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Maratona de Informativos - Administrativo Professor Rafael Oliveira - Curso Fórum – 14.06.2011 [Digite o nome do autor] AGENTES PÚBLICOS Direito à nomeação: existência de cargos vagos e omissão - 5 Em conclusão de julgamento, o Plenário, por maioria, concedeu mandado de segurança impetrado contra ato omissivo do Procurador-Geral da República e da Procuradora-Geral da Justiça Militar, consistente na negativa de nomeação da impetrante, aprovada em concurso público para o cargo de Promotor da Justiça Militar, não obstante a existência de 2 cargos vagos — v. Informativos 437 e 440. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Cármen Lúcia que reputou haver direito líquido e certo da impetrante de ser nomeada, asseverando existir, à época da impetração, cargo vago nos quadros do órgão e necessidade de seu provimento, o que não ocorrera em razão de ilegalidade e abuso de poder por parte da segunda autoridade tida por coatora. Inicialmente, aduziu estar em vigor o art. 3º da Lei 8.975/95 — que prevê a existência de 42 cargos de promotor da Justiça Militar —, já que este não poderia ter sido Vetado, implicitamente, em decorrência do veto ao art. 2º do projeto dessa lei, por não haver veto implícito ou tácito no direito constitucional brasileiro. Além disso, ainda que vetado o art. 3º, teriam sido excluídos os 42 e não 2 cargos de promotor previstos na norma, uma vez que o veto não poderia incidir sobre palavras ou expressões (CF, art. 66, § 2º). MS 24660/DF, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Cármen Lúcia, 3.2.2011. (MS-24660) (Informativo 614, Plenário) Direito à nomeação: existência de cargos vagos e omissão - 6 A Min. Cármen Lúcia assinalou que, nos termos do parecer do relator designado pela Mesa em substituição à Comissão de Finanças e Tributação, o Projeto de Lei 4.381/94, convertido na Lei 8.975/95, estaria de acordo com a LDO e com o orçamento e que o art. 2º trataria da lotação, enquanto que o art. 3º, da criação dos cargos na carreira, ou seja, neste estaria estabelecido o número de cargos existentes. Considerou, ainda, que o pronunciamento da segunda autoridade coatora, perante o Conselho Superior do Ministério Público Militar — no sentido de que seria realizado novo concurso para provimento da vaga existente e que preferia não nomear a impetrante porque ela se classificara em último lugar no certame —

Maratona de Informativos - Jun 2011

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Informativos 2011 Direito Administrativo

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Maratona de Informativos - Administrativo

Maratona de Informativos - AdministrativoProfessor Rafael Oliveira - Curso Frum 14.06.2011[Digite o nome do autor]

AGENTES PBLICOS

Direito nomeao: existncia de cargos vagos e omisso - 5 Em concluso de julgamento, o Plenrio, por maioria, concedeu mandado de segurana impetrado contra ato omissivo do Procurador-Geral da Repblica e da Procuradora-Geral da Justia Militar, consistente na negativa de nomeao da impetrante, aprovada em concurso pblico para o cargo de Promotor da Justia Militar, no obstante a existncia de 2 cargos vagos v. Informativos 437 e 440. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Crmen Lcia que reputou haver direito lquido e certo da impetrante de ser nomeada, asseverando existir, poca da impetrao, cargo vago nos quadros do rgo e necessidade de seu provimento, o que no ocorrera em razo de ilegalidade e abuso de poder por parte da segunda autoridade tida por coatora. Inicialmente, aduziu estar em vigor o art. 3 da Lei 8.975/95 que prev a existncia de 42 cargos de promotor da Justia Militar , j que este no poderia ter sidoVetado, implicitamente, em decorrncia do veto ao art. 2 do projeto dessa lei, por no haver veto implcito ou tcito no direito constitucional brasileiro. Alm disso, ainda que vetado o art. 3, teriam sido excludos os 42 e no 2 cargos de promotor previstos na norma, uma vez que o veto no poderia incidir sobre palavras ou expresses (CF, art. 66, 2). MS 24660/DF, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acrdo Min. Crmen Lcia, 3.2.2011. (MS-24660) (Informativo 614, Plenrio)

Direito nomeao: existncia de cargos vagos e omisso - 6 A Min. Crmen Lcia assinalou que, nos termos do parecer do relator designado pela Mesa em substituio Comisso de Finanas e Tributao, o Projeto de Lei 4.381/94, convertido na Lei 8.975/95, estaria de acordo com a LDO e com o oramento e que o art. 2 trataria da lotao, enquanto que o art. 3, da criao dos cargos na carreira, ou seja, neste estaria estabelecido o nmero de cargos existentes. Considerou, ainda, que o pronunciamento da segunda autoridade coatora, perante o Conselho Superior do Ministrio Pblico Militar no sentido de que seria realizado novo concurso para provimento da vaga existente e que preferia no nomear a impetrante porque ela se classificara em ltimo lugar no certame teria motivado, expressamente, a preterio da candidata. Ademais, reputou demonstrado, nos autos, como prova cabal da existncia de vaga, que a promoo de promotores para cargos mais elevados da carreira no fora providenciada exatamente para evitar a nomeao da impetrante. Entendeu que essa autoridade teria incorrido em ilegalidade, haja vista a ofensa ao princpio da impessoalidade, eis que no se dera a nomeao por questes pessoais, bem como agido com abuso de poder, porquanto deixara de cumprir, pelo personalismo e no por necessidade ou convenincia do servio pblico, a atribuio que lhe fora conferida. Por fim, o Colegiado destacou que a eficcia da presente deciso abrangeria no apenas os efeitos pecunirios, mas todos os decorrentes da nomeao. Vencidos os Ministros Ellen Gracie, relatora, Joaquim Barbosa e Marco Aurlio que denegavam o writ. MS 24660/DF, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acrdo Min. Crmen Lcia, 3.2.2011. (MS-24660)(Informativo 614, Plenrio)

Em princpio a simples existncia de dois cargos no requisito para a nomeao, porm a atuao do rgo do Ministrio Pblico foi ilegal e violou o princpio da impessoalidade, o fato dela estar em ltimo lugar no suficiente para no nome-la. A partir da necessidade concreta no h motivo para realizar outro concurso se ainda h candidato aprovado.A administrao publica demonstrou que tinha necessidade de pessoas para preencher o cargo porque demonstrou a inteno de realizar outro concurso e iria contratar os primeiros.O STF vem tentando fazer o que chamam de reduo da discricionariedade a zero.

Foras Armadas: limite de idade para concurso de ingresso e art. 142, 3, X, da CF - 6 Em concluso, o Plenrio reconheceu a exigncia constitucional de edio de lei para o estabelecimento de limite de idade em concurso para ingresso nas Foras Armadas. Assentou, tambm, que os regulamentos e editais que o prevejam vigoraro at 31 de dezembro do corrente ano. Por conseguinte, desproveu recurso extraordinrio interposto pela Unio contra acrdo do Tribunal Regional Federal da 4 Regio que entendera que, em relao ao ingresso na carreira militar, a Constituio imporia que lei dispusesse a respeito do limite de idade (CF, art. 142, 3, X: a lei dispor sobre o ingresso nas Foras Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condies de transferncia do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remunerao, as prerrogativas e outras situaes especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por fora de compromissos internacionais e de guerra), no se admitindo, portanto, que um ato administrativo estabelecesse a restrio, sob pena de afronta ao princpio constitucional da ampla acessibilidade aos cargos pblicos v. Informativos 580 e 608. RE 600885/RS, rel. Min. Crmen Lcia, 9.2.2011. (RE-600885) (Informativo 615, Plenrio)

Foras Armadas: limite de idade para concurso de ingresso e art. 142, 3, X, da CF - 7 Asseverou-se que o art. 142, 3, X, da CF determina que os requisitos para o ingresso nas Foras Armadas so os previstos em lei, com referncia expressa ao critrio de idade. Em virtude disso, no caberia regulamentao por meio de outra espcie normativa. Assim, considerou-se incompatvel com a Constituio a expresso e nos regulamentos da Marinha, do Exrcito e da Aeronutica, contida no art. 10 da Lei 6.880/80, que dispe sobre o Estatuto dos Militares (Art. 10 O ingresso nas Foras Armadas facultado mediante incorporao, matrcula ou nomeao, a todos os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos da marinha, do exrcito e da aeronutica). Conferiram-se efeitos prospectivos deciso, j que passados quase 22 anos de vigncia da CF/88, nos quais vrios concursos foram realizados com observncia daquela regra geral. Ademais, ao enfatizar a repercusso geral da questo constitucional discutida, registrou-se que o direito daqueles que j tivessem ajuizado aes com o mesmo objeto jurdico da que ora se examina deveria ser respeitado. RE 600885/RS, rel. Min. Crmen Lcia, 9.2.2011. (RE-600885)(Informativo 615, Plenrio)

Artigo 142, pargrafo primeiro, X, CF e Lei 6.880/80, artigo dez. Desde 1980 os regulamentos fixavam limites e condies de ingresso. O ato administrativo quem fixava. O STF j disse ser inconstitucional porque haveria uma reserva legal sobre o tema, ento no possvel que o limite de idade no seja fixado por um ato que no seja a lei. STF modulou efeitos dizendo que todos os concursos at ento eram constitucionais. Essa deciso ter efeitos ex nunc. Artigo 27, L.9868 modulao de efeitos.

CONCURSO PBLICO. VAGAS. EDITAL.A Turma reafirmou que o candidato aprovado em concurso pblico dentro do nmero de vagas previstas em edital tem direito lquido e certo nomeao e posse no cargo. Precedentes citados: RMS 31.611-SP, DJe 17/5/2010, e AgRg no RMS 30.308-MS, DJe 15/3/2010.REsp 1.220.684-AM, Rel.Min. Castro Meira, julgado em 3/2/2011.Inf. 461, STJ.

O entendimento a seguir j jurisprudncia consolidada. O STJ reconhece o direito lquido e certo do candidato aprovado dentro do nmero de vagas. Princpio da boa-f, princpio da segurana jurdica. A administrao pblica no pode ser contra o seu prprio ato, se ela traz as regras ela cria expectativas legtimas e tem que ser a primeira a cumprir.

Processo seletivo de estagirios e entidades do Poder PblicoO Plenrio julgou procedente pedido formulado em ao direta proposta pela ento Governadora do Distrito Federal para declarar a inconstitucionalidade do art. 4 da Lei distrital 3.769/2006. O preceito impugnado dispe sobre o estgio de estudantes nos rgos e entidades da Administrao Pblica do Distrito Federal. Salientou-se, de incio, que a arregimentao de estagirios no poderia ser vista como alternativa menos onerosa para se suprir eventual carncia de mo-de-obra no quadro funcional da Administrao Pblica. Aduziu-se, ademais, que o processo meritoriamente seletivo conferiria concreo ao princpio da impessoalidade e permitiria o tratamento isonmico dos interessados no certame. Concluiu-se que o dispositivo adversado seria materialmente contrrio Constituio. Os Ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurlio, Celso de Mello e Cezar Peluso, Presidente, assentavam tambm o vcio de iniciativa ao fundamento de que o artigo em questo, de iniciativa parlamentar, implicaria interferncia no desempenho de atribuies e no prprio funcionamento dos rgos do Poder Executivo.ADI 3795/DF, rel. Min. Ayres Britto, 24.2.2011. (ADI-3795)

Lei distrital vedava processo seletivo de estagirios.Os princpios resolvem estas questes, mas o princpio basilar da impessoalidade resolveria. Havia ainda um problema, pois no foi de iniciativa do chefe do executivo (artigo 61, pargrafo primeiro, c, CF/88). A lei neste caso foi de iniciativa parlamentar.

SERVIDOR PBLICO. RECEBIMENTO INDEVIDO. RESTITUIO. pacfico o entendimento deste Superior Tribunal de que, diante da boa-f no recebimento de valores pelo servidor pblico, incabvel a restituio do pagamento em decorrncia de errnea interpretao ou m aplicao da lei pela Administrao. Todavia, quando ela anula atos que produzem efeitos na esfera de interesses individuais, necessria a prvia instaurao de processo administrativo a fim de garantir a ampla defesa e o contraditrio (art. 5, LV, da CF/1988 e art. 2 da Lei n. 9.784/1999). No caso dos autos, antes que os valores fossem pagos (gratificao de substituio), a Administrao comunicou a existncia de erro na gerao da folha de pagamento e a necessidade de restituio da quantia paga a maior. Dessa forma, os servidores no foram surpreendidos. Portanto, no h que falar em boa-f no recebimento da verba em questo, tendo em vista que o erro foi constatado e comunicado pela Administrao antes que o pagamento fosse efetivado e os valores passassem a integrar o patrimnio dos servidores. Ademais, a deciso de efetuar descontos nos meses seguintes foi adotada com o objetivo de evitar atrasos no pagamento do pessoal em decorrncia de confeco de nova folha de pagamento. Assim, a Turma negou provimento ao recurso por entender que, na espcie, no houve ilegalidade no ato da Administrao. Precedentes citados: AgRg no Ag 756.226-RS, DJ 14/8/2006; REsp 751.408-DF, DJ 7/11/2005, e RMS 19.980-RS, DJ 7/11/2005.RMS 33.034-RS, Rel.Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 15/2/2011.

O caso saber se o agente pblico obrigado a restituir para o errio.Quando a Administrao declara pagamento ilegal, essa ilegalidade seria declarada mais a verba no seria devolvida, pois dois argumentos carter alimentar e pela boa-f.Neste caso, antes que o pagamento fosse realizado a Administrao pblica notificou que haveria o ingresso indevido de valores e que estes deveriam ento ser descontados. Acontece que os servidores no quiseram devolver. O STJ disse que neste caso deveria devolver, pelo princpio da boa-f, por conta da cincia prvia os agentes deveriam ento restituir os cofres pblicos.

SERVIDOR PBLICO. VANTAGEM PESSOAL. SUPRESSO. DEVOLUO.In casu, o Conselho da Justia Federal (CJF) concedeu aos servidores da Justia Federal uma diferena pessoal que objetivava evitar a reduo de seus vencimentos quando da implementao do plano de carreira (Lei n. 9.421/1996), passando eles a receb-la em janeiro de 1998, com efeitos retroativos a maro de 1995. No entanto, posteriormente (10/2/2003), o CJF declarou a insubsistncia da referida vantagem, sendo comunicada a deciso aos demais tribunais regionais. Assim, em maio de 2003, o presidente do TRF determinou a excluso da mencionada verba do pagamento dos servidores, com efeitos retroativos a partir de maro de 2003. Contra tal ato, houve a impetrao de mandado de segurana (MS) cuja ordem foi denegada pelo tribunala quo. Em suas razes recursais, os recorrentes alegam, entre outros temas, que a suspenso da referida vantagem violaria o princpio da boa-f e o da irredutibilidade de vencimentos, visto que, ao longo do perodo no qual a diferena pessoal foi paga, ela incorporou-se aos seus vencimentos. Tambm sustentam a ocorrncia de decadncia administrativa para que a Administrao reveja tal ato concessivo. Nesse contexto, destacou o Min. Relator que, embora os atos administrativos praticados anteriormente ao advento da Lei n. 9.784/1999 tambm estejam sujeitos ao prazo decadencial quinquenal de que trata seu art. 54, nesses casos, tem-se como termoa quoa entrada em vigor do aludido diploma legal. Assim, no h falar em decadncia administrativa; pois, na hiptese, a percepo da vantagem pessoal paga aos recorrentes foi reconhecida em 2003. Aduziu, ainda, que, tendo em vista no haver previso legal para o pagamento da vantagem pleiteada pelos recorrentes, a supresso dele no implica irregularidade, ilegalidade ou ofensa a direito adquirido. Dessa forma, consignou ser indevida a determinao de restituio dos valores pagos aos recorrentes nos meses anteriores a maio de 2003 (quando lhes foi comunicada a suspenso do pagamento da verba em questo), tendo em vista a boa-f no recebimento de tais quantias, pagas espontaneamente pela Administrao. Entretanto, para evitar enriquecimento ilcito, asseverou que, no caso, devida a devoluo dos valores recebidos por fora de liminar concedida no MS, posteriormente cassada. Com essas consideraes, a Turma deu parcial provimento ao recurso para, reformando o acrdo recorrido, conceder a ordem parcialmente para afastar a determinao de restituio dos valores pagos aos recorrentes (a ttulo da "vantagem pessoal 9.421/96") nos meses anteriores a maio de 2003. Precedentes citados: AgRg no REsp 735.516-RS, DJ 29/8/2005; REsp 693.207-RS, DJ 17/3/2005; MS 9.092-DF, DJ 25/9/2006; MS 9.188-DF, DJe 16/4/2009; REsp 488.905-RS, DJ 13/9/2004, e AgRg no Ag 756.226-RS, DJ 14/8/2006.RMS 32.706-SP, Rel.Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 15/2/2011.

A idia aqui foi mesma, antes do trabalhador saber que a verba ilegal pelo carter alimentar e presuno de boa-f no tm que devolver. Depois, tem.

SERVIDOR PBLICO. EXONERAO. PRESCRIO. PRETENSO PUNITIVA.Trata-se de mandado de segurana em que se discute a prescrio da pretenso punitiva do Estado na hiptese em que se converteu a exonerao do impetrante do cargo de assessor especial para destituio de cargo em comisso com base no relatrio da comisso processante, que recomendara para o ex-servidor a pena de suspenso por 30 dias sob a acusao de ele haver violado o disposto nos incisos IV e XII do art. 116 da Lei n. 8.112/1990. Inicialmente, ressaltou a Min. Relatora ser firme o entendimento deste Superior Tribunal de que, havendo cometimento por servidor pblico de infrao disciplinar tambm tipificada como crime, somente se aplica o prazo prescricional previsto na legislao penal quando os fatos forem apurados na esfera criminal. Contudo, entendeu que, no caso em questo, no ficou evidenciado, nos autos, ter sido apurada criminalmente a conduta do impetrante. Dessarte, ainda que seu ato seja tipificado como crime, diante da ausncia de apurao na esfera criminal, deve ser aplicado o prazo prescricional previsto na lei que regula a punio administrativa. Assim, em se tratando da pena de destituio de cargo em comisso aplicada a ex-servidor por ter praticado infraes sujeitas suspenso por 30 dias, o prazo prescricional a ser considerado de dois anos nos termos do art. 142, II, c/c o art. 135 da Lei n. 8.112/1990. Ao contrrio, na hiptese de destituio de cargo em comisso por infrao sujeita pena de demisso, a prescrio a ser observada de cinco anos (inciso I do mesmo dispositivo legal). Com essas consideraes, entre outras, a Seo concedeu a segurana. Precedentes citados do STF: RMS 23.436-DF, DJ 24/8/1999; do STJ: RMS 19.887-SP, DJ 11/12/2006; RMS 18.551-SP, DJ 14/11/2005; RMS 13.134-BA, DJ 1/7/2004, e MS 12.533-DF, DJ 1/2/2008.MS 12.666-DF, Rel.Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 23/2/2011.Inf. 464, STJ.Inf. 474, STJ.

Cada estatuto ir estabelecer. A lei 8.112 trata da prescrio para os servidores federais. O artigo 142, pargrafo segundo da Lei 8112/90 diz que o prazo da prescrio para sano disciplinar ser o mesmo prazo para a prescrio.O STJ entende que este artigo dever ser interpretado de forma que s vai haver responsabilidade administrativa, se o fato for investigado efetivamente no mbito penal, se no for, a autoridade dever aplicar o prazo previsto para sano disciplinar previsto na lei.-Exonerao no sano.- Destituio sano, punio.O STJ reconheceu que havia a prescrio por que a sano foi aplicada depois do prazo de 02 anos.

PAD. PARCIALIDADE. AUTORIDADE JULGADORA. NULIDADE.Trata-se de mandado de segurana contra ato de ministro de Estado que culminou na demisso do impetrante do cargo de tcnico administrativo do Ibama com base nos arts. 136 e 137, pargrafo nico, da Lei n. 8.112/1990, por valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem em detrimento da dignidade da funo pblica, receber propina, comisso, presente ou vantagem de qualquer espcie e por improbidade administrativa. Alega a impetrao vcios formais no processo administrativo disciplinar (PAD), notadamente a parcialidade da autoridade julgadora ao concluir pela pena de demisso, uma vez que teria interesse na excluso do servidor.In casu,o impetrante foi absolvido das acusaes no primeiro processo administrativo, contudo todo o feito foi anulado. Ressalte-se que o referido PAD foi instaurado em decorrncia de denncias feitas pela mesma autoridade que depois veio a aplicar a pena de demisso ao impetrante, visto que, quando da realizao do segundo PAD, j se encontrava como titular da pasta do meio ambiente. Diante disso, a Seo concedeu a segurana ao entendimento de que, a despeito das alegaes de que a autoridade agiu com imparcialidade ao editar a portaria de demisso, os fatos demonstram, no mnimo, a existncia de impedimento direto da autoridade julgadora no PAD, e suas manifestaes evidenciaram seu interesse no resultado do julgamento. Assim, demonstrado o interesse da referida autoridade na conduo do processo administrativo e no seu resultado, seja interesse direto seja indireto, o fato de o denunciante ter julgado os denunciados, entre os quais o impetrante, configura uma ofensa no somente ao princpio da imparcialidade, mas tambm da moralidade e da razoabilidade e configura, ainda, o desvio de finalidade do ato administrativo que, na hiptese, parece atender mais ao interesse pessoal que ao pblico, caracterizando vcio insanvel no ato administrativo objeto da impetrao. Precedente citado: MS 14.958-DF, DJe 15/6/2010.MS 14.959-DF, Rel. Min. Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado do TJ-CE), julgado em 23/2/2011.Inf. 464, STJ.

STJ anulou sano administrativa por conta da violao ao princpio da imparcialidade. Determinada autoridade instaurou o P.A.D. e esta mesma aplicou a sano STJ entendeu que a mesma pessoa que instaure o processo no pode ser a mesma pessoa que aplica a sano.

CONCURSO PBLICO. EXAME PSICOTCNICO.In casu,o recorrente insurgiu-se contra a sua no recomendao em exame psicotcnico em concurso pblico para o cargo de papiloscopista policial federal. No REsp, entre outras alegaes, sustentou que o fato de a Administrao no o ter nomeado e empossado por reprovao em exame psicotcnico ato ilegal, considerando que foram adimplidos todos os requisitos legais para tanto. A Turma negou provimento ao recurso, reiterando que a realizao de exames psicotcnicos em concursos pblicos legtima, desde que haja previso legal e editalcia, que os critrios adotados para a avaliao sejam objetivos e que caiba a interposio de recurso contra o resultado, que deve ser pblico. Na hiptese em questo, ressaltou o Min. Relator que ao recorrente e seu psiclogo contratado foi oportunizado o acesso a informaes suficientes sobre as provas realizadas, no prosperando, desse modo, a alegao de falta de acesso s razes de sua no recomendao. Observou, ainda, no haver notcia, nos autos, da interposio de recurso contra essa deciso. Assim, entendeu no haver qualquer reparo a ser feito na sentena confirmada pelo acrdo recorrido. Precedentes citados: AgRg nos EDcl no REsp 1.163.858-RJ, DJe 16/8/2010; AgRg no Ag 1.291.819-DF, DJe 21/6/2010, e AgRg no RMS 29.811-PR, DJe 8/3/2010.REsp 1.221.968-DF, Rel.Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 22/2/2011.Inf. 464, STJ.STJ entende que o exame s ser valido se observarem alguns requisitos, para ser valido deve ter previso na lei e no edital do concurso. Deve ainda haver fundamentao objetivas, o exame psicotcnico deve ser fundado em critrios objetivos, e a terceira exigncia a previso de recurso contra a deciso proferida no exame psicotcnico.

Termo inicial do prazo para registro de aposentadoriaO termo a quo do prazo de 5 anos para que o Tribunal de Contas da Unio - TCU examine a legalidade dos atos concessivos de aposentadorias, reformas e penses, conta-se a partir da data de chegada do processo administrativo na prpria Corte de Contas. Essa a concluso do Plenrio que, em votao majoritria, concedeu parcialmente mandado de segurana para, cassada a deciso do TCU, assegurar ao impetrante o contraditrio e a ampla defesa no julgamento da legalidade e registro de sua aposentadoria. Tratava-se, na espcie, de writ impetrado contra deciso daquele tribunal que, por reputar ilegal uma das trs aposentadorias do impetrante, com recusa do registro, determinara a suspenso do benefcio e a restituio das importncias recebidas. Considerou-se o fato de que o impetrante estaria recebendo o benefcio de aposentadoria h mais de 10 anos quando do seu cancelamento. Aduziu-se que, no caso, ter-se-ia a anulao do benefcio, sem que oportunizada a possibilidade de defesa. Enfatizou-se, ainda, no constar dos autos informao relativa m-f do impetrante, de modo a no se poder inferir que ele tivesse conhecimento da precariedade do ato praticado pelo rgo pblico. Consignou-se, por fim, a no devoluo das quantias j recebidas. Vencidos os Ministros Ellen Gracie, relatora, Dias Toffoli e Marco Aurlio, que concediam a ordem apenas para isentar o impetrante da devoluo dos valores, e Cezar Peluso, Presidente, que a concedia totalmente por reconhecer a decadncia.MS 24781/DF, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acrdo Min. Gilmar Mendes, 2.3. 2011. (MS-24781)

A concesso da aposentadoria tem sido considerada um ato complexo. Preenchidos os requisitos os dois rgos devem ser irregular. O prazo para o TC avaliar a concesso ou no.O caso que um servidor ganhava a concesso inicial e 10 ou 15 anos depois que o TC ia avaliar. O STF entendeu que o prazo decadencial de 05 anos, previsto na lei 9784/09 deveria ser avaliada pelo STF.A tese majoritria foi que se passaram mais de 05 anos no pode mais falar de decadncia, mas se passar mais de 05 anos, o TC deve providenciar a ampla defesa e o contraditrio.Smula vinculante 03 no precisa se oportunizar ampla defesa e contraditrio se a anlise for feita em at 05 anos.O prazo de 05 anos deve ser contado da data de chegada do processo administrativo no TC.

Membros inativos do Ministrio Pblico estadual e auxlio-moradiaO Plenrio, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ao direta proposta pelo Procurador-Geral da Repblica para declarar a inconstitucionalidade do 3 do art. 3 da Lei Complementar 24/89, introduzido pela Lei Complementar 281/2003, ambas do Estado de Rondnia. O dispositivo adversado versa sobre a extenso de auxlio-moradia a membros inativos do Ministrio Pblico rondoniense. Verificou-se afronta ao art. 127, 2, da CF. Ademais, asseverou-se que nem todos os benefcios concedidos aos servidores em atividade seriam compatveis com a situao do aposentado, como seria o caso da gratificao paga durante o exerccio em locais adversos. Na linha dessa jurisprudncia, mencionou-se o Enunciado 680 da Smula do STF (O direito ao auxlio-alimentao no se estende aos servidores inativos). Reputou-se que o auxlio-moradia seria devido apenas a membros do parquet que exercessem suas funes em local onde no existisse residncia adequada. O Min. Luiz Fux ressaltou que a Lei Complementar 281/2003 valer-se-ia da Lei Complementar federal 93/93 para estender aos inativos o auxlio-moradia nela disposto como se eles estivessem em exerccio. Vencido o Min. Marco Aurlio que mantinha o preceito por entend-lo constitucional. Precedente citado: ADI 778/DF (DJU de 19.12.94).ADI 3783/RO, rel. Min. Gilmar Mendes, 17.3.2011. (ADI-3783)

O STF julgou ser inconstitucional a extenso de auxlio morada a promotores aposentados. STF usou sua smula 680, no h adequao entre o direito que previsto e em lei e os membros inativos . O auxlio moradia s tem fundamento para os servidores que vo exercer sua funes em locais que no tem moradia adequada.

RE 634.224/DF*RELATOR: Min. Celso de MelloPresuno de Inocncia e Concurso PblicoInf. 619, STF Transcries. EMENTA: CONCURSO PBLICO. INVESTIGAO SOCIAL. VIDA PREGRESSA DO CANDIDATO. EXISTNCIA, CONTRA ELE, DE PROCEDIMENTO PENAL. EXCLUSO DO CANDIDATO. IMPOSSIBILIDADE. TRANSGRESSO AO POSTULADO CONSTITUCIONAL DA PRESUNO DE INOCNCIA (CF, ART. 5, LVII). RECURSO EXTRAORDINRIO IMPROVIDO.- A excluso de candidato regularmente inscrito em concurso pblico, motivada, unicamente, pelo fato de haver sido instaurado, contra ele, procedimento penal, sem que houvesse, no entanto, condenao criminal transitada em julgado, vulnera, de modo frontal, o postulado constitucional do estado de inocncia, inscrito no art. 5, incisoLVII, da Lei Fundamental da Repblica. Precedentes.

DECISO: Trata-se de recurso extraordinrio interposto contra acrdo, que, confirmado, em sede de embargos de declarao, pelo E. Superior Tribunal de Justia, est assim ementado:

ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. CONCURSO PBLICO. AGENTE DA POLCIA FEDERAL. INVESTIGAO SOCIAL. EXCLUSO DO CANDIDATO DO CURSO DE FORMAO. OFENSA AO PRINCPIO DA PRESUNO DE INOCNCIA.1. Afronta o princpio constitucional da presuno de inocncia (art. 5, LVII da Carta Magna), a imediata excluso de candidato do concurso pblico que, na fase de investigao social, esteja respondendo a ao criminal, cuja deciso condenatria no transitara em julgado. Precedentes do STJ: REsp. 795.174/DF, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJU 01/03/2010 e REsp. 414.933/PR, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJU 06/08/2007; e do STF: AgRg no AI769.433/CE, Rel. Min. EROS GRAU, DJU 12/02/2010 e AgRg no RE 559.135/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJU13/06/2008.2. No transcurso do presente processo, o candidato foi absolvido da ao penal qual respondia, nos termos do art. 386, VI do CPP, j tendo o acrdo transitado em julgado.3. Recurso conhecido e provido para cassar o acrdo recorrido, restabelecendo a sentena monocrtica. (grifei)

ESTGIO PROBATRIO. PRINCPIO. PRESUNO. INOCNCIA.O recorrente, aps quatro anos de servio, portanto aps o prazo de trs anos aludido no art. 41 da CF/1988, foi exoneradoex officiodo cargo pblico que exercia (agente de fiscalizao financeira do TC estadual) em razo de condenao em ao penal (arts. 317, 1, e 334,caput, c/c 327 e 29, todos do CP),pendncia que comunicou existente no ato da posse. Sucede que o STJ, ao julgar HC, anulou, por cerceamento de defesa, o julgamento em que o recorrente foi condenado. Assim, visto que foi afastado o nico fundamento utilizado pela Administrao para justificar seu ato e que o recorrente, conforme os autos, foi muito bem avaliado em todas as fases do estgio probatrio, no h como sustentar a legalidade de sua exonerao, pois violado o princpio da presuno de inocncia, devendo ele ser reintegrado no cargo pblico, com efeitos patrimoniais contados da data da publicao do ato ilegal. O processo criminal instaurado, da mesma forma que no obstou a posse, tambm no deve impedir a concluso dos trmites do estgio probatrio e o reconhecimento da estabilidade do recorrente, pois ainda no h deciso transitada em julgado. Precedentes citados do STF: AgRg na STA 269-DF, DJe 26/2/2010; do STJ: MS 12.523-DF, DJe 18/8/2009; RMS 15.201-RS, DJ 14/11/2005; RMS 13.967-PE, DJ 10/3/2003; AgRg no RMS 21.078-AC, DJ 28/8/2006; MS 7.268-DF, DJ 13/12/2004; RMS 12.764-ES, DJ 1/7/2004, e MS 12.397-DF, DJe 16/6/2008.RMS 32.257-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/5/2011.Inf. 472, STJ.

Candidato excludo de certame pelo simples fato de ter processo criminal em face do mesmo, pelo Princpio da presuno de inocncia, candidato s pode ser excludo se houver deciso criminal transitado em julgado.

Contratao temporria e pesquisas estatsticas do IBGE

O Plenrio julgou improcedente pedido formulado em ao direta de inconstitucionalidade ajuizada pelo Procurador-Geral da Repblica contra a expresso e outras pesquisas de natureza estatstica efetuadas pela Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE, contida no inciso III do art. 2 da Lei 8.745/93, norma esta que dispe sobre a contratao por tempo determinado para atender a necessidade temporria de excepcional interesse pblico, nos termos do inciso IX do art. 37 da CF, e d outras providncias. Inicialmente, salientou-se que o aludido dispositivo constitucional autorizaria contrataes sem concurso pblico, desde que indispensveis ao atendimento de necessidade temporria de excepcional interesse pblico, quer para o desempenho de atividades de carter eventual, temporrio ou excepcional, quer para de atividades de carter regular e permanente. Assim, aduziu-se que, para os fins de acatamento desse preceito do art. 37, IX, da CF, seria preciso que o legislador levasse em conta a comprovao de que a necessidade seria temporria. Na situao em apreo, destacou-se que a intensidade e o volume das pesquisas, a sua natureza e a exigncia de qualificao dos pesquisadores no seriam contnuos nem permanentes. Dessa forma, dever-se-ia admitir a contratao temporria para atender a necessidade, tambm temporria, de pessoal suficiente para dar andamento a trabalhos em perodos de intensas pesquisas, a exemplo do recenseamento, sem que se impusesse a criao de cargos pblicos. Ademais, frisou-se que as circunstncias nas quais realizadas as pesquisas no seriam freqentes e teriam durao limitada no tempo. Concluiu-se que, ante a supremacia do interesse pblico, no seriam justificveis a criao e o provimento de cargos pblicos com o objetivo apenas de atender demandas sazonais de pesquisa, pois, aps o seu trmino, no seria possvel a dispensa desses servidores, o que ocasionaria to-somente o inchao da estrutura da entidade. Por fim, registrou-se que as assertivas referentes a eventual desvio de funo dos trabalhadores contratados deveriam ser questionadas em via prpria.ADI 3386/DF, rel. Min. Crmen Lcia, 14.4.2011. (ADI-3386). Inf. 623, STF.

Trata-se de contratao temporria para o IBGE. Artigo segundo, III, l. 8745/93. A discusso se a norma constitucional e o STF entendeu que sim, nos termos do artigo 37, CF. STF entendeu razovel classificar como funes permanentes, no eventuais, uma vez que o interesse mesmo temporrio.

Contratao temporria e concurso pblicoPor reputar caracterizada a afronta aos incisos II e IX do art. 37 da CF, o Plenrio julgou procedente pedido formulado em ao direta proposta pelo Procurador-Geral da Repblica para declarar a inconstitucionalidade da Lei amapaense 765/2003. A norma impugnada autoriza a contratao de pessoal para atender a necessidade temporria de excepcional interesse pblico nas reas de sade; educao; assistncia jurdica; de competncia especfica dos rgos autnomos, autarquias e fundaes pblicas desprovidos de quadro prprio de pessoal e de tcnicos especializados no mbito de projetos especiais institudos por ato do Chefe do Poder Executivo daquela unidade federada. Entendeu-se que a lei adversada fixaria hipteses abrangentes e genricas de contratao, sem definir qual a contingncia ftica emergencial apta a ensej-la, bem como permitiria a contratao para o exerccio de servios tpicos de carreira e de cargos permanentes no Estado, sem concurso pblico ou motivao de excepcional relevncia que a justificasse. Acrescentou-se que a norma questionada teria como fundamento a Lei amapaense 192/94, cuja validade das contrataes temporrias fora afirmada em razo da incipincia da estrutura administrativa do referido ente federativo, criado em 1990. Consignou-se que as leis amapaenses que lhe sucederam teriam como caractersticas marcantes o carter permanente das funes passveis desse tipo de arregimentao e a previsibilidade da necessidade ensejadora dessa contratao. No ponto, destacou-se a perpetuao da edio dessas leis inconstitucionais.ADI 3116/AP, rel. Min. Crmen Lcia, 14.4.2011. (ADI-3116). Inf. 623, STF.

Lei do AMAP que traz regras muito abertas, o STF entendeu que no pode a lei trazer regras muito amplas por que deve definir, sob pena de violar a regra do concurso pblico.

Defensoria Pblica e princpio do concurso pblicoPor entender caracterizada ofensa ao princpio do concurso pblico (CF, artigos 37, II e 134), o Plenrio julgou procedente ao direta ajuizada pelo Governador do Estado do Par para declarar a inconstitucionalidade do art. 84 da Lei Complementar paraense 54/2006, que autoriza a contratao precria de advogados para exercer a funo de defensores pblicos at a realizao de concurso pblico. Considerou-se que a forma de recrutamento prevista na norma impugnada no se coadunaria com a Constituio, quer em sua parte permanente, quer na transitria. Destacou-se o art. 22 do ADCT, que assegurou aos defensores em pleno exerccio, poca da instalao dos trabalhos da assemblia constituinte, e que optassem pela carreira a possibilidade de permanecerem como servidores, to efetivos quanto estveis (ADCT: Art. 22. assegurado aos defensores pblicos investidos na funo at a data de instalao da Assemblia Nacional Constituinte o direito de opo pela carreira, com a observncia das garantias e vedaes previstas no art. 134, pargrafo nico, da Constituio). No mrito, aplicou-se entendimento fixado em precedentes desta Corte no sentido de se assentar a inconstitucionalidade de lei estadual que autorize o Poder Executivo a celebrar contratos administrativos de desempenho de funo de defensor pblico. Concluiu-se por convalidar as atuaes dos defensores temporrios, sem, no entanto, modular os efeitos da deciso, por no haver comprometimento da prestao da atividade-fim, haja vista existirem 291 defensores pblicos distribudos em 350 comarcas.ADI 4246/PA, rel. Min. Ayres Britto, 26.5.2011. (ADI-4246)Inf. 628, STF.

Caso envolve a contratao temporria de defensores pblicos, no possvel por que a defensoria funo permanente e essencial justia.

ADI e criao de cargos em comissoPor entender violada a exigncia constitucional do concurso pblico (CF, art. 37, II), o Plenrio julgou procedente pedido formulado em ao direta ajuizada pelo Procurador-Geral da Repblica para declarar a inconstitucionalidade do artigo 16-A, XI, XII, XIII, XVIII, XIX, XX, XXIV e XXV, da Lei 15.224/2005, do Estado de Gois, bem como do Anexo I da mesma norma, na parte em que criou os cargos de provimento em comisso. Asseverou-se que, na espcie, os cargos em comisso institudos perito mdico-psiquitrico, perito mdico-clnico, auditor de controle interno, produtor jornalstico, reprter fotogrfico, perito psiclogo, enfermeiro, motorista teriam atribuies eminentemente tcnicas, nos quais inexistiria relao de confiana entre nomeante e nomeado. Assim, apontou-se que tais cargos deveriam ser preenchidos regularmente pela via do concurso pblico.ADI 3602/GO, rel. Min. Joaquim Barbosa, 14.4.2011. (ADI-3602)Inf. 623, STF.

Cargo comissionado e funo de confiana s podem ser criados para os casos de chefia, assessoramento e direo (funes de alta hierarquia). STF entendem que a lei inconstitucional por que existe limites, uma vez que no qualquer cargo que pode ser criado, deve ser observado o 37, V, CF.

TERMO A QUO. PRAZO. DECADNCIA. MS.Trata-se, na espcie, de mandado de segurana no qual se busca a decretao de nulidade do processo administrativo disciplinar que aplicou a pena de aposentadoria compulsria com proventos proporcionais a juiz de direito. A Turma, por maioria, entendeu que o prazo decadencial para a impetrao deve ser contado a partir da publicao do acrdo do processo administrativo julgado pelo rgo especial do Tribunal de Justia, e no da publicao do decreto judicirio da referida aposentadoria. Assim, a Turma, por maioria, ao prosseguir o julgamento, negou provimento ao recurso.RMS 26.289-GO, Rel. originrio Min. Celso Limongi (Desembargador convocado do TJ-SP), Rel. para acrdo Min. Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado TJ-CE), julgado em 5/4/2011.Inf, 486, STJ.

CONCURSO PBLICO. MS. DECADNCIA. TERMOA QUO.A Turma negou provimento ao recurso especial por entender que, no caso dos autos, o prazo decadencial para impetrar o mandado de segurana (MS) apenas se iniciou com o ato administrativo que eliminou o candidato do concurso pblico, no com a publicao do edital. Na espcie, o impetrante, ora recorrido, foi excludo do certame por no ter apresentado o diploma de nvel superior aps sua aprovao nas provas de conhecimentos especficos, mas antes das demais fases, como previa o instrumento convocatrio. Para o Min. Relator, no momento em que o edital foi publicado, a exigncia ainda no feria o direito lquido e certo do candidato, pois ele apenas detinha a mera expectativa de ser aprovado. Com a aprovao, a regra editalcia passou a ser-lhe aplicvel, surgindo seu interesse de agir no momento em que o ato coator (eliminao) efetivou-se. Ressaltou, ademais, a jurisprudncia consolidada na Sm. n. 266-STJ, a qual dispe que o diploma ou a habilitao legal para o exerccio do cargo devem ser exigidos na posse. Precedentes citados: RMS 22.785-SP, DJ 17/12/2007; AgRg no Ag 1.318.406-MS, DJe 1/12/2010; RMS 23.604-MT, DJe 2/6/2008, e REsp 588.017-DF, DJ 7/6/2004.REsp 1.230.048-PR, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 17/5/2011.

CONCURSO PBLICO. NOMEAO. MS. DECADNCIA.Trata-se de REsp em que se discute o prazo decadencial para impetrao de mandado de segurana (MS) nas hipteses em que o candidato aprovado em concurso pblico dentro das vagas previstas no edital no nomeado no prazo de validade do concurso. A Turma reiterou que, nos casos em que o candidato aprovado em concurso pblico no foi nomeado, o prazo decadencial de 120 dias para impetrar o MS inicia-se com o trmino da validade do certame. Assim, no h, na hiptese, violao do art. 23 da Lei n. 12.016/2009, visto que o MS foi impetrado trs dias aps a expirao da validade do concurso. Quanto alegao de inexistncia de direito lquido e certo de aprovados em concurso pblico dentro do nmero de vagas previsto no edital, consignou-se que o acrdo recorrido possui fundamentao constitucional violao do art. 1 da CF/1988 , que no foi atacada por recurso extraordinrio, o que inviabiliza o processamento do recurso especial consoante a Sm. n. 126-STJ. Precedentes citados: AgRg no RMS 21.764-ES, DJe 3/11/2009; AgRg no RMS 21.165-MG, DJe 8/9/2008; REsp 948.471-SC, DJ 20/9/2007; EDcl nos EDcl no REsp 848.739-DF, DJe 29/10/2009, e AgRg no REsp 630.974-RS, DJ 28/3/2005.REsp 1.200.622-AM, Rel.Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 19/5/2011.Inf.473, STJ.

Nestes trs casos destacaremos os dois ltimos. O prazo comea a ser contado da publicao do acrdo para contar 120 dias.473- Candidato no apresentou o diploma de curso superior no primeiro momento e com isso foi excludo. O prazo para o particular entrar com mandado de segurana comea a contar da violao concreta da excluso e no a partir do edital.STF, smula 266, o diploma deve ser exigido na posse, no pode ser exigido em momento anterior.473, 3 caso A administrao pblica tem at o ltimo dia do concurso para dar nomeao e posse, o termo inicial, o prazo decadencial de 120 diais para o candidato ingressar com MS do fim do concurso, por que at ento est dentro da legalidade.

CONCURSO. ATUALIZAO LEGISLATIVA SUPERVENIENTE. EDITAL.A Turma negou provimento ao RMS e consignou, entre outras questes, que a banca examinadora de concurso pblico pode elaborar pergunta decorrente de atualizao legislativa superveniente publicao do edital quando estiver em conformidade com as matrias nele indicadas.In casu, o recorrente alegou que a questo formulada na fase oral do certame (relativamente adoo) fazia parte do Direito da Criana e do Adolescente, ramo que o edital teria excludo da referida fase. Entretanto, o tribunala quodenegou a segurana sob o fundamento de que o assunto faz parte do Direito Civil, disciplina do bloco de matrias que poderiam ser objeto de questionamentos. Nesse contexto, salientou o Min. Relator que a nova redao conferida pela Lei n. 12.010/2009 ao art. 1.618 do CC/2002 o qual passou a prever que a adoo ser deferida na forma prevista pelo ECA j estava em vigor quando da convocao do candidato para o exame oral e, uma vez previsto em edital o subitem adoo dentro do ramo de Direito Civil, dever do candidato manter-se atualizado quanto matria. Precedentes citados: AgRg no RMS 22.730-ES, DJe 10/5/2010, e RMS 21.743-ES, DJ 5/11/2007.RMS 33.191-MA, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 14/4/2011.Inf.469, STJ.

As alteraes legislativas supervenientes podem ser inseridos no concurso se um dos pontos forem alterados, se fizerem remisso expressa a um dos pontos.

DEMISSO. ESTGIO PROBATRIO. PAD.A jurisprudncia do STJ entende que a exonerao de servidores pblicos concursados e nomeados para cargo efetivo, ainda que se encontrem em estgio probatrio, necessita do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditrio (vide,tambm, a Sm. n. 21-STF). Contudo, na hiptese de servidor em estgio probatrio, apregoa que no se faz necessria a instaurao de processo administrativo disciplinar (PAD) para tal, admitindo ser suficiente a abertura de sindicncia que assegure os princpios da ampla defesa e do contraditrio. Anote-se que essa exonerao no tem carter punitivo, mas se lastreia no interesse da Administrao de dispensar servidores que, durante o estgio probatrio, no alcanam bom desempenho no cargo. Precedentes citados: RMS 20.934-SP, DJe 1/2/2010; EDcl no AgRg no RMS 21.078-AC, DJ 28/6/2006; RMS 21.012-MT, DJe 23/11/2009; AgRg no RMS 13.984-SP, DJ 6/8/2007; RMS 21.000-MT, DJ 4/6/2007, e RMS 13.810-RN, DJe 26/5/2008.RMS 22.567-MT, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 28/4/2011.Inf. 470, STJ.

Durante o estgio probatrio o servidor pode ser exaurido/ demitido sem a instaurao formal de um processo administrativo, mas isso no afasta a necessidade da ampla defesa e do contraditrio.Aps a estabilidade s perde o cargo nos casos do 41, pargrafo primeiro e 169, pargrafo quarto, CF.

SERVIDOR PBLICO. PAD. SUSPENSO. DEMISSO.Trata-se de mandado de segurana em que se pretende desconstituir ato do ministro de Estado da Justia pelo qual foi demitido o ora impetrante do cargo de Defensor Pblico da Unio em razo de conduta desidiosa apurada em procedimento administrativo disciplinar (PAD). Sustenta-se, na impetrao, com base na LC n. 80/1994 e no Dec. n. 3.035/1999, ser a autoridade coatora incompetente para a prtica de tal ato. Afirma-se, ainda, que ao impetrante j fora aplicada a pena de suspenso por 90 dias em funo dos mesmos fatos, no sendo admissveis a promoo de um rejulgamento e a cominao de uma nova sano ainda mais grave. Inicialmente, observou o Min. Relator, com base no art. 1, I, do mencionado decreto, ser a autoridade coatora competente para o ato praticado. Contudo, consignou que, no caso em questo, foram extrapolados os estritos limites que regem a possibilidade de reviso do desfecho do PAD, o qual, por sujeitar o servidor pblico a uma eventual punio, precisa arvorar-se do mais elevado respeito aos princpios do contraditrio e da ampla defesa e, nesse passo, emprestar deciso final o signo da definitividade. Assim, findo o processo e esgotada a pena, no possvel que, por irregularidade para a qual o impetrante no contribuiu e que sequer foi determinante ao resultado do PAD, a Administrao Pblica ignore o cumprimento da sano, promova um rejulgamento e agrave a situao do servidor, ao arrepio dos princpios da segurana jurdica e da proteo boa-f. Asseverou que concluir de forma diversa seria submeter o impetrante ao completo alvedrio da Administrao, o que geraria uma conjuntura de insuportvel insegurana na medida em que irregularidades provenientes nica e exclusivamente da atuao do Poder Pblico teriam o condo de tornar altamente mutveis as decises disciplinares, inclusive para agravar a sano. Ademais, este Superior Tribunal entende que o simples rejulgamento do PAD ofende o devido processo legal por no encontrar respaldo na Lei n. 8.112/1990, que prev sua reviso to somente quando houver possibilidade de abrandamento da sano disciplinar aplicada ao servidor. Diante dessas consideraes, a Seo concedeu a segurana. Precedentes citados: MS 8.361-DF, DJ 4/6/2007; MS 9.782-DF, DJ 3/11/2004, e MS 13.523-DF, DJe 4/6/2009.MS 16.141-DF, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 25/5/2011.Inf. 474, STJ.

Defensor pblico comete a infrao e aplicado sano mdia 90 dias de suspenso, s que depois na auto-tutela por conta de um cicio a prpria autoridade administrativa anula a deciso e depois instaura novo processo com resultado mais grave demisso.STJ entendeu que a demisso ilegal, a segunda deciso ilegal. No caso especfico o servidor cumpriu os 90 dias ainda que baseado num ato viciado, e quanto a isso no d mais para voltar atrs. No d para punir duas vezes o mesmo servidor pelo mesmo fato. STJ faz meno lei 8112/90, ao instituto da reviso.Em tese, trata-se de anulao (e nesse caso caberia anular e demiti-lo). No caso concreto, entretanto, como o servidor j havia cumprido a sano no poderia ser agravado.

LICITAOES E CONTRATOS

LICITAO. EXIGNCIA. EDITAL. SANEAMENTO POSTERIOR.Trata-se, na origem, de ao civil pblica (ACP) ajuizada peloParquetque objetivava, entre outros temas, a decretao de nulidade de contrato de concesso de servios pblicos precedido de obra pblica para a administrao de cemitrios, tendo em vista a inobservncia do capital social mnimo exigido no edital de licitao, que posteriormente foi sanada. A Turma negou provimento ao recurso, por entender que, entre anular o contrato firmado para a prestao de obras e servios como a recuperao e modernizao das instalaes fsicas, construo de ossurios, cinzrios, crematrio e adoo de medidas administrativas e operacionais para a ampliao da vida til de seis cemitrios, ou admitir o saneamento de uma irregularidade contratual para possibilitar a continuidade dos referidos servios, no caso em tela,essenciais populao, deve prevalecer a ltima opo, pois ela a que mais se harmoniza com o interesse pblico. Ressalte-se que a eventual paralisao na execuo do referido contrato e a consequente descontinuidade dos servios prestados pela empresa licitante constituiriam afronta ao princpio da continuidade dos servios pblicos essenciais, tendo em vista a impossibilidade de o ente pblico assumir, de forma direta, a prestao das mencionadas atividades em razo da desmobilizao da infraestrutura estatal, aps a concluso do procedimento licitatrio. Assim, reiterou-se o entendimento perfilhado pelo tribunala quode que possvel a correo posterior de uma exigncia prevista no edital de licitao (capital social mnimo de empresa) para preservar o bem comum dos administrados.REsp 950.489-DF, Rel.Min. Luiz Fux, julgado em 3/2/2011.

Na habilitao da licitao foi exigida comprovao de capital social mnimo, a empresa no cumpre o certame porm continua participando e acaba por ganhar. O MP prope uma ao para anular. O STJ reconhece que houve o descumprimento e que pode gerar a prpria nulidade do contrato. A lei de licitaes traz as exigncias e diz que as exigncias devem ser mantidas durante toda a relao contratual.O STJ entendeu que formalmente o contrato deveria ser anulado, mas a empresa sanou as irregularidades no curso do contrato.O STJ diz que poderia tomar uma entre as duas opes: ser formal e anular o contrato ou ento relativizar em favor da continuao do servio pblico relativizao da legalidade para no prejudicar o servio pblico.STJ deu primazia a continuidade dos servios pblicos, relativizando o formalismo. Formalismo moderado.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

TEORIA. PERDA. CHANCE. CONCURSO. EXCLUSO.A Turma decidiu no ser aplicvel a teoria da perda de uma chance ao candidato que pleiteia indenizao por ter sido excludo do concurso pblico aps reprovao no exame psicotcnico. De acordo com o Min. Relator, tal teoria exige que o ato ilcito implique perda da oportunidade de o lesado obter situao futura melhor, desde que a chance seja real, sria e lhe proporcione efetiva condio pessoal de concorrer a essa situao. No entanto, salientou que,in casu, o candidato recorrente foi aprovado apenas na primeira fase da primeira etapa do certame, no sendo possvel estimar sua probabilidade em ser, alm de aprovado ao final do processo, tambm classificado dentro da quantidade de vagas estabelecidas no edital.AgRg noREsp 1.220.911-RS, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 17/3/2011.

Candidato reprovado em etapa do concurso se insurge contra ele e em conseqncia consegue provar a irregularidade. Sua excluso foi ilcita, porm o concurso j teria acabado e no conseguiu reingressar.No se aplica a teoria da perda de uma chance. A teoria que o ato ilcito e implique perda da oportunidade de o lesado obter chance futura melhor, desde que seja real, sria e que proporcione efetiva condio pessoal de concorrer a esta situao.

ORGANIZAO ADMINISTRATIVA

SLS. SOCIEDADE. ECONOMIA MISTA. LEGITIMIDADE.Trata-se de agravo regimental em que a agravante, sociedade de economia mista, insurge-se contra o indeferimento do pedido de suspenso de liminar e de sentena (SLS) no qual alegou violao da ordem e economia pblicas. A Corte Especial, ao prosseguir o julgamento, negou provimento ao agravo regimental sob o entendimento de que carece a agravante de legitimidade para o referido pedido de suspenso. Assim, consignou-se que as empresas pblicas e as sociedades de economia mista apenas so legitimadas quando em discusso questes ligadas diretamente prestao do servio pblico a elas delegado, o que no o caso. Precedente citado: SLS 771-SC, DJe 24/8/2009.AgRg naSLS 1.320-BA, Rel. Min. Presidente Ari Pargendler, julgado em 16/3/2011.Inf. 466, STJ.

STF entendeu que deve ser feita interpretao para se admitir a propositura de ao de segurana por empresas estatais quando em discusso de questes ligadas diretamente prestao de servios pblicos.

Sociedades de economia mista e regime de precatrios - 7O regime de execuo por precatrios no se aplica s Centrais Eltricas do Norte do Brasil S/A Eletronorte. Com base nesse entendimento, o Plenrio, por maioria, desproveu recurso extraordinrio em que discutido se o regime de precatrios aplicar-se-ia, ou no, a sociedades de economia mista v. Informativos 607 e 611. Prevaleceu o voto proferido pelo Min. Joaquim Barbosa. Inicialmente, realou que seria preponderante para a resoluo da controvrsia a circunstncia de o modelo de gerao e fornecimento de energia admitir a livre iniciativa e a concorrncia. Apontou que interessariam os servios pblicos, quais sejam, as produtoras independentes de energia e as auto-produtoras de energia com autorizao para comercializar o excedente gerado. Concluiu que a extenso sociedade de economia mista, de prerrogativa constitucional inerente ao Estado, teria o potencial para desequilibrar artificialmente as condies de concorrncia, em prejuzo das pessoas jurdicas e dos grupos por elas formados alheios a qualquer participao societria estatal. Asseverou ser incontroverso que o objetivo principal da recorrente, sociedade de economia mista, seria a explorao lucrativa em benefcio de seus acionistas, entidades pblicas ou privadas. Explicitou que o direito de buscar o lucro teria como perspectiva o particular, e no o Estado. Ponderou que, se a relevncia da atividade fosse suficiente para reconhecimento dessas garantias, atividades como os servios de sade, a extrao, o refino e a distribuio de petrleo, a indstria petroqumica, as empresas farmacuticas e as entidades de educao tambm seriam beneficirias dessas prerrogativas, bastando que o Poder Pblico se aliasse ao corpo societrio do empreendimento privado. Mencionou que a controladora da recorrente possuiria aes livremente negociadas em bolsas de valores. Ademais, assinalou que a Eletronorte no exploraria o potencial energtico das fontes nacionais independentemente de qualquer contraprestao, mas o faria, licitamente, para obter lucro, no ocupando, portanto, o lugar do Estado. Vencidos os Ministros Ayres Britto, relator, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, que proviam o recurso.RE 599628/DF, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o acrdo Min. Joaquim Barbosa 25.5.2011. (RE-599628)Inf. 628, STF.

Eletronorte pretendia trazer para si a regra do precatrio. STF entendeu que o regime de precatrios no se aplica 1 empresas estatais simplesmente por que no so pessoas privadas, s teria aplicao para as pessoas de direito pblico.STF em sua histria s admitiu uma exceo, que foi em relao aos correios, empresa pblica que tratada como uma autarquia.

SERVIOS PBLICOS

Concessionrias de servio pblico e medidores de consumo - 1

Por reputar caracterizada afronta aos artigos 21, XI, XII, b, e 22, IV, da CF (Art. 21. Compete Unio: ... XI - explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso, os servios de telecomunicaes, nos termos da lei, que dispor sobre a organizao dos servios, a criao de um rgo regulador e outros aspectos institucionais; XII - explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso: ... b) os servios e instalaes de energia eltrica e o aproveitamento energtico dos cursos de gua, em articulao com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergticos; ... Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre: ... IV - guas, energia, informtica, telecomunicaes e radiodifuso), o Plenrio julgou procedente pedido formulado em ao direta ajuizada pelo Procurador-Geral da Repblica para declarar, com eficcia ex nunc, a inconstitucionalidade das Leis 3.915/2002 e 4.561/2005, do Estado do Rio de Janeiro. As leis questionadas determinam a instalao de medidores individuais de consumo e a cobrana individualizada dos servios de consumo coletivo por parte das concessionrias de servios pblicos fornecedoras de luz, gua, telefonia fixa e gs naquela unidade federativa. Preliminarmente, rejeitou-se a alegao de se estar diante de ofensa reflexa Constituio. Aduziu-se que as citadas leis fluminenses seriam atos normativos autnomos, cujo contedo no se prestaria a regulamentar outra norma infraconstitucional. No mrito, asseverou-se que as normas adversadas interviriam na relao contratual de concesso firmada entre a Unio e suas concessionrias. Alguns precedentes citados: ADI 2337 MC/SC (DJU de 21.6.2002); ADI 2615 MC/SC (DJU de 6.12.2002); ADI 855/PR (DJe de 27.3.2009) e ADI 3322 MC/DF (DJe de 4.3.2011).ADI 3558/RJ, rel. Min. Crmen Lcia, 17.3.2011. (ADI-3558)

Concessionrias de servio pblico e medidores de consumo - 2Ao aplicar o entendimento acima exposto, o Plenrio, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ao direta proposta pela Associao Brasileira de Distribuidores de Energia Eltrica Abradee para declarar a inconstitucionalidade da expresso eletricidade contida no art. 1 da Lei fluminense 4.901/2006 (Art. 1 - Os medidores de consumo de gua, eletricidade, telefonia e gs devero ser ou estar instalados em local visvel e de fcil acesso aos consumidores. Pargrafo nico O local previsto no caput a parte interna da propriedade onde se realiza o consumo.). Consignou-se que, na espcie, a pertinncia temtica estaria limitada ao campo eltrico, tendo em conta a composio da requerente, a qual seria constituda por empresas concessionrias de distribuio de energia eltrica, cuja finalidade institucional abrangeria a representao, judicial ou extrajudicial, para a defesa dos interesses de seus associados. Vencido o Min. Marco Aurlio que, ao ressaltar a competncia dos Estados-membros para legislar sobre consumo, julgava o pleito improcedente ao fundamento de que no teria havido usurpao, sob ao ngulo formal, da competncia da Unio.ADI 3905/RJ, rel. Min. Crmen Lcia, 17.3.2011. (ADI-3905)

Inf. 619, STF Plenrio.

Lei do Estado do RJ que tratava de medidores individuais de consumo.Servios de gua, luz, telefone e gs. inconstitucional porque s a Unio tem competncia para legislar sobre os servios mencionados. Artigo 21, XI, XII e artigo 22, IV, CF. STF entendeu que as leis estaduais no podem tratar do tema. Declarou inconstitucional porm modulou os efeitos para dar efeito ex nunc.

PODER DE POLICIA

Norma de transito e Competncia.Por entender usurpada a competncia da Unio para legislar sobre trnsito e transportes (CF, art. 22, XI), o Plenrio julgou procedente pedido formulado em ao direta ajuizada pelo Governador do Estado de So Paulo para declarar a inconstitucionalidade da Lei paulista 10.884/2001, que dispe sobre a obrigatoriedade de reserva de espao para o trfego de motocicletas nas vias pblicas de grande circulao da Regio Metropolitana daquela capital, assim consideradas pela autoridade de trnsito. Citou-se jurisprudncia da Corte no sentido do reconhecimento da inconstitucionalidade formal de normas estaduais que tratam sobre a matria.ADI 3121/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, 17.3.2011. (ADI-3121)

Inf. 619, STF.S a Unio pode legislar sobre trnsito.

DESAPROPRIAO

Decreto expropriatrio e transmisso mortis causa - 3Em concluso, o Plenrio, por maioria, denegou mandado de segurana impetrado contra ato do Presidente da Repblica que, por meio de decreto, declarara de interesse social, para fins de reforma agrria, imvel rural v. Informativos 367 e 379. Ressaltou-se a necessidade de se interpretar o art. 1.784 em conjunto com o disposto no art. 1.791 e seu pargrafo nico, ambos do Cdigo Civil, de modo que a saisine somente tornaria mltipla a titularidade do imvel, o qual permaneceria uma nica propriedade at a partilha, unidade que no poderia ser afastada quando da apurao da rea do imvel para fins de reforma agrria, razo por que no se poderia tomar cada parte ideal como propriedade distinta. Salientou-se no ser aplicvel, espcie, o 6 do art. 46 do Estatuto da Terra (Lei 4.504/64), j que a expresso para os fins desta Lei nele contida teria o objetivo apenas de instrumentar o clculo do coeficiente de progressividade do Imposto Territorial Rural - ITR, no servindo o procedimento previsto de parmetro para o dimensionamento de imveis rurais destinados reforma agrria, matria afeta Lei 8.629/93. No que tange ao apontado erro de clculo da rea do imvel, afirmou-se que, para os fins dessa ltima lei, deveria ser levada em conta a rea global, sem deduo das reas no aproveitveis e da reserva legal (Lei 4.771/65, art. 16, 2), o que seria considerado somente no clculo da produtividade do imvel (Lei 8.629/93, art. 6). Com base nisso, e tendo em conta o laudo tcnico do INCRA, considerou-se o imvel em questo uma grande propriedade rural improdutiva passvel de desapropriao. Afastaram-se as demais alegaes dos impetrantes, por considerar que demandariam dilao probatria, incabvel na via eleita.MS 24924/DF, rel. orig. Min. Marco Aurlio, red. p/ o acrdo Min. Joaquim Barbosa, 24.2.2011. (MS-24924)Inf. 617, STF

Desapropriao pra fins de reforma agrria, artigo 184, CF. tipo de sano por falta de cumprimento aos requisitos da funo social da propriedade.Artigo 185, impossibilidade jurdica, no cabvel em:- pequena e mdia propriedade rural;- Imvel rural produtivo.Ainda que o bem seja transferido aos herdeiros, no houve a partilha. O bem continua sendo um s e passvel, portanto, de desapropriao.

DESAPROPRIAO. VALORIZAO ESPECFICA.Cuida-se de REsp derivado de ao indenizatria por desapropriao indireta no qual a autora, ora recorrente, insurge-se, entre outras questes, contra a assertiva do acrdo recorrido de que a valorizao de seu imvel (rea remanescente) decorrente da construo de rodovia estadual deveria ser deduzida do valor da indenizao. Nesse contexto, mostra-se relevante frisar que a valorizao imobiliria que advm de obra ou servio pblico pode ser de ordem geral (beneficia indistintamente grupo considervel de administrados) ou especial (apenas um ou alguns identificados ou identificveis so beneficiados) e a mais-valia divide-se em ordinria (todos os imveis lindeiros obra valorizam-se na mesma proporo) ou extraordinria (um ou alguns se valorizam mais que outros sujeitos mais-valia ordinria). Na hiptese de valorizao geral ordinria, o Poder Pblico tem em mo o instrumento legal da contribuio de melhoria e, diante da valorizao geral extraordinria, tem a desapropriao por zona ou extensiva (art. 4 do DL n. 3.365/1941). J na seara da valorizao especfica e s nela, pode o Estado abat-la da indenizao a ser paga (art. 27 daquele mesmo DL, que deve ser interpretado em consonncia com os demais princpios e regras do ordenamento jurdico). Anote-se que a tendncia da jurisprudncia de vetar o abatimento da mais-valia pelo Estado como regra geral remonta dcada de 1950 e visava assegurar que o nus referente valorizao fosse suportado no s pelo expropriado, mas por todos os beneficiados pelo melhoramento pblico, alm de evitar que o desapropriado ficasse devedor do Poder Pblico acaso a valorizao da parte remanescente fosse maior que o preo da parte desapropriada. Contudo, essa tendncia sofreu evoluo jurisprudencial a possibilitar a compensao nos casos de valorizao especfica, diante da impossibilidade de repartir o nus oriundo da valorizao. Disso decorre a jurisprudncia do Superior Tribunal de que essa compensao no pode ser feita na desapropriao, com exceo dos casos de comprovada valorizao especfica ou individual. No caso, patente a mais-valia da rea remanescente em decorrncia da construo da rodovia. Todavia, essa se mostra no como especial, mas como genrica, ao atingir os mesmos patamares dos demais imveis lindeiros. Da a respectiva mais-valia dever ser cobrada mediante contribuio de melhoria, a invalidar seu abatimento proporcional do valor da indenizao, tal qual assentado no acrdo recorrido. Esse entendimento foi firmado por maioria pela Turma no prosseguimento do julgamento. Precedentes citados: REsp 795.580-SC, DJ 1/2/2007; REsp 951.533-MG, DJe 5/3/2008, e REsp 831.405-SC, DJ 12/11/2007.REsp 1.092.010-SC, Rel.Min. Castro Meira, julgado em 12/4/2011.Inf. 469, STJPoder pblico faz desapropriao indireta, particular prope ao para ser indenizado. Poder pblico no argumenta que deve indenizar o particular.STJ entende que pode haver valorizaes por conta de obra pblica, na parte remanescente do imvel.Valorizao pode ser: geral ou especial. Geral a que beneficia os imveis indistintamente. Especial a que beneficia um grupo determinado.Pode ser ainda: ordinria ou extraordinria. Ordinria a que valoriza na mesma intensidade os imveis. Extraordinria a que valoriza mais uns do que outros.Se for geral e ordinria, o poder pblico deve utilizar a contribuio de melhoria.Se for geral e extraordinria o remdio a desapropriao por zona do artigo quarto, DL. 3361.Se for especfica, pode o Estado abater da indenizao a valorizao que foi dada ao imvel do particular.

Desapropriao: interesse social e reforma agrria - 1O Plenrio denegou mandado de segurana impetrado com o fim de anular decreto presidencial que declarara de interesse social, para fins de estabelecimento e manuteno de colnias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrcola, imvel rural localizado no Estado da Paraba, nos termos da Lei 4.132/62 (Art. 2 Considera-se de interesse social: ... III - o estabelecimento e a manuteno de colnias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrcola). Alegava a impetrao que o Tribunal de Justia local teria anulado decreto estadual que desapropriara a mesma rea, para fins de estabelecimento de colnia agrcola, razo pela qual o decreto impugnado afrontaria a coisa julgada. Sustentava, ademais, que no se poderia, no caso, cogitar de desapropriao para fins de reforma agrria, haja vista referir-se a mdia propriedade rural produtiva, e que teria havido desvio de finalidade, visto que a regio destinada desapropriao seria diversa daquela onde residiriam os colonos. Apontava, tambm, que o ato impugnado teria autorizado o Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria INCRA a promover a desapropriao e que a autarquia no teria competncia legal para tanto. Por fim, afirmava afronta ao devido processo legal, ampla defesa e ao contraditrio em decorrncia da falta de vistoria prvia do imvel.MS 26192/PB, rel. Min. Joaquim Barbosa, 11.5.2011. (MS-26192)

Desapropriao: interesse social e reforma agrria - 2Em relao ao argumento de violao coisa julgada, salientou-se que o decreto expropriatrio proferido pelo Estado-membro teria sido anulado, em sentena transitada em julgado, devido a vcio de incompetncia, uma vez que encampado com o intuito de reforma agrria, atribuio exclusiva da Unio. No ponto, destacou o Min. Luiz Fux que esse vcio consistiria em mera formalidade, de modo a no impedir a propositura de nova ao com o mesmo objeto. Reputou-se que, muito embora se tratasse de mdia propriedade rural produtiva, o ato impugnado no teria a finalidade de desapropriar para reforma agrria, mas para atender a interesse social, conceito este mais amplo do que aquele. A respeito, o Min. Celso de Mello consignou que a desapropriao para fins de reforma agrria seria modalidade de desapropriao-sano, condicionada notificao prvia como medida concretizadora do devido processo e vinculada ao mau uso da propriedade, cuja justa e prvia indenizao se daria em ttulos da dvida agrria. Enfatizou que a hiptese dos autos, por sua vez, trataria de assentamento de colonos em observncia a interesse social, sem carter sancionatrio motivo pelo qual a justa e prvia indenizao teria ocorrido em espcie e no vinculada produtividade ou s dimenses da rea desapropriada. Acrescentou o Min. Joaquim Barbosa, relator, que o referido interesse social residiria na necessidade de apaziguamento dos iminentes conflitos fundirios na regio e, por essa razo, estaria justificada a interferncia da Unio, por meio do INCRA. O Min. Ayres Britto aduziu que no competiria citada autarquia atuar apenas em questes de reforma agrria, mas tambm naquelas de interesse social diverso. No tocante ao sustentado desvio de finalidade, assentou-se que caberia ao rgo expropriante determinar a gleba a ser destinada aos colonos, consideradas, inclusive, as reas de preservao ambiental.MS 26192/PB, rel. Min. Joaquim Barbosa, 11.5.2011. (MS-26192)

Inf. 626 STF.A Unio ou qualquer ente federado pode fazer a declarao.Celso de Mello disse que no podemos confundir os tipos de desapropriao. Uma coisa o artigo 184, a outra coisa o ente federado se valer da lei.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E AOES CONSTITUCIONAIS

Legitimidade do Ministrio Pblico: ao civil pblica e patrimnio pblico municipal - 4O Ministrio Pblico possui legitimidade ativa ad causam para promover ao civil pblica em defesa do patrimnio pblico, nos termos do art. 129, III, da CF. Essa a concluso do Plenrio ao prover, por maioria, recurso extraordinrio, a ele afetado pela 2 Turma, interposto contra acrdo que mantivera sentena que indeferira liminarmente petio inicial de parquet estadual, por entender que o dispositivo constitucional em comento no dera ao civil pblica a amplitude pretendida pelo rgo ministerial v. Informativo 567. Considerou-se que haveria de ser mantida a jurisprudncia do STF no sentido de que, depois da promulgao da Constituio Federal de 1988, especialmente em razo do alcance que deve ser conferido norma contida em seu art. 129, III, o Ministrio Pblico est legitimado para ajuizar aes civis pblicas para a proteo do patrimnio pblico, podendo postular, inclusive, a reparao direta do dano eventualmente causado a ente da Administrao Pblica. O Min. Dias Toffoli destacou, em seu voto-vista, que seria extremamente relevante o reconhecimento da legitimidade do Ministrio Pblico, sobretudo por no haver, na maioria dos Municpios, procuradoria de advocacia pblica instituda. Asseverou, no ponto, que a Constituio Federal teria determinado a obrigatoriedade da advocacia pblica federal e estadual, mas no a municipal, a qual poderia dar maiores condies para que os Municpios atuassem em juzo. Vencidos os Ministros Eros Grau, relator, e Cezar Peluso, Presidente, que desproviam o recurso, ao fundamento de que o Ministrio Pblico no teria legitimidade para exigir, em ao civil pblica, o que poderia vir a ser objeto de ao popular (CF, art. 5, LXXIII).RE 225777/MG, rel. orig. Min. Eros Grau, red. p/ o acrdo Min. Dias Toffoli, 24.2.2011. (RE-225777)Inf. 617, STF.O MP possui legitimidade para propor essa ACP, visando a proteo do patrimnio municipal. Procuradores fazendrios devem proteger ou tentar proteger. O STF alegou que se no fossem legtimos para propor essa ao o patrimnio municipal ficaria sem defesa, o Maximo que pode acontecer a legitimidade concorrente.Outro argumento o artigo 29, IV, CF.

ACP. INVERSO. NUS. PROVA. MP.Trata-se, na origem, de ao civil pblica (ACP) interposta pelo MP a fim de pleitear que o banco seja condenado a no cobrar pelo servio ou excluir o extrato consolidado que forneceu a todos os clientes sem prvia solicitao, devolvendo, em dobro, o que foi cobrado. A Turma entendeu que, na ACP com cunho consumerista, pode haver inverso do nus da prova em favor do MP. Tal entendimento busca facilitar a defesa da coletividade de indivduos que o CDC chamou de consumidores (art. 81 do referido cdigo). O termo consumidor, previsto no art. 6 do CDC, no pode ser entendido apenas como parte processual, mas sim como parte material da relao jurdica extraprocessual, ou seja, a parte envolvida na relao de direito material consumerista na verdade, o destinatrio do propsito protetor da norma.REsp 951.785-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 15/2/2011.

Inf.463, STJ.Ou o banco pra de fornecer extratos consolidados ou ento fornece sem cobrar.MP pleiteou a inverso do nus da prova e quis que o banco provasse que aquilo que o MP narrava no era verdadeiro.STJ entendeu que sim, com fundamento nos destinatrios da deciso. Os consumidores so hipossuficientes e por esse caso especfico poderia haver a inverso do nus da prova.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ELEMENTO SUBJETIVO.Cuida-se, na origem, de ao civil pblica (ACP) por ato de improbidade administrativa ajuizada em desfavor de ex-prefeito (recorrente) e empresa prestadora de servios em razo da contratao da referida sociedade sem prvia licitao, para a prestao de servios de consultoria financeira e oramentria, com fundamento no art. 25, III, c/c art. 13, ambos da Lei n. 8.666/1993. O tribunala quo, ao examinar as condutas supostamente mprobas, manteve a condenao imposta pelo juzo singular, concluindo objetivamente pela prtica de ato de improbidade administrativa (art. 10, VIII, da Lei n. 8.429/1992, Lei de Improbidade Administrativa LIA). Nesse contexto, a Turma deu provimento ao recurso, reiterando que o elemento subjetivo essencial caracterizao da improbidade administrativa, tendo em vista a natureza de sano inerente LIA. Ademais, o ato de improbidade exige, para sua configurao, necessariamente, o efetivo prejuzo ao errio (art. 10,caput, da LIA), diante da impossibilidade de condenao ao ressarcimento de dano hipottico ou presumido. Na hiptese dos autos, diante da ausncia de m-f dos demandados (elemento subjetivo), bem como da inexistncia de dano ao patrimnio pblico, uma vez que o pagamento da quantia de cerca de R$ 50 mil ocorreu em funo da prestao dos servios pela empresa contratada em razo de notria especializao, revela-seerror in judicandona anlise do ilcito apenas sob o ngulo objetivo. Dessarte, visto que ausente nodecisuma afirmao do elemento subjetivo, incabvel a incidncia de penalidades por improbidade administrativa. Precedentes citados: REsp 805.080-SP, DJe 6/8/2009; REsp 939.142-RJ, DJe 10/4/2008; REsp 678.115-RS, DJ 29/11/2007; REsp 285.305-DF, DJ 13/12/2007, e REsp 714.935-PR, DJ 8/5/2006.REsp 1.038.777-SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 3/2/2011.

Inf. 462, STJ.Lei 8429/92 lei de improbidade.No podemos banalizar a Improbidade administrativa, a Improbidade tem carter subsidirio para situaes mais graves.Para aplicao do artigo 11 no basta a violao e em princpio tem que ter comprovada m-f do agente, sem dolo no h a improbidade do artigo nono, e artigo 11.A hiptese do artigo 10 comporta culpa, por que assim expressamente o falou.Caso concreto contratao direta sem licitao proposta ao de improbidade sob o argumento de que aquela contratao viola a legalidade e que houve dano ao errio.STJ entendeu que no dava para aplicar nenhuma das sanes. No foi comprovada e nem discutida a m-f do servidor e , logo no poder ser aplicado.No houve dano ao errio por que o servio foi devidamente prestado, se no fosse prestado por esse servidor, o seria feito por outro.

ACP. LEGITIMIDADE. CENTRO ACADMICO.Trata-se de REsp em que se discute a legitimidade dos centros acadmicos universitrios, no caso, centro acadmico de Direito, para propor ao civil pblica (ACP) em defesa de interesse dos estudantes do respectivo curso. Inicialmente, ressaltou o Min. Relator que os centros acadmicos universitrios se inserem na categoria de associao civil, pessoa jurdica criada a partir da unio de pessoas cujos objetivos comuns de natureza no econmica convergem. Assim, entendeu que o centro acadmico de Direito, ora recorrente, na condio de associao civil, possui legitimidade para ajuizar ACP na defesa dos interesses dos estudantes do respectivo curso. Consignou que, na hiptese em questo, ao contrrio do que foi assentado nas instncias ordinrias, os direitos postos em juzo, por dizerem respeito a interesses individuais dos estudantes de Direito frente instituio, so direitos individuais homogneos, pois derivam de uma origem comum, qual seja, o regulamento da faculdade/universidade e os contratos de adeso celebrados entre a instituio de ensino e cada aluno. Desse modo, mostra-se vivel a defesa coletiva de direitos pela referida entidade mediante ACP, merc do que dispe o art. 81, pargrafo nico, III, do CDC.Registrou, ainda, que tanto o STF quanto o STJ entendem que, em se tratando de substituio processual, como no caso, no de exigir-se autorizaoad hocdos associados para que a associao, regularmente constituda, ajuze a ACP cabvel. Ademais, na espcie, houve assembleia especificamente convocada para o ajuizamento das aes previstas na Lei n. 9.870/1999, sendo colhidas as respectivas assinaturas dos alunos, circunstncia em si suficiente para afastar a ilegitimidade aventada pelo acrdo recorrido. Diante desses fundamentos, entre outros, a Turma deu provimento ao recurso. Precedentes citados do STF: RE 436.047-PR, DJ 13/5/2005; AI 650.404-SP, DJe 13/3/2008; AI 566.805-SP, DJ 19/12/2007; do STJ: AgRg nos EREsp 497.600-RS, DJ 16/4/2007; REsp 991.154-RS, DJe 15/12/2008; REsp 805.277-RS, DJe 8/10/2008; AgRg no Ag 1.153.516-GO, DJe 26/4/2010; REsp 132.906-MG, DJ 25/8/2003; REsp 880.385-SP, DJe 16/9/2008, e REsp 281.434-PR, DJ 29/4/2002.REsp 1.189.273-SC, Rel.Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 1/3/2011.

Inf. 465, STJ.Pode por que um centro acadmico uma associao civil. ACP seria proposta para defesa dos interesses dos estudantes daquela localidade.Para essa ao no precisava de autorizao dos associados.

IMPROBIDADE. IURA NOVIT CURIA.Trata-se, na origem, de ao que busca a condenao de ex-agente pblico por atos de improbidade e a consequente indenizao pelo uso indevido de valores arrecadados para a campanha eleitoral depois de ter sido empossado no cargo pblico, configurando a influncia do exerccio do cargo como condio para o enriquecimento ilcito. Consta que, depois de ter sido eleito, foram-lhe entregues pelos seus colaboradores milhes em moeda corrente e outras vantagens a ttulo de sobras de campanha. Na instnciaa quo, o TRF julgou improcedentes os pedidos formulados pelo MPF porque a invocada Lei n. 8.429/1992 no se aplicaria ao caso, visto que no poderia retroagir para alcanar os fatos anteriores sua vigncia. A Unio e o MPF alegam nos especiais, entre outros, a violao dos arts. 282, III, e 126 do CPC; 1 da Lei n. 3.502/1958 e 186 do CC/2002, ao argumento de que, ainda que invocada fundamentao legal no aplicvel, no cumpre parte apontar qual lei quer que proteja seu direito, mas sim como e por que ela quer seu direito protegido o juiz buscar a lei porque dela conhece; de modo que, afastada a aplicao da Lei n. 8.429/1992, caberia ao tribunala quoaveriguar a existncia de outros dispositivos legais aptos a sustentar os pedidos ou ao menos alguns deles. Ocorre, porm, que a viabilidade de o juiz decidir causa com base em preceito normativo no invocado pelas partes ou diferente do invocado (autorizada pela mximaiura novit curia) tem como pressuposto necessrio a manuteno dos demais termos da demanda, sobretudo no que se refere ao pedido e causa de pedir deduzidos na inicial (teoria da substanciao e arts. 128 e 460 do CPC). No caso, esse pressuposto no est configurado. A exordial deixa claro que o objeto da ao aplicar as penalidades previstas no art. 37, 4, da CF/1988. Alm disso, na causa de pedir no h alegao de dano causado Unio. Pelo contrrio, segundo sustenta o MPF nas razes de apelao, a ao visa obter sentena de reparao pelos danos causados ao bem jurdico imaterial, isto , moralidade administrativa. Dessarte, estabelecidos os fatos da causa e do pedido, no h como apreci-los luz de outras normas (tal qual a Lei n. 3.502/1958, que se pretende incidir na hiptese). No que tange aos nus sucumbenciais, no sistema normativo ptrio, includa a CF/1988, est consagrado o princpio de que, em aes que visam tutelar os interesses sociais dos cidados, os demandantes, salvo em caso de comprovada m-f, no ficam sujeitos a tais nus. Refletem esse princpio, entre outros dispositivos, o art. 5, LXXIII e LXXVII, da CF/1988 e o art. 18 da Lei n. 7.347/1985. De modo que, ainda que no haja regra especfica a respeito, justifica-se, em nome desse princpio, que tambm na ao de improbidade o autor sucumbente fique dispensado de pagar honorrios, tal como no caso. Com essas, entre outras consideraes, a Turma conheceu parcialmente dos recursos e, nessa parte, deu-lhes parcial provimento.REsp 1.153.656-DF, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 10/5/2011.Inf. 472, STJ.Fato praticado antes do advento da nossa lei de improbidade. No se aplica retroativamente os atos normativos lei de improbidade s pode ser aplicado aos fatos acontecidos durante a sua vigncia.STJ disse que tem que se compreender os limites da aplicao do Iura Novit Curia, fazendo correlao com a teria da congruncia, o magistrado fica adstrito ao direito, ao pedido formulado. O juiz conhece o direito, mas tambm se limita ao pedido.

BENS PBLICOS

RETENO. BEM PBLICO. LIMINAR. REINTEGRAO. ART. 924 DO CPC. IMPOSSIBILIDADE.Trata-se, na origem, de ao de reintegrao de posse cumulada com demolio na qual a autarquia estadual alega ser proprietria da rea adquirida por meio de escritura de desapropriao registrada em cartrio em abril de 1968. Afirma que a rea foi declarada de utilidade pblica para formao de um reservatrio de usina hidreltrica. Narra, ainda, que os rus, ora recorrentes, ocupam parte da rea desde junho de 1996, tendo construdo, no local, garagem para barco, per e rampa. A Turma, baseada em remansosa jurisprudncia, negou provimento ao especial por entender que a ocupao indevida de bem pblico no configura posse, mas mera deteno de natureza precria. Se assim , no h falar em posse velha (art. 924 do CPC) para impossibilitar a reintegrao liminar em imvel pertencente a rgo pblico.REsp 932.971-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 10/5/2011.OCUPAO. TERRA PBLICA. RETENO. BENFEITORIAS.A jurisprudncia do STJ diz no ser possvel a posse de bem pblico, pois sua ocupao irregular (ausente de aquiescncia do titular do domnio) representa mera deteno de natureza precria. Consoante precedente da Corte Especial, so bens pblicos os imveis administrados pela Companhia Imobiliria de Braslia (Terracap), empresa pblica em que figura a Unio como coproprietria (Lei n. 5.861/1972) e que tem a gesto das terras pblicas no DF, possuindo personalidade jurdica distinta desse ente federado. Sendo assim, na ao reivindicatria ajuizada por ela, no h falar em direito de reteno de benfeitorias (art. 516 do CC/1916 e art. 1.219 do CC/2002), que pressupe a existncia de posse. Por fim, ressalte-se que a Turma, conforme o art. 9, 2, I, do RISTJ, competente para julgar o especial. Precedentes citados do STF: RE 28.481-MG, DJ 10/5/1956; do STJ: REsp 695.928-DF, DJ 21/3/2005; REsp 489.732-DF, DJ 13/6/2005; REsp 699.374-DF, DJ 18/6/2007; REsp 146.367-DF, DJ 14/3/2005; AgRg no Ag 1.160.658-RJ, DJe 21/5/2010; AgRg no Ag 1.343.787-RJ, DJe 16/3/2011; REsp 788.057-DF, DJ 23/10/2006; AgRg no Ag 1.074.093-DF, DJe 2/6/2009; REsp 1.194.487-RJ, DJe 25/10/2010; REsp 341.395-DF, DJ 9/9/2002; REsp 850.970-DF, DJe 11/3/2011, e REsp 111.670-PE, DJ 2/5/2000.REsp 841.905-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 17/5/2011.Inf. 472, STJ.Inf. 473, STJ.Esbulho de bem pblico de uma autarquia estadual, a autarquia props ao de reintegrao de posse cumulada com demolio. Esbulho em 1996. STJ admitiu a ao e foi debater a possibilidade de uma ao possessria, impetrada pelo esbulhador. impossvel se suscitar o direito de reteno do imvel pblico esbulhado. No gera posse passvel de proteo.O artigo 924 CPC fala do tempo da posse, mas para o STJ neste caso pouco importa de a posse velha ou nova, mera ocupao irregular no gera sequer posse, quanto mais posse velha ou nova.Doutrina H grande discusso sobre o conceito de bem pblico.Doutr. Majoritria Enunciado CJF Bem pblico todo aquele que est afetado ao servio e no apenas aos entes pblicos.