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Marte 2030 Conversas com os pés assentes em Marte

Marte 2030 · apoio instituCional apoio à prograMação parCeiro media ... de missões de reabastecimento. os mantimentos não chegariam ao planeta em tempo útil,

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Marte 2030Conversas com os pés assentes em Marte

parCeiro media teMporada 2018/2019

apoio instituCional apoio à prograMação parCeiro media Marte 2030

FICHA CCBCONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO ELíSIO SuMMAvIELLE presidente / ISABEL CORDEIRO Vogal / LuíSA TAvEIRA Vogal / assessor do presidente JOÃO CARé / seCretariado LuíSA INêS FERNANDES / RICARDO CERquEIRA

DIREÇÃO DE ARTES PERFORMATIvAS prograMação ANDRé CuNHA LEAL / FERNANDO LuíS SAMPAIO / DEPARTAMENTO DE OPERAÇõES / Coordenadora PAuLA FONSECA / produção INêS CORREIA / PATRíCIA SILvA / HugO CORTEz / JOÃO LEMOS / vERA ROSA / direção de Cena PEDRO RODRIguES / PATRíCIA COSTA / JOSé vALéRIO / TâNIA AFONSO / CATARINA SILvA / FRANCISCA RODRIguES / SOFIA SANTOS / seCretariado do departaMento de operações SOFIA MATOS / DEPARTAMENTO TéCNICO Coordenador MáRIO CAETANO / Chefe téCniCo de palCo RuI MARCELINO / adjunto da Coordenação téCniCa PEDRO CAMPOS / téCniCos prinCipais LuíS SANTOS / RAuL SEguRO / téCniCos exeCutiVos F. CâNDIDO SANTOS / CéSAR NuNES / JOSé CARLOS ALvES / HugO CAMPOS / MáRIO SILvA / RICARDO MELO / RuI CROCA / HugO COCHAT / DANIEL ROSA / JOÃO MOREIRA / FáBIO RODRIguES / Chefe téCniCo de audioVisuais NuNO gRáCIO / Chefe de equipa de audioVisuais NuNO BIzARRO / téCniCos de audioVisuais EDuARDO NASCIMENTO / PAuLO CACHEIRO / NuNO RAMOS / MIguEL NuNES / Chefe de Manutenção PAuLO SANTANA / téCniCos de Manutenção LuíS TEIxEIRA / víTOR HORTA / seCretariado do departaMento téCniCo YOLANDA SEARA

Marte 2030Conversas com os pés assentes em Marte

13 outubro 201817 novembro 201815 dezembro 201812 janeiro 2019

CCB, sala luÍs de freitas BranCo

21h / M/6 / duração aproximada: 2h

Coprodução CCB / ITqB NOvA - Instituto de Tecnologia química e Biológica/Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço

fotografia de Capa: © nasajpl-CalteCh

eM CiMa: © esoM. KornMesser

Coordenação João Retrê (IA) e Joana Lobo Antunes (ITqB NOvA)

© eso

após décadas de sucessos, fracassos e muita determinação, o sonho de ter os pés bem assentes em Marte é uma ficção cada vez mais real. MARTE 2030 é um ciclo de quatro conversas em interação com o público em que investigadores de diferentes áreas vão falar sobre a possibilidade de vivermos no planeta vermelho.

as conversas serão temáticas e irão abordar o leque de questões que se levantam quando consideramos deixar o nosso planeta de origem e testar a resistência humana numa viagem tão longa, tão longe como nunca antes, e a um ambiente tão inóspito.

a pesquisa de vida em Marte, o envio de missões tripuladas ao quarto planeta do sistema solar, os desafios tecnológicos e fisiológicos impostos por esta viagem pioneira, as formas de sobrevivência dos primeiros humanos neste planeta, e os destinos que a seguir se perfilam para as viagens interplanetárias, serão os temas para um ciclo de conversas com os pés fora da terra.

Marte 2030

© esoM KornMesser n risinger

sessão 1

Vida em Marte13 de outubro de 2018

Moderação David Marçal (inova Media lab)oradores zita Martins (instituto superior técnico)Adriano Henriques (itqB noVa)

zITA MARTINS Zita Martins é astrobióloga, ou seja, estuda as condições para o aparecimento de vida e a sua existência fora da terra. trabalhou durante cerca de dois anos para a missão a Marte exoMars e é co-investigadora de duas missões espaciais que serão instaladas na estação espacial internacional (iss). é professora associada no departamento de engenharia química do instituto superior técnico.

ADRIANO HENRIquESadriano henriques é microbiólogo, estuda bactérias em especial os mecanismos biológicos e moleculares que levam a que alguns desses organismos façam esporos e consigam assim resistir a condições extremas de temperatura, oxigénio e pressão. é professor associado no instituto de tecnologia química e Biológica antónio xavier da universidade nova de lisboa(itqB noVa), onde lidera o laboratório de desenvolvimento Microbiano.

ao imaginar lugares fora da terra onde possa existir vida, poucos inspiraram tanto a imaginação humana como um dos mundos mais próximos de nós. ao longo dos últimos séculos, os seres humanos olharam para Marte e imaginaram-no habitado, à imagem do nosso próprio planeta. na diversidade de corpos no sistema solar, é Vénus que é frequentemente apelidado de «planeta irmão» da terra, mas no que toca à existência de vida, é o planeta vermelho o que alimenta maiores esperanças. ao contrário de Vénus, cujo ambiente infernal nunca permitiria a vida como a conhecemos, Marte é, depois da terra, o planeta que parece reunir as melhores condições para a albergar.o segundo planeta mais perto de nós é hoje frio e seco, e com poucas condições de hospitalidade. no entanto, pensa-se que no passado terá tido muita água no estado líquido, como parecem evidenciar os antigos leitos de rios e certas rochas à superfície. é, de todos os planetas do sistema solar, aquele que tem um perfil mais semelhante à terra, contendo todos os elementos necessários à existência de vida. da mesma maneira que Marte tem condições para albergar vida, também poderá ser o único planeta em que, um dia, será possível vivermos de forma semelhante àquela a que estamos habituados na terra. o quarto planeta a contar do sol parece ser assim o próximo passo lógico na expansão da humanidade pelo sistema solar.terá Marte no passado albergado vida microbiana? que dados nos permitem acreditar nisso? o que nos podem dizer os cientistas acerca da existência de vida no planeta vermelho? que implicações podem ter estas descobertas no nosso conhecimento sobre o universo? e que relação existe entre a procura de vida em Marte e o envio de seres humanos a este planeta em 2030?

fotografias: eM CiMa © nasajpl-CalteChMsss

à direita: esoM. KornMesser

sessão 2

Ir para Marte17 de novembro de 2018

Moderação Teresa Firmino (público)oradores Rui Agostinho (instituto de astrofísica e Ciências do espaço)Pedro Fevereiro (itqB noVa)

RuI AgOSTINHOrui agostinho estuda o impacto do meio ambiente galáctico nas condições para a vida na terra, como por exemplo os efeitos da radiação produzida pelo final da vida de estrelas massivas na vizinhança do sol. é membro fundador da sociedade portuguesa de astronomia. é investigador do instituto de astrofísica e Ciências do espaço e do departamento de física da faculdade de Ciências da universidade de lisboa.

PEDRO FEvEREIRO pedro fevereiro é biólogo e dedica-se a usar e desenvolver ferramentas moleculares e celulares para a seleção de plantas em programas de melhoramento, na aplicação de biotecnologia para a investigação e indústria e na divulgação e promoção da cultura científica nessa área. é presidente do Centro de informação em Biotecnologia, foi Bastonário da ordem dos Biólogos e membro do Conselho nacional de ética para as Ciências da Vida. é investigador e líder do laboratório de Biotecnologia de Células Vegetais no itqB noVa e professor auxiliar com agregação (itqB noVa) na faculdade de Ciências da universidade de lisboa.

se não for possível a um ser humano viver em Marte, tal significará que libertar-nos do confinamento da terra será mais difícil do que julgávamos, se não mesmo impossível. deixar a terra e viajar até ao planeta vermelho comporta já por si inúmeros desafios, entre eles tecnológicos e fisiológicos.para além dos anos de planeamento e preparação necessários para uma descolagem com sucesso, a viagem até Marte durará muitos meses. Marte é o segundo planeta mais próximo da terra (logo a seguir a Vénus), se considerarmos a distância mínima entre as suas órbitas. a distância entre os dois planetas, porém, varia conforme estes se deslocam em torno do sol. para garantir o menor tempo de viagem, é preciso que a data escolhida para o lançamento tenha em conta esses movimentos e os períodos de maior aproximação entre a terra e Marte.Viajar no espaço durante meses é um gigantesco desafio. sem gravidade, isolada e confinada, sobrevivendo graças aos equipamentos tecnológicos, a tripulação terá de ser constituída por indivíduos com uma resistência excecional. tudo aquilo de que irão precisar terá de ser transportado nesse «oásis» humano cruzando o espaço: ar, água e alimentos. é necessário considerar ainda a exposição a perigos constantes como a radiação e o embate com objetos viajando no espaço, como os meteoroides. as viagens espaciais de longa distância trazem também outro tipo de adversidades, tanto de natureza física como mental, como a cegueira ou a perda de força muscular. após os rigores desta travessia pioneira, outro desafio espera ainda a tripulação: a aterragem segura na superfície do planeta vermelho.o que é indispensável para esta viagem? que recursos serão necessários para sobreviver? Como poderá a tripulação lidar com os rigores físicos e mentais desta missão? que tecnologia permitirá a aterragem precisa e segura na superfície de Marte? e como poderemos regressar a casa, ao nosso planeta terra?

fotografias © nasa

sessão 3

Sobreviver em Marte15 de dezembro de 2018

Moderação vera Novais (observador)oradores Pedro Machado (instituto de astrofísica e Ciências do espaço)Isabel Abreu (itqB noVa)

PEDRO MACHADO pedro Machado estuda a dinâmica das atmosferas dos planetas do sistema solar. Métodos desenvolvidos e aperfeiçoados no âmbito da sua pesquisa sobre a atmosfera de Vénus estão a ser adaptados para o estudo de outros corpos do sistema solar. é investigador do instituto de astrofísica e Ciências do espaço e do departamento de física da faculdade de Ciências da universidade de lisboa.

ISABEL ABREu isabel abreu é bioquímica e estuda a forma com as plantas se conseguem adaptar a alterações no ambiente (quantidade de água, nutrientes e luz solar) através da regulação das proteínas que controlam quase todos os processos biológicos. é investigadora principal no instituto de tecnologia química e Biológica antónio xavier da universidade nova de lisboa (itqB noVa), onde lidera o laboratório de regulação do proteoma em plantas.

há cada vez menos esperança de encontrar formas de vida em Marte, ainda que possam ter existido no passado, mas será este planeta vizinho capaz de suportar a vida de seres humanos? assim que uma tripulação aterre na superfície de Marte, tem de conseguir garantir a sua permanência no planeta por, pelo menos, um ano, enquanto a terra e Marte se movem para uma posição que possibilite o regresso a casa. no entanto, o planeta vermelho porá à prova a resistência da tripulação, em resultado das suas condições pouco acolhedoras para a vida humana: as baixas temperaturas, a atmosfera rarefeita e uma força gravitacional que é cerca de um terço da terra. alimentar-se, manter o estado de saúde física e mental, e até respirar, serão desafios constantes neste ambiente inóspito.uma vez em Marte, os seres humanos não podem depender de missões de reabastecimento. os mantimentos não chegariam ao planeta em tempo útil, nem na quantidade necessária. assim, estes exploradores deverão ser capazes de criar as suas próprias reservas de água e de alimento, utilizando os recursos existentes no planeta. será preciso ainda criar sistemas de habitação e de transporte que possam garantir a segurança e saúde dos tripulantes e permitir a exploração de zonas afastadas do local de aterragem. Muito antes de desenvolvermos humanos adaptados ao ambiente de Marte, os primeiros exploradores deste planeta terão de lá encontrar formas de responder às suas necessidades. Como conseguirá uma missão tripulada sobreviver em Marte? que recursos minerais e energéticos estarão disponíveis? será possível criar e assegurar os sistemas de habitação e de transporte adequados? e como será o dia-a-dia no ambiente hostil deste planeta?fotografias © nasa jpl CalteCh Msss

sessão 4

Para além de Marte12 de janeiro de 2019

os seres humanos são, por natureza, exploradores. desde o início da espécie humana que nos expandimos por quase todos os pontos do planeta terra. sempre quisemos conhecer e compreender o que está do outro lado da floresta, para além das montanhas e dos oceanos. a nossa curiosidade levou-nos a olhar o céu e a imaginar o que existe também para além das estrelas.«um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade», as palavras de neil armstrong, ao pisar a superfície da lua em 1969, assinalaram a primeira vez que um ser humano esteve num outro mundo. Com a exploração espacial a dar passos que há um século não poderíamos sequer imaginar, Marte pode ser apenas mais um salto na conquista de novos mundos.Marte é, a seguir à terra, o planeta do sistema solar com melhores condições para a existência de vida como a conhecemos. Mas outros locais também se têm revelado promissores. Com a experiência que adquirirmos ao pisar o planeta vermelho, tentaremos expandir os nossos horizontes procurando o próximo desafio. Viajar pelo espaço durante mais tempo e percorrendo maiores distâncias será inevitável.para encontrar ambientes propícios à vida, poderemos ter de explorar lugares ainda mais distantes: as luas de júpiter e saturno, ou os planetas que orbitam outras estrelas, os chamados exoplanetas. testar a capacidade humana de viver fora do seu lugar de origem e explorar para lá de novas fronteiras são desejos que nos levam cada vez mais longe. o céu já não é o limite.depois de Marte, para onde queremos ir? que outros lugares no sistema solar poderemos tentar habitar? teremos a tecnologia necessária para empreender estas desafiantes viagens interplanetárias? terão as gerações futuras uma colónia à sua espera num dos exoplanetas que hoje estamos a descobrir?

Moderação: Sara Sá (Visão)oradores: Nuno Santos (instituto de astrofísica e Ciências do espaço)Ricardo Louro (itqB noVa)

NuNO SANTOSnuno santos é especialista na procura e no estudo de planetas que orbitam outras estrelas que não o sol, os exoplanetas. Constituiu em portugal uma equipa que trabalha na pesquisa destes mundos distantes e que procura um planeta semelhante à terra. é investigador do instituto de astrofísica e Ciências do espaço e do departamento de física e astronomia da faculdade de Ciências da universidade do porto.

RICARDO LOuROricardo louro é químico-biológico e dedica-se ao estudo dos processos moleculares essenciais à obtenção e transferência de energia pelos seres vivos. está a trabalhar para que se possa tirar partido da capacidade de bactérias para fornecer energia em condições extremas e inóspitas no nosso planeta, onde a eletricidade tradicional não chega. é investigador no instituto de tecnologia química e Biológica antónio xavier da universidade nova de lisboa (itqB noVa), onde lidera o laboratório de Bioquímica inorgânica e rMn.

fotografias © esoM. KornMesser