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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Alex Lopes Fachini Jéssica Freitas Pagamice Dourado Nathalia Tatiana de Jesus Serrão MANUTENÇÃO PREVENTIVA: um estudo de caso na Renuka do Brasil Unidade Madhu Promissão /SP LINS SP 2015

MANUTENÇÃO PREVENTIVA: um estudo de caso na Renuka do ... · Aos amigos e profissionais da empresa Renuka que sempre de imediato nos ... apoiaram e me ensinaram a seguir o caminho

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Administração

Alex Lopes Fachini

Jéssica Freitas Pagamice Dourado

Nathalia Tatiana de Jesus Serrão

MANUTENÇÃO PREVENTIVA: um estudo de caso na

Renuka do Brasil – Unidade Madhu

Promissão /SP

LINS – SP

2015

ALEX LOPES FACHINI

JÉSSICA FREITAS PAGAMICE DOURADO

NATHALIA TATIANA DE JESUS SERRÃO

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração sob a orientação da professora Ma. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame e orientação técnica da Profª Ma. Heloisa Helena Rovery da Silva.

LINS – SP

2015

Fachini, Alex Lopes; Dourado, Jéssica Freita Pagamice; Serrão,

Nathalia Tatiana de Jesus.

Manutenção preventiva: Renuka do Brasil S/A / Alex Lopes

Fachini; Jéssica Freitas Pagamice Dourado; Nathalia Tatiana de

Jesus Serrão. – – Lins, 2015.

80p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em

Administração, 2015.

Orientadores: Maris de Cássia Ribeiro Vendrame; Heloisa

Helena Rovery da Silva

CDU 658

1. Redução de Custos. 2. Manutenção Preventiva. 3. Planejamento e Controle. I Título.

CDU 658

F127m

ALEX LOPES FACHINI

JÉSSICA FREITAS PAGAMICE DOURADO

NATHALIA TATIANA DE JESUS SERRÃO

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para

obtenção do título de Bacharel em ________________________.

Aprovada em: _____/______/_____

Banca Examinadora:

Prof(a) Orientador(a): Máris de Cássia Ribeiro Vendrame.

Titulação: Mestre em administração pela UNIMEP.

Assinatura: _________________________________

1º Prof(a): ______________________________________________________

Titulação: ______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: _________________________________

2º Prof(a): ______________________________________________________

Titulação: ______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ________________________________

Dedico este trabalho a meus pais Joaquim e Irilda, por me ensinarem o

caminho correto, nunca desistir de um objeto e pela educação proporcionada por

eles, sou privilegiado em ter tido pais como vocês.

As nossas orientadoras Profª Maris e Profª Heloisa, que foram fundamentais

para a elaboração, desenvolvimento e conclusão deste trabalho.

Aos amigos e profissionais da empresa Renuka que sempre de imediato nos

ajudaram com as informações necessárias para o desenvolvimento deste trabalho.

A todos os amigos conquistados durante o curso, em especial, Jéssica e

Nathalia que juntos conseguimos após meses de dedicação, empenho e muito

trabalho, concluímos este trabalho, tenho muito orgulho em ter conhecido vocês.

Alex Lopes Fachini

Dedico este trabalho aos meus pais que sempre estiveram ao meu lado, me

dando apoio e incentivo.

Ao meu marido que também sempre esteve ao meu lado sempre me

apoiando em tudo.

As orientadoras Profª Maris e Profª Heloisa, pela convivência diária, calma,

paciência e dedicação ao nosso grupo e também aos demais professores que

contribuíram para o nosso crescimento.

Aos amigos que contribuíram direta ou indiretamente para a conclusão deste

trabalho.

A deus por nos proporcionar momentos e amizades que levarei por toda

minha viva.

Jéssica Freitas Pagamice

Dedico este trabalho aos meus pais Laura e Benedito, que sempre me

apoiaram e me ensinaram a seguir o caminho correto, aos meus avós maternos já

falecidos Aldomira e Sebastião, que sempre sonharam e torceram por minha

formação.

As nossas orientadoras Profª Maris e Profª Heloisa, na qual nos auxiliaram em

todos os momentos, com paciência e dedicação, e aos demais professores que

contribuíram para minha formação.

Aos amigos, que estiveram comigo nessa jornada, e que de certa forma

contribuíram diretamente ou indiretamente. Todos foram essenciais e um

agradecimento em especial ao Alex e a Jessica, amigos fieis e que sempre me

auxiliaram a todas dificuldades.

Agradeço principalmente à Deus que permitiu todos esses acontecimentos

ао longo dе minha vida, nãо somente nos anos como universitária, mаs também еm

todos оs momentos, sendo o maior mestre qυе alguém pode conhecer

Nathalia Tatiana de Jesus Serrão

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por nos proporcionar a oportunidade de

chegarmos até esta importante etapa de nossas vidas, pois mesmo diante de

momentos de difíceis durante o curso tivemos força para continuar nossa trajetória.

A nossa orientadora Prof. Ms Maris, uma pessoa e uma profissional especial

que durante toda a realização deste trabalho sempre esteve ao nosso lado, com

paciência, disposição, atenção, para que pudéssemos desenvolver e realizar o

nosso melhor neste trabalho.

A Prof. Ms Heloisa, que sempre nos apoiou com informações, explicações e

materiais de foram essenciais para a elaboração deste trabalho, visando sempre a

melhora do nosso trabalho.

Aos demais professores pela contribuição e acréscimo de informações que

serão validas não somente em nossa vida profissional mais também em nossa vida

pessoal, entramos um aluno neste curso hoje somos profissionais administradores.

Aos nossos familiares e amigos que sempre estavam do nosso lado,

torcendo, apoiando e ajudando a cada etapa, de forma que posse possível transpor

algumas barreiras que encontramos ao longo desses meses.

Aos amigos e profissionais da empresa Renuka do Brasil que sempre, de

imediato estavam dispostos a nos ajudaram com as informações necessárias para o

desenvolvimento deste trabalho.

Somos gratos pelo conhecimento adquirido, a pessoa e o profissional que nos

tornamos ao longo do curso, as pessoas que conquistamos, as experiências de vida

que conhecemos e vivenciamos, ao trabalho em equipe e nosso fortalecimento.

Sendo assim, deixaremos evidenciado que nossa parceria se tornou uma

receita de sucesso e ficará para sempre em nossas recordações.

Alex, Jéssica e Nathalia

RESUMO

A manutenção preventiva é uma ferramenta importante para os gestores que estão diante de um mercado cada vez mais competitivo e instável e necessitam cada vez mais aprimorar não só a qualidade e melhoria continua de sua matéria prima, mais também visar a obtenção de resultados que se podem ser favoráveis ou não. O que vai determinar esse fator será o planejamento da manutenção a ser realizada, com isso, o objetivo deste trabalho foi identificar e detalhar possíveis soluções que contribuam para a redução de custos da manutenção preventiva desenvolvida pelo setor de planejamento e controle da manutenção juntamente com as práticas aplicadas de manutenção na fábrica de etanol. Tendo em vista que nas ultimas décadas as empresas vem tendo apoio de suas áreas gerenciais para se modernizar e investir fortemente em manutenção preventiva de modo que possa capacitar seus colaboradores a fim de eliminar ou minimizar qualquer tipo de falha ou defeito em seu processo produtivo para desta forma evidenciar a importância da manutenção preventiva no processo produtivo do etanol bem como redução de custos. Para isso, foi realizada pesquisa de campo, de modo a obter a resultados que possam ser mensurados para a obtenção dos resultados esperados. Palavras-chave: Redução de custos. Manutenção preventiva. Planejamento e controle.

ABSTRACT

Preventative maintenance is an important tool for managers who are facing an increasingly competitive and unstable market and increasingly need improving not only the quality and continuous improvement of its raw material, most also aim at achieving results that can be be favorable or not, what will determine this factor will be the planning of maintenance to be performed, thus, the objective of this work is to identify and detail possible solutions that help reduce costs of preventive maintenance developed by the planning sector and control maintenance along with the practices applied to maintenance in the ethanol plant. Considering that in recent decades the company has had support from their management areas to modernize and invest heavily in preventive maintenance so they can empower their employees to eliminate or minimize any kind of failure or defect in its production process for this evidence way the importance of preventive maintenance in the production of ethanol process as well as reduce costs and for this we will conduct field research bibliography in order to get results that can be measured to obtain the expected results. Keywords: Reduction of costs. Preventive maintenance. Planning and control.

LISTA DE FIGURAS

Figura1: Vista parcial aérea da Usina Madhu ................................................... 20

Figura2: Área agricola da Renuka do Brasil ..................................................... 20

Figura3: Principais instituições e prestadores de serviços ................................ 21

Figura4: Extração do caldo no terno ................................................................. 23

Figura5: Visão da sala de centrifuga de açúcar ................................................ 24

Figura6: Vista da Fábrica de Etanol .................................................................. 25

Figura7: Vista da sala de cogeração ................................................................. 26

Figura8: Vista do plantio e da colheita da cana ................................................ 31

Figura9: Palestra aos colaboradores ................................................................ 32

Figura10: Alunos do Projeto Formare ............................................................... 34

Figura11: Vista de area reflorestada pela Renuka ............................................ 35

Figura12: O triângulo da manutenção eficiente ................................................ 43

LISTA DE QUADROS

Quadro1 – Modelo ABRAMAN.......................................................................... 61

Quadro2 – Modelo UCM ................................................................................... 62

Quadro3 – Custos de manutenção ABRAMAN 2013 ........................................ 63

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRAMAN: Associação Brasileira de Manutenção

CETESB: Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Básico

CTC: Centro Tecnológico da Cana

cv: cavalo em potencia

DAEE: Departamento de Água e Energia Elétrica

DTS: Descrição Técnica de Serviço

ERP: Planejamento dos Recursos da Empresa

g: gramas em medida

GMP: Boas Práticas de Fabricação

ha: hectare

HACCP: Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle

IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente

INPM: porcentagem de álcool em peso ou grau alcoólico

Kg: quilograma em medida

LPP: Lição ponto a ponto

m³: metro cúbico em área

MWh: Megawatt-hora

NR: Norma Regulamentadora

O.S: Ordem de serviço

ONG: Organização Não Governamental

ORPLANA: Organização dos Plantadores de Cana do Sul do Brasil

PAV: Plano de Aplicação de Vinhaça

PCM: Planejamento e Controle da Manutenção

RH: Recursos Humanos

RM: Requisição de material

t: Tonelada

TPM: Manutenção Produtiva Total

TUSD: Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Distribuição

UCM: Unidade de Custo de Manutenção

ÚNICA: União da Industria Sucroalcooleira

VHP: Polarização Muito Alta – Very High Polarization

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 16

CAPÍTULO I - RENUKA DO BRASIL S.A UNIDADE MADHU ........................ 18

1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA .............................................................................. 18

1.1Contatos....................................................................................................... 18

1.1.1Presidência e comercialização .................................................................. 18

1.1.2 Missão e visão ......................................................................................... 18

1.1.2.1 Missão ................................................................................................... 18

1.1.2.2 Visão ..................................................................................................... 19

1.1.3 Administração, indústria e agricultura Usina Madhu .............................. 19

1.1.4 Duvidas .................................................................................................... 19

1.1.5 Curriculos ................................................................................................. 19

1.1.6 Estratégia ................................................................................................. 19

1.1.7 Área agrícola ............................................................................................ 20

1.2 A Usina Madhu em Promissão .................................................................... 21

1.3 Produtos...................................................................................................... 22

1.3.1 Cana-de-açúcar ....................................................................................... 22

1.3.2 Açúcar ...................................................................................................... 23

1.3.3 Etanol ....................................................................................................... 24

1.3.4 Energia..................................................................................................... 25

1.3.5 Levedura .................................................................................................. 26

1.4 Qualidade.................................................................................................... 27

1.5 Logística...................................................................................................... 27

1.6 Tecnologia .................................................................................................. 28

1.6.1 Cogeração com Palha ............................................................................. 28

1.6.2 Peneira Molecula ..................................................................................... 28

1.7 Mecanização do plantio e da colheita ......................................................... 30

1.8 Controle biológico ....................................................................................... 31

1.9 Fertilizante líquido ....................................................................................... 31

1.10 Profissionais .............................................................................................. 32

1.11Parceiros .................................................................................................... 33

1.11.1Parceiros e fornecedores agrícolas ........................................................ 33

1.11.2 Fornecedores de materiais e serviços ................................................... 33

1.12 Comunidade .............................................................................................. 33

1.13 Meio Ambiente .......................................................................................... 34

1.13.1 Gerenciamento de resíduos ................................................................... 35

1.13.2 Protocolo agroambiental ........................................................................ 37

1.13.3 Proteção à fauna .................................................................................... 37

1.13.4 Recomposição florestal .......................................................................... 37

1.13.5 Ações socioambientais .......................................................................... 38

CAPÍTULO II - MANUTENÇÃO PREVENTIVA ................................................ 39

1 EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO ........................................................... 39

1.1 Histórico da manutenção ............................................................................ 39

1.1.1 A primeira manutenção ............................................................................ 39

1.1.2 A segunda geração .................................................................................. 40

1.1.3 A terceira geração .................................................................................... 40

2 MANUTENÇÃO ESTRATÉGICA .................................................................. 41

2.1 Conceitos de manutenção .......................................................................... 41

2.2 Tipos de manutenção ................................................................................. 41

2.3 A organização, o planejamento e o controle da manutenção ..................... 45

2.3.1 Organização da manutenção ................................................................... 45

2.3.2 O planejamento e o controle de manutenção .......................................... 46

2.4 Requisitos básicos para o pessoal de manutenção .................................... 46

2.4.1 A capacitação do profissional de manutenção ......................................... 47

2.5 O programa 5S contribuindo com a manutenção preventiva ...................... 47

2.6 Manutenção produtiva total - TPM .............................................................. 49

2.7 Os custos da manutenção .......................................................................... 51

CAPÍTULO III - A MANUTENÇÃO PREVENTIVA NA EMPRESA RENUKA DO

BRASIL ............................................................................................................ 53

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 53

2 RELATO DA PESQUISA: RENUKA DO BRASIL ........................................ 54

2.1 Planos de manutenção ............................................................................... 55

2.2 Manutenção corretiva ................................................................................. 55

2.3 Plano de manutenção preventiva ................................................................ 55

2.3.1 Plano de lubrificação ................................................................................ 56

2.3.2 Planos de inspeção .................................................................................. 56

2.3.2.1 Planos de inspeção de equipamentos ................................................. 57

2.3.2.2 Inspeção operacional ............................................................................ 57

2.3.3 Plano de lubrificação e calibração de equipamentos ............................... 57

2.4 Plano de manutenção programada ............................................................. 58

2.4.1 Parada programada ................................................................................. 58

2.4.2 Manutenção de oportunidade .................................................................. 59

2.5 Manutenção de entressafra ........................................................................ 59

2.6 Tecnologia da informação ........................................................................... 59

2.6.1 Software ................................................................................................... 60

2.6.2 Hardware ................................................................................................. 60

2.7 Treinamento ................................................................................................ 60

2.8 Custos de manutenção ............................................................................... 61

3 DISCUSSÃO: A MANUTENÇÃO PREVENTIVA PRATICADA PELO

PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO DA RENUKA DO

BRASIL ............................................................................................................ 63

4 PARECER FINAL .......................................................................................... 64

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 66

CONCLUSÃO ................................................................................................... 67

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 68

APÊNDICES ..................................................................................................... 69

16

INTRODUÇÃO

A manutenção vem recebendo nos últimos anos projeções e prestígios

significativos, diante de vários motivos que fazem com que os níveis

administrativos, estratégicos e executivos das empresas vejam esta função

como uma área abrangente, em constante desenvolvimento e rentável na

melhora de qualidade de produtos e serviços.

Sendo um dos pilares do desenvolvimento da função manutenção,

destaca-se a melhoria contínua das técnicas e dos métodos de controle da

qualidade, da confiabilidade, da manutenabilidade e da disponibilidade.

Ao aprofundar na confiabilidade aplicada na manutenção preventiva,

num cenário de tão poucos títulos publicados, depara-se a uma realidade e

uma visão prática da função perfeitamente associada aos tópicos mais teóricos

que envolvem o assunto, tornando-o extremamente atraente para todos os

profissionais ligados ao setor. Diante deste ambiente balanceado de contextos

e fatores de diferenciação da competitividade das empresas e da própria

empregabilidade pessoal observa-se uma ligação em relação a excelência na

gestão e para isso, não basta o conhecimento, é preciso ter um diferencial para

realizar as ações no período e no tempo certo, ou seja, de imediato.

Os objetivos da pesquisa foram: Demonstrar que a manutenção

preventiva é uma ferramenta imprescindível para o bom funcionamento dos

equipamentos bem como para a redução de custos; estudar as formas de

manutenção preventiva; verificando a importância de uma manutenção dentro

de um setor sucroalcooleiro (usina); e demonstrar que a manutenção

preventiva gera lucro e não apenas custos no processo produtivo.

Diante do exposto, surgiu a seguinte questão: A manutenção preventiva

desenvolvida pelo planejamento e controle da manutenção da Renuka do Brasil

contribui para a redução de custos bem como para a produtividade industrial?

A partir então, pode-se dizer que a Manutenção Preventiva dos

equipamentos aliada a qualidade dos recursos (Mao de obra + peças +

serviços) contribui na redução de custos bem como alavanca a produtividade

da empresa Renuka do Brasil.

Os métodos e técnicas da pesquisa estão descritos no capítulo III.

17

O trabalho está estruturado em três capítulos:

Capítulo I descreve a empresa onde foi realizada a pesquisa, bem como

sua área de atuação, história e estrutura.

Capítulo II apresenta as características da manutenção Preventiva,

como: surgimento, objetivos, conceito, técnicas, fundamentos e perspectivas.

Capítulo III relata a pesquisa realizada, focando as principais ações da

Renuka do Brasil voltada às praticas da Manutenção Preventiva.

E por fim, vem a apresentação da proposta de intervenção e a

conclusão.

18

CAPÍTULO I

RENUKA DO BRASIL S.A UNIDADE MADHU

1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA

A Renuka do Brasil é um dos 10 maiores grupos sucroalcooleiros do

Brasil, em atividade há mais de 30 anos. A partir 2010, passou a ser controlada

pela empresa indiana Shree Renuka Sugars, mantendo participação de 54% do

grupo brasileiro Equipav, como sócio majoritário.

A Shree Renuka Sugars é a quinta maior produtora mundial de açúcar,

controlando 7 usinas e 2 grandes refinarias em portos na Índia, além de 4

usinas no Brasil. A empresa é listada na bolsa de ações na Índia e tem seus

escritórios em Mumbai. Foi fundada em 1988 pelo Sr. Narendra Murkumbi e

sua mãe, Sra. Vidya Murkumbi, que ocupam a direção do Conselho de

Administração, controlando não só todos os processos industriais, mais

também todos os agrícolas, tais como: o plantio cultivo, colheita e transporte de

cana.

1.1 Contatos

1.1.1 Presidência e comercialização

Av. Nove de Julho, 5.519 – 5º andar

São Paulo, SP - 01407-200

(11) 3074-6900

1.1.2 Missão e visão

1.1.2.1 Missão da empresa

Desenvolver e empreender o agronegócio da cana-de-açúcar com

excelência e de forma sustentável, objetivando a satisfação dos seus

acionistas, colaboradores e clientes.

19

1.1.2.2 Visão da empresa

Em 2015, ter atingido toda a potencialidade de produção e

industrialização da cana-de-açúcar na região onde atua, alcançado o

reconhecimento pela sua competitividade, diversificado e agregado valor aos

seus produtos, promovendo o desenvolvimento social e econômico.

1.1.3 Administração, indústria e agricultura Usina Madhu

Rod. Mal. Rondon, km 455

Promissão, SP - 16370-000

(14) 3543-9111

1.1.4 Dúvidas, reclamações ou sugestões:

[email protected]

1.1.5 Currículo

[email protected]

1.1.6 Estratégia

A Renuka do Brasil é totalmente focada no negócio sucroalcooleiro,

dividindo a produção entre açúcar e etanol. Utilizando o conhecimento do

mercado internacional de açúcar pela Shree Renuka Sugars, a empresa utiliza

cautelosamente as oportunidades do mercado futuro para fixação e compra de

opções, otimizando os preços, protegendo-se de exposições perigosas às

chamadas de margens, mas ao mesmo tempo, evitando derivativos complexos.

Tendo a cana-de-açúcar como componente majoritário de seu custo, a

área agrícola procura um abastecimento equilibrado entre o cultivo próprio em

áreas de terceiros e em contratos de compra de fornecedores de longo prazo.

O preço de compra de cana-de-açúcar é sempre preferencialmente

indexado aos preços de seus produtos finais para garantir uma menor variação

da rentabilidade.

20

Figura1: Vista parcial aérea da Usina Madhu

Fonte: Renuka do Brasil, 2015

1.1.7 Área agrícola

Figura 2: Área agrícola da Renuka do Brasil

Fonte: Renuka do Brasil, 2015

As várias empresas agrícolas da Renuka do Brasil possuem uma

direção centralizada e formam um único cluster ao redor das Usinas Madhu e

Revati.

O preparo de solo, o plantio, o cultivo, a colheita e o transporte são

realizados em mais de 85.000 hectares de terras arrendados em parceria com

mais de 570 proprietários. Além disso, a área agrícola é responsável pela

coordenação da entrega de cana-de-açúcar, e em muitos casos, até pela

colheita e transporte de mais de 350 fornecedores.

21

Para garantir a confiabilidade e qualidade dos serviços, a área agrícola

conta com mais de 903 veículos próprios, incluindo 62 colhedoras mecânicas,

50 tratores de grande porte e 120 caminhões para transporte de cana, cuja

manutenção é praticamente toda efetuada nas próprias oficinas mecânicas da

empresa.

Além de testar permanentemente as novas variedades de cana-de-

açúcar, o departamento técnico também se mantém em estreito contato com

instituições de pesquisa e fornecedores de equipamentos e insumos,

almejando ganhos crescentes de qualidade e produtividade.

1.2 A Usina Madhu em Promissão

A Usina Madhu é uma das cinco maiores unidades sucroalcooleiras do

mundo, com capacidade de moagem de 6,5 milhões de toneladas de cana-de-

açúcar divididas em duas linhas de moenda.

Comporta ainda a maior cogeração a partir de bagaço, com 138 MW

instalados, que também aproveita a palha da cana-de-açúcar, com tecnologia

pioneira de separação e processamento. São gerados mais de 560.000 MWh

para venda de energia por safra a partir de quatro caldeiras com pressão de 65

kgf/cm2.

A capacidade máxima de produção de açúcar VHP é de 3.350 toneladas

por dia e a de açúcar cristal (ICUMSA 150) é de 59.000 sacos por dia. A

produção máxima de etanol hidratado é de 1.600 m3 por dia e até 750 m3 pode

sair na forma de etanol anidro, partindo do pioneiro sistema de peneiras

moleculares.

Ainda podem ser geradas mais de 8.000 t por safra de levedura seca

com até 43% de proteína, produzida a partir da fermentação alcoólica.

Figura 3: Principais instituições e prestadores de serviços

22

Fonte: Renuka do Brasil,2015

1.3 Produtos

A matéria-prima da indústria sucroalcooleira é a cana-de-açúcar, planta

riquíssima em sacarose, de cultura perene.

A partir da extração do caldo da cana, após sua purificação, e

concentração, obtém-se o açúcar, um dos alimentos mais consumidos no

mundo inteiro.

Se ao caldo da cana é acrescentada a levedura para fermentação,

chega-se ao etanol, comumente utilizado como bebida ou combustível para os

carros Flex.

Durante a fabricação do etanol, pode-se separar parte da levedura,

secá-la e utilizá-la como ingrediente para ração animal.

Após a extração do caldo da cana-de-açúcar, o bagaço que sobra é

queimado em caldeiras que produzem vapor. Este, por sua vez, é usado no

próprio processo de fabricação do açúcar e do álcool. O vapor ainda é usado

em turbinas para a geração de energia elétrica, que é usada na própria usina

ou vendida para distribuidoras ou indústrias, conduzida através das redes de

transmissão.

1.3.1 Cana-de-açúcar

Depois do plantio, a cana-de-açúcar é colhida uma vez por ano durante

4 a 6 anos, dependendo das condições do solo, do clima e da variedade da

planta. Logo após cada corte, as raízes que ficaram enterradas no solo

(soqueira), brotam e crescem novamente. Na região centro-sul, onde se

localiza a Renuka do Brasil, a época de colheita se estende normalmente de

23

abril a novembro, quando a cana atinge sua maturidade e o clima mais seco

permite a entrada das máquinas na lavoura para a colheita e o transporte.

Figura 4: Extração do caldo no terno

Fonte: Renuka do Brasil, 2015

A colheita antigamente era tradicionalmente feita à mão e apenas após a

queima das folhas da planta, a fim de permitir o acesso e manuseio dos

cortadores.

A Renuka do Brasil já faz quase a totalidade da colheita sem queimar os

canaviais, através de modernas colhedoras mecânicas.

Uma tonelada de cana-de-açúcar quando atinge a maturidade tem

aproximadamente 140 kg de sacarose. Transportada das fazendas para as

usinas Madhu e Revati através de grandes caminhões de compartimento duplo,

tipo rodo-trem, a cana-de-açúcar é picada, desfibrada e esmagada através de

seguidas operações nas moendas.

O caldo obtido da cana, com uma média de 150 g de sacarose por litro,

é então bombeado para o setor de tratamento, onde ele é purificado e

concentrado. A partir daí, começa a fabricação do açúcar e do etanol.

1.3.2 Açúcar

Quando o caldo da cana-de-açúcar já purificado e concentrado chega à

fábrica de açúcar, ele segue sendo concentrado mais ainda em evaporadores e

depois em cozedores, onde ocorre a cristalização da sacarose a partir de

pequenos cristais (sementes) adicionados.

24

Figura 5: Visão da sala de centrifuga de açúcar

Fonte: Renuka do Brasil, 2015

A massa composta pelos cristais e ainda pela fração do açúcar que não

cristalizou é enviada para centrifugas, onde a rotação em alta velocidade e a

injeção de vapor expulsam a fase líquida da mistura. Esse mel volta para

recuperação do açúcar ou é direcionado para a produção de etanol. Os cristais

que são retirados da centrífuga passam por um secador e finalmente vão para

a armazenagem.

O açúcar recebe diferentes classificações dependendo do seu grau de

pureza, ou seja, conforme sua cor e seu teor de umidade. A Renuka do Brasil

produz açúcar tipo VHP (Very High Polarization) e tipo Cristal.

O açúcar VHP é menos branco e normalmente é exportado a granel

para ainda passar por um processo de refino e transformar-se no açúcar para

consumo final. O açúcar Cristal é muito branco (cor 150 pelo método ICUMSA)

e é vendido em sacos de 50 kg ou em contentores flexíveis de 1.200 kg,

principalmente para indústrias, no mercado interno ou externo.

Os principais clientes são: Copersucar, ED&F Man, Bunge, Eridania e

LDC Sev.

1.3.3 Etanol

Chegam juntos à fermentação, o caldo de cana purificado e o mel

separado na fábrica de açúcar (açúcar que não cristalizou), que são misturados

e adicionados de levedura nos tanques fermentadores. A ação do micro-

organismo transforma os açúcares em etanol, até atingir o teor de 8% no vinho,

que é conduzido à destilação.

25

Figura 6: Vista da Fábrica de Etanol

Fonte: Renuka do Brasil, 2015

Através de evaporações e condensações em diversos estágios, atinge-

se a concentração de 93,3% no etanol hidratado, que é o utilizado como

combustível nos veículos Flex.

Para conversão em etanol anidro, na Renuka do Brasil o etanol

hidratado é submetido a uma peneira molecular, onde as moléculas de água

ficam retidas em resinas especiais gerando um produto com um teor de 99,6%

de etanol. O etanol anidro é aquele adicionado à gasolina, em frações que

variam entre 18 e 25%.

Graças à pureza permitida pelo sistema de peneiras moleculares, a

Renuka do Brasil está apta a produzir especificações rígidas de etanol

atendendo praticamente a qualquer padrão de qualidade exigido no Brasil ou

no exterior. Os principais clientes são: BR, Ipiranga, Cosan e Shell.

1.3.4 Energia

Os excedentes de energia gerados nas usinas da Renuka do Brasil são

vendidos tanto para distribuidoras de energia, como para consumidores livres

(que puderam optar por não comprar energia da concessionária local) e para

comercializadoras.

A comercialização com distribuidoras de energia é feita através de

leilões oficiais periódicos, regulados pelo governo, que geram contratos que

podem durar desde poucos meses (leilões de ajuste) até 20 anos (leilões de

26

reserva, leilões de fontes alternativas, leilões de energia nova e leilões de

energia existente).

Figura 7: Vista da sala de cogeração

Fonte: Renuka do Brasil, 2015

As negociações com consumidores livres e comercializadoras podem

envolver apenas o mês corrente, ou podem também gerar contratos de longo

prazo, com mais de 10 anos de duração.

A medição da energia gerada nas usinas da Renuka do Brasil é feita

pela CPFL, que é a concessionária local de distribuição. A contabilização dos

montantes gerados e vendidos, por sua vez, é elaborada pela Câmara de

Comercialização de Energia Elétrica, onde as usinas são registradas como

Produtores Independentes.

Além da energia elétrica convencional, na Usina Madhu é produzida a

energia elétrica incentivada, que possibilita ao comprador 50% de desconto nos

custos de transmissão (TUSD). Esse desconto pode chegar a mais de R$ 25

por MWh. Seus principais clientes são: CPFL e AES Eletropaulo.

1.3.5 Levedura

A levedura extraída da fabricação do etanol é submetida a um sistema

especial de secagem em um equipamento denominado Spray-Dryer e alcança

teores de proteína de até 43%, graças a cuidados especiais no processo

fermentativo.

27

Além de ser utilizada como excelente fonte de proteínas em rações para

animais, a levedura também possui uma propriedade muito especial de

fortalecimento do sistema imunológico, sendo por essa razão exportada para

muitos países.

A levedura seca é comercializada em diferentes faixas de concentração

de proteínas e embalada em sacos de papel multifoliado de 25 kg ou

contentores flexíveis de 800 kg. Seus principais clientes são: Alltech e ICC.

1.4 Qualidade

A principal evidência da qualidade da Renuka do Brasil é a própria

qualidade dos clientes que tradicionalmente atende. Entre eles estão as

principais tradings mundiais de açúcar e as maiores distribuidoras nacionais de

combustíveis e de energia elétrica.

Para cumprir às expectativas mais exigentes, uma equipe comercial

integrada às áreas de produção e logística acorda em detalhes com o cliente

todos os aspectos relacionados à especificação dos produtos e formas de

entrega.

A consistência das características do açúcar, do etanol e da levedura é

garantida por uma equipe operacional experiente e um corpo de qualidade

altamente conscientizado e amparado por modernas metodologias e

laboratórios. Dentre os equipamentos mais modernos utilizados estão:

densímetros Anton Paar, sacarímetros Schmidt+Haensch, refratômetros Atago,

espectrofotômetros Hach, espectrofotômetros de infravermelho próximo (NIRS)

Foss, analisador de proteína Leco, cromatógrafo gasoso HP , espectrômetro de

massa (Plasma) Perkin Elmer, entre outros.

A Usina Madhu foi a primeira unidade sucroalcooleira a obter a ISO 9001

em todos os seus processo no ano de 1996. Também, desde 2003, conta com

a certificação GMP B2 (Quality Control of Feed Materials) no processo de

fabricação de leveduras.

1.5 Logística

A Renuka do Brasil possui uma capacidade total de armazenagem de

130.000 t de açúcar e 210.000 m³ de etanol nas suas duas usinas Madhu e

28

Revati, amparada por um moderno sistema de expedição com grande

capacidade de escoamento.

A posição das usinas oferece fácil acesso a rodovias asfaltadas de pista

dupla, colocando-as quase equidistantes aos portos de Santos e de

Paranaguá, para onde pode direcionar seus produtos também através de

ferrovias a partir de transbordos próximos.

1.6 Tecnologia

A Renuka do Brasil sempre manteve-se na vanguarda das tecnologias

do setor, tanto na área da indústria como da agricultura. Os profissionais se

mantém-se atualizados em relação a todas as inovações através da

participação em seminários, da observação das melhores práticas em outras

empresas e na interação constante com os mais destacados fornecedores de

materiais e serviços. Além disso, a empresa conta com vários consultores

técnicos e acordos de intercâmbio de informações com instituições de ensino e

pesquisa.

1.6.1 Cogeração com Palha

O objetivo desta nova tecnologia incorpora ao bagaço uma maior

quantidade de palha proveniente da cana colhida mecanicamente (sem

queima). O acréscimo da capacidade de produção de vapor nas caldeiras de

alta pressão proporciona maior produção de energia elétrica através de

biomassa. O maior estoque de bagaço com palha permite, ainda, a cogeração

também durante o período de entressafra.

Atualmente, na unidade de Promissão, SP, está instalado desde 2008

um sistema de limpeza a seco por meio de ventiladores, esteiras, peneira e

picador, com capacidade de processamento de 130.000 toneladas de palha por

safra, o que aumenta a cogeração em até 16%.

1.6.2 Peneira molecular

A produção de etanol anidro via Peneira Molecular utiliza vasos ou

colunas com rígidos controles de pressão e temperatura, preenchidos com

29

partículas de cerâmica, tradicionalmente apelidadas de "resina". Através de

minerais denominados "zeólitos", que têm capacidade de adsorção seletiva, a

"resina" retém as moléculas de água e permite a passagem das moléculas de

etanol. Desse modo, o etanol inicia o processo com 6,7% de umidade e sai

com apenas 0,4%.

Com a utilização da Peneira Molecular, não há o uso de qualquer

insumo químico no processo de desidratação, obtendo-se um produto final sem

traços químicos estranhos à fermentação alcoólica. Este tipo de etanol é o

utilizado na mistura à gasolina, bem como em aplicações mais exigentes, como

em indústrias farmacêuticas, químicas e alimentícias. Desde a década de 40

até os dias de hoje, muitos ainda empregam a tecnologia de desidratação do

etanol por destilação azeotrópica, usando produtos químicos perigosos, como o

benzol e o ciclo-hexano.

Através da peneira molecular, existe uma redução de custo operacional

devido ao menor consumo de vapor, cerca de 30% em relação ao processo

azeotrópico. Esta redução no consumo de vapor abre possibilidade para uma

maior produção de etanol ou açúcar e passa mesmo a viabilizar a produção de

etanol anidro em algumas unidades industriais com capacidade limitante de

caldeiras.

A automação é outro ponto favorável da instalação. A avançada

instrumentação e o sistema supervisório completo (em tempo real) permitem

controle total do processo.

Em resumo, as principais vantagens dessa tecnologia são: eliminação

de agentes químicos desidratantes da destilação tradicional; produto final de

graduação acima de 99,5 INPM; produção de etanol anidro sem contaminantes

e de melhor qualidade; produção totalmente automatizada através de sistema

supervisório; menor consumo de vapor e água industrial; ampliação de

capacidade em unidades já instaladas; vida útil média do agente desidratante

de 8 anos; agente desidratante ecológico que permite uma produção

sustentável.

Atualmente, todo o etanol anidro nas duas unidades da Renuka do Brasil

é produzido com essa tecnologia, cuja performance de produção chega a

750m³/dia de etanol anidro na Usina Madhu e a 850m³/dia na Usina Revati.

30

Com a possibilidade da venda do excedente de energia elétrica gerada

pela usina, a Renuka do Brasil tem investido em caldeiras de maior pressão e

turbo-geradores de maior potência, com o objetivo de aproveitar ao máximo o

poder calorífico do bagaço.

Nesse sentido, torna-se necessário obter a maior eficiência no ciclo esse

sentido, torna-se necessário obter a maior eficiência no ciclo térmico do

processo produtivo, de forma a maximizar a disponibilidade de vapor para a

geração de energia elétrica.

A eletrificação de moendas vem justamente com o propósito de reduzir o

consumo de vapor no processo de moagem da cana, empregando um conjunto

de motores elétricos e inversores de freqüência de alta eficiência, em

substituição aos acionamentos convencionais por turbina a vapor dos ternos de

moenda.

Além da redução do consumo de vapor e maior eficiência, a eletrificação

de moendas traz outras vantagens intrínsecas à tecnologia: maior

produtividade, extraindo maior quantidade de caldo utilizando o mesmo terno,

maior controle do processo, pela flexibilidade no controle de velocidade da

moenda, operação remota que reduz riscos com acidentes, instalação

compacta e reduzida, partida e parada suaves e livres de "trancos" mecânicos,

além de proporcionar uma instalação limpa e segura.

A Usina Revati foi inaugurada em 2008 com uma moenda já totalmente

eletrificada, desde a preparação e incluindo todos seus cinco ternos. A potência

instalada de cada terno é de mais de 3.000 cv.

1.7 Mecanização do plantio e da colheita

A Renuka do Brasil é uma das líderes do setor sucroalcoleiro junto às

instituições governamentais, no movimento de antecipar o fim das queimadas

de cana, envidando esforços para se adequar ao modernismo da colheita de

cana crua e investindo intensamente em colhedoras e veículos de transbordo

para atender esta finalidade. Atualmente, mais de 80% da cana-de-açúcar

cultivada pela Renuka do Brasil é colhida mecanicamente, persistindo a meta

de atingir 100%.

31

A redução da necessidade de mão de obra para colheita manual pela

diminuição progressiva das queimadas de cana, trouxe a oportunidade do

plantio ser realizado também mecanicamente. Hoje, a Renuka do Brasil, conta

com esse recurso para realizar 80% da necessidade do plantio, com máquinas

modernas e atualizadas, que trazem qualidade e baixos custos da operação,

além de atender os requisitos da Lei(NR31).

Figura 8: Vista do plantio e colheita da cana

Fonte: Renuka do Brasil, 2015

1.8 Controle biológico

A Renuka do Brasil utiliza inimigos naturais para controlar a população de

pragas de maior importância econômica, evitando a agressão ao ecossistema.

Possui um laboratório entomológico próprio onde produz a vespa Cotésia

flavipes que ataca a broca. Para combater a cigarrinha das raízes, Mahanarva

fimbriolata, que usa a palhada da cana como seu habitat natural, é utilizado um

fungo chamado Metarhizium anisopliae, aplicado nas áreas em que existem

altos índices de ninfas deste inseto instaladas na lavoura.

1.9 Fertilizante líquido

A Renuka do Brasil possui uma unidade de formulação de fertilizantes

líquidos e misturadoras de defensivos agrícolas com capacidade produtiva de

30.000 m³ por ano. A produção dos fertilizantes se dá a partir das fontes básica

de menor custo, tais como: amônia anidra, MAP e cloreto de potássio.

32

Os fertilizantes líquidos são utilizados nas áreas de plantio e tratos

culturais, e têm como principais vantagens o menor custo de transporte e

abastecimento, significativa redução das perdas, maior versatilidade na

agricultura de precisão, além de facilidade de movimentação e armazenagem.

1.10 Profissionais

É cada vez maior a preocupação de grandes companhias com a gestão de seus profissionais. Produtividade e excelência estão diretamente ligadas à

capacitação de pessoas. Buscando melhorias contínuas, a Renuka do Brasil

S/A tem como objetivo a valorização de seu capital humano, que é o grande

responsável pelo desenvolvimento sustentável de uma empresa.

Figura 9: Palestra aos colaboradores

Fonte: Renuka do Brasil, 2015

Quando se pensa em pessoas, pensa-se na gestão de pessoas. A

Renuka do Brasil S/A aposta em seus colaboradores e desenvolve projetos nas

áreas de recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento,

remuneração e benefícios, segurança e saúde ocupacional.

A Renuka do Brasil S/A é composta por cerca de 7mil colaboradores,

distribuídos nas áreas administrativa, industrial e agrícola.

1.11 Parceiro

A Renuka do Brasil entende que seus fornecedores são tão importantes

33

quantos seus clientes e coloca um foco estratégico extremamente forte nos

seus parceiros agrícolas, fornecedores de cana e fornecedores de materiais e

serviços.

1.11.1 Parceiros e fornecedores agrícolas

Empresas modernas, que elaboram orçamentos e que trabalham o seu

cotidiano baseado em custos e em ações empreendedoras, visam não só o seu

desenvolvimento, mas o de toda região; este é o retrato da Renuka do Brasil,

que possui 95% da sua matéria prima proveniente de contratos de parceria e

fornecimento de cana.

Dos 125.000 ha de área plantada com cana de açúcar, tem-se 82.000 ha

com contrato de parceria e 43.000 ha com contrato de fornecimento de cana.

Ao todo são mais de 570 parceiros e fornecedores que participam de um

empreendimento que gera riqueza regional, incentiva a economia e gera

desenvolvimento humano e ao mesmo tempo sustentabilidade.

1.11.2 Fornecedores de materiais e serviços

A Renuka do Brasil S.A, através dos seus princípios e valores, cultiva

em seu mercado de atuação sólidas e duradouras parcerias com seus

fornecedores de equipamentos, peças e serviços, buscando o desenvolvimento

de soluções completas para suas necessidades envolvendo fatores como

custo, qualidade, pontualidade e desenvolvimento de novos produtos e

serviços, entre outros.

Estas parcerias se formalizam em contratos e acordos comerciais em

uma relação "ganha-ganha", consolidando a empresa e seus parceiros no

mercado de atuação.

1.12 Comunidade

A Renuka do Brasil acredita que para garantir a sustentabilidade do

negócio, sua atuação deve proporcionar ações aos públicos com os quais se

relaciona e que promovam o equilíbrio entre os aspectos econômicos, sociais e

ambientais da organização.

34

A empresa, localizada na região Noroeste do Estado de São Paulo, têm

influência direta sobre 24 municípios da região das usinas Madhu e Revati,

onde desenvolve projetos comunitários, tais como:

a) FORMARE: projeto da fundação Iochpe, que oferece cursos de

educação profissional para 20 jovens de família de baixa renda com

idades de 16 a 18 anos, possibilitando sua inserção no mercado de

trabalho;

b) Ação para Infância: aprimoramento do atendimento das unidades de

educação infantil, envolvendo 2.140 crianças, com idades de 0 a 5

anos nos municípios da região de influência das usinas Madhu e

Revati. Tem o objetivo de qualificar e valorizar os profissionais,

desenvolver projetos didáticos e compartilhar experiências em sala de

aula.

Figura 10: Alunos do Projeto Formare

Fonte Renuka do Brasil, 2015

1.13 Meio Ambiente

A Renuka do Brasil está orgulhosamente em um ramo de atividade

internacionalmente reconhecido como ambientalmente sustentável. Em tempos

de preocupação com a concentração de gás carbônico na atmosfera, a

atividade sucroalcooleira tem a propriedade de reter em seus produtos finais

mais carbono do que libera durante todo o processo produtivo. A cana-de-

açúcar absorve esse gás a partir do ar durante seu desenvolvimento e o

35

converte em açúcar, que depois na usina ainda pode ser transformado em

etanol.

Essa é a razão do sucesso internacional do etanol, pois quando é

queimado, não acrescenta gás carbônico à atmosfera, mas apenas devolve o

que foi absorvido pela cana-de-açúcar. Já a gasolina, ao contrário, acrescenta

à atmosfera o gás carbônico que estava retido pelo petróleo nas profundezas

Figura 11: Vista de área reflorestada pela Renuka

Fonte: Renuka do Brasil, 2015

Ainda assim, a forte dependência da agricultura em relação ao equilíbrio

dos ecossistemas e estabilidade do clima só faz aumentar a convicção da

empresa sobre a necessidade de mitigar as interferências inerentes à atividade

sucroalcooleira.

Todos os processos obedecem rigorosamente os requisitos da

Secretaria de Meio Ambiente (CETESB) e do Departamento de Águas e

Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE), e também as normas do

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (IBAMA).

1.13.1 Gerenciamento de resíduos

A Renuka do Brasil desenvolve ações importantes para o gerenciamento

adequado dos resíduos sólidos gerados nas usinas, antecipadamente à

aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

O bagaço resultante da moagem da cana-de-açúcar é utilizado para a

cogeração de energia elétrica, utilizada no processo industrial e nos setores

36

administrativos da própria empresa e o excedente é exportado, contribuindo

com o fornecimento de energia elétrica quando as represas estão baixas.

Os demais resíduos industriais, como a torta de filtro são compostos,

continuamente monitorados e utilizados como condicionadores de solo nas

áreas de lavoura da usina.

A empresa realiza a coleta seletiva dos resíduos recicláveis que são

enviados a cooperativas de reciclagem. Os resíduos perigosos são enviados às

empresas gerenciadoras de resíduos para destinação ambientalmente

adequada.

Para o constante aprimoramento, está em andamento o Plano de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) da Usinas Madhu e Revati, e um

Programa de Educação Ambiental para fortalecimento do PGRS, que irá

envolver todos os colaboradores das unidades.

A vinhaça produzida pelas unidades da Renuka do Brasil, resíduo da

destilação do etanol, é disposta no solo de maneira controlada pelo órgão

ambiental, pois anualmente é desenvolvido o PAV – Plano de Aplicação de

Vinhaça que é apresentado à CETESB e seguido de forma rigorosa durante a

safra para que não haja prejuízos ao meio ambiente.

Rica em matéria orgânica e nutrientes, considerada por especialistas um

excelente fertilizante para o solo, a vinhaça proporciona inúmeros benefícios

nas propriedades físicas químicas e biológicas do solo, como: elevação do pH,

aumento da capacidade de troca catiônica (CTC), aumento da disponibilidade

de certos nutrientes, melhoria da estruturação do solo (pela adição matéria

orgânica) e redução do uso de adubos químicos.

Para garantir a preservação dos mananciais, o armazenamento da

vinhaça é realizado em reservatórios impermeabilizados com geomembrana, a

partir de onde ela é conduzida ao campo através de caminhões-tanque

especiais ou tubulações de alumínio. Todas as precauções são tomadas

quando da travessia de cursos d'água.

1.13.2 Protocolo agroambiental

O Protocolo Agroambiental, assinado pelo Governador de São Paulo,

pelos Secretários de Estado do Meio Ambiente e de Agricultura e

37

Abastecimento e pelos presidentes da União da Indústria Sucroalcooleira

(ÚNICA) e da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do

Brasil (ORPLANA), faz parte do Projeto Etanol Verde, que tem o objetivo de

desenvolver ações que estimulem a sustentabilidade da cadeia produtiva de

açúcar, etanol e bioenergia.

A Renuka do Brasil aderiu ao protocolo desde o primeiro momento, em

2007, e vem cumprindo com rigor as diretivas técnicas ambientais, sendo

muitas delas mais restritivas que a legislação ambiental aplicável no Estado de

São Paulo, garantindo a Certificação.

1.13.3 Proteção à fauna

A Renuka do Brasil baseia-se em um modelo de desenvolvimento que

privilegia o Desenvolvimento Econômico, a Responsabilidade Social e a

Responsabilidade Ambiental, sendo assim, uma das fundadoras do Projeto

CERETAS.

O CERETAS é destinado à recuperação de animais silvestres

acidentados ou vítimas de maus tratos. Tem a finalidade de recepcionar, triar e

tratar os animais silvestres resgatados ou apreendidos pelos órgãos

fiscalizadores.

O Projeto CERETAS é mantido por 18 (dezoito) usinas e destilarias,

denominadas "empresas amigas da Fauna" e está em processo de finalização

da construção, em uma área disponibilizada pela UNESP – Universidade

Estadual de São Paulo, no município de Araçatuba/SP.

1.13.4 Recomposição florestal

A recuperação das matas ciliares é uma das principais atividades

ambientais desenvolvidas pela Renuka do Brasil, devido à importância que

estas formações vegetais tem na preservação da biodiversidade e na

manutenção do equilíbrio dos ecossistemas.

Toda extensão de matas ciliares, em áreas que contemplem a cultura da

cana-de-açúcar, são devidamente protegidas e isoladas. São respeitadas as

distâncias determinadas pela legislação ambiental vigente (Código Florestal –

38

Lei 4.771/1965) a fim de isolar e proteger adequadamente o desenvolvimento e

regeneração natural da vegetação presente.

A Renuka do Brasil nos últimos anos realizou a revegetação de mais de

370 hectares equivalentes a 616.000 mudas nativas arbóreas, plantadas em

áreas de mata ciliar. E possui um cronograma de reposição florestal de mais de

60.00 mudas nativas a serem plantadas até 2016.

1.13.5 Ações socioambientais

Como responsabilidade socioambiental, a Renuka acredita que para

garantir a sustentabilidade do negócio, sua atuação deve proporcionar a todos

os públicos resultados positivos, sejam benefícios econômico-financeiros,

ambientais ou sociais – preferencialmente nas três dimensões.

A empresa considera-se socioambientalmente responsável e pretende

agir para que as comunidades com as quais atua possam usufruir e se

beneficiar de programas que capacitem, melhorem e transformem as pessoas

em bons cidadãos, cientes de seus direitos e deveres.

A Renuka do Brasil anualmente realiza diversas atividades de educação

ambiental que envolve a comunidade, alunos, ONG´s, colaboradores e

profissionais voltados à área. Parcerias com Prefeituras e ONG´s são

formalizadas para realizar eventos como plantio de árvores, soltura de alevinos,

visitas em áreas reflorestadas, ações voltadas para conscientização ambiental.

39

CAPÍTULO II

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

1 EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO

Para Pinto e Xavier (2007), nas últimas duas décadas, as atividades de

manutenção tem passado por mudanças significadas, mais do que qualquer

outra área. Isso se dá em virtude:

a) do aumento do número e diversidade dos itens físicos que tem que

ser mantidos;

b) dos projetos muito mais complexos;

c) das novas técnicas de manutenção;

d) dos novos enfoques sobre a organização da manutenção e suas

responsabilidades.

Diante disso, o homem de manutenção das empresas que se destacam

tem reagido rápido a estas mudanças bem como a nova postura adotada que

enfoca o quanto uma falha de equipamento afeta: a segurança e o meio

ambiente; a conscientização da relação entre manutenção e a qualidade do

produto; a maior pressão para se conseguir alta disponibilidade e a

confiabilidade da instalação; e ao mesmo tempo, a busca pela redução de

custos.

Contudo, uma nova postura das pessoas envolvidas na manutenção é

necessária desde os executantes até a alta gerência, isso porque, nos últimos

trinta anos, a manutenção evoluiu e se classificou em três gerações. (PINTO;

XAVIER, 2007).

1.1 Histórico da manutenção

1.1.1 A primeira geração

Entende-se como manutenção de primeira geração aquela decorrente

no período antes da Segunda Guerra Mundial, quando a indústria era pouco

40

mecanizada, os equipamentos eram simples e na sua grande maioria

superdimensionados.

Aliado a isso, devido a conjuntura econômica da época, a questão da

produtividade não era prioridade e consequentemente, não era necessária uma

manutenção sistematizada, apenas serviços de limpeza, lubrificação e reparo

após a quebra, ou seja, a manutenção era fundamentalmente corretiva.

1.1.2 A segunda geração

A segunda geração inicia-se na Segunda Guerra Mundial até os anos

60, onde a influência da guerra aumentava a demanda por todo o tipo de

produto em paralelo com a redução de mão de obra industrial. Contudo, neste

período, ocorreu um aumento na mecanização industrial, bem como as

instalações industriais, por isso houve uma necessidade maior de

disponibilidade e confiabilidade na busca pela maior produtividade, pois a

indústria já era dependente do bom desempenho e funcionamento das

máquinas, criou-se a ideia de que as falhas dos equipamentos poderiam e

deveriam ser evitadas, resultando no conceito de manutenção preventiva, que

neste período, eram feitas em intervalos fixos e o custo eleva-se muito em

comparação com outros custos operacionais.

1.1.3 A terceira geração

A terceira geração inicia – se na década de 70, acelerando o processo

de mudança nas industriais. Consideravam a produção, que sempre diminuiu a

capacidade de produção e aumentou os custos que afetaram a qualidade dos

produtos.

Neste período, eles se guiavam pela tendência “just in time”, onde

estoques reduzidos para a produção em andamento significavam que

pequenas pausas na produção/entrega naquele momento poderiam paralisar a

fábrica, o que acabou reforçando o conceito de manutenção preditiva para

atender a demanda do processo.

Segundo Pinto e Xavier (2007), para ocorrer o sucesso de um processo

de manutenção, sem dúvida são necessárias uma definição correta da Missão

41

da Manutenção, seus Conceitos Básicos, seus novos Paradigmas e a

aplicação imediata destas ferramentas, que levará, certamente, a novos

patamares de competitividade.

2 MANUTENÇÃO ESTRATÉGICA

De acordo Pinto e Xavier (2007), a manutenção estratégica, está voltada

para os resultados empresariais da organização e, sobretudo, deixar de ser

apenas eficiente para se tornar eficaz. Sendo assim, não basta apenas reparar

o equipamento ou instalação tão rápido quanto possível, mas sim, manter a

função do equipamento disponível para a operação para reduzir a

probabilidade de uma parada de produção não planejada.

2.1 Conceitos modernos de manutenção

Até pouco tempo a missão da manutenção era reestabelecer as

condições originais dos equipamentos/ sistemas, entretanto hoje, para Pinto e

Xavier (2007), a missão da manutenção é:

Garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender a um processo de produção ou de serviço, com confiabilidade, segurança, preservação do meio ambiente e custo

adequados. (PINTO; XAVIER, 2007, p.22)

2.2 Tipos de manutenção

Para Pinto e Xavier (2007), a maneira pela qual a manutenção é feita

nos equipamentos, sistemas ou instalações é o que caracteriza os tipos de

manutenção.

Dentre os tipos tem-se: manutenção corretiva não planejada,

manutenção corretiva planejada, manutenção preventiva, manutenção

preditiva, manutenção detectiva e engenharia de manutenção.

a) manutenção corretiva: é a atuação para a correção da falha ou do

desempenho menor que o esperado;

b) manutenção corretiva não planejada: é a correção da falha de

maneira aleatória;

42

c) manutenção corretiva planejada: é a correção do desempenho menor

que o esperado ou da falha, por decisão gerencial, isto é, pela

atuação em função de acompanhamento preditivo ou pela decisão de

operar até a quebra;

d) manutenção preditiva: é a atuação realizada com base em

modificação de parâmetro de condição ou desempenho, cujo

acompanhamento obedece a uma sistemática;

e) manutenção detectiva: é a atuação efetuada em sistemas de proteção

buscando detectar falhas ocultas ou não perceptíveis ao pessoal de

operação e manutenção;

f) engenharia de manutenção: significa perseguir benchmarks, aplicar

técnicas modernas, estar nivelado com a manutenção do Primeiro

Mundo;

g) manutenção preventiva é a atuação realizada de forma a reduzir ou

evitar a falha ou quebra no desempenho, obedecendo a um plano

previamente elaborado, baseado em intervalos definidos de tempo.

Segundo Betts et al. (2009), a manutenção preventiva pode eliminar ou

reduzir as chances de falhas, realizando serviços periodicamente (limpando,

lubrificando, substituindo, e verificando) as instalações e equipamentos.

Para Almeida e Cavalcante (2004), as ações que, na tentativa de

prevenir ou eliminar a ocorrência de falhas, são antecipadas através da

substituição de partes do sistema, logo constituem a manutenção preventiva,

ou seja um plano de substituição de peças de equipamentos ou partes que

possam falhar em operação, a menos que uma substituição seja feita a tempo.

Neste contexto, a manutenção preventiva é apropriada para

equipamentos cuja taxa de falhas crescem com o uso.

Para Denardin, Milan e Reis (2010), a manutenção preventiva é a

manutenção feita periodicamente nos equipamentos e deve ser considerado o

coração das atividades mantenedoras, pois reduz a freqüência de falhas,

aumenta a disponibilidade dos equipamentos e diminui as interrupções

inesperadas na produção. De acordo com Denardin, Milan e Reis (2010)

ressaltam que este tipo de manutenção pode ser muito cara e exigir grande

parada das máquinas para cumprir suas rotinas, portanto, não é aceitável usar

43

apenas a manutenção preventiva quando se deseja aumentar a vida útil dos

equipamentos e quando a empresa precisa aumentar a lucratividade e reduzir

os custos.

Entretanto, Denardin, Milan e Reis (2010) acrescentam que é preciso

considerar os benefícios em longo prazo de uma manutenção preventiva, que

são: equipamentos confiáveis, permitindo reduções de estoques; significativa

melhora da qualidade, segurança, flexibilidade, confiabilidade e capabilidade

dos equipamentos; familiarização dos operadores com seus equipamentos,

pois a manutenção constante é uma responsabilidade importante, e melhor

controle de processos através de registros de máquinas e ferramentas.

No que diz respeito à manutenção preditiva, Denardin, Milan e Reis

(2010) afirmam que consiste em uma sequencia de tarefas da manutenção

preventiva que juntas, visam acompanhar um determinado equipamento, por

monitoramento, medições ou ainda, através de um controle estatístico com a

intenção de predizer a proximidade da ocorrência da falha. Por isso, entende-

se por controle preditivo da manutenção, a determinação do ponto ótimo para

execução da manutenção preventiva num determinado equipamento.

Desse modo, Denardin, Milan e Reis (2010) explicam que a manutenção

preditiva é geralmente aplicada quando existe a possibilidade de

monitoramento de condições que determinem a falha, como ruídos,

temperaturas ou vibrações, ou ainda, quando a manutenção for

excessivamente dispendiosa. Denardin, Milan e Reis (2010) apontam alguns

benefícios da manutenção preditiva: redução dos prazos e custos de

manutenção; previsão de falhas com maior antecedência e melhoria nas

condições de operação dos equipamentos.

Figura12:O triangulo da manutenção eficiente

Fonte: Xenos (1998)

44

É a atuação realizada para reduzir ou evitar falhas ou queda no

desempenho, obedecendo a um planejamento baseado em intervalos definidos

de tempo.

Um dos segredos de uma boa prevenção está na determinação dos

intervalos de tempo. Como, na dúvida, tem-se a tendência de ser mais

conservadores, os intervalos normalmente são menores que o necessário o

que implica em paradas e troca de peças desnecessárias.

A manutenção preventiva tem grande aplicação em instalações ou

equipamentos cuja falha pode provocar catástrofes ou riscos ao meio

ambiente; sistemas complexos e/ou de operação contínua.

Como a Manutenção Preventiva está baseada em intervalos de tempo, é

conhecida como TIME BASED MAINTENANCE - TBM ou Manutenção

Baseada no tempo.

Segundo Vianna (2002), pode-se classificar como manutenção

preventiva todos serviço de manutenção realizado em máquinas que não

estejam em falha, estando com isto em condições operacionais ou em estado

de zero defeito.

Vianna (2002) destaca ainda que os serviços efetuados em intervalos

predeterminados ou de acordo com critérios prescritos, destinados a reduzir a

probabilidade de falha, desta forma proporcionando uma tranquilidade

operacional necessária para o bom andamento das atividades produtivas.

Este tipo de manutenção planejada oferece uma série de vantagens

para um organismo fabril.

De acordo com Pinto e Xavier (2007), a manutenção preventiva visa

evitar a ocorrência de falhas, e sua adoção é imperativa para determinados

sistemas ou componentes, destacando o fator segurança, pois este se

sobrepõe aos demais. Por nem sempre terem dados precisos dos fabricantes

para a criação do plano de manutenção preventiva, deve-se levar em conta,

condições operacionais e ambientais de modo significativo na expectativa de

degradação dos equipamentos, tendo a periodicidade e substituição

estipuladas para cada instalação ou no máximo plantas similares operando em

condições também similares.

45

Inicialmente pode-se destacar a existência de duas situações distintas

de operação:

a) a ocorrência de falhas antes de completar o período estimado, pelo

mantenedor, para a intervenção;

b) abertura do equipamento/reposição de componentes prematuros.

Diante disso, para a adoção de uma política de manutenção preventiva é

necessário considerar alguns fatores; Segundo Pinto e Xavier (2007):

a) quando não é possível a manutenção preditiva;

b) aspectos relacionados com a segurança pessoal ou da instalação que

tornam mandatória a intervenção, normalmente para substituição de

componentes;

c) por oportunidade em equipamentos críticos de difícil liberação

operacional;

d) riscos de agressão ao meio ambiente;

e) em sistemas complexos e/ou operação contínua.

Outros aspectos a serem vistos são os pontos negativos com relação à

manutenção preventiva que são os defeitos não existentes no equipamento

devido a:

a) falha humana;

b) falha de sobressalentes;

c) contaminações introduzidas no sistema de óleo;

d) danos durante partidas e paradas;

e) falhas dos procedimentos de manutenção.

2.3 A organização, o planejamento e o controle da manutenção

2.3.1 Organização de manutenção

Na organização existem vários tipos de organogramas, porém para

Branco Filho (2001), o melhor organograma para empresas de médio e grande

porte deve ser o organograma chamado de Administração Mista, pois permite:

a) uma otimização no emprego dos meios de manutenção;

46

b) uma padronização de procedimentos e métodos de levantamento de

resultados e índices;

c) um melhor registro de falhas e defeitos, se o banco de dados for

único, com um melhor levantamento de variáveis e causas.

A Organização de Manutenção é a compreensão de como a turma de

manutenção esta distribuída. Funciona como uma estrutura hierarquia.

2.3.2 O Planejamento e o controle de manutenção

Branco Filho (2001) deixa claro que O Planejamento e o Controle de

Manutenção não é a função PCM, e sim a existência de uma divisão, de uma

seção ou qualquer parte na gerência de manutenção que executa a função

PCM. É necessária a existência de um grupo de pessoas para fazer o

planejamento e controle das atividades de manutenção.

O PCM – Planejamento Programação e Controle da Manutenção é o

conjunto de ações para preparar, programar, verificar o resultado da execução

das tarefas de manutenção contra valores preestabelecidos e adotar medidas

de correção de desvios para a consecução dos objetivos e da missão da

empresa. (BRANCO FILHO, 2001)

Para de obter uma criação de uma seção de PCM, deve ser levado em

conta a organização da empresa, a aceitação da seção e principalmente o

porte da empresa. Ao fazer uma implantação com um bom planejamento e

controle, as tarefas são mais bem feitas e em menos tempo, desgastando

menos o pessoal de execução e permitido que as máquinas fiquem mais tempo

disponíveis para produzir.

2.4 Requisitos básicos para o pessoal de manutenção

O pessoal de manutenção deve ter algumas qualidades a mais, pois na

maior parte das empresas detalha tarefas, estima os tempos de duração de

cada parte, estima quais ferramentas e matérias deverão ser usadas, separa

todo o material a tempo e à hora, e quando estiver correto, programa a data em

que o trabalho devera ser executado. (BRANCO FILHO, 2001)

Conforme Branco Filho(2001), o colaborador de manutenção deve ter:

47

a) Ideia nítida do equipamento;

b) Conhecimento detalhado do equipamento;

c) Conhecimento dos métodos de manutenção;

d) Conhecimento dos limites de crescimento do projeto;

e) Conhecimento dos limites de reparo do equipamento;

f) Conhecimento dos limites de serviço do equipamento.

O colaborador da manutenção é o executante, o encarregado, o

supervisor, os engenheiros e técnicos, o programador, o planejador e o

gerente. A informação é à base do sistema administrativo da empresa e

principalmente a base para a apuração de custos.

Para o sistema funcionar é necessária informação, que é obtida através

de treinamento e conscientização dos profissionais de manutenção. (BRANCO

FILHO, 2001)

2.4.1 A capacitação do profissional de manutenção

Branco Filho (2001) destaca que esse é um dos assuntos mais

importantes dentro de uma estratégia de manutenção, onde o treinamento deve

ser fornecido ao pessoal da manutenção, para que eles possam desempenhar

corretamente dentro de sua função de prestador de serviços.

A capacitação desse funcionário deve ser de uma maneira diferente dos

demais empregados, pois quando vai fazer um reparo ou repor o

funcionamento de uma máquina, nem sempre recebem maiores informações.

Dentre as formas de capacitação vale citar o treinamento interno e

externo bem como a melhoria da escolaridade do colaborador.

Toda empresa que valoriza seu quadro profissional deve fornecer

treinamento adicional e sistemático ao seu pessoal, sempre, e em qualquer

nível, ainda que através de entidades externas de treinamento. Deve-se ter

uma atenção especial com o pessoal da manutenção, pois têm funções

especiais e por ser uma equipe prestadora de serviço dentro da empresa.

É dever de cada encarregado da empresa pedir o treinamento dos

executantes de manutenção da tua turma. Com boas informações e

comunicações a empresa será competente em seus afazeres.

48

2.5 O programa “5s” contribuindo com a manutenção preventiva

Um dos aspectos comportamentais mais importantes para a manutenção

de qualidade é contribuir e manter um ambiente limpo, ordenado e organizado.

E uma das melhores formas de conseguir esse feito é através do

processo 5s, o qual é uma ferramenta japonesa desenvolvida na segunda

guerra mundial, para reestabelecer a ordem no país. O programa 5s propõe um

melhoramento contínuo, criando novas atitudes do homem em relação ao

ambiente de trabalho no qual está inserido, essas atitudes congruentes com

aquelas necessárias para realizar serviços de qualidade. Há autores que

prescrevem a aplicação do 5s como um passo básico para a implantação de

um programa de qualidade.

Conforme Verri (2007), o programa 5S significa:

a) SEIRI: arrumação, identificação dos equipamentos, ferramentas,

bancadas e materiais necessários e desnecessários nas oficinas;

b) SEITON: ordenação, determinação da melhor localização de cada um

dos itens enumerados acima, de forma racional para o trabalho e

esteticamente bonito;

c) SEISO: limpeza, eliminação de graxa, poeira e todo tipo de detritos;

d) SEIKETSU: asseio, aqui pode haver uma confusão entre as palavras

limpeza e asseio. A primeira refere-se a ação inicial. A segunda

refere-se aos cuidados e esforços diários no sentido de manter e até

melhorar as condições da primeira limpeza;

e) SHITSUKE: disciplina, com o tempo o convívio diário com um

ambiente limpo leva ao habito de mantê-la, as pessoas devem ser

incentivadas a possuir uma regida disciplina.

Com a implantação do 5s, vários benefícios são alcançados, tais como:

a) o programa na fase de organização tem o lema: um lugar para cada

coisa e cada coisa no seu lugar. Isso por si aumenta a produtividade,

pois a pessoa perde muito menos tempo para procurar as ferramenta

e matérias necessárias para o seu trabalho;

b) o menor acumula de sujeira favorece a realização de trabalhos com

melhor qualidade;

49

c) diminuição dos custos, decorrente do menos desperdício de peças e

materiais.

2.6 Manutenção produtiva total - TPM

Não se pode tratar de excelência na manutenção sem mencionar o

processo Total Productive Maintenance, conhecido pela sigla TPM, derivada de

suas iniciais em inglês.

Segundo Verri (2007) embora sempre tenham existido,

esporadicamente, ações típicas do processo TPM, o responsável pela sua

sistematização, conceituação e disseminação foi Nakajima, através de um livro

publicado no Brasil em 1988. O TPM é aplicado em conjunto com as técnicas

da qualidade total, aumentando a qualidade e a produtividade das indústrias. O

TPM engloba os seguintes aspectos:

a) normatização,

b) sistematização,

c) administração,

d) produtividade e qualidade,

e) redução de custos,

f) diminuição dos acidentes,

g) meio ambiente,

h) clima organizacional.

Pode-se definir o TPM como a integração total homem x máquina x

empresa, ou seja, a administração da máquina é feita por toda a organização e

a manutenção é feita com a colaboração de todos. Esses conceitos implicam

que as pequenas manutenções como limpeza do equipamento, são de

responsabilidade do operador dá máquina, já que o mesmo está em contato

diário com o equipamento e com isso conhece bem o estado de saúde de sua

máquina.

Para que o operador possa efetuar essas pequenas manutenções, que

na verdade englobam também inspeções, é necessário, além de motivá-lo,

treiná-lo. Uma das ferramentas de treinamento é a utilização de figuras

simples, que mostre como o operador pode identificar anomalias do

equipamento.

50

Mesmo na TPM, a manutenção de maior porte tem que ser planejada e

realizada pelo departamento de manutenção. Esse departamento também deve

ser responsável pela gestão do equipamento, que compreende tanto o

recebimento do equipamento, teste de comissionamento, modificações nos

equipamentos de forma a eliminar problemas e facilitar a manutenção pelos

operadores.

Visando a quebra zero, sugere-se cinco medidas, de acordo com Verri

(2007):

a) atacar causas básicas como lubrificação, limpeza e aperto;

b) operar dentro dos limites do equipamento;

c) recuperação das degenerações;

d) sanar as não conformidades;

e) melhorar a capacitação técnica de manutenção e operação.

Uma boa contribuição dessa técnica é a identificação dos chamados

tipos de falhas inconscientes, cujo conceito pode ser aproveitado em qualquer

outra abordagem de manutenção.

Segundo Verri (2007) as falhas inconscientes são:

a) detectadas na desmontagem do equipamento;

b) difíceis de visualizar, devido ao posicionamento inadequado;

c) impossíveis de visualizar, devido a sujeira e aos detritos.

Há também as falhas inconscientes psicológicas, que conforme Verri

(2007) são:

a) indiferença (interesse, consciência);

b) incapacitação tecnológica;

c) desprezo pelos pequenos sinais ou defeitos.

Para a implementação da TPM deve-se:

a) realizar a limpeza inicial, incluindo os reparos;

b) combater ás causas da sujeira e melhorar os acessos para os pontos

de limpeza;

c) realizar plano de lubrificação e limpeza;

d) inspecionar, realizando com o uso de um manual ou procedimento;

e) executar inspeções periódicas voluntariamente, utilizando uma lista de

verificação (check-list);

51

f) organizar em ordem, incluindo os procedimentos e ferramentas;

g) consolidar através da incorporação das melhorias.

Para quem não possui conhecimento total com os diversos processos

industriais, pode parecer que o TPM é totalmente aplicável, com todos os seus

conceitos, para qualquer tipo de indústria, mas não é bem assim que isso

acontece.

Segundo Verri (2007), uma indústria do tipo produção em linha possui

máquinas de porte relativamente pequeno, cada uma operada geralmente pelo

mesmo operador, ou operadores, no determinado turno de trabalho. Neste tipo

de indústria o conceito é totalmente aplicável, visto que o posto de trabalho do

operador praticamente não altera no mesmo turno, e existe determinada

máquina, ou determinadas máquinas, operada somente por aquele operador,

que pode visualizar o conjunto como um todo.

Já a indústria de processo contínuo caracteriza-se pelo grande porte dos

equipamentos, tais como: torres, caldeiras, tubulações e grandes máquinas,

operando em conjunto por um grupo muito pequeno de operadores,

normalmente operadas de salas de controle, onde não se tem contato com os

equipamentos. Os processos são normalmente físico-químicos em grande

volume. Uma refinaria de petróleo encaixa-se bem nessa definição, assim

como todas as petroquímicas. (VERRI, 2007)

É possível assimilar alguns importantes conceitos da prática da TPM em

fábricas de processo contínuo, notadamente o de promover maior intimidade

do operador com os vários equipamento e sistemas por ele operados, o que

acarreta em muitos benefícios na pratica da manutenção. Dependendo do

problema o operador pode realizar com sucesso varias tarefas anteriormente

realizadas pelo departamento de manutenção. Como por exemplo, as bombas

e motores, o acompanhamento de vibração e temperatura dos equipamentos,

troca de lâmpada de sinalização, e o mais fácil a limpeza e lubrificação de

equipamentos.

2.7 Os custos da manutenção

Os custos é a principal preocupação dos gerentes, não se pode tomar

uma decisão sobre manutenção se a empresa não estiver em condições de

52

financiar a manutenção, pois não é apenas o custo de reparo que vem a tona,

tem o custo de produção, o custo de perda de matéria prima.

Podem ocorrer ainda acidentes, poluição ambiental e os custos de

indenizações que podem acontecer levando a empresa à falência.

Para Verri (2007), os custos de manutenção mais importantes a serem

considerados são os da não qualidade, que envolvem despesas, tais como: de

garantia, pós-garantias, serviço ao cliente, recalls e perda de confiança no

produto. No caso em questão, considerando que a missão maior na

manutenção é a disponibilidade de equipamentos, defende-se a ideia de que

os custos da não qualidade são aqueles decorrentes da falta de

disponibilidade, em que o principal componente é o lucro cessante (custos da

não qualidade) que são prejuízos causados pela interrupção de qualquer das

atividades de uma empresa. Dessa forma, esse é um item para ser

acompanhado, pois de nada adianta gastar pouco em manutenção e ter-se um

lucro cessante muito alto.

53

CAPÍTULO III

A MANUTENÇÃO PREVENTIVA NA EMPRESA RENUKA DO BRASIL

1 INTRODUÇÃO

A Renuka do Brasil S/A é um dos 10 maiores grupos sucroalcooleiros do

Brasil, em atividade há mais de 30 anos. Em meados de 2010, a Shree Renuka

Sugars adquiriu o controle acionário da companhia.

A capacidade instalada de moagem de 10,5 milhões de toneladas divide-

se entre a Usina Madhu, em Promissão, e a Usina Revati, em Brejo Alegre,

ambas as cidades localizadas no estado de São Paulo, a maior região

produtora de cana-de-açúcar do mundo.

Entre os seus principais produtos estão: açúcar, etanol, bioeletricidade e

levedura. A Renuka do Brasil tem uma estrutura amplamente verticalizada,

controlando não só todos os processos industriais, mas também todos os

agrícolas, tais como o plantio, cultivo, colheita e transporte da cana.

Entretanto, a empresa mediante o cenário do mercado atual vem

trabalhando fortemente em ações que possam contribuir para a redução dos

custos, através de Manutenções Preventivas e Corretivas, que aliada aos seus

recursos (mão de obra + serviços + peças), contribuem para a redução dos

custos bem como para aumentar a produtividade da empresa.

O departamento de planejamento e controle da manutenção – área

industrial – desenvolveu um trabalho visando a redução dos gastos, a melhoria

da vida útil dos equipamentos e minimização e/ou redução das possíveis falhas

na Fábrica de Etanol. A Manutenção Preventiva é realizada periodicamente,

através de inspeções e análises capazes de identificar alguma anomalia, sendo

possível de imediato ou através de agendamento, substituir e/ou consertar o

equipamento danificado.

Esta pesquisa foi realizada no período de fevereiro a novembro 2015 e

utilizou-se dos seguintes métodos e técnicas.

54

Método de Estudo de caso: foi realizado um estudo de caso na Empresa

Renuka do Brasil S/A – Unidade Promissão, para identificar os métodos

utilizados na manutenção preventiva.

Método de observação sistemática: foram vistos e entendidos os

procedimentos que são utilizados para a realização da manutenção preventiva,

como base para o desenvolvimento do estudo de caso.

Método histórico: foram analisados os dados referentes a evolução da

empresa Renuka do Brasil S/A – Unidade de Promissão.

Técnicas:

Roteiro de estudo de caso (Apêndice A)

Roteiro de observação sistemática (Apêndice B)

Roteiro do histórico da empresa (Apêndice C)

Roteiro de entrevista para o gerente de manutenção e extração da

Renuka do Brasil de Promissão (Apêndice D)

Roteiro de entrevista para o supervisor de planejamento e controle de

manutenção da Renuka do Brasil de Promissão (Apêndice E).

Roteiro de entrevista para o supervisor de fabricação de etanol da

Renuka do Brasil de Promissão (Apêndice F).

2 RELATO DA PESQUISA: RENUKA DO BRASIL S/A

A pesquisa realizada na Renuka do Brasil S/A teve como objetivo

principal demonstrar que a manutenção preventiva é de suma importância para

a obtenção de resultados positivos como em qualquer organização.

Verificou-se durante a pesquisa, que o setor de planejamento e controle

da manutenção, possui um sistema chamado PIMS MI que é fornecido pela

empresa PRÓXIMA, que torna possível através de seu banco de dados,

receber diariamente informações referentes às analises realizadas na Fábrica

de Etanol.

As medições e inspeções desses equipamentos são realizadas por

profissionais - da fábrica de etanol ou técnico especializado – capacitados que

fazem uso de equipamentos capazes de identificar alguma anomalia ou falha e

55

também um check list que contemplam várias questões referente a situação

atual do equipamento.

Outra maneira de ser feita a manutenção preventiva é através das

paradas que podem ser programada ou de oportunidade. A parada

programada é aquela que após avaliar as condições do equipamento e

identificar se é preciso a substituição de peça ou serviço, a mesma é

agendada, acarretando na paralisação do processo produtivo. Já a parada

oportunista é aquela que pode ocorrer, por exemplo, por fenômeno climático

(chuva), que impossibilita a colheita da cana, acarretando na paralisação do

processo produtivo, possibilitando a realização das manutenções necessárias

existentes no sistema de Gestão da Manutenção PIMS-MI.

2.1 Planos de Manutenção

Os Planos de Manutenção consistem nos procedimentos e instruções de

trabalhos, específicos para cada atividade de manutenção a serem executadas

pelos especialistas de manutenção e operadores mantenedores, detalhadas

em documentos específicos e tratadas no Software de Gestão da Manutenção

PIMS-MI.

2.2 Manutenção Corretiva

A Manutenção Corretiva são as atividades de manutenção, onde exige a

interferência direta na correção de equipamentos inoperantes por motivo de

falhas prematuras e/ou inesperadas.

As ocorrências de falhas inesperadas ou abruptas geram uma

manutenção corretiva não planejada podendo afetar o processo causando

parada total ou parcial.

Na ocorrência de falhas classificadas como aspecto grave ou importante

que provoque parada parcial ou total igual ou acima de 30 minutos deve ser

investigada e analisada a causa fundamental, propondo ações para bloquear a

mesma.

2.3 Plano de Manutenção Preventiva

56

Os Planos de Manutenção Preventiva incorporam equipamentos

mecânicos, elétricos e de instrumentação e contemplam em geral as atividades

de limpeza, lubrificação, inspeções, reformas, substituições, parada

programada e entressafra. Encontram-se implantados e operacionalizados nos

Módulos de Preventiva / Preditiva e Entressafra e Paradas do Software de

Gestão da Manutenção PIMS-MI, considerando para as intervenções os níveis

de criticidade e prioridade preestabelecida.

2.3.1 Plano de Lubrificação

O Plano de Lubrificação prevê a contemplação, a substituição, a coleta

e a análise de lubrificantes. As atividades estabelecidas são definidas em

função das necessidades de cada equipamento, das recomendações dos

fabricantes e/ou pela Gerência de Manutenção, com a finalidade de auxiliar os

lubrificadores e operadores mantenedores nas rotinas diárias e periódicas de

Lubrificação. Encontra-se implantado e operacionalizado no Módulo de

Preventiva / Preditiva do Software de Gestão da Manutenção PIMS-MI.

Anualmente, é atualizado o Cronograma de Lubrificantes com base no

histórico da safra anterior onde é calculada a quantidade de lubrificantes para

enchimento dos equipamentos necessários para partida da planta industrial e a

programação de reposição durante a safra.

2.3.2 Planos de Inspeção

Os Planos de Inspeção considera os ativos dinâmicos e estacionários,

mecânicos, elétricos e de instrumentação, considerando para as intervenções,

o enquadramento ou não na NR 13 e NR 10, e os respectivos níveis de

criticidade pré-estabelecidos. Encontram-se implantados e operacionalizados

no Módulo de Preventiva / Preditiva do Software de Gestão da Manutenção

PIMS-MI. Os Planos englobam as técnicas de inspeção visual e inspeção com

instrumentos ou monitoramento:

a) técnicas de inspeção visual: consiste nas inspeções visuais rotineiras

dos equipamentos baseadas nos cincos sentidos dos operadores

mantenedores e especialistas com a finalidade de detectar e tratar as

falhas no seu estágio inicial;

57

b) técnicas de inspeção por monitoramento: consiste nas inspeções por

instrumentos dos equipamentos baseadas em medições e

verificações que geram parâmetros que podem ser comparados a

padrões e produzem imagens que facilitam o diagnóstico e a tomada

de decisão.

2.3.2.1 Plano de Inspeção de Equipamentos

O Plano de Inspeção de Equipamentos contempla os ativos dinâmicos e

estacionários, mecânicos e elétricos considerando para as intervenções, o

enquadramento ou não na NR 13, NR 10, no Manual de HACCP, os critérios de

GMP em arquivo eletrônico no Sistema de Gestão da Qualidade e os

respectivos níveis de criticidade pré-estabelecidos. As atividades de inspeção

de equipamentos devem ser acompanhadas de relatório semanal e mensal,

conforme procedimento de rotina das condições básicas dos equipamentos,

estabelecendo a tarefa, a responsabilidade, o momento de execução e o

método de execução das atividades de inspeção e reparo.

2.3.2.2 Inspeção Operacional

A empresa possui um programa de manutenção autônoma que consiste

numa estratégia simples e prática que envolve os operadores mantenedores

nas atividades de manutenção. Esses operadores são capacitados para

detectarem, ainda no estágio inicial, as anomalias nos equipamentos através

do uso de técnica de inspeção visual ou com instrumentos visando minimizar

as paradas durante a safra.

O Plano de Inspeção Operacional consiste na inspeção visual e

periódica dos equipamentos dinâmicos e estacionários executada pelos

operadores mantenedores, destacando que a execução da rota de inspeção

também pode ser feita com o auxílio de um computador de mão do tipo palm

top.

2.3.3 Plano de Verificação e Calibração de Instrumentos.

O Plano de verificação d \calibração de Instrumentos contempla as malhas e instrumentos de controle do processo, considerando para as

58

intervenções o enquadramento ou não na NR 13, NR 10, no Manual de HACCP

e os critérios de GMP, tendo como prioridade as malhas consideradas Status

Q4, aquelas que afetam a qualidade do produto e os respectivos níveis de

criticidade pré-estabelecidos.

O Plano tem como objetivo manter a confiabilidade e a rastreabilidade

dos instrumentos de medição e definir os critérios e ações a serem utilizadas,

para execução das tarefas de controle das malhas, de instrumentos e dos

padrões.

2.4 Planos de Manutenção Programada

A Manutenção Programada é uma atividade preventiva elaborada a

partir de dados da operação, manutenção e inspeção de equipamentos que

tem como objetivo restaurar e/ou melhorar as condições dos equipamentos e

instalações.

O Cronograma de Manutenção Programada é definido com base na

previsão de parada da moenda estabelecida no Plano de Produção. Esta

previsão pode sofrer alterações em função de ocorrências não previstas para

se adequar ao melhor momento para executar a Parada Programada.

O planejamento e programação dos serviços são definidos em reuniões

semanais e mensais com base no histórico de manutenção, nas inspeções e

no monitoramento preditivo, que após são geradas Ordem de Serviços no

Software de Gestão da Manutenção PIMS-MI e em seguida elaborado um

plano de acompanhamento diretamente no software ou em planilha em Excel

denominada Cardápio de Serviços.

O Cardápio de Serviços é um plano criado para padronizar e

desburocratizar, facilitando o acompanhamento dos serviços de manutenção

programada, proporcionando também um suporte para as Equipes Plantonistas

nos finais de semana além de facilitar a comunicação e priorização dos

serviços a serem executados.

2.4.1 Parada Programada

O planejamento das Paradas Programadas deve se elaborado a partir

59

da identificação das atividades cuja execução seja imprescindível na próxima

parada com base no histórico de manutenção, nas inspeções e no

monitoramento preditivo. De posse desses dados são definidos os recursos

necessários (mão-de-obra, materiais, ferramentas, serviços de terceiros)

necessários para execução dos serviços e em seguida são emitidas as Ordens

de Serviços (OS), as Requisições de Materiais (RM), as Descrições Técnicas

de Serviços (DTS), de posse dos recursos necessários a programação é

elaborada e registrada no Cardápio de Serviços.

2.4.2 Manutenção de Oportunidade

Com o objetivo de aproveitar o tempo de paralisação, poupar

equipamentos de parar posteriormente e reduzir o número de paradas,

semanalmente são programadas manutenções de oportunidade no software de

gestão da manutenção e/ou em planilha em Excel, denominada de Cardápio de

Serviços, com base no histórico de manutenção, nas inspeções e no

monitoramento preditivo, aproveitando as paradas de produção devido à falta

de matéria-prima provocada por fatores climáticos como chuva. Desse modo a

manutenção torna-se flexível com melhor aproveitamento de tempo.

2.5 Manutenção de Entressafra

São atividades generalizadas para revisão geral da atividade industrial e

geradas a partir da aprovação de um plano orçamentário. O planejamento, a

programação e o controle dos serviços são gerenciados pelo Módulo de

Entressafra do Software de Gestão da Manutenção PIMS-MI.

2.6 Tecnologia da Informação

A utilização da tecnologia da informação na gestão de manutenção

proporciona informações em rede, com transparência e agilidade na divulgação

dos resultados, acompanhamento em todo processo de gestão da execução da

manutenção e facilitando a tomada de decisões.

60

2.6.1 Software

A empresa possui um sistema informatizado denominado PIMS-MI –

Manutenção Industrial, integrado com o sistema de ERP (Enterprise Resource

Planning) Planejamento de Recursos da Empresa denominado ANCORA; com

o sistema de gerenciamento de custos denominado ROTA e com o sistema de

gerenciamento de recursos humanos RM CHRONUS para gerenciamento das

atividades de manutenção, que tem os seguintes objetivos:

a) padronização e redução no tempo dos processos de planejamento,

controle e execução da manutenção;

b) automatização do fluxo de informações, facilitando a disponibilização

e obtenção de dados e informações técnicas;

c) rastreabilidade, e consequentemente, simplificação dos processos de

análise e auditoria da manutenção;

d) controle integrado das máquinas e equipamentos;

e) uniformidade de critérios no tratamento dos dados, facilitando

análises comparativas;

f) facilidade na elaboração de relatórios técnicos e contábeis;

g) acompanhamento “on-line” do “status” dos serviços pela manutenção;

h) obtenção em tempo real dos índices de manutenção confiáveis,

possibilitando a implementação imediata de melhorias.

2.6.2 Hardware

Sendo o software de gestão da manutenção PIMS-MI coorporativo, sua

operacionalização se dá em sistema de rede, onde obrigatoriamente todo e

qualquer usuário deve dispor de login e senha pessoal. Está última secreta e

intransferível.

2.7 Treinamento

O treinamento para o desenvolvimento do conhecimento e das

habilidades das Equipes de Manutenção deve ser desenvolvido e planejado, a

partir de um diagnóstico que identifique as necessidades de treinamento. No

61

caso de aquisição de novos equipamentos e de intervenção em

equipamentos/instrumentos que gere modificações significativas no processo

ou instalação, deve ser planejado Treinamento de Manutenção, o qual deve ser

realizado conforme procedimento do RH.

Uma das metodologias aplicadas na capacitação dos operadores

mantenedores e especialistas é a LPP5, que consiste numa ferramenta prática

utilizada para treinamento no próprio local de trabalho, onde tudo acontece.

Deve ser transmitida para um grupo de no máximo sete pessoas

tratando de um único assunto (ponto) não excedendo 10 minutos para sua

transmissão. A LPP é de fundamental importância, pois além de tornar o

aprendizado mais ágil, libera a criatividade, aumenta o trabalho em equipe e

reduz as perdas.

2.8 Custo de Manutenção

Os custos de manutenção têm sido decisórios e essenciais no processo

produtivo, pois através do levantamento destes custos será possível programar

a execução da manutenção necessária ou não.

O planejamento e controle da manutenção da Renuka do Brasil utiliza

duas classificações para elencar os custo de manutenção.

O modelo da ABRAMAN contempla como informações de custos de

manutenção, custos com pessoal, material, serviços contratados e outros,

conforme quadro abaixo:

Quadro 1: Modelo ABRAMAN

Fonte: Renuka do Brasil, 2015.

62

Já o modelo da UCM contempla como informações para elencar os

custos de manutenção, materiais utilizados, despesas operacionais, folha de

pagamento, assistência e auxilio, serviços contratados, alimentação,

conservação e reparo de instalações e equipamentos próprios, despesas

operacionais, diversos, investimentos, materiais de consumo que não se

incorporam a cada serviço e materiais de segurança – EPI’s, valendo ressaltar

que em ambas é possível obter os custos de manutenção preventiva na

Fábrica de Etanol, porem na planilha ABRAMAN, as informações são

resumidas enquanto na planilha da UCM, as informações são mais detalhadas,

ficando a mercê da necessidade de cada situação a opção de demonstração

de uma ou de outra, vejamos as informações da quadro da UCM:

Quadro 2: Modelo UCM

Fonte: Renuka do Brasil, 2015.

Utilizando-se destas ferramentas, é possível observar que os números

apresentados pelo planejamento e controle da manutenção da usina Renuka

do Brasil, estão de acordo com os propostos pela Associação Brasileira de

Manutenção (ABRAMAN), proporcionando uma visão de que é possível, ser

melhorados esses números.

Segue quadro da ABRAMAN, que é feita a cada dois anos, com os

dados para comparação:

63

Quadro 3: Composição de custos ABRAMAN

Fonte: ABRAMAN, 2013

A Abraman realiza esta pesquisa de composição de custos a cada dois

anos e visando que as empresas em poder dessas informações possam

trabalha na melhoria contínua, para que se aproximem dos percentuais

elencados em busca de uma melhor produtividade e excelências de seus

produtos finais.

3 DISCUSSÃO: A MANUTENÇÃO PREVENTIVA PRATICADA PELO

PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO DA EMPRESA RENUKA

DO BRASIL.

Observou-se ao longo da pesquisa na empresa Renuka do Brasil, que

ela está muito próxima da teoria explorada.

As suas técnicas assemelham-se com base teórica, principalmente no

fundamento onde a parte teórica e a parte prática encontram-se estando

devidamente alinhadas, o que resulta em um bom trabalho feito durante as

64

manutenções preventivas para eliminar as manutenções corretivas que

causam impactos financeiros e no processo produtivo. Segundo relado do

gerente de manutenção industrial, a Renuka do Brasil hoje, serve de referência

para muitas empresas do mesmo ramo de atividade, onde os mesmos recebem

frequentemente pessoas de outras usinas para verificar o modelo de

manutenção realizado pela Renuka.

Garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de

modo a atender a um processo de produção ou de serviço, com confiabilidade,

segurança, preservação do meio ambiente e custo adequados. (PINTO;

XAVIER, 2007, p.22)

Segundo depoimento do gerente de manutenção industrial Sr. Antonio

da Silva, ser gestor de uma área industrial é ir além de uma grande conquista,

pois a área industrial é o local onde a matéria prima torna-se produto final, e a

relação eficácia x eficiência, torna esta máquina de suma importância para a

organização focando-se na eliminação e/ou redução de falhas ou defeito

possível de ocorrer na planta, sendo necessária uma ação das equipes

capacitadas de imediato no foco a ser eliminado.

Segundo Betts et al. (2009), a manutenção preventiva pode eliminar ou

reduzir as chances de falhas, realizando serviços periodicamente (limpando,

lubrificando, substituindo e verificando) as instalações e equipamentos.

Este grupo de trabalho, coordenado pelo gerente de manutenção,

deverá ser composto por representantes das áreas de execução da

manutenção e outras a ela direta e indiretamente relacionadas, operação,

material, organização e métodos, recursos humanos ou folha de pagamentos,

capacitação e desenvolvimento de pessoal, compras, processamento de

dados, novos projetos, arquivo ou biblioteca, contratos, controle patrimonial,

contabilidade e segurança industrial, alguns dos quais terão sua participação

restrita apenas aos temas de seus níveis de ação.

4 PARECER FINAL

Pode-se observar durante nossa estada na empresa Renuka do Brasil,

que existe uma preocupação muito grande com a redução dos gastos com

manutenção corretiva e um investimento com manutenção preventiva.

65

A preocupação, determinação e o planejamento foram facilmente

percebidos, não somente pela alta direção e os administradores desse

departamento, mas também por toda equipe de colaboradores e demais

setores envolvidos, os quais estão comprometidos não somente com a revisão

em si, mas também pela importância em se fazer as manutenções.

Agrega-se assim, um impacto positivo, pois resulta em um melhor

aproveitamento dos equipamentos e consequentemente, a melhor capacidade

produtiva dentro de cada atividade, gerando uma melhor lucratividade, tanto

para os seus acionistas quanto para eles próprios através do prêmio de

participação que é distribuído uma vez por ano, pois dentre vários itens

avaliados a qualidade e disponibilidade desses equipamentos compõe os

indicadores de resultados.

A manutenção preventiva contribui sim para o bom funcionamento dos

equipamentos bem como para a redução dos custos da Renuka do Brasil, onde

foi constatado que a disponibilidade dos equipamentos tem atingindo a meta

satisfatória, segundo o relato do gerente de manutenção.

A manutenção preventiva dos equipamentos aliada a qualidade dos

recursos (mão de obra + peças + serviços) contribui na redução dos custos

bem como alavanca a produtividade da empresa Renuka do Brasil. Com esses

fatores que foram constatados aliados a outros evidenciados, a produção da

empresa chegou na útima safra 14/15 a 4.493.246 de toneladas de cana

moída.

66

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Diante do exposto, propõe-se que:

a) seja explorado mais o sistema PIMS-MI, pois o mesmo conta com

vários recursos que podem ser de suma importância para as práticas

diárias do setor de planejamento e controle da manutenção;

b) Treinamentos de colaboradores afim de viabilizar as informações

pertinentes as manutenções da área industrial, tendo em vista que o

levantamento dos custo de manutenção foram da ultima vez em

2013;

c) Seja feita toda safra o levantamento dos custos de manutenção, para

servir de base e comparativo, da evolução de um ano para o outro.

67

CONCLUSÃO

A Renuka do Brasil S/A de Promissão, sem dúvida alguma é uma

empresa que administra, planeja e controla muito bem o seu patrimônio, no

caso seus equipamentos da área industrial.

A opção pelo tema, manutenção preventiva, vem ao encontro com a

forma de administrar seus custos e gastos desnecessários, pois principalmente

em usinas onde o foco principal é o produto final (açúcar, álcool, levedura e

cogeração de energia) tendo em vista as inconstâncias do mercado no setor

sucroalcooleiro. é muito interessante que os componentes que fazem com que

esses produtos finais obtenham o resultado satisfatório, no caso os

equipamentos que levam esse semi-produto para a produção, estejam com

uma disponibilidade e qualidade de trabalho em perfeitas condições de uso.

Por este fato escolhemos o tema manutenção preventiva da empresa,

pois assim como uma corrente, se um elo se rompe, os demais também serão

comprometidos e com isso todo o trabalho será prejudicado e com certeza não

será alcançado o resultado esperado.

Esse assunto não está esgotado podendo outros profissionais da área

aprofundá-lo e redirecioná-lo.

68

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, A.T; CAVALCANTE, C. A. V. Modelo multicritério de apoio a decisão para o planejamento de manutenção preventiva utilizando PROMETHEE II em situações de incerteza. Recife, 2005. BETTS, A et al. Gerenciamento de operações e de processos. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. BORGES, M. C; et al. Implantação de sistema informatizado para planejamento e controle da manutenção. Governador Valadares, 2009. BRANCO FILHO, G. A organização, o planejamento e o controle da manutenção. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2001. DENARDIM, C. D; MILAN, G. S; REIS, C. Z. A implantação de um planejamento e controle da manutenção. Rio de janeiro, 2010. PINTO, A. K; XAVIER, J. A. N. Manutenção: função estratégica. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 2007. VERRI, L. A. Gerenciamento pela qualidade total na manutenção industrial: Aplicação Prática. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007. VIANNA, H. R. G. PCM – Planejamento e controle da manutenção. Rio de Janeiro. Qualitymark, 2002.

69

APÊNDICES

70

APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso

1 INTRODUÇÃO

Serão apresentados os objetivos relacionados ao estudo de caso.

Descritos os métodos e técnicas utilizadas na pesquisa. Caracterizados os

aspectos principais de caso da manutenção preventiva desenvolvida na área

industrial, na fábrica de etanol em conjunto com o setor de planejamento e

controle da manutenção da empresa Renuka do Brasil – Unidade Madhu.

1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado

As informações serão coletadas através de entrevista para os gerentes e

supervisores das áreas de manutenção e do processo produtivo do etanol em

visita ao local da empresa.

1.2 Discussão

Através da pesquisa será realizado o confronto entre teoria e prática,

através de referencial teórico estudado e da prática realizada na empresa.

1.3 Parecer Final

Parecer final sobre o caso e sugestões sobre melhoria no tocante a

manutenção preventiva.

71

APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Empresa:

Localização:

Cidade: Estado:

Atividade:

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 O processo produtivo do etanol.

2 Manutenção: preventiva, corretiva, aditiva e preditiva.

3 A manutenção preventiva como alternativa para a redução dos custos.

4 Analisar os registros das análises de falha.

5 Verificar os indicadores de performance .

72

APÊNDICE C – Roteiro do Histórico da empresa Renuka do Brasil de

Promissão

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Empresa:

Localização:

Cidade: Estado:

Atividade:

Data da Fundação:

II ASPECTOS HISTÓRICOS DA EMPRESA RENUKA DO BRASIL.

1 Surgimento

2 Missão, Visão, Valores, Crenças

3 Evolução

4 Produtos

5 Clientes

6 Concorrentes

7 Fornecedores

8 Projeto de Expansão

9 Organograma

10 Responsabilidade Social e Ambiental

11 Propagandas

73

APÊNDICE D – Roteiro de Entrevista para o Gerente de Manutenção e

Extração do Caldo

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome:

Cargo:

Escolaridade:

Experiências Profissionais:

Outras Experiências:

Residência / Local:

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 A manutenção é aplicada na rotina da área industrial?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

1.1 Se sim, por que?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

1.2 De que forma?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Que tipo de manutenção é aplicada na área industrial?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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3 Quem são os responsáveis pela realização das análises de

manutenção?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 Quais os benefícios levantados pela realização da manutenção

preventiva?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5 A manutenção preventiva contribui para a redução dos custos da área

industrial?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5.1 De que forma?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6 Qual a periodicidade da realização da manutenção preventiva?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7 Para a realização da manutenção preventiva são levados em conta

fatores ecológicos, visando a minimização dos impactos ambientais?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7.1 Se sim, por que?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8 Existe uma preocupação para com os colaboradores que realizam este

serviço?

75

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8.1 Há segurança na hora da execução da manutenção?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

76

APÊNDICE E – Roteiro de Entrevista para o Supervisor de Planejamento e

Controle de Manutenção

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome:

Cargo:

Escolaridade:

Experiências Profissionais:

Outras Experiências:

Residência / Local:

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Qual a consequência de uma manutenção preventiva?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Como é possível programar uma manutenção preventiva?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 Qual a diferença entre manutenção preventiva e corretiva?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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4 O que difere a manutenção preditiva das preventiva e corretiva?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5 É possível prever ou identificar uma falha antes que ela ocorra?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6 Existem indicadores para acompanhamento das falhas ocorridas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6.1 Quais?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7 A manutenção preventiva é registrada em sistema?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7.1 Como é feito o registro?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8 E as falhas nos equipamentos, como são registradas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

78

APÊNDICE F – Roteiro de Entrevista para o Supervisor da Fábrica de

Etanol

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome:

Cargo:

Escolaridade:

Experiências Profissionais:

Outras Experiências:

Residência / Local:

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 A manutenção é aplicada na rotina da fábrica de etanol?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

1.1 Se sim, por quê?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

1.2 De que forma?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Que tipo de manutenção é aplicada na fábrica de etanol?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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3 Quem são os responsáveis pela realização da manutenção preventiva

na fábrica de etanol?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 Quais os benefícios levantados pela realização da manutenção

preventiva?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5 A manutenção preventiva contribui para a redução dos custos na fábrica

de etanol?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5.1 De que forma?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6 Qual a periodicidade da realização da manutenção preventiva na fábrica

de etanol?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7 Para a realização da manutenção preventiva são levados em conta

fatores ecológicos, visando a minimização dos impactos ambientais?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7.1 Se sim, por que?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

80

8 Existe uma preocupação para com os colaboradores que realizam este

serviço?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8.1 A segurança na hora da execução da manutenção?

_________________________________________________________________________________________________