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para Profissionais de Saúde

Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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Page 1: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

para Profissionais de Saúde

Page 2: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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ACADEMIA DE DESENVOLVIMENTO EM ENFERMAGEM

DA JOSÉ DE MELLO SAÚDE

Manual de Suporte Básico de Vida para Profissionais de Saúde

Este manual foi realizado segundo as Guidelines da American Heart

Association (AHA).

A Academia de Desenvolvimento em Enfermagem da José de Mello

Saúde está neste momento num processo de certificação junto da

AHA, para ser reconhecida como Centro Internacional de Treino da

AHA.

Imagens produzidas por Helder Amorim

www.helderamorim.com

Page 3: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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Introdução

A vida, esse bem supremo que todos os seres humanos procuram

preservar e dignificar, sofre por vezes, revezes que inclusivamente a

fazem perigar. A Paragem Cardio-Respiratória (PCR) é, de todos, o

evento mais grave que, se não for oportuna e adequadamente

revertido, conduz inexoravelmente à morte. Embora os episódios de

PCR ocorram, na grande maioria dos casos, fora de qualquer unidade

de saúde, não são raras as vezes em que ela sobrevém no hospital.

O conhecimento científico actual, dispõe de recursos que permitem

recuperar para a vida activa, algumas das vítimas de PCR, desde que

sejam assegurados os procedimentos adequados, em tempo útil.

A probabilidade de sobrevivência e recuperação da PCR, depende da

capacidade de quem presencia o acontecimento, saber iniciar de

imediato as manobras de Suporte Básico de Vida (SBV).

Com base nestes pressupostos e cientes das responsabilidades

profissionais e de cidadania a que todos estamos obrigados, surge o

presente Manual que, de forma clara e sucinta pretende acima de

tudo, constituir um documento de apoio à formação em SBV.

O SBV para profissionais de saúde, consiste em procedimentos e

técnicas, que requerem um mínimo de equipamento, que podem ser

ensinados e praticados, com o objectivo de prestar uma primeira

ajuda a quem tenha sofrido um episódio de PCR.

Page 4: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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0. Índice

1. A segurança e a prevenção 5

2. Abordagem da vítima e o alerta 6

3. Suporte Básico de Vida Adulto 8

4. Suporte Básico de Vida Pediátrico 17

5. Obstrução da via aérea 23

6. Bibliografia 25

Abreviaturas AHA – American Heart Association

CAB – Circulação, via aérea e ventilação

DAE – Desfibrilhador Automático Externo

EEM – Equipa de Emergência Médica

FV – Fibrilhação ventricular

INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica

OVA – Obstrução da via aérea

PCR – Paragem cárdio-respiratória

PLS – Posição lateral de segurança

RCE – Recuperação da circulação espontânea

SAV – Suporte avançado de vida

SBV – Suporte básico de vida

Page 5: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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1. A segurança e a prevenção

Faça, sempre, da sua segurança uma prioridade. Verifique o local à

sua volta e identifique potenciais perigos. Apenas se aproxime do

local se for seguro fazê-lo. Se possível tente garantir condições de

segurança para o doente e para as pessoas que se encontram no

local.

Protecção individual

Deve-se proteger de perigos, como as infecções cruzadas, sempre

que possível deve lavar as mãos antes e depois de prestar o primeiro

socorro, usando água e sabão. A utilização de luvas é o ideal, quando

há necessidade de tocar em fluidos como o sangue e secreções. A

utilização de uma máscara de ventilação artificial, promove uma

barreira eficaz contra o contacto com secreções, vómito ou sangue.

Não há registo de transmissão de doenças como o HIV ou hepatite,

durante a ventilação boca-a-boca, mas este método não é

recomendado para os profissionais de saúde enquanto no seu local

de trabalho.

Page 6: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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2. Abordagem do doente e o alerta

Apresente-se ao doente, sem expressar juízo de valores, e diga-lhe o

que vai fazer. Avalie a situação em que se encontra e peça ajuda, se

necessário. Em muitas das Unidades de Saúde existem Equipas de

Emergência Médica (EEM), que podem ser activadas em situações

críticas. Siga as regras de activação da EEM na sua Unidade.

No meio pré-hospitalar, utilize o número europeu de socorro 112.

Mantenha-se junto da vítima, escutando-a e oferecendo a ajuda

necessária.

Quando no meio extra-hospitalar, você poderá ter que fazer o alerta.

Um alerta, bem executado, é importante para o sucesso do socorro,

na medida que, facilita a rápida e adequada chegada dos meios de

socorro, junto da vítima.

Ao ligar para o 112 esteja preparado para responder de imediato às

seguintes questões:

O Quê? – Qual o tipo de situação, que necessita de socorro

(acidente, doença, etc)

Onde? – Localidade onde ocorreu a situação de emergência

Quem? – Qual o número de vítimas.

Quando estiver em contacto com o profissional da central de

emergência do INEM, deverá estar preparado para responder a:

A localização correcta (local, rua, etc.) e sempre que possível, indicar pontos de referência, que ajudem a melhor identificar o local;

O tipo de situação (falta de ar; queda, inconsciência, paragem cárdio-respiratória, etc.);

O número de vitímas, o sexo e a idade aparente das pessoas a necessitar de socorro;

As queixas principais e as alterações que observa;

Um número de telefone para contacto pelo INEM;

Page 7: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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Qualquer outra situação que necessite de outros meios (incêndio, encarceramento, etc.)

Apenas desligue o telefone, quando o profissional do INEM der indicação para o fazer.

É sabido que uma vítima não deve ser movimentada, principalmente,

quando se suspeita de lesão da coluna, devido ao tipo de acidente ou

às lesões que apresenta. Mas, por vezes, torna-se necessário

movimentar a vítima, por a sua localização ou posição se tornar um

maior risco para a sua vida. As situações em que se pode

movimentar a vítima são.

Se o local não é seguro para a vítima, mova a vítima para um

outro local, se for seguro fazê-lo (ex: gás, fogo, etc.).

Se a vítima está de barriga para baixo e não responder, vire a

vítima para cima. Durante a movimentação, tente manter o

corpo direito, sem causar torções ao nível do pescoço e

costas.

Se a vítima tem dificuldade em respirar devido à presença

abundante de secreções ou vómito, ou se você está sozinho

e tem que deixar uma vítima inconsciente, para ir pedir ajuda,

coloque a vítima em Posição Lateral de Segurança (PLS).

Fig. 1 - Posição Lateral de Segurança – PLS

Page 8: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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3. O Suporte Básico de Vida Adulto

A cadeia de sobrevivência representa os diferentes passos que

devem ser seguidos perante uma situação de PCR. A sua total

aplicação significa a possibilidade de salvar uma vida. Sempre que

um dos elos seja deficientemente executado, ou mesmo omitido,

pode-se traduzir na perda de uma vida.

Fig. 2 - Cadeia de sobrevivência do adulto segundo a AHA

1º Elo: Reconhecimento e alerta precoce – A importância de se

reconhecer uma possível paragem cardíaca e accionar os meios

necessários, para junto da vítima, torna-se imperativo, para que haja

uma possibilidade de prevenir uma PCR.

2º Elo: Suporte Básico de Vida (SBV) precoce – O início imediato das

manobras de reanimação, são fundamentais, para manter uma

adequada perfusão e oxigenação cerebral, podendo duplicar ou

triplicar o sucesso perante uma fibrilhação ventricular (FV).

3º Elo: Desfibrilhação precoce – Na maioria das PCR, este é o único

tratamento eficaz, nos primeiros minutos, associado às compressões

torácicas.

4º Elo: Suporte Avançado de Vida (SAV) precoce – O Suporte

Avançado de Vida (SAV) é essencial para assegurar um tratamento

eficaz e uma recuperação com sucesso da vítima, preservando as

funções neurológica e cardíaca.

5º Elo: Cuidados pós-PCR – Os cuidados após o retorno da

circulação espontânea (RCE), são essências para assegurar um

tratamento eficaz e uma recuperação com sucesso, preservando a

função neurológica.

Page 9: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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O SBV constitui um conjunto de procedimentos que têm como

objectivo a manutenção das funções vitais, até à chegada dos meios

capazes de reverterem a situação de PCR. A sua execução deverá

respeitar a seguinte sequência de procedimentos, designado por

CAB.

C – Circulação (circulation): As compressões torácicas são a única

forma eficaz de manter uma suficiente perfusão tecidular,

principalmente a nível cerebral. A força e frequência das

compressões, tornam-se fundamentais para o sucesso da RCE.

Assim o inicio imediato das compressões deve ser executado nos 10

segundos após a identificação da PCR.

A – Via Aérea (airway): Só a manutenção da permeabilização da via

aérea permite uma ventilação eficaz. Durante a ventilação artificial, é

indispensável a extensão da cabeça.

B – Ventilação (breathing): A quantidade de ar oxigenado insuflado

permite diminuir o risco de hipoxia, com consequentes lesões

cerebrais, definitivas. Durante a insuflação certifique-se que há

expansão torácica. Evite ventilações excessivas.

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Algoritmo de SBV Adulto

Fig.3 - Algoritmo simplificado de SBV Adulto para profissionais de saúde, segundo a AHA.

Page 11: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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Actuação

Quando, perante uma pessoa, que aparenta estar numa situação de

inconsciência e/ou dificuldade respiratória, pode estar na eminência

de uma PCR, pelo que deverá proceder da seguinte forma:

1. Assegure-se que as condições de segurança para sí, estão

mantidas. Caso não haja condições de segurança, tente fazer algo

para resolver a situação, se não estiver ao seu alcance, não se

aproxime do doente e procure ajuda.

2. Em condições de segurança, aproxime-se do doente e verifique o

seu estado de consciência, estimulando-o ao nível dos ombros e

tentando falar com ele; se não houver qualquer tipo de reacção

(doente inconsciente) grite por ajuda, se ainda o não tiver feito.

2a. Se o doente reagir, deixe-o na posição em que está, veja

se é necessário pedir ajuda.

2b. Se a vítima não reagir, peça ajuda, e verifique se respira.

Fig 4 - Avaliação da consciência

Fig 5 - Gritar por ajuda

Fig. 6 - Avaliação da respiração

3. Olhando para o tórax do doente, durante 10 segundos, avalie se

existem movimentos.

Page 12: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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Uma respiração agónica normalmente é representada por uma

inspiração rápida, o doente pode abrir a boca e mexer a mandíbula,

tem intervalos prolongados entre cada ciclo ventilatório, pode parecer

um suspiro, um ronco ou gemido. Este tipo de respiração é

considerado um sinal de PCR numa vítima inconsciente.

3a. Se o doente estiver a respirar eficazmente, coloque-o em

PLS e chame a EEM. Mantenha-se a vigiar o doente.

3b.Se não tiver respiração espontânea ou

respirar de forma anormal, peça para

alguém chamar a EEM e trazer o carro de

urgência. Se sozinho, faça você o alerta e

vá buscar um DAE, se disponível. Volte

para junto do doente.

Fig. 7 – Activação da EEM

4. Verifique o pulso carotídeo, não

demorando menos que 5 segundo e

nunca mais que 10 segundos.

Fig. 8 - Palpação do pulso carotídeo

4a. Se o pulso estiver presente, faça 1 ventilação a cada 5 a

6 segundos, que representa 10 a 12 ventilações por minuto.

Faça cada ventilação em 1 segundo, verifique a expansão

torácica. Verifique o pulso a cada 2 minutos, se ausente inicie

compressões torácicas.

4b. Se o pulso estiver ausente, ao final dos 10 segundos,

inicie de imediato as compressões torácicas.

Page 13: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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5. Execução das compressões torácicas

• Se o doente estiver sobre uma superfície mole (colchão), coloque

um plano rígido debaixo do tronco do doente.

• Posicione-se ao lado do doente, ao nível do tórax.

• Coloque a base de uma mão sobre o centro do tórax, na metade

inferior do esterno e coloque a outra mão por cima da primeira.

• Certifique-se que não está a fazer qualquer tipo de pressão sobre as

costelas ou na ponta inferior do esterno (apêndice xifóide).

• Coloque-se numa posição vertical (ombros ao nível do ponto de

compressão) com os braços esticados e faça pressão sobre o esterno

para que o tórax baixe pelo menos 5cm.

• Faça as compressões a uma frequência de pelo menos 100/minuto.

• Após cada compressão, alivie por completo a pressão e mantenha

sempre o contacto entre o tórax da vítima e as suas mãos.

• O tempo de compressão e descompressão são iguais.

• Minimize interrupções.

Fig. 9 - Posição do elemento nas compressões

6. Após a execução de 30 compressões. Coloque a cabeça em

extensão e faça duas ventilações. A quantidade de ar deve ser a

estritamente necessária para fazer o tórax subir. Evite ventilações

excessivas

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Método de permeabilização da via aérea -

Extensão da cabeça e elevação do maxilar

inferior.

Uma mão é colocada sobre a testa e dois

dedos da outra mão ao nível do maxilar

inferior, sobre a parte óssea e nunca

fazendo pressão sobre os tecidos moles

(pescoço). Faça um movimento da cabeça

para trás.

Fig. 11 – Extensão da cabeça

Método de permeabilização da via aérea – Subluxação da mandíbula.

Uma mão de cada lado da cabeça da vítima, com os cotovelos

apoiados na superfície em que está o doente. Colocar os dedos sob

os ângulos da mandíbula e elevá-la com as duas mãos, deslocando a

mandíbula para a frente. O método de subluxação da mandíbula é

utilizado para doentes com suspeita de traumatismo craniano ou

trauma cervical.

Fig. 12a – Subluxação da mandíbula

Fig.12b – Subluxação da mandíbula

A ventilação através de uma máscara de ventilação artificial, poderá

ser um método escolhido no início da RCP, até à chegada do

insuflador. Este tipo de dispositivo evita o contacto directo e o risco de

infecções cruzadas. A sua fixação deve ser feita com ambas as

mãos, obtendo uma boa selagem, e mantendo a cabeça em

extensão.

Page 15: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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Fig. 13 – Ventilação com máscara, lateral, quando RCP

com um elemento

Fig. 14 – Ventilação com máscara, á cabeça, quando

RCP com dois elementos

Ventilação através de um insuflador manual de balão é bastante

eficaz, mas não é recomendada para a RCP com um profissional.

Nesta situação utilize uma máscara de ventilação artificial, ou

mantenha as compressões até chegada do insuflador.

Na utilização do insuflador manual de balão, o profissional deve estar

posicionado atrás da cabeça do doente, e fixar a máscara com a

técnica C-E (o polegar e o indicador formam um C, os restantes

dedos fazem um E). Manter sempre a cabeça em extensão e fazer

cada ventilação durante 1 segundo. Nas imagens abaixo, poderá ver

duas opções na utilização do insuflador, durante uma PCR com dois

profissionais ou mais.

Fig. 15 – Utilização do insuflador com 1 elemento

Fig. 16 – Utilização do Insuflador com 2 elementos

Se a primeira ventilação não fizer o tórax subir: verifique se a cabeça

está na posição correcta ou há algum objecto na boca da vítima. Não

faça mais que duas tentativas de ventilação, antes de retornar às

compressões.

Após as 2 ventilações, que não devem interromper as compressões

por mais que 10 segundos, faça mais 30 compressões. O profissional

que está nas compressões deve ser substituído a cada 5 ciclos.

Page 16: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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Fig. 17 - RCP com 2 elementos

7. No caso de não se poder ou querer fazer ventilação boca-a-boca,

deve continuar a fazer apenas compressões torácicas, sem

interrupção, a uma frequência de pelo menos 100/min e comprimir o

tórax pelo menos 5cm. Uma boa perfusão cerebral continua a ser

fundamental para o sucesso da reanimação.

Se o doente estiver com uma via aérea avançada, as compressões

não são interrompidas para a execução das ventilações. Faça uma

ventilação a cada 6 a 8 segundos (8 a 10 ventilações por minuto),

sem interrupção das compressões, que se mantêm a uma frequência

mínima de 100/min

Não interromper as manobras de reanimação até:

A chegada da EEM;

A vítima começar a respirar normalmente;

Até à exaustão do profissional.

Page 17: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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4. Suporte Básico de Vida Pediátrico

A criança e o bebé têm particularidades anatomo-fisiológicas,

pelo que se torna necessário adaptar os procedimentos de SBV, uma

vez que as suas estruturas são mais frágeis e mais pequenas. As

situações de PCR na criança e no bebé são devidas, na maioria das

situações, a obstrução da via aérea ou a causa respiratória.

No SBV Pediátrico considera-se o bebé até um ano de idade,

sendo a criança considerada de um ano de idade até à puberdade, ou

seja, a presença de pêlos no tórax ou axilas, em meninos, e o início

do desenvolvimento dos seios, em meninas.

A cadeia de sobrevivência pediátrica, reflecte o facto da causa de

PCR não ser, normalmente, uma situação súbita, mas secundária a

uma insuficiência respiratória e choque, assim a prevenção é um

ponto fundamental, sendo este o primeiro elo da cadeia.

Fig. 18 - Cadeia de sobrevivência Pediátrica segundo a AHA

Page 18: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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Actuação

Como poderá verificar, a sequência de actuação é muito semelhante

ao que estudou anteriormente para o adulto.

1. Assegure-se que as condições de segurança para todos os

elementos da equipa e bebé/criança estão mantidas.

2. Avalie se o bebé/criança responde a algum estímulo, se não

houver qualquer reacção, grite de imediato por ajuda, e proceda

à avaliação da respiração.

Fig. 20 – Avaliação da consciência

Fig. 21 – Gritar por ajuda

Fig. 22 – Avaliação da respiração

3. Verifique se respira, não demore menos de 5 segundos e nunca

mais de 10 segundos. Se não respira ou respirar de forma

ineficaz (ventilação agónica):

3a. Se sozinho, passe para a avaliação do pulso.

3b. Se acompanhado por outro profissional, peça para

chamar a EEM e trazer um DAE.

4. Verifique o pulso no mínimo 5 segundos e no máximo 10

segundos. No bebé o pulso é avaliado na artéria braquial. Na

criança palpe o pulso carotídeo ou o pulso femoral.

Page 19: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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Fig. 23 – Palpação do pulso braquial no bebé

Fig. 24 – Palpação do pulso carotídeo na criança

4a. Se presente o pulso, faça apenas 1 ventilação a cada

3 a 5 segundos (12 a 20 ventilações por minuto).

4b. Se não sentir pulso ou apesar de ventilar bem, tem

uma frequência cardíaca inferior a 60/min, com sinais de

perfusão deficiente, inicie as compressões.

5. Compressões torácicas a uma frequência de pelo menos

100/min. Se estiver sozinho faça a relação de 30 compressões

para 2 ventilações, se estiver com outro profissional de saúde,

faça 15 compressões para 2 ventilações.

5a. No bebé – se sozinho utilize a ponta de dois dedos, na

vertical, para comprimir o tórax. Quando com outro

profissional utilize a técnica de envolvimento do tórax, com

o dois polegares juntos, sobre a o esterno, abaixo da linha

mamilar. Comprima no mínimo um terço da profundidade

do tórax, ou aproximadamente 4 cm.

Fig. 25 - Compressão com 2 dedos

Fig. 26 - Compressão com técnica de envolvimento do tórax

Page 20: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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5b. Na criança – comprima um terço da profundidade do

tórax ou aproximadamente 5 cm, utilizando uma ou duas

mãos sobre a metade inferior do esterno.

Fig. 27 – Compressões torácicas com duas mãos

Fig. 28 – Compressões torácicas com duas mãos

Após cada ciclo de 30 compressões, faça de imediato as

insuflações, interrompendo o mínimo possível o tempo entre os

ciclos de compressões.

Fig. 29 - Ventilação através de uma máscara

Fig. 30 - RCP com 2 elementos

6. No final de 5 ciclos de 30 Compressões:2 ventilações, se se

mantiver sozinho, interrompa o SBV e faça o alerta e vá buscar o

DAE, se disponível, retorne para junto do bebé/criança e inicie o SBV

pelas compressões.

7. Se iniciou o suporte básico de vida sozinho e chega posteriormente

outro profissional que o vai ajudar na RCP, passe da sequência 30:2

para a sequência 15:2, e o método de compressão passa a ser com a

técnica de envolvimento do tórax.

Page 21: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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8. As insuflações são realizadas utilizando uma máscara e insuflador

próprios para pediatria. A quantidade de ar a insuflar é a estritamente

necessária para fazer elevar o tórax.

Se o bebé/criança estiver com uma via aérea avançada, as

compressões não são interrompidas para a execução das

ventilações. Faça uma ventilação a cada 6 a 8 segundos (8 a 10

ventilações por minuto), sem interrupção das compressões, que se

mantêm a uma frequência mínima de 100/min.

Não interromper as manobras de reanimação até:

A chegada da EEM;

A vítima começar a respirar normalmente;

Até à exaustão do profissional.

Page 22: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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5. Obstrução da Via Aérea

A Obstrução da Via Aérea por um objecto pode ser causa de uma

PCR. A situação mais comum está associada às refeições.

Numa obstrução ligeira, a vítima consegue falar, tossir ou respirar

com ruído (que poderá ser do tipo: gorgolejo, ronco, assobio). Na

obstrução grave, a vítima não consegue falar, não consegue respirar,

apresenta esforço respiratório, sinais de cianose, não consegue tossir

e pode ficar inconsciente.

Actuação no adulto/criança

Na vítima consciente, com obstrução ligeira da via aérea (por corpo

estranho ou alimento) e que ainda consegue tossir, deve ser

encorajada a continuar a tossir. Se esta não for eficaz, e a vítima

começar a apresentar sinais graves de obstrução, será necessário

utilizar a manobra de compressão abdominal, que se aplica a todas

as vítimas com mais de 1 ano de idade.

Compressões abdominais – aplicar

compressões abdominais na região

abdominal, com uma mão fechada, com

o polegar contra o abdómen, acima do

umbigo e bem abaixo do esterno, a

outra mão por cima desta, exercendo

uma pressão rápida e forte para cima. Fig. 35 – Compressões Abdominais

Page 23: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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Tenha em atenção que as compressões

abdominais não podem ser aplicadas

em grávidas nem em bebés com idade

inferior a 1 ano. Sendo substituídas

pelas compressões torácicas.

Fig. 36 – Compressões Torácicas

Actuação no bebé

No Bebé, aplica-se uma combinação de pancadas interescapulares e

compressões torácicas

Pancadas interescapulares – estas

pancadas são aplicadas nas costas,

sobre a coluna dorsal, ao nível das

omoplatas, com o tronco inclinado

para a frente, se possível.

Fig. 36 – Pancadas Interescapulares

Compressões torácicas – estas

compressões são executadas sobre

a porção inferior do esterno

utilizando dois dedos (mesma

posição que na RCP).

Fig. 37 – Compressões Torácicas

Repetir as técnicas de desobstrução da via aérea até a obstrução se

resolver ou o doente ficar inconsciente. Se o doente ficar

inconsciente, e tiver outra pessoa perto de sí, peça para alertar a

EEM, enquanto inicia de imediato a RCP, sem verificar o pulso. Na

Page 24: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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situação em que está sozinho, faça primeiro 2 minutos de SBV e

depois alerte a EEM. Cada vez que for executar as insuflações, abra

a boca da vítima e verifique se o objecto é visível, remova-o com os

seus dedos.

Page 25: Manual Sbv Ps 2012 Aha Fotos

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6. Bibliografia

1. Andrew H. Travers, Thomas D. Rea et al; Part 4: CPR Overview:

2010 American Heart Association Guidelines for

Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency

Cardiovascular Care; Circulation. 2010;122:S676-S684,

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2. Robert A. Berg, Robin Hemphill, et al; Part 5: Adult Basic Life

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Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency

Cardiovascular Care; Circulation. 2010;122:S685-S705,

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3. Marc D. Berg, Stephen M. Schexnayder, et al; Part 13: Pediatric

Basic Life Support: 2010 American Heart Association

Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and

Emergency Cardiovascular Care; Circulation. 2010;122:S862-

S875, doi:10.1161/CIRCULATIONAHA.110.971085