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SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO MARCO REFERENCIAL DAS DIRETRIZES DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO ABRIL 2012

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SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL

SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO

MARCO REFERENCIAL DAS DIRETRIZES

DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO

ABRIL 2012

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO.....................................................................................................3

2. O PROJETO MULTISSETORIAL PARA O DESENVOLVIMENTO DO PARANÁ................5

2.1. Estrutura do Projeto.....................................................................................................5

2.2. Componentes, Subcomponentes e Programas..............................................................6

2.2.1. Componente Promoção Justa e Ambientalmente Sustentável do Desenvolvimento Econômico e Humano..........................................................................................................6

2.2.2. Componente Assistência Técnica para Gestão Publica mais Eficiente e Eficaz..........10

2.3. Gestão do Projeto.......................................................................................................14

3. ATIVIDADES DO PROJETO COM POTENCIAL PARA ACIONAR A POLÍTICA DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO DO BIRD...........................................................15

4. EXPERIÊNCIAS DO ESTADO NA ADEQUAÇÃO DE ESTRADAS RURAIS.....................17

5. DESCRIÇÃO DO SUBCOMPONENTE 2.2. - ADEQUAÇÃO DE ESTRADAS RURAIS DO PROGRAMA DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL.................................19

5.1. Objetivos Geral e Específicos......................................................................................20

5.2. Metas do Subcomponente Adequação de Estradas Rurais..........................................20

5.3. Estratégia de ação.......................................................................................................20

5.3.1. Ações para a modernização da gestão da Rede Viária Estadual...............................21

5.3.2. Apoio à formação e/ou fortalecimento de novas formas organizativas (consórcios intermunicipais) para a gestão da infraestrutura viária rural.............................................23

5.4. Estratégia Institucional...............................................................................................33

6. A POLÍTICA DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO E AS IMPLICAÇÕES PARA O PROJETO MULTISSETORIAL PARA O DESENVOLVIMENTO DO PARANÁ.....................35

6.1. Objetivos....................................................................................................................35

6.2. Diretrizes....................................................................................................................35

6.3. Princípios e procedimentos.........................................................................................37

6.4. Aspectos legais...........................................................................................................39

6.5. Consultas e Comunicações..........................................................................................39

6.6. Opções de Compensação............................................................................................41

6.7. Responsabilidades do Arranjo Institucional e da Fonte de Recursos em Relação à Política de Reassentamento Involuntário..........................................................................43

6.8. Plano Pontual de Reassentamento Involuntário.........................................................45

6.9. Monitoramento e Avaliação.......................................................................................50

6.10. Resolução de Conflitos..............................................................................................51

6.11. Conceitos básicos envolvidos....................................................................................51

ANEXO 1..................................................................................................................54

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1. APRESENTAÇÃO

O presente documento apresenta a Política de Reassentamento

Involuntário que será adotada pelo Projeto Multissetorial para o

Desenvolvimento do Paraná, a ser coordenado pela Secretaria de Estado do

Planejamento e Coordenação Geral – SEPL, com vistas a atenuar possíveis

impactos gerados pelas atividades do mesmo. Em sua elaboração foram

tomadas como base a Política de Reassentamento Involuntário do Banco

Mundial – OP 4.12 e experiências com projetos de idêntica natureza nos

âmbitos estadual e nacional.

O Marco de Reassentamento Involuntário norteará a elaboração de

Planos Pontuais de Reassentamento Involuntário – PPRI, os quais deverão ser

preparados apenas para as intervenções necessárias. Estes planos estão

sujeitos às diretrizes gerais do presente documento, à OP 4.12 do Banco

Mundial e as legislações federal, estadual e municipal em vigência.

Ainda se desconhece, com exatidão, os limites físicos das intervenções

previstas e as próprias demandas por aquisições e realocação de famílias

decorrentes dessas intervenções. Em função das especificidades e amplitude

das ações previstas no projeto e com base em experiências com

programas/projetos anteriores implementados pelo Estado do Paraná, acredita-

se que somente o Programa Desenvolvimento Econômico Sustentável

executado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento –

SEAB, que faz parte do Componente 1 – Promoção Justa e Ambientalmente

Sustentável do Desenvolvimento Econômico e Humano, possa apresentar

potencial mínimo capaz de gerar demanda para elaboração de PPRI.

Apesar desta tendência, reafirmam-se os objetivos deste Marco

Conceitual da Política de Reassentamento Involuntário do Projeto Multissetorial

para o Desenvolvimento do Paraná. São eles:

• Garantir a implementação de corretas práticas de informação, consulta,

compensação e assistência a grupos de beneficiários e/ou atingidos, nas

etapas de elaboração, execução, monitoramento e avaliação do projeto;

• Nortear a elaboração de termos de referência para a contratação de

consultorias, visando à elaboração futura de planos específicos de

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desapropriação e reassentamento, no âmbito do desenvolvimento dos

programas; e

• Tornar públicas as orientações e diretrizes, tanto para as equipes de

elaboração dos projetos executivos, como para as famílias atingidas e

para os responsáveis pela implementação, monitoramento e avaliação

das ações dos programas, prefeituras municipais e demais parceiros.

Cabe destacar, porém, que a categoria geral da salvaguarda do projeto

é a Categoria B, de acordo com a Política de Avaliação do BIRD, devido aos

impactos mais limitados, aplicáveis a Reassentamentos Involuntários (OP/BP

4.12).

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2. O PROJETO MULTISSETORIAL PARA O DESENVOLVIMENTO DO

PARANÁ

O Governo do Estado, em conjunto com a sociedade, buscará viabilizar

com o Projeto Multissetorial para o Desenvolvimento do Paraná a construção e

implementação de programas prioritários inseridos no novo plano de

desenvolvimento estadual.

O projeto tem por finalidade apoiar o Governo na modernização da

gestão do setor público, com objetivo de tornar menos desiguais o acesso às

oportunidades econômicas e de desenvolvimento humano. Ele apoiará uma

abordagem integrada para promover o desenvolvimento e qualidade de vida,

com especial atenção para áreas com menor desempenho econômico e

humano, por meio de ações distribuídas em dois componentes.

2.1. Estrutura do Projeto

O projeto está estruturado em dois componentes (1.Promoção Justa e

Ambientalmente Sustentável do Desenvolvimento Econômico e Humano e, 2.

Assistência Técnica para Gestão Pública mais Eficiente e Eficaz) conforme

QUADRO 1, abaixo.

QUADRO 1 – ORGANOGRAMA DO PROJETO

Fonte: PAD/Banco Mundial/2011

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Componente 1 – Promoção Justa e Ambientalmente Sustentável do

Desenvolvimento Econômico e Humano: voltado ao apoio de iniciativas para o

desenvolvimento econômico sustentável, com foco na melhoria do equilíbrio regional

de desenvolvimento e tendo como base princípios de sustentabilidade econômica,

social e ambiental. Visando potencializar as iniciativas de desconcentração do

desenvolvimento econômico e melhoria da qualidade de vida das populações nas

regiões menos desenvolvidas, apoiará também intervenções nos setores de

desenvolvimento rural, meio ambiente e gestão de riscos de desastres naturais e

antrópicos.

Componente 2 – Assistência Técnica para Gestão Publica mais

Eficiente e Eficaz: de caráter transversal, objetiva apoiar o fortalecimento da área

fiscal e de gestão do setor público, com a introdução de uma gestão voltada a

resultados. Esta postura, responsável e inovadora, deverá ser construída a partir do

desenvolvimento das competências de gestão, da renovação dos métodos de trabalho

e das estruturas de governo, numa verdadeira nova gestão, focada em resultados

efetivos.

2.2. Componentes, Subcomponentes e Programas

2.2.1. Componente Promoção Justa e Ambientalmente Sustentável do

Desenvolvimento Econômico e Humano

Este componente co-financiará Programas selecionados (Programas Gastos

Elegíveis) que a estratégia de abordagem integrada do Governo elegeu para promover

o desenvolvimento social e econômico do Paraná, de forma equitativa e

ambientalmente sustentável.

Focará suas ações em Programas estratégicos através de dois eixos principais:

desenvolvimento integrado e desenvolvimento humano. Enquanto o primeiro eixo

apoiará as iniciativas para promover o crescimento sustentável no Estado, com foco

na redução das desigualdades regionais e com base na sustentabilidade social,

ambiental e econômico o segundo eixo apoiará a melhoria do acesso e qualidade dos

serviços públicos fundamentais, com foco na educação e saúde. Este apoio será

através do co-financiamento de Programas do Governo selecionados que representam

o foco desta abordagem integrada. As principais ações de cada Programa de Gastos

Elegíveis a serem co-financiados estão descritas a seguir.

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2.2.1.1. Programa Desenvolvimento Econômico Sustentável

Principais ações previstas: Apoio à elaboração e implementação de oito

planos de desenvolvimento territorial, envolvendo 131 municípios, apoiando e

propiciando; (a) capacitação do público estratégico (10.000 lideranças), executores

(400 técnicos) e beneficiários (30.000 agricultores familiares); (b) melhoria dos

escritórios locais, aquisição de equipamentos e veículos para força de trabalho do

Instituto EMATER, prefeituras municipais e ONGs envolvidos na execução do

programa; (c) assistência técnica a 30.000 agricultores familiares; (d) regularização

fundiária de 4.000 propriedades rurais; (e) adequação de estradas rurais através da

organização e repasse de máquinas a sete consórcios municipais; (f) apoio a

elaboração de planos municipais de gestão das estradas e capacitação (80 processos)

de operadores e gestores envolvidos com adequação de estradas rurais; (g)

implantação de 120 iniciativas piloto (incubadoras de novos negócios e processos,

centros tecnológicos e clínicas tecnológicas) voltadas ao meio rural; (h) elaboração de

60 estudos econômico-social e agropecuário para dar suporte aos grupos formais de

agricultores na formulação de iniciativas de negócios sustentáveis; (i) apoio à

implantação de 300 iniciativas de negócios sustentáveis, beneficiando 20.000 famílias.

2.2.1.2. Programa Gestão do Solo e Água em Microbacias

Principais ações revistas: (a) aquisição de materiais e equipamentos, para

planejamento adequado do uso da terra em todo Estado, pelo Instituto EMATER; (b)

planejamento e implantação do manejo integrado de solo, água, florestas e

biodiversidade em 150 microbacias hidrográficas; (c) harmonização entre produção

agropecuária e conservação ambiental em 1.800.000 de hectares; (d) recuperação

e/ou conservação de 50.000 nascentes de água; (e) Implantação de sistemas de

abastecimento de água em 400 comunidades no meio rural, beneficiando 10.000

famílias; (f) capacitação de 400 técnicos e 80.000 produtores rurais; (g) apoio à

implantação de 40 empreendimentos agroecológicos comunitários.

2.2.1.3. Programa Modernização do Licenciamento, Outorga, Monitoramento, e

Fiscalização do Meio Ambiente

Principais ações previstas: (a) Reengenharia dos processos atualmente

utilizados de outorga do uso da água, licenciamento ambiental, fiscalizações antes e

acompanhamento posterior a implantação dos empreendimentos; (b) estruturação do

sistema de informações informatizando todos os processos; (c) descentralização

compartilhada do licenciamento e fiscalização de meio ambiente para 23 municípios;

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(d) melhorar e ampliar a rede de monitoramento da qualidade do ar em Curitiba; (e)

implantar a rede de monitoramento da qualidade do ar em Ponta Grossa, Londrina,

Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu e Paranaguá; (f) desenvolvimento e implantação do

sistema de fiscalização veicular; (g) implantação de 21 sedes regionais de balcão

único de serviços públicos na área ambiental e, (h) estruturação e implantação de

novos canais de comunicação (portal, serviços de atendimento telefônico, salas de

chat, fóruns virtuais, listas de discussão e orientações on-line).

2.2.1.4. Programa Sistema de Gestão de Riscos Naturais e Antrópicos

Principais ações previstas: (a) Política de Gestão de Riscos desenvolvida,

aprovada e implantada; (b) implantar regulamentação da Política de Gestão de Riscos;

(c) implantar o Arranjo Institucional definido para Gestão de Riscos; (d) implantar

Plano de Gestão de Riscos Naturais e Antrópicos; (e) implantar Sala de Situação

central (Curitiba) e junto às 22 regiões administrativas; (f) capacitação do pessoal do

setor público e da sociedade civil em geral e, principalmente, das comunidades

municipais pela Defesa Civil na Política e Plano de Gestão de Riscos e, (g)

implantação de planos de contingência e promoção de exercícios para testar a

prontidão para a ação.

2.2.1.5. Programa Mãe Paranaense

Principais ações previstas: (a) Reformar e ampliar 400 Unidades Básicas de

Saúde em quatro anos; (b) implantar o Programa de Educação Permanente -

Telemedicina 2ª opinião até 2014;(c) atender 60% das gestantes do estado, iniciando

o pré-natal no primeiro trimestre no ano de 2014;(d) atender 100% das gestantes

utilizando a Carteira de Gestante do Estado no ano de 2014; (e) atender 100% das

UBS utilizando a classificação de risco das gestantes no estado no ano de 2014; (f)

implantar programa de capacitação para atendimento às gestantes para os

profissionais das UBS até 2012; (g) atender 100% das UBS ofertando oficinas de

orientação às gestantes no pré-natal em 2014; (h) 100% dos exames protocolados no

Programa Mãe Paranaense sendo garantidos em todo Estado até 2012; (i) 100% das

gestações de alto risco encaminhadas aos ambulatórios e hospitais regionalizados em

2012 e, (j) 100% das gestações com atenção hospitalar garantida nas intercorrências

e no parto segundo protocolo do Programa Mãe Paranaense até final de 2012.

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2.2.1.6. Programa Rede de Urgência e Emergência

Principais ações previstas: (a) Incentivo financeiro implantado até 2012 em

100% dos hospitais social e sanitariamente necessários; (b) dirigentes hospitalares,

em no mínimo 80%, com participação em cursos de especialização e capacitação

gerencial em três anos; (c) 60% dos profissionais que atuam nas áreas de pronto-

socorro e UTI participantes das capacitações; (d) 100 % dos planos de ajustes e

metas dos hospitais implantados até 2012; (e) 100% dos contratos com os hospitais

formalizados até 2012; (f) implantar a Comissão Estadual de Avaliação até 2012; (g)

realizar anualmente pesquisa de avaliação a partir de 2012; (h) realizar anualmente

seminário de avaliação do HOSP SUS; (i) ampliar em 200 leitos adultos, 50 pediátricos

e 100 neonatais; (j) ampliar 50 salas cirúrgicas equipadas; (k) adquirir 15 tomógrafos,

5 ressonâncias, 20 RX digitais, 5 hemodinâmicas; (l) ampliar 15.000 m² de área de

prontos-socorros; (m) equipar 250 leitos de emergência; (n) adquirir 80 ambulâncias

equipadas, 100 kits de manejo de desastres e 80 trajes de descontaminação; (o)

capacitar 5.000 técnicos e, (p) adquirir 12 ambulâncias equipadas.

2.2.1.7. Programa Sistema de Avaliação da Aprendizagem

Principais ações previstas: (a) Desenvolvimento e implantação de um

sistema de avaliação anual no Ensino Fundamental e no Médio; (b) desenvolvimento

de avaliações para o ano de 2012, 2013 e 2014, em Língua Portuguesa e Matemática,

e a implantação em Ciências.

2.2.1.8. Programa Formação em Ação

Principais ações previstas: (a) Desenvolvimento de 400 oficinas de formação

continuada dos professores da rede estadual, com aproximadamente 77.000

profissionais da educação capacitados; (b) capacitação de 40.000 profissionais da

rede de educação estadual, por meio do PDE.

2.2.1.9. Programa Renova Escola

Principais ações previstas: (a) Promoção da renovação e recuperação de

edificações escolares com vistas a melhorar o ambiente de ensino; (b) ampliação de

ambientes escolares e readequação dos espaços físicos e, (c) aquisição de

equipamentos e mobiliários escolares.

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2.2.2. Componente Assistência Técnica para Gestão Publica mais

Eficiente e Eficaz

Este componente prestará apoio técnico e financeiro às atividades de

modernização do setor público e também para a concepção e implementação inicial de

elementos-chave da estratégia de Governo. O mesmo está dividido em sete

subcomponentes descritos a seguir:

2.2.1. Subcomponente 2.1 - Qualidade Fiscal - Esse conjunto de atividades visa

melhorar a eficiência da arrecadação de receitas, fortalecendo a gestão da dívida e

administração de riscos fiscais. Atividades do subcomponente incluem: (i)

desenvolvimento de um plano estratégico para a Secretaria da Fazenda; (ii) preparar

um plano mestre de TI para a Secretaria da Fazenda; (iii) revisar e reformular o

processo de cobrança de impostos; (iv) revisar e implementar um processo digital de

recursos administrativos sobre multas tributárias; (v) avaliar o funcionamento do

departamento de gestão da dívida e elaborar um plano de ação para reforçar os

procedimentos e a capacidade, entre outros.

2.2.2. Subcomponente 2.2 - Modernização Institucional - Um dos principais

objetivos da estratégia do governo é aumentar a eficácia e a eficiência da

administração pública do Estado. As atividades a serem apoiadas no âmbito deste

subcomponente envolvem: (i) a modernização institucional e a introdução da gestão

baseada em resultados; (ii) introdução de avaliação de desempenho e, (iii)

desenvolvimento de um quadro institucional para parcerias público-privadas e

implementação destas.

2.2.3. Subcomponente 2.3 - Gestão mais Eficiente de Recursos Humanos - As

atividades a serem financiadas no âmbito deste subcomponente incluem:

a) Fortalecimento dos controles de gastos com pessoal; implementação de auditorias

na folha de pagamento para a saúde, educação e carreiras do serviço público no

governo central, bem como na administração descentralizada; modernização da folha

de pagamento para o setor saúde; consolidação de um banco de dados único para

todo o pessoal das administrações central e descentralizada; avaliação do atual

sistema da folha de pagamento para a administração central; e, uma estratégia de

comunicação para assessorar a Secretaria de Administração no planejamento e

implementação de medidas de modernização dos Recursos Humanos;

b) melhorar a atração e retenção de pessoal; elaboração de um plano estratégico de

pessoal com visão de longo prazo e um plano de ação de curto prazo;

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desenvolvimento de uma carreira de planejamento, orçamento e gestão; assistência

técnica para melhorar as políticas de classificação e revisão das diferentes carreiras;

revisão de carreiras do governo central e dos salários praticados pelo Estado; e,

assistência técnica para a elaboração de uma política de revisão da carreira do Poder

Executivo;

c) modernização da Secretaria de Administração e unidades de gestão de recursos

humanos no interior do Estado. Reengenharia dos processos de seleção de pessoal e

elaboração de manual; e, aquisição de equipamentos de tecnologia da informação

para as unidades de gestão de recursos humanos no interior do Estado;

d) desenvolvimento e implementação da estratégia de saúde ocupacional para o

Paraná e aquisição de equipamentos e mobiliário para as diferentes unidades de

saúde em todo o Estado; e,

e) Fortalecimento da Escola de Governo e de promoção de uma administração

baseada em desempenho. Desenvolvimento de uma política de formação contínua e

um plano de ação para a Escola de Governo; workshops com funcionários da alta

gerência para definir modelo do Estado de gestão por desempenho, treinamento de

4.700 funcionários públicos da administração central no modelo de gestão de

desempenho a ser adotada pelo Estado, e, aquisição de equipamentos de tecnologia

da informação, software e mobiliário para a Escola de Governo.

2.2.4. Subcomponente 2.4: Apoio à Modernização do Sistema de Gerenciamento

Ambiental. Este subcomponente apoiará as seguintes atividades: (i) realização de

estudos e análises relacionadas às exigências ambientais, fluxo dos processos,

registro e licenciamento de procedimentos de uso da água e de licenciamento

ambiental, mapeamento de usuários e clientes, (ii) concepção e desenvolvimento de

aplicativos baseado na web e, (iii) capacitação para tratar com as leis ambientais,

padronização e normas baseadas na web.

2.2.5. Subcomponente 2.5: Apoio ao desenvolvimento de um Sistema de Gestão

de Riscos de Desastres Naturais e Antrópicos. Este subcomponente tem por

objetivo fortalecer a estrutura de governança para Gestão de Riscos e apoiar uma

melhor compreensão do mesmo. Apoiará o desenvolvimento de uma política de

Estado em Gestão dos Riscos de Desastres e de um plano, bem como, estudos e

desenvolvimento de metodologias de avaliação de risco. Para promover uma melhor

compreensão do risco no Estado e avançar para uma gestão mais proativa serão

financiadas as seguintes atividades: (i) exercício de planejamento em longo prazo (até

2030) ambiental e econômico do Paraná; (ii) desenvolvimento de metodologias de

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avaliação de risco; (iii) desenvolvimento de modelos de chuva / vazão; (iv) sistemas

de alerta; e, (v) análise do nível estadual de risco.

Em relação à estrutura de governança, o primeiro compromisso do Estado é

estabelecer, por Decreto Estadual, uma Comissão liderada pelos secretários de

Planejamento, Meio Ambiente e Defesa Civil, encarregada de iniciar o processo de

construção de uma política participativa de gestão de risco de desastres. O Comitê

coordenará o processo de diagnóstico da situação atual, o desenvolvimento de um

Plano Estadual participativo da Política Estadual de Gestão Integrada do Risco de

Desastres, e, finalmente, estabelecer um arranjo institucional para a implantação do

Sistema. As seguintes atividades serão apoiadas:

a) Plano de Gestão de Risco de Desastres do Estado. Com uma ampla participação

de instituições governamentais, ligadas a desastres do setor privado e de atores não

governamentais com a capacidade de agir de forma rápida nessa área, promover um

diálogo e propor ações voltadas aos vários aspectos a serem considerados na

Redução de riscos e na resposta a desastres. O desenvolvimento do Plano culminará

com a assinatura de um acordo coletivo que engloba a visão de futuro, as estratégias

para alcançá-lo, os planos de ação a serem implementados, os mecanismos de

sustentabilidade política e financeira, as responsabilidades das instituições e

competências;

b) Política de Gestão de Risco de Desastres do Estado. Outro resultado importante

será a definição da arquitetura institucional necessária para assegurar que a

implementação e a operação do Sistema de Gestão são suportadas por estas

estruturas organizacionais e por eficientes processos de decisão, promovendo a ação

integrada das instituições públicas, privadas e organizações não governamentais.

Considera-se que a arquitetura institucional existente precisa ser remodelada para que

essa integração e sustentabilidade possam ser mais eficazes. A complexidade das

questões relacionadas com a Gestão de Riscos não pode ser dirigida exclusivamente

por meio de estruturas hierárquicas, exclusivamente na esfera do governo. Maior

articulação entre as instituições é necessária dentro da esfera estadual, e uma maior

integração com os municípios, empresas e movimentos da sociedade civil. Com as

diferentes perspectivas, competências e recursos, todos esses atores devem se tornar

os protagonistas de uma coalizão de interesse em torno do tema deste Programa.

Para que isso realmente aconteça, é essencial criar estruturas que conferem

formalmente a todos os envolvidos, a oportunidade de participar de processos

decisórios de concepção e implementação da Política de Gestão de Riscos do Estado.

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2.2.6. Subcomponente 2.6: Educação. O Projeto proporcionará assistência técnica

para: (i) planejar a estrutura do novo sistema de avaliação e aprendizagem do Estado

que inclui a elaboração da arquitetura do sistema, a previsão de custos, plano de

implementação, a elaboração de testes e treinamento do pessoal técnico e de suporte

da SEED para a implementação do sistema, (ii) criar um sistema de informações

sobre infraestrutura educacional, a fim de obter informações em tempo real sobre as

necessidades para a reforma, reparos e manutenção, incluindo o desenvolvimento e

implementação de um modelo de manutenção preventiva de prédios escolares; (iii)

reformar o conteúdo e as modalidades do Plano de Desenvolvimento da Educação

(PDE), que incluirá a realização de uma avaliação qualitativa da PDE, propor ajustes e

melhorias e realizar uma avaliação comparativa de outros países e Estados do Brasil,

com programas similares, (iv) projetar e dirigir o Índice de Qualidade Municipal de

Educação para capturar informações sobre o desempenho escolar a ser utilizado

pelas escolas do Estado para monitorar o progresso; e, (v) preparar um plano de

investimento para introduzir e desenvolver a utilização da informação, comunicação e

tecnologia em educação, que incluirá uma fase de diagnóstico e avaliação do uso das

TI nas escolas do Estado.

2.2.7. Subcomponente 2.7: Saúde. A Secretaria Estadual de Saúde pretende

desenvolver um sistema de financiamento baseado em resultados para estimular o

desempenho dos municípios participantes e fornecedores através de contratos de

gestão formal, incluindo indicadores de expectativa e planos de implementação. Para

alcançar esse objetivo o Estado está desenvolvendo um arranjo completo para

aumentar a autonomia das unidades de saúde, responsabilidade e governança, e a

alavancagem dos fluxos de financiamento (incentivos) para aumentar a eficiência,

eficácia e uso de tecnologias inovadoras das equipes no tratamento. Isso significa que

o Estado do Paraná está trabalhando para dar condições de consolidar as redes de

saúde como a estratégia de Estado para melhorar as condições de atendimento a

saúde para a população. O componente AT apoiará a concepção e estruturação de

um sistema de informação para monitorar a implementação das redes de saúde,

incluindo planejamento, orçamento, indicadores epidemiológicos e módulos de M & E,

bem como, a realização de dois inquéritos de satisfação do paciente para avaliar a

qualidade dos serviços prestados pelos hospitais de referência participantes no

primeiro e últimos anos da implementação do Programa considerando as seguintes

dimensões: humanidade, instalações, qualidade geral, resultados, competência,

burocracia, acesso, sustentabilidade e atenção aos problemas psicossociais.

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2.3. Gestão do Projeto

Para a gestão do projeto, será constituída no âmbito da Coordenação de

Desenvolvimento Governamental – CDG da Secretaria de Estado de

Planejamento e Coordenação Geral – SEPL uma Unidade de Gestão do

Projeto – UGP, composta por um coordenador geral e coordenadores de

planejamento, técnico e administrativo. Estes terão a atribuição de coordenar

os trabalhos de uma equipe composta por responsáveis de áreas afins,

incluindo um técnico responsável pela coordenação do Marco Referencial das

Diretrizes de Reassentamento Involuntário. Subordinadas à UGP estarão os

Responsáveis Técnicos pelos Programas indicados pelas instituições

executoras, sendo elas: Secretaria de Estado da Agricultura e do

Abastecimento – SEAB, Secretaria de Estado de Administração e Previdência

– SEAP, Secretaria de Estado da Fazenda – SEFA, Secretaria de Estado da

Educação – SEED, Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos

Hídricos – SEMA e Secretaria de Estado da Saúde – SESA. A Unidade de

Gerenciamento será assessorada por um Comitê Gestor, composto por

representantes das referidas secretarias e demais instituições envolvidas na

execução dos programas. A estrutura da UGP está apresentada na FIGURA 2.

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FIGURA 2: ORGANOGRAMA DA UNIDADE DE GERENCIAMENTO DO PROJETO

Fonte: CDG-SEPL-2012

3. ATIVIDADES DO PROJETO COM POTENCIAL PARA ACIONAR A

POLÍTICA DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO DO BIRD

A Política Operacional de Reassentamento Involuntário do BIRD (OP

4.12) é bastante ampla, cobrindo os impactos econômicos e sociais diretos que

resultem dos projetos de investimentos financiados pelo banco e que sejam

causados por:

(a) apropriação involuntária de terra que resultem em:

i. reassentamento ou perda de abrigo;

ii. perda de ativos ou de acesso a ativos;

iii. perda de fontes de renda ou meios de sobrevivência, quer as pessoas

afetadas tenham ou não que se deslocar para outra área; ou

(b) a restrição involuntária de acesso a parques localmente demarcados

por lei, causando impactos adversos aos meios de subsistência de pessoas

deslocadas.

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Ainda não são conhecidos, com exatidão, os limites físicos das

intervenções previstas, nem as próprias demandas por aquisições e por

realocação de famílias decorrentes dessas intervenções.

Dadas as especificidades e amplitude das ações previstas no projeto e

com base em experiências de programas/projetos anteriores implementados

pelo Estado do Paraná, acredita-se que apenas as ações do Programa

Desenvolvimento Econômico Sustentável executado pela Secretaria de Estado

da Agricultura e do Abastecimento – SEAB, apresente potencial mínimo capaz

de gerar demanda para elaboração de PPRI.

O Programa Desenvolvimento Econômico Sustentável será executado

pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento – SEAB e o seu

organograma apresentam-se na FIGURA 3, abaixo.

A seguir será descrito o Subcomponente 2.2. Adequação de Estradas

Rurais, do Programa de Desenvolvimento Econômico Sustentável, além de

relatadas as experiências do Estado na adequação de estradas rurais, no

sentido de esclarecer que a possibilidade de gerar demanda pela elaboração

de PPRI é mínima.

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4. EXPERIÊNCIAS DO ESTADO NA ADEQUAÇÃO DE ESTRADAS RURAIS

O Paraná é pioneiro, no Brasil, na adequação de estradas rurais

integradas aos sistemas de manejo e conservação de solos e água das

propriedades rurais. Exemplos disso são os programas Paraná Rural e PR 12

Meses, que contaram com financiamento do Banco Mundial – BIRD para a

adequação ambiental de estradas rurais. O Programa Paraná Rural adequou

10.027 quilômetros de estradas no período de 1989 a 1997. Já o PR 12 Meses,

no período de 2001 a 2006, realizou a adequação de 2.133 quilômetros.

Desde 2008 vem sendo implementado o Programa Estadual de

Atendimento às Estradas Rurais Municipais. Este programa deverá atender, até

2014, a um total de 94 municípios, através da disponibilização de 40 patrulhas

mecanizadas que contribuirão para a melhoria e conservação das vias rurais,

em tarefas de cascalhamento, drenagem, construção de bueiros e

alargamento. Os municípios prioritários foram escolhidos em função das

condições precárias de conservação das estradas, elevada concentração de

agricultores familiares e baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

Os trabalhos realizados têm, e sempre tiveram, uma forte integração

entre diferentes secretarias e instituições públicas e privadas: Secretaria de

Estado da Agricultura e do Abastecimento, através do Departamento de

Fiscalização (DEFIS) e de suas vinculadas (Instituto Paranaense de

Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER-PR e a Companhia de

Desenvolvimento Agropecuário do Paraná – CODAPAR); Secretaria de Estado

dos Transportes e sua autarquia, o Departamento de Estradas e Rodagem

(DER); Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, por meio

do Instituto Ambiental do Paraná (IAP); conselhos regionais, comissões

municipais de solos, conselhos de desenvolvimento municipal e prefeituras

municipais.

Esta integração entre as instituições é de fundamental importância para

a priorização dos trechos a serem adequados, mobilização dos agricultores

envolvidos, acompanhando e fiscalizando da execução dos projetos e/ou

programas.

Durante estes 21 anos de trabalhos e experiências na adequação das

estradas rurais no Paraná, nunca houve a necessidade de uma ação legal de

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reassentamento involuntário, ocorrendo apenas casos pontuais de adequação

de moradia, realocação de cercas ou de atividade econômica. Tais casos foram

prontamente resolvidos de forma pacífica e consensual, uma vez que a

melhoria das condições de tráfego aumenta substancialmente a durabilidade

das estradas, reduz custos com manutenção, valoriza o imóvel rural, garante

boas condições de transporte da produção agropecuária, propiciando

oportunidades de diversificação, além de possibilitar o acesso das populações

locais aos serviços sociais (saúde, educação, cultura, lazer etc.).

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5. DESCRIÇÃO DO SUBCOMPONENTE 2.2. - ADEQUAÇÃO DE ESTRADAS

RURAIS DO PROGRAMA DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

SUSTENTÁVEL

A malha viária rural é de importância vital para a economia

paranaense, e as condições de infraestrutura e trafegabilidade são primordiais

para o processo de desenvolvimento das comunidades na qual elas se

inserem. Deficiências na malha viária geram um aumento no tempo de viagem

e oneram os custos com transporte, aumentando as dificuldades de

escoamento da produção agrícola, de acesso a mercados e aos serviços

essenciais à população.

No Paraná, a rede viária é formada basicamente por estradas não

pavimentadas ou estradas rurais, sendo estas o principal elo entre o campo e

os núcleos urbanos. Estima-se em aproximadamente 110.000 quilômetros a

rede viária rural estadual que necessita de permanentes manutenções,

melhorias, adequações e/ou readequações

Pela característica econômica do Estado, cujas bases encontram-se no

agronegócio, a manutenção dessas estradas assume importância estratégica

para o setor, precisando garantir sua trafegabilidade ao longo do ano. Porém,

essa manutenção da rede viária rural tem se dado de forma precária e

ineficiente, seja por motivos técnicos, administrativos e/ou financeiros.

A situação agrava-se nos municípios mais pobres, onde existe a falta

de recursos financeiros para a contratação de mão de obra, a compra de

equipamentos necessários para os serviços pesados e, em muitos casos,

inclusive para custear os insumos necessários para a realização manutenção

(diesel, óleos, entre outros).

Além do aspecto econômico e social, a manutenção das estradas

rurais é de fundamental importância em termos ambientais, evitando-se

processos de erosão e de degradação dos recursos naturais.

Neste contexto, o projeto, para os próximos anos, prevê ações de

disseminação de conceitos técnicos de adequação, readequação e

manutenção de estradas rurais, integradas às práticas conservacionistas,

permitindo, além da sua trafegabilidade, atuar como instrumento de

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preservação dos recursos naturais, reduzindo os custos de manutenção e

aumentando sua vida útil.

5.1. Objetivos Geral e Específicos

O objetivo geral deste subcomponente é estimular a adoção de novas

formas de organização (consórcios intermunicipais) para uma moderna e

adequada gestão das estradas rurais e dos equipamentos utilizados na sua

adequação e manutenção.

Dentre os objetivos específicos deste subcomponente, pretende-se:

• Instrumentalizar os municípios e consórcios intermunicipais para uma

adequada gestão da rede viária rural;

• Capacitar os operadores das patrulhas rodoviárias para executar a

adequação e manutenção das estradas;

• Capacitar os gestores municipais para planejar, programar e executar

a adequação e manutenção das estradas;

• Estimular a formação e apoiar o fortalecimento de consórcios

intermunicipais para a gestão da infraestrutura viária rural.

5.2. Metas do Subcomponente Adequação de Estradas Rurais

Dentre as metas do programa estão:

i. Elaboração de mapas das estradas rurais por município;

ii. Elaboração de 60 planos de gestão da rede viária rural;

iii. Realização de 80 cursos para operadores e gestores

municipais e dos consórcios;

iv. Aquisição e repasse de nove patrulhas rodoviárias, sendo sete

para os consórcios intermunicipais e duas para a Companhia

de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná - CODAPAR;

v. Adequação de 2.700 quilômetros de estradas rurais.

5.3. Estratégia de ação

Para alcançar as metas e objetivos do projeto no âmbito deste

subcomponente o Responsável pelo Programa programará as ações sob duas

vertentes.

A primeira vertente terá como foco ações para a modernização da

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gestão da rede viária estadual, onde serão executadas as seguintes atividades

estratégicas para apoiar os municípios e os consórcios intermunicipais nos

seus processos de gestão: i) mapeamento e diagnóstico das estradas rurais; ii)

realização de cursos de capacitação para gestores e operadores; e iii) apoio à

elaboração de planos de gestão e conservação de estradas rurais para os

municípios e consórcios intermunicipais. Esta ação do subcomponente terá

uma abrangência estadual.

A segunda vertente do subcomponente terá como proposta de ação o

apoio à formação e/ou fortalecimento de novas formas de organização

(consórcios intermunicipais) para a gestão da infraestrutura viária rural. Neste

sentido, estão previstas a discussão e a oficialização de convênios de

cooperação técnica e financeira entre a SEAB e consórcios intermunicipais,

visando a cessão de patrulhas rodoviárias e recursos financeiros para o custeio

das obras de adequação em trechos críticos de estradas rurais. Prevê-se o

apoio a, no mínimo, sete consórcios intermunicipais, previamente selecionados

e tendo como áreas de abrangência a Região Central e o Vale do Ribeira.

A estratégia para a implementação destas ações está descrita na

sequência.

5.3.1. Ações para a modernização da gestão da Rede Viária Estadual

a) Mapeamento e diagnóstico das estradas rurais

O Estado do Paraná necessita de um mapeamento de suas estradas

rurais em escala apropriada, associado a um diagnóstico situacional que possa

permitir a elaboração de planos qualificados de gestão e adequação estradas

rurais. Existe a necessidade de, com o uso de sensoriamento remoto, preparar

um mapa estadual de estradas rurais em escala 1:50.000, para junto com os

consórcios intermunicipais ou municípios, elaborar diagnósticos situacionais e

planos de gestão de estradas rurais.

Para a execução dessa atividade, a SEAB contará com a CODAPAR

que será a responsável pela coordenação desta atividade em nível de Estado e

fornecerá equipamentos e imagens de satélite SPOT 5.

Estas informações estruturadas em um banco de dados permitirão o

conhecimento da real situação da malha viária rural por município, um

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adequado planejamento dos investimentos, a sistematização das

manutenções, a avaliação da efetividade das soluções aplicadas e pesquisas

de novas alternativas para soluções. O mapeamento será um facilitador para a

priorização de aplicação de recursos em obras de adequação e readequação

de estradas rurais.

b) Capacitação para operadores e gestores de consórcios intermunicipais

e de municípios

O projeto promoverá cursos de capacitação para gestão da

infraestrutura viária rural e execução de serviços de readequação e

manutenção de estradas para todos os municípios e consórcios. Para isso

contará com o apoio da CODAPAR.

Estes cursos objetivam desenvolver conhecimentos que possibilitem um

melhor desempenho dos gestores (secretários municipais, engenheiros e técnicos

dos consórcios) e operadores de máquinas e equipamentos das patrulhas

rodoviárias, buscando uma maior eficiência e eficácia e a correta adequação

ambiental das estradas rurais.

Para os treinamentos em serviço de readequação e manutenção de

estradas, o programa operacionalizará a aquisição de duas patrulhas

rodoviárias completas. Essas patrulhas rodoviárias, adquiridas pela SEAB,

serão cedidas a CODAPAR para adequação de aproximadamente três

quilômetros de estradas rurais por microbacia, localizadas em pontos críticos

identificados nos planos de ação de 80 microbacias prioritárias para o

Programa Gestão do Solo e Água em Microbacia.

Após a execução dos 80 cursos previstos, as patrulhas rodoviárias serão

repassadas a consórcios intermunicipais que serão selecionados, de acordo o

descrito na ação de apoio à formação e/ou fortalecimento de novas formas

organizativas (consórcios intermunicipais), para a gestão da infraestrutura

viária rural.

c) Apoio à elaboração de planos de gestão e conservação de estradas de

municípios e consórcios

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A SEAB contará com o apoio da CODAPAR para assessorar os

consórcios e municípios na elaboração dos planos de gestão e conservação de

estradas rurais.

Esses planos deverão conter, no mínimo, informações sobre pontos de

fragilidade, riscos para a conservação, tráfego existente, importância produtiva

e social, diretrizes para adequações e manutenções das estradas rurais e

diretrizes para manutenções preventivas e corretivas dos equipamentos.

5.3.2. Apoio à formação e/ou fortalecimento de novas formas organizativas (consórcios intermunicipais) para a gestão da infraestrutura viária rural

Esta ação do subcomponente apoiará a formação de novos consórcios

intermunicipais e o fortalecimento daqueles existentes, através de assistência

técnica e capacitação.

Além disso, o subcomponente apoiará, pelo menos, sete consórcios

intermunicipais, previamente selecionados na área de atuação prioritária do

programa, através da cessão de patrulhas rodoviárias e repasse de recursos

financeiros para custeio de obras de adequação em trechos críticos de

estradas rurais.

A seleção dos consórcios intermunicipais beneficiários será feita por

meio de análise da capacidade institucional, técnica e financeira dos mesmos,

visando potencializar modelos de gestão de trechos críticos das estradas, em

função da necessidade de facilitar o escoamento da produção, a diversificação

da propriedade e da melhoria das condições de competitividade local.

A estratégia para a implementação das ações de apoio à formação

e/ou fortalecimento dos consórcios intermunicipais passará pelas etapas

apresentadas na FIGURA 4 e descritas a seguir.

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FIGURA 4 – ETAPAS DE IMPLEMENTAÇÃO DO SUBCOMPONENTE DE ADEQUAÇÃO DE ESTRADAS RURAIS

Apoio à Formação e/ou Fortalecimento

dos Consórcios Intermunicipais

Seleção e priorização dos Consórcios Beneficiários e Processo de Aquisição dos

equipamentos

Formalização do convênio para o repasse dos equipamentos e dos recursos para custeio operacional

para adequação de estradas

CONS モ RCIOS INTERMUNICIPAIS

CODAPAR

Elaboração do Plano de Trabalho Anual – PTA dos Consórcios

Intermunicipais

Aprovação do PTA dos

Consórcios e inclusão no

POA do Programa

COLEGIADO TERRITORIAL

Execução das Obras de Adequação de Estradas Rurais

Acompanhamento das Obras nas Estradas Rurais

Finalização do Processo

Relatórios de execução

Prestação de Contas

Monitoramento e Avaliação

Elaboração de Projetos de Engenharia para a Adequação de Estradas e avaliação quanto ao cumprimento das salvaguardas

ambientais e sociais

Manifestação de interesse

GRUPO DE MUNIC モ PIOS

Ampla Divulgação do Subcomponente e dos Critérios de Seleção

dos ConsórciosUGP

UGP

CONSモ RCIOS INTERMUNICIPAIS

CODAPAR

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Etapa 1 – Ampla Divulgação do Subcomponente

Nesta etapa, o responsável pelo Programa divulgará amplamente os

procedimentos adotados para a implementação da ação de apoio aos consórcios

intermunicipais para a adequação de estradas rurais, seja através dos sites da

SEAB e da CODAPAR e do programa (via distribuição de materiais impressos) ou

por meio da realização de reuniões específicas junto aos conselhos municipais,

colegiados territoriais e outros espaços de interesse.

Na oportunidade, serão apresentados pelo Responsável Técnico os critérios

de elegibilidade e priorização estabelecidos para a seleção dos consórcios

intermunicipais a serem apoiados, as formas de ajuda para a formação e/ou

fortalecimento de consórcios intermunicipais, os procedimentos jurídicos para a

formalização dos convênios de repasse dos equipamentos da patrulha rodoviária,

os procedimentos operacionais para a adequação das estradas rurais e cuidados

ambientais, assim como outros pré-requisitos necessários para o correto

andamento dos trabalhos do subcomponente.

Na busca por informações e esclarecimentos, os interessados e beneficiários

do projeto também poderão procurar os escritórios locais e regionais da EMATER e

o Núcleo Regional da SEAB.

Etapa 2 – Manifestação de interesse

Os consórcios ou os grupos de municípios poderão manifestar desejo em

participar da ação através de ofício e do preenchimento do formulário padrão,

encaminhando-o ao gestor territorial, que enviará ao Responsável Técnico pelo

Programa na SEAB.

Em linhas gerais, este formulário contempla, no mínimo, os seguintes

tópicos de interesse: identificação do consórcio ou municípios, IDH dos municípios

pertencentes ao consórcio, tamanho da malha viária dos municípios, número de

propriedades rurais existentes, estrutura operacional do consórcio ou municípios

(tipo e quantidade de equipamentos) e descrição das principais cadeias produtivas

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existentes na área de abrangência do consórcio.

Etapa 3 – Assistência preliminar do programa à formação ou fortalecimento

dos consórcios intermunicipais

Para os casos em que grupos de municípios manifestem interesse em

participar das ações do programa, mas que a formação na modalidade de consórcio

seja inexistente ou incipiente, o Programa proverá a devida assistência institucional

e técnica, apoiando-os em todas as fases deste processo de discussão e a

elaboração do (i) Protocolo de Intenções, (ii) do Estatuto Social do Consórcio e (iii)

do Contrato de Gestão, entre outras providências pertinentes.

Esta tarefa de assistência será apoiada pelo Programa através do Gestor

Territorial, da Rede de Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER e da

CODAPAR. A constituição legal dos consórcios intermunicipais deverá estar em

conformidade com os termos da Lei n.º 11.107 e do Decreto de Lei nº 6.017, que

estabelecem as normas gerais para os consórcios públicos.

Os consórcios poderão ser formados por municípios de um território, e até

por municípios de outro território. Exemplificando: caso o número de municípios seja

insuficiente para formar um consórcio, estes poderão se agregar a municípios de

outros territórios; ou ainda, se o território apresentar um número muito grande de

municípios, parte poderá se associar em um consórcio, desde que haja a devida

concordância do fórum e/ou conselho territorial.

Etapa 4 – Seleção e priorização dos consórcios intermunicipais e aquisição

das máquinas e equipamentos que comporão as Patrulhas

Para a seleção e priorização dos consórcios, dentre as manifestações de

interesse apresentadas, o Programa levará em conta os critérios descritos no

QUADRO 2. Para cada critério estabelecido serão atribuídas notas de 1 a 5,

podendo variar a somatória da pontuação entre 9 e 45 pontos. Serão selecionados

e priorizados pelo programa os consórcios com maior pontuação.

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QUADRO 2 – CRITÉRIOS E PONTUAÇÃO PARA A SELEÇÃO DOS CONSÓRCIOS

PONTUAÇÃO PARA A SELEÇÃO E PRIORIZAÇÃO DE CONSÓRCIOS

CRITÉRIOS PONTOS

a) Participação em outros consórcios municipais de qualquer natureza 1 a 5

Participação em até 1 consórcio 1

Participação em até 2 consórcios 3

Participação em 3 ou mais consórcios 5

b) Universo de Constituição do Consórcio 1 a 5

De 1 a 3 municípios 1

De 4 a 6 municípios 5

De 7 a 10 municípios 3

c) Existência de Planos Municipais de Gestão de Estradas

Não existe 1

Sim, existe 5

d) Média do IDH dos municípios do consórcio 1 a 5

≤ a 0,700 5

≥ a 0,700 a 0,800 3

≥ a 0,800 1

e) Estrutura operacional dos consórcios (Conforme Quadro 3 ) 1 a 5

f) Malha viária sob responsabilidade do consórcio (extensão), conforme

levantamento

≤ a 1.400 km 1

De 1.401 a 2.000 km 3

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Maior que 2.000 km 5

g) Numero de microbacias prioritárias para o Estado

De 1 a 3 1

De 4 a 6 3

Mais de 7 5

h) Numero de municípios na área de atuação do Programa Desenvolvimento

Econômico e Sustentável - PRO-RURALDe 0 a 30% 1

De 31 a 60% 3

Mais de 60% 5

i) Numero de propriedades rurais (total) dos municípios que compõem o consórcio

Até 10.000 1

De 10.001 A 20.000 3

Mais de 20.000 5

FONTE: Unidade de Desenvolvimento do Programa 2011

QUADRO 3 - CRITÉRIOS DE PONTUAÇÃO DA ESTRUTURA OPERACIONAL DOS

CONSÓRCIOS

TIPO DE EQUIPAMENTOFAIXAS DE PONTUAÇÃO

5 3 1

Motoniveladora 0 1 Mais que 1

Pá carregadeira 0 1 Mais que 1

Rolo compactador 0 1 Mais que 1

Caminhão basculante 0 a 3 4 a 5 Mais que 5

Caminhão comboio 0 1 Mais que 1

Caminhão pipa 0 1 Mais que 1

Retroescavadeira 0 1 Mais que 1

Trator de esteiras 0 1 Mais que 1

Pontuação média obtida: →

Concomitantemente ao processo de seleção e priorização dos consórcios

de municípios o responsável pelo programa deverá iniciar os procedimentos de

licitação para aquisição das máquinas e equipamentos que integrarão as patrulhas

mecanizadas a ser cedidas aos consórcios.

As patrulhas rodoviárias terão como base os equipamentos e máquinas

listados no QUADRO 4, a seguir. Por outro lado, em função das especificidades de

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cada consórcio, poderá haver variação no número dos equipamentos repassados.

Em última instância, caberá ao Responsável Técnico pelo Programa e sua equipe

analisar caso a caso as propostas dos consórcios para avaliar a necessidade de

atendimento e verificar a melhor composição das patrulhas.

QUADRO 4 - EQUIPAMENTOS PARA COMPOSIÇÃO DAS PATRULHAS

MECANIZADAS

QUANTIDADE COMPOSIÇÃO CARACTERÍSTICAS MÍNIMAS

1 Caminhão comboio abastecedor 150 Hp cabine estendida1 Escavadeira hidráulica 20,0 t

1 Motoniveladora 140 Hp

1 Retroescavadeira 4x4 90 Hp

1 Rolo compactador liso vibratório automático 125 Hp

4 Caminhão basculante Trucado,/traçado,/10 m³

1 Trator de Esteira 130 HP

FONTE: Unidade de Desenvolvimento do Programa – 2011

A SEAB, com o apoio e assistência da Secretaria de Infraestrutura e

Logística/DER (SEIL) e da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Estado

do Paraná (CODAPAR), preparará o edital de licitação para a compra dos

equipamentos, cujo processo de licitação ficará sob encargo do responsável pelo

programa na SEAB.

Etapa 5 – Formalização dos repasses aos consórcios das patrulhas

rodoviárias e dos recursos para adequação de estradas

Somente depois de atendidas as exigências quanto à constituição legal do

consórcio intermunicipal e a aprovação da manifestação de Interesse pelo

responsável pelo Programa, é que o consórcio estará habilitado a firmar convênio

com a SEAB, instrumento este que orientará, por intermédio do agrupamento

intermunicipal legalmente constituído, toda ação do subcomponente perante o

projeto.

O projeto repassará, no mínimo, a sete consórcios intermunicipais um grupo

de equipamentos e máquinas para a composição de patrulha rodoviária, desde que

o valor de benefício a cada consórcio apoiado não exceda o valor máximo de R$

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3.000.000,00. Este repasse será formalizado por meio de termo de cessão de uso,

onde estarão discriminados os bens cedidos e as obrigações dos cessionários,

entre outras informações pertinentes.

Adicionalmente, o programa aportará a cada consórcio um valor máximo de

R$ 510.000,00 para pagamento de custos operacionais, visando à adequação de

aproximadamente 30 quilômetros de estradas rurais, possibilitando uma execução

total em torno de 210 quilômetros. Os repasses dos recursos serão ajustados

através de termo de cooperação técnica e financeira entre a SEAB e os consórcios

na qual constarão, entre outras informações, o objeto do convênio, as obrigações e

as responsabilidades de cada partícipe, a forma de repasse e utilização dos

recursos, as proibições, ações anticorrupção, os procedimentos para a prestação de

contas do convênio.

Etapa 6 – Elaboração e aprovação do Plano de Trabalho Anual dos Consórcios

para a execução das ações do Subcomponente

Todos os anos deverá ser elaborado um Plano de Trabalho Anual (PTA)

para cada patrulha repassada aos consórcios municipais, cujo processo de

elaboração deverá contar com a participação dos municípios integrantes do mesmo

e dos colegiados territoriais. As etapas para a elaboração do PTA encontram-se

descritas no QUADRO 5.

QUADRO 5 - ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO ANUAL - PTA

ETAPAS AÇÕES

1.ª Levantamento das necessidades anuais pelo consórcio

2.ª Priorização dos trechos em função das metas que poderão ser executadas no ano

3.ª Discussão com os colegiados territoriais para compatibilização das prioridades de

adequação de estradas com as propostas de fortalecimento e diversificação das

economias e outras

4.ª Encaminhamento dos Planos de Trabalho Anuais do Subcomponente

compatibilizados ao gerente territorial para análise e referendo

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5.ª Aprovação dos PTAs do Subcomponente pelo Responsável pelo Programa na SEAB

FONTE: Unidade de Desenvolvimento do Programa – 2010

Este Plano de Trabalho Anual (PTA) será analisado pelo responsável do

Programa e CODAPAR e, quando aprovado, comporá o Plano Operativo Anual do

Programa.

Etapa 7 - Elaboração dos projetos de engenharia para adequação das estradas

e avaliação quanto ao cumprimento das Salvaguardas Ambientais e Sociais

A SEAB, através da CODAPAR, apoiará os consórcios intermunicipais na

elaboração dos projetos de engenharia das obras de adequação de estradas

previstas nos termos de cooperação técnica e financeira firmados entre a SEAB e

os consórcios.

Os demais projetos, que farão parte do Plano de Trabalho Anual (PTA),

correrão às próprias expensas dos respectivos consórcios.

Estará explicitado nos convênios firmados entre a SEAB e os consórcios que

estes serão responsáveis por garantir que todos os projetos de engenharia para

adequação de estradas rurais, sem exceção, atendam às políticas de salvaguardas

do agente financiador do programa, o Banco Mundial, particularmente no que se

refere às Normas e Procedimentos de Reassentamento Involuntário, Estratégia de

Participação dos Povos Indígenas e Gestão Ambiental.

Etapa 8 – Execução das obras de adequação de estradas rurais

O processo de execução das obras será de responsabilidade dos

consórcios, que contarão com o assessoramento e assistência técnica da

CODAPAR; eventualmente, poderão contar com apoio do quadro técnico da Rede

de ATER.

Etapa 9 – Acompanhamento e fiscalização da execução dos Planos de

Trabalho Anuais (PTA)

A SEAB e a CODAPAR serão responsáveis pelo acompanhamento,

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controle de qualidade e supervisão de cada fase do processo, incluindo a revisão e

aprovação de propostas técnicas, atendo-se, sobretudo, ao cumprimento das

políticas de salvaguardas do Banco Mundial. A SEAB também emitirá certificados

de conclusão das obras para efeitos de reembolso pelo programa.

Para o cumprimento de suas responsabilidades, a SEAB nomeará

responsável para visitas trimestrais de inspeção e emissão de laudos de avaliação

das obras executadas, assim como para observação do estado de conservação e

manutenção dos equipamentos e máquinas repassados pelo programa a cada

consórcio.

5.4. Estratégia Institucional

A instituição responsável pela execução das ações do Subcomponente de

Adequação de Estradas Rurais será a SEAB. Para tanto disponibilizará um técnico

responsável pelo subcomponente.

A SEAB deverá contar com apoio e assistência de outras instituições do

Estado, cujas atribuições, em nível governamental, guardam estreita afinidade e

correlação com as ações que serão levadas a cabo pelo subcomponente. Tais

instituições são: Departamento de Estradas de Rodagem (DER), autarquia

vinculada à Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEIL), e Companhia de

Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Paraná (CODAPAR), empresa

vinculada à SEAB.

O QUADRO 6, a seguir, estabelece as responsabilidades de cada instituição

na implantação do subcomponente.

QUADRO 6 – RESPONSABILIDADES DAS INSTITUIÇÕES EXECUTORAS.

INSTITUIÇÃO RESPONSABILIDADES

SEAB - coordenar as ações das instituições envolvidas com a atividade para o alcance das metas

do subcomponente e a seleção dos beneficiários;

- auxiliar os municípios, em conjunto com a CODAPAR, no processo de organização e

constituição legal dos consórcios;

- elaborar, em conjunto com a CODAPAR, SEIL e DER, os editais de licitação para aquisição

das máquinas e equipamentos;

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- analisar e aprovar, em conjunto com outros envolvidos, os planos anuais de trabalho para

cada consórcio;

- receber e analisar os relatórios de avaliação e acompanhamento.

EMATER- Fornecer informações aos consórcios e/ou grupos municípios sobre os procedimentos para

acesso aos benefícios do subcomponente Adequação de Estradas Rurais

Consórcios

Municipais

- receber os equipamentos e máquinas nos termos pactuados em convênio;

- elaborar um Plano de Trabalho Anual para a atividade de adequação e gestão de estradas

rurais;

- montar e manter equipe responsável para a execução das ações;

- responsabilizar-se pelos custos decorrentes da manutenção e operação da patrulha

rodoviária por um período de 10 anos;

- disponibilizar pessoal para capacitação pelo programa.

SEIL/DER - assessorar a SEAB nos processos de licitação dos equipamentos

CODAPAR

- designar uma equipe técnica para assessorar a SEAB nas atividades de gestão do

subcomponente no que se refere à gestão das estradas rurais, elaboração de projetos de

engenharia, supervisão das obras e implementação do programa de capacitação.

Colegiado

Territorial

- opinar com relação à pertinência das obras previstas nos Planos de Trabalho Anuais do

subcomponente propostos pelos consórcios.

FONTE: Unidade de Desenvolvimento do Programa – 2011

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6. A POLÍTICA DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO E AS IMPLICAÇÕES

PARA O PROJETO MULTISSETORIAL PARA O DESENVOLVIMENTO DO

PARANÁ

A política de reassentamento aqui descrita norteará a elaboração de Planos

Pontuais de Reassentamento Involuntário – PPRI, que deverão ser preparados

apenas onde se fizerem necessárias as intervenções. Estes planos estão sujeitos

às diretrizes gerais do presente documento, à OP 4.12 do Banco Mundial e

legislações federal, estadual e municipal vigentes.

Esta política foi analisada e revista pelos especialistas do Banco Mundial

durante a preparação do empréstimo.

6.1. Objetivos

Os objetivos desta Política de Reassentamento Involuntário são:

• Tornar públicas as orientações e diretrizes, tanto para as equipes de

elaboração dos projetos executivos, como para as famílias atingidas e para

os responsáveis pela implementação, monitoramento e avaliação das ações

dos programas (Unidade de Gerenciamento do Projeto – UGP, Responsável

Técnico pelo Programa, prefeituras municipais e demais parceiros);

• Garantir a implementação de corretas práticas de informação, consulta,

compensação e assistência a grupos de beneficiários e/ou atingidos, nas

etapas de elaboração, execução, monitoramento e avaliação do programa;

• Nortear a elaboração de termos de referência para a contratação de

consultorias visando à elaboração futura de planos específicos de

desapropriação e reassentamento, no âmbito do desenvolvimento do

programa.

6.2. Diretrizes

Nesta perspectiva, possíveis ajustes das soluções de reassentamento

involuntário que possam ser requeridas serão realizados com observância e em

sintonia com as seguintes diretrizes:

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• Diretriz 1 – Minimizar o número de imóveis a serem desapropriados,

adotando soluções técnicas que reduzam o território requerido, diminuindo o

impacto gerado pela tomada da terra;

• Diretriz 2 – Garantia de oferta de diferentes opções de atendimento, de forma

a contemplar a diversidade social;

• Diretriz 3 – A população afetada terá total liberdade de escolha a sua opção

de atendimento, dentro dos critérios de elegibilidade adotados pelo

programa;

• Diretriz 4 – A gestão compartilhada, garantindo a participação dos atores

locais em todas as fases do processo de reassentamento;

• Diretriz 5 – Garantia da melhoria ou da manutenção das condições de

moradia;

• Diretriz 6 – Garantia da possibilidade de manutenção da renda;

• Diretriz 7 – Os custos das soluções de remanejamento não serão repassados

às famílias;

• Diretriz 8 – Isonomia e equidade social. Todas as famílias afetadas e

cadastradas pelo programa, independente de sua condição de acesso à terra

e relação com o imóvel, serão alvo de reposição de moradia;

• Diretriz 9 – A documentação de propriedade e/ou uso das moradias de

reposição será emitida em nome do casal, sob condição de negociação

prévia com os componentes do grupo familiar;

• Diretriz 10 – População tradicional (indígena/quilombola). No caso de serem

identificados durante a execução do programa grupos ou indivíduos que

possam ser considerados como população tradicional, serão adotadas

medidas de atenção adequadas aos costumes e características

socioculturais;

• Diretriz 11 – Garantia do pagamento das indenizações pelo valor de

reposição do imóvel, incluindo todas as benfeitorias realizadas;

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• Diretriz 12 – Garantia da reposição e/ou oferta de serviços sociais;

• Diretriz 13 – Evitar o empobrecimento da população afetada.

As estradas rurais que serão objeto de intervenção do Programa

Desenvolvimento Econômico Sustentável, através do Subcomponente 2.2.

Adequação de Estradas Rurais, apresentam a seguinte definição, segundo o

Departamento Nacional de Estradas de Rodagem – DNIT, do Ministério dos

Transportes:

“Estrada Local – Aquela que se destina principalmente a dar acesso a

propriedades marginais - Sinônimo: Estrada Vicinal”.

Esta é a categoria mais simples de estradas, sendo possível supor que

provavelmente sua adequação tem um potencial mínimo, senão nulo, de provocar

ações de reassentamento involuntário.

6.3. Princípios e procedimentos

A conduta da equipe do Projeto Multissetorial e do Programa

Desenvolvimento Econômico Sustentável é evitar, ao máximo possível, o

reassentamento involuntário das famílias nas comunidades rurais a serem por ele

atendidas.

Dadas as características das obras previstas pelo Programa

Desenvolvimento Econômico Sustentável, através do subcomponente 2.2.

Adequação de Estradas Rurais, e que tem o potencial de provocar esse risco,

prevê-se que a quantidade de famílias a serem negativamente afetadas seja mínima

ou inexistente. Prevê-se, também, que quando houver famílias afetadas, isto não

implicará na necessidade de remoção de parcelas significativas da população (o

que demandaria um programa de reassentamento involuntário coletivo). Antes, a

maior probabilidade é que famílias sejam atingidas isoladamente e, por conseguinte,

que estas deverão ser atendidas individualmente e de modo a suprir suas

necessidades.

De qualquer modo, quando as opções para se evitar reassentamentos forem

esgotadas, as diretrizes estabelecidas neste marco serão acionadas e o processo

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de preparação e implementação de Planos Pontuais de Reassentamento

Involuntário será iniciado, devendo ser concluído antes do início das obras.

Dessa forma, deve-se mencionar que os princípios que norteiam a Política de

Reassentamento Involuntário incluem:

I. Evitar, ao máximo possível, os reassentamentos;

II. Evitar, ao máximo, possíveis interrupções na vida da comunidade;

III. Recuperar o modo de vida operante ao assegurar o mínimo do padrão

anteriormente existente;

IV. Assegurar a participação das famílias envolvidas no planejamento e na

efetivação de qualquer atividade de reassentamento;

V. Completar o cadastro das famílias afetadas antes da data limite

estabelecida;

VI. Assegurar a aplicação de critérios de elegibilidade;

VII. Assegurar que remoções não aconteçam sem as compensações

acordadas;

VIII. Efetuar um monitoramento e avaliação adequada.

Norteados por estes princípios, serão elaborados Planos Pontuais de

Reassentamento Involuntário para atender cada caso em que a realocação de

famílias ou de suas atividades produtivas, em caráter temporário ou permanente,

seja requerida em decorrência das atividades implementadas pelo Programa

Desenvolvimento Econômico Sustentável.

Em conformidade com a OP 4.12, para cada obra que possa implicar em

ação de reassentamento involuntário, será apresentado ao banco, para sua

aprovação, um Plano de Reassentamento ou um Plano Resumido de

Reassentamento, sendo este um pré-requisito obrigatório para financiamento do

programa pela instituição, bem como para a execução das obras. Vale ressaltar

ainda que as obras de construção civil podem ser iniciadas antes da conclusão da

execução dos planos de reassentamentos; entretanto a prestação de compensação

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e de outra assistência necessária para o reassentamento deve ser concluída antes

do deslocamento.

6.4. Aspectos legais

O Marco Referencial de Reassentamento Involuntário ora proposto está

respaldado pela legislação vigente no Brasil, através do seguinte arcabouço legal:

I - Constituição Federal de 1988 – que estabelece que toda propriedade rural

deve cumprir função social e também assegura o meio ambiente ecologicamente

equilibrado como um dos bens comuns da sociedade e do ser humano, essencial à

sua qualidade de vida como cidadão;

II - Lei Federal 6.938, de 31/08/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do

Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras

providências;

III - Lei Federal 9.605, de 12/02/1998, que dispõe sobre sanções penais e

administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá

outras providências;

III - Código Florestal – Decreto 23.793, de 23/01/1934, e modificado em

26/02/1942 pelo Decreto Lei 4.135.

Ademais, atende aos requisitos da salvaguarda - Reassentamento

Involuntário do BIRD, previstos pela OP 4.12. Esta salvaguarda é acionada sempre

que há a necessidade de aquisição de territórios ou de reassentar as famílias

situadas em áreas requeridas para implantação de obras do programa.

6.5. Consultas e Comunicações

Devido às ações de adequação de estradas rurais previstas no Programa

Desenvolvimento Econômico Sustentável serem de caráter multissetorial, um

esforço especial será efetuado para identificar e moldar o processo de consulta

específica às partes interessadas de determinados setores e da sociedade civil,

com comunicações apropriadas ao invés de uma abordagem de anúncio geral, mais

prática, porém, muito menos efetiva. De fato, cada setor é caracterizado por uma

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situação única, de acordo com as iniciativas a serem efetuadas, e requer um plano

de consultas direcionadas.

O Governo do Paraná compromete-se, pois, a conduzir o seguinte plano para

otimizar as consultas e para garantir que qualquer pessoa que necessite de

informações relacionadas à operação possa obtê-las rapidamente.

6.5.1. Plano geral de consultas e comunicaçõesA Unidade de Gerenciamento do Projeto – UGP, coordenada pela SEPL, e o

Responsável pelo Programa Desenvolvimento Econômico Sustentável, coordenada

com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento - SEAB, serão

responsáveis pela formulação e implementação do Plano Geral de Consultas e

Comunicação, que possui os seguintes objetivos:

I - Garantir a disponibilidade de informações relevantes para a sociedade

civil;

II - Implementar um sistema de referência para perguntas relacionadas ao

projeto.

Para conduzir esse plano, o Governo do Paraná, através da SEPL e da

SEAB, disponibilizará nos sites na Internet informações relevantes relacionadas ao

programa, em até três (03) meses após a sua efetivação e que incluirá as seguintes

informações:

I. Descrição do programa e principais documentos relacionados aos seus

componentes e subcomponentes;

II. Documento Marco Referencial das Diretrizes para Reassentamento

Involuntário;

III. Os números de contato e os nomes dos técnicos responsáveis pelo

Programa, aptos a responder perguntas específicas relacionadas ao mesmo,

seus componentes, subcomponentes e ao presente Marco Referencial;

IV. Um espaço virtual (fale conosco) para perguntas, informações e

sugestões ao responsável pelo Programa com reencaminhamento para

membros da equipe técnica da SEAB para análise e providências;

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V. Relatórios periódicos de acompanhamento do programa;

VI. Lista das famílias que serão reassentadas;

VII. Planos Pontuais de Reassentamentos Involuntários (PPRI).

6.6. Opções de Compensação

Como compensação e indenização às famílias afetadas propõem-se,

basicamente, a oferta das seguintes opções:

• Reassentamento com construção de unidades habitacionais;

• Reassentamento com compra de imóvel de igual valor;

• Indenização monetária; e

• Compensação social.

6.6.1. Critérios de Elegibilidade para o Enquadramento das Famílias nas

Opções de Compensação

As opções de reassentamento serão oferecidas: (a) às famílias que tenham

suas terras tituladas, cujas propriedades sejam totalmente atingidas; e (b) às

famílias que não possuam títulos das terras (arrendatários, cedentes ou rendeiros) e

que perderem o direito de acesso e uso da mesma (em virtude da implantação da

obra). Serão priorizadas como áreas a serem utilizadas para reassentamento das

famílias atingidas: as que estiverem dentro da área de influência da obra ou

comunidade de origem das famílias afetadas; tenham acesso a transporte, mercado

e serviços públicos essenciais; apresentem qualidade de solo e topografia

compatível a das áreas originárias e atividades produtivas previamente

desenvolvidas pelas famílias. No processo de reassentamento, buscar-se-á

conservar as relações sociais, evitando-se alteração dos hábitos de vida das

famílias afetadas. As moradias ofertadas deverão atender as condições de

habitabilidade das famílias realocadas. Caso a desapropriação ocorra antes da

conclusão da construção das novas moradias, as famílias receberão apoio

financeiro para alugar residência durante o período.

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A opção de indenização será oferecida a: (a) famílias que tiverem sua

propriedade parcialmente atingida; e (b) famílias que tiverem sua propriedade

totalmente atingida, mas prefiram buscar no mercado uma propriedade para se

estabelecer. O valor da indenização será calculado com base no laudo de avaliação

imobiliária da propriedade, observando-se o custo de substituição. Recomenda-se

que o pagamento da indenização seja feito à mulher ou conjuntamente ao casal.

A compensação social poderá ser ofertada tanto às famílias reassentadas

quanto às famílias que receberão indenizações, desde que verificadas que estas

sofreram perdas não mensuráveis, tais como a quebra das relações sociais, a rede

de apoio da vizinhança, as mudanças nos hábitos de vida etc.

As ações de reassentamento junto às famílias pertencentes a comunidades

tradicionais (indígenas, quilombolas, faxinalenses etc.) serão evitadas ao máximo;

no caso das referidas famílias serem afetadas, serão adotadas medidas de atenção,

no sentido de adequar as opções de compensação aos seus costumes e

características socioculturais.

6.6.2. Procedimentos para Execução das Opções de Compensação

Seguindo as normas legais e tendo em vista o caráter participativo,

democrático e de empoderamento de comunidades rurais na tomada de decisões

de ações para a efetiva promoção de seu desenvolvimento, inicialmente procurará

encaminhar, junto às famílias que possuam o título das terras, o processo de

reassentamento pela via administrativa também conhecida como desapropriação

amigável e que prevê os seguinte passos:

I – Informar as famílias a respeito das obras;

II – Ofertar às famílias opções de compensação de acordo com a sua

realidade específica;

III – Ajustar as opções de compensação aos anseios de cada uma das

famílias, de maneira a obter um acordo;

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IV – Registrar em cartório os termos de acordos individualizados por família,

contemplando cláusulas relativas à assistência para o processo de deslocamento

(quando for o caso) e demais situações que as famílias julguem necessárias;

V – Execução das ações previstas no termo de acordo.

No caso das famílias afetadas não possuir o título de suas terras, o programa

primeiramente as auxiliará no processo de regularização da posse da propriedade e

posteriormente iniciará o diálogo, visando a desapropriação amigável.

Caso esta conduta não se mostre factível, ou seja, as famílias não

concordem com a execução da obra ou com as opções de compensação, logo se

adotará a via judicial, que prevê os seguintes passos:

I - Elaboração, assinatura e publicação do Decreto de Utilidade Pública para

fins de desapropriação para as áreas requeridas pelo programa, para execução das

obras e atividades;

II - Instalação do processo judicial, individualizado para cada área e

solicitação de emissão da posse do referido imóvel, seguido de depósito do valor de

avaliação, tendo como base o custo de substituição e acrescido da compensação

social;

III - Cumprimento do mandado judicial.

6.7. Responsabilidades do Arranjo Institucional e da Fonte de Recursos em

Relação à Política de Reassentamento Involuntário

A Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral – SEPL será

a responsável pelo programa, porém, no que tange à execução do Subcomponente

2.2. Adequação de Estradas Rurais do Programa Desenvolvimento Econômico

Sustentável, a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento será

responsável pela implantação e execução do mesmo, podendo contar com a

parceria de outras instituições em ações específicas. No caso do subcomponente

Adequação de Estradas Rurais a SEAB contará, através de instrumento legal, com

o apoio da CODAPAR, em conjunto com as prefeituras municipais, os consórcios

Intermunicipais e os colegiados territoriais.

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Em relação à Política de Reassentamento Involuntário, após serem definidos

os Planos de Ação e especificadas as obras a serem realizadas, serem

determinadas suas áreas de abrangência e elaborados seus projetos técnicos e de

engenharia, os responsáveis em cada município pelas ações do Programa

Desenvolvimento Econômico Sustentável estão comprometidos a realizarem

reuniões públicas nas diferentes comunidades a serem atendidas com os objetivos

de:

• Apresentar o programa;

• Esclarecer as famílias afetadas sobre áreas que terão de ser

desapropriadas (caso este venha a ser o caso) e sobre as regras do

Marco de Reassentamento Involuntário do Programa;

• Obter a anuência das famílias afetadas à sua execução; e

• Identificar situações a serem resolvidas de acordo com o Marco de

Reassentamento Involuntário.

Atas de cada reunião deverão ser lavradas, assinadas por todas as

famílias afetadas, copiadas e encaminhadas aos gestores do consórcio municipal

(no caso da adequação de estradas rurais), ao colegiado territorial e ao responsável

pelo Programa Desenvolvimento Econômico Sustentável.

Compete aos gestores territoriais, nomeados pela SEAB - Programa

Desenvolvimento Econômico Sustentável, a atribuição e responsabilidade de

acompanharem estas reuniões comunitárias e atestarem a fidelidade das atas ali

lavradas.

No caso específico das obras ou atividades previstas causarem o

reassentamento involuntário de famílias, será necessário a elaboração de um PPRI.

Esta necessidade será atestada pela Ata da Reunião Comunitária e referendada

pelo Gestor Territorial do Programa. Informada de sua existência, a SEAB

contratará consultoria especializada para proceder a elaboração do PPRI, de acordo

com as diretrizes, definições e orientações do presente Marco Referencial e os

aspectos legais pertinentes.

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Os produtos esperados desta consultoria estão detalhados no Anexo 1.

Caberá à consultoria especializada contratada concluir os serviços no prazo

determinado e de acordo com os termos de referência definidos pela SEAB.

Compete à SEAB - PROGRAMA DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

SUSTENTÁVEL supervisionar as atividades da consultoria contratada, visando

assegurar o respeito aos princípios gerais da Política de Reassentamento

Involuntário e sua adequação às diretrizes do BIRD e de sua política de

salvaguardas.

O custo das soluções de remanejamento não serão repassados às famílias

afetadas. O PROGRAMA DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL

arcará com as despesas de contratação da consultoria, bem como apoiará as

diferentes etapas da elaboração e execução do PPRI. Já os custos com aquisição

de terras e outras formas de indenização e compensação, ficarão sob a

responsabilidade do município.

As obras não poderão começar antes da conclusão do PPRI.

Esses compromissos serão formalizados através de convênios entre os

agentes executores das ações, onde estarão detalhadas as atribuições de cada

instituição.

6.8. Plano Pontual de Reassentamento Involuntário

O âmbito e nível de detalhe do Plano Pontual de Reassentamento

Involuntário varia com a magnitude e complexidade do reassentamento. Tal plano

se baseia em informações fundadas e atualizadas: (a) no reassentamento proposto

e seus impactos nas pessoas deslocadas e outros grupos adversamente afetados; e

(b) nas questões jurídicas envolvidas no reassentamento. O plano de

reassentamento inclui os elementos conforme lhes sejam pertinentes. Quando

alguns dos elementos não for relevante para as circunstâncias do Programa

Desenvolvimento Econômico Sustentável tal deverá ser registrados num plano de

reassentamento.

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A elaboração de PPRI permitirá identificar, caso a caso, as famílias afetadas

e a política de compensação a ser implementada. Cada plano deverá conter um

Plano de Ação composto dos seguintes instrumentos: Matriz Institucional,

Cronograma, Orçamento e Fonte de Recursos.

Matriz Institucional - Deve apresentar quais são os órgãos envolvidos na

elaboração e implantação do plano, sendo que a competência de cada um

deles deve ser claramente especificada e divulgada junto à comunidade.

Cronograma de Trabalho – Importante instrumento de controle para um

projeto de múltiplas tarefas, com relativa complexidade e no qual a questão

do tempo é fator vital para sua realização com sucesso. Realizar tarefas

dentro do prazo desejável é o principal fator de redução dos impactos

gerados. A não realização das atividades dentro do prazo previsto acarreta

atraso na obra e, por via de consequência, insegurança as famílias afetadas.

Orçamento – O orçamento deverá contemplar, além das despesas referente

à viabilização das soluções oferecidas (reassentamento, pagamento

indenizações), também o custeio da equipe, a elaboração de projetos e as

possíveis despesas judiciais.

Fonte de Recursos - O QUADRO fonte de recursos será elaborado para

demonstrar quais são as atividades financiadas e suas respectivas fontes.

Vale lembrar que aquisição de terras não é atividade financiada pelo BIRD.

Cada PPRI abrangerá três elementos:

• A Elaboração do Diagnóstico da Situação, envolvendo a identificação das

famílias afetadas e o levantamento de dados. Importa na determinação da

área afetada e de seus habitantes que farão jus à indenização e/ou

compensação, a realização do cadastro socioeconômico dessas famílias

e a realização do levantamento dos bens afetados.

• A Elaboração da Política de Atendimento, que identifica os critérios de

elegibilidade para indenizações e compensações, e as famílias a serem

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beneficiadas, estabelece o cronograma de ações e define os recursos

orçamentários necessários.

• A Implementação da Política de Atendimento, que começa com a consulta

às famílias a serem realocadas sobre suas preferências em termos de

indenização e se conclui com seu reassentamento.

Quando o sistema de Política de Reassentamento é o único documento

necessário para apresentar como condição para o empréstimo, o Plano de

Reassentamento a ser submetido como uma condição para o financiamento do

Projeto não necessita incluir os princípios da política, direitos de posse e critérios de

elegibilidade, acordos organizacionais, provisões para monitoração e avaliação, o

sistema de participação e mecanismos de compensação pelas perdas sofridas

estabelecidos no Sistema de Política de Reassentamento. O Plano Pontual de

Reassentamento do projeto deve incluir:

• informações básicas do censo e do estudo socioeconômico;

• taxas específicas e padrões de compensação;

• direitos decorrentes da política relacionados com qualquer impacto

identificado através do censo ou do estudo;

• descrição de locais de reassentamento e programas para a melhoria ou

recuperação dos meios de subsistência ou das condições de vida;

• cronograma de implementação das atividades de reassentamento; e

• estimativa detalhada dos custos envolvidos.

Quando os impactos das obras são pequenos, ou seja, quando as famílias

afetadas não são fisicamente deslocadas e perdem menos de 10 % do seu

patrimônio produtivo, a OP 4.12 do BIRD permite a elaboração de planos resumidos

de reassentamento, contendo:

• Censo das pessoas deslocadas e avaliação dos bens respectivos;

• Descrição de compensação e outra assistência técnica ao

reassentamento a ser fornecida;

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• Consultas à população deslocada acerca de alternativas aceitáveis;

• Responsabilidade institucional pela implementação e procedimentos para

a apresentação e resolução de reclamações;

• Acordos para monitoramento e implementação; e

• Calendário e orçamento.

6.8.1. Preparação e Elaboração de Planos Pontuais de Reassentamento Involuntário

Cada PPRI contratado à consultoria especializada pela SEAB - Programa

Desenvolvimento Econômico Sustentável estará baseado em estudos técnicos e

sociais e abrangerá as seguintes atividades:

I. A realização do censo das famílias afetadas, incluindo, entre outras, as

informações necessárias para a aplicação dos critérios de elegibilidade para

as solicitações, como: estudos e documentos da terra; os ativos econômicos

da propriedade (investimentos agropecuários); a moradia e as demais

estruturas da comunidade que poderão ser afetadas (igrejas, áreas de lazer

etc.). O relatório deve conter quantidades, qualificações dos itens

(dimensões, tipo de construções e outras características) e, a preços de

mercado atuais, custo de reposição dos mesmos;

II. A realização de estudos socioeconômicos participativos que suplementem

as informações do censo, incluindo a informação detalhada do estilo de vida,

da economia formal e informal, dos recursos naturais, do nível de renda, das

características socioculturais, das organizações locais e assistência

comunitária, da infraestrutura e dos serviços existentes de saneamento,

saúde, educação e outros;

III. A realização do laudo de avaliação imobiliária e do cálculo dos bens

mobiliários a serem indenizados e compensados, para definição dos valores

a serem pagos a cada família afetada, tendo como base o custo de

substituição e acrescido da compensação social.

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IV. A elaboração do relatório analítico sobre as soluções alternativas e as

características planejadas da área de reassentamento (física, social e outras

condições);

V. A divulgação comunitária deste relatório;

VI. A definição do pacote de compensações e de sua elegibilidade que, caso

a caso, serão oferecidos.

VII. A consulta às famílias afetadas sobre suas preferências a respeito do tipo

de indenização e/ou compensação;

VIII. A prestação de serviços de apoio às famílias afetadas;

IX. O monitoramento de sua inserção em novas redes sociais e de suas

condições de existência.

Cada PPRI deverá ter, ainda, um cronograma de trabalho conforme

detalhado no QUADRO 7, abaixo:

QUADRO 7: CRONOGRAMA DE TRABALHO

ÍTEMPERÍODO (MÊS)

01 02 03 04 05 06

Realização de reuniões comunitárias X X X X X

Alternativas de reassentamento adequando as sugestões da comunidade X

Minuta do plano de reassentamento X X

Análise do responsável pelo Programa Desenvolvimento Econômico

SustentávelX X

Revisões adicionais quando necessárias X

Plano de reassentamento acordado com as famílias X

Aprovação de plano de reassentamento pelo Banco Mundial X

Prestação de compensação e de outra assistência X

Deslocamento e inicio das obras X

A consultoria especializada contratada para elaborar um PPRI deverá

manter-se em permanente contato com a SEAB - Programa Desenvolvimento

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Econômico Sustentável e o consórcio intermunicipal responsável pelas obras, de

modo a evitar que as ordens de serviço comecem a ser executadas antes da

conclusão do PPRI, evitando transtornos, reclamações ou possíveis embargos e,

por conseguinte, prejuízos.

6.9. Monitoramento e Avaliação

Durante a execução de um plano de reassentamento, as interações entre os

vários organismos e a complexidade inerente de coordenar muitas tarefas

simultâneas podem criar dificuldades. Desta forma, serão realizados monitoramento

e avaliação que permitam a identificação de problemas, na medida em que

surgirem, possibilitando os ajustamentos necessários.

Nos programas mais substanciais de reassentamento, o sistema de

monitoramento será independente e avaliará as condições sociais e econômicas

das pessoas afetadas. Todas as instituições e parceiros participantes do Programa

Desenvolvimento Econômico Sustentável devem apresentar relatórios ordinários

que possam ser consolidados nos relatórios de adiantamento do projeto, avaliações

intermediárias e relatórios de conclusão do mesmo.

O período de adaptação e de reabilitação social que se segue é mais difícil

de administrar e de avaliar, embora seja essencial para o sucesso do plano de

reassentamento. Assim, de forma a mensurar o que o programa de reassentamento

conseguiu, os alvos pós-execução devem ser avaliados usando indicadores

qualitativos e quantitativos claramente definidos. Os dados devem continuar a ser

compilados por um período adequado após a execução do Programa

Desenvolvimento Econômico Sustentável e, nos casos de programas de

reassentamento maiores, deve ser efetuada uma avaliação após a execução do

mesmo de tal forma que o mutuário e o banco possam discutir a necessidade de

outras medidas adicionais e aprender com a experiência, a fim de melhorar

operações futuras.

Os relatórios ordinários apresentados ao banco devem abranger todos os

reassentamentos, onde quer que ocorram, inclusive nas operações de obras

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múltiplas, por etapas e setoriais, bem como nos projetos específicos de

infraestrutura.

Relatórios de acompanhamento intermediários e relatórios de conclusão do

projeto devem incluir uma avaliação dos avanços do programa de reassentamento e

do seu impacto sobre as condições socioeconômicas das populações reassentadas.

O programa de trabalho de avaliação deve também incluir um exame periódico

profundo de uma amostra de projetos que abranjam reassentamento. Sem

informações sistemáticas, é impossível verificar se a política de reassentamento e a

sua aplicação estão protegendo efetivamente pessoas afetadas pelo projeto contra

o empobrecimento.

6.10. Resolução de Conflitos

Se durante a execução do processo de reassentamento ocorrer um

número significativo de reclamações ou de processo de desapropriação via judicial,

a Prefeitura Municipal e a SEAB - Programa Desenvolvimento Econômico

Sustentável implantarão uma ouvidoria específica para o programa, composta por

técnicos de diferentes formações a fim de dirimir os conflitos. Esta ouvidoria estará

preparada para não só captar as reclamações, mas, sobretudo, para encaminhá-las

aos setores pertinentes em busca de soluções. As soluções obtidas serão

comunicadas aos reclamantes. Dar respostas é objetivo principal do processo de

reclames. Por experiência, sabe-se que uma das maiores queixas da população é a

dificuldade de acessar o processo institucional/burocrático das entidades

envolvidas, e por isto mesmo sentem se perdidas e lesadas. Dar respostas de forma

concisa, clara, bem fundamentada e em uma linguagem adequada, é a função do

grupo de reclames.

6.11. Conceitos básicos envolvidos

Para um melhor entendimento do Plano de eassentamento Involuntário

proposto e para que se evitem distorções de interpretação de determinados termos

e expressões, estão apresentados a seguir os mais utilizados nesse documento:

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Plano Pontual de Reassentamento Involuntário - PPRI: plano a ser

elaborado no caso específico de determinada obra ou atividade do projeto provocar

ações de reassentamento involuntário, baseado nas diretrizes do presente

documento, visando minimizar o máximo possível o impacto na vida das famílias

afetadas;

Famílias Afetadas ou Famílias Atingidas: todas as famílias atingidas direta

ou indiretamente pela obra ou atividade.

Proprietário: pessoa que detêm o título de propriedade.

Posseiro: ocupante do imóvel no momento do cadastro, podendo ser ou não

proprietário do mesmo; o posseiro se divide em duas categorias; posseiro direto ou

posseiro indireto.

Posseiro Direto: dono da benfeitoria, podendo ou não ser proprietário do

terreno.

Posseiro indireto: pessoa, ou família, que vive sob o regime de cessão.

Inquilino: pessoa, ou família, que vive sob o regime de aluguel documentado

ou não.

Arrendatário: pessoa, ou família, que aluga imóvel rural para moradia ou

para atividades agrícolas.

Cadastro Socioeconômico: pesquisa realizada com todas as famílias

afetadas pelo reassentamento involuntário, de forma a identificar e definir quem e

quantos são, onde estão e como serão afetados.

Área Afetada: área atingida pela obra ou atividade.

Decreto de Utilidade Pública: instrumento do Executivo Municipal que

declara determinada área de utilidade pública para fins de desapropriação, para

implantação de determinada obra.

Laudo de Avaliação Imobiliária: laudo técnico onde é feito todo o

levantamento das benfeitorias e dos terrenos atingidos, tanto qualitativamente

quanto quantitativamente, para determinação de seu valor monetário para fins de

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negociação, que poderá ser pela via amigável ou judicial, como foto e croqui de

todas as benfeitorias.

Pesquisa de Mercado Imobiliário: pesquisa do valor das terras na mesma

região, de forma a fundamentar a apropriação de preços do laudo de avaliação

imobiliária.

Custo Unitário Padrão: valor do metro quadrado de construção, dentro do

padrão construtivo do imóvel afetado; normalmente, adotam-se os valores

publicados por instituições de credibilidade na área.

Custo de Substituição: método para calcular os valores de bens para

determinar o montante suficiente para substituir os bens perdidos e cobrir os custos

de transação respectivos. Ao aplicar-se este método de avaliação, não deverá ser

tida em conta a depreciação de estruturas e bens.

Indenização: valor oferecido à família afetada, resultado de avaliação dos

terrenos e benfeitorias atingidos, acrescidos da compensação social.

Compensação Social: parcela financeira definida para repor as perdas não

mensuráveis, tais como a quebra das relações sociais, a rede de apoio da

vizinhança, as mudanças nos hábitos de vida etc.

Reassentamento: reposição, pelo órgão promotor do empreendimento, dos

imóveis e benfeitorias desapropriados, bem como a transferência das pessoas e

seus pertences até o novo local de moradia, sem ônus para o afetado.

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ANEXO 1Da Contratação de Consultorias Especializadas para Elaboração de Planos

Pontuais de Reassentamento Involuntário (PPRI)

Consultorias especializadas serão contratadas pela SEAB - PROGRAMA

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL, com recursos do programa,

para elaboração de PPRIs que se façam necessários para cada um dos projetos

que demandarem ações de reassentamento involuntário. Estes PPRI serão

apresentados para a aprovação do Banco Mundial. Esperam-se os seguintes

produtos desses serviços de consultoria, de acordo com um cronograma pré-

estabelecido:

I. Avaliação socioeconômica da área afetada;

II. Dados do cadastro dos ocupantes, com fotografias das casas e a

estimativa do valor dos bens afetados a preço de mercado;

III. Alternativas de reassentamento com estimativas de custo para cada

opção de reassentamento, refletindo as preferências expressas pelos ocupantes

(incluir planilhas individuais);

IV. Programa de mudança, inclusive transporte, diária de instalação e outras

providências;

V. Mapas detalhados indicando os locais de remanejamento e realocação;

VI. Programas de segurança e proteção, inclusive planos detalhados para

gerir e mitigar o impacto do reassentamento sobre a população local;

VII. Programas e estudos de viabilidade para as medidas de geração de

renda, inclusive treinamento e assistência técnica;

VIII. Matriz institucional, indicando as responsabilidades de cada órgão

governamental ou instituição pública ou privada incluída;

IX. Cronograma de todas as atividades, compatível com o cronograma das

obras, incluindo cronogramas detalhados de cada fase:

a) contatos e reuniões com a comunidade;

b) mudança das famílias;

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c) medidas de recuperação e manutenção de renda.

d) titulação.

X. Orçamento detalhado, mostrando custos unitários e custos totais de:

a) custos com mudanças;

b) medidas de geração de renda;

c) medidas de segurança, proteção e mitigadoras associadas às obras

civis;

d) preparação do terreno, construção das casas, infraestrutura básica e

comunitária;

e) infraestrutura produtiva e restabelecimento do investimento

agropecuário;

f) custo com a desapropriação: terras e benfeitorias.

XI. Plano financeiro, elaborado juntamente com o órgão responsável; o plano

financeiro mostrará as fontes de recursos para todos os custos, inclusive serviços;

XII. Minutas dos acordos legais para todos os convênios e contratos

institucionais de operações que venham a ser necessários;

XIII. Minutas dos termos de referência para quaisquer serviços adicionais

(como projetos técnicos que venham a ser necessários para completar o projeto);

XIV Atas de reuniões realizadas com a(s) comunidade(s) afetada(s), com lista

de frequência.

Um Relatório Geral do Plano Pontual de Reassentamento Involuntário deverá

ser elaborado e apresentado em três vias, em volumes encadernados

separadamente. O Relatório Geral e o volume dos questionários respondidos, atas

etc., deverão usar o modelo padrão do órgão responsável. As anotações de campo,

planilhas de cálculos das áreas e o mapa geral deverão ser submetidos na sua

forma original.

O órgão responsável monitorará o progresso do plano de reassentamento

para garantir que seja executado em tempo hábil. Após sua conclusão, uma

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avaliação do projeto deverá ser realizada e enviada para análise da SEAB -

PROGRAMA DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL.

A minuta e a versão final dos cronogramas das ações e dos produtos dos

itens III, IV, V, VI e VII serão colocados num local público (escola, sede de

associação etc.), para serem examinados pelas famílias.

A consultora deverá apresentar versões, em forma de minuta, de todos os

produtos descritos no item 4, com, pelo menos, duas semanas antes do prazo final

e fazer todas as correções e emendas necessárias, conforme sejam solicitadas pelo

órgão responsável.