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Manuel de Sousa Coutinho
Nobre: cavaleiro de Malta (s os nobres que ingressavam nessa ordem religiosa) (I,2 e 4)
Racional: deixa-se conduzir pela razo no que contrasta com a sua mulher
Bom marido e pai terno (I,4; II,7)
Corajoso, audaz e decidido (I,7, 8, 9, 10, 11, 12; III, 8)
Marcado pelo destino (I, 11; II, 3 e 8)
Encarna o mito romntico do escritor: refgio no convento, que lhe proporciona o isolamento necessrio escrita
At vinda do romeiro, representa o heri clssico racional, equilibrado e sereno. A razo domina os sentimentos pela ao da vontade
Tem como ideal de vida o culto pela honra, pelo dever, pela nobreza de aes (da o seu nacionalismo e o incndio do palcio)
Porm, no incio do ato III, aps o aparecimento do romeiro, Manuel de Sousa perde a serenidade e o equilbrio clssico que sempre teve e adquire caractersticas romnticas. A razo deixa de lhe disciplinar os seus sentimentos, e estes manifestam-se com descontrolada violncia. Exemplos:
Revela sentimentos contraditrios (deseja simultaneamente a morte e a vida da filha)
Utiliza um vocabulrio trgico e repetitivo, prprio do cdigo romntico (desgraa, vergonha, escrnio, desonra, sepultura, infmia, etc.)
Opta por atitudes extremas (a ida para o convento) como soluo para uma situao socialmente condenvel
Ao optar por esta atitude, encarna o mito do escritor romntico, como um ser de exceo, que se refugia na solido para se dedicar escrita
Embora esteja ausente, de uma forma expressa, de todo o mito sebastianista que atravessa o drama, Manuel de Sousa insere-se nele pela defesa dos valores nacionalistas
D. Maria de Noronha
Nobre: sangue dos Vilhenas e dos Sousas (I,2)
Precocemente desenvolvida, fisica e psicologicamente (I,2, 3 e 6)
Doente: tuberculose, a doena dos romnticos
Culto de Cames: evoca constantemente o passado (II,1)
Culto de D. Sebastio: martiriza a me involuntariamente (II,1)
Poderosa intuio e dotada do dom da profecia (I,4; II,3; III,12)
Marcada pelo Destino: a fatalidade atinge-a e destri-a (III,12)
Modelo da mulher romntica: a mulher-anjo bom
A ameaa que percorre o texto -lhe essencialmente dirigida, razo pela qual se torna vtima inocente e consequentemente herona. Quer atuando, quer atravs das falas das outras personagens, Maria est sempre em cena, tornando-se assim o ncleo de construo de toda a pea.
Maria no nos aparece nunca como uma personagem real pois a sua figura altamente idealizada. Como consequncia dessa idealizao, Maria no tem uma dimenso psicolgica real, porque simultaneamente criana e adulto, no se impondo com nenhum destes estatutos.
Maria apresenta algumas marcas de personalidade romntica:
intuitiva e sentimental
idealista e fantasiosa, acreditando em crenas, sonhos, profecias, agoiros, etc.
Tem capacidade de desafiar as convenes pois ama a aventura e a glria
Tem o culto do nacionalismo, do patriotismo e do Sebastianismo
Apresenta uma fragilidade fsica em contraste com uma intensa fora interior ( destemida)
Morre como vtima inocente
Espao
Tempo
Tempo da aoTempo simblico
Ato I
28/07/1599
Sexta-feira
Fim da tarde
Noite Viso de Manuel de Sousa Coutinho pela primeira vez, sexta-feira
Alccer-Quibir04/08/1578Sexta-feira
Casamento com Manuel de Sousa Coutinho: 7 anos depois da batalhaSexta-feira Regresso de D. Joo de Portugal no 21 aniversrio da batalha04/08/1599Sexta-feira
Ato II
04/08/1599
Sexta-feira
Tarde
Ato III
04/08/1599
Sexta-feira
Alta noite
Integrao da obra na lei das trs unidades
Ao Os acontecimentos encadeiam-se extrinseca e intrinsecamente
Nada est deslocado nem pode ser suprimido
O conflito aumenta progressivamente provocando um sofrimento cada vez mais atroz
A catstrofe o desenlace esperado
A verosimilhana perfeita
A unidade da ao superiormente conseguida
Tempo1599
Julho
Agosto
6 feira,28
Ato I
Fim da tarde
Noite
Sbado,29
Domingo,30
2,31
3,1
4,2
5,3
6,4
Ato II
Tarde
Ato III
Alta noite
uma semana
No respeita a durao de 24 horas
A condensao do tempo evidente e torna-se um facto trgico
O afunilamento do tempo evidente: 21 anos, 14 anos, 7 anos, tarde noite, amanhecer
Uma semana justifica-se pela necessidade de distanciamento do acontecimento do ato I e da passagem a primeiro plano dos referentes ao regresso de D. Joo de Portugal
O simbolismo do tempo: a sexta-feira fatal: II,10 o regresso de D. Joo de Portugal faz-se no 21 aniversrio da batalha de Alccer-Quibir (sexta-feira); morte de D. Sebastio (sexta-feira); viso de D. Manuel pela 1 vez (sexta-feira)
EspaoEspao fsico: Almada
Ato I: Palcio de Manuel de Sousa Coutinho: luxo, grandes janelas sobre o Tejo felicidade aparente
Ato II: Palcio de D. Joo de Portugal: melanclico, pesado, escuro peso da fatalidade, a desgraa
Ato III: Parte baixa do palcio de D. Joo: casaro sem ornato algum abandono dos bens deste mundo. A cruz: elemento conotador de morte e de esperana.
Marcas clssicas na obra
A nvel formal divide-se em trs atos conforme a tragdia clssica
Apresenta um reduzido nmero de personagens e estas so nobres de condio social e de sentimentos
A ao desenvolve-se de forma trgica, apresentando todos os passos da tragdia antiga (o desafio, o sofrimento, o combate, o conflito, o destino, a peripcia, o reconhecimento, o clmax e a catstrofe)
O coro da tragdia clssica no existe mas est representado, de forma espordica, nas personagens Telmo e Frei Jorge
Marcas romnticas na obra
A crena no Sebastianismo
O patriotismo e o nacionalismo tais sentimentos esto bem patentes no comportamento de Manuel de Sousa Coutinho e no idealismo de Maria
As crenas Agoiros, supersties, as vises e os sonhos, bem evidentes em Madalena, Telmo e Maria
A religiosidade A permanente referncia ao cristianismo e ao culto
O individualismo
O tema da morte
Carter inovador de Frei Lus de Sousa1. A reestruturao e modernizao do teatro nacional a nvel do contedo e da forma. A pea atual mas enraizada nos valores nacionais.
2. A linguagem simples, coloquial, emotiva, adaptada a todas as circunstncias.
3. O gosto pela realidade quotidiana:
a. Descrio de espaos concretos (casa, ambientes, decoraes)
b. Descrio de relaes familiares (marido-mulher, pai-filha, tio-sobrinha, etc.)
c. Descrio de aes do quotidiano (ler, escrever, passear, dormir, etc.)
d. Preocupaes que revelam a vida privada das personagens (doena, visitas, etc.)Palcio de Manuel de Sousa Coutinho: moderno, luxuoso, aberto para o exterior: Lisboa
Parte baixa do palcio de D. Joo de Portugal
Capela
Palcio de D. Joo de Portugal: salo antigo, melanclico
Sala dos retratos