76
1 Antes do registro do candidato 2 Registro do candidato 3 Arrecadação e gasto de recursos 4 Campanha 5 Eleição 6 Prestação de contas

Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

  • Upload
    cepam

  • View
    219

  • Download
    1

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Para auxiliar os candidatos e todos aqueles que estejam envolvidos, direta ou indiretamente, com o processo eleitoral, o Cepam elaborou este manual, que contém informações indispensáveis para uma correta atuação nesse processo. O estudo está dividido em etapas: antes do registro do candidato; registro do candidato; arrecadação e gasto de recursos; a campanha; a eleição; e a prestação de contas. Também foram inseridos mais dois temas: representações e recursos judiciais; e garantias eleitorais. Para facilitar a consulta, os trechos mais importantes do texto estão com realce.

Citation preview

Page 1: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

1 Antes do registro do candidato

2 Registro do candidato

3 Arrecadação e gasto de recursos

4 Campanha

5 Eleição

6 Prestação de contas

Page 2: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

Governo do Estado de São PauloGeraldo Alckmin

Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento RegionalJulio Semeghini

Fundação Prefeito Faria Lima – CepamLobbe Neto

Produção Editorial Coordenação | Adriana Caldas, MTB 23.878

Editoração de Texto e Revisão | Eva Célia Barbosa, Márcia Labres e Silvia Galles

Direção de Arte | Michelle Nascimento

Chefia de Arte | Carlos Papai

Assistência de Arte | Janaína Alves Cruz da Silva

Estagiária | Amanda Dourado Bueno

Ilustração | Monstro

CTP, Impressão e Acabamento | Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Tiragem | 3.500 exemplares

Page 3: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

2ª edição

revista e atualizada

São Paulo, 2012

Apoio Realização

Page 4: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

© Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal

1ª edição: 2008 – 3 mil exemplares

Título: Manual das Eleições Municipais 2008

Texto: José Carlos Macruz, Laís de Almeida Mourão, Luciana Temer

Castelo Branco e Mariana Moreira

Atualização: José Carlos Macruz – advogado, mestre em Direito de

Estado, presidente da Comissão Eleitoral e de Estudos sobre Direito

Eleitoral da subseção Pinheiros-OAB/SP, coordenador de Assistência

Jurídica do Cepam

Pesquisa: Andressa Lin Fidelis, Danilo Romera Luqueze, Eduardo Imada

Bracco, Luisa Marcuso e Marina Cardoso de Freitas (estagiários)

Colaboração: Ligia Marques Simões

Page 5: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

APRESEnTAçãO

As eleições municipais aproximam-se e os candidatos a prefeito, vice-prefeito

e vereador, precisam estar atentos às regras do processo eleitoral, que é regido pela

Constituição Federal de 1988 e pela Lei 9.504/1997, com suas alterações posteriores, que

definem o comportamento de todos aqueles que pretendam concorrer a mandatos no

Executivo e no Legislativo.

É fundamental que os candidatos conheçam a legislação eleitoral, acompanhem as

decisões judiciais e, em especial, as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que

interpretam a lei e direcionam o processo eleitoral.

As eleições municipais são realizadas no primeiro domingo de outubro e, nos

municípios com mais de 200 mil eleitores, nos quais nenhum candidato tenha alcançado

a maioria absoluta dos votos, haverá segundo turno de votação, no último domingo do

mesmo mês.

Para auxiliar os candidatos e todos aqueles que estejam envolvidos, direta ou

indiretamente, com o processo eleitoral, o Cepam elaborou este manual, que contém

informações indispensáveis para uma correta atuação nesse processo.

O estudo está dividido em etapas: antes do registro do candidato; registro do

candidato; arrecadação e gasto de recursos; a campanha; a eleição; e a prestação de

contas. Também foram inseridos mais dois temas: representações e recursos judiciais; e

garantias eleitorais. Para facilitar a consulta, os trechos mais importantes do texto estão

com realce.

O trabalho é dirigido a quem quer ter acesso a informações básicas. A legislação e as

resoluções pertinentes encontram-se no CD-ROM anexo ao manual.

Esperamos que esta publicação seja útil para aqueles que se valem da política como

instrumento fortalecedor da cidadania.

Centro de Estudos e Pesquisas de

Administração Municipal (Cepam)

Page 6: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo
Page 7: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

SuMáRIO

APRESENTAÇÃO

ETAPA – Antes do Registro do Candidato

COnDIçÕES DE ELEGIBILIDADE 9 |

9 | Nacionalidade Brasileira

9 | Pleno Gozo dos Direitos Políticos

10 | Alistamento Eleitoral

10 | Domicílio Eleitoral

10 | Filiação Partidária

10 | Idade Mínima

AS InELEGIBILIDADES COnSTITuCIOnAIS 11 |

11 | Os Inalistáveis e os Analfabetos

11 | Os Prefeitos que Desejam Concorrer a Outro Cargo

12 | O Cônjuge e Parentes Consanguíneos ou Afins

AS InELEGIBILIDADES LEGAIS 13 |

13 | Decorrente de Perda do Mandato Legislativo

13 | Decorrente de Perda do Mandato Executivo

14 | Decorrente de Representação Julgada Procedente pela Justiça Eleitoral

14 | Decorrente de Condenação Criminal

14 | Dos Declarados Indignos do Oficialato ou com Ele Incompatíveis

15 | Decorrente de Rejeição de Contas

16 | Dos Detentores de Cargo na Administração Pública que Praticaram Abuso de Poder

16 | Dos Diretores, Administradores ou Representantes de Estabelecimentos de Crédito,

Financiamento ou Seguro Objeto de Liquidação

16 | Corrupção Eleitoral, Captação de Sufrágio, Arrecadação e Gastos Ilícitos de Campanha e

Condutas Vedadas aos Agentes Públicos

17 | Renúncia de Mandatos Executivo e Legislativo

17 | Prática de Improbidade Administrativa

17 | Exclusão do Exercício Profissional

17 | Desfazimento Simulado de Vínculo Conjugal ou União Estável

17 | Demissão do Serviço Público

18 | Doação Ilegal por Pessoa Física ou Jurídica

18 | Aposentadoria ou Perda de Cargo de Magistrado e Membro do Ministério Público

PRAzOS PARA DESInCOMPATIBILIzAçãO 18 |

18 | Ocupantes de Cargos Nomeados pelo Presidente da República

19 | Ocupantes de Cargos com Competência Fiscal

19 | Diretores, Administradores ou Representantes de Entidades de Classe

20 | Presidente, Diretor ou Superintendente de Sociedade Financeira ou Empresa que Goze de

Vantagem Assegurada pelo Poder Público

20 | Diretor, Administrador ou Representante de Empresa Contratada pelo Poder Público

21 | Agentes Públicos

1a

Page 8: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

COLIGAçÕES E ESCOLHA DOS CAnDIDATOS PELOS PARTIDOS 23 |

24 | Coligações

25 | Prazo para Escolha de Candidatos

25 | Candidatos à Reeleição

25 | Prazo para Filiação Partidária e Estabelecimento de Domicílio Eleitoral na Circunscrição do Município

ETAPA – Registro do Candidato

27 | Número de Candidatos por Partido ou Coligação

27 | Preenchimento das Vagas Remanescentes

27 | Reserva de Vagas para Candidaturas de Homens e Mulheres

28 | Prazo e Documentos para Registro dos Candidatos na Justiça Eleitoral

28 | Candidatos que Tiveram Rejeitadas as Contas Referentes ao Exercício de Cargos ou Funções

29 | O Nome no Registro Eleitoral

29 | Substituição de Candidatos

30 | Cancelamento do Registro

ETAPA – Arrecadação e Gasto de Recursos 31 |

31 | Comitês Financeiros

32 | Administração Financeira da Campanha

33 | Doações e Contribuições para a Campanha Eleitoral

34 | Gastos Eleitorais

36 | Captação Ilegal de Sufrágio

ETAPA – A Campanha 37 |

37 | Propaganda Eleitoral Antecipada

37 | Propaganda Eleitoral no Rádio e na Televisão

38 | Horários da Propaganda Eleitoral Gratuita

38 | Municípios nos Quais Não Há Emissoras de Televisão

38 | No Caso de Segundo Turno

38 | Proibição de Propaganda Eleitoral Paga

39 | Vedações às Emissoras de Rádio e de Tevê em Sua Programação Normal

39 | Debates

PROPAGAnDA ELEITORAL nA InTERnET 40 |

40 | Vedação de Anonimato na Propaganda Eleitoral na Internet

41 | Vedação de Uso, Cessão ou Doação de Cadastro Eletrônico

41 | Não Cessação de Divulgação da Propaganda Eleitoral por Provedor de Conteúdo e de Serviços Multimídia

42 | Propaganda Eleitoral por Meio de Mensagens Eletrônicas

42 | Propaganda Eleitoral na Internet Atribuindo Autoria a Terceiro

OuTROS TIPOS DE PROPAGAnDA ELEITORAL 42 |

42 | Propaganda Eleitoral Permitida

44 | Propaganda Eleitoral Proibida

2a

3a

4a

Page 9: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

PESquISAS ELEITORAIS 46 |

RESTRIçÕES ESPECÍFICAS AOS AGEnTES PÚBLICOS 47 |

48 | Uso de Bens Públicos

48 | Uso de Materiais e Serviços Pagos com Dinheiro Público

49 | Cessão de Servidor

49 | Distribuição Gratuita de Bens, Valores ou Benefícios

50 | Uso Promocional de Ação Social

50 | Alteração da Condição do Servidor

52 | Transferência de Recursos

53 | Despesas com Publicidade

53 | Propaganda Institucional

54 | Pronunciamento em Cadeia de Rádio e Televisão

54 | Revisão de Remuneração dos Servidores

54 | Contratação de Shows

55 | Participação em Inaugurações de Obras Públicas

ETAPA – A Eleição 57 |

FISCALIzAçãO 57 |

58 | Fiscalização Perante as Mesas Receptoras

59 | Fiscalização Perante as Juntas Eleitorais

60 | Apuração da Votação por meio de Cédulas

O SISTEMA ELEITORAL PROPORCIOnAL 61 |

61 | Determinação dos Eleitos no Sistema Proporcional

62 | Falta de Quociente Eleitoral

ETAPA – A Prestação de Contas 63 |

63 | Prestação de Contas pela Internet

64 | Procedimento para Prestação de Contas

65 | Sobra de Recursos

REPRESENTAÇÕES E RECURSOS JUDICIAIS

67 | Representações Eleitorais

67 | Processamento das Representações

68 | Representações Específicas

68 | Direito de Resposta

70 | Recurso para o Tribunal Regional Eleitoral

71 | Recurso para o Tribunal Superior Eleitoral

GARANTIAS ELEITORAIS 72 |

5a

6a

Page 10: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo
Page 11: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

ETAPAAntes do Registro do Candidato

1a

CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE

Todos aqueles que pretendem concorrer para um mandato eletivo de prefeito, vice-

prefeito, ou vereador, nas eleições de 2012 devem atender a uma série de condições de

elegibilidade que a CF estabelece, enumeradas no § 3º do artigo 14, a saber:

Nacionalidade Brasileira

Pode concorrer ao mandato de prefeito, vice-prefeito, e vereador, o brasileiro nato e o

naturalizado. São brasileiros natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde

que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer

deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a

residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela naciona-

lidade brasileira.

São brasileiros naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas, aos originários de paí-

ses de língua portuguesa, apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Bra-

sil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a

nacionalidade brasileira;

c) aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em fa-

vor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos de

brasileiro nato.

Pleno Gozo dos Direitos Políticos

Consiste no direito de votar e ser votado. O analfabeto, embora possa se alistar como

eleitor, não cumpre com essa condição, pois pode votar, mas não pode ser votado, logo, não

pode ser candidato. Existem situações em que os direitos políticos podem ser perdidos ou

suspensos, e que afastam a possibilidade de o cidadão poder concorrer.

A hipótese de perda dos direitos políticos é a perda da nacionalidade brasileira. As hipó-

teses de suspensão dos direitos políticos são: a condenação criminal transitada em julgado,

Page 12: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

10 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

enquanto durarem os seus efeitos; a incapacidade civil absoluta (Código Civil, art. 3º); a

recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa (Lei 8.239/1991) e a

condenação por improbidade administrativa (Lei 8.429/1992).

Alistamento Eleitoral

É o ato de o cidadão alistar-se como eleitor, a permitir-lhe votar nas eleições. Ele é obriga-

tório aos brasileiros natos ou naturalizados maiores de 18 e menores de 70 anos e facultativo

aos analfabetos, aos maiores de 70 anos e aos maiores de 16 e menores de 18 anos de idade.

O alistamento é proibido aos estrangeiros e aos conscritos.

Domicílio Eleitoral

Aquele que pretende se candidatar deve ter domicílio eleitoral na circunscrição em que

concorrerá até um ano antes das eleições 7 de outubro de 2011 . Domicílio eleitoral é o

lugar em que a pessoa mantém vínculos políticos, sociais e econômicos e não se confunde,

necessariamente, com o domicílio civil. O fato de o eleitor morar em determinado municí-

pio não constitui impedimento para que se candidate em outra localidade onde mantém

aqueles vínculos.

Filiação Partidária

Quem deseja se candidatar a qualquer cargo eletivo deve estar filiado a algum partido

político até um ano antes da data fixada para as eleições 7 de outubro de 2011 , uma vez

que não existe no ordenamento jurídico brasileiro a possibilidade de candidatura avulsa, ou

seja, candidatura de cidadão que não esteja vinculado a uma agremiação partidária.

O partido pode estabelecer um prazo de filiação superior àquele previsto em lei

Lei 9.096/1995 , porém, este não pode ser fixado ou alterado no ano de realização das

eleições. Aquele que era filiado a um partido e mudou para outro deverá comunicar à dire-

ção municipal do partido do qual se desfiliou e ao juiz da respectiva zona eleitoral, para que

seja cancelada a sua filiação anterior. Se não o fizer no dia imediato ao da nova filiação, ficará

configurada dupla filiação, e ambas consideradas nulas para todos os efeitos. O vínculo com

o partido antigo se extingue decorridos dois dias da data de entrega da comunicação.

Idade mínima

Para concorrer ao mandato de prefeito e vice-prefeito, exige-se ter, no mínimo, 21 anos

Page 13: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

11MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

de idade, e para concorrer ao mandato de vereador, requer-se ter, no mínimo, 18 anos de

idade. A idade mínima será verificada na data da posse no cargo eletivo e não na data do

pedido de registro.

AS INELEGIBILIDADES CONSTITUCIONAIS CF, art. 14, §§ 4º a 7º

A CF estabelece, além das condições de elegibilidade, hipóteses nas quais os cidadãos

ficam impedidos de concorrer a cargos eletivos, além de permitir que a lei complementar

crie outras hipóteses.

Essas normas objetivam proteger a normalidade e a legitimidade do pleito, impedindo

a influência do poder econômico e o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na

Administração Pública.

As inelegibilidades podem ser classificadas como absolutas ou relativas. As primeiras são

insanáveis, isto é, não há como superá-las; já as segundas são assim denominadas porque

permitem a superação de obstáculos, a exemplo do servidor/candidato que se afasta de seu

cargo para poder concorrer ao pleito.

Os casos de inelegibilidade constitucional são definidos a seguir.

Os Inalistáveis e os Analfabetos

São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. São inalistáveis os estrangeiros, porque a

nacionalidade brasileira é condição de elegibilidade, e os conscritos durante o período do

serviço militar obrigatório.

O alistamento, que assegura o exercício da cidadania ativa (poder votar) e passiva (poder

ser candidato), é autorizado somente aos brasileiros natos e naturalizados fora do período

de serviço militar obrigatório.

Já os analfabetos podem participar parcialmente do processo eleitoral: embora sejam

alistáveis (podem votar), não são elegíveis (não podem ser candidatos).

Os Prefeitos que Desejam Concorrer a Outro Cargo

De acordo com a CF, os prefeitos que quiserem concorrer a outro cargo (por exemplo,

o de vereador) deverão renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

Aqueles que estão se candidatando à reeleição, podem permanecer no desempenho de seu

mandato, sem obrigação de renunciar.

Page 14: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

12 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

O Cônjuge e Parentes Consanguíneos ou Afins

São inelegíveis o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou

por adoção, do prefeito ou de quem o haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao

pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

O objetivo dessa regra é vedar a permanência de uma só família no poder. Para elucidar

melhor a quem a regra atinge, segue um quadro das inelegibilidades por parentesco:

• oparentescoéconsanguíneoemlinharetaquandoresultadepessoasqueserelacio-

nam na posição de ascendente e descendente (pais, filhos, netos);

• éconsanguíneoemlinhacolateralquandoresultantedepessoasqueprovêmdeum

só tronco, sem descenderem umas das outras (irmãos, primos, tios, sobrinhos);

• oparentescoporafinidadeseestabeleceemrazãodocasamento,entreumcônjuge

e os parentes do outro cônjuge (sogros, cunhados, enteados), lembrando que a CF

equiparou a união estável ao casamento;

• oparentescoque resultada adoçãovincula entre si o adotanteeo adotadoe seus

ascendentes e descendentes.

Considerando que, nos termos constitucionais e legais, a inelegibilidade em razão do

parentesco alcança o cônjuge, ou companheiro(a), e parentes até o segundo grau do titular

do mandato, são inelegíveis:

• ocônjuge,oucompanheiro(a),dotitulardomandatooudequemotenhasubstituído

dentro dos seis meses anteriores à eleição;

• osparentesconsanguíneosouporadoção;

Em linha reta:

• avós–ascendentes–segundograu;

• pais–ascendentes–primeirograu;

• filhos–descendentes–primeirograu;

• netos–descendentes–segundograu;

Em linha colateral:

• irmãos–segundograu;

• osparentesporafinidade;

Em linha reta:

• avósdocônjuge–ascendentes–segundograu;

Page 15: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

13MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

• sogros,padrasto,madrasta–ascendentes–primeirograu;

• nora,genro,enteados–descendentes–primeirograu;

• netosdocônjuge–descendentes–segundograu;

Em linha colateral:

• cunhados–segundograu.

Observa-se que não são atingidos pela inelegibilidade, em razão do parentesco, aqueles

que já são titulares de mandato eletivo e sejam candidatos à reeleição: no caso das eleições

municipais, os detentores de mandato legislativo – os vereadores.

Também é importante dizer que o TSE entende que, se o prefeito puder ser reeleito,

mas, ao contrário de se candidatar à reeleição, renunciar seis meses antes do pleito, seus

cônjuge e parentes tornam-se elegíveis para o cargo de chefe do Executivo municipal.

resolução 21.406/2003

Porém, se o prefeito foi reeleito, o cônjuge e seus parentes até o segundo grau serão

considerados inelegíveis para qualquer cargo eletivo, na mesma circunscrição, no período

subsequente. resolução 22.527/2007

AS INELEGIBILIDADES LEGAIS

Decorrente de Perda do mandato Legislativo

A perda do mandato de parlamentar federal, estadual ou municipal, pelo desrespeito às

chamadas incompatibilidades funcional, profissional, política e negocial e pela prática de

atos incompatíveis com o decoro parlamentar CF, art. 55, i e ii , implicará inelegibilidade

para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual

foram eleitos e nos oito anos seguintes, contados a partir do término da legislatura para a

qual tenha sido eleito.

Decorrente de Perda do mandato Executivo

A regra prevê que a condenação pela prática de infração político-administrativa, cujo

julgamento é de competência do Poder Legislativo, torna o detentor de mandato executivo

inelegível para as eleições que se realizarem durante o período remanescente e nos oito

anos seguintes, contados a partir do término do mandato para o qual tenha sido eleito.

Page 16: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

14 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

Decorrente de Representação Julgada Procedente pela Justiça Eleitoral

Qualquer partido político, coligação, candidato ou membro do Ministério Público Eleito-

ral pode representar à Justiça Eleitoral para abrir investigação judicial que apure abuso ou

desvio de poder, político ou econômico, em benefício de candidato ou de partido político

durante a campanha eleitoral.

No caso de a representação ser julgada procedente, em decisão proferida por órgão cole-

giado ou por decisão com trânsito em julgado, o candidato fica inelegível na eleição para a

qual concorre ou foi diplomado, bem como para as que se realizarem nos oito anos seguin-

tes, contados da data da eleição em que se verificaram os fatos Tse – súmula 19 .

Decorrente de Condenação Criminal

O condenado criminalmente, por sentença que transitou em julgado ou com condena-

ção proferida por órgão judicial colegiado, fica com os direitos políticos suspensos enquan-

to durarem os efeitos da condenação, portanto, inelegível nesse período.

Contudo, há determinadas práticas criminosas que, além do tempo da senten-

ça condenatória, impõem inelegibilidade por mais oito anos após o cumprimento da

pena. São eles: crimes contra a economia popular Lei 1.521/1951 ; contra a fé pública

Código Penal, arts. 289 a 311 ; contra a Administração Pública e o patrimônio público

Código Penal, arts. 312 a 337 ; contra o patrimônio privado Código Penal, arts. 155 a 186 ;

contra o sistema financeiro Lei 7.492/1986 ; contra o mercado de capitais Lei 6.385/1976 ;

contra os previstos na lei que regula a falência Lei 11.101/2005 ; contra o meio am-

biente Lei 9.605/1998 ; contra a saúde pública Código Penal, arts. 267 a 285 ;

os crimes eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade

Código eleitoral, arts. 289 a 291, 293 a 302, 305, 307 a 312, 314 a 319, 321 a 337, 339 a 344, 346 a 354 ;

abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilita-

ção para o exercício de função pública Lei 4.898/1965 ; lavagem ou ocultação de bens, di-

reitos e valores Lei 9.613/1998 ; tráfico de entorpecentes e drogas afins Lei 11.343/2006 ;

racismo Lei 7.716/1989 ; tortura Lei 9.455/1997 ; terrorismo Lei 7.170/1983 ; crimes he-

diondos Lei 8.072/1990 ; redução à condição análoga de escravo Código Penal, art. 149 ;

contra a vida e a dignidade sexual Código Penal, arts. 213 a 234-C ; praticados por orga-

nização criminosa, quadrilha ou bando Código Penal, art. 288 .

Dos Declarados Indignos do Oficialato ou com Ele Incompatíveis

O oficial que for condenado à prisão por tribunal civil ou militar por tempo superior a

Page 17: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

15MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

dois anos, ou por crimes para os quais o Código Penal Militar decreto-Lei 1.001/1969

comina a indignidade ou a incompatibilidade com o oficialato como penas acessórias, ficará

sujeito à declaração de indignidade e sofrerá as consequências desse reconhecimento após

o trânsito em julgado da decisão.

Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato o militar condenado, qualquer

que seja a pena, pelos crimes de traição; espionagem; covardia; desrespeito a símbolo nacio-

nal; pederastia ou outro ato de libidinagem; furto simples; roubo simples; extorsão simples;

chantagem; estelionato; abuso de pessoa; peculato; peculato mediante aproveitamento do

erro de outrem; falsificação de documento e falsidade ideológica.

A declaração de incompatibilidade com o oficialato decorre da condenação pelos se-

guintes crimes: entrar em entendimento com país estrangeiro ou organização nele existen-

te, que possa gerar conflito ou divergência de caráter internacional entre o Brasil e qualquer

outro país ou lhes perturbar as relações diplomáticas; atentar contra a soberania nacional e

conseguir, para o fim de espionagem militar, notícia, informação ou documento, cujo sigilo

seja de interesse da segurança externa do Brasil.

A inelegibilidade dos declarados indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis, é de

oito anos, contados da condenação criminal transitada em julgado.

Decorrente de Rejeição de Contas

São inelegíveis os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções

públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade

administrativa Lei 8.429/1992, arts. 9º, 10 e 11 e por decisão irrecorrível do órgão com-

petente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário.

O Tribunal de Contas é que vai examinar as contas tanto do Executivo quanto do Legisla-

tivo. Ocorre que, no caso das contas do Poder Executivo, o tribunal examina, emite parecer

técnico opinando pela aprovação ou rejeição das contas e envia ao Poder Legislativo. Este

decidirá de forma soberana, inclusive para resolver contrariamente ao parecer do tribunal

CF, art. 31, § 2º .

Caso as contas sejam rejeitadas pela Casa Legislativa, o detentor de mandato executivo

torna-se inelegível pelo prazo de oito anos, contados a partir da data da decisão.

No que se refere às contas do Poder Legislativo, o próprio Tribunal de Contas é que as

examina e julga. Assim, o parlamentar presidente, que é o responsável pelas contas da mesa

diretora, torna-se inelegível pelo prazo de oito anos, caso o Tribunal de Contas rejeite defi-

nitivamente as contas apresentadas.

Essa inelegibilidade também alcança os ordenadores de despesa, inclusive o chefe do

Page 18: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

16 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

Poder Executivo e o presidente do Poder Legislativo, quando houverem agido nessa con-

dição, os administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da

Administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas

pelo Poder Público, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irre-

gularidade de que resulte prejuízo ao erário público. E a competência para o julgamento

ainda é da Câmara Municipal, salvo se envolver ordenadores de despesas do próprio Poder

Legislativo, quando, então, caberá ao Tribunal de Contas respectivo.

A inelegibilidade, no entanto, estará afastada em ambos os casos se o interessado obtiver

medida liminar ou tutela antecipada no Poder Judiciário Tse – súmula 1 .

Dos Detentores de Cargo na Administração Pública que Praticaram Abuso de Poder

Os detentores de cargos efetivos ou em comissão na Administração Pública direta, in-

direta ou fundacional, que tenham se beneficiado ou beneficiado outra pessoa com ação

caracterizada como abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em

decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, são inelegíveis

para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se

realizarem nos oito anos seguintes.

Dos Diretores, Administradores ou Representantes de Estabelecimentos de Crédito, Financiamento ou Seguro Objeto de Liquidação

Aquele que tenha exercido cargo ou função diretora, administrativa ou representativa

em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro nos 12 meses anteriores à de-

cretação de liquidação judicial ou extrajudicial, terá restrições em seus direitos políticos,

tornando-se inelegível até que seja desonerado de responsabilidades.

Nesse caso, não há prazo de vigência da inelegibilidade, que prevalecerá até que o agen-

te seja desonerado de qualquer responsabilidade.

Corrupção Eleitoral, Captação de Sufrágio, Arrecadação e Gastos Ilícitos de Campanha e Condutas Vedadas aos Agentes Públicos

Aquele que for condenado em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão cole-

giado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação,

captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes

públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, será

Page 19: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

17MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

inelegível por oito anos, a contar da eleição. A contagem do prazo não se dará a partir da de-

cisão, mas a partir da data da eleição que propiciou a condenação.

Renúncia de mandatos Executivo e Legislativo

É inelegível o exercente de mandatos executivo e legislativo que renunciar a seu man-

dato desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de

processo por infringência a dispositivo da CF, da Constituição Estadual (CE) ou da Lei Orgâ-

nica do Município (LOM).

A proibição de concorrer incide para as eleições que se realizarem durante o período

remanescente do mandato para o qual foi eleito e nos oito anos subsequentes ao término

da legislatura.

Prática de Improbidade Administrativa

O condenado à suspensão de seus direitos políticos, em decisão transitada em julgado

ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa

que importe lesão ao patrimônio público Lei 8.429/1992, art. 9º , e enriquecimento ilícito

Lei 8.429/1992, art. 10 , é inelegível a partir da condenação ou o trânsito em julgado até

o transcurso do prazo de oito anos após o cumprimento da pena.

Exclusão do Exercício Profissional

Aquele que for excluído do exercício da profissão, por decisão sancionatória do órgão

profissional competente, em decorrência de infração ético-profissional, é inelegível pelo

prazo de oito anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário.

Desfazimento Simulado de Vínculo Conjugal ou União Estável

Está impedido de concorrer o condenado em decisão transitada em julgado ou proferida

por órgão judicial colegiado, em razão de ter desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal

ou de união estável para evitar caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de oito anos

após a decisão que reconhecer a fraude.

Demissão do Serviço Público

É inelegível o servidor que for demitido do serviço público, em decorrência de processo

Page 20: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

18 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

administrativo ou judicial. A proibição de concorrer é de oito anos, contados da decisão,

salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário.

Doação Ilegal por Pessoa Física ou Jurídica

É inelegível a pessoa física e o dirigente de pessoas jurídicas responsáveis por doações

eleitorais tidas por ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegia-

do da Justiça Eleitoral. O prazo é de oito anos após a decisão.

Aposentadoria ou Perda de Cargo de magistrado e membro do ministério Público

São inelegíveis o magistrado e o membro do Ministério Público aposentados compul-

soriamente como medida sancionatória, ou que tenham perdido o cargo por sentença, ou

que tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo

administrativo disciplinar.

A proibição de concorrer é de oito anos, contados a partir da medida sancionatória (apo-

sentadoria compulsória), da sentença transitada em julgado (perda do cargo), ou da aposen-

tadoria voluntária ou exoneração (pendência de processo administrativo disciplinar).

PRAzOS PARA DESINCOmPATIBILIzAÇÃO

Além das inelegibilidades absolutas, que atingem os inalistáveis (estrangeiros e conscri-

tos), analfabetos e também os indivíduos moralmente faltosos, existem as inelegibilidades

relativas. Essas tratam dos cidadãos que exercem determinadas atividades, públicas ou pri-

vadas, e precisam se afastar para que sua candidatura seja possível. A desincompatibilização,

que é o ato de afastamento, pode ser definitiva ou não, e deve ocorrer dentro dos prazos

legais, que são de três, quatro ou seis meses antes das eleições. As pessoas que precisam se

desincompatibilizar são as seguintes:

Ocupantes de Cargos Nomeados pelo Presidente da República

Ocupantes de cargos ou funções de nomeação pelo Presidente da República, sujeitos à

Page 21: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

19MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

aprovação prévia do Senado Federal, têm que se desincompatibilizar quatro meses antes do

pleito para candidatarem-se a prefeito e vice-prefeito 7 de junho de 2012 e seis meses para

candidatarem-se a vereador 7 de abril de 2012 . O afastamento, nesses casos, é definitivo.

O intuito é coibir, a princípio, o exercício de cargo, emprego ou função pública que pos-

sa favorecer a própria candidatura, dada a relevância e abrangência das funções desem-

penhadas, tais como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), presidente e diretores

do Banco Central, etc.

Ocupantes de Cargos com Competência Fiscal

Ocupantes de cargos com competência direta, indireta ou eventual para lançar, arrecadar

e fiscalizar impostos, taxas e contribuições de caráter obrigatório, inclusive para fiscalizar ou

aplicar multas.

A regra atinge os fiscais tributários, assim como os que exercem cargos ou funções de

lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos. O prazo de afastamento é temporário,

durando seis meses para candidatar-se a vereador 7 de abril de 2012 e quatro meses para

candidatar-se a prefeito ou vice-prefeito 7 de junho de 2012 , sem direito à remuneração.

Diretores, Administradores ou Representantes de Entidades de Classe

Ocupantes de cargos ou funções diretoras, administrativas ou representativas em entida-

de de classe mantida, ainda que parcialmente, por contribuições do Poder Público.

O objetivo é impedir a desigualdade de condições entre os candidatos. É óbvio que a

representação de classe pode ser um fator de desequilíbrio e a lei quer impedir que tal dis-

tinção privilegie um candidato em detrimento dos demais. Como exemplos das entidades

de classe abrangidas pelo dispositivo têm-se a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e os

sindicatos.

Entretanto, quando se tratar de entidade mantida por particulares, a desincompatibiliza-

ção não é necessária, cabendo aos mantenedores a decisão de afastar ou não o seu titular,

a exemplo dos provedores das Santas Casas de Misericórdia.

O prazo de afastamento é de quatro meses, seja para candidatar-se a prefeito, vice-prefei-

to ou vereador 7 de junho de 2012 . O afastamento, que não implica renúncia, será neces-

sário apenas se a entidade tiver sua base territorial no município em que serão disputados

os mandatos eletivos.

Page 22: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

20 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

Presidente, Diretor ou Superintendente de Sociedade Financeira ou Empresa que Goze de Vantagem Assegurada pelo Poder Público

Ocupantes de cargos ou funções de presidente, diretor ou superintendente de sociedade

que tenha por objetivo operações financeiras ou de empresa que goze de vantagens asse-

guradas pelo Poder Público, salvo se decorrentes de contratos que obedeçam a cláusulas

uniformes, têm que se desincompatibilizar, desde que a entidade tenha sua base territorial

no município em que serão disputados os mandatos eletivos.

A ideia é sempre a mesma: impedir que dirigentes se valham de sua condição especial

para captar votos. Nesses casos, exige-se o afastamento definitivo de seis meses antes das

eleições, se candidatos a vereador 7 de abril de 2012 , e de quatro meses, se candidatos a

prefeito ou vice-prefeito 7 de junho de 2012 . Esse dispositivo refere-se às empresas que

desfrutam de incentivos fiscais para o fomento da atividade econômica ou daquelas que

recebem subvenções do Poder Público.

De fato, seria incoerente uma empresa ser beneficiária de isenções tributárias, não des-

pendendo, portanto, tal soma, para pagamento de gravames, e o dirigente não se afastar da

liderança para concorrer às eleições, podendo até mesmo utilizar-se desse numerário para

captar votos.

A lei, entretanto, exclui dessa regra as pessoas jurídicas que têm vantagens asseguradas

pelo Poder Público, mas decorrentes dos chamados contratos de adesão, como contratos

bancários e de fornecimento de água e luz.

Diretor, Administrador ou Representante de Empresa Contratada pelo Poder Público

Também têm que se afastar os ocupantes de cargos de diretor, administrador ou repre-

sentante de empresa que mantenham contratos de execução de obras, prestação de servi-

ços ou fornecimento de bens com o Poder Público, salvo no caso de contrato que obedeça

a cláusulas uniformes.

O que muda nesse dispositivo em relação ao anterior é somente a natureza de vínculo

das empresas com o Poder Público. Entre as empresas prestadoras de serviços são referên-

cia, por exemplo, a de limpeza pública, a de transporte coletivo e também as executoras

de obras e fornecedoras de materiais, sejam ou não os contratos decorrentes de processo

licitatório.

Aos diretores, administradores ou representantes dessas empresas requer-se o afastamento de-

finitivo até seis meses antes das eleições, se candidatos a vereador 7 de abril de 2012 , ou de

Page 23: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

21MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

quatro meses, se candidatos a prefeito ou vice-prefeito 7 de junho de 2012 , desde que a enti-

dade tenha sua base territorial no município em que serão disputados os mandatos eletivos.

Nesse caso também estão excetuadas as empresas contratadas pelo Poder Público que

obedeçam a cláusulas uniformes, ou seja, com contratos de adesão, não havendo obrigato-

riedade de afastamento.

Agentes Públicos

A norma que trata das inelegibilidades e prazos para desincompatibilização traz uma lista

explícita de cargos cujos ocupantes devem se desincompatibilizar para concorrer à Presi-

dência e Vice-Presidência da República. Em seguida, ao tratar dos concorrentes ao cargo de

governador e vice-governador do Estado e Distrito Federal, refere-se à lista dos candidatos

a Presidente e acrescenta mais alguns.

Quando a lei trata das pessoas ocupantes de cargos públicos que precisam se desincom-

patibilizar para concorrer à vaga de prefeito e vice-prefeito, faz referência às listas que dizem

respeito aos cargos de Presidente e governador, determinando que sejam aplicadas, e que

se verifiquem as situações que se assemelham no âmbito municipal, impondo-lhes a regra

da desincompatibilização. Ou seja, coube a quem interpreta a lei utilizar o mesmo critério

escolhido para os âmbitos federal e estaduais para estabelecer as inelegibilidades relativas

na esfera municipal.

Assim, para as candidaturas a prefeito e vice-prefeito, o prazo para a desincompatibiliza-

ção é de quatro meses anteriores às eleições para ocupantes desses cargos explicitados na

lei, e para os que, no município, se equiparam a eles:

• ministrosdeEstado;

• chefesdosórgãosdeassessoramentodireto,civilemilitardaPresidênciadaRepública;

• chefedoórgãodeassessoramentodeinformaçõesdaPresidênciadaRepública;

• chefedoEstado-MaiordasForçasArmadas;

• advogado-geraldaUniãoeoconsultor-geraldaRepública;

• chefesdoEstado-MaiordaMarinha,doExércitoedaAeronáutica;

• comandantesdoExército,MarinhaeAeronáutica;

• magistrados;

• presidentes,diretoresesuperintendentesdeautarquias,empresaspúblicas,socieda-

des de economia mista e fundações públicas e as mantidas pelo Poder Público;

• governadoresdeEstado,doDistritoFederaledeTerritórios;

• interventoresfederais;

Page 24: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

22 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

• secretáriosdeEstado;

• prefeitos;

• membrosdoTribunaldeContasdaUnião,dosEstadosedoDistritoFederal;

• diretor-geraldoDepartamentodePolíciaFederal,atualmentedenominadosecretário

da Secretaria de Polícia Federal (Lei 8.028/1990, art. 23, I, m);

• secretários-gerais, secretários executivos, secretários nacionais, secretários federais

dos Ministérios e pessoas que ocupem cargos equivalentes;

• chefesdosGabinetesCivileMilitardogovernadordoEstadooudoDistritoFederal;

• comandantesdoDistritoNaval,RegiãoMilitareZonaAérea;

• diretoresdeórgãosestaduaisousociedadesdeassistênciaaosmunicípios;

• secretáriosdaAdministraçãomunicipaloumembrosdeórgãoscongêneres.

Há apenas duas referências diretamente relacionadas à candidatura para prefeito e vice-

prefeito, cujo prazo também é de quatro meses. São as seguintes:

• membros do Ministério Público e da Defensoria Pública em exercício na comarca, sem

prejuízo dos vencimentos integrais (afastamento temporário). O afastamento tempo-

rário só será assegurado aos membros do Ministério Público que ingressaram na car-

reira antes de 5 de outubro de 1988 e que optaram pelo regime anterior, relativo às ga-

rantias e vantagens AdCT, art. 29, § 3º . Para aqueles que não optaram pelo regime

anterior ou que ingressaram na carreira a partir de 5 de outubro de 1988, em virtude

da publicação da Emenda Constitucional 45/2004, para concorrer, deverão se afastar

definitivamente de seus cargos;

• autoridades policiais, civis ou militares, com exercício no município (afastamento

temporário).

Essa mesma lista de pessoas que precisam se desincompatibilizar de seus cargos para

concorrer à vaga de prefeito vale para as que querem concorrer ao mandato de vereador.

Acrescentam-se, a essa lista, os cargos cuja desincompatibilização é condição para concorrer

ao Senado e à Câmara Federal. Na verdade, a lista de incompatibilidades para concorrer ao

Senado e à Câmara Federal é a mesma destinada ao Presidente da República. A única dife-

rença é que determinadas situações são menos restritivas. O prazo de desincompatibilização

exigido para concorrer à vereança é de seis meses, e não de quatro, como para prefeito.

É evidente que boa parte dessas funções e cargos arrolados encontra similitude no nível

local, exigindo de seus ocupantes, igualmente, o afastamento definitivo nos prazos específicos

para o Executivo e o Legislativo municipais. É o que ocorre, por exemplo, com os chefes dos

órgãos de assessoramento direto do Executivo municipal, presidentes, diretores e superinten-

dentes de autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas

Page 25: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

23MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

e as mantidas pelo Poder Público municipal, e membros dos Tribunais de Contas municipais.

Para casos como esses, considerando a similitude de situações, o afastamento será de quatro

meses antes das eleições para prefeito e vice-prefeito, e de seis meses para vereador.

O afastamento dos servidores públicos titulares de cargos, empregos e funções públicas,

seja de natureza efetiva ou em comissão, é exigido como condição de elegibilidade. Essa

situação não se confunde com as anteriormente tratadas e o afastamento exigido é sempre

de três meses antes das eleições.

As orientações relativas ao afastamento e à desincompatibilização dos servidores públi-

cos firmadas pelo TSE são as seguintes resolução 18.019/1992 :

O candidato servidor público ocupante de cargo, emprego ou função de natureza per-

manente, de provimento efetivo nos órgãos ou entidades da Administração direta ou indire-

ta, da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios e dos Territórios, inclusive das

fundações mantidas pelo Poder Público, que queira disputar o mandato de prefeito, vice-

prefeito ou vereador, deve afastar-se três meses antes das eleições 7 de julho de 2012

com direito à remuneração integral no período de afastamento.

Já o servidor titular de cargo em comissão de livre nomeação deve afastar-se do cargo,

definitivamente (exoneração), três meses antes das eleições 7 de julho de 2012 .

As duas exigências de desincompatibilização apresentadas aplicam-se desde que o ser-

vidor-candidato esteja vinculado à repartição, fundação pública ou empresa que opere no

território do município, isto é, atinge aqueles servidores que desempenham suas funções no

território do município no qual pretendam candidatar-se. A preocupação é que o abuso do

exercício de função, cargo ou emprego público possa influenciar o resultado das eleições.

A Administração Pública não pode impedir o afastamento remunerado do servidor, mas

poderá subordinar a sua continuidade à prova de deferimento do pedido de registro da

candidatura.

COLIGAÇÕES E ESCOLHA DOS CANDIDATOS PELOS PARTIDOS Resolução 23.373/2011

As normas para a escolha e substituição de candidatos e formação de coligações devem

ser estabelecidas pelo estatuto do partido, respeitadas as disposições legais.

No caso do estatuto não tratar do tema, caberá ao órgão de direção nacional do partido fazê-

lo e publicar no Diário Oficial da União até 180 dias antes das eleições 10 de abril de 2012 .

À Justiça Eleitoral compete a apreciação de questões relacionadas à legalidade e à

observância das normas estatutárias. Não é de sua competência tratar de matérias in-

ternas do partido.

Page 26: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

24 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

Coligações

Pelo princípio da autonomia partidária, é assegurado aos partidos políticos o direito de

deliberar sobre suas diretrizes e interesses políticos, estando, portanto, livres quanto à con-

veniência de se coligarem ou não.

Os partidos podem celebrar coligações para a eleição majoritária, para a proporcional

ou para ambas, dentro da mesma circunscrição. Se a coligação for para eleição majoritária,

na proporcional, podem-se fazer diferentes combinações. Por exemplo, se para a eleição

majoritária for feita a coligação A + B + C, para a proporcional poderá ser formada a mesma

coligação, ou ainda as coligações A + B, A + C ou B + C.

As coligações feitas no âmbito federal não precisam se repetir no estadual nem no mu-

nicipal. Assim, as candidaturas não são vinculadas, podendo o partido A se coligar com o

partido B na eleição municipal e não fazer essa coligação na eleição estadual ou nacional.

Não é necessária a homologação da Justiça Eleitoral, para formar coligação. No entanto,

uma vez formada, não há espaço para o partido coligado atuar de forma independente, pois,

para todos os efeitos eleitorais, funcionará como um grande partido político, sendo-lhe atri-

buídas obrigações e prerrogativas próprias dos partidos.

A coligação terá denominação específica, de uso obrigatório nas propagandas, sendo

que, no caso da eleição majoritária, terá que constar o nome da coligação e de todas as le-

gendas dos partidos políticos que a integram. No caso da eleição proporcional, cada partido

usará apenas sua legenda sob o nome da coligação.

As coligações partidárias têm legitimação processual para todos os atos que digam res-

peito às eleições, sendo representadas perante a Justiça Eleitoral por pessoa especialmente

designada ou por delegados indicados pelos partidos componentes. Podem ser nomeados

até três delegados perante o Juízo Eleitoral, quatro delegados perante o Tribunal Regional

Eleitoral (TRE) e cinco delegados perante o TSE.

É importante ressaltar que a representação do partido na coligação é feita naturalmente

por seu presidente, sendo que a designação de outra pessoa constitui uma faculdade e não

uma obrigação.

As normas para formar coligações devem ser estabelecidas pelo estatuto do partido,

respeitadas as disposições legais. Caso o estatuto não trate dessa questão, caberá ao órgão

de direção nacional do partido fazê-lo, e publicá-las no Diário Oficial da União até 180 dias

antes das eleições 10 de abril de 2012 . Para decidir sobre coligações, os partidos deverão

fazê-lo entre 10 e 30 de junho de 2012, quando deverão ser realizadas as convenções.

Page 27: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

25MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

Prazo para Escolha de Candidatos

Entre 10 e 30 de junho de 2012, período de realização das convenções partidárias, deve-

rão ser escolhidos os candidatos e decididas as coligações.

Candidatos à Reeleição

Mesmo o detentor de mandato deve se submeter à convenção partidária para obtenção

de legenda, uma vez que a chamada candidatura nata foi declarada inconstitucional pelo

STF Ação direta de inconstitucionalidade 2.530 .

Prazo para Filiação Partidária e Estabelecimento de Domicílio Eleitoral na Circunscrição do município

Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral no respec-

tivo município, desde 7 de outubro de 2011, e estar com a filiação deferida pelo partido

político na mesma data, desde que o estatuto partidário não estabeleça prazo superior.

Se ocorrer fusão ou incorporação de partidos, valerá a data de filiação do candidato ao

partido de origem.

Page 28: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo
Page 29: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

ETAPARegistro do Candidato Resolução 23.373/2011

Número de Candidatos por Partido ou Coligação

Cada partido pode registrar como candidato a vereador o equivalente a 150% do número

de lugares a serem preenchidos na respectiva Casa Legislativa. Por exemplo, se a Câmara

Municipal possui dez vagas para vereadores, cada partido pode registrar 15 candidatos. Já no

caso de coligação, independentemente do número de partidos que a compõe, o número de

candidatos que poderão ser registrados corresponde ao dobro do número de lugares a serem

preenchidos. No exemplo anterior, a coligação poderia registrar 20 candidatos para o pleito.

Para efeito de cálculos, a casa decimal será sempre desprezada se inferior a meio, e igua-

lada a um se igual ou superior. Por exemplo, se o resultado do cálculo for inferior a 3,4, o

resultado final será 3; se for superior, arredonda-se para 4.

Preenchimento das Vagas Remanescentes

Se na convenção para a escolha dos candidatos o partido não conseguir preencher o

número máximo permitido, o órgão de direção partidário municipal poderá preencher as

vagas remanescentes com pedido de registro de novos candidatos até 60 dias antes do

pleito 8 de agosto de 2012 .

Reserva de Vagas para Candidaturas de Homens e mulheres

Os partidos e coligações estão obrigados a preencher, para disputa de mandato legislati-

vo, no mínimo, 30% de suas vagas para cada sexo. Na prática, isso significa que haverá candi-

datos de ambos os sexos em todos os partidos e coligações, sendo garantida a participação

de homens e mulheres na disputa eleitoral.

O cálculo desses percentuais deverá considerar o número de candidatos efetivamente

lançados pelo partido ou coligação, não se levando em conta os limites estabelecidos no

artigo 10, caput, e § 1º, da Lei 9.504/1997 recurso especial eleitoral 78.432/2010 .

A relação dos candidatos às eleições para prefeito, vice e vereadores será enviada pelos

TREs ao TSE até 45 dias 23 de agosto de 2012 antes das eleições. A lista conterá, obrigato-

riamente, a indicação do sexo e dos cargos aos quais concorrerão.

2a

Page 30: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

28 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

Prazo e Documentos para Registro dos Candidatos na Justiça Eleitoral

O prazo para os partidos e coligações registrarem seus candidatos na Justiça Eleitoral vai

até as 19 horas do dia 5 de julho de 2012, com a apresentação de:

• cópiadaatadaconvenção;

• autorizaçãoporescritodocandidato;

• provadefiliaçãopartidária;

• declaraçãodebensassinadapelocandidato;

• cópiadotítulodeeleitoroucertidãofornecidapelocartórioeleitoraldequeocan-

didato é eleitor na circunscrição ou que requereu sua inscrição ou transferência de

domicílio;

• certidãodequitaçãoeleitoral;

• certidõescriminaisfornecidas:(i)pelaSeçãoJudiciáriaFederalepeloTribunalRegional

Federal que exercem jurisdição sobre o domicílio eleitoral do candidato; (ii) pela Justiça

Estadual de 1º e 2º graus onde o candidato tenha o seu domicílio eleitoral; (iii) pelos

Tribunais competentes quando os candidatos gozarem de foro especial;

• fotografia recentedocandidato,obrigatoriamentedigitalizada,preferencialmenteem

preto e branco, com 5x7 centímetros, sem moldura, cor de fundo uniforme, de prefe-

rência branco, em trajes adequados e sem adornos, para inserção no painel da urna

eletrônica de votação;

• propostasdefendidaspelocandidatoaprefeito;

• provadedesincompatibilização,quandoforocaso;

• cópiadedocumentooficialdeidentificação;

• comprovantedeescolaridade.

Caso o partido ou a coligação não tenha requerido o registro de seus candidatos na Jus-

tiça Eleitoral no prazo estipulado, os próprios candidatos podem fazê-lo, observado o prazo

máximo de 48 horas seguintes à publicação da lista dos candidatos pela Justiça Eleitoral.

Candidatos que Tiveram Rejeitadas as Contas Referentes ao Exercício de Cargos ou Funções

Até 5 de julho de 2012, os Tribunais e Conselhos de Contas deverão tornar disponível

à Justiça Eleitoral a relação dos candidatos que tiveram suas contas relativas ao exercí-

cio de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável e por decisão

irrecorrível do órgão competente, ressalvados os casos em que a questão estiver sendo

Page 31: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

29MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

submetida à apreciação do Poder Judiciário, ou nos que já exista sentença judicial favo-

rável ao interessado.

A relação encaminhada à Justiça Eleitoral pelo Tribunal de Contas deve incluir todos os

que tiveram suas contas rejeitadas, sejam agentes políticos ou não.

O Nome no Registro Eleitoral

O pedido de registro do candidato a vereador indicará seu nome completo e até três

variações nominais com que deseja ser registrado, com menção à ordem de preferência,

podendo ser o prenome, sobrenome, cognome, nome abreviado, apelido, ou nome pelo

qual é mais conhecido, desde que não se estabeleça dúvida quanto à sua identidade, não

atente contra o pudor, e não seja ridículo ou irreverente.

Se mais de um candidato quiser registrar o mesmo nome (homonímia), terá direito ao uso

aquele que já tiver mandato eletivo, ou tiver se candidatado ou exercido mandato nos últi-

mos quatro anos com o nome pedido. Também aquele que é conhecido política, social ou

profissionalmente com o nome solicitado terá preferência sobre os demais. Se nenhum dos

candidatos preencher as condições citadas, o juiz eleitoral dará prazo de dois dias para que

se chegue a uma solução. Se não houver acordo, o juiz eleitoral registrará cada candidato

com o nome e sobrenome constantes do pedido de registro.

Substituição de Candidatos

Mesmo terminado o prazo do registro, o partido ou a coligação poderá solicitar a substi-

tuição de candidato que tiver sido considerado inelegível, renunciar ou falecer ou, ainda, tiver

seu registro indeferido ou cancelado. O prazo para pedido na Justiça Eleitoral é de dez dias,

contados a partir do fato ou da decisão judicial que gerou a necessidade de substituição.

Para a eleição proporcional, a substituição deverá ser feita até 60 dias antes das eleições

8 de agosto de 2012 . No entanto, o TSE tem entendido que, se houve demora no julga-

mento do pedido de registro, deve ser autorizada a substituição, mesmo que ultrapasse a

data estipulada, para que não haja prejuízo para o partido ou a coligação.

Também os candidatos à eleição majoritária podem ser substituídos, em caso de ine-

legibilidade, renúncia, falecimento, indeferimento ou cancelamento de registro. A subs-

tituição pode ser feita a qualquer tempo antes das eleições, inclusive o dia anterior ao

pleito 6 de outubro de 2012 , sendo que os votos dados ao candidato original serão

contados para o substituto.

Page 32: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

30 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

Se o candidato a ser substituído for de coligação, a substituição deverá fazer-se por deci-

são da maioria absoluta dos órgãos executivos de direção dos partidos coligados, podendo

o substituto estar filiado a qualquer partido dela integrante, desde que o partido ao qual

pertencia o substituído renuncie ao direito de preferência.

Na hipótese de substituição de candidatos, os partidos ou coligações devem observar o

respeito à reserva de vagas destinada ao sexo masculino e ao feminino.

Cancelamento do Registro

Os partidos políticos podem solicitar à Justiça Eleitoral o cancelamento do registro de

candidato que, até a data da eleição, tenha sido expulso do partido. O processo de expulsão

deve respeitar as normas estatutárias e garantir a ampla defesa.

Page 33: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

ETAPAArrecadação e Gasto de Recursos Resolução 23.376/2012

A responsabilidade pela arrecadação e aplicação de recursos é dos partidos, dos comitês

financeiros ou de seus candidatos.

A arrecadação de recursos de qualquer natureza e a realização de gastos de campanha

por candidatos, comitês financeiros e partidos políticos só poderão ocorrer após a obser-

vância dos seguintes requisitos: (i) requerimento do registro de candidatura ou do comitê

financeiro, conforme o caso; (ii) inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); (iii)

comprovação da abertura de conta bancária específica destinada a registrar a movimenta-

ção financeira de campanha; (iv) emissão de recibos eleitorais.

Até 10 de junho de 2012, deverá ser editada lei para estabelecer o limite de gastos na

campanha eleitoral, mas caso a lei não seja editada, cada partido deverá fixar o respectivo

limite e comunicar à Justiça Eleitoral. O gasto de campanha é uma informação pública, à

qual se dará ampla divulgação.

Ao registrar seus candidatos, os partidos e as coligações devem comunicar à Justiça Elei-

toral quanto gastarão na campanha para prefeito e vereadores separadamente, e não um

total de despesas para toda a campanha. É importante ressaltar que o limite de gastos po-

derá ser alterado mediante solicitação do partido e aprovação pelo juiz eleitoral, alegando

fatos imprevisíveis que aumentaram o custo previsto.

Nas eleições majoritárias, o valor máximo de gastos relativos à candidatura de vice-pre-

feito será incluído no valor de gastos da candidatura do titular e deverá ser informado pelo

partido político a que for filiado o candidato a prefeito. O candidato a vice-prefeito é soli-

dariamente responsável, no caso de ser excedido o limite máximo de gastos fixado para o

candidato a prefeito

Tratando-se de coligação em eleições proporcionais, cada partido político que a integra

fixará para seus candidatos o valor máximo de gastos.

Apesar de as coligações serem tratadas como um único partido para efeitos eleitorais, nesse

caso, cada agremiação dela integrante determinará o limite de gastos para seus candidatos.

Gastos acima dos limites declarados à Justiça Eleitoral sujeitam o responsável ao paga-

mento de multa no valor de cinco a dez vezes a quantia excedente, sendo o candidato o

responsável pela veracidade das informações financeiras e contábeis de sua campanha.

Comitês Financeiros

Após a escolha de seus candidatos em convenção, o partido terá dez dias úteis para consti-

tuir os comitês financeiros, a fim de arrecadar recursos e aplicá-los em suas campanhas eleitorais.

3a

Page 34: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

32 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

Os comitês serão registrados no Juízo Eleitoral da circunscrição em até cinco dias da

sua constituição modelo de requerimento de registro de comitê financeiro no anexo ii

da resolução 23.376/12 .

Os comitês financeiros e os candidatos estão obrigados à inscrição no Cadastro Nacional

da Pessoa Jurídica (CNPJ).

Candidato e partido e também estão obrigados a abrir conta bancária específica para o

registro do movimento financeiro da campanha modelo de requerimento de abertura

da conta bancária eleitoral, respectivamente, nos anexos iii e iV da resolução 23.376/2012 .

Os recursos para pagamento de gastos eleitorais devem provir desta conta, sob pena de o can-

didato ou partido ter sua prestação de contas reprovada pela Justiça Eleitoral. Nenhum banco

poderá se recusar a fazer a abertura de tais contas e nem exigir limite mínimo de depósito.

No entanto, nos municípios em que não houver agência bancária, ou correspondente

bancário, os candidatos a prefeito e vereador não precisam abrir conta bancária, bem como

os vereadores daqueles municípios com menos de 20 mil eleitores, sendo facultativa a aber-

tura de conta específica.

A obrigação de abertura da conta bancária deve ser cumprida pelo candidato e pelo co-

mitê financeiro, mesmo que não ocorra arrecadação de recursos financeiros.

Eventual comprovação de abuso do poder econômico implicará cancelamento do regis-

tro da candidatura ou mesmo cassação do diploma, se já outorgado. Nesse caso, a Justiça

Eleitoral enviará ao Ministério Público cópia de todo o processo para abertura de investi-

gação judicial que, se procedente, poderá acarretar a inelegibilidade do candidato para as

eleições a se realizarem nos três anos subsequentes.

Administração Financeira da Campanha

A administração financeira da campanha eleitoral poderá ser feita pelo próprio candida-

to ou pessoa por ele designada. Envolve os recursos repassados pelo comitê, até mesmo

aqueles relativos à cota do Fundo Partidário, bem como recursos próprios ou doações de

pessoas físicas ou jurídicas.

O candidato é o único responsável pela veracidade das informações sobre a arrecadação

e aplicação dos recursos na campanha eleitoral. E, se houver pessoa por ele designada para

a administração financeira de sua campanha, responderá solidariamente com aquela por

tais informações. Tanto o candidato quanto o administrador financeiro assinam a prestação

de contas da campanha.

Page 35: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

33MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

Doações e Contribuições para a Campanha Eleitoral

Registrado o comitê financeiro, o partido ou candidato poderá receber contribuições em

dinheiro ou estimáveis em dinheiro, tanto de pessoa física como jurídica.

As pessoas físicas e jurídicas somente podem doar bens e/ou serviços estimáveis em

dinheiro, com exceção de partidos políticos, comitês financeiros e candidatos, quando cons-

tituírem produto de seu próprio serviço, de suas atividades econômicas e, no caso dos bens

permanentes, deverão integrar o patrimônio do doador.

As pessoas físicas poderão contribuir com até 10% dos rendimentos brutos auferidos no

ano anterior à eleição, portanto, no exercício de 2011, não se incluindo nesse percentual as

doações estimáveis em dinheiro relativas à utilização de bens móveis ou imóveis de pro-

priedade do doador, desde que o valor da doação não ultrapasse R$ 50 mil, e a atividade

voluntária, pessoal e direta do eleitor em apoio à candidatura ou partido político de sua

preferência, enquanto as jurídicas ficam limitadas a 2% do faturamento bruto também do

ano anterior à eleição. Já os recursos próprios do candidato não podem ultrapassar o valor

máximo de gastos estabelecido pelo partido. Também pode haver arrecadação de recursos

por meio de receita decorrente da comercialização de bens e/ou serviços e/ou da promoção

de eventos.

As doações devem ser feitas obrigatoriamente nas contas dos partidos ou dos candida-

tos, por meio de cheque cruzado e nominal ou transferência eletrônica de depósitos ou

por mecanismo disponível em site do candidato, partido ou coligação na Internet, ou por

cartão de crédito ou de débito. Se os depósitos de pessoas físicas forem feitos em dinheiro,

deverão ser sempre identificados.

Tanto os candidatos quanto os partidos ou coligações que receberem doação deverão

emitir recibo em formulário impresso modelo no anexo i da resolução 23.376/2012 .

Também há restrições feitas diretamente ao candidato, como medida de evitar desequi-

líbrio no processo eleitoral. Desde o registro de sua candidatura até a eleição, ele não pode

doar qualquer montante em dinheiro, troféus, prêmios ou ajudas de qualquer espécie à

pessoa física ou jurídica.

Os candidatos, partidos políticos e comitês financeiros podem arrecadar recursos e con-

trair obrigações até o dia 7 de outubro de 2012, no caso de primeiro turno, e até o dia 28

de outubro de 2012, no caso de segundo turno. Após esses prazos, podem ser arrecadados

mais recursos, desde que sejam para quitar despesas que tenham sido contraídas e não

pagas até o dia da eleição, as quais deverão estar integralmente pagas até a data da entrega

da prestação de contas à Justiça Eleitoral.

Page 36: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

34 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

A lei prevê que algumas pessoas jurídicas, por sua condição especial, estão proibidas de

fazer doações de forma direta ou indireta, tanto em dinheiro quanto em bens estimáveis em

dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie. São elas:

• entidadesougovernosestrangeiros;

• órgãosdaAdministraçãoPúblicadiretae indiretaou fundaçõesmantidascomrecursos

provenientes do Poder Público, portanto, englobadas as autarquias, empresas públicas e

sociedades de economia mista, assim como subsidiárias mantidas por recursos públicos;

• concessionáriosoupermissionáriosdeserviçopúblico;

• entidadesdedireitoprivadoquerecebam,nacondiçãodebeneficiárias,contribuição

compulsória em virtude de disposição legal;

• entidadesdeutilidadepública;

• entidadesdeclasseousindical;

• pessoasjurídicassemfinslucrativosquerecebamrecursosdoexterior;

• entidadesbeneficentesereligiosas;

• entidadesesportivas;

• organizaçõesnãogovernamentaisquerecebamrecursospúblicos;

• OrganizaçõesdaSociedadeCivildeInteressePúblico(Oscips);

• sociedadescooperativasdequalquergrauounatureza,cujoscooperadossejamcon-

cessionários ou permissionários de serviços públicos e estejam sendo beneficiadas

com recursos públicos;

O descumprimento dessa proibição sujeita o partido ou candidato à responsabilização

por abuso de poder econômico e à perda do direito de receber a quota do Fundo Partidário

do ano seguinte.

O uso de recursos recebidos de fontes vedadas constitui irregularidade insanável e causa

para desaprovação das contas.

Os recursos de fontes vedadas, bem como aqueles de origem não identificada, devem

ser transferidos ao Tesouro Nacional, com a apresentação do comprovante de recolhimen-

to, até cinco dias após a decisão definitiva da Justiça Eleitoral que julgar a prestação de

contas de campanha.

Gastos Eleitorais

São considerados gastos eleitorais:

• aconfecçãodematerialimpressodequalquernaturezaetamanho;

Page 37: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

35MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

• a propaganda e a publicidade direta ou indireta, por qualquermeio de divulgação

destinada a conquistar votos;

• oalugueldelocaisparapromoçãodeatosdecampanhaeleitoral;

• despesa com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das

candidaturas;

• correspondênciaedespesaspostais;

• despesasdeinstalação,organizaçãoefuncionamentodecomitêseserviçosnecessá-

rios às eleições;

• remuneração ou gratificação de qualquer espécie a pessoal que preste serviços às

candidaturas ou aos comitês eleitorais;

• montagemeoperaçãodecarrosdesom,depropagandaouassemelhados;

• realizaçãodecomíciosoueventosdestinadosàpromoçãodecandidatura;

• produçãodeprogramasderádio,televisãoouvídeo,inclusiveosdestinadosàpropa-

ganda gratuita;

• realizaçãodepesquisasoutestespré-eleitorais;

• alugueldebensparticularesparaveiculação,porqualquermeio,depropagandaeleitoral;

• custoscomacriaçãoeinclusãodesites na Internet;

• multasaplicadasaospartidosecandidatosporinfraçãoàlegislaçãoeleitoral;

• produçãode jingles, vinhetas e slogans para propaganda eleitoral.

Trata-se de um elenco taxativo de gastos admissíveis, o que significa que não pode ser

ampliado sob nenhuma hipótese.

O eleitor pode realizar gastos próprios até a quantia equivalente a R$ 1.064,10 mil ufirs .

Esses não serão contabilizados como gastos de campanha, salvo se forem reembolsados.

Assim, se o eleitor quiser ajudar o seu candidato, pode gastar pessoalmente até o limite

fixado, sendo que tais gastos não serão lançados na contabilidade da campanha.

Para o pagamento de despesas de até R$ 300,00, durante a campanha eleitoral, o can-

didato, o comitê financeiro e o partido podem constituir fundo de caixa, com recursos da

conta bancária específica, respeitados os seguintes critérios:

a) nos municípios com até 40 mil eleitores, o montante da reserva deverá ser de até R$ 5 mil;

b) nos municípios com mais de 40 mil, até 100 mil eleitores, o montante da reserva deve-

rá ser de até R$ 10 mil;

c) nos municípios com mais de 100 mil, até 200 mil eleitores, o montante da reserva de-

verá ser de até R$ 15 mil;

Page 38: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

36 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

d) nos municípios com mais de 200 mil, até 500 mil eleitores, o montante da reserva de-

verá ser de até R$ 20 mil;

e) nos municípios com mais de 500 mil, até 900 mil eleitores, o montante da reserva de-

verá ser de até R$ 30 mil;

f ) nos municípios acima de 900 mil eleitores, o montante da reserva deverá ser de até R$

50 mil.

Captação Ilegal de Sufrágio

Desde o registro da candidatura até o dia da eleição é vedado ao candidato doar, ofe-

recer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza,

inclusive emprego ou função pública, com o objetivo de obter o voto do eleitor, ainda que

não tenha havido pedido explícito, bastando a sua evidência. Essas ações são consideradas

formas ilegais de captação de votos, como também será quando a sua obtenção tiver de-

corrido de violência ou grave ameaça ao eleitor, e podem implicar cassação do registro ou

do diploma e multa de R$1.064,41 a R$ 53.205,00 mil a 50 mil ufirs .

Todos esses atos não precisam ter sido praticados diretamente pelo candidato para que

ele seja responsabilizado, a simples cumplicidade já é suficiente.

Page 39: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

ETAPAA Campanha Lei 9.504/1997 e Resolução 23.370/2011

A campanha eleitoral envolve várias ações distintas, da propaganda nos meios de comu-

nicação à distribuição de panfletos e realização de comícios.

Em primeiro lugar, é importante distinguir a propaganda partidária da propaganda elei-

toral. A primeira é aquela que os partidos, gratuitamente e sem a divulgação dos nomes de

seus candidatos a qualquer eleição, realizam fora do período eleitoral, enquanto a propa-

ganda eleitoral é a que leva ao conhecimento do eleitor a proposta do candidato, com a

finalidade de obter votos.

A propaganda eleitoral será permitida a partir de 6 de julho de 2012, no entanto, na quin-

zena anterior à convenção do partido para escolha dos candidatos, os interessados podem

fazer propaganda intrapartidária, a fim de influir na vontade dos convencionais. É permitida

a utilização de faixas, cartazes, folhetos, etc., e vedado o uso de rádio, televisão e outdoor.

Propaganda Eleitoral Antecipada

A propaganda eleitoral antecipada – feita antes do dia 6 de julho de 2012 – sujeita o

responsável pela divulgação da propaganda e, quando comprovado o seu prévio conheci-

mento, o beneficiário, à multa no valor de R$ 5 mil a R$ 25 mil, ou o equivalente ao custo da

propaganda, se esse valor for maior. Não é considerada propaganda eleitoral antecipada:

• aparticipaçãodefiliadosapartidospolíticosoudepré-candidatosementrevistas,pro-

gramas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na Internet, inclusive com a expo-

sição de plataformas e projetos políticos, desde que não haja pedido de votos, observa-

do pelas emissoras de rádio e de televisão o dever de conferir tratamento isonômico;

• arealizaçãodeencontros,semináriosoucongressos,emambientefechadoeaexpen-

sas dos partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais, planos

de governos ou alianças partidárias visando às eleições;

• arealizaçãodepréviaspartidáriasesuadivulgaçãopelosinstrumentosdecomunica-

ção intrapartidária; ou

• adivulgaçãodeatosdeparlamentaresedebateslegislativos,desdequenãosemen-

cione a possível candidatura, ou se faça pedido de votos ou de apoio eleitoral.

Propaganda Eleitoral no Rádio e na Televisão

A propaganda eleitoral no rádio e na televisão restringe-se ao horário gratuito definido

pela lei, sendo proibida a propaganda paga, e deve utilizar a Linguagem Brasileira de Sinais

(Libras) ou o recurso de legenda.

4a

Page 40: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

38 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

Entre 21 de agosto e 4 de outubro de 2012, as emissoras de rádio e televisão, abertas

(UHF e VHF) e por assinatura (de responsabilidade do Senado, da Câmara dos Deputados,

Assembleias Legislativas e das Câmaras Municipais), reservarão espaço em sua programação

para divulgar a propaganda eleitoral gratuita, não sendo admitidos cortes instantâneos ou

qualquer tipo de censura prévia.

Horários da Propaganda Eleitoral Gratuita

Nas eleições para prefeito e vice-prefeito, a propaganda gratuita será veiculada às segun-

das, quartas e sextas-feiras, no rádio, das 7h às 7h30 e das 12h às 12h30 e, na televisão, das

13h às 13h30 e das 20h30 às 21h.

Nas eleições para vereador, a veiculação será às terças, quintas-feiras e aos sábados, no rá-

dio, das 7h às 7h30 e das 12h às 12h30 e, na televisão, das 13h às 13h30 e das 20h30 às 21h.

A Justiça Eleitoral, a partir de 8 de julho de 2012, convocará os partidos e representantes

das emissoras de televisão para decidir sobre os horários a serem utilizados pelos candida-

tos e partidos.

As emissoras de rádio e televisão que veicularem o horário eleitoral gratuito terão direito

à compensação fiscal.

municípios nos Quais não Há Emissoras de Televisão

Nos municípios em que não houver emissoras de rádio e televisão, será garantida aos

partidos políticos participantes do pleito a veiculação de propaganda eleitoral gratuita nas

localidades aptas à realização de segundo turno e nas quais seja operacionalmente viável

realizar a retransmissão, na forma definida pela Justiça Eleitoral.

No Caso de Segundo Turno

Nos municípios onde houver segundo turno, as emissoras de televisão e rádio reservarão

o horário gratuito, entre 7 e 24 de outubro de 20012, para a propaganda eleitoral, que será

veiculada, no rádio, das 7h às 7h20 e das 12h às 12h20 e, na televisão, das 13h às 13h20 e das

20h30 às 20h50.

Proibição de Propaganda Eleitoral Paga

É proibida a veiculação de propaganda eleitoral paga no rádio, na televisão, na Internet e

demais redes destinadas à prestação de serviços de telecomunicações de valor adicionado.

Page 41: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

39MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

Vedações às Emissoras de Rádio e de Tevê em Sua Programação Normal

A partir de 1º de julho de 2012, a proibição de propaganda de candidatos, partidos e

coligações é estendida à programação normal e aos noticiários das emissoras de rádio e

televisão, que não poderão:

• transmitir,aindaquesoba formadeentrevista jornalística, imagemderealizaçãode

pesquisa ou outro tipo de consulta popular de natureza eleitoral em que seja possível

identificar o entrevistado ou haja manipulação de dados;

• veicularpropagandapolítica;

• dartratamentoprivilegiadoacandidato,partidooucoligação;

• veicularoudivulgarfilmes,novelas,minissériesouqualqueroutroprogramacomalu-

são ou crítica a candidato ou partido político, mesmo que dissimuladamente, exceto

programa jornalístico ou debates políticos;

• divulgarnomedeprogramaqueserefiraacandidatoescolhidoemconvenção,ainda

quando preexistente, inclusive se coincidente com o nome do candidato ou com a va-

riação nominal por ele adotada. Sendo o nome do programa o mesmo que do candi-

dato, fica proibida sua divulgação, sob pena de cancelamento do respectivo registro.

A partir do resultado da convenção, é vedado, ainda, às emissoras transmitir programa

apresentado ou comentado por candidato escolhido em convenção.

O descumprimento dessas normas sujeita a emissora ao pagamento de multa no valor de

R$ 21.282,00 a R$ 106.410,00 20 mil a 100 mil ufirs duplicada na reincidência.

Debates

As emissoras poderão transmitir tanto debates sobre a eleição majoritária quanto a pro-

porcional, sendo assegurada a participação dos candidatos dos partidos com representação

na Câmara dos Deputados e facultada nos demais casos.

Nas eleições majoritárias, a apresentação dos debates poderá contar com todos os con-

correntes ou ser realizada em grupos, desde que presentes pelo menos três candidatos.

Nas eleições proporcionais, os debates serão organizados de forma a assegurar a parti-

cipação equivalente de todos os partidos e coligações, podendo desdobrar-se em mais de

um dia.

A escolha do dia e da ordem de fala de cada candidato será feita mediante sorteio, salvo

se houver acordo em outro sentido entre os partidos e coligações, sendo vedada a presença

de um mesmo candidato a vereador em mais de um debate da mesma emissora.

Page 42: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

40 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

Para que o debate aconteça sem a presença de algum candidato, a emissora deve com-

provar que o convidou com 72 horas de antecedência do evento.

As emissoras de rádio e televisão que descumprirem o regramento estabelecido para rea-

lização de debates ficam sujeitas à suspensão, por 24 horas, de sua programação normal.

O último dia para realização de debates será 4 de outubro de 2012, para o primeiro turno

das eleições, e 26 de outubro de 2012, para o segundo turno.

PROPAGANDA ELEITORAL NA INTERNET

A propaganda eleitoral na Internet é permitida a partir do dia 6 de julho de 2012 e pode

ser realizada do seguinte modo:

• emsite do candidato, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospeda-

do, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de Internet estabelecido no País;

• em site do partido ou da coligação, com endereço eletrônico comunicado à Justiça

Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de Internet

estabelecido no País;

• pormeio demensagem eletrônica para endereços cadastrados gratuitamente pelo

candidato, partido ou coligação;

• pormeio de blogs, redes sociais, sites de mensagens instantâneas e assemelhados,

cujo conteúdo seja gerado ou editado por candidatos, partidos ou coligações ou de

iniciativa de qualquer pessoa natural.

É vedado qualquer tipo de propaganda eleitoral paga, sendo vedado, ainda que gratuita-

mente, a veiculação de propaganda eleitoral em sites de pessoas jurídicas, com ou sem fins

lucrativos ou em sites oficiais ou hospedados pela Administração Pública direta, autarquias,

fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.

O descumprimento dessas regras sujeita o responsável pela divulgação da propaganda e,

quando comprovado seu prévio conhecimento, o beneficiário ao pagamento de multa no

valor de R$ 5 mil a R$ 30 mil.

Vedação de Anonimato na Propaganda Eleitoral na Internet

A manifestação do pensamento é livre, sendo vedado o anonimato na propaganda elei-

toral realizada na Internet. A ofensa, inclusive por outros meios de comunicação interpes-

soal mediante mensagem eletrônica, assegura ao ofendido o direito de resposta, além de

Page 43: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

41MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

sujeitar o responsável pela divulgação da propaganda e, quando comprovado seu prévio

conhecimento, o beneficiário ao pagamento de multa no valor de R$ 5 mil a R$ 30 mil.

Vedação de Uso, Cessão ou Doação de Cadastro Eletrônico

A lei prevê que algumas pessoas jurídicas não podem permitir o uso, doar ou ceder os

cadastros eletrônicos de seus clientes para candidato, partido ou coligação. São elas:

• entidadesougovernosestrangeiros;

• órgãosdaAdministraçãoPúblicadiretae indiretaou fundaçõesmantidascomrecursos

provenientes do Poder Público, portanto, englobadas as autarquias, empresas públicas e

sociedades de economia mista, assim como subsidiárias mantidas por recursos públicos;

• concessionáriosoupermissionáriosdeserviçopúblico;

• entidadesdedireitoprivadoquerecebam,nacondiçãodebeneficiárias,contribuição

compulsória em virtude de disposição legal;

• entidadesdeutilidadepública;

• entidadesdeclasseousindical;

• pessoasjurídicassemfinslucrativosquerecebamrecursosdoexterior;

• entidadesbeneficentesereligiosas;

• entidadesesportivas;

• organizaçõesnãogovernamentaisquerecebamrecursospúblicos;

• OrganizaçõesdaSociedadeCivildeInteressePúblico(Oscips);

• sociedadescooperativasdequalquergrauounatureza,cujoscooperadossejamcon-

cessionários ou permissionários de serviços públicos e estejam sendo beneficiadas

com recursos públicos;

A lei também proíbe a compra e venda de cadastro de endereços eletrônicos.

O desrespeito a tais vedações sujeita o responsável pela divulgação da propaganda e,

quando comprovado seu prévio conhecimento, o beneficiário à multa no valor de R$ 5 mil

a R$ 30 mil.

Não Cessação de Divulgação da Propaganda Eleitoral por Provedor de Conteúdo e de Serviços multimídia

Se o provedor de conteúdo e de serviços multimídia que hospeda a divulgação da propa-

ganda eleitoral de candidato, de partido ou de coligação, no prazo determinado pela Justiça

Eleitoral, contado a partir da notificação de decisão sobre a existência de propaganda irregular,

Page 44: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

42 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

não tomar providências para a cessação dessa divulgação, também está sujeito às penalidades

previstas na lei, desde que tenha, comprovadamente, prévio conhecimento.

Propaganda Eleitoral por meio de mensagens Eletrônicas

As mensagens eletrônicas enviadas por candidato, partido ou coligação devem dispor

de mecanismo que permita seu descadastramento pelo destinatário, sendo o remetente

obrigado a providenciá-lo no prazo de 48 horas, sob pena de sujeitar os responsáveis ao

pagamento de multa no valor de R$ 100,00, por mensagem.

Propaganda Eleitoral na Internet Atribuindo Autoria a Terceiro

Aquele que realizar propaganda eleitoral na Internet, atribuindo a sua autoria, indevida-

mente, a terceiro, candidato, partido ou coligação, se sujeita a multa de R$ 5 mil a R$ 30 mil.

OUTROS TIPOS DE PROPAGANDA ELEITORAL

Propaganda Eleitoral Permitida

• Embensparticulares

É permitida a veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares, por meio de fi-

xação de faixas, placas, cartazes, pinturas ou inscrições com até 4 metros quadrados, desde

que não contrarie a lei eleitoral.

Essa propaganda não depende de obtenção de licença municipal nem de autorização da

Justiça Eleitoral, cabendo sua autorização ao proprietário ou possuidor e deve ser veiculada

espontânea e gratuitamente.

Esse tipo de propaganda eleitoral, onde não houve segundo turno, deve ser retirado pe-

los candidatos, partidos ou coligações, até 6 de novembro de 2012 e, no caso de realização

de segundo turno, até 27 de novembro de 2012.

• Distribuiçãodeimpressos

Também não depende de licença a distribuição de folhetos, volantes e outros impres-

sos, que devem ser editados sob a responsabilidade do candidato, partido ou coligação.

Os impressos de campanha eleitoral deverão conter o número de inscrição no CNPJ ou no

Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do responsável pela confecção, o nome do contratante e

a respectiva tiragem.

Page 45: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

43MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

• Comícios

A realização de comícios e a utilização de aparelhagem de sonorização fixa são permiti-

das de 6 de julho a 4 de outubro de 2012, no horário compreendido entre as 8 e as 24 horas.

Caso haja segundo turno, esses eventos poderão ser realizados entre 8 e 25 de outubro.

Para evitar tumultos, garantir a prioridade do local, o funcionamento do tráfego e dos ser-

viços públicos, os partidos, coligações e candidatos que pretendem realizá-lo devem avisar

a autoridade policial da realização do evento, no mínimo, 24 horas antes.

• Propagandaeleitoralpormeiodealto-falantes,amplificadoresdesomesono-

rização fixa

A propaganda eleitoral por meio de alto-falantes, amplificadores de som e aparelhamen-

to de sonorização fixa, tanto na sede dos partidos quanto em veículos, pode ser realizada

das 8 às 22 horas, entre 6 de julho e 6 de outubro de 2012. Deve ser observada a distância

mínima obrigatória de 200 metros de igrejas, teatros, bibliotecas públicas e escolas, quando

em funcionamento, além de hospitais e casas de saúde, sedes dos Poderes Executivo, Le-

gislativo da União, Estados, Distrito Federal e municípios, dos Tribunais Judiciais, quartéis e

outros estabelecimentos militares.

• Emimprensaescritaeinternet

A propaganda paga, na imprensa escrita, de até dez anúncios por veículo, em datas diversas,

para cada candidato, é permitida até a antevéspera da eleição 5 de outubro de 2012 . Tam-

bém é permitida, até a mesma data, a reprodução de páginas do jornal impresso na Internet.

O espaço máximo permitido, por edição, para cada candidato, partido ou coligação,

é de 1/8 de página de jornal padrão e 1/4 de página de revista ou tabloide e deve cons-

tar, de forma visível, o valor pago pela inserção.

Caso haja segundo turno, tanto a propaganda na imprensa como na Internet está

permitida de 8 a 26 de outubro. Aliás, a propaganda eleitoral para segundo turno, em

geral, poderá ser retomada a partir do dia 8 de outubro.

O não cumprimento de tal regra legal sujeita os responsáveis pelo veículo de divulgação

e os partidos, coligações ou candidatos beneficiados, a pagarem multa no valor de R$ 1 mil a

R$ 10 mil, ou o equivalente ao custo da divulgação da propaganda paga, se esse for maior.

• Nasdependênciasdolegislativo

Nas dependências do Poder Legislativo é permitida a veiculação de propaganda eleitoral,

ficando sua regulamentação a cargo da mesa diretora, que deverá destinar os espaços de

forma isonômica entre todos os partidos, coligações e candidatos.

Page 46: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

44 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

Propaganda eleitoral Proibida

• Propagandapartidária

A partir de 1º de julho de 2012, é proibida a veiculação da propaganda partidária gratuita,

assim como qualquer tipo de propaganda paga no rádio e na televisão, sob pena de paga-

mento de multa no valor de R$ 5 mil a R$ 25 mil, ou o custo da propaganda, se o valor deste

for maior que aquele.

• Conexãocomaadministraçãopública

Também é proibido e constitui crime, punível com detenção de seis meses a um ano e

multa no valor de R$ 10.641,00 a R$ 21.282,00, 10 mil a 20 mil ufirs , o uso de símbolos,

frases ou imagens oficiais, associados ou semelhantes aos empregados por empresas públi-

cas, sociedades de economia mista ou órgãos de governo. Isso significa que os candidatos,

mesmo à reeleição, estão proibidos de usar frases, imagens ou símbolos que os liguem à

Administração Pública direta ou indireta.

• Nodiadaseleições

No dia das eleições está proibido: realização de comícios e carreatas; uso de alto-falantes

e amplificadores; arregimentação de eleitor ou propaganda de boca de urna; divulgação

de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos mediante

publicações, cartazes, camisas, bonés, broches ou dísticos em vestuários.

Essas ações são consideradas crimes eleitorais, puníveis com pena de detenção de seis

meses a um ano, com alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo perí-

odo, além de multa no valor de R$ 5.320,50 a R$ 15.961,50 5 mil a 15 mil ufirs .

• Brindes

Durante toda campanha eleitoral é vedada a confecção, utilização e distribuição de cami-

setas, chaveiros, bonés, canetas, brindes em geral, cestas básicas ou quaisquer outros bens

materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor. Mesmo que o candidato não esteja

agindo diretamente, será responsabilizado.

• Showmício

É proibida a realização de showmício ou evento assemelhado para a promoção de candi-

dato, bem como a apresentação de artistas, remunerada ou não, com a finalidade de animar

comícios ou reuniões eleitorais.

Page 47: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

45MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

• Outdoors

Está proibida a propaganda eleitoral veiculada por meio de outdoors Lei 11.300/2006 ,

sujeitando os partidos, as coligações e os candidatos, bem como as empresas de publicida-

de responsáveis, à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento de multa no

valor de R$ 5.320,50 a R$ 15.961,50 5 mil a 15 mil ufirs .

• Benspúblicos

É proibida a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscri-

ção a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados nos bens públicos, naque-

les que dependam de cessão ou permissão do Poder Público e nos de uso comum do povo,

como postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes,

paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, como telefones públicos e caixas recep-

toras de correspondência.

São considerados bens de uso comum, para esse fim, aqueles aos quais a população tem

acesso, como, por exemplo: cinemas, teatros, supermercados, centros comerciais, estádios,

lojas e templos, ainda que de propriedade privada.

Entretanto, é permitida a colocação de bonecos e cartazes móveis ao longo das vias

públicas, desde que não dificultem o andamento do trânsito. A mobilidade é caracterizada

com a colocação e a retirada dos meios de propaganda entre as 6 e as 22 horas.

O não atendimento a essa proibição sujeita o infrator à restauração do bem e, no caso de

isso não ser feito no prazo estipulado, à aplicação de multa no valor de R$ 2 mil a R$ 8 mil.

Propaganda eleitoral proibida e permitida

Propaganda paga em rádio e tevê Proibida A partir de 1º de julho

Propaganda paga em imprensa

escrita e reprodução na InternetPermitida (a)

Primeiro turno: de 6 de julho a 5 de outubro

Segundo turno: de 8 a 26 de outubro

Propaganda em outdoors Proibida

Propaganda em bens públicos

(ex.: faixas e placas em postes)Proibida

Propaganda em bens particula-

res (ex.: faixas, placas, cartazes,

pinturas ou inscrições)

Permitida (tamanho

máximo: 4 metros

quadrados (b)

Poderão permanecer no local até 30 dias após a

eleição (primeiro turno – 6 de novembro – ou no

segundo turno, quando houver – 27 de novembro)

Showmícios Proibidos

ComíciosPermitidos (das 8

às 24 horas) (c)

Primeiro turno: de 6 de julho a 4 de outubro

Segundo turno: de 8 a 25 de outubro

(continua)

Page 48: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

46 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

Propaganda por meio de alto-

falantes ou amplificadores de som

Permitida (das 8

às 22 horas) (d)

Primeiro turno: de 6 de julho a 6 de outubro

Segundo turno: de 8 a 27 de outubro

Distribuição de impressos PermitidaPrimeiro turno: de 6 de julho a 4 de outubro

Segundo turno: de 7 a 25 de outubro

Brindes (ex.: camisetas, bonés,

canetas, chaveiros, etc.)Proibidos

Propaganda na Internet Permitida A partir de 6 de julho

(a) 1/8 da página de jornal padrão e ¼ da página de revista ou tabloide.

(b) Lei Eleitoral, art. 37, § 2º.

(c) Avisar autoridade policial 24 horas antes da realização.

(d) É vedado seu uso em distância inferior a 200 metros de igrejas, teatros, bibliotecas e escolas, quando em

funcionamento, além dos hospitais e casas de saúde, sedes dos Poderes Executivo, Legislativo, da União,

Estados, Distrito Federal e municípios, dos tribunais judiciais, quartéis e outros estabelecimentos militares.

PESQUISAS ELEITORAIS Resolução 23.364/2011

As entidades ou empresas que realizarem pesquisas e testes pré-eleitorais serão obri-

gadas a registrar na Justiça Eleitoral, até cinco dias antes da divulgação dos resultados, as

seguintes informações:

• quemcontratouapesquisa;

• valoreorigemdosrecursosdespendidosnotrabalho;

• metodologiaeperíododerealizaçãodapesquisa;

• plano amostral eponderaçãoquanto a sexo, idade, graude instrução, nível econô-

mico do entrevistado e área física de realização do trabalho, intervalo de confiança e

margem de erro;

• sistemainternodecontroleeverificação,conferênciaefiscalizaçãodacoletadedados

e do trabalho de campo;

• questionáriocompletoaplicadoouaseraplicado;

• nomedequempagoupelarealizaçãodotrabalho;

• contratosocial,estatutosocialouinscriçãocomoempresário,quecomproveoregular

registro da empresa, com a qualificação completa dos responsáveis legais, razão social

ou denominação, número de inscrição no CNPJ, endereço, número de fac-símile em

que receberão notificações e comunicados da Justiça Eleitoral;

• nomedoestatísticoresponsávelpelapesquisaeonúmerodeseuregistronocompe-

tente Conselho Regional de Estatística (Decreto 62.497/1968, art. 11);

Propaganda eleitoral proibida e permitida (continuação)

Page 49: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

47MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

• númerodoregistrodaempresaresponsávelpelapesquisanoConselhoRegionalde

Estatística, caso o tenha;

• indicaçãodomunicípioabrangidopelapesquisa.

As informações acima ficarão por 30 dias à disposição dos partidos ou coligações com

candidatos ao pleito.

O desatendimento a essas exigências sujeita os responsáveis ao pagamento de multa no

valor de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00 50 mil a 100 mil ufirs e, se comprovada fraude na

pesquisa, à responsabilização criminal, punível com pena de detenção de seis meses a um

ano, mais a multa.

A partir de 5 de julho de 2012, nas pesquisas realizadas mediante a apresentação da rela-

ção de candidatos ao pesquisado, deverá constar o nome de todos os registrados.

As pesquisas realizadas em data anterior ao dia das eleições poderão ser divulgadas a

qualquer momento, inclusive no dia das eleições – 7 de outubro de 2012 –, desde que res-

peitado o prazo de cinco dias para o seu registro, e as realizadas no dia das eleições podem

ser divulgadas a partir das 17 horas, se encerrada a votação no município.

As enquetes ou sondagens não estão sujeitas a registro na Justiça Eleitoral. Mas, quando da

divulgação dos seus resultados, deve ser informado que não se trata de pesquisa eleitoral, e

sim de mero levantamento de opiniões, sem controle de amostra, o qual não utiliza método

científico para a sua realização, dependendo, apenas, da participação espontânea do interes-

sado. A divulgação dos resultados sem esses esclarecimentos constitui divulgação de pesqui-

sa eleitoral sem registro e autoriza a aplicação das sanções pecuniárias antes mencionadas.

RESTRIÇÕES ESPECÍFICAS AOS AGENTES PÚBLICOS Resolução 23.370/2011

Os agentes públicos, por sua relação especial com a Administração Pública, devem obser-

var uma série de restrições legais no momento da campanha eleitoral, que visam a impedir

a quebra da igualdade de oportunidades que deve existir entre os candidatos, partidos

políticos e as coligações.

Para a caracterização da conduta vedada, basta a sua mera prática pelo agente público,

sem se cogitar de verificação de potencialidade para interferir no resultado eleitoral.

É considerado agente público quem exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunera-

ção, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura

ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da Administração

Pública direta, indireta ou fundacional. A definição abrange todas as pessoas que mantêm com

órgãos ou entidades públicas federais, estaduais ou municipais alguma forma de vínculo.

Page 50: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

48 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

O descumprimento dessas restrições é considerado ato de improbidade administrativa

Lei 8.429/1992 , acarretando a suspensão imediata da conduta vedada, quando for o caso,

e sujeitando os agentes públicos responsáveis, os partidos, coligações e candidatos que

dela se beneficiarem, à multa no valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00 5 mil a 100 mil ufirs ,

que será duplicada a cada reincidência.

As vedações impostas aos agentes públicos durante a campanha eleitoral dizem respeito

às questões a seguir indicadas.

Uso de Bens Públicos

Ao agente público está proibido ceder ou usar, em benefício de candidato, partido polí-

tico ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à Administração direta ou indireta

da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos municípios, ressalvada a

realização de convenção partidária.

Está proibida, por exemplo, a cessão ou utilização de prédios ou edifícios públicos, ve-

ículos oficiais, linhas telefônicas ou qualquer material (mesas, cadeiras, equipamentos de

informática) em benefício de candidatos, partidos políticos ou coligações.

Uma vez caracterizada a conduta, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará

sujeito à cassação do registro ou do diploma.

Não caracterizam desrespeito a essa regra:

• ousodasdependênciasdosprédiospúblicosparaarealizaçãodeconvençõespartidárias;

• autilizaçãodosbenspúblicosdeusocomumdopovo parques, praças, etc. para,

por exemplo, gravar programa eleitoral;

• autilizaçãoderesidênciaoficialpeloprefeitoevice-prefeitocandidatos,paraareali-

zação de contatos, encontros e reuniões pertinentes à própria campanha, desde que

não tenham caráter de ato público.

Uso de materiais e Serviços Pagos com Dinheiro Público

É vedada a utilização de materiais ou serviços, custeados pelos governos ou Casas Le-

gislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos

que integram.

Essa norma objetiva impedir que os materiais e serviços de comunicação social, gráficos,

postais, telefônicos e outros, custeados pelo erário, sejam utilizados acima da quota estabe-

lecida nas regras regimentais.

Para a ocorrência da violação, é preciso que o material ou o serviço seja custeado pelos

Page 51: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

49MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

cofres públicos. Uma vez caracterizada a conduta, o candidato beneficiado, agente público

ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma.

Cessão de Servidor

Ceder servidor público ou empregado da Administração direta ou indireta federal, esta-

dual ou municipal do Poder Executivo, ou usar de seus serviços, para comitês de campanha

eleitoral de candidato, partido político ou coligação, durante o horário de expediente nor-

mal, está totalmente proibido, salvo se o servidor ou empregado estiver licenciado.

O servidor é livre para trabalhar na campanha eleitoral de qualquer candidato, desde que

o faça fora de seu horário de expediente. O que não é permitido é a prestação de serviços

para candidatos no período normal de trabalho. Essa regra preocupa-se em proibir a cessão

de servidor, com ou sem ônus para a Administração.

O servidor licenciado, por já estar afastado de suas atividades rotineiras na Administração Públi-

ca, está liberado para trabalhar em comitê eleitoral de candidato, partido político ou coligação.

A consequência da cessão de servidor, entre outras, é a cassação do registro ou do diplo-

ma do candidato beneficiado, agente público ou não.

Distribuição Gratuita de Bens, Valores ou Benefícios

No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita de bens, valores

ou benefícios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública,

de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução

orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o

acompanhamento de sua execução financeira e administrativa.

A proibição de distribuição gratuita diz respeito a:

• bens,móveisouimóveis,comocadeirasderodasecobertores;

• valores,comoorepassederecursospúblicospormeiodeauxíliosfinanceiros;

• benefícios, como algumprivilégio, graça ou vantagem, tais como vale-alimentação,

vale-leite e cestas básicas.

É muito comum, nos períodos eleitorais, os agentes públicos quererem distribuir entre a

população mais necessitada: cadeiras de rodas, cestas básicas, roupas, bolas e ingressos de

jogo de futebol, entre outros bens e serviços onerosos aos cofres públicos.

Essa regra não impede o administrador público de executar eventual política social já

contemplada em sua plataforma de governo. O que se pretende é impedir o uso indevido

Page 52: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

50 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

da máquina administrativa, com a distribuição de bens e serviços como moeda de troca nas

eleições, em benefício de candidato, partido político ou coligação.

Assim, em ano eleitoral, o administrador público só pode executar programas voltados à

distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios se instituídos por lei e autorizados pelo

orçamento de 2011 e em execução nesse mesmo ano. Todavia, mesmo que esteja em execu-

ção, o programa deve ser paralisado se for executado por entidade nominalmente vinculada

a candidato ou por este mantida.

A vedação abrange tanto a execução direta como a por meio de entidades assistenciais e

não diz respeito somente às ações voltadas à população de baixa renda, como poderia pare-

cer, mas a todos, inclusive pessoas jurídicas. Também está vedada a execução de programas

sociais por entidades nominalmente vinculadas a candidato ou por este mantida.

Por razões lógicas, em casos de estado de emergência e calamidade pública, nas quais há

obrigação de socorro por parte do administrador, não incide a vedação.

Uso Promocional de Ação Social

É proibido o agente público fazer ou permitir que se faça uso promocional da distribui-

ção gratuita de bens e serviços de caráter social, custeados ou subvencionados pelo Poder

Público, em favor de candidato, partido político ou coligação.

Como dito, os agentes políticos podem levar a cabo programas sociais já iniciados no

ano de 2011. De qualquer forma, não podem fazer uso desses programas para favorecer

candidato, partido ou coligação.

A norma pretende coibir a conexão da distribuição gratuita de bens e serviços de ca-

ráter social custeados ou subvencionados pelo erário com a figura de determinado can-

didato, partido político ou coligação, como, por exemplo, a distribuição de material de

construção pela prefeitura, cujo veículo oficial ostente propaganda eleitoral do prefeito

candidato à reeleição.

Alteração da Condição do Servidor

Nomear, contratar ou, de qualquer forma, admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou

readaptar vantagens ou, por outros meios, dificultar ou impedir o exercício funcional e, ain-

da, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público na circunscrição do pleito, nos

três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos está vedado, sob pena de nulidade

de pleno direito.

Page 53: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

51MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

Essas restrições deverão ser obedecidas entre 7 de julho e 31 de dezembro de 2012 e

objetivam garantir o direito dos servidores públicos de se posicionarem politicamente de

forma livre, protegidos de perseguições políticas.

Entre os vários atos proibidos, estão compreendidos:

• nomeação:éoatoadministrativopeloqualocargopúblicoéatribuídoaumapessoa,

sujeito ao regime de natureza estatutária;

• contratação:éacelebraçãodecontratodetrabalhoentreoservidoreaAdministraçãoPú-

blica, para ocupar emprego público, sujeito ao regime de natureza trabalhista (celetista);

• admissãosobqualqueroutraforma:podeabrangerqualquermodalidadedeingressono

serviço público, por qualquer expediente de que queira se valer a Administração Pública;

• demissãosemjustacausa:éoatoquelevaàperdadocargooudoempregopúblico

sem qualquer motivação;

• supressão e readaptação de vantagens: é a retirada oumodificação das vantagens

pecuniárias percebidas pelo servidor público por vontade do administrador;

• qualqueroutromododedificultarouimpediroexercíciofuncional:impedeaprática

de qualquer ato administrativo por razões distintas do interesse público e das autoriza-

das em lei, que não permitam ao servidor exercer seu cargo, emprego ou função com

a liberdade funcional necessária;

• remoçãoex officio: é o deslocamento do servidor de uma unidade para outra, dentro

do mesmo órgão de lotação, ou o deslocamento de ofício do servidor, no interesse da

Administração Pública, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

Não está vedada a redistribuição do servidor público, que é o deslocamento de cargo

de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para

outro órgão ou entidade do mesmo Poder;

• exoneraçãoex officio: é o ato administrativo de desinvestidura do servidor do cargo

público, por ordem da autoridade administrativa.

A expressão “circunscrição do pleito” visa a preservar a autonomia dos entes federados

em questões que digam respeito especialmente aos seus negócios internos e, no caso das

eleições municipais, a circunscrição é o município. Assim, essa restrição se aplica somente

aos agentes públicos municipais.

Há algumas exceções à regra geral proibitiva que interessam para as eleições municipais.

São elas:

• nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções

Page 54: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

52 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

de confiança: trata-se de cargos ou empregos de livre nomeação e exoneração, ou fun-

ções de confiança de livre designação e dispensa;

• nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até 7 de julho de 2012.

Observe-se que não está vedada a realização de concurso público dentro do período

proibitivo, mas sim a nomeação dos aprovados Tse resolução 21.806/2004 ;

• nomeaçãooucontrataçãonecessáriaà instalaçãoouaofuncionamentoinadiávelde

serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do chefe do Poder

Executivo: essa exceção permite à Administração Pública, diante de situações de ex-

cepcional interesse público, como, por exemplo, a ocorrência de um surto de dengue,

contratar pessoal necessário para enfrentá-la, desde que devidamente autorizado e

justificado o ato de admissão, autorização essa que deve ser específica para a contra-

tação pretendida. A indispensabilidade da prestação dos serviços essenciais é funda-

mental para possibilitar a contratação emergencial de pessoal. Somente assim é que

a contratação escapará da ilicitude.

Transferência de Recursos Resolução TSE 21.878/2004

Nos três meses anteriores ao pleito 7 de julho a 7 de outubro de 2012 é vedado reali-

zar transferência voluntária de recursos da União ou dos Estados aos municípios, sob pena

de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal

preexistente para execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixa-

do, e os destinados a atender situações de emergência e de calamidade pública.

Os governos federal e estaduais só podem repassar recursos voluntariamente ao mu-

nicípio, ainda que provenientes de convênio ou outra obrigação preexistente, quando se

destinam à execução de obras ou serviços fisicamente já iniciados.

É considerada voluntária a transferência que não decorre de lei, que não é cogente, que

se faz mediante manifestação de vontade, quer da União, quer dos Estados.

A celebração de convênio não está proibida, nesse período, apenas o repasse do recurso.

A exceção fica por conta do atendimento de situações de emergência e de calamidade pú-

blica, devidamente justificadas e comprovadas.

A infração a essa disposição legal caracteriza malversação de recursos públicos, com a

sujeição de seus responsáveis às penas da lei. A Justiça Eleitoral, mediante representação de

candidato, partido ou coligação, pode determinar a sustação da transferência de recursos e

paralisar a obra ou o serviço.

Page 55: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

53MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

Despesas com Publicidade

O agente político não pode realizar, em ano de eleição, despesas com publicidade dos

órgãos públicos municipais, ou das respectivas entidades da Administração indireta, que

excedam a média dos gastos nos três últimos anos que antecedem o pleito ou do último

ano imediatamente anterior à eleição.

Essa norma diz respeito à publicidade institucional, que é aquela que divulga ato, progra-

ma, obra, serviço e campanhas de governo ou órgão público, autorizada por agente público

e paga pelos cofres públicos.

O dispositivo procura impedir que os órgãos públicos gastem, em ano eleitoral, mais do

que normalmente despendem com publicidade. Isso para que ela não seja usada com o

objetivo de favorecer candidatos, partidos políticos e coligações. Os gastos com publicidade

estão autorizados, no ano eleitoral, entre o período de 1º de janeiro a 6 de julho de 2012, pois,

a partir de 7 de julho de 2012, fica proibido qualquer gasto com publicidade institucional.

Para saber quanto o agente público pode gastar com publicidade, deve-se somar os gas-

tos referentes aos anos de 2011, 2010 e 2009 e dividir, obtendo com isso a média dos gastos.

Deve-se, igualmente, levantar os gastos realizados apenas no ano de 2011. Dos resultados

obtidos escolhe-se o de menor valor.

Propaganda Institucional

Com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mer-

cado, é vedado ao agente político do município, nos três meses anteriores ao pleito – 7 de

julho a 7 de outubro de 2012, autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras,

serviços e campanhas dos órgãos públicos ou das entidades da Administração indireta, salvo

em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral.

Entre os serviços que concorrem no mercado, podem-se citar os voltados para a constru-

ção de casas populares, executados por empresas municipais de habitação, cujos empreen-

dimentos encontram concorrentes no mercado imobiliário privado. Outro exemplo refere-

se a cursos superiores em faculdades instituídas e mantidas pelo Poder Público municipal

que, igualmente, podem ser prestados pela iniciativa privada.

De outro lado, a publicidade institucional pode ser admitida em caso da ocorrência de,

por exemplo, um surto de febre amarela, em que se verifica a necessidade de campanhas

de esclarecimento e combate.

O TSE, em decisões sobre essa regra específica, interpreta algumas situações como viola-

doras da vedação. Alguns exemplos:

Page 56: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

54 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

• afixação de faixas que têm como objetivo enaltecer a administração do prefeito candi-

dato à reeleição;

• placas divulgadoras de obras e serviços municipais, ainda que instaladas antes, mas

mantidas no período vedado, afrontam a regra proibitiva;

• placas indicativas de realização de obras e serviços executados pela municipalidade,

com slogan promocional da Administração Pública, são publicidade institucional.

A manutenção de placas em obras públicas, colocadas antes do período vedado por lei,

somente é admissível se não houver expressões que possam identificar autoridades, servi-

dores ou administrações cujos dirigentes estejam em campanha eleitoral.

E a norma eleitoral não se aplica à publicação, em Diário Oficial do Município, de atos mera-

mente administrativos, sem referência a nome e sem divulgação de imagem do candidato.

Pronunciamento em Cadeia de Rádio e Televisão

Nos três meses anteriores às eleições (7 de julho a 7 de outubro de 2012), os agentes polí-

ticos do município estão proibidos de fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão

fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de

matéria urgente, relevante e característica das funções de governo.

Revisão de Remuneração dos Servidores

O prefeito está proibido de fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração

dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao

longo do ano da eleição, considerando a inflação apurada a partir de 1º de janeiro de 2012,

do dia 10 de abril de 2012 até a data da posse dos eleitos.

Durante o período restritivo, sequer poderá ser enviada ao Poder Legislativo proposta

de lei tendente à realização de revisão geral da remuneração dos servidores públicos que

exceda a mera recomposição da perda do poder aquisitivo.

No entanto, o TSE admite a aprovação, por meio de lei, de proposta de reestruturação

de carreira de servidores, com nova pactuação remuneratória, pois entende que isso não se

confunde com revisão geral de remuneração resolução 21.054/2002 .

Contratação de Shows

É vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos para a realização

de inaugurações nos três meses que antecederem as eleições 7 de julho de 2012 .

Page 57: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

55MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

A norma objetiva impedir o uso de recursos do erário para a promoção de eventos ar-

tísticos nas inaugurações de obras ou serviços públicos, preservando, assim, o equilíbrio

entre os candidatos e a moralidade do pleito. É bastante comum a realização desses shows,

verdadeiros showmícios, em que a inauguração da obra ou serviço se torna evento menor

em face da promoção dos candidatos.

A Lei Eleitoral estabeleceu, expressamente, que a sanção por descumprimento dessa ve-

dação importa a suspensão imediata da conduta, além da cassação do registro ou do diplo-

ma do candidato beneficiado, agente público ou não.

Participação em Inaugurações de Obras Públicas

É proibido aos candidatos a cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador participarem de

inauguração de obras públicas nos três meses que precedem o pleito 7 de julho de 2012 .

A Lei Eleitoral estabeleceu expressamente que o descumprimento sujeita o infrator à

cassação do registro ou do diploma.

O TSE entende que a permanência do chefe do Poder Executivo, candidato à reeleição,

em localidade próxima ao evento de inauguração, assim como circular em companhia do

governador do Estado pela cidade, após a inauguração, não ofende o dispositivo legal, uma

vez que o prefeito, embora candidato, permanece como chefe do Executivo municipal.

Igualmente não se caracteriza como comportamento vedado o comparecimento de can-

didatos ao local após a inauguração da obra pública, quando os cidadãos em geral já não

mais estão presentes.

Entretanto, se o candidato comparece como mero espectador ou tem posição de desta-

que na solenidade, se fica misturado com o público ou no local reservado para as autorida-

des, ou se faz uso da palavra ou é apenas elogiado nos discursos, dará ensejo à caracteriza-

ção da conduta vedada.

Também viola o dispositivo legal o vice-prefeito que apresenta sua candidatura ao cargo

de prefeito em evento de inauguração de obra pública promovida pela prefeitura.

Page 58: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo
Page 59: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

ETAPA A Eleição

De acordo com a CF, as eleições municipais devem ocorrer em primeiro turno, no pri-

meiro domingo de outubro 7 de outubro de 2012 e, nos municípios em que hou-

ver necessidade de segundo turno, este será realizado no último domingo de outubro

28 de outubro de 2012 .

Nos municípios com mais de 200 mil eleitores, quando nenhum candidato a prefeito

obtiver a maioria absoluta dos votos válidos, deverá ocorrer o segundo turno, em que

concorrerão os dois candidatos mais votados. Nos municípios com menos de 200 mil

eleitores, haverá apenas um turno e será eleito aquele que receber mais votos.

Na hipótese de ocorrência de segundo turno, deverão ser observadas as seguintes

regras:

• se, antesde realizadoo segundo turno,ocorrermorte,desistênciaou impedimento

legal do candidato, convocar-se-á, entre os remanescentes, o de maior votação;

• casohaja,emsegundolugar,maisdeumcandidatocomamesmavotaçãoouocorra

empate na eleição em segundo turno, vencerá o mais idoso.

Atualmente, a votação e a totalização dos votos são feitas por meio de sistema eletrônico,

só havendo o uso de cédulas em casos excepcionais.

No sistema eletrônico, uma urna exibirá, primeiramente, os painéis referentes às eleições

proporcionais e, em seguida, os correspondentes às eleições majoritárias.

Os votos brancos e nulos não podem ser considerados e nem computados, tanto para

eleição majoritária quanto para a proporcional, devendo apenas ser considerados os votos

dados a candidatos regularmente inscritos e às legendas partidárias.

É considerado voto de legenda aquele em que o eleitor, no momento de votar em deter-

minado cargo, assinalar apenas o número do partido. Da mesma forma, quando na votação

para vereador não for possível identificar o candidato, mas o número do partido estiver

digitado de forma correta, o voto será computado para a legenda partidária respectiva.

Se mais da metade dos votos nas eleições municipais forem nulos, terá que se realizar

nova eleição, marcada pelo Tribunal, no prazo de 20 a 40 dias Código eleitoral, art. 224 .

FISCALIzAÇÃO Resolução 23.372/2011

Todas as fases do processo de votação e apuração e o processamento eletrônico da totali-

zação dos resultados podem ser acompanhados pelos partidos políticos e coligações, sendo

5a

Page 60: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

58 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

garantido aos seus fiscais o conhecimento antecipado dos programas de computador usados.

Tais programas podem ser impugnados pelos partidos ou coligações no prazo de cinco dias

de seu conhecimento.

Se desejarem, os partidos concorrentes às eleições poderão constituir sistema próprio

de fiscalização, apuração e totalização dos resultados, podendo até contratar empresas de

auditoria de sistemas, que deverão credenciar-se na Justiça Eleitoral para receber previa-

mente os programas de computador, assim como, simultaneamente, os mesmos dados que

alimentam o sistema oficial de apuração e totalização. Isso significa que os partidos, por

meio de sistema próprio de computação fiscalizadora ou por empresa contratada, estarão

recebendo e acompanhando, ao mesmo tempo, os dados da apuração e totalização de

votos oficialmente elaborada.

Fiscalização Perante as mesas Receptoras

Cada partido político ou coligação poderá nomear dois delegados para cada município

e dois fiscais para cada mesa receptora, atuando um de cada vez e o fiscal poderá acompa-

nhar mais de uma mesa receptora.

As credenciais dos fiscais e delegados devem ser expedidas, exclusivamente, pelos par-

tidos políticos e coligações, sendo desnecessário o visto do juiz eleitoral. O presidente do

partido ou o representante da coligação deverá registrar, na Justiça Eleitoral, o nome das

pessoas autorizadas a expedirem as credenciais dos fiscais e delegados.

Não poderão ser credenciados como fiscais nem nomeadas pelo juiz eleitoral para fazer

parte da mesa receptora: pessoas com menos de 18 anos; os candidatos e seus parentes,

ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem assim o cônjuge; os membros

de diretórios de partido político, desde que exerçam função executiva; as autoridades e

agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de cargos de confiança do

Executivo; e os que pertencerem ao serviço eleitoral.

O credenciamento de fiscais restringir-se-á aos partidos políticos e às coligações que

participarem das eleições em cada município.

Os candidatos registrados, os delegados e os fiscais de partido político ou de coligação

serão admitidos pelas mesas receptoras a fiscalizar a votação, formular protestos e fazer

impugnações, inclusive, no caso de dúvida sobre a identidade do eleitor.

No dia da votação, durante os trabalhos, os fiscais só poderão portar crachás em que

constem o nome e a sigla do partido político ou da coligação a que sirvam, sendo proibida

a padronização do vestuário.

Page 61: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

59MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

Fiscalização Perante as Juntas Eleitorais

Cabe exclusivamente aos partidos políticos ou às coligações credenciar, perante as Juntas

Eleitorais, até três fiscais, que se revezarão na fiscalização dos trabalhos de apuração, cujas

credenciais não necessitam de visto do presidente da Junta Eleitoral. Os representantes dos

partidos políticos ou das coligações devem indicar ao presidente da Junta Eleitoral o nome

das pessoas autorizadas a expedir as credenciais dos fiscais.

O credenciamento de fiscais restringir-se-á aos partidos políticos ou coligações que par-

ticiparem das eleições em cada município.

Não é permitido que mais de um fiscal de cada partido político ou coligação atue conco-

mitantemente na Junta Eleitoral ou na Turma.

Os fiscais dos partidos políticos e coligações devem estar posicionados em distância não infe-

rior a um metro de onde estiverem sendo desenvolvidos os trabalhos da Junta Eleitoral, de modo

a que possam observar diretamente qualquer procedimento realizado nas urnas eletrônicas.

Os boletins de urna, conforme modelo aprovado pelo TSE, deverão conter os nomes e

os números dos candidatos que receberam votos, sendo o presidente da mesa receptora

obrigado a entregar uma cópia desses boletins aos partidos e coligações que o requeiram

até uma hora após a expedição, sob pena de cometimento de crime punível com detenção

de um a três meses, além do pagamento de multa no valor de R$ 1.064,10 a R$ 5.320,50

mil a 5 mil ufirs .

A impugnação não recebida pela Junta Eleitoral pode ser apresentada diretamente ao TRE,

em 48 horas, acompanhada de declaração de duas testemunhas, devendo o tribunal decidir

sobre o recebimento no mesmo prazo, publicando o acórdão na própria sessão de julgamento

e transmitindo imediatamente à Junta o inteiro teor da decisão e da impugnação.

Poderá ser afastado imediatamente, além de responder por crimes tipificados no Código

Eleitoral, o presidente de Junta Eleitoral que deixar de receber ou de mencionar em ata os pro-

testos recebidos ou mesmo impedir o exercício da fiscalização pelos partidos ou coligações.

Cabe aos fiscais e delegados devidamente credenciados, e aos candidatos, proceder à

instrução dos recursos interpostos contra a apuração, juntando, para tanto, cópia do bole-

tim relativo à urna impugnada. Somente o boletim com os resultados de cada urna servirá

de prova para eventuais impugnações ou recursos perante a Junta apuradora ou totalizado-

ra, não servindo quaisquer outros apontamentos.

São crimes eleitorais punidos com pena de reclusão de cinco a dez anos:

• obteracessoaosistemadetratamentoautomáticodedados,usadopeloserviçoelei-

toral, a fim de alterar a apuração ou a contagem de votos;

Page 62: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

60 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

• desenvolverouintroduzircomando,instruçãoouprogramadecomputadorcapazde

destruir, apagar, eliminar, alterar, gravar ou transmitir dado, instrução ou programa,

ou provocar qualquer outro resultado diverso do esperado em sistema de tratamento

automático de dados usado pelo serviço eleitoral;

• causar,propositadamente,danofísicoaoequipamentousadonavotaçãoounatotali-

zação de votos ou a suas partes.

Apuração da Votação por meio de Cédulas

Quando forem utilizadas, nas seções eleitorais, cédulas, e não o sistema eletrônico de

votação e totalização de votos, será garantido aos fiscais e delegados dos partidos e coli-

gações, durante a apuração, além da aplicação das regras pertinentes previstas no Código

Eleitoral, o direito de observar diretamente, a distância não superior a um metro da mesa, a

abertura da urna, a abertura e a contagem das cédulas e o preenchimento do boletim, sob

pena de ser impugnado o resultado da urna, desde que apresentada antes da divulgação

do boletim.

Em caso de dúvida, na apuração de votos dados a homônimos, o número prevalecerá

sobre o nome do candidato.

No sistema de votação convencional, que se dá por meio de cédulas, considerar-se-á voto

de legenda quando o eleitor assinalar o número do partido no local exato reservado para o

cargo respectivo e somente para este será computado.

O presidente da Junta Eleitoral está obrigado a entregar aos partidos e coligações con-

correntes nas eleições municipais, desde que requeridos pelos seus representantes até uma

hora após sua expedição, os boletins com o resultado final da apuração, que deverão indicar

o nome e o número dos candidatos nas primeiras colunas, que precederão aquelas em que

serão designados os votos e o partido ou coligação. Para esse fim, cada partido ou coligação

poderá credenciar até três fiscais na Junta Eleitoral, funcionando um de cada vez.

A apresentação de rascunho, ou qualquer outro tipo de anotação fora dos boletins de

urna, usado no momento da apuração dos votos, não servirá de prova posterior perante a

Junta apuradora ou totalizadora.

O juiz presidente da Junta Eleitoral é obrigado a recontar os votos contidos na urna quando:

• oboletimapresentarresultadonãocoincidentecomonúmerodevotantes,ediscre-

pante dos dados obtidos no momento da apuração;

• ficarevidenciadaaatribuiçãodevotosacandidatosinexistentes,onãofechamentoda

contabilidade da urna ou a apresentação de total de votos nulos, brancos ou válidos

destoante da média geral das demais seções do mesmo município, ou zona eleitoral.

Page 63: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

61MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

Será permitido o uso de instrumentos que auxiliem o eleitor analfabeto a votar, não sen-

do a Justiça Eleitoral obrigada a fornecê-los. E serão assegurados, ao eleitor com deficiência

visual: a utilização do alfabeto comum ou do sistema braile para assinar o caderno de vo-

tação ou assinalar as cédulas, se for o caso; o uso de qualquer instrumento mecânico que

portar ou lhe for fornecido pela mesa receptora de votos; o uso do sistema de áudio, quando

disponível na urna, sem prejuízo do sigilo do voto; o uso da marca de identificação da tecla

número cinco da urna.

O SISTEmA ELEITORAL PROPORCIONAL

Os vereadores são eleitos de acordo com o princípio da representação proporcional, pelo

qual as cadeiras existentes na Câmara serão distribuídas na proporção dos votos dados a

cada legenda partidária.

Para saber quem foi eleito no sistema de representação proporcional, é necessário de-

terminar:

• onúmerodevotosválidos;

• oquocienteeleitoral;

• oquocientepartidário;

• atécnicadedistribuiçãodassobras;

• adesignaçãodoseleitos.

Determinação dos Eleitos no Sistema Proporcional

Votos válidos: são os votos dados à legenda e aos candidatos.

Quociente eleitoral: divisão do número de votos válidos pelo número de lugares a se-

rem preenchidos na Câmara Municipal, desprezando-se a fração igual ou inferior a meio e

arredondando-se para uma fração superior a meio.

Quociente partidário: divide-se o número de votos dados à legenda pelo quociente

eleitoral, desprezada a fração.

distribuição dos restos: feitas as operações indicadas anteriormente, fica-se sabendo

quantos candidatos cada partido elegeu. No entanto, podem sobrar lugares para serem pre-

enchidos. Nesse caso, é utilizada a técnica da maior média, pela qual se adiciona mais um

lugar aos que foram obtidos em cada um dos partidos; depois, toma-se o número de votos

válidos atribuídos a cada partido e divide-se por aquela soma; o primeiro lugar a preencher

Page 64: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

62 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

caberá ao partido que obtiver a maior média. Repete-se a mesma operação tantas vezes

quantas forem as sobras, até sua total distribuição pelos diversos partidos.

Por exemplo, suponha-se que seja feita eleição para o preenchimento de 12 lugares numa

Câmara de Vereadores. Apurada a eleição, verificou-se um total de 24 mil votos válidos. En-

tão se tem:

• votosválidos:24mil;

• lugaresaserempreenchidos:12;

• quocienteeleitoral:24mil:12=2mil;

• quocientespartidários:

Partidos Votação Quociente Eleitoral Quociente PartidárioA 15 mil : 2 mil = 7 cadeirasB 9 mil : 2 mil = 4 cadeirasTotal=11cadeiraspreenchidas.Sobrauma.

• distribuiçãodoresto:

Partidos Votação Quociente Partidário + 1 MédiasA 15 mil : 8=(7+1) =1.875A 9 mil : 5=(4+1) =1.800

O partido A obteve a maior média, ficando com a cadeira restante. Assim, o partido A fica

com oito cadeiras e o partido B com quatro.

Se sobrasse mais de um lugar a ser preenchido, repetir-se-ia a mesma operação até a

completa distribuição das sobras.

Definido o número de cadeiras a que cada partido terá direito na Câmara Municipal, esta-

rão eleitos os mais votados de cada legenda, até o preenchimento das vagas. Os demais são

suplentes, ou seja, se por qualquer razão vagar uma cadeira, o próximo da lista assume.

Falta de Quociente Eleitoral

Pode ocorrer uma situação na qual nenhum partido consiga obter o quociente eleitoral.

Nesse caso, considerar-se-ão eleitos os candidatos mais votados até o preenchimento total

das cadeiras.

Como a coligação funciona como um grande partido político, a ela aplicam-se todas as

regras do sistema eleitoral anteriormente explicadas.

Page 65: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

ETAPAA Prestação de Contas Resolução 23.376/2012

Os candidatos às eleições majoritárias prestarão contas à Justiça Eleitoral por meio do

comitê financeiro. A prestação deverá conter os extratos das contas bancárias referentes à

movimentação dos recursos financeiros usados na campanha, além da relação dos cheques

recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores e emitentes, ou seja, com a

discriminação de todas as doações e contribuições recebidas.

A prestação de contas de campanha dos candidatos às eleições propor-

cionais poderá ser feita tanto pelo candidato como pelos comitês financeiros modelos nos anexos da Lei 9.504/1997 e da resolução 22.715/08 .

Todos os valores recebidos por contribuições, doações, bem como demais receitas le-

gais para as campanhas eleitorais, serão convertidos em Ufir correspondente ao mês do

seu recebimento.

A prestação de contas deverá ser apresentada mesmo que o candidato renuncie ou de-

sista da candidatura, seja substituído ou tenha o seu registro indeferido pela Justiça Elei-

toral. Se o candidato falecer, a obrigação de prestar contas, referente ao período em que

realizou campanha, passa a ser de responsabilidade de seu administrador financeiro ou, na

sua ausência, no que for possível, da respectiva direção partidária.

Mesmo na hipótese de não ter havido movimentação de recursos de campanha, o candi-

dato, o partido ou a coligação têm o dever de prestar contas.

Prestação de Contas pela Internet

Durante a campanha eleitoral, os partidos políticos, as coligações e os candidatos são

obrigados a divulgar, pela Internet, nos dias 6 de agosto de 2012 e 6 de setembro de 2012,

relatório discriminando os recursos em dinheiro e os estimáveis em dinheiro que tenham

recebido para o financiamento das campanhas, bem como os gastos realizados. A indicação

dos nomes dos doadores com os respectivos valores doados é exigida somente na presta-

ção de contas final, a ser efetuada até 30 dias após as eleições.

A prestação pela Internet permite a fiscalização dos gastos pela sociedade. Apesar de não

haver previsão de penalidade aos que deixarem de cumpri-la, os partidos políticos poderão

ingressar com representação na Justiça Eleitoral para a apuração de condutas que não este-

jam de acordo com a lei.

6a

Page 66: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

64 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

Procedimento para Prestação de Contas

Os candidatos, inclusive a vice, e comitês financeiros terão até 30 dias após a realização

das eleições 6 de novembro de 2012 – 1º turno e 27 de novembro de 2012 – 2º turno para

encaminhar a prestação das contas à Justiça Eleitoral. A observância desse prazo é de extre-

ma importância, pois os eleitos só poderão ser diplomados após a prestação de contas.

Se existirem débitos de campanha e não forem quitados até a data de apresentação da

prestação de contas, os partidos políticos podem assumi-los, desde que seu órgão nacional

de direção partidária assim decida, quando, então, o órgão partidário da respectiva circuns-

crição eleitoral será o responsável por todas as dívidas, solidariamente com o candidato.

Nessa hipótese, a Justiça Eleitoral não pode considerar o débito como motivo para a rejeição

das contas.

A Justiça Eleitoral, ao examinar a prestação de contas dos candidatos, pode decidir:

• pelaaprovação,quandoestiveremregulares;

• pelaaprovaçãocomressalvas,quandoverificadasfalhasquenãolhescomprometam

a regularidade;

• peladesaprovação,quandoverificadasfalhasquelhescomprometamaregularidade;

• pela nãoprestação, quandonão apresentadas as contas após a notificação emitida

pela Justiça Eleitoral, na qual constará a obrigação expressa de prestar as suas contas,

no prazo de 72 horas.

A decisão da Justiça Eleitoral deve ser publicada em sessão até oito dias antes da diplomação.

Se a prestação de contas contiver erros formais e materiais que foram corrigidos, não

podem ser rejeitadas e, consequentemente, não pode ser cominada qualquer sanção a

candidato ou partido. Se existirem erros formais ou materiais irrelevantes no conjunto da

prestação de contas, que não comprometam o seu resultado, também não poderão levar à

rejeição das contas.

Se houver necessidade, a Justiça Eleitoral pode requisitar técnicos do Tribunal de Contas da

União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos municípios, pelo tempo que for necessário, para

auxiliá-la, assim como solicitar diretamente do candidato ou do comitê financeiro as informações

adicionais necessárias, bem como determinar diligências para o saneamento das irregularidades.

A decisão proferida pelo juiz eleitoral pode ser objeto de recurso proposto perante o TRE,

no prazo de três dias, a contar da publicação no Diário Oficial e, dentro desse mesmo pra-

zo, cabe recurso especial para o TSE, desde que a decisão seja proferida contra disposição

expressa na CF ou em lei, ou ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais

Tribunais Eleitorais.

Page 67: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

65MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

Qualquer partido político ou coligação pode pedir a abertura de investigação judicial,

por meio de representação dirigida à Justiça Eleitoral, relatando os fatos e indicando as pro-

vas sobre condutas ilegais referentes à arrecadação e aos gastos de recursos. E o prazo para

recorrer é de três dias, a contar da publicação do julgamento no Diário Oficial.

Comprovada a captação ou o gasto ilícito de recursos, será negado diploma ao candida-

to, ou cassado, se já houver sido outorgado.

Toda a documentação referente às contas dos candidatos e partidos deverá ser con-

servada até 180 dias depois da diplomação e, no caso de alguma pendência judicial, até

decisão final.

Sobra de Recursos

Se houver sobras de campanha, essas deverão ser declaradas na prestação de contas e,

encerrado o julgamento em todas as suas fases, serão transferidas ao órgão partidário na cir-

cunscrição do pleito ou à coligação, para serem divididas entre os partidos que a compõem.

A aplicação das sobras de campanha não está mais vinculada, exclusivamente, à criação e

manutenção de institutos ou fundações de pesquisa, doutrinação e educação política.

Page 68: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo
Page 69: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

REPRESEnTAçÕES E RECuRSOS JuDICIAIS Resolução 23.367/2011

Representações Eleitorais

Nas eleições municipais, as representações por descumprimento de normas eleitorais

poderão ser feitas por qualquer partido político, coligação, candidato, ou Ministério Público,

devendo ser dirigidas aos juízes eleitorais. Quando a circunscrição abranger mais de uma

zona eleitoral, o TRE designará um juiz para apreciar a questão.

Os prazos relativos às representações e aos pedidos de resposta são contínuos e pe-

remptórios e não se suspendem aos sábados, domingos e feriados entre 5 de julho e 16 de

novembro de 2012, inclusive em segundo turno, se houver.

No período compreendido entre 10 de junho e 2 de novembro de 2012, os membros do

Ministério Público e os juízes eleitorais darão prioridade aos processos de cunho eleitoral,

ressalvados os processos de habeas corpus e de mandado de segurança.

O juiz eleitoral que atue ou tenha atuado como parte, e não como juiz, em ação judicial

que envolva diretamente determinado candidato, está impedido de julgar processo eleitoral

no qual o mesmo candidato seja interessado.

Poderá ser proposta reclamação contra o juiz eleitoral que descumprir qualquer dispo-

sitivo legal referente ao processo eleitoral. A reclamação deverá ser proposta no TRE por

iniciativa de qualquer candidato, partido, coligação ou do Ministério Público.

Processamento das Representações

As representações devem ser peticionadas relatando fatos, indicando provas, indícios e

circunstâncias, e as relativas à propaganda irregular devem ser instruídas com prova da au-

toria ou do prévio conhecimento do beneficiário, caso não seja este mesmo o responsável.

Com o recebimento da representação, o Cartório Eleitoral notificará imediatamente o

representado, para que apresente defesa em 48 horas, salvo se for o caso de pedido de

resposta, cujo prazo será de 24 horas.

Após a apresentação da defesa, o Ministério Público receberá os autos para emitir pare-

cer, no prazo de 24 horas, após o que, mesmo sem esse parecer, serão imediatamente de-

volvidos ao juiz eleitoral para decidir e publicar a decisão em 24 horas, exceto se for pedido

de resposta, cuja decisão deve ser dada no prazo máximo de 72 horas da data do protocolo

do pedido.

Entre 5 de julho de 2012 e a data da proclamação dos eleitos, os atos judiciais serão publi-

cados em cartório e os acórdãos serão publicados em sessão de julgamento.

Page 70: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

68 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

Representações Específicas

As representações que visarem à apuração de compra de votos e condutas vedadas aos

agentes públicos podem ser propostas até a data da diplomação. As representações por doa-

ção em excesso, de pessoas físicas ou jurídicas, e arrecadação e gastos de recursos, podem ser

propostas, respectivamente, no prazo de 15 dias e no de 180 dias a partir da diplomação.

A apuração dar-se-á mediante investigações promovidas pelo juiz eleitoral, que fará as

vezes de corregedor-geral ou regional. A apuração obedecerá ao rito sumaríssimo de inves-

tigação judicial.

Ao receber e tomar conhecimento da representação, o juiz eleitoral determinará a notifi-

cação do representado sobre o teor da acusação e ele terá cinco dias para se defender. O juiz

suspenderá o ato objeto da denúncia se entender que isso é necessário. Também poderá

indeferir a inicial, quando entender que não é caso de representação ou lhe faltar algum

requisito essencial.

Se o juiz eleitoral demorar no julgamento, a representação pode ser renovada no TRE,

que deve resolvê-la no prazo de 24 horas. Se o representante não for atendido, ou ocorrer

demora na resolução de seu caso, poderá dar conhecimento ao TSE, para adotar as medidas

pertinentes.

Se a defesa for instruída com documentos, o juiz eleitoral determinará a intimação do

representante para que ele se manifeste no prazo de 48 horas.

Apresentada ou não a defesa, com ou sem documentos, será aberto prazo de cinco dias

para inquirição das testemunhas (no máximo de seis cada um), sendo que, nos três dias sub-

sequentes, o juiz eleitoral poderá ouvir terceiros, referidos pelas partes, ou testemunhas.

Ao final da fase probatória, o representante, o representado e o Ministério Público pode-

rão apresentar alegações no prazo comum de dois dias. Terminado esse período, os autos

irão à imediata conclusão do juiz para que decida.

Da decisão, pode haver recurso ao TRE, que deverá ser interposto no prazo de três dias,

contados da publicação, observando-se o mesmo prazo para os recursos subsequentes,

inclusive recurso especial e agravo, bem como as respectivas contrarrazões e respostas.

Direito de Resposta

Qualquer partido, coligação ou candidato que se sentir atingido, direta ou indiretamente, por

conceito, imagem ou afirmações caluniosas, difamatórias, injuriosas ou inverídicas, difundidos por

veículo de comunicação social rádio, televisão, imprensa escrita, internet ou qualquer outro meio

tem direito de resposta.

Page 71: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

69MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

O pedido do direito de resposta deverá ser feito à Justiça Eleitoral, a partir da veicula-

ção da ofensa, em 24 horas, quando se tratar de horário eleitoral gratuito, 48 horas, se for

programação normal das emissoras de rádio e televisão, e 72 horas, no caso de órgão da

imprensa escrita.

O ofensor terá o prazo de 24 horas para se defender e o juiz terá que decidir em 72 horas

a partir do pedido.

O processamento para o direito de resposta está detalhado a seguir.

• Emórgãodaimprensaescrita:

a) o pedido deverá ser instruído com um exemplar da publicação e o texto para resposta;

b) deferido o pedido, a divulgação da resposta dar-se-á no mesmo veículo, em igual es-

paço, local, página, tamanho, caracteres e com outros elementos de realce usados na

ofensa, em até 48 horas após a decisão ou, tratando-se de veículo com periodicidade

de circulação maior que 48 horas, na primeira vez em que circular;

c) por solicitação do ofendido, a divulgação da resposta será feita no mesmo dia da se-

mana em que a ofensa foi divulgada, ainda que fora do prazo de 48 horas;

d) se a ofensa for produzida em dia e hora que inviabilizem sua reparação dentro dos

prazos estabelecidos nas alíneas anteriores, a Justiça Eleitoral determinará a imediata

divulgação da resposta;

e) o ofensor deverá comprovar nos autos o cumprimento da decisão, mediante dados

sobre a regular distribuição dos exemplares, a quantidade impressa e o raio de abran-

gência na distribuição.

• Emprogramaçãonormaldasemissorasderádioedetelevisão:

a) a Justiça Eleitoral, à vista do pedido, deverá notificar imediatamente o responsável

pela emissora que realizou o programa para que entregue em 24 horas cópia da fita da

transmissão, que será devolvida após a decisão;

b) o responsável pela emissora, ao ser notificado pela Justiça Eleitoral, ou informado pelo

reclamante ou representante, por cópia protocolada do pedido de resposta, preserva-

rá a gravação até a decisão final do processo;

c) deferido o pedido, a resposta será dada em até 48 horas após a decisão, em tempo

igual ao da ofensa, porém nunca inferior a um minuto.

• Nohorárioeleitoralgratuito:

a) o ofendido usará, para a resposta, tempo igual ao da ofensa, nunca inferior, porém, a

um minuto;

Page 72: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

70 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

b) a resposta será veiculada no horário destinado ao partido ou coligação responsável pela ofensa, devendo necessariamente dirigir-se aos fatos nela veiculados;

c) se o tempo reservado ao partido ou coligação responsável pela ofensa for inferior a um minuto, a resposta será levada ao ar tantas vezes quantas sejam necessárias para a sua complementação;

d) deferido o pedido para resposta, a emissora geradora e o partido ou coligação atingi-dos deverão ser notificados imediatamente da decisão, na qual deverão estar indica-dos quais os períodos, diurno ou noturno, para a veiculação da resposta, que deverá ter lugar no início do programa do partido ou coligação;

e) o meio magnético com a resposta deverá ser entregue à emissora geradora, até 36 horas após a ciência da decisão, para veiculação no programa subsequente do partido ou coligação em cujo horário se praticou a ofensa;

f ) se o ofendido for candidato, partido ou coligação que tenha usado o tempo conce-dido sem responder aos fatos veiculados na ofensa, terá subtraído tempo idêntico do respectivo programa eleitoral; tratando-se de terceiros, ficarão sujeitos à suspensão de igual tempo em eventuais novos pedidos de resposta e à multa no valor de R$ 2.128,20 a R$ 5.320,50 2 mil a 5 mil ufirs .

• EmpropagandaeleitoralnaInternet:

a) deferido o pedido, a divulgação da resposta dar-se-á no mesmo veículo, em igual espaço, local, horário, página eletrônica, tamanho, caracteres e com os outros elemen-tos de realce usados na ofensa, em até 48 horas após a entrega da mídia física com a resposta do ofendido;

b) a resposta ficará disponível para acesso pelos usuários do serviço de Internet por tempo não inferior ao dobro em que esteve disponível a mensagem considerada ofensiva;

c) os custos de veiculação da resposta correrão por conta do responsável pela propagan-da original.

Recurso para o Tribunal Regional Eleitoral

Da decisão proferida pelo juiz, cabe recurso eleitoral para o TRE, no prazo de 24 horas da publicação em cartório, assegurado ao recorrido o oferecimento de contrarrazões, em igual prazo, a contar da sua notificação, após o que o processo será encaminhado àquele tribunal.

O processo será distribuído ao relator na mesma data, devendo o Ministério Público se manifestar no prazo de 24 horas, findo o qual será enviado novamente ao relator que poderá:

• negar-lhe seguimento, se for intempestivo, manifestamente inadmissível, improce-dente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do próprio tribunal, do TSE, do STF ou de Tribunal Superior;

• dar-lheprovimento,seadecisãorecorridaestiveremmanifestoconfrontocomsú-mula ou com jurisprudência dominante do próprio tribunal, do TSE, do STF ou de

Page 73: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

71MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso

Tribunal Superior; ou• apresentá-lo para julgamento em 48 horas, independentemente de publicação de

pauta, exceto quando se tratar de direito de resposta, cujo prazo para julgamento será de 24 horas, contado da conclusão dos autos.

Se o tribunal não se reunir no prazo de 24 horas, o recurso deverá ser julgado na primeira sessão subsequente.

Regra geral, os acórdãos serão publicados na sessão em que os recursos forem julgados.O oferecimento de embargos de declaração interrompe o prazo para a interposição de

recursos subsequentes.

Recurso para o Tribunal Superior Eleitoral

Do acórdão do TRE caberá recurso especial para o TSE, no prazo de três dias, a contar da publicação, salvo quando se tratar de direito de resposta.

Uma vez interposto o recurso especial, o processo será enviado ao presidente do TRE, que, no prazo de 24 horas, apreciará se o recurso é ou não admissível.

Se o recurso especial não for admitido, será possível agravar ao TSE, no prazo de três dias, contados da publicação da decisão em secretaria. Interposto o agravo, será intimado o agravado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso especial, no prazo de três dias da publicação em secretaria.

Se for admitido, será assegurado ao recorrido o oferecimento de contrarrazões no prazo de três dias, contados da intimação em secretaria. Com ou sem o oferecimento das con-trarrazões, ou decorrido o prazo sem o seu oferecimento, será o processo imediatamente remetido ao TSE.

Recebido o recurso, ele será autuado e distribuído na mesma data, devendo ser remetido ao Ministério Público para manifestação.

O relator negará seguimento ao recurso se ele for intempestivo, manifestamente inad-missível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do TSE, do STF ou de Tribunal Superior, ou poderá, ao analisar o agravo, dar provimento ao recurso especial se o acórdão recorrido estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do STF ou de Tribunal Superior.

Quando se tratar de direito de resposta, o prazo para interposição do recurso especial será de 24 horas, a contar da publicação em sessão, dispensado o juízo de admissibilidade, com a imediata intimação do recorrido, por publicação em secretaria, para o oferecimento

de contrarrazões no mesmo.

Page 74: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

72 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm

GARAnTIAS ELEITORAIS

A fim de garantir a liberdade e integridade da disputa eleitoral, a legislação previu certas

garantias para eleitores e candidatos, nos dias próximos às eleições. São elas:

• ninguémpoderáimpedirouembaraçaroexercíciodosufrágio.

• ojuizeleitoral,ouopresidentedamesareceptora,podeexpedirsalvo-condutocom

a cominação de prisão por desobediência, até cinco dias, em favor do eleitor que so-

frer violência, moral ou física, na sua liberdade de votar ou pelo fato de haver votado.

A medida será válida para o período compreendido entre 72 horas antes e 48 depois

do pleito.

• nenhuma autoridade poderá, entre cinco dias antes e 48 horas depois do encerra-

mento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em

virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável ou, ainda, por des-

respeito a salvo-conduto.

• osmembros dasmesas receptoras e os fiscais de partido ou coligação, durante o

exercício de suas funções, não poderão ser detidos ou presos, salvo em caso de fla-

grante delito.

• oscandidatostêmdireitoàmesmagarantia,apartirde15diasantesdaeleição.

• ocorrendoqualquerprisão,opresoseráimediatamenteconduzidoàpresençadojuiz

competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a res-

ponsabilidade do coautor.

• ainterferênciadopodereconômicoeodesvioouabusodopoderdeautoridade,em

desfavor da liberdade do voto, serão coibidos e punidos.

• a Força Armada conservar-se-á a cemmetros de distância da seção eleitoral e não

poderá aproximar-se do lugar da votação, ou nele penetrar, sem ordem do presidente

da mesa.

Page 75: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo
Page 76: Manual do candidato - a campanha eleitoral passo a passo

Apoio Realização