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TEORIA GERAL DO PROCESSO SEMESTRE 1/2015 MATERIAL 3 PLANO DE ENSINO E APRENDIZAGEM – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Poder Judiciário. Organização judiciária FONTE: 1. ALVIM, José Eduardo Carreira. Teoria Geral do Processo. Rio de Janeiro: Forense, 2010. 2. CARNEIRO, Athos Gusmão Carneiro. Jurisdição e Competência. 18 ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 3. JÚNIOR, Humberto Theodoro. Curso de Direito Processual Civil. 53 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012, v.1. 4. WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso Avançado de processo Civil. 10 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, v.1. OBSERVAÇÃO DO PROFESSOR: O presente esquema tem por objetivo servir apenas como um roteiro para as aulas da Disciplina Teoria Geral do Processo (semestre 1 – 2015), não substituindo a leitura atenta do PLT, da doutrina correlata, bem como dos estudos, comentários e debates realizados em aula. Portanto, nas provas o aluno deverá ter cuidado, pois o material está incompleto e as afirmações aqui apresentadas necessitam complementação. Ademais, as considerações aqui apresentadas não são de autoria do professor, mas sim dos autores indicados acima e, principalmente, do PLT. PODER JUDICIÁRIO PODER JUDICIÁRIO: ESTRUTURA

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TEORIA GERAL DO PROCESSOSEMESTRE 1/2015

MATERIAL 3

PLANO DE ENSINO E APRENDIZAGEM – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Poder Judiciário. Organização judiciária

FONTE:

1. ALVIM, José Eduardo Carreira. Teoria Geral do Processo. Rio de Janeiro: Forense, 2010.

2. CARNEIRO, Athos Gusmão Carneiro. Jurisdição e Competência. 18 ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

3. JÚNIOR, Humberto Theodoro. Curso de Direito Processual Civil. 53 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012, v.1.

4. WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso Avançado de processo Civil. 10 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, v.1.

OBSERVAÇÃO DO PROFESSOR: O presente esquema tem por objetivo servir apenas como um roteiro para as aulas da Disciplina Teoria Geral do Processo (semestre 1 – 2015), não substituindo a leitura atenta do PLT, da doutrina correlata, bem como dos estudos, comentários e debates realizados em aula. Portanto, nas provas o aluno deverá ter cuidado, pois o material está incompleto e as afirmações aqui apresentadas necessitam complementação. Ademais, as considerações aqui apresentadas não são de autoria do professor, mas sim dos autores indicados acima e, principalmente, do PLT.

PODER JUDICIÁRIO

PODER JUDICIÁRIO: ESTRUTURASendo a jurisdição emanação da soberania do Estado, e, portanto, um de seus poderes,

cabe à Constituição Federal determinar quais são os órgãos integrantes do Poder Judiciário, competindo às Constituições estaduais dispor sobre a organização da justiça no âmbito das unidades federadas, observadas as diretrizes da Constituição Federal.

Nos termos do artigo 92 da CF, são órgãos do Poder Judiciário:

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:I - o Supremo Tribunal Federal;

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I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)II - o Superior Tribunal de Justiça;III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;VI - os Tribunais e Juízes Militares;VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

1. Supremo Tribunal Federal: órgão de cúpula do Poder Judiciário, com competência originária e recursal (ordinária e extraordinária), prevista na Constituição (art. 102, I a III) competindo-lhe precipuamente a sua guarda.

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

2. Conselho Nacional de Justiça: tem competência para controlar a atividade administrativa e financeira do Poder Judiciário, pelo cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, além das atribuições que lhes forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura e pela Constituição (art. 103-B, 4º, I a VII).

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

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VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. § 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

3. Superior Tribunal de Justiça: possui competência originária e recursal (ordinária e especial), prevista na Constituição (art. 105, I a III). Os membros saídos dos tribunais estaduais e regionais, e escolhidos entre advogados e membros do Ministério Público.

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.

4. Tribunais Regionais Federais: criados pela Constituição como órgãos de segundo grau da justiça federal comum, superpostos aos juízes federais. A composição dos TRFs respeita o quinto constitucional.

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva

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atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.

Esses tribunais têm a sua competência, originária e recursal, prevista na Constituição (no art. 108, I e II), especialmente julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição; a sua jurisdição é delimitada por região (são regionais), havendo, atualmente, cinco TRFs, com sede em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Recife, compreendendo cinco regiões.

Juízes Federais: são órgãos de primeiro grau; cada Estado, bem como o Distrito Federal, constitui uma seção Judiciária, que tem por sede a respectiva capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei (CF, art. 110).

A Justiça Federal conta, ainda, com Juizados Especiais Federais e Turmas Recursais, estando a sua disciplina na Lei nº 10.259/01; e também com tribunais do júri para julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:I - os Tribunais Regionais Federais;II - os Juízes Federais.

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;[...]Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

5. Justiça do Trabalho

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Tribunal Superior do Trabalho: é órgão de superposição da Justiça do Trabalho (3º grau).

Tribunal Regional do Trabalho: órgão de 2º grau da Justiça Trabalhista.

Juízes do Trabalho: órgão de 1º grau da Justiça do Trabalho.

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:I - o Tribunal Superior do Trabalho;II - os Tribunais Regionais do Trabalho;III - Juízes do Trabalho.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)[...]Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)[...]Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)[...]Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

6. Justiça Eleitoral

Tribunal Superior Eleitoral: órgão de 3º grau, com competência definida em Lei Complementar. Suas decisões são irrecorríveis, salvo se contrariarem a Constituição, e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança.

Tribunais Regionais Regionais: órgãos de 2º grau, havendo em cada Estado e no Distrito Federal.

Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais: órgão de 1º grau, com competência definida em Lei Complementar.

A Justiça Eleitoral é uma justiça sui generis, pois toda a sua estrutura organizacional é composta de membros integrantes de outros órgãos judiciários, pelo que não existe concurso para ingresso na carreira de magistrado eleitoral, pois quem exerce as funções é o juiz de direito estadual da comarca, sendo sua função temporária.

Dispositivos Constitucionais importantes para o tópico:

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:I - o Tribunal Superior Eleitoral;II - os Tribunais Regionais Eleitorais;III - os Juízes Eleitorais;IV - as Juntas Eleitorais.Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:I - mediante eleição, pelo voto secreto:a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:I - mediante eleição, pelo voto secreto:a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;

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II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores.Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.§ 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança.[...]

7. Justiça Militar da União

Superior Tribunal Militar: órgão que funciona como de 2º grau, pois ainda não foram criados, apesar da previsão constitucional, os tribunais de segunda instância no âmbito da Justiça Militar da União.

Juízes Militares: órgão de 1º grau, instituídos por lei.

Dispositivos Constitucionais importantes para o tópico:

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:I - o Superior Tribunal Militar;II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional;II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.

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Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.

8. Justiça Estadual e a do Distrito Federal: são estruturadas com a observância dos preceitos constitucionais (CF, art. 125), que são, na verdade, diretrizes e limitações de observância obrigatória, sob pena de ofensa à Constituição.

Os Tribunais de Justiça são os órgãos de segundo grau da Justiça Estadual e do Distrito Federal; têm sua estrutura e competência (originária e recursal) estabelecidas na Constituição Federal, Constituições Estaduais, Lei Orgânica do Distrito Federal, e nas respectivas Leis de Organização Judiciária; tem sua sede na capital; jurisdição sobre todo o território da unidade federada; e composição variada de Estado para Estado, respeitado o quinto constitucional, reservado aos advogados e membros do MP.

Os órgãos de primeiro grau da Justiça estadual e na do Distrito Federal são os juízes de direito; e os tribunais do júri, para julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

Na justiça estadual e na do Distrito Federal, há também Juizados Especiais, providos por juízes togados ou togados e leigos, para o julgamento e execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, permitidos a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau (CF, art. 98, I); estando sua disciplina sob regência da Lei n. 9.099/95.

Existem órgãos da Justiça Militar Estadual de primeiro e segundo graus nos Estados que os criaram na vigência da Constituição Federal de 1967, pois foram abolidos pela Emenda Constitucional n. 1/69 (MG, SP, RJ e RS). Pela Constituição de 1988, a lei poderá criar, por proposta do Tribunal de Justiça, conforme veremos.

Na organização da Justiça Militar Estadual, Juizados Especiais Estaduais e Tribunal do Júri, a Constituição se afina com a doutrina que valoriza a justiça com a participação de leigos.

Dispositivos Constitucionais importantes para o tópico:

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.§ 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.[...]§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a

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presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)[...]Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio.

Dispositivos da Constituição Estadual(RS) importantes para o tópico:

Art. 91 - São órgãos do Poder Judiciário do Estado:I - o Tribunal de Justiça;II - o Tribunal Militar do Estado;III - os Juízes de Direito;IV - os Tribunais do Júri;V - os Conselhos de Justiça Militar;VI - os Juizados Especiais e de Pequenas Causas;VII - os Juízes Togados com Jurisdição limitada.Parágrafo único - Os Tribunais de segunda instância têm sede na Capital do Estado e jurisdição em todo o território estadual.Art. 92 - No Tribunal de Justiça será constituído órgão especial, com no mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais de competência do Tribunal Pleno, exceto a eleição dos órgãos dirigentes do Tribunal.

ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

A Justiça Federal de primeira instância é disciplinada pela Lei de Organização Judiciária Federal (Lei n. 5.010/66) e cada unidade federada, assim como o Distrito Federal, tem sua própria lei de organização judiciária, denominada também Código de Organização Judiciária ou Código Judiciário.

UNIDADE E DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: ARGUMENTOS CONTRÁRIOS E FAVORÁVEISExistem duas correntes doutrinárias sobre o duplo grau de jurisdição.Os contrários citam os seguintes argumentos:1) não se nega a possibilidade de erro ou injustiça na decisão do juiz de primeiro grau; mas

também os juízes de segundo grau são suscetíveis de errar ou de proceder com prevaricação.2) a decisão de segundo grau é inútil se confirmar a de primeiro; e, se reformá-la, é

perniciosa, por permitir a dúvida sobre qual a decisão mais justa, contribuindo para o desprestígio do Poder Judiciário.

Os favoráveis, aduzem os seguintes:1) há sempre a possibilidade de as decisões judiciais se ressentirem de vícios, resultantes

de erro ou má-fé do seu prolator, donde a necessidade de permitir-se a sua reforma pela instância superior.

2) a admissibilidade de reexame das decisões de primeiro grau, por juízes de grau superior, de ordinário mais experientes, exige daqueles maior cuidado no exame e solução das lides, além de contribuir para o aprimoramento moral e cultural dos juízes.

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No Brasil, tem-se até um duplo grau de jurisdição obrigatório. É o chamado reexame necessário ou recurso ex officio (CPC, art. 475; CPP, art. 574 do CPP etc.; Súmula 423, do STF).

COMPOSIÇÃO DOS JUÍZOS E TRIBUNAISNa estrutura organizacional da justiça, uma coisa é o “juízo”, nome técnico que tem o

órgão julgador, como célula do Poder Judiciário, identificado também como “vara”, na divisão orgânica dos serviços judiciários, em primeira instância, podendo haver mais de um juízo, como há nas médias comarcas, e até diversos juízos, como nas grandes comarcas. Outra coisa é o “juiz”, que é a pessoa física que se posta dentro do juízo, para decidir em nome do Estado, podendo um juízo (ou vara) ter um único ou mais de um juiz.

Vários critérios têm sido utilizados pela doutrina para a composição dos juízos e tribunais, sendo os mais prestigiados os seguintes:

1. Juiz único em primeiro e em segundo grau de jurisdição: esta é a solução excepcionalmente adotada pelas justiças estadual e federal, em que os juízes julgam, singularmente, na primeira instância (um único juiz), e, havendo recurso, o relator, no tribunal, julga, também, singularmente, se a sentença estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do STF ou de Tribunal Superior (CPC, art. 557, §1º-A).

2. Juízo colegiado em primeiro e segundo grau de jurisdição: esta é a solução adotada pela justiça militar, em que o Conselho de Justiça, integrado por mais de um juiz, julga em primeiro grau, e o Tribunal de Justiça Militar (se estadual) ou o Superior Tribunal de Justiça (se federal) julgam em segundo grau de jurisdição.

3. Juiz único em primeiro e juízo colegiado em segundo grau de jurisdição: esta é a solução adotada pelas justiças estadual, federal e do trabalho, em que as causas são julgadas singularmente no primeiro grau de jurisdição, e, para fins de recursos, são objeto de reexame por um órgão colegiado (turma, câmara etc.) do tribunal.

CRITÉRIOS DE INGRESSO NA MAGISTRATURAVários são os critérios apontados pela doutrina para a escolha de juízes, sendo adotado,

em cada país, aquele que melhor atenda às peculiaridades locais, e à índole e à cultura do seu povo. Os critérios mais prestigiados são:

1. Eleição pelo voto popular: é o critério adotado nos Estados Unidos, para a escolha de juízes locais, havendo mesmo uma campanha política para quem postule um cargo de juiz.

2. Livre escolha pelo Executivo: por este critério, o chefe do Executivo escolhe livremente aquele que, por seus méritos ou pelos seus dotes morais e intelectuais, deva integrar a magistratura.

3. Livre nomeação pelo Judiciário: segundo este critério, os próprios membros do Judiciário escolhem aqueles que devam ingressar na magistratura.

Variante desse sistema é adotada para as vagas de alguns tribunais de justiça em que o acesso se dá por promoção, pelos critérios de antiguidade e merecimento, alternadamente, mediante indicação do próprio tribunal, por ato de seu Presidente; sem qualquer intervenção de outro Poder; exceto quanto ao quinto constitucional, reservados aos advogados e ao Ministério Público.

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4. Nomeação pelo Executivo com aprovação do Legislativo: de acordo com este critério, a escolha de juízes é feita mediante a conjugação das vontades do chefe do Executivo e do Senado, em que este se limita a aprovar a indicação feita por aquele, após o que o Presidente faz a nomeação. Este é o critério adotado para a composição do STF.

5. Nomeação pelo Executivo por indicação do Judiciário ou Legislativo: não temos a solução de nomeação pelo chefe do Executivo por indicação do Legislativo, salvante as indicações (propostas) feitas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado de dois cidadãos para integrar o Conselho Nacional de Justiça (CF, art. 103-B), cujos nomes são encaminhados ao Presidente da República para nomeação.

6. Nomeação pelo Poder Executivo, por indicação do Judiciário, com aprovação do Legislativo: esta é a solução adotada para a composição do Superior Tribunal de Justiça, em que os juízes candidatos à vaga a eles reservadas (desembargadores estaduais e federais) são indicados em lista tríplice; o nome do escolhido pelo Presidente da República é remetido à aprovação do Senado, que depois de aprovado é nomeado.

7. Nomeação pelo Executivo, por indicação de órgãos representativos dos advogados e do Ministério Público, com a participação do Judiciário: este critério é adotado para a composição do quinto constitucional nos Tribunais de Justiça (estaduais e do Distrito Federal), nos Tribunais Regionais Federais e nos Tribunais Regionais do Trabalho; e do terço constitucional nos tribunais superiores (STJ, TST e STM).

8. Escolha por órgão especializado: segundo este critério, a escolha se dá por um órgão composto de pessoas especializadas em assuntos da Justiça, representativa dos três Poderes do Estado e da classe de advogados, que, em muitos países, é o Conselho Nacional da Magistratura, presidido pelo Presidente da República.

9. Escolha por concurso: é este o critério adotado para o ingresso no cargo de juiz, em primeira instância, de concurso de provas e títulos, para a Justiça Federal e Estadual, Trabalhista e Militar.

10. Escolha por sorteio: embora o sorteio não seja, em princípio, o melhor critério para a escolha de juízes, é o tradicionalmente usado, no Brasil, para a composição do órgão judiciário competente para julgamento dos crimes dolosos contra vida, que é o Tribunal do Júri (Conselho de Sentença), integrado por pessoas leigas em direito; tendo o vocábulo “leigo”, aqui, o sentido de juiz “não togado”, que apenas o preside.

GARANTIAS DA MAGISTRATURA: INDEPENDÊNCIA POLÍTICA E JURÍDICA DOS JUÍZESA independência política diz respeito às garantias do juiz para o exercício das suas funções,

consistentes na:1. Vitaliciedade: é adquirida pelo juiz de primeiro grau após dois anos de exercício,

dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado (CF, art. 95, I);

2. Inamovibilidade: significa que o juiz não pode ser removido, de comarca ou vara, ou promovido para o tribunal sem iniciativa sua, salvo por motivo de interesse público (CF, art. 95, II);

3. Irredutibilidade de vencimentos: significa que o juiz não pode ter seus vencimentos reduzidos, sujeitando-se, contudo, ao pagamento de tributos, inclusive imposto de renda (CF, art. 95, III).

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Aos juízes estão também vedadas, constitucionalmente, determinadas atividade (art. 95, parágrafo único), não podendo, dentre outras, exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; receber custas ou participação em processo e exercer atividade político-partidária; nem exercer a advocacia enquanto no exercício da função judicante.

A independência jurídica significa que o juiz a ninguém se subordina, senão à própria lei, segundo a interpretação que dela extraia, na solução dos casos concretos.

O fato de poderem os tribunais reformar as decisões dos juízes não significa quebra da independência jurídica para julgar, mas mera decorrência do poder de derrogação que os tribunais possuem sobre as decisões judiciais.

A existência de uma Corregedoria Geral de Justiça, nos tribunais, não afeta também a independência jurídica dos juízes, sendo as suas atribuições apenas de natureza administrativa, para corrigir eventuais excessos por parte de juízes, não atuando, porém, no exercício de função jurisdicional.

AUXILIARES DA JUSTIÇA: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃONo sentido amplo, são auxiliares da Justiça todos aqueles que, de alguma forma,

participam da movimentação do processo, sob a autoridade do juiz, colaborando com este para tornar possível a prestação jurisdicional.

A discriminação dos órgãos auxiliares da Justiça e suas funções estão nas leis processuais, nas leis de organização judiciária, nos regimentos dos tribunais, nos provimentos etc.

Os órgãos da justiça são permanentes, conforme atuem em todo e qualquer processo, ou eventuais, quando atuam apenas em determinados processos.

Esses órgãos são classificados pela doutrina em:1) Órgãos auxiliares permanentes: são os serventuários e funcionários judiciais, que atuam

permanentemente nos processos, sendo investidos no cargo de acordo com a lei de organização judiciária, que lhes traça as atribuições e delimita o seu exercício, como o escrivão, o oficial de justiça, o contador, o porteiro dos auditórios etc.

2) Órgãos de encargo judicial: são as pessoas que exercem, eventualmente, um encargo num dado processo, como o perito, o intérprete etc.

3) Órgãos auxiliares extravagantes: são órgãos não judiciários ou entidades estranhas à administração da Justiça que, no exercício de suas próprias atividades, colaboram com o juiz na prestação jurisdicional, como os Correios, a Imprensa Oficial, os jornais particulares etc.

ÓRGÃOS DO FORO EXTRAJUDICIALOs órgãos do foro extrajudicial não se compreendem entre os auxiliares da Justiça, pois

apenas administrativamente são subordinados ao Judiciário, pelo qual são fiscalizados, não desempenhando, diretamente, qualquer função no processo.

Esses órgãos apenas eventualmente participam da formação, documentação, publicidade de atos jurídicos privados de maior importância, aos quais transmitem fé pública, exercendo funções concernentes à prova desses atos, com especial repercussão na prova judiciária.

São órgãos do chamado foro extrajudicial os oficiais de registros públicos, como o registro das pessoas naturais, das pessoas jurídicas, de títulos e documentos, de imóveis etc.

MINISTÉRIO PÚBLICO E SUA POSIÇÃO NO PODER JUDICIÁRIOO Ministério Público ocupa posição sui generis junto ao Poder Judiciário, porque não se

integra nele, e apenas funcionalmente atua junto ao Judiciário, como “instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, ao qual incumbe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis” (CF, art. 127).

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FUNÇÕES, GARANTIAS E ESTRUTURA DO MINISTÉRIO PÚBLICOAs funções do Ministério Público são múltiplas, agindo como parte e como fiscal da lei,

atuando nessas qualidades tanto no âmbito penal como no civil e no trabalhista.No âmbito penal, a função do Ministério Público é geralmente de parte, tendo como

principal atribuição tornar efetivo o poder punitivo do Estado, sendo o órgão de acusação dos violadores da lei penal; mas atua também na esfera penal como fiscal da lei, quando zela pela indivisibilidade da ação penal, nos crimes de ação privada.

No âmbito civil, o Ministério Público atua como parte, na defesa dos interesses públicos, e, como fiscal da lei, nos processos em que se controverte sobre interesses de incapazes; no processo de usucapião etc.

A Constituição detalha as funções do Ministério Público; dispõe sobre as garantias da instituição, que são as mesmas dos juízes, como a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade de vencimentos; vedando a seus membros determinados comportamentos e atividades, inclusive o exercício da advocacia, a participação em sociedade comercial e o exercício de atividade político-partidária, ressalvando o exercício de uma função de magistério.

O Ministério Público abrange tanto o Ministério Público da União quanto o Ministério Público dos Estados e do Distrito Federal.

Art. 128. O Ministério Público abrange:I - o Ministério Público da União, que compreende:a) o Ministério Público Federal;b) o Ministério Público do Trabalho;c) o Ministério Público Militar;d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;II - os Ministérios Públicos dos Estados.

O Ministério Público conta com um Conselho Nacional do Ministério Público, com atribuições de controle da atuação administrativa e financeira da instituição e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhes as atribuições previstas na Constituição.

Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)I o Procurador-Geral da República, que o preside;II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras; III três membros do Ministério Público dos Estados;IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei. [...]

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O ingresso na carreira do Ministério Público se dá através do concurso público de provas e títulos, observada, na nomeação, a ordem de classificação.

PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO MINISTÉRIO PÚBLICOO Ministério Público é uma verdadeira instituição, sendo informada por dois princípios:1) Princípio da unidade e indivisibilidade: o Ministério Público é uno, significando que

todos os seus membros fazem parte de uma única corporação; e indivisível, podendo ser substituídos, uns pelos outros, no exercício de suas funções, sem que haja alteração subjetiva da relação processual, pois quem atua no processo é o Ministério Público, e não o procurador da República ou o promotor de Justiça.

2) Independência funcional: os membros do Ministério Público agem segundo a sua própria consciência, com submissão exclusivamente à lei, sem dependência ao Poder Executivo, no qual se integra, e nem aos juízes, nos juízos ou tribunais em que atuem, e muito menos aos órgãos superiores da instituição.

ADVOCACIA PÚBLICAA Advocacia Geral da União é advocacia pública, a qual, na Constituição ganhou status de

instituição, que, direta ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

Temos também os Procuradores Federais que ingressam na carreira mediante concurso público de provas e títulos, estando a sua disciplina sujeita à Lei Complementar nº 73/93. Tais profissionais atuam nas autarquias federais e fundações públicas federais.

Na União também temos os Procuradores da Fazenda Nacional que atuam na execução da dívida ativa tributária deste ente.

Nos Estados e no Distrito Federal atuam os respectivos procuradores, organizados em carreira, na qual o ingresso depende, também, de concurso público de provas e títulos, cabendo-lhes exercer a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas.

No âmbito dos municípios também existem advogados públicos.

ADVOCACIA PRIVADAO advogado foi considerado, pela Constituição como “indispensável à administração da

justiça, sendo inviolável, por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei” (art. 133), no que é desmentida pela legislação infraconstitucional, porque nem sempre a justiça se faz por intermédio de advogado.

No Brasil, não apenas na Justiça do Trabalho, como também nos Juizados Especiais, tanto estaduais quanto federais, a própria parte pode postular a defesa do seu direito, prescindindo da representação por advogado. O mesmo com relação ao Habeas Corpus.

DEFENSORIA PÚBLICAA Defensoria Pública ganhou status constitucional, como “A Defensoria Pública é instituição

permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.” (CF, art. 134).

A organização da Defensoria Pública da União e do Distrito Federal é objeto da Lei Complementar nº 80/94, que prescreve, também, normas gerais para a sua organização nos

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Estados, incumbindo a cada unidade federada organizar essa instituição no âmbito de seu território.

Os defensores públicos ingressam na carreira mediante concurso de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade, vedando-lhes o exercício da advocacia fora das suas atribuições institucionais; cumprindo essas normas o disposto na Constituição.