atentarpara a compatibilidade ao consorciar espcies, pois pode haver competio entre elas.

    - No utilizar a cama-de-frango como adubo orgnico nas pastagens, mesmo aps compostagem, porcausa dos elevados riscos de contaminao por agentes patognicos.

    - Disponibilizar abrigos naturais para os bovinos durante os perodos de temperaturas extremas, chuvase ventanias.

    -

    - Adequar a taxa de lotao capacidade de suporte, tanto no pastejo contnuo como no rotacionado,para se evitar o aparecimento de ervas daninhas e desenvolvimento de eroso superficial do solo.

    - Adotar o oramento forrageiro, que consiste em um planejamento estratgico que visa assegurar altaeficincia na utilizao das pastagens e a manuteno de condies favorveis sua produtividade e aodesempenho animal.

    -

    - Efetuar a reposio peridica de nutrientes, de acordo com as anlises do solo.

    - Controlar as plantas invasoras indesejveis.

    - Utilizar equipamentos de proteo individual e pessoal capacitado, seguindo as recomendaes dofabricante e legislao em vigor, quando da utilizao de defensivos agrcolas.

    Procurar a orientao de um tcnico especializado para otimizar a utilizao dos insumos e o empregodas tcnicas que oferecem melhores resultados.

    O manejo adequado das pastagens, alm de garantir a qualidade e a oferta regular de forragens, permiteainda prolongar a sua vida produtiva, reduzindo os custos de produo. Para que isso ocorra necessrioobservar alguns pontos:

    No utilizar a queimada como prtica de manejo da pastagem, pois, alm de comprometer a qualidadedo ar, essa prtica reduz a fertilidade do solo e favorece o aparecimento de eroso.

    Diretrizes relacionadas com o manejo da pastagem

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  • BOVINOS DE CORTE

    Suplementaoalimentar

    Trata da qualidade dos insumos e aditivos utilizados na suplementao animal, de forma a garantir aproduo de alimentos economicamente viveis e isentos de resduos que possam prejudicar a sadehumana.

    Importncia - A suplementao alimentar para animais em pastagem possibilita um melhor uso daforragem, aumentando a eficincia de todo o sistema e contribuindo para a produo de carne de melhorqualidade, pois permite o abate de animais mais jovens e com melhor acabamento.

    Por resultar em maior produtividade (kg de carne/ha), a suplementao e o confinamento reduzem anecessidade de rea para a mesma produo, auxiliando na reduo do impacto ambiental da atividade eno aumento da competitividade. No entanto, para a garantia da produo de um alimento de boaqualidade, todos os insumos no podem conter componentes ou resduos que possam acarretarproblemas sade animal e humana.

    Utilizar na suplementao alimentar apenas produtos aprovados pelo Ministrio da Agricultura, Pecuriae Abastecimento, observando-se os tpicos a seguir:

    - Insumos devem ser comprovadamente livres de resduos de natureza qumica (agroqumicos eprodutos veterinrios), fsica (corpos estranhos), biolgica (organismos patognicos) ou qualquer outrasubstncia que possa comprometer a qualidade do produto final e/ou a sade do consumidor.

    - Adquirir insumos, preferencialmente, de empresas idneas e que adotem programas de garantia dequalidade de seus produtos.

    - proibida a utilizao de suplementos que contenham protenas ou gorduras de origem animal, taiscomo: farinha de carne, farinha de osso, farinha de pena, cama-de-frango, sebo bovino e outros.

    - proibido o uso de antibiticos como aditivo alimentar. Alguns ionforos (promotores de crescimento base de antibiticos) so permitidos e regulamentados pelo rgo federal competente. No entantoalguns pases importadores probem o uso desses promotores.

    - proibido o uso de hormnios ou promotores de crescimento de efeito anablico.

    Registrar e manter atualizado o cadastro de todos os insumos utilizados na alimentao do rebanho, paraefeitos de rastreamento, quando solicitado.

    Diretrizes relacionadas com a suplementao alimentar

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  • SuplementaoalimentarSuplementaoalimentar

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    Estocar os suplementos em locais protegidos de umidade, roedores, animais domsticos e eventuaiscontaminantes.

    Verificar o estado de conservao da rao antes de fornecer aos animais, observando alteraes comomudana de cor, odor, esfacelamento, grumos, compactao e mofo.

    Manter reservas de suplemento volumoso (capineira, silagem, feno, pasto diferido, cana e outros) paraatender possveis dficits nutricionais em perodos crticos do ano.

    Disponibilizar, durante todo o ano, gua limpa e vontade para o rebanho.

    Disponibilizar, durante todo o ano, pastagem, suplementos minerais, energticos e proticos emquantidade e qualidade suficientes para otimizar o desempenho produtivo do rebanho.

    Proporcionar, a cada animal, espao de cocho adequado forma de suplementao utilizada.

    Procurar a orientao de um tcnico especializado para formular a suplementao apropriada eeconomicamente vivel.

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  • BOVINOS DE CORTE

    Identificaoanimalerastreamento

    Trata das formas de identificao individual e o registro de ocorrncias que contribuem, de maneirasignificativa, na avaliao do desempenho individual e do rebanho e no rastreamento das informaesobtidas ao longo da vida do animal.

    A identificao individual e o registro de todas as ocorrncias e das prticas de manejoutilizadas, durante a vida do animal, so procedimentos essenciais para possibilitar a avaliao dodesempenho do rebanho, bem como na tomada de decises administrativas. Outro aspecto de extremarelevncia a associao desses procedimentos com a adoo de normas e procedimentos em BoasPrticas Agropecurias, de forma a garantir ao mercado consumidor a oferta de alimentos livres deresduos e contaminantes de qualquer natureza, que possam comprometer a sade do consumidor.

    Proceder a identificao de todos os animais ao nascimento.

    Utilizar um sistema de identificao que garanta a verificao e a comprovao, ao longo do tempo, doconjunto de informaes numricas e descritivas, relacionadas com o histrico do animal ou do grupo deanimais manejados.

    Utilizar formas de identificao que garantam a individualidade, a fixao no animal de forma permanentee inviolvel. Os tipos usuais de identificao so os brincos auriculares, tatuagem na orelha, marca a ferroquente e identificadores eletrnicos.

    Utilizar marca a fogo apenas nos locais permitidos pela legislao em vigor, (Lei n 4.714, de 29 de junhode 1965), ou seja:

    Na necessidade de atender mercados especficos, observar as normas do sistema de identificao,rastreamento e certificao estabelecidas pelo Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento.

    Importncia -

    Diretrizes relacionadas com a identificao animal

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    - O gado bovino s poder ser marcado a ferro candente na cara, no pescoo e nas regies situadasabaixo de uma linha imaginria, ligando as articulaes fmuro-rtulo-tibial e hmero-rdio-cubital, desorte a preservar de defeitos a parte do couro de maior utilidade, denominada grupon.

    - proibido o uso de marca cujo tamanho no possa caber em crculo de onze centmetros de dimetros(0,11 m).

    - proibido o emprego de marca de fogo, por parte dos estabelecimentos de abate de gado bovino, paraidentificao de couros.

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  • IdentificaoanimalerastreamentoIdentificaoanimalerastreamento

    Diretrizes relacionadas com o rastreamento

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    Manter atualizado o registro individual de ocorrncias de todos os animais, tais como: nascimentos,mortes, controles sanitrio e reprodutivo, desempenhos produtivo e reprodutivo e suplementosenergticos, proticos e minerais utilizados, entre outros.

    Manter atualizados os arquivos e as fichas de controle sanitrio preventivo ou curativo, sejam elesindividuais ou por lote, anotando-se a data de ocorrncia, nmero da partida e do lote do medicamentoutilizado, laboratrio e data de validade do produto.

    Exigir a Guia de Trnsito Animal (GTA) no ingresso de animais na propriedade e emitir a mesma para asada de animais. Observar a quarentena quando da aquisio de animais.

    Disponibilizar as fichas e arquivos de controle sanitrio aos fiscais do servio de inspeo sanitria oficiale aos auditores do sistema de rastreamento ligados ao Ministrio da Agricultura, Pecuria eAbastecimento, responsvel pelo Sistema Brasileiro de Identificao e Certificao.

    Comunicar certificadora responsvel todas as movimentaes (transferncias entre propriedades,venda para terceiros, venda para frigorficos e compras), sendo necessrio o nmero individual dosanimais e cpia das GTAs.

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  • BOVINOS DE CORTE

    Controlesanitrio

    Trata das medidas preventivas e curativas de controle sanitrio recomendadas para o bom desempenho dorebanho, assegurando a produo de alimento saudvel.

    Importncia do controle sanitrio - A ocorrncia de doenas e de parasitas, quando no controlados,prejudica o desempenho do rebanho. Alm disso, comprometem tambm a qualidade da carne e do couroproduzidos, dificultando a comercializao e favorecendo a criao de barreiras sanitrias pelos mercadosconsumidores.

    Adotar medidas preventivas de controle das enfermidades, estabelecendo, com orientao de ummdico-veterinrio, um calendrio anual de controle sanitrio e reprodutivo, de acordo com os programasoficiais.

    Cumprir o calendrio de imunizao preventiva e obrigatria do rebanho contra a febre aftosa, brucelosee raiva. Consultar o rgo ou Instituto Estadual de Defesa Sanitria Animal com referncia s possveismudanas nas pocas de vacinao e municpios nos quais a vacinao contra a raiva obrigatria.

    Atender as instrues do Programa Nacional de Controle e Erradicao da Brucelose e Tuberculose(PNCEBT), que visam a proteger a sade pblica e promover a erradicao dessas enfermidades, taiscomo:

    Comprovar no rgo ou Instituto Estadual de Defesa Sanitria Animal a vacinao contra a brucelose.Ela necessria para a emisso da GTA de trnsito de bovinos ou bubalinos, qualquer que seja afinalidade.

    Diretrizes relacionadas com o controle sanitrio

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    Promover treinamento dos responsveis pelo manejo sanitrio, para que estejam capacitados areconhecer as principais doenas que afetam os bovinos, manipular e aplicar corretamente vacinas emedicamentos.

    Em caso de suspeita de doenas transmissveis, deve-se isolar o animal e contatar um mdicoveterinrio.

    Denunciar ao rgo de vigilncia sanitria, qualquer suspeita de doena de comunicao obrigatria(doenas vesiculares e sndromes nervosas), de acordo com a legislao vigente.

    - Efetuar a marcao obrigatria das fmeas, aps a vacinao contra a brucelose, com ferro candente,no lado esquerdo da cara, com um "V" acompanhado do algarismo final do ano de vacinao.

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    - Aderir, se possvel, ao programa para certificao de propriedades livres ou monitoradas parabrucelose e tuberculose.

    - Atender a legislao que controla o trnsito interestadual de animais destinados reproduo, bem

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  • como da participao de machos e fmeas em exposies, feiras, leiles e outras aglomeraes.

    - Nunca congelar as vacinas.

    - Esterilizar sempre seringas e agulhas em gua fervente, sem o uso de desinfetantes, pois seus resduospodem inativar a vacina.

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    - Aplicar as vacinas nas doses recomendadas.

    - No vacinar animais debilitados ou submetidos a atividades desgastantes, como longas caminhadasou viagens. Deve-se, portanto, aguardar que os animais descansem, ou se recuperem, antes de manej-los.

    - Conter os animais para a aplicao da vacina, diminuindo o risco de quebra de agulha, refluxo e perdade doses.

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    Manter atualizados os arquivos e as fichas de controle sanitrio preventivo e curativo, sejam elesindividuais ou por lote, anotando a data da ocorrncia, nmero de partida e lote do medicamento utilizado,laboratrio e data de validade.

    Disponibilizar as fichas e arquivos de controle sanitrio aos fiscais do servio de inspeo sanitria oficiale aos auditores do sistema de rastreamento e certificao ligados ao Ministrio da Agricultura, Pecuria eAbastecimento, se for o caso.

    Utilizar apenas vacinas e medicamentos aprovados pelo Ministrio da Agricultura, Pecuria eAbastecimento.

    Observar as recomendaes tcnicas para aplicao, conservao e armazenamento de vacinas emedicamentos.

    Eliminar animais mortos, mediante a queima total da carcaa em local apropriado, para evitar acontaminao das pastagens e do lenol fretico.

    Vacinar sempre na tbua do pescoo. A aplicao em locais inadequados pode provocar leses, quebrano rendimento da carcaa e depreciao do seu valor comercial, quando localizada nas regies nobres.Outros cuidados a serem observados:

    Nunca utilizar agulhas tortas, enferrujadas e com pontas rombudas.

    Os bovinos e os bubalinos devem ser vacinados nos prazos das campanhas determinadas por Estado e ascomprovaes dos fatos devem ser entregues aos rgos de vigilncia sanitria.

    Outras medidas preventivas de controle sanitrio

    Febre aftosa

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    ControlesanitrioControlesanitrio

  • Controlesanitrio

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    A no participao nas campanhas ser de responsabilidade do produtor, que dever responder por isso.

    Todo trnsito de animais suscetveis febre aftosa, seus produtos e subprodutos entre Estados, alm daexigncia da Guia de Trnsito Animal, deve tambm atender as normas estabelecidas pelo Ministrio daAgricultura, Pecuria e Abastecimento (ver anexo 3).

    O controle realizado com a vacinao de 100% dos animais e com o combate aos morcegoshematfagos nas regies onde a doena ocorra com freqncia conhecida.

    A revacinao deve ser feita a cada 12 meses.

    O proprietrio dever notificar de imediato, aos rgos de vigilncia sanitria animal, a ocorrncia oususpeita de casos de raiva, assim como a presena de animais atacados por morcegos hematfagos ou aexistncia de abrigos de tal espcie. Os rgos de vigilncia sanitria adotaro as medidas cabveis.

    A vacinao dos bovinos deve ser associada imunizao dos demais animais existentes na propriedade,tais como ces, gatos, eqdeos, sunos, caprinos e ovinos.

    As fmeas devero ser controladas conforme determina o Programa Nacional de Controle e Erradicaoda Brucelose e Tuberculose.

    Os mdicos-veterinrios devero estar habilitados e credenciados pelo Ministrio da Agricultura,Pecuria e Abastecimento para colheita de amostras de sangue, realizao dos exames e emisso doslaudos sanitrios dos animais testados.

    As fmeas bovinas e bubalinas devem ser vacinadas entre trs e oito meses de idade, com amostra B19de . A vacinao deve ser feita sob a superviso de um mdico veterinrio capacitado, deacordo com a legislao vigente.

    obrigatria a comprovao da vacinao das bezerras no rgo de vigilncia sanitria.

    O controle da brucelose importante tanto do ponto de vista econmico, pela reduo das perdas deanimais durante o perodo de gestao, como tambm quanto ao aspecto de sade pblica, uma vez queessa doena pode ser transmitida ao homem.

    Deve-se ter cuidado ao manipular a vacina, pois ela pode contaminar o homem.

    Raiva

    Brucelose

    Tuberculose

    Brucella abortus

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  • Controlesanitrio

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    Os animais devero ser controlados conforme determina o Programa Nacional de Controle e Erradicaoda Brucelose e Tuberculose.

    Os mdicos-veterinrios devero estar credenciados pelo Ministrio da Agricultura, Pecuria eAbastecimento para execuo dos testes de tuberculina e emisso dos laudos sanitrios dos animaistestados.

    O controle e a posterior erradicao da tuberculose baseiam-se, principalmente, na realizao peridicada prova de tuberculina e abate dos animais que reagirem positivamente.

    Nas regies de alta ocorrncia, vacinar os animais a partir dos quatro meses de idade e repetir avacinao 30 a 40 dias aps a primeira aplicao. A revacinao deve ser anual.

    A vacina apresenta um perodo negativo de aproximadamente 18 dias, no qual os animais podem estarsusceptveis a doena. Durante esse perodo os animais no devem ser colocados em pastagenscontaminadas.

    Proceder correta suplementao mineral, especialmente de fsforo, para reduzir a osteofagia (ingestode ossos) e, conseqentemente, a ingesto de esporos causadores do botulismo.

    A eliminao de carcaas no campo uma medida importante. As carcaas devem ser queimadascompletamente. No se recomenda que elas sejam enterradas, pois existe o risco de formao de poasd'gua contaminadas. Alm disso, animais silvestres podem desenterrar as carcaas.

    Como profilaxia (medida preventiva), devem-se vacinar os bezerros anualmente, a partir da faixa etriade trs a seis meses de idade. A primeira vacina deve ter um reforo aps 45 dias.

    A vacinao eficaz no controle da infeco. Na primovacinao (primeira vacina) devem seradministradas duas doses, com intervalo de trs a cinco semanas. Posteriormente, revacina-seanualmente antes da estao de monta ou entre esta e o quarto ms de prenhez.

    O controle de roedores nos depsitos de alimentos de extrema importncia para o controle dessaenfermidade.

    Evitar o uso de audes, pois a gua parada pode ser fonte de contaminao da leptospirose.

    Botulismo

    Carbnculo sintomtico

    Leptospirose

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    Controlesanitrio

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    Controlesanitrio

    Cisticercose bovina

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    Os bovinos de rebanhos com histrico de cisticercose devem receber o tratamento de acordo com asrecomendaes tcnicas.

    Combater o abate clandestino.

    Utilizar fossas higinicas e tratamento de esgoto, para evitar que fezes humanas contaminem guas epastagens, diminuindo assim o risco de incidncia da doena.

    Disponibilizar banheiros em pontos estratgicos na propriedade, para evitar a disseminao dos agentespatognicos.

  • Trata das principais prticas de manejo que visam a otimizar o desempenho reprodutivo e produtivo dorebanho de cria, de forma racional, econmica e sem promover a degradao ambiental.

    Importncia do controle reprodutivo - Para o criador, a explorao comercial do sistema de cria tem porobjetivo principal otimizar a produo de bezerros desmamados. Portanto, a viabilidade do sistema vaidepender da eficcia e eficincia com que so utilizados os meios disponveis para melhoria daprodutividade.

    Estabelecer um perodo de monta - O estabelecimento de um perodo de monta uma das decises maisimportantes do manejo reprodutivo e de maior impacto na fertilidade do rebanho. Alm de disciplinar asdemais atividades de manejo (controle sanitrio, alimentar, desmama, castrao e outras), ele permitetambm o ajuste do perodo de maior demanda nutricional (lactao) com o de maior oferta de alimentosde qualidade, resultando em lotes mais homogneos e de maior valor comercial. Considerar:

    As vacas devem ser identificadas e separadas em lotes por categoria: novilhas, vacas primparas evacas multparas. Desta forma, possvel adotar prticas de manejo diferenciado em funo dasnecessidades de cada categoria.

    Escolher sistema de acasalamento - importante capacitar as pessoas responsveis pelo manejoreprodutivo e adequar as instalaes de acordo com o sistema de acasalamento a ser utilizado, ou seja,monta natural, monta controlada ou inseminao artificial.

    Adequar a relao touro/vaca ao sistema de produo - A escolha inadequada dessa relao tem sriasimplicaes econmicas. Os principais fatores que podem influir nessa relao so: idade, capacidade demonta, estado sanitrio e nutricional dos touros, condio corporal das vacas, tamanho e topografia daspastagens.

    Efetuar o diagnstico de gestao e descartes - de grande importncia para a melhoria da eficinciareprodutiva, pois possibilita a identificao precoce e o descarte de fmeas que no ficaram prenhesdurante a estao de monta. Deve ser efetuado por um mdico-veterinrio experiente, podendo seriniciado a partir dos 45 dias aps o final da estao de monta.

    Realizar o exame androlgico dos touros - O impacto da fertilidade do touro no desempenho reprodutivo dorebanho muito maior que o da vaca. Touros de baixa fertilidade, por permanecerem longos tempos norebanho, causam grandes prejuzos na produtividade do sistema, quando no diagnosticados em tempo hbil.Esse exame deve ser realizado aproximadamente 60 dias antes da monta, descartando aqueles de baixafertilidade.

    Diretrizes relacionadas com o controle reprodutivo

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    - A durao do perodo de monta deve ser a mais curta possvel, ou seja, ao redor de trs meses,podendo comear ao redor de um ms aps o incio das chuvas.

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    BOVINOS DE CORTE

    Manejoreprodutivo

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  • Manejoreprodutivo

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    Adotar prticas de desmama - Alm da desmama tradicional, efetuada entre seis e oito meses de idade,existem outros mtodos de desmama que podem ser utilizados em situaes extremas (Ex.: escassez dealimentos), com a finalidade nica de garantir o desempenho reprodutivo das fmeas, sem prejudicar odesenvolvimento dos bezerros. Destas, pode-se destacar a desmama precoce ou antecipada, ainterrompida ou temporria e a amamentao controlada.

    Reduzir o estresse dos bezerros desmama - Para amenizar o estresse causado pela desmama,recomenda-se colocar algumas vacas no lote dos bezerros, as chamadas madrinhas , como tambmmant-los em pastagem de alto valor nutricional.

    Controlar as doenas da esfera reprodutiva - Doenas como brucelose, tricomonose, campilobacteriose,leptospirose, rinotraquete infecciosa (IBR) e diarria viral bovina (BVD) podem comprometer odesempenho reprodutivo do rebanho impedindo a fecundao, causando abortos ou produzindo bezerroscom peso inferior mdia. Portanto, com a orientao de um mdico-veterinrio experiente, deve-seelaborar um programa preventivo de controle sanitrio.

    Avaliar a condio corporal das vacas ao parto - Vacas com boa condio corporal ao parto retornam aocio mais cedo e apresentam maiores ndices de concepo. A avaliao da condio corporal das fmeasdurante o tero final de gestao, que coincide com o perodo da seca, uma ferramenta extremamentetil no manejo reprodutivo. Esse procedimento permite que correes no manejo alimentar possam serefetuadas a tempo, de modo a garantir uma boa condio corporal ao parto e elevados ndices deconcepo.

    Preparar novilhas para reposio - O manejo desses animais, da desmama ao incio da estao de monta, de extrema importncia na produtividade e lucratividade do rebanho de cria. Elas devem ser selecionadase manejadas para atingirem a maturidade sexual mais cedo, reduzindo-se a idade primeira cria eelevando-se a vida reprodutiva das fmeas. Recomenda-se que as novilhas estejam com peso em torno de65% do peso adulto no incio da estao de monta.

    Organizar manejo dos animais para reproduo - Fundamentado em estudos de comportamento social esexual possvel estabelecer algumas regras bsicas do manejo dos animais em perodo de acasalamento,tais como:

    Utilizar pasto-maternidade - Ao se aproximar poca de nascimentos, as vacas prenhes devem serseparadas das demais categorias animais e conduzidas a um pasto-maternidade. Esse pasto deve estar

    - No misturar fmeas de categorias diferentes, tanto na estao de reproduo como no perodo depario.

    - Formar lotes homogneos e com antecedncia, para diminuir o efeito da dominncia social sobre afertilidade.

    - recomendvel que os touros, colocados no mesmo lote, tenham idade e peso semelhantes. Almdisso, deve ser evitada a utilizao de touros aspados e no aspados no mesmo lote.

    Manejoreprodutivo

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  • ManejoreprodutivoManejoreprodutivo

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    localizado prximo sede para facilitar os atendimentos dirios, tais como: auxiliar no fornecimento decolostro, imediata cura do umbigo, pesagem, identificao, possvel ocorrncia de partos distcicos eproteo contra predadores.

    Efetuar a castrao dos machos - A castrao tem como objetivo principal, facilitar o manejo, j quetorna os animais mais dceis, permite a mistura de bois e vacas e elimina distrbios da conduta sexual.Outra vantagem observada que as carcaas dos animais castrados so de melhor aceitao no mercadodo que as dos inteiros. Observaes:

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    - A castrao no perodo seco do ano diminui a incidncia de miases.

    - Evitar a castrao no perodo da desmama, pois o nvel de estresse ao qual os animais so submetidosnessa fase alto.

  • BOVINOS DE CORTE

    ELEMENTOS de apoio para as boas prticas agrcolas e o sistema APPCC. 2. ed. Braslia, DF: EmbrapaInformao Tecnolgica, 2006. 204 p. (Srie Qualidade e Segurana dos Alimentos). Convnio PASCampo: SENAI, SEBRAE, EMBRAPA.

    EUCLIDES FILHO, K.; EUCLIDES, V. P. B.; CORRA, E. S.Campo Grande, MS: Embrapa Gado de Corte, 2002. 25p. (Embrapa Gado de Corte. Documentos, 129).

    VALLE, E. R. do; ANDREOTTI R.; THIAGO L. R. L. de S.Campo Grande, MS: Embrapa Gado de Corte, 2000. 61p. (Embrapa Gado de Corte. Documentos,

    93).

    EUREPGAP.Verso 2.0. [S.l.]: Planejar Brasil, [2005]. 1 CD-ROM.

    Boas prticas na produo de bovinos de corte.

    Tcnicas de manejo reprodutivo em bovinos decorte.

    Regulamento geral Eurepgap - IFA, pontos de controle e critrios de cumprimento Eurepgap -IFA, check list Eurepgap - IFA.

    BOVINOS DE CORTE

    FONTESCONSULTADAS

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  • Exemplo de clculo do GUT e GEE para o Estado de Mato Grosso do Sul

    OBS.: Para os demais Estados consultar o Sistema Nacional de Cadastro Rural do Incra( ) para obter a classificao das zonas pecurias (ZP) por microrregio e municpio deseu Estado.

    Tanto para clculo do GUT como para o clculo do GEE necessrio o conhecimento total da parteambiental da propriedade, isto , saber a rea de Reserva Legal, de Preservao Permanente, de InteresseEcolgico, rea em reforma (devidamente comprovada com a Anotao de Responsabilidade Tcnica -ART, projeto tcnico na fase de execuo fsica, notas fiscais de sementes, adubos, insumos e outros eautorizao para reforma), rea com benfeitorias, de forma a possibilitar o clculo da rea aproveitvel dapropriedade (rea Total - rea no Aproveitvel).

    De posse da rea Aproveitvel e da rea Utilizada (rea com pastagens naturais e artificiais e comagricultura), o GUT pode ser calculado, aplicando-se a seguinte frmula:

    = x 100

    O clculo do GEE efetuado a partir dos dados constantes na Ficha Sanitria do rgo estadual de defesasanitria (base de clculo utilizada pelo Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria - Incra),compem-se os estoques mensais de bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e eqinos, conformeclassificao demonstrada no Quadro 1.

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    Grau de Utilizao da Terra (GUT)

    GUT

    Obs.: Para cumprir a funo social, a propriedade tem que ter o GUT igual ou superior a 80%.

    Grau de Eficincia de Explorao, setor pecurio (GEE)

    Quadro 1. Classificao das categorias animais por faixa de idade e espcie.

    www.incra.gov.br

    BOVINOS DE CORTE

    ANEXO1

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    At1anoBovinosmachosefmeas

    De1a2anosBovinosmachosefmeas

    De2a3anosBovinosmachosefmeas

    Maisde3anosBovinosmachosefmeas

    At2anosNovilhos(as)precoces

    Maisde2anosNovilhos(as)precoces

    TodosBubalinos

    TodosOvinosecaprinos

    TodosEqinos,asininosemuares

    reautilizada

    reaaproveitvel

  • De posse desses dados, calculam-se as mdias mensais de cada categoria, que seria a somatria dosestoques mensais at o ms calculado, dividido pelo nmero de meses ocorridos at ento (o perodocompreendido para anlise dos ltimos 12 meses). Por exemplo, para um perodo analisado de janeiro adezembro, a mdia de maro seria a somatria dos estoques de janeiro a maro dividido por 3 e assimtodos os meses. O clculo do GEE referente aos 12 meses anteriores data em que est sendo realizadoo clculo.

    De posse dessas mdias mensais, o prximo passo multiplic-las pelos ndices constantes no Quadro 2,para a obteno das mdias em Unidades Animais (UA) de cada categoria, conforme Instruo NormativaIncra n 11, de 4 de abril de 2004.o

    Quadro 2. ndices de converso conforme categoria animal e faixa de idade, para Mato Grosso do Sul.

    At1anoBovinosmachosefmeas

    De1a2anosBovinosmachosefmeas

    De2a3anosBovinosmachosefmeas

    Maisde3anosBovinosmachosefmeas

    At2anosNovilhos(as)precoces

    Maisde2anosNovilhos(as)precoces

    TodosBubalinos

    TodosOvinosecaprinos

    TodosEqinos,asininosemuares

    IdadeCategoriandicedeconverso

    Planalto Pantanal

    0,31 0,26

    BOVINOS DE CORTE

    ANEXO1

    56

    UA= unidade animal, aproximadamente 450 kg de peso vivo.

    A mdia mensal total de UA corresponde soma das Unidades Animais de todas as categorias. Paraclculo mensal do GEE em pecuria, divide-se o total de UA do ms pelo ndice de lotao pecuria dapropriedade e, depois, pela rea ocupada com pecuria (pastagens, reas aproveitveis e no utilizadas).Verificar a Zona de Pecuria por municpio do seu Estado. Para exemplificar, no soapresentados os ndices de lotao para as cinco zonas pecurias do Estado de Mato Grosso do Sul(ndices Bsicos do Sistema Nacional de Cadastro Rural, Incra).

    Quadro 3

    0,50 0,42

    0,75 0,63

    1,00 0,83

    0,87 0,72

    1,00 0,83

    1,25 1,05

    0,25 0,19

    1,00 0,83

  • 57

    Quadro 3. ndices de lotao (em UA) para Mato Grosso do Sul, de acordo com a zona pecuria (ZP) naqual se localiza a propriedade.

    NotememMatoGrossodoSul1

    NovaAndradina,DouradoseIguatemi2

    AltoTaquari,CampoGrande,Cassilndia,BodoquenaeOutros3

    NotememMatoGrossodoSul4

    BaixoPantanal,AquidauanaeMiranda5

    RegioZP UnidadeAnimal

    1,20

    0,80

    0,46

    0,23

    0,13

    !

    !

    = x 100

    Grau de Eficincia de Explorao (GEE), setor agrcola

    Grau de Eficincia Total (GEE total)

    Obs.: Para cumprir a funo social, a propriedade tem que possuir um GEE total igual ou superior a 100%.

    Para clculo do GEE do setor agrcola, divide-se a quantidade colhida (comprovada por notas fiscais e/oucomprovantes de depsito em armazns oficiais) pelo ndice de produtividade da regio, obtendo-se a reaequivalente em agricultura que, dividida pela rea cultivada, resulta no GEE do setor agrcola, conformeInstruo Normativa do Incra n 11/2004.

    Para o clculo do GEE total, divide-se a mdia de UA dos 12 meses pelo ndice de lotao, resultando narea equivalente em pecuria; soma-se a rea equivalente em agricultura (explicado no item anterior),obtendo-se a rea equivalente explorada na propriedade; esta dividida pela rea aproveitvel resulta noGEE.

    o

    GEE (reaequivalenteempecuria+reaequivalenteemagricultura)reaaproveitvel

    BOVINOS DE CORTE

    ANEXO1

  • BOVINOS DE CORTE

    ANEXO2

    59

    Leis ambientais mais importantes relacionadas produo agropecuria

    !

    !

    !

    !

    !

    !

    !

    Lei dos Agrotxicos - Lei N 7.802, de 11 de julho de 1989:

    Engenharia Gentica - Lei N 8.974, de 5 de janeiro de 1995:

    Lei de Proteo a Fauna - Lei N 5.197 de 3 de janeiro de 1967:

    Poltica Agrcola - Lei N 8.171 de 17 de janeiro de 1991:

    Recursos Hdricos - Lei N 9.433 de 8 de janeiro de 1997:

    Cdigo Florestal - Lei N 4.771 de 15 de setembro de 1965 e MP 2.166-67 de 24 de agosto de 2001:

    Poltica Nacional do Meio Ambiente - Lei N 6.938, de 17 de janeiro de 1981:

    o Regulamenta desde a pesquisa e fabricaodos agrotxicos at sua comercializao, aplicao, controle, fiscalizao e tambm o destino daembalagem.

    Regulamentada pelo Decreto 1752, de20/12/1995, a lei estabelece normas para aplicao da engenharia gentica, desde o cultivo, manipulaoe transporte de organismos geneticamente modificados (OGM), at sua comercializao, consumo eliberao no meio ambiente.

    Classifica como crime o uso, perseguio,apanha de animais silvestres, a caa profissional, o comrcio de espcimes da fauna silvestre e produtosque derivaram de sua caa, alm de proibir a introduo de espcie extica (importada) e a caaamadorstica sem autorizao do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenovveis).

    Esta lei, que dispe sobre Poltica Agrcola,coloca a proteo do meio ambiente entre seus objetivos e como um de seus instrumentos.

    A lei que institui a Poltica Nacional de RecursosHdricos e cria o Sistema Nacional de Recursos Hdricos define a gua como recurso natural limitadodotado de valor econmico, que pode ter usos mltiplos (por exemplo: consumo humano, produo deenergia, transporte aquavirio, lanamento de esgotos).

    Regulamenta as aes relacionadas com a flora nativa, principalmente as atividades de manejo,explorao, comercializao dos recursos dela provenientes. O Cdigo Florestal tambm limita o uso dealgumas partes da propriedade: como as reas de preservao permanente e a reserva legal (alguns artigosque tratam de reserva legal foram alterados pela Medida Provisria 2.166-67 / 2001 - o produtor deve ficaratento).

    A mais importante leiambiental. Define que o poluidor obrigado a indenizar danos ambientais que causar, independentementede culpa.

    o

    o

    o

    o

    o

    o

  • BOVINOS DE CORTE

    ANEXO3

    61

    Normas para t