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para Profissionais de Saúde
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ACADEMIA DE DESENVOLVIMENTO EM ENFERMAGEM
DA JOSÉ DE MELLO SAÚDE
Manual de Suporte Básico de Vida para Profissionais de Saúde
Este manual foi realizado segundo as Guidelines da American Heart
Association (AHA).
A Academia de Desenvolvimento em Enfermagem da José de Mello
Saúde está neste momento num processo de certificação junto da
AHA, para ser reconhecida como Centro Internacional de Treino da
AHA.
Imagens produzidas por Helder Amorim
www.helderamorim.com
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Introdução
A vida, esse bem supremo que todos os seres humanos procuram
preservar e dignificar, sofre por vezes, revezes que inclusivamente a
fazem perigar. A Paragem Cardio-Respiratória (PCR) é, de todos, o
evento mais grave que, se não for oportuna e adequadamente
revertido, conduz inexoravelmente à morte. Embora os episódios de
PCR ocorram, na grande maioria dos casos, fora de qualquer unidade
de saúde, não são raras as vezes em que ela sobrevém no hospital.
O conhecimento científico actual, dispõe de recursos que permitem
recuperar para a vida activa, algumas das vítimas de PCR, desde que
sejam assegurados os procedimentos adequados, em tempo útil.
A probabilidade de sobrevivência e recuperação da PCR, depende da
capacidade de quem presencia o acontecimento, saber iniciar de
imediato as manobras de Suporte Básico de Vida (SBV).
Com base nestes pressupostos e cientes das responsabilidades
profissionais e de cidadania a que todos estamos obrigados, surge o
presente Manual que, de forma clara e sucinta pretende acima de
tudo, constituir um documento de apoio à formação em SBV.
O SBV para profissionais de saúde, consiste em procedimentos e
técnicas, que requerem um mínimo de equipamento, que podem ser
ensinados e praticados, com o objectivo de prestar uma primeira
ajuda a quem tenha sofrido um episódio de PCR.
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0. Índice
1. A segurança e a prevenção 5
2. Abordagem da vítima e o alerta 6
3. Suporte Básico de Vida Adulto 8
4. Suporte Básico de Vida Pediátrico 17
5. Obstrução da via aérea 23
6. Bibliografia 25
Abreviaturas AHA – American Heart Association
CAB – Circulação, via aérea e ventilação
DAE – Desfibrilhador Automático Externo
EEM – Equipa de Emergência Médica
FV – Fibrilhação ventricular
INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica
OVA – Obstrução da via aérea
PCR – Paragem cárdio-respiratória
PLS – Posição lateral de segurança
RCE – Recuperação da circulação espontânea
SAV – Suporte avançado de vida
SBV – Suporte básico de vida
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1. A segurança e a prevenção
Faça, sempre, da sua segurança uma prioridade. Verifique o local à
sua volta e identifique potenciais perigos. Apenas se aproxime do
local se for seguro fazê-lo. Se possível tente garantir condições de
segurança para o doente e para as pessoas que se encontram no
local.
Protecção individual
Deve-se proteger de perigos, como as infecções cruzadas, sempre
que possível deve lavar as mãos antes e depois de prestar o primeiro
socorro, usando água e sabão. A utilização de luvas é o ideal, quando
há necessidade de tocar em fluidos como o sangue e secreções. A
utilização de uma máscara de ventilação artificial, promove uma
barreira eficaz contra o contacto com secreções, vómito ou sangue.
Não há registo de transmissão de doenças como o HIV ou hepatite,
durante a ventilação boca-a-boca, mas este método não é
recomendado para os profissionais de saúde enquanto no seu local
de trabalho.
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2. Abordagem do doente e o alerta
Apresente-se ao doente, sem expressar juízo de valores, e diga-lhe o
que vai fazer. Avalie a situação em que se encontra e peça ajuda, se
necessário. Em muitas das Unidades de Saúde existem Equipas de
Emergência Médica (EEM), que podem ser activadas em situações
críticas. Siga as regras de activação da EEM na sua Unidade.
No meio pré-hospitalar, utilize o número europeu de socorro 112.
Mantenha-se junto da vítima, escutando-a e oferecendo a ajuda
necessária.
Quando no meio extra-hospitalar, você poderá ter que fazer o alerta.
Um alerta, bem executado, é importante para o sucesso do socorro,
na medida que, facilita a rápida e adequada chegada dos meios de
socorro, junto da vítima.
Ao ligar para o 112 esteja preparado para responder de imediato às
seguintes questões:
O Quê? – Qual o tipo de situação, que necessita de socorro
(acidente, doença, etc)
Onde? – Localidade onde ocorreu a situação de emergência
Quem? – Qual o número de vítimas.
Quando estiver em contacto com o profissional da central de
emergência do INEM, deverá estar preparado para responder a:
A localização correcta (local, rua, etc.) e sempre que possível, indicar pontos de referência, que ajudem a melhor identificar o local;
O tipo de situação (falta de ar; queda, inconsciência, paragem cárdio-respiratória, etc.);
O número de vitímas, o sexo e a idade aparente das pessoas a necessitar de socorro;
As queixas principais e as alterações que observa;
Um número de telefone para contacto pelo INEM;
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Qualquer outra situação que necessite de outros meios (incêndio, encarceramento, etc.)
Apenas desligue o telefone, quando o profissional do INEM der indicação para o fazer.
É sabido que uma vítima não deve ser movimentada, principalmente,
quando se suspeita de lesão da coluna, devido ao tipo de acidente ou
às lesões que apresenta. Mas, por vezes, torna-se necessário
movimentar a vítima, por a sua localização ou posição se tornar um
maior risco para a sua vida. As situações em que se pode
movimentar a vítima são.
Se o local não é seguro para a vítima, mova a vítima para um
outro local, se for seguro fazê-lo (ex: gás, fogo, etc.).
Se a vítima está de barriga para baixo e não responder, vire a
vítima para cima. Durante a movimentação, tente manter o
corpo direito, sem causar torções ao nível do pescoço e
costas.
Se a vítima tem dificuldade em respirar devido à presença
abundante de secreções ou vómito, ou se você está sozinho
e tem que deixar uma vítima inconsciente, para ir pedir ajuda,
coloque a vítima em Posição Lateral de Segurança (PLS).
Fig. 1 - Posição Lateral de Segurança – PLS
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3. O Suporte Básico de Vida Adulto
A cadeia de sobrevivência representa os diferentes passos que
devem ser seguidos perante uma situação de PCR. A sua total
aplicação significa a possibilidade de salvar uma vida. Sempre que
um dos elos seja deficientemente executado, ou mesmo omitido,
pode-se traduzir na perda de uma vida.
Fig. 2 - Cadeia de sobrevivência do adulto segundo a AHA
1º Elo: Reconhecimento e alerta precoce – A importância de se
reconhecer uma possível paragem cardíaca e accionar os meios
necessários, para junto da vítima, torna-se imperativo, para que haja
uma possibilidade de prevenir uma PCR.
2º Elo: Suporte Básico de Vida (SBV) precoce – O início imediato das
manobras de reanimação, são fundamentais, para manter uma
adequada perfusão e oxigenação cerebral, podendo duplicar ou
triplicar o sucesso perante uma fibrilhação ventricular (FV).
3º Elo: Desfibrilhação precoce – Na maioria das PCR, este é o único
tratamento eficaz, nos primeiros minutos, associado às compressões
torácicas.
4º Elo: Suporte Avançado de Vida (SAV) precoce – O Suporte
Avançado de Vida (SAV) é essencial para assegurar um tratamento
eficaz e uma recuperação com sucesso da vítima, preservando as
funções neurológica e cardíaca.
5º Elo: Cuidados pós-PCR – Os cuidados após o retorno da
circulação espontânea (RCE), são essências para assegurar um
tratamento eficaz e uma recuperação com sucesso, preservando a
função neurológica.
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O SBV constitui um conjunto de procedimentos que têm como
objectivo a manutenção das funções vitais, até à chegada dos meios
capazes de reverterem a situação de PCR. A sua execução deverá
respeitar a seguinte sequência de procedimentos, designado por
CAB.
C – Circulação (circulation): As compressões torácicas são a única
forma eficaz de manter uma suficiente perfusão tecidular,
principalmente a nível cerebral. A força e frequência das
compressões, tornam-se fundamentais para o sucesso da RCE.
Assim o inicio imediato das compressões deve ser executado nos 10
segundos após a identificação da PCR.
A – Via Aérea (airway): Só a manutenção da permeabilização da via
aérea permite uma ventilação eficaz. Durante a ventilação artificial, é
indispensável a extensão da cabeça.
B – Ventilação (breathing): A quantidade de ar oxigenado insuflado
permite diminuir o risco de hipoxia, com consequentes lesões
cerebrais, definitivas. Durante a insuflação certifique-se que há
expansão torácica. Evite ventilações excessivas.
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Algoritmo de SBV Adulto
Fig.3 - Algoritmo simplificado de SBV Adulto para profissionais de saúde, segundo a AHA.
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Actuação
Quando, perante uma pessoa, que aparenta estar numa situação de
inconsciência e/ou dificuldade respiratória, pode estar na eminência
de uma PCR, pelo que deverá proceder da seguinte forma:
1. Assegure-se que as condições de segurança para sí, estão
mantidas. Caso não haja condições de segurança, tente fazer algo
para resolver a situação, se não estiver ao seu alcance, não se
aproxime do doente e procure ajuda.
2. Em condições de segurança, aproxime-se do doente e verifique o
seu estado de consciência, estimulando-o ao nível dos ombros e
tentando falar com ele; se não houver qualquer tipo de reacção
(doente inconsciente) grite por ajuda, se ainda o não tiver feito.
2a. Se o doente reagir, deixe-o na posição em que está, veja
se é necessário pedir ajuda.
2b. Se a vítima não reagir, peça ajuda, e verifique se respira.
Fig 4 - Avaliação da consciência
Fig 5 - Gritar por ajuda
Fig. 6 - Avaliação da respiração
3. Olhando para o tórax do doente, durante 10 segundos, avalie se
existem movimentos.
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Uma respiração agónica normalmente é representada por uma
inspiração rápida, o doente pode abrir a boca e mexer a mandíbula,
tem intervalos prolongados entre cada ciclo ventilatório, pode parecer
um suspiro, um ronco ou gemido. Este tipo de respiração é
considerado um sinal de PCR numa vítima inconsciente.
3a. Se o doente estiver a respirar eficazmente, coloque-o em
PLS e chame a EEM. Mantenha-se a vigiar o doente.
3b.Se não tiver respiração espontânea ou
respirar de forma anormal, peça para
alguém chamar a EEM e trazer o carro de
urgência. Se sozinho, faça você o alerta e
vá buscar um DAE, se disponível. Volte
para junto do doente.
Fig. 7 – Activação da EEM
4. Verifique o pulso carotídeo, não
demorando menos que 5 segundo e
nunca mais que 10 segundos.
Fig. 8 - Palpação do pulso carotídeo
4a. Se o pulso estiver presente, faça 1 ventilação a cada 5 a
6 segundos, que representa 10 a 12 ventilações por minuto.
Faça cada ventilação em 1 segundo, verifique a expansão
torácica. Verifique o pulso a cada 2 minutos, se ausente inicie
compressões torácicas.
4b. Se o pulso estiver ausente, ao final dos 10 segundos,
inicie de imediato as compressões torácicas.
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5. Execução das compressões torácicas
• Se o doente estiver sobre uma superfície mole (colchão), coloque
um plano rígido debaixo do tronco do doente.
• Posicione-se ao lado do doente, ao nível do tórax.
• Coloque a base de uma mão sobre o centro do tórax, na metade
inferior do esterno e coloque a outra mão por cima da primeira.
• Certifique-se que não está a fazer qualquer tipo de pressão sobre as
costelas ou na ponta inferior do esterno (apêndice xifóide).
• Coloque-se numa posição vertical (ombros ao nível do ponto de
compressão) com os braços esticados e faça pressão sobre o esterno
para que o tórax baixe pelo menos 5cm.
• Faça as compressões a uma frequência de pelo menos 100/minuto.
• Após cada compressão, alivie por completo a pressão e mantenha
sempre o contacto entre o tórax da vítima e as suas mãos.
• O tempo de compressão e descompressão são iguais.
• Minimize interrupções.
Fig. 9 - Posição do elemento nas compressões
6. Após a execução de 30 compressões. Coloque a cabeça em
extensão e faça duas ventilações. A quantidade de ar deve ser a
estritamente necessária para fazer o tórax subir. Evite ventilações
excessivas
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Método de permeabilização da via aérea -
Extensão da cabeça e elevação do maxilar
inferior.
Uma mão é colocada sobre a testa e dois
dedos da outra mão ao nível do maxilar
inferior, sobre a parte óssea e nunca
fazendo pressão sobre os tecidos moles
(pescoço). Faça um movimento da cabeça
para trás.
Fig. 11 – Extensão da cabeça
Método de permeabilização da via aérea – Subluxação da mandíbula.
Uma mão de cada lado da cabeça da vítima, com os cotovelos
apoiados na superfície em que está o doente. Colocar os dedos sob
os ângulos da mandíbula e elevá-la com as duas mãos, deslocando a
mandíbula para a frente. O método de subluxação da mandíbula é
utilizado para doentes com suspeita de traumatismo craniano ou
trauma cervical.
Fig. 12a – Subluxação da mandíbula
Fig.12b – Subluxação da mandíbula
A ventilação através de uma máscara de ventilação artificial, poderá
ser um método escolhido no início da RCP, até à chegada do
insuflador. Este tipo de dispositivo evita o contacto directo e o risco de
infecções cruzadas. A sua fixação deve ser feita com ambas as
mãos, obtendo uma boa selagem, e mantendo a cabeça em
extensão.
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Fig. 13 – Ventilação com máscara, lateral, quando RCP
com um elemento
Fig. 14 – Ventilação com máscara, á cabeça, quando
RCP com dois elementos
Ventilação através de um insuflador manual de balão é bastante
eficaz, mas não é recomendada para a RCP com um profissional.
Nesta situação utilize uma máscara de ventilação artificial, ou
mantenha as compressões até chegada do insuflador.
Na utilização do insuflador manual de balão, o profissional deve estar
posicionado atrás da cabeça do doente, e fixar a máscara com a
técnica C-E (o polegar e o indicador formam um C, os restantes
dedos fazem um E). Manter sempre a cabeça em extensão e fazer
cada ventilação durante 1 segundo. Nas imagens abaixo, poderá ver
duas opções na utilização do insuflador, durante uma PCR com dois
profissionais ou mais.
Fig. 15 – Utilização do insuflador com 1 elemento
Fig. 16 – Utilização do Insuflador com 2 elementos
Se a primeira ventilação não fizer o tórax subir: verifique se a cabeça
está na posição correcta ou há algum objecto na boca da vítima. Não
faça mais que duas tentativas de ventilação, antes de retornar às
compressões.
Após as 2 ventilações, que não devem interromper as compressões
por mais que 10 segundos, faça mais 30 compressões. O profissional
que está nas compressões deve ser substituído a cada 5 ciclos.
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Fig. 17 - RCP com 2 elementos
7. No caso de não se poder ou querer fazer ventilação boca-a-boca,
deve continuar a fazer apenas compressões torácicas, sem
interrupção, a uma frequência de pelo menos 100/min e comprimir o
tórax pelo menos 5cm. Uma boa perfusão cerebral continua a ser
fundamental para o sucesso da reanimação.
Se o doente estiver com uma via aérea avançada, as compressões
não são interrompidas para a execução das ventilações. Faça uma
ventilação a cada 6 a 8 segundos (8 a 10 ventilações por minuto),
sem interrupção das compressões, que se mantêm a uma frequência
mínima de 100/min
Não interromper as manobras de reanimação até:
A chegada da EEM;
A vítima começar a respirar normalmente;
Até à exaustão do profissional.
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4. Suporte Básico de Vida Pediátrico
A criança e o bebé têm particularidades anatomo-fisiológicas,
pelo que se torna necessário adaptar os procedimentos de SBV, uma
vez que as suas estruturas são mais frágeis e mais pequenas. As
situações de PCR na criança e no bebé são devidas, na maioria das
situações, a obstrução da via aérea ou a causa respiratória.
No SBV Pediátrico considera-se o bebé até um ano de idade,
sendo a criança considerada de um ano de idade até à puberdade, ou
seja, a presença de pêlos no tórax ou axilas, em meninos, e o início
do desenvolvimento dos seios, em meninas.
A cadeia de sobrevivência pediátrica, reflecte o facto da causa de
PCR não ser, normalmente, uma situação súbita, mas secundária a
uma insuficiência respiratória e choque, assim a prevenção é um
ponto fundamental, sendo este o primeiro elo da cadeia.
Fig. 18 - Cadeia de sobrevivência Pediátrica segundo a AHA
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Actuação
Como poderá verificar, a sequência de actuação é muito semelhante
ao que estudou anteriormente para o adulto.
1. Assegure-se que as condições de segurança para todos os
elementos da equipa e bebé/criança estão mantidas.
2. Avalie se o bebé/criança responde a algum estímulo, se não
houver qualquer reacção, grite de imediato por ajuda, e proceda
à avaliação da respiração.
Fig. 20 – Avaliação da consciência
Fig. 21 – Gritar por ajuda
Fig. 22 – Avaliação da respiração
3. Verifique se respira, não demore menos de 5 segundos e nunca
mais de 10 segundos. Se não respira ou respirar de forma
ineficaz (ventilação agónica):
3a. Se sozinho, passe para a avaliação do pulso.
3b. Se acompanhado por outro profissional, peça para
chamar a EEM e trazer um DAE.
4. Verifique o pulso no mínimo 5 segundos e no máximo 10
segundos. No bebé o pulso é avaliado na artéria braquial. Na
criança palpe o pulso carotídeo ou o pulso femoral.
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Fig. 23 – Palpação do pulso braquial no bebé
Fig. 24 – Palpação do pulso carotídeo na criança
4a. Se presente o pulso, faça apenas 1 ventilação a cada
3 a 5 segundos (12 a 20 ventilações por minuto).
4b. Se não sentir pulso ou apesar de ventilar bem, tem
uma frequência cardíaca inferior a 60/min, com sinais de
perfusão deficiente, inicie as compressões.
5. Compressões torácicas a uma frequência de pelo menos
100/min. Se estiver sozinho faça a relação de 30 compressões
para 2 ventilações, se estiver com outro profissional de saúde,
faça 15 compressões para 2 ventilações.
5a. No bebé – se sozinho utilize a ponta de dois dedos, na
vertical, para comprimir o tórax. Quando com outro
profissional utilize a técnica de envolvimento do tórax, com
o dois polegares juntos, sobre a o esterno, abaixo da linha
mamilar. Comprima no mínimo um terço da profundidade
do tórax, ou aproximadamente 4 cm.
Fig. 25 - Compressão com 2 dedos
Fig. 26 - Compressão com técnica de envolvimento do tórax
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5b. Na criança – comprima um terço da profundidade do
tórax ou aproximadamente 5 cm, utilizando uma ou duas
mãos sobre a metade inferior do esterno.
Fig. 27 – Compressões torácicas com duas mãos
Fig. 28 – Compressões torácicas com duas mãos
Após cada ciclo de 30 compressões, faça de imediato as
insuflações, interrompendo o mínimo possível o tempo entre os
ciclos de compressões.
Fig. 29 - Ventilação através de uma máscara
Fig. 30 - RCP com 2 elementos
6. No final de 5 ciclos de 30 Compressões:2 ventilações, se se
mantiver sozinho, interrompa o SBV e faça o alerta e vá buscar o
DAE, se disponível, retorne para junto do bebé/criança e inicie o SBV
pelas compressões.
7. Se iniciou o suporte básico de vida sozinho e chega posteriormente
outro profissional que o vai ajudar na RCP, passe da sequência 30:2
para a sequência 15:2, e o método de compressão passa a ser com a
técnica de envolvimento do tórax.
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8. As insuflações são realizadas utilizando uma máscara e insuflador
próprios para pediatria. A quantidade de ar a insuflar é a estritamente
necessária para fazer elevar o tórax.
Se o bebé/criança estiver com uma via aérea avançada, as
compressões não são interrompidas para a execução das
ventilações. Faça uma ventilação a cada 6 a 8 segundos (8 a 10
ventilações por minuto), sem interrupção das compressões, que se
mantêm a uma frequência mínima de 100/min.
Não interromper as manobras de reanimação até:
A chegada da EEM;
A vítima começar a respirar normalmente;
Até à exaustão do profissional.
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5. Obstrução da Via Aérea
A Obstrução da Via Aérea por um objecto pode ser causa de uma
PCR. A situação mais comum está associada às refeições.
Numa obstrução ligeira, a vítima consegue falar, tossir ou respirar
com ruído (que poderá ser do tipo: gorgolejo, ronco, assobio). Na
obstrução grave, a vítima não consegue falar, não consegue respirar,
apresenta esforço respiratório, sinais de cianose, não consegue tossir
e pode ficar inconsciente.
Actuação no adulto/criança
Na vítima consciente, com obstrução ligeira da via aérea (por corpo
estranho ou alimento) e que ainda consegue tossir, deve ser
encorajada a continuar a tossir. Se esta não for eficaz, e a vítima
começar a apresentar sinais graves de obstrução, será necessário
utilizar a manobra de compressão abdominal, que se aplica a todas
as vítimas com mais de 1 ano de idade.
Compressões abdominais – aplicar
compressões abdominais na região
abdominal, com uma mão fechada, com
o polegar contra o abdómen, acima do
umbigo e bem abaixo do esterno, a
outra mão por cima desta, exercendo
uma pressão rápida e forte para cima. Fig. 35 – Compressões Abdominais
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Tenha em atenção que as compressões
abdominais não podem ser aplicadas
em grávidas nem em bebés com idade
inferior a 1 ano. Sendo substituídas
pelas compressões torácicas.
Fig. 36 – Compressões Torácicas
Actuação no bebé
No Bebé, aplica-se uma combinação de pancadas interescapulares e
compressões torácicas
Pancadas interescapulares – estas
pancadas são aplicadas nas costas,
sobre a coluna dorsal, ao nível das
omoplatas, com o tronco inclinado
para a frente, se possível.
Fig. 36 – Pancadas Interescapulares
Compressões torácicas – estas
compressões são executadas sobre
a porção inferior do esterno
utilizando dois dedos (mesma
posição que na RCP).
Fig. 37 – Compressões Torácicas
Repetir as técnicas de desobstrução da via aérea até a obstrução se
resolver ou o doente ficar inconsciente. Se o doente ficar
inconsciente, e tiver outra pessoa perto de sí, peça para alertar a
EEM, enquanto inicia de imediato a RCP, sem verificar o pulso. Na
24
situação em que está sozinho, faça primeiro 2 minutos de SBV e
depois alerte a EEM. Cada vez que for executar as insuflações, abra
a boca da vítima e verifique se o objecto é visível, remova-o com os
seus dedos.
25
6. Bibliografia
1. Andrew H. Travers, Thomas D. Rea et al; Part 4: CPR Overview:
2010 American Heart Association Guidelines for
Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency
Cardiovascular Care; Circulation. 2010;122:S676-S684,
doi:10.1161/ CIRCULATIONAHA.110.970913.
2. Robert A. Berg, Robin Hemphill, et al; Part 5: Adult Basic Life
Support: 2010 American Heart Association Guidelines for
Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency
Cardiovascular Care; Circulation. 2010;122:S685-S705,
doi:10.1161/ CIRCULATIONAHA.110.970939.
3. Marc D. Berg, Stephen M. Schexnayder, et al; Part 13: Pediatric
Basic Life Support: 2010 American Heart Association
Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and
Emergency Cardiovascular Care; Circulation. 2010;122:S862-
S875, doi:10.1161/CIRCULATIONAHA.110.971085