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MARIANA ROLLA SETTE BICALHO AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DO TRABALHO EM INDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA DA ZONA DA MATA MINEIRA Trabalho apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica e de Produção da Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências para a conclusão do curso de Engenharia de Produção. Orientador Luciano José Minette VIÇOSA MINAS GERAIS – BRASIL 2006

MARIANA ROLLA SETTE BICALHO - Universidade Federal de …arquivo.ufv.br/dep/engprod/trabalhos de graduacao/mariana rolla... · carga física de trabalho. ... Para isso serão necessários

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MARIANA ROLLA SETTE BICALHO

AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DO TRABALHO EM INDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA DA ZONA DA MATA MINEIRA

Trabalho apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica e de Produção da Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências para a conclusão do curso de Engenharia de Produção.

Orientador

Luciano José Minette

VIÇOSA MINAS GERAIS – BRASIL

2006

2

Dedico esse trabalho à minha amada mãe

Maria das Neves, que sempre esteve ao meu

lado me incentivando, apoiando e dando amor

e carinho. A minha querida irmã Ana Flávia

pela amizade e conselhos. Aos meus familiares

e amigos que sempre estiveram ao meu lado. E

também aos professores pela dedicação e

conhecimento compartilhado durante a

graduação.

(Mariana)

3

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS

RESUMO

1 INTRODUÇÃO 3

2 JUSTIFICATIVA 5

3 MATERIAL E MÉTODOS 6

3.1 Região de estudo 6 3.2 Amostragem da população 6 3.3 Levantamento do perfil dos trabalhadores 6 4 REVISÃO DE LITERATURA 7

4.1 Ergonomia 7 4.2 Perfil, condição de trabalho e saúde do trabalhador. 8 4.3 Biomecânica 11 4.4 Antropometria 12 5 DESENVOLVIMENTO 14

5.1 Descrição do Setor Financeiro 14 5.2 Descrição do setor Assistência Social 18 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21

ANEXO I 23

4

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Layout do setor administrativo ............................................................................

2

Figura 2 - Layout com as medidas do setor administrativo.................. 12

Figura 3 - Layout do setor assistência social ...

13

5

BICALHO, Mariana Rolla Sette. Análise Ergonômica do trabalho: um Estudo de Caso na Usina Jatiboca. 2006, 27 f. Trabalho de Graduação (Curso de Engenharia

de Produção) - Universidade Federal de Viçosa.

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo realizar um estudo sobre análise ergonômica

do trabalho em dois setores administrativos de uma Usina de açúcar e álcool, bem

como propor melhorias para a saúde do trabalhador, evitando assim possíveis multas

do ministério do trabalho e aumentos na produtividade dos colaboradores.

Portanto o trabalho realizou-se, basicamente, em três etapas. A primeira

constituiu-se na revisão bibliográfica sobre o tema ergonomia. A segunda foi de coleta

dos dados, realizada através de questionários, entrevistas e medições das dimensões

de objetos e pessoas necessárias para a análise. A terceira estabeleceu-se na análise

dos dados e sugestões de melhoria.

Os resultados obtidos foram bastante satisfatórios, visto que a empresa esta

com problemas que podem estar afetando o seu rendimento e causando possíveis

danos à saúde dos funcionários.

Palavras-chave: ergonomia, saúde do trabalhador, condição de trabalho.

6

1. INTRODUÇÃO

A ergonomia é o conjunto de conhecimentos a respeito do desempenho do

ser humano em suas atividades, a fim de aplicá-los à realização das tarefas, aos

instrumentos, às máquinas e aos sistemas de produção (IIDA,1990). Essa ciência

apóia-se em dados sistemáticos, fazendo uso de métodos científicos para se chegar à

adaptação da atividade à pessoa que a realiza, ou seja, visa sempre ao bem-estar do

ser humano.

A ergonomia pode ser aplicada nos mais diversos setores da atividade

produtiva. Em princípio, sua maior aplicação se deu na agricultura, mineração e,

sobretudo, na indústria. Mais recentemente, a ergonomia tem sido aplicada no

emergente setor de serviços e, também, na vida cotidiana das pessoas, nas atividades

domésticas e de lazer (SANTOS, 2003), com os seguintes objetivos:

a) Ergonomia na indústria: melhoria das interfaces dos sistemas ser humano-tarefa;

melhoria das condições ambientais de trabalho; melhoria das condições

organizacionais de trabalho;

b) Ergonomia na agricultura e na mineração: melhoria do projeto de máquinas

agrícolas e de mineração; melhoria das tarefas de colheita, transporte e

armazenagem; estudos sobre os efeitos dos agroquímicos;

c) Ergonomia no setor de serviços: melhoria do projeto de sistemas de informação

(ergonomia da informática); melhoria do projeto de sistemas complexos de controle

(salas de controle); desenvolvimento de sistemas inteligentes de apoio à decisão;

estudos diversos sobre: hospitais, bancos, supermercados,

d) Ergonomia na vida diária: consideração de recomendações ergonômicas na

concepção de objetos e equipamentos eletrodomésticos de uso cotidiano.

Do ponto de vista ergonômico, todos os produtos, sejam grandes ou pequenos,

simples ou complexos, destinam-se a satisfazer certas necessidades e, dessa forma,

direta ou indiretamente, entram em contato com o homem. Então, para que esses

produtos funcionem bem em suas interações com os seus usuários ou consumidores,

devem ter algumas características básicas, dentre as quais, a qualidade ergonômica

que inclui a facilidade de manuseio, a adaptação antropométrica, o fornecimento claro

de informações, as compatibilidades de movimentos e demais itens de conforto e

segurança (IIDA, 1990).

Dentre os principais aspectos ergonômicos relacionados ao trabalho nos

setores administrativos estão os biomecânicos, envolvendo as posturas e as forças

7

aplicadas durante o trabalho, a carga de trabalho físico e psíquico e os movimentos

repetitivos inerentes a atividade, esses fatores têm influência direta sobre a saúde do

trabalhador e conseqüentemente sobre a eficiência da operação, os quais podem ser

otimizados por meio da Análise Ergonômica do Trabalho e da forma de execução das

atividades às características do ser humano, que segundo MINETTE (1996), é o

principal componente que determina o sucesso ou o fracasso de um sistema de

trabalho.

Este estudo tem como objetivo geral realizar o levantamento ergonômico do

trabalho em alguns dos setores administrativos de uma indústria sucroalcooleira,

visando a melhoria da saúde, do conforto, da segurança e do bem-estar dos

trabalhadores.

Para cumprir o objetivo proposto, pretende-se especificamente:

a) Fazer o levantamento do perfil dos trabalhadores;

b) Avaliar todo o mobiliário dos setores analisados;

c) Avaliar as condições físicas e psíquicas de trabalho de cada um dos

funcionários dos setores analisados;

d) Fazer uma análise ergonômica do trabalho (AET);

8

2. JUSTIFICATIVA A adoção de posturas incorretas e, ainda, o levantamento e transporte de

cargas com pesos acima dos limites máximos permitidos, tanto esporádica quanto

continuamente, provocam dores, deformam as articulações e causam artrites, além da

possibilidade de incapacitar o trabalhador (IIDA, 1990). Observa-se, porém, que nem

sempre os projetistas industriais, os construtores de máquinas, equipamentos e

ferramentas e os responsáveis pelo planejamento operacional nas empresas têm

consciência ou conhecimento do que se passa com os trabalhadores, as maiores

vítimas de tais circunstâncias.

No Brasil, segundo DOR (1996), as dores na coluna são a segunda maior

causa de aposentadoria por invalidez, só perdendo para acidentes de trabalho. De

1991 a 1996, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) constatou que os casos

de doenças profissionais triplicaram no País. Grande parte dessas doenças era

causada por adoção constante de posturas inadequadas no ambiente de trabalho. Do

total de acidentes em 1997 (428.072 acidentes, com 5.538 óbitos), mais de 25.000

trabalhadores foram aposentados por invalidez permanente (aproximadamente 6% do

total). O Estado de Minas Gerais é o primeiro em acidentes por invalidez e morte no

Brasil e o segundo em acidentes gerais, com 13% de todos os acidentes ocorridos no

País. As doenças ocupacionais já somam mais de 4% do total de acidentes

registrados entre os trabalhadores brasileiros. As lesões por esforços repetitivos

correspondem a 70% das doenças ocupacionais (INSS, 1998).

No Brasil estima-se que 50% dos trabalhadores sofrem de algum tipo de dor

nas costas, independentemente da forma como exercem sua função, ou seja, se é em

pé, deitado ou sentado (DOR, 1996). Segundo citações feitas por ALVAREZ (1996), o

centro de estatísticas da Holanda verificou que, em 1988, existiam naquele país cerca

de 21% de trabalhadores com licença por doenças relacionadas a problemas nas

costas, estando 32% deles incapacitados permanentemente.

Na identificação da atividade postural, as manutenções prolongadas de

posturas e as suas mudanças freqüentes devem ser consideradas como elementos da

carga física de trabalho.

O estudo ergonômico do trabalho de setores administrativos será realizado por

métodos manuais e a conseqüente aplicação prática de seus resultados podem levar a

condições mais seguras e saudáveis no ambiente de trabalho, melhorando

sensivelmente a adaptação da atividade à pessoa que a realiza e proporcionando-lhe

maior conforto, bem-estar, produtividade e qualidade do trabalho.

9

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1Região de estudo

Este estudo será realizado nos setores administrativos de uma indústria

sucroalcooleira do interior do Estado de Minas Gerais, que produz açúcar e álcool

anidro e hidratado. A empresa está situada na cidade de Urucânia, localizada nas

coordenadas geográficas 10° 21’ 59,98’’ de latitude sul e 42° 44’59,97’’ de longitude

oeste;

3.2. Amostragem e população

A amostra foi constituída por 100% dos trabalhadores, totalizando quatro

funcionários que exercem atividades nos setores financeiro e assistência social na

empresa avaliada.

3.3. Levantamento do perfil dos trabalhadores

O perfil dos trabalhadores será levantado por intermédio de questionário

individual, previamente elaborado, aplicado em forma de entrevista e observações do

cotidiano de trabalho de cada um dos funcionários do setor administrativo da empresa.

Durante a aplicação deste questionário, será feita uma análise do

comportamento de cada um destes colaboradores e anotadas as observações

importantes e plausíveis.

A elaboração das tabelas se dará através de pesquisas bibliográficas, para

que sejam obtidas as medidas antropométricas e dos mobiliários significativas para o

desenvolvimento do trabalho.

Em seguida esta tabela será preenchida com os dados obtidos em cada um

dos setores analisados. Para isso serão necessários um paquímetro e um metro.

Será feito no computador, um desenho de cada um dos setores analisados,

com as distribuições de móveis, portas, janelas etc, para facilitar o entendimento de

cada uma das situações estudadas.

Após a coleta de dados, será feita uma análise para em seguida concluir-se o

que deverá ser modificado em cada um dos problemas encontrados.

10

4. Revisão de Literatura 4.1 Ergonomia

A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem. O trabalho aqui

tem uma concepção bastante ampla, abrangendo não apenas máquinas e

equipamentos utilizados para transformar os materiais, mas também toda situação em

que ocorre o relacionamento entre o homem e seu trabalho (IIDA ,1990).

Segundo o conselho científico da International Ergonomics Association (IEA,

2000), é a ciência que trata da compreensão das interações entre os seres humanos e

os demais elementos de um sistema e que aplica teorias, princípios, dados e métodos

a projetos que visam otimizar o bem-estar humano e a “performance” global dos

sistemas. Para COUTO (2002), a ergonomia pode ser definida como o trabalho

interprofissional que, baseado num conjunto de ciências e tecnologias, procura o

ajuste mútuo entre o ser humano e seu ambiente de trabalho de forma confortável e

produtiva, basicamente procurando adaptar o trabalho às pessoas.

Para WISNER (1994), a ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos

relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e

dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e

eficiência. Sendo uma ciência multidisciplinar, ela tem como base em seus estudos

várias outras ciências, como a psicologia, a sociologia, a anatomia, a fisiologia, a

antropologia, a antropometria e a biomecânica, tendo sua aplicação em várias áreas,

no que diz respeito ao relacionamento entre o homem e o seu trabalho.

Esta ciência pode ser aplicada em qualquer setor trabalhista,

independentemente do tipo de atividade desenvolvida, ajudando a promover o melhor

aproveitamento e a qualidade das tarefas, conciliando estes fatores, prioritariamente,

com a saúde do trabalhador. Para IIDA (1990), a ergonomia dever ser aplicada desde

as etapas iniciais do projeto de uma máquina, ambiente ou local de trabalho. Estas

devem sempre incluir o ser humano como um de seus componentes. Assim, as

características desse operador humano devem ser consideradas conjuntamente com

as características ou restrições das partes mecânicas ou ambientais, para se

ajustarem mutuamente uns aos outros.

A ação ergonômica tem por finalidade principal a transformação do trabalho.

De acordo com GUÉRIN et al (2001) essa transformação deve atender a alguns

requisitos básicos: gerar situações de trabalho que não alterem a saúde dos

11

operadores, que os possibilitem exercer suas competências num plano individual e

coletivo, que os garanta possibilidades de valorização de suas capacidades e que

alcancem os objetivos econômicos especificados pela empresa, em função dos

investimentos realizados ou futuros.

4.2 Perfil, condição de trabalho e saúde do trabalhador.

4.2.1 Perfil do trabalhador

A utilização de conhecimentos da ergonomia e do perfil dos trabalhadores

permite que alguns fatores como a monotonia, fadiga e erros sejam reduzidos. Com

isso, torna-se possível diminuir custos e evitar que os trabalhadores desperdicem

tempo e energia inutilmente, o que gera motivação e cooperativismo no ambiente de

trabalho.

O processo de produção industrial tem sofrido transformações consideráveis,

alcançando as relações sociais, culturais e econômicas das sociedades. Tais

mudanças exigem discussão sobre questões envolvendo a formação do trabalhador,

necessitando de um novo perfil do trabalhador (SOUZA, 2006). O perfil do trabalhador

pode ser definido através de cinco variáveis, as quais são: remuneração mensal,

tempo de serviço, faixa etária, grau de instrução e gênero.

A educação assume uma posição de importância fundamental, que não está

dirigida apenas às empresas, mas também aos trabalhadores, os que mais sofrem

devido aos avanços tecnológicos incorporados ao processo produtivo (SOUZA, 2006).

Segundo BOM SUCESSO (1997), os trabalhadores semi-analfabetos e

analfabetos geralmente demonstram vergonha em dizer que não sabem ler ou que a

compreensão de textos é insuficiente para uma leitura devido à falta de conhecimento,

tal situação inibe o desenvolvimento do trabalhador.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou em 2001 que

as mulheres apresentam remuneração mensal menor que os homens, independente

da região geográfica e mesmo quando ambos apresentam a mesma média de anos de

estudo. A diferença existente entre a remuneração de homens e mulheres pode se

tornar um fator gerador de insatisfação e improdutividade.

Determinar e analisar as fontes de insatisfação dos trabalhadores são uma

condição para que o trabalho torne-se uma atividade satisfatória para o mesmo.

Segundo IIDA (1990), algumas classificações para essas fontes podem ser: Ambiente

físico que se refere tanto às condições ambientais quanto ao local de trabalho, quando

esses fatores extrapolam os limites de tolerância humana, o trabalhador fica sujeito à

12

incidência de stress, por conseguinte, insatisfação com o trabalho; Remuneração,

que pode ser uma fonte de insatisfação dado que, geralmente, os trabalhadores se

sentem incomodados com injustiças salariais, quando comparado aos colegas, e isto

está relacionado com o reconhecimento do seu trabalho por parte da empresa.

Segundo BOM SUCESSO (1997), as relações trabalhistas podem ser mais

eficazes através da redução das diferenças salariais, seja no contexto nacional quanto

a nível de empresa; Jornada de trabalho, onde os trabalhadores são submetidos a

uma jornada de trabalho superior a 9 horas, muitas vezes polpam energia durante a

jornada normal, diminuindo o ritmo de trabalho, a fim de economizar para a execução

das horas-extras, o que diminui o rendimento do processo. Segundo GRANDJEAN

(1982), em um estudo verificou uma correlação entre horas-extras e doenças e

absenteísmo.

Todas as variáveis envolvidas na caracterização do perfil do trabalhador

ressaltam a importância que o mesmo possui, a fim de que possam ser definidas as

atividades em que ele se adapte e que a realize com prazer, contribuindo com o

desenvolvimento do trabalhador, da empresa e do setor.

4.2.2 Condição de trabalho

O conceito de condições de trabalho está relacionado ao conjunto de fatores

que determinam o comportamento do trabalhador, podendo esses interferirem direta e

ou indiretamente na forma de atuação do trabalhador e, conseqüentemente, na

produtividade do trabalho exercido (LEPLAT, 1977).

As condições de trabalho englobam tudo que influência no trabalho.

Considerando não só o posto de trabalho e seu ambiente como também as relações

entre salário, duração da jornada, horário, alimentação, serviço médico, transporte

(WISNER, 1987).

Para VIEIRA (1995), boas condições de trabalho significam: postos de trabalho

ergonomicamente projetados; controle sobre fatores ambientais adversos como, por

exemplo, iluminação, temperatura, ruído, vibrações; objetos de trabalho sem perigos

mecânicos, físicos e químicos; treinamento adequado para o trabalho; regime de

pausas que possibilitem a recuperação das funções fisiológicas; supervisão do

trabalho que zele pelo cumprimento de normas e regulamentos de segurança e etc.

Ou seja, as condições de trabalho englobam tudo que se relaciona com o trabalho,

tantos os aspectos positivos como os negativos, e em conseqüência, tudo que afeta o

trabalhador.

13

O comportamento do operador é determinado pelas suas características

individuais (física, psicológicas, intelectual, personalidade, experiências, etc.) e pelas

exigências imposta ao trabalhador, ou seja, os objetivos da atividade, isto é fabricar

determinado tipo de peça com esta ou aquela tolerância e das condições de execução

levando em consideração os meios técnicos utilizáveis, ambiente físico e

regulamentos a observar.

O mesmo autor ressalta que o comportamento do operador traz-lhe

determinadas conseqüências (carga de trabalho, fadiga, satisfação, etc.), que

modificando as suas próprias características, podem refletir-se no seu comportamento.

Do confronto da atuação com os objetivos, pode resultar um desvio que, uma

vez constatado, se torna uma condição da atividade, modificando a atuação do

operador.

Segundo SLACK, 1997 para estudar o efeito das condições de trabalho de um

determinado processo produtivo, faz-se necessário à identificação e caracterização

dos diversos fatores influenciadores na atuação do trabalhador, tendo em vista a

influência desses sobre o resultado do trabalho.

4.2.3 Saúde do trabalhador

O estado em que se encontra o trabalho no setor florestal, e em particular, o

trabalho nas atividades de implantação florestal e tratos culturais, têm chamado a

atenção devido ao aumento de adoecimento e afastamento desses profissionais. Isto

não é uma peculiaridade do trabalho no setor florestal como aponta ARAUJO (1998),

trata-se de um fenômeno internacional que alcança o conjunto de países no contexto

dos processos produtivos. Segundo ele, os primeiros indicadores desse mal-estar

começaram a se tornar evidentes no início da década de 80 nos países mais

desenvolvidos.

Diante de um novo modelo de organização do trabalho, as implicações do

trabalho na saúde dos trabalhadores do setor florestal configuram um novo quadro de

danos à saúde.

O aumento da carga de trabalho traduziu-se em custos à saúde como: mal-estar

geral, falta de ar, pressão baixa, tonturas, cansaço, labirintite, esgotamento físico e

mental, perturbações do sono (insônia e sono que não é reparador), perturbações de

caráter digestivo, formas de alimentação inadequadas (podendo implicar a médio e em

longo prazo em deficiências nutritivas), estresse, aumento nos níveis de ansiedade,

frustração, angústia, depressão e irritabilidade. Tudo isso pode ficar potencializado no

fim da jornada de trabalho. (FRANÇA, 1997).

14

Condições organizacionais desfavoráveis, sobrecarga física de trabalho

contínua, falta de tempo para se recuperar do trabalho, constituem fatores

favorecedores para o surgimento de várias patologias em trabalhadores florestais.

Todos esses fatores, mensuráveis ou não, interatuam com a diversidade de

características individuais, sociais, e culturais dos trabalhadores e influenciarão na

percepção da qualidade de vida expressada por eles. Esta realidade reclama uma

análise da organização do trabalho e da saúde dos trabalhadores em busca da

melhoria da qualidade de vida a partir da intervenção nas condições de trabalho.

A melhoria e conservação da saúde dos trabalhadores e a concepção e

funcionamento satisfatórios do sistema técnico, do ponto de vista da produção e da

segurança, são duas importantes finalidades da ergonomia (WISNER, 1994).

4.3 Biomecânica

No estudo da biomecânica, as leis físicas da mecânica são aplicadas ao

corpo humano. Assim pode-se estimar as tensões que ocorrem nos músculos e

articulações durante uma postura ou um movimento. Para manter uma postura ou

realizar um movimento, as articulações devem ser conservadas, tanto quanto possível,

na sua posição neutra. Nesta posição os músculos e ligamentos que se estendem

entre as articulações são esticados o menos possível, ou seja, são tencionados o

mínimo. Além disso, os músculos são capazes de liberar a força máxima, quando as

articulações estão na posição neutra (DUL & WEERDMEESTER, 1993).

O objetivo da biomecânica ocupacional é analisar as interações associadas ao

ser humano e o trabalho e as possíveis conseqüências que implica a partir dos

movimentos do sistema músculoesquelético, estudando as posturas e as forças

aplicadas (IIDA, 1990). A postura, neste caso, trata-se da organização dos segmentos

do corpo humano no espaço. A permanência do corpo em uma determinada posição,

proporcionando-o uma atitude de conjunto, expressa a atividade postural, que retrata

como o organismo enfrenta e reage aos estímulos externos (GONTIJO et al., 1995).

Sendo a postura considerada como elemento primordial da atividade do

homem, ela não se trata somente de se manter em pé ou sentado, mas também de

agir. A postura é então, por um lado, suporte para a tomada de informações e para a

ação motriz, no meio exterior e, por outro lado, é, simultaneamente, meio de localizar

as informações exteriores em relação ao corpo e modo de preparar os seguimentos

corporais e os músculos, com o objetivo de agir sobre o ambiente. Ela é um meio para

realizar a atividade (MORAES, 1996).

15

Um dos modelos de registro e abordagem de posturas muito utilizado é o

modelo Ovako de análises de posturas no trabalho (“Working Postures Analysing

System” - OWAS), desenvolvido pelo Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional.

Segundo esse modelo, cada segmento corporal tem um "menu" de posições possíveis

e o respectivo número de convenção. Cada postura a ser analisada é registrada pela

escolha de uma das posições básicas ou adicionais para cada segmento. Além disso,

devem ser fornecidas as informações a respeito do movimento e do peso manuseado

ou do esforço despendido (OWAS, 1990). Ainda, segundo o OWAS (1990), baseado

nos resultados, é possível fornecer medidas preventivas para evitar sobrecargas

articulares principalmente na coluna dos trabalhadores e, conseqüentemente, a

redução da produtividade e o aumento de acidentes no trabalho. Esse modelo fornece

informações importantes em relação ao nível de exigência biomecânica das diversas

articulações, nas atividades de colheita florestal, sobretudo referentes a coluna

vertebral.

Outro modelo bastante utilizado é um software bidimensional desenvolvido

pela Universidade de Michigan, Estados Unidos. Ele permite uma análise da postura,

através de dados de entrada como magnitude e direção das forças aplicadas.

Um fator importante é que o ser humano tem grande capacidade de se adaptar

as posturas que muitas vezes são inadequadas. Logo, durante a jornada de trabalho,

o trabalhador é capacitado para assumir posições incômodas, operar máquinas ou

ferramentas que são ergonomicamente mal projetadas. Porém, quando uma tarefa é

realizada sob essas condições, fatalmente ocorreram perdas na produtividade, por

conseguinte aumento nos custos, e o trabalhador pode ter sua saúde seriamente

prejudicada (MINETTE, 1996).

Na área florestal, a ocorrência de problemas de lombalgias é muito elevada.

Esses problemas são causados e agravados, principalmente, por posturas incorretas

no levantamento e movimentação de cargas e durante a própria execução contínua de

determinados trabalhos, tanto pela inexistência de equipamentos e mobiliários que

auxiliem a manutenção de uma boa postura quanto por projetos de postos de trabalho

ergonomicamente mal concebidos (FIELDER, 1998).

4.4 Antropometria

A antropometria é o campo da antropologia física que estuda as dimensões do

corpo humano. Este estudo se baseia na tomada de medidas, como: dimensões,

movimentos e comprimento dos membros do corpo (MORAES, 1983). Na ergonomia

16

são encontrados três tipos de dimensões antropométricas, que podem ser

classificadas em antropometrias estática, dinâmica e funcional, segundo IIDA (1990).

- Estática: está relacionada com a medida das dimensões físicas do corpo

humano parado ou com poucos movimentos; aplica-se, principalmente, aos

projetos de assentos e equipamentos individuais, como capacetes,

máscaras, botas, ferramentas manuais e outros.

- Dinâmica: mede os alcances dos movimentos de cada parte do corpo; são

medidos mantendo-se o resto do corpo estático.

- Funcional: são as medidas antropométricas associadas à execução de

tarefas específicas, como o alcance das mãos não é limitado pelo

comprimento dos braços; envolve também o movimento dos ombros, a

rotação do tronco, a inclinação das costas e o tipo de função que será

exercido pelas mãos.

Para aplicar corretamente os dados, é importante avaliar os fatores que

influenciam os dados antropométricos: raça, etnia, dieta, saúde, atividade física,

postura, posição do corpo, vestuário, hora do dia etc. (IIDA,1990).

As medidas antropométricas de um operador servem para adequar os meios de

produção, quando se utiliza qualquer ferramenta ou instrumento (MINETTE, 1996).

O levantamento de dados antropométricos evidencia a variabilidade das

dimensões de uma população. Logo, não podem ser levadas em conta as medidas que

se referem a uma população de outra região, com diferentes níveis socioeconômico, de

idade e de sexo (MINETTE, 1996). SIQUEIRA (1976) concluiu que não se podem

aplicar, diretamente, os resultados obtidos em outros países no desenvolvimento de

projetos para o ser humano nacional, pois isso proporcionaria ambientes de trabalho

inadequados. Isso provocaria maior índice de fadiga e, em decorrência, maior

possibilidade de acidentes. Estudos como este indicam a necessidade de se levarem

em consideração as diferenças antropométricas de cada região a ser estudada.

Os projetos desenvolvidos com base na antropometria não somente estimulam

o operador, pelo conforto na atividade que está sendo desenvolvida, como também

melhora o seu rendimento, diminuindo sua sobrecarga física (MORAES, 1983).

Estudos antropométricos visam projetar ambientes de trabalho nas diversas

atividades de propagação de plantas, com o intuito de melhorar a satisfação e as

posturas, minimizar os esforços e, conseqüentemente, aumentar a produtividade e

diminuir os riscos de acidentes. Hoje, esses estudos antropométricos estão bastante

disseminados, a ponto de permitirem a definição de alturas e distâncias corretas ainda

na fase de projeto, que é a ocasião de melhor aplicação prática dos conceitos

antropométricos

17

5. DESENVOLVIMENTO

5.1. Descrição do Setor Financeiro 5.1.1- Layout

Figura 1: Layout do setor administrativo 5.1.2 – Descrição do layout A sala possui duas portas, uma de acesso ao recinto e a outra para comunicação

externa a qual não se abre, usa-se ela como uma janela, porque ela fica aberta só um

pedaço na parte superior. Nesta sala encontra-se também um armário utilizado por

todos do setor financeiro.

5.1.3 – Descrição do setor

O setor financeiro é constituído por três funcionários, cada qual com o seu

posto de trabalho fixo, embora eles tenham que se deslocar por diversas vezes do seu

lugar e até mesmo da sala. Há um grande revezamento entre os funcionários dos

postos 2 e 3.

O trabalho feito nestes postos de trabalho é em grande parte do tempo

desenvolvido com o auxílio do computador, principalmente com digitação. Todos os

computadores desta sala possuem descanso de tela. Nenhum dos postos possui

apoio para os pés nem para os punhos no teclado.

5.1.4 – Descrição das atividades

5.1.4.1 – Posto 1

Este posto é ocupado pelo tesoureiro, a sua atividade é resolver problemas

relacionados ao setor financeiro, preparar relatórios, fazer fluxo de caixa manter

contato com bancos, clientes e fornecedores.

5.1.4.2 – Postos 2 e 3

18

A atividade dos trabalhadores dos postos 2 e 3 é a mesma, uma vez que

ambos os postos são ocupados pelo escriturário. Esta atividade consiste em fazer o

controle de tesouraria, de contas a pagar e de contas a receber.

Contas a pagar engloba autorizar o pagamento, receber relatórios do setor de

materiais, conferir as contas a pagar, preparar todo o movimento para pagamento,

fazer a emissão dos cheques e arquivar documentos e recibos bancários. Faz parte de

contas a receber o controle de clientes, o acerto financeiro de cargas, e preparar os

cheques pré-datados para depósitos. O controle de tesouraria é controlar os extratos

bancários, enviar e receber cobranças bancárias e preparar malote para banco.

5.1.5 – Problemas / Sugestões

5.1.5.1 – Mesa de escrever

5.1.5.1.1 – Gaveta

Através da tabela 1 conclui-se também que a distância do chão ao puxador da

gaveta mais baixa de acordo com a ergonomia não está adequada para nenhuma das

mesas de escrever, pois segundo ela esta distância deve ser no mínimo 40 cm.

5.1.5.1.2 – Espaço para as pernas

O espaço livre para as pernas entre a borda inferior da mesa e a cadeira não

está de acordo com as normas para a mesa 2. O ideal é que se tenha ao menos 25

cm, e nela o máximo é de 20 cm (tabela 1).

5.1.5.2– Mesa de computador

5.1.5.2.1– Dimensões

O único posto deste setor que tem uma mesa exclusiva para o computador é o

posto 1, entretanto nesta mesa só há espaço para o monitor e o teclado, por isso o

mouse tem que ficar na mesa de escrever que é alta e distante para ele.

A largura para a mesa do monitor do posto 1 (tabela 2) não está adequada,

segundo as normas da ABNT ela deve ter no mínimo 78 cm. Esta mesa poderia ser

usada com outra finalidade, como por exemplo para colocar uma impressora.

19

A partir dos dados obtidos com a tabela 2 pode-se concluir que, apesar de o

teclado (que tem uma mesa retrátil para ele, mas que é usada para outros fins), o

monitor e o mouse dos postos de trabalho dois e três ficarem sobre a mesa de

escrever, eles ainda estão numa altura aceitável pela ABNT que diz que esta altura é

de no máximo 75 cm. Contudo estão muito próximas a este máximo, com 74,5 e 74

cm respectivamente, logo estes são valores mais adequados a pessoas altas.

Analisando então os dados da tabela 4 conclui-se que os trabalhadores destes

postos são de estaturas médias e, portanto seria melhor que esta altura fosse menor.

O ideal é que o teclado esteja no plano horizontal inferior ao monitor.

5.1.5.2.2– Posição do computador com relação à sala

Para o posto 1 o computador não está em uma boa posição com relação à

sala. O colaborador tem que se comunicar a todo instante com os demais do setor.

Esta posição do computador também não está favorável com relação à iluminação, a

tela do monitor fica de frente para a janela, enquanto de acordo com a ergonomia ela

deveria ficar perpendicular a esta e nunca em paralelo.

A distância da tela do monitor à parede a sua frente mostra na tabela 2, que

influencia nos reflexos na tela do computador. O monitor da mesa 2 fica a 1,46 m da

parede e este não tem reflexos na tela, já os outros dois monitores desta sala estão a

mais de 3,00 m da parede e apresentam reflexos. O ideal é que a tela do computador

fique o mais próximo da parede à sua frente.

5.1.5.3– Luminosidade

A “janela”, uma porta que abre a metade de cima, está logo à direita do

trabalhador do posto três e ele é destro, logo ao escrever ele possivelmente fará

sombra no papel, podendo diminuir a luminosidade vinda desta janela.

5.1.5.4- Cadeira

Os três postos de trabalho usam cadeiras iguais, a cadeira 1 da tabela 3. Esta

cadeira está ergonomicamente adequada e como ela é utilizada em diversos setores

ela será chamada a partir de agora de “cadeira comum”.

Existe uma outra cadeira que é usada por quem vai a esta sala, ela não esta

apresentando muita firmeza nos pés .

20

5.1.5.5– Disposição de objetos

5.1.5.5.1– Folha a ser digitada

Todos os três funcionários utilizam o espaço entre o monitor e o teclado para

que possam colocar a folha a ser digitada, isto esta ergonomicamente incorreto, a

folha provavelmente ficaria melhor ao lado da tela do monitor em um suporte

adequado.

5.1.5.5.2– Telefone

Em todos os postos os telefones não estão bem posicionados segundo a

ergonomia. Tanto o posto 1 quanto o 2 têm dois telefones, e até mesmo o que está

mais perto, fica um pouco distante, uma vez que estes deveriam ficar dentro da zona

de alcance mínimo que é de 35 a 45 cm.

No posto 3 só há um telefone o qual não está distante, entretanto ele fica ao

lado esquerdo do monitor, podendo dificultar a discagem do trabalhador deste posto.

5.1.5.6– Espaço Físico

O espaço físico do ambiente de acorodo com a ergonomia não está adequado,

porque o ideal é que se tenha um mínimo de 6 m² por pessoa. Fazendo-se os

cálculos (lembrando que a área ocupada pelos armários deve ser subtraída) encontra-

se que o espaço disponível é de 5,06 m2, sendo portanto insuficiente.

O ideal seria que a sala fosse ampliada ou que este setor fosse modificado

para um ambiente maior.

Figura 2: Layout com as medidas do setor administrativo

21

5.2. Descrição do Setor Assistência Social

5.2.1 – Layout

Figura 3: Layout do setor assistência social 5.2.2– Descrição do layout

Este setor fica no primeiro pavimento da empresa. Nela trabalha apenas um

funcionário em uma sala de sua exclusividade.

A sala possui um arquivo muito utilizado pela assistente social, e um armário

pouquíssimo utilizado. No armário tem apenas duas pastas de uso deste funcionário.

5.2.3– Descrição do setor

A atividade do funcionário deste setor é bem diversificada. Ele anda bastante

pela empresa e quando trabalha na sala, a sua posição também é variada porque ele

utiliza o computador e a mesa de escrever praticamente pelo mesmo tempo, variando

entre eles a todo o momento.

5.2.4– Descrição da atividade

A atividade da assistente social é fazer trabalhos burocráticos como digitação e

atendimento de funcionários. Desloca-se freqüentemente para outros setores como a

medicina do trabalho, recursos humanos, financeiro e outros. Além disso, faz

entrevistas e recrutamento de pessoal.

5.2.5– Problemas / Sugestões

5.2.5.1– Mesas

5.2.5.1.1– Posição

O mouse encontra-se à direita do monitor e o funcionário desta sala costuma

usá-lo ao mesmo tempo em que está utilizando a mesa de escrever. Para não precisar

22

andar com a cadeira até próximo ao mouse, ele se estica para pegá-lo podendo fazer

mal à sua coluna.

5.2.5.1.2– Mesa de escrever

5.2.5.1.2.1– Espaço para as pernas

A distância entre a borda da frente e a parede do fundo é menor do que o

mínimo necessário, fazendo com que o espaço para as pernas do funcionário não seja

suficiente.

5.2.5.1.2.2– Gaveta

A distância do chão ao puxador da gaveta mais baixa não está adequada, ela

deve ser no mínimo 40 cm e nesta mesa é de apenas 35 cm.

5.2.5.1.2.3– Quina viva

Esta mesa tem quina viva, portanto não está de acordo com a ergonomia.

5.2.5.1.3– Mesa de computador

5.2.5.1.3.1– Altura do topo do monitor

A altura do topo do monitor está menor do que a altura dos olhos do

funcionário. O ideal é que as duas alturas sejam iguais, mas é aceitável que a do topo

do monitor seja maior que a altura dos olhos do funcionário, mas nunca o contrário.

Deve-se então aumentar a altura do monitor.

5.2.5.1.3.2 – Teclado

O teclado está a apenas 5,5 cm da borda da mesa, isso faz com que o

funcionário tenha pouco espaço para apoiar os punhos.

5.2.5.2– Cadeiras

23

5.2.5.2.1 – Cadeira 1

A cadeira 1 é usada pelo funcionário e está adequada.

5.2.5.2.2 – Cadeira 2

Esta cadeira é usada por quem visita esta sala e apresentou alguns problemas.

Ela não possui a borda anterior arredondada, não estando de acordo com o ideal de

uma cadeira ergonômica. O espaço livre assento-encosto é de apenas 11cm,

enquanto o certo é variar entre 13 e 19 cm. Ela não tem regulagem de altura, não tem

rodízios e não é giratória. A dimensão antero-posterior do assento deve variar entre 38

e 41 cm e esta cadeira excede esta medida com 41,5 cm.

5.2.5.3– Arquivo

5.2.5.3.1– Gavetas

O arquivo, que é de grande importância para o funcionário, está enferrujado e

pode ser que esteja exigindo esforços além do permitido na hora de abrir as gavetas,

além do que as duas gavetas mais baixas (1 e 2), estão com os puxadores frouxos.

Deve-se usar aparelhos adequados para a confirmação do problema.

5.3 – Observações

O colaborador desta tarefa já relatava dores nas costas antes de começar a

trabalhar nesta função, contudo relatou que esta dor foi agravada após ocupar este

cargo. Sente também, a pouco tempo, dores abaixo da cintura na parte lateral do

corpo, o que pode estar sendo ocasionada pela cadeira e postura de trabalho. Não

houve relatos de dores nas mãos ou punhos, apesar de usar bastante o computador

para digitação. Deve-se fazer um estudo com profissionais da área para detecção do

problema.

24

6. REFERÊNCIAS

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Cultura. Revista municipal, São Paulo, v.29, n-1,p.32, 1998.

BOM SUCESSO, E.P.de. Trabalho e qualidade de vida. Rio de Janeiro:

Dunya, p.7-27, 1997.

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DUL, J. WEERDMEESTER, B. Ergonomia Prática. São Paulo: Edgard Blucher, 1995. FIELDER, N. C. Análise de posturas e esforços despendidos em

operações de colheita florestal no norte do estado da Bahia. Viçosa, MG: UFV, 1998.103p. Dissertação (Doutorado em Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, 1998.

FRANÇA, A. C. L.; RODRIGUES, A.I. Stress e trabalho:guia básico com

abordagem psicossomática. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 1997. p.192.

GONTIJO, A., MERINO, E., DIAS, M.R. Guia ergonômico para projeto do trabalho nas indústrias Gessy Lever. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 1995. 128 p. (Programa de pós graduação em Engenharia de produção, Ergonomia).

GRANDJEAN, E. Fitting the task to the man - An Ergonomic Approach.

London, Taylor & Francis, 1982. 379 p. GUÉRIN, F., LAVILLE, A., DANIELLOU, F., DURAFFOURG, J., KERGUELE, A.

Compreender o Trabalho para Transformá-lo: a Prática da Ergonomia. São Paulo, Blücher Ltda, 2001. 200p

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Coordenação de

Indústrias. Rio de Janeiro, 2005. IEA – International Ergonomics Association. Definição internacional

de ergonomia. Santa Mônica: USA 2000. Disponível: http://ergonomics-iea.org.

IIDA, I. Ergonomia; projeto e produção. São Paulo, Edgard Blucher, 1990.

465 p.

25

LEPLAT, J.; CUNY,X. Introdução à psicologia do trabalho. Tradução Helena Domingos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1977.

MINETTE, L. J. Análise de fatores operacionais e ergonômicos na

operação de corte florestal com motosserra. Viçosa, UFV, 1996. 211p. (Tese D.S.).

MORAES, A. Ergonomia: conceitos e aplicações, análise ergonômica de

postos de trabalho. Manaus: WHG Engenharia e Consultoria, 1996. 163 p.

OWAS Manual Ovako Working Analysing System. Helsinki: Finnish

Institute of Occupational Health, 1990. não paginado. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; HARLAND C.; HARRISON, A.; JOHNSTON, R.

Administração da produção. São Paulo, Atlas, 1997.

SOUZA, Camilo José. Lesões por Esforços Repetitivos/ Distúrbios

Osteomusculares Relacionados com o Trabalho - LER/DORT. Manual de Normas e Procedimentos Técnicos para Vigilância da Saúde do Trabalhador, 2002.

SZNELWAR, L.I. Estado de Alerta. Boletim Fundação Vanzolini. São Paulo,

v.1, n.5 p.19, 1998. VIEIRA, S. I. Medicina Básica do trabalho. Curitiba: Editora Gênesis,

1995, p. 160-1, 173,185. WISNER, A. Por Dentro do Trabalho: ergonomia método e técnica.

São Paulo, FTD; Oboré, 1987. 223p. WISNER, A. A Inteligência no Trabalho: textos selecionados de

ergonomia. São Paulo, Fundacentro, 1994. s/p.

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Anexo 1- Tabelas

Tabela 1

Avaliação Qualitativa e Quantitativa de Mesas de Escrever

Setor: Financeiro

Dimensões em cm

Itens de Inspeção Mesa 1 Mesa 2 Mesa 3 Altura 75 74,5 74 Profundidade 80,5 75 70 Largura 160 169 125 Distância entre a borda da frente e a parede do fundo 57 57 65,5 Distância entre a borda de trás e a parede de fundo 22 16 4 Espaço entre o assento e a parte inferior da mesa (max / min) 21,5 / 29,5 12,5 / 20 15,5 / 27,5 Espaço livre para as pernas na largura 70 77,5 69,5 Espessura do tampo da mesa 1,5 2 2,5 Distância máxima dos objetos de maior alcance 95 98 85 Distância máxima dos objetos de menor alcance 30 31 30 Altura máxima dos objetos - - - Presença de gavetas (esquerda / direita / ambos) Ambos Ambos Esquerda Largura da gaveta (esquerda) 41,5 41 42 Largura da gaveta (direita) 41,5 41 - Distância do chão ao puxador da gaveta mais baixa 35 39,5 28,5 Há reflexos na mesa Não Não Não Presença de quina viva Sim Sim Sim Material do tampo da mesa Madeira Madeira Madeira Janela de qual lado (direito / esquerdo) Direito Direito Direito Trabalhador destro ou canhoto Destro Destro Destro

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Tabela 2

Avaliação Qualitativa e Quantitativa de Mesas de Computador

Setor: Financeiro Dimensões em cm

Itens de Inspeção Mesa 1 Mesa 2 Mesa 3 Altura da base do monitor 73 74,5 74 Altura do topo do monitor 111 111,5 109 Altura do teclado (max / min) Fixo Fixo Fixo Altura do teclado efetiva 65 74,5 74 Altura do mouse (max / min) Fixo Fixo Fixo Altura do mouse efetiva 75 74,5 74 Largura da mesa do monitor 76,5 169 125 Largura da mesa do teclado 52 169 125 Largura da mesa do mouse 160 169 125 Profundidade total 60 75 70 Profundidade da mesa do monitor 60 75 70 Profundidade da mesa do teclado 30,5 75 70 Profundidade da mesa do mouse 80,5 75 70 Distância entre a borda da frente e a parede do fundo 51 57 65,5 Espaço entre o assento e a parte inferior da mesa (max / min) 18 / 10 20 / 12,5 27,5 / 15,5 Espaço livre para as pernas na largura 86 77,5 69,5 Espessura do tampo da mesa 2,5 2 2,5 Distância máxima dos objetos de maior alcance 53 98 85 Distância máxima dos objetos de menor alcance 21 31 30 Presença de gavetas (esquerda / direita / ambos) - Ambos Esquerdo Largura da gaveta (esquerda) - 41 42 Largura da gaveta (direita) - 41 - Distância do chão ao puxador da gaveta mais baixa - 39,5 28,5 Distância olhos-monitor 66 47 46 Distância olhos-teclado 67 52 54 Distância do teclado à borda da mesa 1,5 22 18 Distância do mouse à borda da mesa 8 11 19,5 Distância da tela do monitor à parede (à frente da tela) 445 146 300 Distância do suporte para documento - - - Presença de apoio para folhas Não Não Não Presença de apoios para os pés Não Não Não Presença de apoios para os punhos Não Não Não Teclado em paralelo com a borda da mesa Sim Sim Sim Material do tampo da mesa Fórmica Madeira Madeira Há reflexos na tela do monitor Sim Não Sim Presença de quina viva Não Sim Sim

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Tabela 3

Avaliação Qualitativa e Quantitativa de Cadeira

Setor: Financeiro Dimensões em cm

Itens de Inspeção Cadeira 1 Cadeira 2 Estofada Sim Sim Borda anterior arredondada Sim Não Encaixe para as nádegas Sim Não Espaço livre assento-encosto (max / min) 18,5 / 13 - Forma do assento (plana, convexa e côncava) Plana Plana Tipo de apoio dorsal (lombar, mediano, todo o dorso) Mediano Todo o dorso Altura regulável do apoio dorsal (max / min) 18 / 13 Não Apoio dorsal fornece um suporte firme Sim Não Forma (convexo, plano, acompanhando a curvatura da coluna) Convexa Convexa Giratória Sim Não Rodízios Sim Não Rodízios quebrados Não - Rodízios duros Não - Altura assento (max / min) 52,5 / 44,5 47,5 Acionamento fácil de regulagem de altura Sim - Ajuste milimétrico ou escalonado Escalonado - Presença de apoio para os braços Não Não Comprimento do apoio para os braços - - Largura do apoio para os braços - - Altura do apoio para os braços - - Dimensão latero-lateral do encosto (max / min) 36 / 32 41 / 37 Dimensão do comprimento encosto 30 51,5 Dimensão antero-posterior do assento 39,5 38 Dimensão latero-lateral do assento 42 / 37 43 / 35 Inclinação do assento (para frente positivo) 5,08º 2,49º Regulagem do ângulo entre encosto e assento Sim Não Inclinação do encosto-assento 90 / 101,84º 97,09º Facilidade no ajuste do ângulo entre assento e encosto Sim -

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Tabela 4

Avaliação Qualitativa e Quantitativa de Armários e Arquivos

Setor: Financeiro Dimensões em cm

Itens de Inspeção Armário Arquivo Altura 169 133,5 Profundidade 100,5 70,5 Largura 46 50 Altura da gaveta / prateleira um 10 12 Altura da gaveta / prateleira dois 41 44 Altura da gaveta / prateleira três 72,5 76,5 Altura da gaveta / prateleira quatro 93,5 108,5 Altura da gaveta / prateleira cinco 137 - Alguma maçaneta quebrada - Não Alguma maçaneta faltando - Não

Tabela 5

Determinação de Medidas Antropométricas

Setor: Financeiro Dimensões em cm

Itens de Inspeção Posto 1 Posto 2 Posto 3 Em pé Altura 178 167,5 166 Tamanho do braço + antebraço + mão 69 62,5 58,5 Tamanho do antebraço + mão 43,5 42 38,5 Tamanho da mão 18 18 16,5 Comprimento do tronco 46 41 39

Sentado Altura dos olhos 121,5 122,5 119,5 Altura do cotovelo 68 74 74 Largura do quadril 38 37 41 Altura fossa poplítea 45 49 47 Distância fossa poplítea-nádega 44 41 44 Altura da linha mamilar 92 90 85 Largura do tronco 32 27,5 27,5

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Tabela 6

Avaliação Qualitativa e Quantitativa de Mesas de Escrever

Setor: Assistência Social Dimensões em cm

Itens de Inspeção Mesa 1 Altura 75,5 Profundidade 70 Largura 125 Distância entre a borda da frente e a parede do fundo 55,5 Distância entre a borda de trás e a parede de fundo 12,5 Espaço entre o assento e a parte inferior da mesa (max / min) 32,5 / 25 Espaço livre para as pernas na largura 75,5 Espessura do tampo da mesa 2,5 Distância máxima dos objetos de maior alcance 55 Distância máxima dos objetos de menor alcance 29 Altura máxima dos objetos - Presença de gavetas (esquerda / direita / ambos) Esquerda Largura da gaveta (esquerda) 41 Largura da gaveta (direita) - Distância do chão ao puxador da gaveta mais baixa 35 Há reflexos na mesa Não Presença de quina viva Sim Material do tampo da mesa Fórmica Janela de qual lado Frente Trabalhador destro ou canhoto Destro

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Tabela 7

Avaliação Qualitativa e Quantitativa de Mesas de Computador

Setor: Assistência Social Dimensões em cm

Itens de Inspeção Mesa 1 Altura da base do monitor 72,5 Altura do topo do monitor 110 Altura do teclado (max / min) 70,5 / 66,5 Altura do teclado efetiva 69 Altura do mouse (max / min) 70,5 / 66,5 Altura do mouse efetiva 69 Largura da mesa do monitor 91 Largura da mesa do teclado 59,5 Largura da mesa do mouse 59,5 Profundidade total 91,5 Profundidade da mesa do monitor 59,5 Profundidade da mesa do teclado 30 Profundidade da mesa do mouse 30 Distância entre a borda da frente e a parede do fundo 62 Espaço entre o assento e a parte inferior da mesa (max / min) 26 / 18 Espaço livre para as pernas na largura Todo Espessura do tampo da mesa 2 Distância máxima dos objetos de maior alcance 60 Distância máxima dos objetos de menor alcance 30 Presença de gavetas (esquerda / direita / ambos) Não Largura da gaveta (esquerda) - Largura da gaveta (direita) - Distância do chão ao puxador da gaveta mais baixa - Distância olhos-monitor 58,5 Distância olhos-teclado 55 Distância do teclado à borda da mesa 5,5 Distância do mouse à borda da mesa 9,5 Distância da tela do monitor à parede (à frente da tela) 225 Distância do suporte para documento - Presença de apoio para folhas - Presença de apoios para os pés - Presença de apoios para os punhos - Teclado em paralelo com a borda da mesa Sim Material do tampo da mesa Fórmica Há reflexos na tela do monitor Não Presença de quina viva Não

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Tabela 8

Avaliação Qualitativa e Quantitativa de Cadeira

Setor: Assistência Social Dimensões em cm

Itens de Inspeção Cadeira 1 Cadeira 2 Estofada Sim Sim Borda anterior arredondada Sim Não Encaixe para as nádegas Sim Sim Espaço livre assento-encosto (max / min) 18,5 / 13 11 (fixo) Forma do assento (plana, convexa e côncava) Plana Convexa Tipo de apoio dorsal (lombar, mediano, todo o dorso) Mediano Mediano Altura regulável do apoio dorsal (max / min) 18 / 13 11 (fixo) Apoio dorsal fornece um suporte firme Sim Sim Forma (convexo, plano, acompanhando a curvatura da coluna) Convexo Convexo Giratória Sim Não Rodízios Sim Não Rodízios quebrados Não - Rodízios duros Não - Altura assento (Max / min) 48 / 40,5 43 (fixo) Acionamento fácil de regulagem de altura Sim - Ajuste milimétrico ou escalonado Escalonado - Presença de apoio para os braços Não Não Comprimento do apoio para os braços - - Largura do apoio para os braços - - Altura do apoio para os braços - - Dimensão latero-lateral do encosto (max / min) 36 / 32 39,5 / 37 Dimensão do comprimento encosto 30 26,5 Dimensão antero-posterior do assento 39,5 41,5 Dimensão latero-lateral do assento 47 / 42 42 Inclinação do assento (para frente positivo) 5,00° 2,49º Regulagem do ângulo entre encosto e assento Sim Não Inclinação do encosto-assento 90 / 101,84º 99,43º Facilidade no ajuste do ângulo entre assento e encosto Sim - A cadeira um é a usada pela assistente social e a dois é por qualquer visitante desta sala.

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Tabela 9

Avaliação Qualitativa e Quantitativa de Armários e Arquivos

Setor: Assistência Social Dimensões em cm

Tabela 10

Determinação de Medidas Antropométricas

Setor: Assistência Social Dimensões em cm

Itens de Inspeção Armário Arquivo 1 Altura 161 133,5 Profundidade 45,5 71 Largura 127 50 Altura da gaveta / prateleira um 23,5 11 Altura da gaveta / prateleira dois 62 41,5 Altura da gaveta / prateleira três 91 72 Altura da gaveta / prateleira quatro 111 98 Altura da gaveta / prateleira cinco 135,5 116 Alguma maçaneta quebrada - Não Alguma maçaneta faltando - Não

Itens de Inspeção Posto 1 Em pé

Altura 164,5 Tamanho do braço + antebraço + mão 59 Tamanho do antebraço + mão 39 Tamanho da mão 17,5 Comprimento do tronco 42

Sentado Altura dos olhos 115 Altura do cotovelo 70,5 Largura do quadril 39 Altura fossa poplítea 46 Distância fossa poplítea-nádega 46,5 Altura da linha mamilar 84 Largura do tronco 36