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COMUNICAÇÃO, CULTURA E EXPRESSÃO
EM LÍNGUA PORTUGUESA
MANUAL DE APOIO À DISCIPLINA DE
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Pelas docentes:
Dra. Ana Carolina Vasconcelos
Dra. Maria Elisabete Neves
Luanda, Março de 2010
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
ANO LECTIVO 2009 / 2010
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Nota Introdutória
O presente manual visa completar a bibliografia que, de forma específica, sirva de suporte a
um curso de Técnicas de Comunicação e Expressão leccionado a estudantes de nível superior das
diferentes áreas ministradas.
Efectivamente, muitas são as obras publicadas com fins didácticos sobre a Comunicação –
seu conceito e seu arcabouço teórico – e sobre a expressão – nomeadamente a expressão em língua
portuguesa, quer a nível semântico, quer a nível sintáctico. Contudo essas obras foram concebidas
com intuitos bem definidos quanto à sua utilização: domínio das Letras ou do Marketing.
Sentimos, portanto, a necessidade de organizar uma compilação de materiais de diferentes
fontes, onde se faça a liesão entre a teoria e a prática.
Acreditamos que o resultado do esforço despendido é uma ferramenta que pode ser útil aos
nossos alunos como complemento do trabalho desenvolvido nas aulas e, eventualmente, como
material de consulta futura, aquando do exercício das suas actividades profissionais.
Luanda, Março de 2009
Ana Carolina Vasconcelos – Coordenadora
Maria Elisabete Neves - Assistente
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA COMUNICAÇÃO
1. CONCEITOS
O QUE É A EXPRESSÃO?
A expressão é a manifestação do pensamento ou das ideias. Como falantes da língua portuguesa,
nós exprimimo-nos em português.
O QUE É A COMUNICAÇÃO?
A comunicação é um daqueles fenómenos mais fáceis de reconhecer do que definir. Ocorre com
imensa frequência, nas mais diversas situações e assume diferentes formas: pelo olhar, através de
gestos, de símbolos, mas sobretudo a través da palavra, no nosso dia – a – dia.
Inúmeros livros foram escritos com o objectivo de definir e explicar a comunicação. No entanto, é
possível delinearmos, em poucas palavras, o conceito de comunicação, se nos concentrarmos nas
suas características essenciais
Processo dinâmico e interactivo
Engloba, pelo menos, duas partes
Objectivo de transmitir informação
Então, podemos afirmar que a comunicação é um processo dinâmico porque evolui. A seguir é
possível constatar que esse processo é eminentemente interactivo, pois tem de existir neste processo
pelo menos duas partes, que interajam uma com a outra. Finalmente, é perfeitamente legítimo dizer
que o objectivo dessa interacção é a transmissão de informação. Não importa o conteúdo ou a
essência da informação, o facto de ser longa ou breve, objectiva ou subjectiva, elementar ou
elaborada.
Então, tendo em conta essas quatro características, podemos partir para a nossa própria definição de
comunicação:
“Comunicação é um processo de interacção entre pelo menos dois seres para troca de
informação.”
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2. CARACTERÍSTICAS DA COMUNICAÇÃO HUMANA
Ao construirmos o conceito acima, utilizamos a expressão “dois seres, em vez da mais restrita “duas
pessoas”. De facto, não só os seres humanos comunicam. Também os animais o fazem entre si e
com as pessoas. E há até teorias, ainda não de todo comprovadas, que defendem que os vegetais
também possuem a capacidade de comunicar.
Há, no entanto, uma profunda diferença entre a comunicação dos seres humanos e a dos animais.
Há cerca de 100 anos, o sábio austríaco Van Frish descobriu que uma abelha quando detecta uma
fonte qualquer de açúcar, executa um rufar de asas específico, através do qual sinaliza às suas
companheiras a existência de alimento. Após século decorrido, os estudiosos da vida das abelhas
observam o mesmo fenómeno, executado da mesma forma. Se considerarmos que, em regra, os
insectos não são animais de ciclo de vida muito longo, quantas e quantas gerações de abelhas terão
vivido desde que as observações de Van Frish foram realizadas? E, no entanto, o agitar de asas é
exactamente o mesmo.
Paralelamente, ao longo destes mesmos 100 anos, a comunicação humana passou por enormes
alterações.
Mudou, ampliou-se, cresceu em conteúdo e enriqueceu na forma
È exactamente nestas alterações que reside a colossal diferença entre a comunicação humana e a
animal. Os animais transmitem informações e processam-nas, tal como o Homem, mas só ele tem
capacidade para armazenar as informações, enriquecê-las e transmiti-las novamente, já
completamente enriquecidas.
Assim, podemos afirmar que só o ser humano:
Transmite
Processa
Armazena
Enriquece
Reproduz a informação já enriquecida
3. CONCEITO DE CULTURA
A transmissão e o enriquecimento da informação ocorrem entre as pessoas de forma ininterrupta.
Estamos permanentemente a receber informação, a ampliá-la e a retransmiti-la. A esse ciclo
giratório denominamos de Cultura.
Frequentemente utilizamos o vocábulo no seu sentido mais limitado, quando nos referimos ao
património artístico e científico acumulado pelo género humano. Mas a cultura é muito mais: todos
os hábitos, usos e costumes, formas de estar no mundo e de sentir e interpretar a realidade
circundante constituem a cultura de uma colectividade. Actualmente, a revolução tecnológica pela
qual o mundo tem passado, com enormíssimas consequências no plano da comunicação, tende a
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atenuar a diferença entre as culturas. Mas as diferenças ainda existem e certamente é utópico supor
que, num futuro próximo, a humanidade venha a possuir uma e uma só cultura. E ainda bem que
assim é: diferentes formas de pensar e de estar contribuem para o enriquecimento do património
comum da humanidade. Favorecem o ciclo de captação, de ampliação e retransmissão da
informação que antes referimos.
Dissemos que esse ciclo é ininterrupto e é esse motor contínuo que mantém a cultura viva. Quando
pára de rodar o ciclo de transmissão – enriquecimento – transmissão da informação, a cultura fica
estagnada e morre. E não é por outra causa que civilizações passadas (babilónios, egípcios, aztecas
e tantas mais) produziram culturas notáveis que, no entanto, por condicionantes diversas, deixaram
um dia de evoluir, foram assimiladas por outras culturas que mantêm vivo o seu dinamismo ou
simplesmente as contemplamos hoje como verdadeiros “fósseis”do passado.
Se quiséssemos representar plasticamente esse processo de transmissão – enriquecimento –
transmissão da informação, poderíamos utilizar a figura de uma roda sempre a girar. Porém, seria
mais exacto servirmo-nos do exemplo do punhado de neve que se desprende do cimo da montanha e
que rola sem parar em direcção ao fundo do vale. Sempre a rolar e sempre a crescer de tamanho,
transformando-se numa grande bola de neve, que pode assumir proporções enormes.
A questão da globalização cultural
Alexandre Melo fala em globalização cultural a respeito da “extensão planetária dos meios
de comunicação social de massa, os mass media, com a correspondente transformação de tudo em
informação imediata e universalmente disponível” (2002: 36)
O termo indústria cultural foi “cunhado” pelos pensadores da Escola de Frankfurt, Adorno e
Horkheimer, para designar a indústria mediática que estes autores entendiam como sendo a
indústria de produção simbólica de cariz capitalista. De acordo com estes teóricos os produtos
culturais contribuem para criar, reproduzir e manter não apenas uma ideologia dominante numa
sociedade mas também a própria estrutura dessa sociedade. Esta recria-se e reproduz-se
constantemente de acordo com a base ideológica dominante, em parte devido à força dos produtos
culturais, que pela sua produção em massa se tornariam estandardizados e homogéneos (37). Para
este autor, globalização cultural produz uniformidade, mas também diversidade. Esta última apenas
será prejudicada se, “quando o alargamento da área de oferta de um determinado bem implica o
desaparecimento de um outro bem” (2002: 43). Neste ponto convém frisar que mesmo numa
sociedade aparentemente homogénea e muito linear se assistem, com frequência,
a emergências singulares. No caso das indústrias culturais isso também é verdade. No universo
“mais-do-mesmo” com que habitualmente somos brindados também aparecem pequenas pérolas.
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Só para dar um exemplo, o cinema de massas “hollywoodesco” e uniforme é frequentemente espicaçado
pelo cinema independente, de baixo custo e que aposta na diversidade. Esta situação foi melhorada e
expandida a outros sectores com as potencialidades das novas tecnologias, em especial o multimédia,
um “largo território de exploração cultural e comercial” conforme defendem Fortuna e Silva, uma vez
que, “mudou bastante as condições de entrada e sucesso no sector empresarial da cultura” (2001:429).
Boaventura Sousa Santos recorda o especial relevo que assumiu o conceito de globalização cultural
nos anos 80 lembrando que “os valores, os artefactos culturais e os universos simbólicos que se
globalizam são ocidentais” (2001:51), a propósito de autores como Ritzer que preferem falar de
ocidentalização ou americanização. Em todo este processo intervêm quer factores económicos e de
mercado, quer políticos. Para além de outros factores como os MCS, direito, educação ou entidades
policiais, Sousa Santos lembra que os Estados-nação não estão isentos de responsabilidade em todo
o processo. Se, por um lado “têm sido os arautos da diversidade cultural, da autenticidade da
cultura nacional”, por outro, têm proporcionado “a homogeneização e a uniformidade, esmagando
a rica variedade de culturas locais existentes no território nacional”
(2001:54).
4. OS SIGNOS
A comunicação é estabelecida por signos. Um signo é algo que representa uma realidade, algo que
contém uma informação. Algo que estabelece a relação lógica entre o significante (aquilo que
vemos, que captamos, como um conjunto de sons, imagens ou os próprios grafemas da escrita) e o
significado (a ideia, o conceito mental ou a interpretação que fazemos do que captamos ou vemos).
No signo linguístico apresentado vamos distinguir:
Significante: conjunto de sons percebido pelo ouvido que se
materializa graficamente na palavra ROSAS.
Significado: conceito ou interpretação mental que temos do que é
uma rosa.
Alguns signos são, por assim dizer naturais. Nós homens apenas aprendemos a estabelecer a relação
lógica. Assim, por exemplo, quando avistamos uma nuvem de fumo concluímos a existência de
fogo. Atribuímos ao fumo o carácter de signo do fogo. O mesmo acontece quando vemos alguém
bocejar e concluímos que a pessoa tem sono: o bocejo é o significante, cujo significado é o sono.
Mas para além dos signos naturais, há inúmeros que foram concebidos integralmente pelo ser
humano. Estes têm as características de serem arbitrários e convencionais. Nenhuma relação
obrigatória se estabelece entre ele e a realidade; cada língua recorre a um conjunto de sons
diferentes (palavras diferentes) para referir um mesmo objecto. Por exemplo: os franceses dizem
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arbre, os ingleses tree e nós árvore, mas também podíamos dizer “érvora” se tal tivesse sido
convencionado.
Arbre, tree e árvore têm o mesmo significado, mas diferem obviamente no significante.
Tomemos como outro exemplo um semáforo de trânsito, onde cada uma das luzes é signo de uma
realidade: obrigação de parar, possibilidade de seguir e necessidade de ter atenção. Numa partida de
futebol, verificamos que há toda uma série de signos que são usados: os uniformes que sinalizam
equipas diferentes, os cartões de que o árbitro se serve e os silvos que emite com o apito assumem
significados específicos convencionados pelo próprio Homem.
5. A PALAVRA
De todos os signos de que nos servimos para comunicar, o mais importante é a palavra porque:
É o que apresenta, em geral, maior exactidão de significado;
É o que se presta a quase todas as situações de comunicação e, por conseguinte,
É o de utilização mais frequente
Mesmo que não tenhamos consciência disso, estamos permanentemente a utilizar as palavras. Como
consequência, quanto melhor utilizarmos as palavras, melhor e mais exacta será a nossa
comunicação; quanto mais eficiente for a nossa expressão verbal, mais eficaz será a nossa
comunicação.
O uso da palavra está sujeito a determinadas regras. E o conjunto dessas regras denominamos por
linguagem.
Existem diferentes registos de linguagem. Na verdade, há a linguagem gestual, a da expressão
facial, a da música e inúmeras outras.
Convém então destacar dois grandes tipos de linguagem
Verbal Não verbal
LINGUAGEM VERBAL: as dificuldades de comunicação ocorrem quando as palavras
têm graus distintos de abstração e variedade de sentido. O significado das palavras não está
nelas mesmas, mas nas pessoas (no repertório de cada um e que lhe permite decifrar e
interpretar as palavras);
LINGUAGEM NÃO - VERBAL: as pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os
movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, a entoação são também importantes:
são os elementos não verbais da comunicação.
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Os significados de determinados gestos e comportamentos variam muito de uma cultura para outra e
de época para época.
A comunicação verbal é plenamente voluntária; o comportamento não-verbal pode ser uma reacção
involuntária ou um acto comunicativo propositado.
Alguns psicólogos afirmam que os sinais não-verbais têm as funções específicas de regular e
encadear as interacções sociais e de expressar emoções e atitudes interpessoais.
a) Expressão facial: não é fácil avaliar as emoções de alguém apenas a partir da sua expressão
fisionómica. Por vezes os rostos transmitem espontaneamente os sentimentos, mas muitas pessoas
tentam inibir a expressão emocional.
b) Movimento dos olhos: desempenha um papel muito importante na comunicação. Um olhar fixo
pode ser entendido como prova de interesse, mas noutro contexto pode significar ameaça,
provocação.
Desviar os olhos quando o emissor fala é uma atitude que tanto pode transmitir a ideia de submissão
como a de desinteresse.
c) Movimentos da cabeça: tendem a reforçar e sincronizar a emissão de mensagens.
d) Postura e movimentos do corpo: os movimentos corporais podem fornecer pistas mais seguras do
que a expressão facial para se detectar determinados estados emocionais. Por ex.: inferiores
hierárquicos adoptam posturas atenciosas e mais rígidas do que os seus superiores, que tendem a
mostrar-se descontraídos.
e) Comportamentos não-verbais da voz: a entoação (qualidade, velocidade e ritmo da voz) revela-se
importante no processo de comunicação. Uma voz calma geralmente transmite mensagens mais
claras do que uma voz agitada.
f) A aparência: a aparência de uma pessoa reflecte normalmente o tipo de imagem que ela gostaria
de passar. Através do vestuário, penteado, maquilhagem, apetrechos pessoais, postura, gestos, modo
de falar, etc., as pessoas criam uma projecção de como são e de como gostariam de ser tratadas. As
relações interpessoais serão menos tensas se a pessoa fornecer aos outros a sua projecção particular
e se os outros respeitarem essa projecção.
Conclusão: na interacção pessoal, tanto os elementos verbais como os não-verbais são
importantes para que o processo de comunicação seja eficiente.
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Mas a que mais directamente nos interessa é a linguagem verbal. Estudada de forma consistente por
L. Wittgenstein, que entretanto se baseou em estudos anteriores, e depois desenvolvida por vários
outros teóricos da matéria, a linguagem é:
Um conjunto de signos
Cuja utilização é subordinada a determinadas regras impostas por cada língua,
Cuja finalidade é dar suporte à comunicação
Palavras
Poucas pessoas têm verdadeira consciência da importância da palavra. Quando afirmo isso, não
estou me referindo apenas à sua importância como meio de comunicação ou na sua dimensão
artística na poesia ou na prosa. Na sua canção “Língua”, Caetano Veloso termina com uma
pergunta: O que quer? O que pode esta língua? As línguas querem ser objeto de comunicação,
condição fundamental para que as sociedades existam e a cultura possa ser transmitida de uma para
outra geração. Mas, a segunda questão proposta de forma inteligente pelo compositor pode e deve
produzir uma ampla discussão. O que pode uma língua? Pode se transformar em arte e, nessa
dimensão, trazer o sentimento, a reflexão sobre as questões existenciais mais profundas, a crítica da
realidade, a denúncia da injustiça e a busca da compreensão da vida, do mundo, do outro. Parece
muito, mas, há um detalhe significativo que é preciso atentar: A língua é formada de palavras e
palavra é energia que pode se materializar. As pessoas de uma maneira geral, não têm cuidado com
esse detalhe, tão significativo. O que pensamos e o que falamos termina, dependendo da impressão
que essas palavras provoquem no nosso psiquismo, se materializando no nosso dia a dia. Portanto,
muitas vezes somos vítimas de nós mesmos, quando inadvertidamente, expressamos algo
desagradável ou negativo em relação a nós ou aos outros. Se observarmos e examinarmos nossa
própria vida, veremos que muitas coisas que nos aconteceram ou que acontecem são manifestações
ou materializações de nossas palavras. Por isso é fundamental ter mais cuidado e, principalmente
utilizar a palavra para produzir bem estar.
Esclarecer
Por Luciana Gouvêa
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5.1 A SINTAXE E A SEMÂNTICA
Na linguagem verbal, as regras a que nos referimos são de duas naturezas: regras de sintaxe e
de semântica.
Quando desejamos aprender uma língua, necessitamos antes de mais de um dicionário, pois este dá-
nos o significado das palavras; permite que interpretemos correctamente os signos. No dicionário
encontramos o conteúdo semântico da língua, na medida em que a semântica estuda o
significado das palavras e das frases.
Porém, ainda que nos fosse possível conhecer todas as palavras contidas no dicionário, ainda assim
não estaríamos aptos a dominar a língua. Isto porque nos faltaria conhecer a forma adequada de
articular os diferentes signos, de forma a dar um conteúdo lógico ao que dizemos ou escrevemos. O
uso da Língua não se faz através de palavras soltas. Temos a necessidade de organizá-las em frases.
Neste plano precisamos de recorrer a uma gramática. É com a gramática que aprendemos como
concatenar correcta e adequadamente as palavras. É a gramática que nos ensina a sintaxe da
língua, pois é a ciência que estuda as relações e funções das palavras nas frases.
Em conclusão, podemos afirmar que quanto maior for o domínio que tenhamos quer da semântica,
quer da sintaxe da língua, mais adequadamente poderemos comunicar-nos através dessa língua.
6. MODELOS DE COMUNICAÇÃO
Diversos foram os autores que se preocuparam em explicar como é que ocorre o fenómeno da
comunicação humana. A essas explicações chamamos modelos, pois são representações
esquematizadas do processo de comunicação.
Desses modelos, os mais conhecidos foram os desenvolvidos por Schramm e por Lasswell.
Segundo Schramm, o acto comunicacional tem início num Emissor, alguém que define não só o
que vai comunicar como também o Código ( ou seja a linguagem) que vai utilizar, razão pela qual é
chamado de Codificador. A essência da comunicação, isto é, aquilo que é informado, denomina-se
de Mensagem. O envia a mensagem codificada através de um via, também da sua escolha (que
poderá ser, por exemplo, a via oral ou a via escrita, ou outra). Essa via é o Canal, através do qual a
mensagem é recebida pelo destinatário – o Receptor – a quem compete descodificá-la. Por isto, o
receptor é conhecido também por Descodificador.
Este modelo de Schramm, assim definido, confere ao emissor todo o protagonismo, todo o trabalho
activo do processo de comunicação.
Os seus seguidores, contudo, cedo se aperceberam de que não era exactamente assim, pois também
o receptor realiza um papel importante nesse processo. Como vimos, a comunicação é
eminentemente interactiva e, portanto, só se completa quando, depois de receber a mensagem, o
Receptor reage, escolhendo também um código e um canal, através dos quais enviará ao Emissor
original a sua Retroacção ou Resposta.
Mas, na verdade, não é só através da resposta que se evidencia a importância do Receptor. Ela já se
faz sentir antes mesmo da mensagem ser enviada, pois quer o código, quer o canal são escolhidos
pelo Emissor tendo em conta quem é o Receptor. Por exemplo: um Emissor nunca escolherá como
código a língua japonesa se o Receptor não conhecer esse idioma, nem elegerá como canal a via
oral se o Receptor é totalmente surdo.
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No modelo de Schramm devemos ainda ressaltar um elemento importante: o Ruído. Quer isto dizer,
a possibilidade poderem ocorrer ruídos (interferências que distorcem o sentido e,
consequentemente, a compreensão da comunicação) quer aquando do envio da mensagem, quer
durante a resposta.
Uma das fontes mais frequentes de ruído é a má utilização da linguagem, que pode fazer com que a
mensagem captado pelo Receptor não seja aquela que efectivamente o Emissor desejava enviar.
Portanto o perfeito domínio da linguagem é que nos dá o conforto de vermos substancialmente
reduzido o risco de uma interpretação incorrecta das mensagens que emitimos.
O modelo de Lasswell é uma decorrência, ou antes, uma simplificação do elaborado por
Scrhamm. Focaliza exactamente os mesmos aspectos, mas, ao invés de recorrer a terminologia
específica e a uma estrutura esquemática, expressa-se apenas através de cinco perguntas simples:
Quem?
Diz o quê?
Por que via?
A quem?
Com que efeito?
A essas cinco perguntas correspondem como resposta os cinco termos básicos do modelo de
Schramm: Emissor, Mensagem, Canal, Receptor e Retroacção.
(Textos elaborados com base em apontamentos do Prof. João Pinto e Castro)
PASSOS PARA UMA COMUNICAÇÃO EFICAZ
Escolher adequadamente o código e o canal tendo em conta o receptor;
A mensagem deve ser pensada e organizada seguindo os critérios de clareza, correcção e
harmonia;
Considerar os aspectos que dizem respeito ao contexto, isto significa que devemos atender
aos aspectos situacionais, culturais, sociais, psicológicos, etc.;
Não esquecer que comunicamos não apenas através de palavras (palavras em si e tom de
voz), mas também através de outros sinais e, como tal, devemos estar atentos a essa “outra
linguagem” (linguagem corporal, facial, aparência, etc.);
Só avaliamos plenamente a eficácia da nossa comunicação ao recebermos o feedback /
resposta do receptor, só assim saberemos se a nossa mensagem foi bem compreendida.
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MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Meios de comunicação são instrumentos ou formas utilizados para a realização do processo
comunicacional.
Quando referidos à comunicação de massas, podem ser considerados como sinónimo de media.
Contudo, há meios de comunicação, como o telefone, que não são “massivos” mas sim individuais
(ou interpessoais)
Exemplos:
Sonoros: telefone, rádio;
Escritos: jornais, revistas;
Audiovisuais: televisão, cinema;
Multimédia: diversos meios simultaneamente (como escrita e audiovisual).
Qual o poder dos “Media” na transmissão de cultura?
Todo. Ou pelo menos algum. Falar de Meios de Comunicação Social (MCS) enquanto elementos
de regulação cultural é abarcar num só desígnio uma série de dimensões tão díspares quanto
semelhantes da sociedade. É pelos MCS que se sabe o que se passa no mundo, que se conhecem e
visualizam outras culturas, que se sabe o que existe, o que se publica ou que se faz. É também
através dos MCS que fruímos cultura, ou pelo menos alguma, independentemente da sua qualidade.
Na realidade, cultura e comunicação são dois termos que se interpenetram desde o surgimento dos
primeiros meios de comunicação social. Apesar da existência de outros agentes mediadores e
transmissores de cultura, como a Educação ou a Família, é inegável o poder que os media exercem
sobre um número elevado de indivíduos. Para Breton, os media “passaram a ser o único lugar onde
estão as informações que hão-de permitir descodificar os diferentes universos em que evoluímos”
(1994:123), transferindo para os MCS o poder de orientação dos indivíduos na sociedade. Tal como
refere Rodrigues “a comunicação não é um produto, mas um processo de troca simbólica
generalizada, processo de que se alimenta a sociabilidade, que gera os laços
sociais que estabelecemos com os outros” (1999:22).
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Na realidade é da interacção comunicacional “mediatizada por símbolos concebidos, elaborados e
legados por gerações sucessivas” (Rodrigues, 1999:22) que se estabelecem e estreitam os laços
sociais. Ainda mais quando promovidas pelos meios de comunicação que, pela sua rapidez e
alcance contribuem “para o alargamento da nossa experiência do mundo muito para além do
espaço delimitado pelas fronteiras territoriais que nos rodeiam” (Rodrigues, 1999:23). Apesar
disso, este autor alerta para o facto de que a homogeneização “não acarreta necessariamente uma
desterritorialização generalizada, não faz com que toda a humanidade passe a ter as mesmas
representações da realidade e a fazer parte de
uma mesma área cultural” (1999:25), numa clara alusão e rejeição de que todos os indivíduos
sejam atingidos ou venham a reagir do mesmo modo aos conteúdos emanados dos MCS.
Castells esclarece: “a noção de meios de comunicação de massa faz referência a um sistema
tecnológico, não a uma forma de cultura, a cultura de massa” (2002: 441), distinguindo claramente
que MCS se referem aos meios tecnológicos e que os conteúdos editados ou emitidos por esses
meios é que podem ser enquadrados numa cultura de massas, uma vez que “a maior parte dos
nossos estímulos simbólicos vem dos meios de comunicação” (2002:442). Para Castells, a
existência de mensagens fora dos media limita-se às redes interpessoais e, no caso do efeito
televisivo “ não representa apenas dinheiro ou poder. É aceitar ser misturado num texto multi-
semântico, cuja sintaxe é extremamente imprecisa. Assim, informação, entretenimento, educação e
propaganda, relaxamento e hipnose, tudo se mistura”(442-443).
Para Edgar Morin a cultura de massa é produzida de acordo com as normas massivas de fabricação
industrial, difundida por técnicas de difusão maciça e que se dirigem a uma massa social alargada.
Do mesmo modo Umberto Eco defende que: “não existe uma cultura de massa no
sentido imaginado pelos críticos apocalípticos das comunicações.”
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EXPRESSÃO VERBAL ORAL E ESCRITA
A mensagem pode ser processada por via oral e/ou escrita implicando diferenças notórias.
A mensagem oral processa-se na conversação, exigindo a presença de, pelo menos, duas pessoas
que alternam sucessivamente os papéis de emissor e de receptor, que se encontram no mesmo
referente situacional, bastando um gesto para clarificar elementos relativos a esse referente. A
mensagem escrita (texto escrito), exige a descrição do referente situacional, ou seja, do ambiente.
Observemos no quadro que se segue as principais diferenças.
LINGUAGEM ORAL LINGUAGEM ESCRITA
Além do emissor, exige a presença activa
do receptor.
A emissão e a receção sucedem-se,
mudando sucessivamente de sentido.
A mensagem é facilitada pela presença
dos referentes situacionais.
Os referentes situacionais são revelados
por gestos e pelas entoações mais ou
menos intensas.
A descrição está quase ausente.
Uso frequente de pausas e entoação.
Texto menos extenso com frases
maioritariamente coordenadas.
Uso de frases curtas, repetições,
solecismos, anacolutos e frases
incompletas.
O recetor encontra-se geralmente ausente.
Entre a emissão e a receção da mensagem
interpõem-se um espaço mais ou menos longo.
A ausência dos referentes situacionais
obriga a que se apresentem por descrição.
Os referentes situacionais são apresentados
pela descrição do ambiente.
A descrição é frequente.
Uso dos sinais de pontuação.
Texto mais extenso com frases
maioritariamente subordinadas.
Uso de frases mais longas com construção
frásica mais elaborada e vocabulário mais
rico evitando as repetições desnecessárias.
NOTA: Considerando a relação língua falada e língua
escrita, chegamos à conclusão que um falante de cultura
rudimentar terá um discurso oral e um discurso escrito
muito semelhante; mas se se tratar de um falante culto,
haverá uma grande diferença entre o seu discurso oral e o
seu discurso escrito.
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1. Regras de apresentações orais
Numa exposição oral deve-se certificar que:
Prepara com antecedência o tema, tendo em conta o limite de tempo que tem para o
expor;
Tem em conta as características do receptor, quando prepara o tema;
Utiliza vocabulário simples, objectivo e variado;
Apresenta-se bem vestido e bem penteado, não usando decotes muito acentuados
nem saias muito curtas;
Não coça a cabeça, o nariz ou rói as unhas;
Controla o nervosismo com técnicas adequadas, mas nunca masca pastilha elástica;
Começa por apresentar o tema de forma atraente, para captar a atenção da
assistência;
Expõe o tema mantendo sempre viva a atenção e a curiosidade da assistência;
Movimenta-se e gesticula de forma a captar a atenção do ouvinte, mas não exagera
para não se tornar caricato;
Vai rodando olhar por todos os membros da audiência e não o fixa num só;
Usa um tom de voz adequado, nem muito alto nem muito baixo, diversificando a
entoação para dar mais ênfase à apresentação;
Vai colocando perguntas para captar a participação da audiência;
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1. Regras de apresentações escritas
Apresentação do trabalho:
Letra simples e bem feita;
Evitar rasuras;
Distribuição de Espaços:
Título a meio da linha;
Deixar duas linhas antes de começar o texto;
Depois de parágrafo, começar a frase deixando um espaço na linha;
Mudar de parágrafo sempre que o assunto seja diferente;
Uso das Maiúsculas:
No início da frase;
Em nomes próprios;
Caligrafia:
Diferenciar as letras;
Ortografia:
Evitar os erros;
Não trocar/eliminar letras;
Construção da frase:
Frases curtas com ideias bem ordenadas.
Pontuação:
Usar a adequada ( não esquecer o ? nas perguntas ).
Evitar as repetições:
de ideias e de palavras.
Maneiras de começar uma frase:
Certo dia... / Era uma vez... / Há muitos anos... / Recordo....
Assim que... / Logo que... / Então... / Entretanto....
Mais tarde... /Depois... / Seguidamente...
Na verdade... / Com efeito... / Realmente....
Na minha opinião... / Eu penso que... / Creio que...
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FORMAS DE TRATAMENTO POR “TU” E POR “VOCÊ”
Quando falamos com uma pessoa, tratamo-la por TU, por VOCÊ ou por SENHOR/A. A forma de
tratamento escolhida deve ser mantida, fazendo-se as devidas concordâncias com as formas de
pronome correspondentes a cada pessoa. O que não se deve fazer é tratar a pessoa ora por “tu”, ora
por “você”, ou confundir as formas dos pronomes, usando-as arbitrariamente. Se se tratar a pessoa
por “tu”, deve ser sempre tratada por “tu”. Se se tratar a pessoa por “você” deve ser sempre tratada
por “você”.
2ª pessoa do singular 3ª pessoa do singular
Ex: (Tu) Queres um café? Ex: (Você) Quer um café?
Já te disse para te calares. Já lhe disse para se calar.
PRONOMINALIZAÇÃO
Pronominalizar é substituir um complemento directo ou indirecto, numa oração, pelo pronome
pessoal correspondente.
O complemento directo é um tipo de complemento que se segue ao verbo e que se obtém
perguntando ao verbo “o quê?” ou “quem?”.
Ex.: Preparei um jantar delicioso.
Preparei… o quê? um jantar delicioso
Vamos levar o Joãozinho à escola.
Vamos levar… quem? o Joãozinho
Preparei um jantar delicioso. Preparei-o.
Vamos levar o Joãozinho à escola. Vamos levá-lo à escola.
TU
VOCÊ
SENHOR / A
OU
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O complemento indirecto obtém-se perguntando “a quê?” ou “a quem?” ao verbo.
Ex.: Vou telefonar ao Pedro.
Vou telefonar… a quem? ao Pedro
Vou telefonar ao Pedro. Vou telefonar-lhe.
(Ver anexo 1)
2. Translineação
De um modo geral, na mudança de linha, faz-se pela soletração das sílabas:
a-dul-to de-sa-cor-do ho-mem ca-ne-ta a-lu-no
Mas, por vezes, surgem dúvidas. Preste então atenção às seguintes regras:
A consoante precedida de vogal conserva-se na sílaba a que pertence e que a precede:
Óp/-ti-mo ad-jec/-ti-vo a-dop/-tar
Não se podem dividir os grupos consonânticos formados por c, g, t, p, b, f, v, seguidos por l
ou r :
abs-trac- to re-pli-car abs-ten-ção
Não se separam os grupos lh, ch, nh:
Ove-lha cha-péu ni-nho
Não se separa da vogal ou do ditongo o u do grupo qu ou gu:
Á-gua pe-quei
Nunca se separam vogais que formam ditongos:
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Ora-ção cons-ti-tui
Se o hífen está a ligar palavras compostas e coincide com o fim da linha, convém repartir-se
no começo da seguinte:
Mão-/-de-obra guarda-/-chuva
EXERCÍCIO: tendo em atenção as regras a respeitar na translineação, faça a divisão silábica das
palavras que se seguem:
cadeira
director
connosco
Baptista
declarar
afilhado
segredo
qualidade
bandeira
igualdade
terra
quadrado
guarda-redes
acto
Pão-de-ló
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3. Acentuação
Os acentos gráficos são três:
O acento agudo assinala a sílaba tónica ou ditongos orais abertos ou, por vezes, a sílaba com as
vogais i e u: pé, herói, país
O acento grave indica a contracção da preposição a com a forma feminina do determinante artigo
definido a(s) e com os determinantes ou pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: à(s)
àquele(s), àquela(s), àquilo.
O acento circunflexo indica o timbre semifechado das vogais a, e, o: tâmara, vês, avô.
As palavras, quanto à acentuação, dividem-se em:
1. Palavras agudas ou oxítonas (aquelas em que a sílaba tónica é a última).
Levam acento as palavras:
a) terminadas em a, e, o, seguidos ou não de s (pá, pás, café, cafés, lê, lês, avó, avós)
b) terminadas em vogal nasal ou ditongo nasal, seguidos ou não de s (maçã, maçãs, irmão,
irmãos, mãe, mães, põe, pões)
c) terminadas em i ou u, seguidos ou não de s, se antes do i ou do u há uma vogal com a qual eles
não formam ditongo (sa-í, sa-ís, ba-ú, ba-ús)
d) terminadas nos ditongos abertos éu, éi e ói, seguidos ou não de s (chapéu, chapéus, anéis,
anzóis, constrói)
e) terminadas em em ou ens se tiverem mais de uma sílaba (porém, parabéns)
2. Palavras graves ou paroxítonas (aquelas em que a sílaba tónica é a penúltima).
Levam acento as:
a) terminadas em n, l, r, ou x (hífen, amável, açúcar, tórax)
b) terminadas em i ou u, seguidos ou não de s (lápis, júri, Vénus, túneis, fôsseis)
c) terminadas em sons nasais (um, uns, ão, ãos...) seguidos ou não de s (álbum, álbuns, órfão,
órfãos)
d) que têm na sílaba tónica o ditongo ói, excepto boina, comboio e dezoito (heróico)
e) que têm na sílaba tónica um i ou um u, se antes do i ou do u há uma vogal com a qual eles não
fazem ditongo (saía, saída, conteúdo, miúdo, egoísta, juízes).
Excepções: palavras como Coimbra, saindo, sairdes, rainha.
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3. Palavras esdrúxulas ou proparoxítonas (aquelas em que a sílaba tónica é a antepenúltima).
Todas as palavras esdrúxulas são graficamente acentuadas: ácido, código, húmido, mínimo,
efémero
Nota importante: as palavras graves terminadas em ditongo crescente (ea, ia, eo, ie, ao, uo,…), que
antigamente se consideravam esdrúxulas, funcionam como se de facto o fossem, e por isso também
são acentuadas
fêmea, ódio, água, ambíguo, camélia, nódoa
EXERCÍCIOS
1. Coloque o acento, correctamente, nas palavras que dele necessitem, e, à frente, indique que
regra foi aplicada (Ex.: 1.a ; 2.c ; 3; etc.)
1. ANEL
2. ANEIS
3. ORFÃ
4. FACIL
5. ABDOMEN
6. RUIM
7. ANGULO
8. DISTINTIVO
9. EGOISMO
10. INICIADO
11. DEVESSEMOS
12. HINO
13. IDOLO
14. AMENDOA
15. ORGÃO
16. GABRIEL
17. CONSTITUIR
18. UTIL
19. VEJAIS
20. TENIS
21. AVENTURA
22. TUNEL
23. TUNEIS
24. PARTIRAMOS
25. PASSADO
26. FACILMENTE
27. ULTIMO
28. CADAVER
29. GENERO
30. GENEROSO
31. JUIZ
32. EXPERIENCIA
33. BENÇÃO
34. LIÇAO
35. PROBLEMATICA
36. DISTRAIDO
37. MOINHO
38. SAIRDES
39. LAGRIMA
40. PRECISASSE
41. TROUXERAM
42. AMAVELMENTE
43. CAISSE
44. ARRANHA-CEUS
45. DISTANTE
46. ALGUEM
47. HISTORICO
48. GIRASSOL
49. CLARABOIA
50. COMBOIO
51. REPRESENTANTE
52. PAU
53. NUVEM
54. PASSARO
55. ALVARO
56. LUIS
57. RAIZ
58. RAIZES
59. DEVIAMOS
60. TENS
61. OBTENS
62. PEROLA
63. IMPAR
64. FIZESTE
65. ALCACER DO SAL
66. SERPA
67. A NOTICIA
68. CANÇAO
69. DEZOITO
70. PEUGAS
71. PONTAPES
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2. Acentue nas seguintes frases as palavras que necessitarem de acento.
2.1 O Mario foi a Se e viu coisas explendidas.
2.2 A tia Claudia serviu cha e cafe aos convidados, porem o Jose e a Tarsia nao acharam agradavel.
2.3 O Portugues e o Frances sao linguas dificeis para uns e faceis para outros.
2.4 As palavras esdruxulas, ou designadas proparoxitonas, sao aquelas cuja silaba tonica e a
antepenúltima.
3. Preste atenção ao texto que se segue, com base nas regras de acentuação coloque o acento
gráfico nas palavras que dele necessitem.
«O professor de Frances fez um grande escarceu, a directora decidiu que nao lhe cumpria decidir,
assunto da Policia, a Policia tomou conta da ocorrencia, o professor de Frances jurou que ia
continuar com as aulas, a directora disse que sim senhor, la por ela, e ate a conclusao das
investigaçoes, o professor de Matematica lembrou que carta anonima nao era prova, “so e infamia",
acrescentou a professora de Fisico-Quimica, Lourenço, o continuo, meteu-se no debate, a porta
estava nas hortensias tambem nao queria dizer pescoço, qualquer um a poderia ter levado – “mas
quem?, mas quem?”, perguntaram todos -, isso e que Lourenço continuo nao sabia, va la uma
pessoa adivinhar.»
Mário Zambujal, Crónica dos Bons Malandros
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4. Sinais de pontuação e sinais auxiliares da escrita
PONTO FINAL
O ponto final indica uma pausa grande. Emprega-se no final das frases:
“Não te quero convencer. Quero apenas que leves os teus pensamentos sempre até
ao fim, sem medo de chocar contra ideias que consideras sagradas, porque foram legadas pelos
mais velhos. E que estudes o que se passa a todo o momento. Tirarás as tuas conclusões, que não
poderão ser muito diferentes das minhas. Ou não serias honesto.”
Pepetela, A Revolta da Casa dos Ídolos
O ponto emprega-se também nas abreviaturas, chamando-se, neste caso, ponto de abreviatura:
Sr. – abreviatura de Senhor;
Dr. – abreviatura de Doutor;
D. – abreviatura de Dom ou Dona
Engº. – abreviatura de Engenheiro
Arqº - abreviatura de Arquitecto
Exmo. ou Ex. mo
– abreviatura de Excelentíssimo
VÍRGULA
A vírgula indica a pausa mais pequena da pontuação. Encontra-se no interior da frase, para separar
orações ou os elementos que as constituem.
Usa-se para separar o vocativo:
- Ó avó, ensina-me a andar de bicicleta?
- Ensino. Quando é que tu queres que eu te ensine, rapariga?
Usa-se para separar o aposto:
“E esse doce rabi, esperança dos tristes, onde se encontrava?”
Eça de Queirós, Contos
Usa-se também nas enumerações de palavras ou expressões que desempenham a mesma
função na frase, quando não estão ligadas pelas conjunções e, nem e ou:
“A beleza, o espírito, a graça, os dotes da alma e do corpo geram a admiração.”
Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra
“A mãe foi inaugurar a loja com o primeiro carregamento da quinta: couves, alface, tomate,
galinhas, ovos e fruta.”
Pepetela, O Cão e os Caluandas
Costuma usar-se antes da conjunção adversativa mas, e a separar as conjunções
adversativas porém, todavia e contudo:
O homem não pareceu particularmente entusiasmado, mas agradeceu e sentou-se a comer.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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“Todos sabem, porém, que não há carreiras de tiro, por mais bem apetrechadas, que possam
satisfazer o apetite de uma batalha a sério.”
David Mourão-Ferreira, Gaivotas em Terra
Nota: No entanto, quando a adversativa fizer parte de um bloco de frase de que não se quer
quebrar a sequência, não se usará a vírgula:
“Ninguém tinha visto, porém todos sabiam que era verdade.”
Irene Lisboa, Uma Mão Cheia de Nada, Outra de Coisa Nenhuma
Usa-se a separar as orações assindéticas, isto é, as que não têm expressa uma conjunção de
ligação:
“Foram descansar sob os garranchos de uma quixabeira, mastigaram punhados de farinha e
pedaços de carne, beberam na cuia uns golos de água.”
Graciliano Ramos, Vidas Secas
Usa-se, muitas vezes, para separar a oração subordinada que está antes da subordinante,
para tornar a frase mais clara:
“Quando o soldado foi tirar a galinha debaixo do cesto, Beto e Xico miraram-se calados.”
Luandino Vieira, Luuanda
“Se ao menos alguém abrisse a persiana e o sol entrasse, teria a consolação de saber que era
melhor lamentar-se ali do que no quartinho da casa da Redonda.”
Lídia Jorge, O Cais das Merendas
Do mesmo modo, também é muitas vezes aconselhável separar por vírgula os
complementos circunstanciais, quando aparecem antes do sujeito:
“Semanas depois, os amigos foram visitá-lo.”
Mia Couto, Vozes Anoitecidas
Usa-se a separar as orações gerundivas e participiais, ou expressões equivalentes, quando
iniciam a frase:
“Derivando todas as liberdades da pessoa do rei, ele recalcou sempre pelo terror todas as
reivindicações de independência colectiva ou pessoal.”
Ramalho Ortigão, As Farpas
Usa-se para separar as orações relativas explicativas, porque elas são necessárias para a
compreensão da frase:
“ O Salta, que parece anão, esgueira-se pelos fundos da casa, chega ao cruzeiro, benze-se, e
ninguém lhe põe mais a vista em cima.”
Miguel Torga,
“A sala, que era ao mesmo tempo quarto de dormir, tinha abertas as portadas da varanda.”
Agustina Bessa-Luís, A Sibila
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
ANO LECTIVO 2009 / 20010 24
Nota: Repare-se que esta última frase, por exemplo, continuaria perfeitamente compreensível se
eliminássemos a explicação que está entre vírgulas: “A sala tinha abertas as portadas da varanda”.
Já o mesmo não acontece com as orações relativas restritivas, que por isso não levam vírgulas:
“Atribuíam-lhe os males que afligiam a aldeia e temiam-na.”
Agustina Bessa-Luís, Contos
Costuma usar-se para separar determinadas palavras e expressões explicativas ou
conclusivas – isto é, ou seja, na verdade, com efeito, sem dúvida, etc.:
“Estive para me levantar e ir logo lá explicar-lhe a minha intenção, isto é, que não tinha tido
nenhuma intenção.”
Branquinho da Fonseca, Rio Turvo
“Sobre o rio, com efeito, reluzia um pedaço de azul lavado e lustroso.”
Eça de Queirós, A Cidade e as Serras
“Educadamente, pediram-lhe que fizesse o favor de repetir.”
João de Melo, Gente Feliz com Lágrimas
Nota: Mas quando estas palavras ou expressões estão integradas na sequência da frase, não devem
separar-se por vírgulas:
“Nuno Miguel recorda perfeitamente as letras incrustadas nos cascos negríssimos e também
pintados nos dorsos das grandes chaminés.”
João de Melo, Gente Feliz com Lágrimas
Usa-se a separar os advérbios sim e não, quando estão independentes na frase:
“O necessário, sim, o necessário é que o futuro os habite, mesmo em ilusão.”
Vergílio Ferreira, Aparição
“ Não, mal não lhe havemos de fazer: mandamo-lo governador para Bissau.”
Almeida Garrett, D. Filipa de Vilhena
Usa-se para assinalar que se subentendeu numa segunda frase o verbo do predicado:
“O Francisco da Segunda era miúdo e vivo como azougue; o Abílio, pacato e pesado.”
Vitorino Nemésio, O Mistério do Paço do Milhafre
Nota: Mas tratando-se de frases muito simples e claras, é preferível não usar a vírgula:
“Schiu, as paredes têm ouvidos, os montes olhos.
Aquilino Ribeiro, Terras do Demo
Geralmente usa-se a vírgula (mas também os dois pontos) no vocativo com que se iniciam
cartas, requerimentos, ofícios, etc..
Ex: Prezado colega, / Exma. Senhora, / Cara amiga,
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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Separa o nome do lugar, quando se data um documento
Ex: Luanda, 13 de Março de 2009
Não se usa a vírgula a separar o sujeito e o predicado:
As ruas desertas começaram a animar-se com a chegada do público.
(e não: As ruas desertas, começaram a animar-se com a chegada do público).
Não se usa a vírgula a separar o verbo e o complemento directo:
O presidente entregou as medalhas aos vencedores, que estavam muito contentes.
(e não: O presidente entregou, as medalhas aos vencedores, que estavam muito contentes).
PONTO E VÍRGULA
O ponto e vírgula assinala uma pausa maior do que a da vírgula, mas menor do que a do ponto
final.
Usa-se a separar orações coordenadas ou subordinadas em longas enumerações que já
contêm dentro de si várias vírgulas:
“A manhã corria incolor nas coisas da casa e no céu; o vento, sobre a madrugada, descaíra um
pouco a sueste; e o mar, levemente enrugado contra os cachopos da costa, seguia largo e
acinzentado ao norte do Canal.”
Vitorino Nemésio, Mau Tempo no Canal
Usa-se em textos de direito, de política e de negócios, para assinalar enumerações. Cada
alínea abre um parágrafo e começa com letra maiúscula:
“Os jovens gozam de protecção especial para efectivação dos seus direitos económicos, sociais e
culturais, nomeadamente:
a) No ensino, na formação profissional e na cultura;
b) No acesso ao primeiro emprego, no trabalho e na segurança social;
c) No acesso à habitação;
d) Na educação física e no desporto;
e) No aproveitamento dos tempos livres.
Constituição da República Portuguesa, art. 70
DOIS PONTOS
Empregam-se para introduzir as falas do discurso directo:
“Francisco Valbranco levantou os olhos do chão. Tossiu e encorajou-se:
- Então o senhor doutor Velenda saiu, não?
A mãe de Zélia apressou-se, afável:
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
ANO LECTIVO 2009 / 20010 26
- Ele pede desculpa, mas vem já.”
Manuel da Fonseca, Aldeia Nova
Os dois pontos empregam-se também para indicar citações de outros textos ou palavras
que foram ditas:
“A rádio dizia: «O presidente dos Estados Unidos respondeu negativamente ao apelo que lhe foi
enviado pelo Governo francês.»”
Ferreira de Castro, A Missão
Os dois pontos também podem apresentar enumerações:
“As manifestações culminantes da mentalidade colectiva de um povo são: a religião, a Política, a
Moral e a Arte.”
Ramalho Ortigão, Farpas
Também podem introduzir a explicação, a causa, a consequência, etc., chegando mesmo a
sugerir os gestos ou pensamentos das personagens ou do narrador:
“Aquela beleza era como o fogo: longe não se via, perto queimava.”
Mia Couto, Cada Homem É Uma Raça
“A rapariga tirou uma pequena flauta da sua mala e começou a tocar. A música parecia ter um
efeito hipnótico: o ruído do tráfego foi-se tornando distante e o meu coração acalmou-se.”
Paulo Coelho, Nas Margens do Rio Piedra eu Sentei e Chorei
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Usa-se nas perguntas e nas interrogações directas:
“- Ora aí está, mestre António. A sua filha é alguma coisa. Ou não será? Tenho os braços, tenho-a
a ela e tenho um filho. Que me importam a mim os lavradores?
- E a mim, Jacinto?
- Nem a ela, entendeu? E deixe lá que são de boa raça os lavradores. Como os cardos que
nem os burros querem.”
Carlos de Oliveira, Uma Abelha na Chuva
A interrogação também aparece sem ser nas falas:
“Horas e horas a arca navegou assim, carregada de incertezas e terror. Iria Deus obrigar o corvo a
regressar à barca? Iria sacrificá-lo, pura e simplesmente, por exemplo? Ou que iria fazer?”.
Miguel Torga, Bichos
PONTO EXCLAMAÇÃO
Emprega-se no final das frases ou expressões exclamativas. Pode exprimir variados
sentimentos, como admiração, entusiasmo, surpresa, incitamento, ironia, dúvida, dor:
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
ANO LECTIVO 2009 / 20010 27
“A tia Suzana, meio triste, meio embevecida:
- Ao menos vê lá se me escreves mais…
- Mais!… Este ano escrevi-lhe pelo menos quatro cartas! E olhe que não escrevo a mais
ninguém!”.
António Alçada Baptista, Tia Suzana, Meu Amor
PONTO DE INTERROGAÇÃO E EXCLAMAÇÃO
Indica que existe, ao mesmo tempo, interrogação e exclamação. Costuma aparecer no
diálogo, conjuntamente com mais interrogações ou exclamações:
“- Esta gente que faz? – perguntou a um companheiro já maduro no ofício.
- Contrabando.
- Contrabando?! E as terras, a agricultura?
- Terras? Estas penedias?!”.
Miguel Torga, Novos Contos da Montanha
TRAVESSÃO
Emprega-se no discurso directo, para introduzir as falas e para separá-las das palavras do
discurso indirecto que se intercalam:
“Joaquina disse for a da porta:
- Menina, olhe que a Senhora Prioresa anda lá por dentro a procurá-la.
- Adeus, adeus – disse Teresa, sobressaltada. – Tome lá esta lembrança como prova da
minha gratidão.”
Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição
Emprega-se também para separar determinada oração, expressão ou palavra que se quer
colocar em destaque ou em aparte.
“Depois, no sábado seguinte, Carlos ao voltar do jantar dos Gouvarinhos – que fora excelente-
contou-lhe a conversa que tivera com a senhora condessa.”
Eça de Queirós, Os Maias
RETICÊNCIAS
Indicam que algo mais ficou por dizer e, assim, o leitor ou ouvinte imaginarão o resto.
Podem significar hesitação, dúvida, amargura, ironia ou outros sentimentos.
“A tia Suzana perguntou:
- Mas vais ficar por lá?… - Ó mãe… Vou ficar por uns tempos… Habituei-me àquilo, àquela terra, àquela gente,
àqueles horizontes… Eu acho que já não sou capaz de viver aqui…”.
António Alçada Baptista, Tia Suzana, Meu Amor
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
ANO LECTIVO 2009 / 20010 28
PARÊNTESES CURVOS
Servem para isolar um elemento da frase ou até a própria frase.
“Certa ocasião sonhara com uma lagartixa azougada e com uma ratazana (ou coisa semelhante)
que a perseguia.”
José Cardoso Pires, O Hóspede de Job
PARÊNTESES RECTOS
Servem para indicar a supressão num texto. Geralmente, faz-se essa supressão para tornar a
citação mais curta e objectiva, eliminando algo de secundário que, pelo menos naquele momento,
não tem importância.
ASPAS OU COMAS
Colocam-se no princípio e no fim de frases ou palavras que são citação de outros contextos.
Diz a Bíblia: “Não comerás no local onde se cometeu um crime de morte.”
Agustina Bessa-Luís, Eugénia e Silvina
Servem para colocar palavras ou expressões em destaque. (O itálico e o negro também
podem desempenhar essa função).
“Era-me preciso, de qualquer modo, que alguém ao menos “soubesse”, e “acreditasse”, para eu
também acreditar no que estava esboçando.”
David Mourão-Ferreira, Um Amor Feliz
As aspas também podem aparecer no discurso indirecto livre, pondo em destaque as
palavras que foram ditas pela personagem.
Chegou quase a pedir desculpa, limpando com a manga branca as bagas das camarinhas. – “Mas
tinha perdido a cabeça, que lhe queriam?”.
Trindade Coelho, Os Meus Amores
ITÁLICO
O itálico é uma espécie de letra inclinada e aparece, de certo modo, associado aos sinais de
pontuação.
Costuma usar-se para assinalar as palavras estrangeiras.
“As duas começaram a andar em torno de um círculo imaginário, como faziam os velhos cowboys
do Oeste antes do duelo.”
Paulo Coelho, As Valquírias
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
ANO LECTIVO 2009 / 20010 29
Usa-se para assinalar títulos de obras, como romances, poesia, jornais, revistas, óperas,
nomes de esculturas, pinturas, etc.
“A própria reacção dos Bastos, violenta, queimando uma edição do Diário de Ilhéus, vinha prová-
lo.”
Jorge Amado, Gabriela, Cravo e Canela
NEGRO
É também chamado “bold” e negrito.
Usa-se, às vezes, para colocar em detaque palavras ou frases, sobretudo em livros
científicos ou de ensino.
“A gíria é uma linguagem própria de determinadas camadas sociais ou profissionais, que
recorrem à língua padrão e a modelam dentro do seu grupo.”
José M. C. Pinto, Novo Prontuário Ortográfico
EXERCÍCIOS
1. Identifique os erros, por excesso ou por defeito, cometidos na utilização da vírgula:
a) Acompanhado de um fotógrafo, o repórter, percorreu o bairro entrevistando os moradores.
b) Maria, já te disse, que consultasses o dicionário.
c) Àquela hora quase ninguém andava na rua, porque a chuva, caía sem cessar, e a noite levava
as pessoas a preferirem, o aconchego, da casa.
2. Qual a(s) frase(s) com pontuação incorrecta?
a) A Joana veio? Hoje não veio ontem. À tarde.
b) A Joana veio hoje, não veio ontem à tarde.
c) A Joana veio? Hoje não. Veio ontem à tarde.
d) A Joana veio hoje? Não, veio ontem à tarde.
3. Utilize os sinais de pontuação adequados de forma a obter, para cada frase, duas frases
com significado diferente:
a) Morreu não foi para o céu.
b) Saída por aqui entrada livre.
c) Não era isto mesmo que ela queria
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
ANO LECTIVO 2009 / 20010 30
d) Ontem chovia não fazia sol.
e) O João veio hoje não veio ontem.
4. Reescreva as frases que se seguem, acrescentando-lhes os sinais de pontuação necessários:
a) Ao voltar a casa à tarde Mariana encontrou o gato na cozinha aninhado a comer um rato que
tinha apanhado.
b) Tinha ratos em casa que fazer como resolver aquilo
c) No dia seguinte após as tarefas matinais disse ao filho hoje vou levar-te comigo porque não te
quero sozinho em casa vamos lá Bernardo
d) No escritório foi um alvoroço olha que menino tão bonito
5. Reescreva os textos que se seguem, utilizando os sinais de pontuação adequados. Não se
esqueça de fazer os parágrafos necessários.
5.1
“Desde que a minha irmã nasceu só vejo o meu pai a correr quando ele tem tempo de ir jantar a
casa da avó numa destas alturas ouvi o meu pai perguntar então o nome qual nome qual havia de
ser o nome para a tua irmã ou tu queres que ela se vá chamar Jaime apesar de toda a minha má
disposição ainda consegui sorrir com a ideia”.
Alice Vieira, Rosa, Minha Irmã Rosa
5.2
“Todos os olhos se fixaram em João Eduardo que se fez escarlate aquilo pareceu-lhe nesse
momento pior do que a prisão enfim continuou o administrador por altas considerações que eu
pesei devidamente tomo a responsabilidade de o soltar veja agora como se porta a autoridade não o
perde de olho bem pode ir com Deus e Sua Excelência recolheu-se ao gabinete João Eduardo ficou
imóvel como parvo posso ir hem balbuciou para a China para onde quiser […] exclamou o
Domingos que interiormente detestando padres jubilava com aquele final João Eduardo olhou um
momento em redor os empregados o carrancudo Carlos duas lágrimas bailavam-lhe nas pálpebras
de repente agarrou o chapéu e abalou”.
Eça de Queiroz, O Crime do Padre Amaro
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
ANO LECTIVO 2009 / 20010 31
5. GRAFIA DE ALGUNS VERBOS
VERBO HAVER
1. Haver sinónimo de existir
O verbo haver não tem plural quando significa “existir” porque é um verbo impessoal. A
oração não tem sujeito (sujeito inexistente).
Deve, pois, dizer-se “Havia muitas pessoas” (e não “*Haviam muitas pessoas”), “Havia
carros” (e não “*Haviam carros”). Repare que não diz “*Hão muitos ruídos”, mas sim “Há muitos
ruídos”. A situação é a mesma. Assim:
Singular
Havia uma pessoa na sala.
Houve apenas uma negativa.
Hoje, há arroz no forno.
Plural
Havia muitas pessoas na sala.
Houve dezenas de negativas.
Hoje, há batatas no forno.
2. O verbo “haver” tem plural quando é auxiliar de outro verbo. Equivale ao verbo “ter”.
Neste caso, a oração tem sujeito e o predicado (verbo) concorda com ele. No exemplo que se segue
os sujeitos são respectivamente “eu” e “nós”. Assim:
EXERCÍCIOS
1 - Reescreva no plural as frases, substituindo o determinante realçado por aquele que se
encontra entre parêntesis.
a) Na turma de Engenharia Civil havia um aluno estrangeiro. (vários)
b) Neste fim-de-semana houve um acidente no Rocha Pinto. (três)
c) Ontem houve um baile nas Ingombotas. (muitos)
d) Naquela parede havia um cartaz. (alguns)
e) Outrora, houve neste lugar um grande castelo. (dois)
f) Foi construído por um senhor que havia morado na Ilha de Luanda. (dois)
g) Ontem, havia um jogador excelente em campo. (vários)
SINGULAR
Ex: Eu já havia lido este livro.
PLURAL
Ex: Nós já havíamos lido este livro.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
ANO LECTIVO 2009 / 20010 32
h) Amanhã haverá uma reunião. (quatro)
i) Creio que houve uma hipótese de ganharmos o campeonato. (várias)
2 - Em que frase o verbo “haver” foi escrito no plural? Explique porquê?
Ficaste / Ficas-te
Ficaste é o pretérito perfeito do verbo ficar. Como o “te” faz parte da terminação
do tempo verbal, nunca se separa.
Ficas-te é o presente do indicativo do verbo ficar mais o pronome reflexo “te”. A
forma verbal é “ficas”, à que juntamos o pronome pessoal reflexo “te” através de
um hífen.
EXERCÍCIOS
1. Cada uma das frases seguintes tanto pode estar correcta, como conter erros. Detecte-os e
corrija-os.
a) Ontem ficas-te zangado comigo?
b) Tu brincaste com a Joana, mas acabas-te por magoá-la.
c) Tu molhas-te os ténis e as calças quando saltas-te na poça de água.
d) Há pouco compraste um pão de leite.
e) Quando compras-te o relógio não reparaste que não funcionava?
f) Amanhã, levantaste cedo?
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
ANO LECTIVO 2009 / 20010 33
2. Complete as frases que se seguem com as formas dos verbos, entre parênteses, no
Pretérito Perfeito do Indicativo ou no Presente do Indicativo, acompanhado do pronome
pessoal reflexo te.
a) Tu não _______________ (ganhar) nenhum prémio na lotaria. Mas ___________
(pensar) comprar um carro novo.
b) Tu não _____________ (tentar) estudar Matemática. Mas __________ (tentar) ir à
exposição de pintura.
c) Tu _________________ (arranjar) muito bem. Ontem ____________ (arranjar) um
lindo penteado.
d) Tu _________________ (dominar-se) em certas situações, mas ontem não te
_______________ (dominar).
e) Há pouco ____________ (soltar) um grito estridente. Quando soltas as tuas mágoas,
____________ (soltar) de problemas mais graves. Desse modo, ______________ (libertar) do
que te aflige. Com aquele grito _________________ (ficar) muito mais aliviado.
f) Não ____________ (arranjar) o teu quarto, mas ______________ (arranjar) dos pés à
cabeça para ires passear.
g) Não sei se __________________ (amar) aquela rapariga. Será que amas alguém?
__________________ (amar) a ti próprio?
3. Complete adequadamente as frases que se seguem, utilizando as formas verbais adequadas:
a) Se ele ________________ (fica-se/ficasse) à espera do autocarro, não chegaria a tempo.
b) _____________ (espera-se/esperasse) que os acontecimentos evoluam favoravelmente.
c) Ontem _______________ (voltas-te/voltaste) cedo para casa.
d) Nas situações mais polémicas, tu ____________ (calas-te/calaste) sempre.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
ANO LECTIVO 2009 / 20010 34
e) Todos os anos ________________ (dá-mos/damos) uma volta por aquela região.
f) Se tens livros a mais, ________________ (oferece-mos/oferecemos), porque não constam na
minha biblioteca.
g) Amanhã eles _______________ (contaram/contarão) as novidades a toda a gente.
Verbo poder
O verbo “poder” tem formas que se escrevem com U e outras que se escrevem com O.
Quando o E da segunda sílaba é aberto, escreve-se com U: puder, pudesse, pudeste,
pudera.
Quando o E da segunda sílaba é fechado, escreve-se com O: poder, pode, podemos,
podes.
Excepção: Eu pude (1ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo)
O verbo “poder” tem duas formas homógrafas:
Pode
3ª pessoa do singular do presente
do indicativo
Ex: Hoje, o Bernardo não pode vir
almoçar a casa.
Pôde
3ª pessoa do singular do pretérito
perfeito do indicativo
Ex: Ontem, o Bernardo não pôde
vir almoçar.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
ANO LECTIVO 2009 / 20010 35
Verbos querer e pôr
Todas as formas dos verbos querer e do verbo pôr se escrevem sempre com “s”.
Verbo querer
Quis
Quiseste
Quisemos
Quisesse
Quiser
Quisermos
Quiserem
Verbo pôr
Pus
Puseste
Pusemos
Pusesse
Puser
Pusermos
Puserem
Verbos derivados de pôr
Ao contrário do que acontece com o verbo PÔR, que leva acento para de diferenciar da
preposição “por”, os verbos derivados de pôr não têm acento.
VERBOS
DERIVADOS
DO VERBO
PÔR
Supor
Repor
Dispor
Transpor
Compor
Decomp
or
Sobrepor
Opor Impor
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
ANO LECTIVO 2009 / 2010 36
EXERCÍCIOS
1. Complete as frases com os derivados do verbo pôr.
a) Para decalcar o desenho é preciso _________ a folha de papel sobre o tecido.
b) Um professor não deve ____________ a sua autoridade. Deve consegui-la naturalmente.
c) O grande maestro acaba de ___________ uma nova sinfonia.
d) Estou de acordo, portanto nada tenho a ___________ ao que disse.
e) Este obstáculo é difícil de ___________ .
6. DÚVIDAS GRAMATICAIS
PORQUE (é que) / POR QUE
“Leva o guarda-chuva porque está a chover.”
É a conjunção causal porque que tem o sentido de “visto que”.
“Não sei por que razão te foste embora.”
“Aceito plenamente a razão por que te foste embora.”
Nos dois exemplos supracitados por que é um pronome relativo e escreve-se portanto em separado.
Para melhor compreensão vamos fazê-lo variar. Assim:
“Não sei por qual razão te foste embora.”
Aceito plenamente a razão pela qual te foste embora.”
“Ele não sabia por qual (motivo) se tornara tão antipático.
“Porque é que não comeste a sopa?”
+ verbo + substantivo “motivo”
ou “razão”
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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Trata-se de um advérbio interrogativo, é mais correcto escrever-se numa só palavra. Contudo, há
alguns autores brasileiros que o escrevem em separado.
PORQUÊ?
“Ficaste aborrecido mas não sei porquê.” (advérbio)
“O presidente não tinha percebido o porquê de tanta contestação.” (substantivo)
O porquê é acentuado, tanto na pronúncia como na escrita, quando se trata de um advérbio ou
substantivo.
EXERCÍCIOS
1. Use POR QUE, PORQUE ou PORQUÊ:
1) __________ vocês pensam que o professor vai chegar atrasado?
2) Reivindicamos melhores condições _________ é um direito nosso.
3) Preciso de saber _________ não podes fazer o teste hoje.
4) Não sei ________ o Fernando chega sempre atrasado.
5) Sei que há algo errado ___________ ninguém apareceu até agora.
6) Qual o __________ de toda esta confusão?
7) Estas são as reivindicações _____________ estamos a lutar.
8) Estás sempre a implicar comigo! É _________ discordo de ti?
9) O túnel __________ deveríamos passar ainda fica muito longe.
10) A situação agravou-se ___________ muita gente não se manifestou.
Também exprime causa, mas aparece
sozinho no início ou no final da frase.
Pode também ser substantivo,
sinónimo de motivo ou razão.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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MAS / MAIS
“A nossa empresa está disposta a colaborar mas coloca algumas objecções.”
Trata-se de uma conjunção, introduz uma oração coordenada com valor adversativo. È sinónimo de
porém, contudo, todavia, podendo ser substituído.
“A nossa empresa está disposta a colaborar, apenas coloca mais objecções.”
É designativo de aumento, grandeza ou comparação. Trata-se, por isso, de um advérbio. Opõem-se a
menos.
EXERCÍCIOS
1. Use MAIS ou MAS, consoante os casos assim o exijam:
a) Decidi escrever o meu diário, na esperança de que a minha vida se tornasse um pouco ______
interessante. ______ decididamente, não foi uma boa opção, porque me tornei cada vez _______
introvertido.
b) O meu quadro foi ______ barato que o teu, _______, em contrapartida, o teu é _______ interessante
e _____ colorido.
c) Eu sei que gostas ______ de carne, ______ também precisas de comer peixe.
d) Temos ______ trabalho nesta altura do ano, por causa da aproximação do Natal. Por esta razão
fechamos a loja ______ tarde, _______, em compensação, os índices de vendas são ______ elevados. É
a época do ano em que vendemos _______.
e) Quem ______ quer assistir à palestra?
f) Precisas de ______ alguma coisa?
- Precisar, preciso, _______ já não tenho coragem de te pedir _______ nada. Já fizeste tanto por
mim!
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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g) Sabes qual é o país com _______ população no mundo?
- Não tenho a certeza, ______ acho que é a China.
h) Senti-me ______ adulto, quando usei a minha primeira gravata. ______, ao mesmo tempo senti-me
muito ________ desconfortável, por não estar habituado.
i) – Pode andar um pouco ______ depressa, por favor?
- Poder eu posso, ______ não devo. A velocidade máxima permitida dentro das cidades é de 60km. Se
andar a ______ de 60km, posso ter problemas com a polícia de trânsito.
Há / À / Ah
“Eu fui à praia...” / “Eu fui a Coimbra...” / “Eu fui ao Lubito...”
Contracção da preposição a com o artigo a, o, as, os.
“No jardim há muitas flores...” / “... havia muitas flores...” / “... haverão...”
Neste caso, trata-se da conjugação do verbo haver, que se escreve sempre com h.
“Ah! Já me lembro dessa história.”
Trata-se de uma interjeição que, entre muitos outros sentimentos, indica espanto, admiração.
À / A
À = preposição simples “a” + artigo definido
feminino singular “a”
(utiliza-se com o verbo IR e introduz o
A = preposição simples (seguido de verbo)
ou
artigo definido feminino singular (seguido de
Há (verbo haver)
Quando é sinónimo de “existir” Ex: Há muito peixe no mar.
Quando traduz tempo Ex: Há muitos anos que não via a Maria.
À (contracção da preposição “a” com o artigo definido “a”
Quando estabelece apenas relação entre duas palavras Ex: Calças à boca de sino
Quando indica lugar ou direcção (pode passar-se para o plural) Ex: Vou à feira. / Vou às feiras.
Ah (interjeição)
Quando traduz espanto, aflição, uma gargalhada, etc.
Ex: Ah, és tu! Que susto!
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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Complemento Indirecto) Sujeito ou Complemento Directo)
A crase da preposição “a” com o artigo definido feminino singular “a” só ocorre antes de nomes
femininos.
Em caso de dúvida recorra à seguinte estratégia:
Substitua, na frase, o substantivo feminino que aparece a seguir ao “a” por um masculino e reconstrua
a frase. Se na nova frase o “a” se transformar num “ao”, então não restam dúvidas: há contracção da
preposição “a” com o artigo definido feminino singular “a”.
Ex: Vou à escola esta tarde. / Vou ao cinema esta tarde.
Mas se na troca o “a” não se transformar num “ao”, então não há contracção da preposição “a” com o
artigo definido feminino singular “a”:
Ex: Vou visitar a Catarina. / Vou visitar o Tecassala.
Não há crase da preposição “a” com o artigo definido feminino singular “a” quando à
preposição “a” se segue o artigo indefinido “um/a/s”:
Ex: Dá os brinquedos a um menino pequenino.
Entrega a boneca a uma rapariga.
Não há crase da preposição “a” com o artigo definido feminino singular “a” quando à
preposição “a” se segue o pronome demonstrativo “este/a/s”:
Ex: Vai a este supermercado comprar fruta.
Vai a esta loja comprar pão.
Não há crase da preposição “a” com o artigo definido feminino singular “a” quando à
preposição “a” se segue a palavra “ninguém”:
Ex: Não digas isso a ninguém.
Não faças mal a ninguém.
CONTRACÇÃO COM TOPÓNIMOS
Topónimos são palavras que designam nomes de lugares. Por exemplo: Angola, Huambo, Catete,
Viana, Malange, Cabinda, Benfica, Portugal, etc.
Como saber se antes de um topónimo há ou não contracção da preposição “a” com o artigo
definido feminino singular “a”? Tratando-se de um topónimo masculino, é fácil:
Ex: Vou ao Brasil.
Vou ao Canadá.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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Vou ao Luxemburgo.
Vou ao Lubango.
Há, porém, topónimos que não se usam precedidos de artigo: Angola, Portugal, Moçambique, Cabo
Verde, S. Tomé e Príncipe, Timor, Macau, etc. Portanto, nesses casos, nunca há a crase da
preposição “a” com o artigo definido feminino singular “a”.
REPARE COM ATENÇÃO:
Eu venho de Portugal. Eu vou a Portugal.
Eu venho de Paris. Eu vou a Paris.
Eu venho da Austrália. Eu vou à Austrália.
Eu venho da Zâmbia. Eu vou à Zâmbia.
EXERCÍCIOS
1. Complete as frases que se seguem, usando correctamente “a(s)”, “à(s)”, “há” ou “ah”,
consoante o contexto linguístico em presença:
1) _____ muitas pessoas que não têm o que vestir.
2) _____ saia que me compraste não me serve.
3) _____ muitos anos que não via a Maria.
4) _____! És tu. Que susto!
5) Falou _____ Joana.
6) _____! Não sabia que já tinhas chegado.
7) Comi tripas ______ moda do Porto e bacalhau com natas.
8) Quando fui ______ feira comprei umas calças.
9) ______ quanto tempo chegaste?
10) Comprou chocolates _______ rapariga.
Que transformações
ocorrem na frase quando
se troca o verbo VIR DE
pelo verbo IR?
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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11) ______! Afinal não te esqueceste de mim!
12) Estou ______ espera do autocarro.
SE NÃO / SENÃO
“Se não fores já embora chegarás atrasado.” (conjunção se + advérbio não)
A conjunção condicional se refere uma condição. No segundo exemplo, esse se pode estar
acompanhado do advérbio de negação não.
“Vai te embora já, senão chegarás atrasado.” (conjunção senão = quando não; caso contrário)
“Vai-te já embora senão não chegarás a tempo.” (conjunção senão + adv. não)
Estamos perante a conjunção, também condicional, senão. Mais fácil de identificar são o advérbio e o
substantivo senão, repare:
“Não tenho senão a roupa do corpo.” (advérbio senão = apenas, só; excepto)
“Não há bela sem senão.” (substantivo senão = defeito, mácula)
EXERCÍCIOS
a) Todos, ____________ o António, foram ao cinema.
b) Fala mais alto ____________ não oiço.
c) ____________ chover, vamos à praia.
d) Tens que te aplicar mais, __________ vais ter que fazer exame.
e) Vais ter que te aplicar mais, _______________ queres fazer exame.
TODO/A/S
A palavra “todo”, quando seguida de um substantivo, deve ter à sua frente um artigo que com ela
concorda em género e número.
Ex:
Todo o homem é mortal.
Todos os povos deviam ser livres.
Toda a mulher gosta de crianças.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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Todas as crianças gostam de brincar.
Toda a gente gosta de ver futebol.
EXERCÍCIOS
a) Não comprámos __________ livros.
b) Vem __________ matéria para o exame.
c) ___________ países africanos de Língua Oficial Portuguesa participaram na cimeira.
d) Vou visitar a minha família _________ Sextas-Feiras.
e) Já li __________ livros de Uanhenga Xitu.
f) O que é que fizeste ontem ___________ tarde?
g) Bebeste ___________ leite que estava no frigorífico?
h) Agradeço-te ___________ generosidade que tiveste para com a minha mãe.
i) ____________ vezes que tento falar com o Francisco, ele não atende o telefone.
j) Vou levar __________ malas para dentro de casa.
ONDE / AONDE
Onde indica o lugar em que se está ou onde se passa algum facto. Normalmente, utiliza-se aquando da
presença de verbos que exprimem estado ou permanência:
Onde é que estás?
Onde é que vais ficar nas próximas férias do verão?
Aonde exprime uma ideia de movimento. Costuma utilizar-se aquando da presença de verbos que
exprimem movimento:
Aonde é que vais?
Aonde é que me devo dirigir para resolver este problema?
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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Não sei aonde ir.
EXERCÍCIOS
1. Formule perguntas adequadas, usando onde ou aonde, para as seguintes respostas:
a)
R: A reunião vai ser na sala dos professores.
b)
R: A bagagem foi levada para o aeroporto 4 de Fevereiro.
c)
R: Nós vamos ao Mussulo.
d)
R: Estive no Instituto Camões.
e)
R: As raparigas foram à praia.
HÁ CERCA DE / ACERCA DE / A CERCA DE
EXERCÍCIOS
1. Complete os espaços em branco com as expressões “há cerca de”, “acerca de” e “a cerca de”:
a) Venho falar ______________ um assunto que vos interessa.
b) O comboio partiu ______________ uma hora.
c) ______________ um ano que se encontra doente.
Há cerca de
Expressão que indica tempo.
Ex: Estou à tua espera há cerca de
duas horas.
acerca de
Expressão que significa “a respeito de…”.
Ex: Sabes alguma coisa acerca da
decisão tomada?
a cerca de
Expressão que significa “a
distância.
Ex: A escola fica a cerca de 2
km da casa da Joana.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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d) A escola fica ________________ 2 km da casa da Joana.
e) Agostinho Neto escreve ______________ assuntos históricos.
f) Na próxima aula, falaremos ______________ desta matéria.
g) O restaurante do Sr. Manuel fica _______________ 15 minutos do meu local de trabalho.
h) Galileu viveu ___________ de cinco séculos e estudou matérias _____________ do sistema solar.
i) Sei tudo ____________ desse assunto e espero _____________ quinze anos para o poder revelar.
j) A passadeira para peões está _______________ 2 metros do jardim de infância.
Havia (verbo haver) / avia (verbo aviar)
EXERCÍCIOS
1. Complete o texto que se segue com “havia” ou “avia”:
“ ___________ outrora um jovem que tinha uma estalagem. Um dia entrou lá um homem
muito velho que lhe disse:
- Tenho muita fome e pouco dinheiro, rapaz, _________ aí qualquer coisa para eu comer.
Ora, __________ já vários dias que ninguém visitava a estalagem e o jovem estava a ter
problemas com o negócio. Já ________ falta de muita coisa na despensa. Mesmo assim, o jovem
arranjou-lhe um pedaço de pão.
O velho comeu e disse:
- Ainda tenho fome. ______ mais um pedaço de pão a este velho.
Mas o rapaz sabia que já não ________ mais nada na despensa. Porém, quando abriu a porta
viu que ______ grande fartura de comida.
O velho tinha partido e quatro fregueses estavam ao balcão:
Havia
Verbo “haver”, sinónimo de existir.
Ex: Havia muitas festas antigamente.
Avia
Verbo “aviar”, sinónimo de atender ou
despachar.
Ex: - Ó Joaquim, avia esse senhor.
- Ò homem, avia-te. Estou farto de esperar.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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- _____-te, rapaz – disse um deles – Vem aí mais gente e não tarda nada tens a estalagem
cheia.”
Houve (verbo haver) / Ouve (verbo ouvir)
EXERCÍCIOS
1. Complete os textos que se seguem com “houve” ou “ouve”. Quando tiver dúvida a respeito da
grafia, já sabe que, no caso de se escrever com “h”, pode substituir a forma verbal por “tem
havido”:
a) Não ________ nada do que se lhe diz. Bem se pode falar alto, ouvir é que não ________. Não
________ nada que tivesse aprendido. Está mesmo a zero! Nunca _________ um aluno assim.
b) Neste local _________ antigamente um castelo onde vivia um príncipe com orelhas enormes. Um
dia um camponês perguntou-lhe:
- __________ lá, já _________ alguém na tua família com orelhas assim?
- Não _________ - respondeu o príncipe -. Mas _________ um espertinho como tu que fez a
mesma pergunta e ficou sem orelhas. Sabes que agora não __________ nada?
Vêem (verbo ver) / Vêm (verbo vir)
Vêem
Presente do indicativo do verbo VER.
Ex: Eles vêem bem para o quadro.
Vêm
Presente do indicativo do verbo VIR.
Ex: Eles vêm de autocarro.
Houve
Pretérito perfeito do indicativo do verbo haver.
Ex: Já houve aqui um jardim.
Ouve
Presente do indicativo ou imperativo do
verbo ouvir.
Ex: Ouve com atenção o que ele diz.
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EXERCÍCIOS
1. Produza quatro frases em que utilize as formas do verbo ver e do verbo vir.
a) ____________________________________________________________________________
b) ____________________________________________________________________________
c) ____________________________________________________________________________
d) ____________________________________________________________________________
3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo e do futuro imperfeito
do indicativo.
“ Talibãs roubaram víveres para três semanas do Programa Alimentar Mundial.” (pretérito perfeito)
“ Caso continuem esfomeados, roubarão os víveres alheios?” (futuro imperfeito)
EXERCÍCIOS
1. Complete os excertos das notícias que se seguem, utilizando os verbos nos tempos indicados
entre parêntesis.
a) “Os ataques terroristas de 11 de Setembro ______________ (aumentar, Pret. Perfeito)
substancialmente as incertezas quanto ao comportamento das economias.”
b) “...Os EUA __________________ (poder, Futuro Imperfeito) registar uma aceleração do
crescimento em 2002.”
c) “As respostas das autoridades monetárias e dos Governos _______________ (evitar, Pret.
Perfeito) que o pânico se instalasse.”
d) “As companhias de aviação ______________ (anunciar, Futuro Imperfeito) a redução de 130
mil postos de trabalho.”
Diário de Notícias, 24 de Setembro de 2001
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7. ALARGAMENTO VOCABULAR
Relação entre as palavras
Sinonímia
Duas palavras são sinónimos quando têm significados semelhantes podendo ser substituídas uma
pela outra em contextos iguais.
Ex: presente = brinde, dádiva, oferta…
Antonímia
Duas palavras são antónimas quando apresentam significados opostos e são utilizadas em
contextos completamente diferentes.
Ex: alto # baixo gordo # magro
Hiperonímia / Hiponímia
O hiperónimo designa o conjunto de várias espécies com ele relacionadas.
Ex: meios de transporte
O hipónimo designa as espécies contidas no conjunto representado pelo hiperónimo.
Ex: carro, comboio, avião, mota, barco…
Homonímia
Designa as palavras que se lêem e escrevem da mesma forma, mas têm significados diferentes.
Ex: Nós formamos nós fortes.
Homofonia
Designa as palavras que se lêem da mesma forma, mas têm escrita e significados diferentes.
Ex: Sinto que tenhas sido multada por não usares o cinto de segurança.
Homografia
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Designa as palavras que se escrevem da mesma forma, mas têm acentuação e significados
diferentes.
Ex: Segredo-te um segredo bem antigo.
Paronímia
Designa palavras com escrita e leitura semelhantes, mas significados diferentes.
Ex.: O Prefeito da cidade tem um carro perfeito.
EXERCÍCIOS
1. Atente nos seguintes pares de palavras homófonas e redija uma frase em que evidencie o
sentido de cada uma delas. (Consulte o dicionário, se for preciso)
a) Era/hera
b) Nós/noz
c) Vós/voz
d) Coser/cozer
e) Sem/cem
f) Conselho/Concelho
g) Conserto/concerto
h) Passo/paço
i) Assento/acento
j) Asso/aço
k) Senso/censo
2. Complete as frases com os pares de palavras que se encontram dentro do rectângulo.
a) O ___________________ do cano de escape da tua motorizada é perturbador.
No guarda – fatos do meu avô encontrei um fato de lã ________________ por um insecto
chamado traça.
Expiar- espiar / cumprimento-comprimento / estofar-estufar
Hera-era / externo-esterno / roído-ruído
Traz-trás / sinto-cinto / ouve-houve
Senso-censo / tacha-taxa / peão-pião
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b) Uma pequena __________________ comprada na loja de ferragens é suficiente para
reparar a fechadura da porta.
A __________________ de juro que os meus pais têm de pagar ao banco é elevada.
c) Um pouco de bom _______________ não faz mal a ninguém.
Segundo o último_______________ a população da nossa cidade era de cento e cinquenta
mil pessoas.
d) Uma vez que o tecido do sofá está um pouco velho, decidimos mandá-los _____________
com um tecido novo.
O Diogo não se importa de ______________ a carne, pois gosta de culinária.
e) A garagem está situada na parte de ________________ do prédio.
Amanhã ______________ o prontuário de ortografia para a aula de Português.
f) Tenho a sensação que ao apertar o _______________ destas calças ______________ uma
pequena dor de barriga.
g) Nas últimas férias de Verão _______________ houve muitos acidentes de viação.
____________ bem o conselho que te dou: vai devagar, porque mais vale chegar tarde do
que nunca.
h) Ele está agora a ________________ todas as maldades que cometeu.
Não é correcto estar a _________________ todas as maldades que cometeu.
i) Não devemos confundir externo com esterno. _____________ é o osso do peito.
_____________ significa do lado de fora.
j) O __________________ da mesa é de 2 metros.
O _________________ que ele me fez foi um simpático aperto de mão.
k) A D. Maria gosta muito de ver os meninos lá da rua a jogar ao _____________.
Enquanto _____________ tenho cuidados diferentes de quando sou condutor de um
veículo.
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8. ELABORAÇÃO / DESCODIFICAÇÃO DO RACIOCÍNIO LÓGICO
Aprendizagem da escrita
Escrever bem implica possuir ideias, conhecimentos; no entanto, também necessita de
aprendizagem:
de hábitos de leitura para enriquecimento do léxico e desenvolvimento do raciocínio
e interpretação; (ver Anexo 2)
das palavras, isto é, enriquecer-se o rol pessoal de vocabulário que possibilite
expressar-se com fluidez e propriedade, escolhendo as palavras em função do tema, do
objectivo e do tipo de leitores para quem se escreve;
das construções sintácticas;
da disposição ou ordenação das partes do escrito, que resulta da capacidade lógica
de impor às ideias uma ordem que dê clareza ao texto.
EXERCÍCIOS
1. Em cada uma das frases que se seguem, substitua a palavra coisa por outros
substantivos que se revelem mais adequados ao contexto:
a) A Assembleia da República está a discutir coisas económicas de interesse nacional.
___________________________________________________________________________
b) Dizer sempre a verdade é coisa que poucos praticam.
___________________________________________________________________________
c) Tenho de comunicar-te uma coisa estupenda.
___________________________________________________________________________
d) Há que vencer muitas coisas antes de conseguir êxito.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
ANO LECTIVO 2009 / 2010
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___________________________________________________________________________
e) Meteu-se-me uma coisa no olho.
2. Indique adjectivos à sua escolha que melhor sirvam para substituir, em cada um dos
exemplos apresentados, a palavra maravilhoso:
a) Um professor maravilhoso.
___________________________________________________________________________
b) Um colega maravilhoso.
_______________________________________________________________________
c) Uma rapariga maravilhosa.
___________________________________________________________________________
d) Uma casa maravilhosa.
___________________________________________________________________________
e) Um país maravilhoso.
___________________________________________________________________________
3. Construa frases em que utilize com precisão cada um dos sinónimos de autorizar:
Permitir
_______________________________________________________________________________
Tolerar
_______________________________________________________________________________
Facultar
_______________________________________________________________________________
Condescender
_______________________________________________________________________________
Conceder
_______________________________________________________________________________
Consentir
____________________________________________________________________________
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- foram - trabalhar - cantarolando - acabarão - chegaram
- ficou - vês - buscar - funciona - voltou
- sair - resulte - queimar - puderem - disse
- são - saltava - pregar
4. Preencha o texto com as formas verbais que lhe são dadas de forma a completar o texto.
Nesse dia o tio Veron não foi ___________________. _______________ a casa e fechou
com pregos a caixa do correio.
- ________________? – explicou à tia Petúnia, pelo meio de um monte de pregos, - se eles
não ____________entregá-las, _______________ por desistir.
- Não tenho tanta certeza assim de que isso _________________, Vernon.
- Ora, a cabeça daquela gente _______________ de um modo estranho, Petúnia. Eles não
______________ como nós - _______________ o tio Vernon, tentando ______________ um prego
com o pedaço de bolo de fruta que a tia Petúnia lhe acabara de trazer.
Na sexta – feira _____________ doze cartas para o Harry. Como não podiam entrar na caixa
do correio, ______________ metidas por baixo da porta, outras introduzidas pelas frinchas laterais
e algumas empurradas pela janela da casa de banho do rés – do – chão.
O tio Vernon ________________ a ficar em casa. Depois de _______________ todas as
cartas, foi _______________ um martelo e pregos e pregou tábuas nas portas, de tal modo que
ninguém podia _______________. Enquanto trabalhava ia _______________ entre dentes o Tiptoe
through the Tulips (Em bicos de pés entre as tulipas) e __________________ sempre que ouvia um
pequeno barulho.
J. K. Rowling, Harry Potter e a Pedra Filosofal, Ed. Presença (adaptado)
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ANO LECTIVO 2009 / 2010
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Técnicas de produção de um texto
1. Encontrar as pistas certas:
O que dizer?
Em primeiro lugar, devemos pensar quais os objectivos e as circunstâncias do texto. Porque
escrevo? Quero candidatar-me a um emprego e pôr à consideração as minhas competências,
qualidades e objectivos? Quero expor deficiências de um produto e reclamar? Comunico uma
ocorrência simpática? Ou, pelo contrário, o que comunico é desagradável?
A quem dizer?
A quem se destina o texto? Que expectativas, necessidades, capacidades ou exigências têm os meus
leitores?
Como dizer?
Informar ou expor não sinónimo de comunicar. Comunicar é criar uma corrente comum, entre
destinador e destinatários. Assim: Que estratégias devo usar para que o meu texto seja eficaz e
adequado nesta circunstância? Como organizar o meu texto de modo a interessar e a envolver o meu
leitor? Que linguagem utilizar? Falo em nome próprio ou em nome de uma organização (empresa
ou instituição)? Em que tipo de texto: Carta, requerimento, memorando, relatório? Que extensão
(livre, ou, pelo contrário, controlada, i.e., em número predeterminado de palavras)?
Em determinados tipos de texto, como carta de negócios, memorando e alguns relatórios, há que
não esquecer que a brevidade, a precisão e a clareza são qualidades cada vez mais valorizadas.
Quando dizer?
Cumprindo prazos? Por iniciativa própria? Nesta última situação há vários elementos a ponderar. Se
numa organização, há dois extremos a evitar: a ausência de informação (geradora do mal-estar, do
boato e da intriga) e o excesso, a “tempestade” de papéis (que retira impacto ao que é, de facto,
importante ser transmitido). Se para o público em geral, há que saber escolher o tempo mais
propício.
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Etapas na composição de um texto
1. Encontrar ideias
2. Panificá-las
3. Desenvolvê-las / redigi-las
Aproveitar a inspiração para o texto – Sabendo com alguma antecedência que terá de escrever o
texto, vá anotando as ideias que vão surgindo (poderão esfumar-se…). Vale a pena o esforço
de registar as suas ideias, mesmo numa situação delicada (por exemplo, início do sono).
2. Conduzir o leitor. Um texto possui a sequência:
Introdução >>> Desenvolvimento >>> Conclusão e cada uma destas pode ser novamente
abordada nessa sequência.
- A “Introdução” prepara o leitor para o texto, assumindo a forma de uma apresentação, uma
síntese, um preâmbulo ou um prelúdio.
- O “Desenvolvimento” é o corpo do texto, esclarece e evidencia o tema, relaciona
conhecimentos, expõe opiniões e argumentos.
- A “Conclusão” é o desfecho do texto onde se liberta as ideias essenciais, podendo assumir a
forma de resumo ou epílogo e, eventualmente, incluir uma avaliação do trabalho/texto.
3. Inserir credibilidade no texto – Acrescentar uma citação, uma referência, uma data, uma
quantidade, um exemplo, uma situação concreta, …, tendo pesquisado textos similares.
4. Autentificar o texto – Coloque o seu cunho pessoal, a sua opinião, a sua contribuição, a sua
experiência única. “O objectivo de um artigo é convencer alguém de uma nova ideia, não
convencer alguém da sua inteligência”. Mas tenha cuidado com os preconceitos!
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5. Seleccionar as melhores palavras – Um texto é pessoal e cada leitor interpreta-o,
desvirtuando a ideia do autor. Efectuar um esforço para escrever o mesmo com melhores
palavras, sendo pertinente a consulta de dicionários para encontrar sinónimos ou antónimos.
Não esquecer de acrescentar os adjectivos elucidativos.
- EXPRESSÃO ESCRITA -
É o produto, dotado de significado e conforme a gramática de uma língua, resultante de um
processo que inclui o conhecimento do sistema de representação gráfica adoptado. Esta
competência implica, processos cognitivos e linguísticos complexos, nomeadamente os envolvidos:
no planeamento;
na formação linguística;
na revisão;
na correcção;
na reformulação do texto.
Características fundamentais que asseguram a qualidade da linguagem utilizada:
clareza: precisão, ordem e propriedade;
correcção: rigor;
harmonia: elegância;
pureza: vernaculidade.
1. CLAREZA: permite o correcto entendimento e a boa compreensão do que se deseja comunicar.
Obtém-se pela utilização das palavras apropriadas, colocadas na ordem adequada às relações de
sentido que se quer estabelecer.
Características base da clareza:
Precisão: uso exacto da linguagem, não exagerando nem no sentido da acumulação de palavras
desnecessárias, nem na falta das que são indispensáveis à sua compreensão;
Ordem: colocação das palavras na posição relativa, adequada aos nexos que entre elas se quer
estabelecer, para que, assim, estes se tornem facilmente compreensíveis;
Propriedade: justeza no uso das palavras adequadas ao que se quer significar, garantindo, assim, a
sua correcta compreensão.
2. CORRECÇÃO: esta característica assenta no princípio do rigor. A correcção obtém-se quando o
uso da língua obedece às regras gramaticais dessa mesma língua. A correcção é um dos pilares da
clareza. Sem correcção não há clareza.
3. HARMONIA: para além da clareza e da correcção o uso da língua deve preocupar-se também
com a harmonia, fundamentada no cuidado com a selecção e colocação das palavras, de modo que a
linguagem utilizada se estruture em frases elegantes, fluentes e variadas.
4. PUREZA: a constante entrada na língua portuguesa de elementos provindos doutras línguas não
deve impedir que, em cada momento, se tenha a noção clara dos limites do conceito de
vernaculidade e se use uma linguagem respeitadora do carácter da língua ou se assinale
conscientemente todo o uso que extravase destes limites.
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ANO LECTIVO 2008 / 2009 57
Por outro lado, a língua, na sua evolução natural como fenómeno social marcado pela História,
não comporta, em cada fase da sua evolução, o uso de todas as feições que revestiu no passado,
nem pode aderir precipitadamente a todas as mudanças que se indiciam como suas características
futuras possíveis.
As variantes sociais, que convivem no uso da língua, não devem impedir o seu utente de ter a
clara noção da norma, que é a referência fundamental de todas essas diferenciações.
ESTRUTURA INTERNA DE UM TEXTO / ESQUEMA BÁSICO NA ELABORAÇÃO DE
UM TEXTO
Um texto possui a sequência:
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
CONCLUSÃO
INTRODUÇÃO:
Significa prefácio, isto é, o que se diz no princípio. É a parte que serve para situar,
“ambientar” o leitor no trabalho que vai ser desenvolvido. De acordo com o tema proposto ou com
o enunciado da questão, a introdução pode ter algumas finalidades, a saber:
apresentar ao leitor o entendimento da ideia dominante;
situar o trabalho no tempo e no espaço;
evitar a antecipação de ideias ligadas ao desenvolvimento e à conclusão;
evitar a inclusão de exemplos;
expor a intenção do trabalho.
Evitar:
Introdução vaga: aquela que não consegue situar o leitor, pois contem somente ideias que
não dizem respeito, directamente, ao tema a ser desenvolvido;
Introdução abrupta: que leva o leitor a entrar no assunto sem ter sido orientado a respeito
do que vai encontrar;
Introdução prolixa: aquela que, apresentando uma quantidade excessiva de informação,
confunde o leitor, desviando-lhe a atenção.
DESENVOLVIMENTO:
É a parte que vai permitir explanar a ideia central, desdobrando-a através de uma sequência
de reflexões integradoras do pensamento, articuladas entre si, de forma lógica, clara e coerente, a
fim de que, no seu final, se obtenha um conjunto harmónico que suceda, naturalmente, a
introdução e que seja suporte para a fase seguinte, a conclusão.
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ANO LECTIVO 2009 / 2010
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Como redigir o desenvolvimento:
- utilizar, preferencialmente, o texto discursivo;
- os parágrafos guardam uma certa coerência entre si;
- dar ordem às ideias:
Ordem de importância – as ideias são ordenadas partindo-se da de menor para a de
maior importância, ou vice-versa (normalmente utilizada nas questões de
Geografia);
Ordem cronológica ou sequência – as ideias são apresentadas na sequência ou
cronologia em que ocorrem (mais utilizadas nas questões de História);
Ordem de familiaridade – ordenam-se as ideias do mais familiar ao leitor para o que
lhe é menos familiar, ou seja, da conhecida para a desconhecida (ou menos
conhecida);
Ordem de complexidade – parte-se das ideias fáceis para as mais difíceis e
complexas;
Ordem de concordância – as ideias apresentadas inicialmente são aquelas com que o
leitor, provavelmente, não terá dificuldades em concordar; seguindo-se os aspectos
mais controversos ou de menos aceitação;
Ordem de posição – as ideias são apresentadas seguindo uma sequência lógica em
relação à posição em que ocorrem (Ex: do N para o S; do E para o W).
CONCLUSÃO:
É o encerramento de um trabalho escrito. A conclusão retoma a ideia central e a proposição
inicial, com um novo significado para o leitor.
Esse novo enfoque é resultado da síntese das ideias expostas, trabalhadas de forma dedutiva
pelo leitor.
A conclusão não é mera repetição das ideias já lançadas no trabalho. Ela serve para o leitor
fazer uma nova descoberta, apresentar uma teoria, uma sugestão, a solução de um problema, tudo
coerente com o tema inicialmente proposto.
Como consequência de um trabalho dedutivo, o leitor não pode ser surpreendido pela
conclusão. Ele descobre o seu conteúdo ao longo do trabalho, de modo que ao chegar às últimas
considerações da questão, já tenha formado, na sua mente, exactamente o quadro ou as
informações que ali vai encontrar. A conclusão, manifesta-se no inconsciente durante a leitura ou a
redacção da tese. Também constitui erro antecipar ao leitor qualquer aspecto da conclusão durante
o desenvolvimento da tese.
Síntese:
Manifesta-se, naturalmente, no inconsciente do leitor durante o desenvolvimento;
É consequência da síntese das ideias expostas no trabalho;
Obrigatoriamente, tem fundamento nas outras partes do trabalho;
Tem uma estrutura dedutiva. Não é mera repetição de ideias;
Constitui erro antecipar a conclusão em outra parte do trabalho.
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ANO LECTIVO 2009 / 2010
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ERROS MAIS COMUNS NA ELABORAÇÃO DE UM TEXTO
ORDENAÇÃO DAS IDEIAS – A falta de ordenação é um erro comum e indica a falta de hábitos
de escrita; o texto fica sem encadeamento e, às vezes, incompreensível, partindo de uma ideia para
outra sem critério, sem ligação.
COERÊNCIA E COESÃO – Em muitos textos fica patente a falta de coerência: o autor defende
um argumento para contradizê-lo mais adiante. Já a redundância denuncia outro erro bastante
comum: a falta de coesão. O autor dá voltas num mesmo assunto sem acrescentar um dado novo. É
típico de quem não tem informação suficiente para compor o texto.
INADEQUAÇÃO – É um tipo de erro capaz de aparecer, inclusive, em redacções/textos correctos
quanto à gramática e à ortografia e coerentes na estrutura. Trata-se da fuga ao tema proposto,
escolhendo-se outro argumento com o qual se tem mais afinidade.
ESTRUTURA DOS PARÁGRAFOS – Existem, por vezes, grandes dificuldades em separar o
texto em parágrafos. Sem a definição de uma ideia em cada parágrafo, o texto fica mal estruturado.
Um erro muito comum é cortar a ideia num parágrafo para concluí-la no seguinte. Ou, então,
deixar o pensamento sem conclusão (ideia vaga ou incompleta). Todavia, importa ressaltar que a
complexidade de uma ideia pode conduzir a uma subdivisão do parágrafo.
ESTRUTURA DA FRASE – Erro de concordância nos tempos verbais, fragmentação da frase,
separação de sujeito e predicado, utilização errada de pronomes e utilização incorrecta dos tempos
verbais são algumas das falhas mais comuns na elaboração de textos. Estes erros comprometem a
estrutura das frases e prejudicam a compreensão do texto (Ex: “Os transportes, de acordo com os
especialistas, é…”; “João, saiu de manhã.”).
Portanto:
→ Aprimore a sua capacidade de expressão escrita, adquirindo hábitos de leitura e escrita;
→ Use uma linguagem simples e desapaixonada;
→ Evite expressões feitas, “chavões” que demonstram linguagem pobre;
→ Escreva frases curtas, na ordem directa (sujeito, verbo e complementos). A frase é a unidade
mínima da comunicação, delimitada no início por uma maiúscula e, no fim, por um sinal de
pontuação (ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação, dois pontos ou reticências).
As frases podem ser simples (quando integra apenas uma oração) ou composta (quando contém
mais que uma oração);
→ Preste atenção à concordância verbal e nominal;
→ Atente para a pontuação e acentuação correctas.
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ANO LECTIVO 2009 / 2010
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O DEBATE
O debate é uma técnica comunicativa cujo objectivo visa aprofundar o conhecimento sobre
um determinado tema polémico, através do confronto de ideias e de opiniões.
Num debate devem existir, além dos participantes, um moderador e um secretário.
Compete ao moderador:
Apresentar, brevemente, o tema do debate;
Abrir a discussão;
Dar a palavra aos que se tiverem inscrito;
Impedir que fale mais que uma pessoa de cada vez;
Fazer com que todos os participantes cumpram as regras;
Sempre que possível, estabelecer a relação entre as várias opiniões apresentadas;
Não permitir que se desviem do assunto;
Ser imparcial;
Apresentar as conclusões.
O secretário auxiliará o moderador, sempre que se torne pertinente, na realização do debate.
Assim, deverá:
Anotar o nome dos que desejarem participar;
Controlar o tempo de cada intervenção e o tempo do debate;
Registar, por escrito, os aspectos mais importantes da discussão.
Os participantes deverão cumprir as seguintes regras:
Saber ouvir;
Respeitar as opiniões dos outros;
Convencer com argumentos lógicos;
Não interromper o outro quando ele fala;
Defender os seus pontos de vista, sem atacar os dos outros;
Respeitar o moderador quando ele fala;
Esperar a sua vez de intervir;
Evitar monopolizar o debate;
Não ser redundante.
Quem não cumprir as regras deverá ser impedido de continuar a participar no debate.
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FORMAS DE INTERVENÇÃO NO DEBATE
Num debate, temos de ser capazes de convencer, apresentando argumentos, exprimir
opiniões e razões, defender pontos de vista, concordar, discordar ou protestar, etc. Para cada
uma destas opções usam-se expressões próprias e variadas como pode constatar pelos exemplos
abaixo representados.
Objectivo Conectores do discurso
Dar opinião
Em meu entender… / Pessoalmente, considero que… / Sou da
opinião que… / A meu ver…
Dar uma explicação
Ou seja… / Significa isto que… / Por outras palavras… / Ou, se
preferirem… / Dito de outro modo…
Exemplificar
Exemplificando… / Só para dar um exemplo… / A título
ilustrativo… / A título de exemplo…
Pedir um esclarecimento
Poderia explicar melhor? / Receio não ter entendido bem… / O que
quer dizer com… / Posso concluir com as suas palavras que …?
Concluir uma intervenção
Em suma… / Em síntese… / Resumindo… / Numa palavra…
Corrigir / Protestar
Não foi bem o que eu disse… / Gostaria de esclarecer… / Devo ter-
me explicado mal… / O que eu quis dizer foi… / De modo algum…
/ Desculpe, mas isso não corresponde à verdade…
Sossegar
Longe de mim tal ideia… / Não pretendi ofendê-lo… / Como pode
ver… / Muito pelo contrário…
Conceder
Reconheço que… / Concordo nesse aspecto… mas…/ Sim, é
verdade… no entanto… / Admito que… mas…
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TEXTO DESCRITIVO, EXPOSITIVO E ARGUMENTATIVO
TEXTO DESCRITIVO
Descrever é um processo no qual se empregam os sentidos para captar uma realidade e
transportá-la para o texto. Descrever é, assim, pintar com palavras, mostrar aos leitores ou
ouvintes, através de palavras, como é uma pessoa, um ambiente, um objecto ou, até mesmo, um
sentimento ou emoção.
Alguns conselhos práticos na elaboração de um texto descritivo
1. Não é aconselhável apresentar todos os pormenores acumulados num único período.
Persuadir
Não acha que…? / Veja, por exemplo… / Não há dúvida de que… /
Como se sabe… / Como é do seu conhecimento… / Se reparar
bem…
Concordar
Estamos de acordo… / Ia dizer o mesmo… / Plenamente de
acordo… / Com certeza…
Discordar
Discordo (por completo)… / Não posso estar de acordo… / Não
vejo qual é a relação… / Não entendo por que razão… / Não podia
estar mais em desacordo…
Acentuar uma
possibilidade
É inacreditável… / É de todo impossível… / Está fora de questão…
/ Não é, sequer, questionável…
Manter a palavra
Como ia dizendo… / Se não me interromper… / Deixe-me só
concluir… / Já termino… / Só para acabar…
Recuperar a palavra
Deixe-me só acrescentar… / Queria só dizer… / Prometo ser
breve… / Se me dá licença…
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ANO LECTIVO 2009 / 2010
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Deve-se, ao contrário, apresentá-los ao leitor pouco a pouco, verificando as partes focalizadas,
associando-as ou interligando-as.
2. Na descrição de uma pessoa, por exemplo, podemos começar por uma visão geral e depois,
aproximando-se dela, passar aos pormenores: os olhos, o nariz, a boca, o sorriso, o que esse sorriso
revela (inquietação, ironia, desprezo, desespero...), etc.
3. Na descrição de objectos, é importante que, além da imagem visual (cores, formas…), sejam
transmitidas ao leitor outras referências sensoriais, como as tácteis (o objecto é liso ou áspero?), as
auditivas (o som emitido pelo objecto), as olfactivas.
4. A descrição de paisagens ou de ambientes também não deve limitar-se a uma visão geral. É
preciso ressaltar os pormenores, o que não depende apenas da visão. Certamente, numa paisagem
ou num ambiente haverá ruídos, sensações térmicas, cheiros, que deverão ser transmitidos ao
leitor, evitando que a descrição se transforme numa fotografia fria e pouco expressiva. Também
poderão integrar a cena pessoas, vultos, animais ou objectos, que lhe dão vida. É, portanto,
fundamental destacar esses elementos.
TEXTO EXPOSITIVO
O texto expositivo remete para a ideia de explanar ou explicar um assunto, tema, coisa,
situação ou acontecimento, que se pretende desenvolver ou apresentar, em pormenor, referindo o
tempo, o espaço, a importância ou as circunstâncias do seu acontecer.
O discurso expositivo tem por objectivo informar, definir, explicar, aclarar, discutir, provar
e recomendar alguma coisa, recorrendo à razão e ao entendimento.
Na organização do texto expositivo, é necessário:
1. Escolher o tema a desenvolver;
2. Definir o propósito que perseguimos ou os objectivos;
3. Conhecer o destinatário da exposição;
4. Pesquisar a informação sobre o tema;
5. Seleccionar os dados de interesse;
6. Elaborar um guião com o plano do que se vai escrever ou dizer;
7. Estruturar de forma ordenada a informação;
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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8. Recorrer a materiais de suporte como imagens, gráficos, diagramas, slides em powerpoint ou
flash...
O texto expositivo implica uma apresentação consequente e lógica do assunto, com
articulação apropriada de partes relevantes. Daí a necessidade de o desenvolver ou apresentar, em
pormenor, referindo o tempo, o espaço ou as circunstâncias.
Independentemente da realização comunicativa, é possível encontrar marcas distintivas na
exposição oral e na exposição escrita.
Exposição oral
A apresentação do assunto deve ser consequente e lógica, com articulação apropriada de
partes relevantes; os argumentos apresentados devem ser pertinentes e eficazes. As razões e dados
não só necessitam de possuir clareza e precisão, mas têm de estar de acordo com o que se quer
transmitir para que produzam efeito, quer seja na transmissão de uma informação, quer surjam
como opinião, ou mesmo se o texto é de propaganda. Como, muitas vezes, a exposição oral é uma
comunicação sem intercâmbio, qualquer enunciado deficiente não pode ser esclarecido e sofre,
com frequência, interpretações diversas e que podem ser totalmente deturpadas. O cuidado a ter na
organização das ideias e na estruturação do discurso tem de ser o melhor.
Exposição escrita
Surge, com frequência, sob as formas de texto informativo-expositivo ou expositivo-
argumentativo. O informativo-expositivo tem por finalidade a transmissão de informações e
indicações que digam respeito a factos concretos e referências reais; o expositivo-argumentativo
procura defender uma tese, apresentando dados e observações que a confirmem. Deve expor com
clareza e precisão as razões que levam à defesa de uma opinião sobre o tema.
TEXTO ARGUMENTATIVO
O texto expositivo-argumentativo procura defender uma tese, apresentando dados e
observações que a confirmem. Este discurso, onde se valoriza a capacidade de apreensão, de
construção e de expressão de argumentos, é constituído por uma ideia principal confirmada por
dados e razões que defendem a opinião emitida. Consente, por isso, a possibilidade de se
polemizar em torno de uma questão e de se recorrer a outros referentes como suporte da estratégia
de argumentação.
O texto argumentativo procura defender uma tese, apresentando dados e observações que
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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a confirmem. Deve expor com clareza e precisão as razões que levam à defesa de uma opinião
sobre o tema.
Convém, na construção do texto, ser concreto e objectivo, evitando pormenores
desnecessários; fazer raciocínios correctos e claros, incidindo no que é importante; evitar
argumentos pouco explícitos.
Desde a antiguidade, a filosofia e a política recorreram à argumentação, discutindo e
aduzindo razões para fazerem valer as suas ideias e opiniões. Os sofistas eram mestres da fala;
Sócrates ouvia e apresentava objecção aos argumentos; Aristóteles dizia que se conhecer era
formar proposições (afirmações), tornava-se necessário examinar os modos como elas eram
construídas; através de "silogismos" (raciocínios) procurava encadear as proposições (premissa
maior e premissa menor) até formar o conhecimento (conclusão). Na época medieval, a
argumentação partia de uma disputa que exigia a formulação de um problema e argumentos a favor
e contra, uma solução e respectiva fundamentação e, por fim, respostas às objecções encontradas
ou supostas. Nos nossos dias, a argumentação ainda utiliza regras desta arte filosófica.
Estrutura do texto argumentativo
O texto argumentativo, como qualquer outro texto, pode dividir-se em três partes, a
introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
A introdução inclui a exposição do tema da argumentação e uma breve alusão à
tese/opinião que se pretende defender.
No desenvolvimento, o autor apresenta os argumentos contrários e favoráveis à sua tese,
refutando os primeiros e confirmando estes últimos com referência a exemplos, isto é, autores,
experiências ou estudos que comprovem a sua visão dos factos, e assim ajudem a persuadir o
auditório a aderir à tese defendida.
A conclusão irá servir para reforçar as ideias anteriores utilizando frases-súmula do que foi
dito, ou seja, repetindo a tese e os argumentos mais importantes de uma forma sintética de modo a
permitir a sua fácil memorização. Na conclusão o argumentador reforça igualmente o apelo já
feito, mas agora mais enfaticamente.
A progressão e a articulação do texto é conseguida sobretudo através do uso dos conectores
ou articuladores do discurso, que vão fazendo progredir o texto de uma forma permanente e
articulada. Eis alguns exemplos:
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Objectivo Conectores do discurso
Reiterar, reafirmar
retomando a questão; penso que; a meu ver; creio que;
estou certo; em nosso entender
Concordar, provar, exprimir
certeza efectivamente; com efeito
Refutar, manifestar oposição,
restringir ideias
no entanto; mas; todavia; contudo; porém; apesar de; em
sentido contrário; refutando; pelo contrário; ao
contrário; por outro lado; com a ressalva de
Exemplificar por exemplo; como se pode ver; assim; tome-se como
exemplo; é o caso de; é o que acontece com
Explicitar
significa isto que; explicitando melhor; não se pretende
com isto; quer isto dizer; a saber; isto é; por outras
palavras
Concluir finalmente; enfim; em conclusão; concluindo; para
terminar; em suma; por conseguinte; por consequência
Estabelecer conexões de tempo então; após; depois; antes; anteriormente; em seguida;
seguidamente; quando; até que; a princípio; por fim
Referenciar espaço
aqui; ali; lá; acolá; além; naquele lugar; o lugar onde; ao
lado de; à esquerda; à direita; ao centro; no meio; mais
adiante
Indicar ordem
em primeiro lugar; primeiramente; em segundo lugar;
seguidamente; em seguida; começando por; antes de
mais; por último; por fim
Estabelecer conexões de causa porque; visto que; dado que; uma vez que
Estabelecer conexões de
consequência de tal modo que; de forma que; tanto que; e por isso
Expressar condição, hipótese se; a menos que; a não ser que; desde que; supondo que;
se por hipótese; admitindo que; excepto se; se por acaso
Estabelecer conexões de fim para que; para; com o fim de; a fim de que; com o
intuito de
Estabelecer relações aditivas e; ora; e também; e ainda
Estabelecer relações disjuntivas ou; ou então; seja...seja; quer...quer
Expressar semelhança,
comparação
do mesmo modo; tal como; pelo mesmo motivo; pela
mesma razão; igualmente; assim como
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Exemplo de um texto argumentativo
“Quando o aparelho grita a família cala-se. Faz-se silêncio para escutar o grande fazedor
de opinião dos tempos que correm. O silêncio, porém, nem sempre é de ouro.
A CAIXA DO SILÊNCIO
Para muitos povos a TV é o rei dos electrodomésticos. É a pequena sociedade do
espectáculo que se instala com pezinhos de lã até assumir o controlo da casa e faz de nós seres
isolados e silenciosos, em troca da evasão que proporciona.
Georges Friedman escreve que, para sobreviver, uma sociedade necessita que os seus
membros participem num núcleo comum de símbolos correspondentes a valores, opiniões,
conhecimentos, experiências. A TV é na nossa civilização tecnológica – diz – o instrumento
“mais poderoso” para fazer participar as massas em sistema de símbolos cujo estabelecimento em
comum “é necessário” para a coesão social.
Poder-se-ia fazer a apologia deste aparelho transmissor de imagens como depósito de um
saber universal em que todos seriam iguais porque receberiam a mesma cultura. Seria uma visão
optimista, se não traduzisse uma apreciação incorrecta e muito parcial do facto.
O processo cultural não é orientado pela televisão mas pela situação familiar e pela
inserção social do telespectador. A TV tem, no entanto, enorme capacidade para criar influências
nos gostos, nas atitudes, para estabelecer uma moral e padrões de comportamento. A sua força
reside tanto na possibilidade de evasão, como na sua capacidade de modelação.
A aparelhagem audiovisual conta com defensores convictos. Joseph T. Kappler classifica as
funções atribuídas às mensagens acusadas de proporcionar evasão de “relaxamento, de
estimulação da imaginação e de fornecimento de uma interacção de substituição.”
Substitutos
Segundo esta corrente de opinião, através dos mass media a pessoa não só conseguiria
repousar, esquecendo preocupações, como teria hipótese de estimular a imaginação e a
criatividade com uma imagem de TV, uma música na rádio, ou um artigo de jornal.
No plano da interacção das substituições referido por Kappler, tanto a televisão como a
rádio, ao dirigirem-se directamente ao espectador ou ao ouvinte, serviriam directamente como
substitutos de contactos humanos, quando estes faltam, ou satisfazem o desejo de realizá-los de
uma maneira diferente da proporcionada pela vida quotidiana.
Alardear que a televisão incita à violência é outra das inconveniências que frequentemente
lhe são atribuídas. Estudos feitos a partir de inquéritos realizados em Inglaterra, América e Japão
indicam que não se podem estabelecer relações “directas” entre cenas consumidas pelos utentes
dos mass media e o seu comportamento posterior. As crianças, no entanto, nos seus comportamentos agressivos, servem-se do material
simbólico de que dispõem e daquele que os “media” lhes fornecem. Olivier Burgelin, no livro
Comunicação Social, refere que as crianças que vêem westerns na televisão “massacram-se”
simbolicamente com as normas em uso no western, aqueles que vêem filmes policiais
“entrematam-se” por palavras, segundo o uso da luta entre “gangsters” e polícias. Mas nada
permite dizer que estes comportamentos agressivos são mais numerosos ou mais violentos devido
aos mass media.
Pode mesmo atribuir-se à representação da violência um efeito catártico. A vivência
fictícia das situações, estados e sentimentos de outrem dispensaria o aprofundamento das nossas
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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próprias necessidades e conflitos. A contemplação do universo dos ricos e das ascensões sociais,
frequentes nos enredos televisivos, fazem-nos apropriar desses ambientes, habitá-los e viver esses
golpes de sorte como se da nossa vida se tratasse.
O objectoTV
Enquanto que para uns a TV é um usufruto cultural, para muitos é um objecto. Antes da
imagem é uma coisa que se compra e se possui, um sinal de riqueza e de integração nos
imperativos da moda que precisa de estar sempre em evidência e em respeito frente ao qual se
mantém uma atitude passiva.
Vê-se televisão todas as noites, seguem-se emissões diferentes e sucessivas duma ponta à
outra. À falta de uma economia racional do objecto dá-se a “submissão” deliberada a uma norma
económica formal e irracional: “no tempo do uso absoluto”.
Ao televisor é, por isso, dado o privilégio que deveria caber ao indivíduo: ser o centro da
casa, o transmissor de experiências, o interlocutor do quotidiano.
In Jornal Expresso, 15.10.88 (com supressões)
Análise do texto “A caixa do silêncio”
No texto argumentativo apresentado, que tem como tema principal o papel da televisão na
nossa sociedade, a estrutura interna é respeitada, correspondendo a introdução ao primeiro
parágrafo e a conclusão ao último, sendo o restante texto o desenvolvimento da tese.
No primeiro parágrafo, o autor enuncia o primeiro juízo de valor, característico da
argumentação, que encerra a tese a ser demonstrada. Ele apresenta a televisão como um “rei”
indiscreto, que gera evasão mas também isolamento, esta apresentação do tema é feita de um modo
irónico mas não exageradamente hostil, o que evidencia um conhecimento razoável do auditório e
do “amor” nutrido pela televisão, aliás, este tom de ironia verifica-se ao longo do texto assim como
a evidente preocupação de evitar ferir susceptibilidades.
Nos parágrafos seguintes, que correspondem ao desenvolvimento da tese argumentativa, o
autor apresenta argumentos contra e a favor recorrendo a opiniões diversas cujos autores se aceitam
ter algum prestígio perante o auditório, como por exemplo Georges Friedman, Joseph T. Kappler e
Olivier Burgelin.
O autor argumenta também com base em estudos feitos a partir de inquéritos efectuados em
países como a Inglaterra, o Japão e na América, locais pretensamente mais desenvolvidos e cuja
sociedade se tem como padrão.
Neste texto argumentativo o autor opta por um registo irónico, isto é, apresenta vários
argumentos que poder-se-iam considerar contrários à sua própria tese se não fossem apresentados
com esse grau de ironia que pretende criticar apontando as (pseudo) virtudes da televisão e os
programas transmitidos. Apesar desta crítica, o autor revela subtileza por não fazer uma crítica
aberta e hostil que poderia provocar uma reacção de boomerang, ou seja de rejeição da tese por
parte do auditório.
Os argumentos são apresentados com uma estrutura específica, que pretende formar a
opinião dos leitores. Num primeiro momento, o autor socorre-se de opiniões e estudos de autoridade
relativa que parecem ser contrários à tese defendida mas no momento que se segue, o autor critica
estas mesmas opiniões ironicamente, refuta-as, retirando-lhes qualquer valor argumentativo.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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O último parágrafo, como já referido, corresponde à conclusão da tese. Neste caso, o autor
reforça a sua crítica à televisão e a todos que a supõe como essencial, fazendo alusão ao lugar
central que esta ocupa na família e que “roubou” ao ser humano.
O texto argumentativo encontra-se coerentemente encadeado através de diversos conectores
lógicos, por exemplo o vocábulo “no entanto”, utilizado ao longo do texto para realçar a
contradição entre as partes distintas do argumento que não pode limitar-se a enunciar os vários
juízos e pretender uma adesão total, é necessário que se alcance uma opinião razoável, verosímil
que, conquanto não necessária nem constringente, se torna própria do auditório.
A argumentação apresentada, parte da opinião pessoal do autor e tem como finalidade uma
alteração dos valores, das opiniões de outrem, procurando ter acção transformadora sobre estes. No
entanto, esta tentativa de persuasão não se efectua nem se torna real se não se recorrer a raciocínios,
pelo menos aparentemente, válidos, e se não se tiver em conta que o auditório é composto em si por
seres humanos, emocionais e sensíveis a estímulos exteriores e cuja apreensão da tese se torna
indispensável, mas influenciada no seu todo pelo ambiente circundante, afinal o homem é um ser no
mundo, envolvido social, histórico e culturalmente.
Também se apresenta como uma tese bem actual, pois é uma realidade que para a maioria
das famílias fúteis de todo o mundo, a televisão perde o seu estatuto de simples companhia e
recreação para se tornar um vício, um meio de controlar as mentes mesquinhas que se subjugam à
comunicação social, que desonestamente se serve deste meio para muitas vezes “impingir” ideias
falsas como realidades.
Torna-se preocupante que actualmente, a televisão e os meios de comunicação em geral
controlem a opinião pública de uma maneira completa e assustadora. Para provar esta visão um
tanto pessimista, são vários os exemplos que se podem oferecer: mesmo no jornalismo televisivo
que deveria ser isento e completo, de forma a manter a população em geral correctamente
informada, se substituem temas de interesse nacional ou até internacional de modo a noticiar algo
mais supérfluo que ocupa, no entanto, a mentalidade de muitos, que se mostram preocupados
perante questões absolutamente fúteis.
Exercício de Produção Escrita
Com base nas orientações anteriores e recorrendo às conclusões do debate
realizado na sala de aula, produzam um texto argumentativo.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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A TÉCNICA DO RESUMO E DA SÍNTESE
O RESUMO
Resumir, condensar textos, é cada vez mais uma tarefa quotidiana – exigida em diversas
circunstâncias. Os gestores, os políticos, sem tempo para a leitura de tantas fontes e páginas de
informação, precisam, para as suas tomadas de decisão, de dados seguros, mas concisos. A
natureza de alguns trabalhos escritos, quando extensos, como relatórios ou abordagens de âmbito
científico, exige a redacção de um resumo de apresentação.
Assim, são exigências do resumo que no mais curto espaço possível – ou na extensão
indicada, se tal estiver predefinido -, reproduza com fidelidade as ideias essenciais do texto que
condensa e mantenha, igualmente, as relações lógicas entre essas mesmas ideias.
Características de um bom resumo:
Exercício de Produção Escrita
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
Artigo 13.º
(Princípio da igualdade)
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer
direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua,
território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução,
situação económica ou condição social.
O excerto acima da Constituição da República Portuguesa corresponde, como
sabe, a um princípio.
Na sua opinião, este princípio corresponde sempre a uma realidade? Não
excedendo o limite de 20 linhas, exponha o seu ponto de vista.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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*Brevidade - Só contém as ideias principais. Os pormenores não são incluídos.
*Rigor e clareza - Exprime as ideias fundamentais do texto, de uma forma coerente clara e que
respeite o pensamento do autor.
*Linguagem pessoal - Não se copia frases do texto; exprime-se as ideias por palavras nossas.
Processo de execução de um resumo:
1. Ler o texto e tentar compreendê-lo bem. Identificar as ideias principais, parágrafo a parágrafo.
As ideias podem ser sublinhadas, durante a leitura.
Pode ser feito um esquema, no fim da leitura, para organizar o texto e os parágrafos.
2. Começar a escrever o resumo, respeitando sempre o conteúdo do texto e o pensamento do autor.
Procurar não incluir pormenores desnecessários.
Substituir ideias repetidas ou semelhantes por uma que as englobe.
Utilizar termos genéricos em vez de listas.
Utilizar uma linguagem pessoal.
3. Ler o resumo e avaliá-lo, corrigindo os aspectos desnecessários.
Contém as ideias principais?
A ideia do autor está respeitada?
O texto percebe-se bem?
Não há pormenores nem repetições?
4. Fazer outra leitura do resumo e aperfeiçoar a linguagem do texto (ortografia, construção de
frases, etc.), se for necessário.
A SÍNTESE
A síntese aproxima-se do resumo enquanto é também condensação de texto, enquanto é
igualmente reprodução do essencial, em concisão e precisão. Na síntese, porém, são aceitáveis as
marcas de enunciação de quem a redige, e até, se for também esse o objectivo, são admissíveis
apreciações ou juízos de valor acerca do texto original – o dizer-se, portanto, que se aceita ou
rejeita, total ou parcialmente, as suas ideias. Pelo que se acaba de dizer, fácil é concluir que a
síntese – condensação de texto – pode apresentar, por vezes, um misto de resumo e crítica.
A síntese (como o resumo) exige uma correcta e objectiva captação do que é efectivamente
dito no texto-fonte e uma consequente e fiel reprodução do essencial do conteúdo. Só com estes
dois requisitos imprescindíveis se poderá falar de uma síntese; só a partir deles poderá – se for
também esse o objectivo – ter lugar uma avaliação honesta e credível.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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A síntese poderá incidir sobre um texto apenas, ou sobre dois ou mais textos, com a
finalidade de os comparar nas suas semelhanças ou diferenças. Nesta última situação exige-se uma
particular honestidade mental para que não se caia na tendência de forçar o que não está, de facto,
presente num ou noutro dos textos. (O autor A afirma que… O autor B, ao contrário, defende a
tese de que… Os autores A e B concordam nos aspectos X e Y, mas divergem em…)
A síntese usa o estilo indirecto, a 3ª pessoa gramatical (pode, naturalmente, transcrever-se,
entre aspas, um pequeno excerto particularmente significativo que se encontre em discurso
directo). O autor da síntese tem de ter sempre presentes estes objectivos: densidade, clareza e
legibilidade.
Exemplo de resumo e de síntese a partir do mesmo texto
O idioma, vivo ou morto?
O grande problema da língua pátria é que ela é viva e se renova a cada dia. Problema não
para a própria língua, mas para os puristas, aqueles que fiscalizam o uso e o desuso do idioma.
Quando Chico Buarque de Holanda criou na letra de “Pedro Pedreiro” o neologismo “penseiro”,
teve gente que chiou. Afinal, que palavra é essa? Não demorou muito, o Aurélio definiu a nova
palavra no seu dicionário. Isso mostra o vigor da língua portuguesa. Nas próximas edições dos
melhores dicionários, não duvidem: provavelmente virá pelo menos uma definição para a
expressão “segura o tcham”. Enfim, as gírias e expressões populares, por mais erradas ou
absurdas que possam parecer, ajudam a manter a atualidade dos idiomas que se prezam.
O papel de renovar e atualizar a língua cabe muito mais aos poetas e ao povo do que
propriamente aos gramáticos e dicionaristas de plantão. Nesse sentido, é no mínimo um absurdo
ficar patrulhando os criadores. Claro que os erros devem ser denunciados. Mas há uma
diferença entre o “erro” propriamente dito e a renovação. O poeta é, portanto, aquele que
provoca as grandes mudanças na língua.
Pena que o Brasil seja um país de analfabetos. E deve-se entender como tal não apenas
aqueles 60 milhões de “desletrados” que o censo identifica, mas também aqueles que, mesmo
sabendo o abecedário, raramente fazem uso desse conhecimento. Por isso, é comum ver nas
placas a expressão “vende-se a praso”, em vez de “vende-se a prazo”; ou “meio-dia e meio”, em
vez de… como é mesmo?
O português de Portugal nunca será como o nosso. No Brasil, o idioma foi enriquecido
por expressões de origem indígena e pela contribuição dos negros, europeus e orientais que para
cá vieram. Mesmo que documentalmente se utilize a mesma língua, no dia-a-dia o idioma falado
aqui nunca será completamente igual ao que se fala em Angola ou Macau, por exemplo.
Voltando á questão inicial, não é só o cidadão comum que atenta contra a língua pátria.
Os intelectuais também o fazem, por querer ou por mera ignorância. E também nós outros,
jornalistas. Afinal, herrar é umano, ops, errare humanum est. Ou será oeste?
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Jorge Fernando dos Santos. Estado de Minas, Belo Horizonte
(Texto adaptado)
Exemplo de resumo:
Os puristas resistem às mudanças naturais da língua. Mas, não obstante essa fiscalização, a
língua vai-se diferenciando, por circunstâncias diversas. Daí a existência de variedades de
Português.
Exemplo de síntese:
Jorge Fernando dos Santos critica os puristas da língua que resistem às mudanças
linguísticas. Segundo este jornalista, o natural dinamismo de qualquer língua, faz com que ela se
vá modificando e seja diferente em cada localidade. O autor conclui que toda a gente é passível de
atentar contra a língua, desde o homem comum ao intelectual.
Por vezes, confunde-se o resumo com a síntese. Embora tenham muitas semelhanças, não
são a mesma coisa.
A síntese é uma espécie de resumo crítico. Com efeito, na síntese, além da condensação das
ideias principais, dá-se conta da intenção do autor ao escrever o texto.
Resumo Síntese
Ordem das ideias Não pode ser alterada Pode ser alterada
Forma Mantém a forma gramatical Mudança de forma gramatical;
texto mais dirigido ao leitor
Linguagem A linguagem é informativa e
objectiva (coerente)
Apreciativa (destaque das
intenções do autor)
Não se pode começar por: Pode-se começar por:
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Início
O texto remete-nos para…
destaca o problema de…
O autor refere…
critica…
insurge-se contra…
salienta a questão… interroga-se sobre… põe a nu… esclarece… etc.
1º Exercício prático – Trabalho de grupo
Resumir em cerca de trinta palavras o parágrafo de cento e oito.
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Na despedida, antes do embarque, foi ajoelhar-se diante do mulah Tahar
Bichara, seu tio-avô, douto e santo, discípulo predilecto do Profeta, interlocutor de
Alá na hora da prece: previa-se que em breve atingiria as honras e as benesses de
aiatola. Dele Jamil recebeu carta de recomendação dirigida ao patrício Anuar, chefe
da tribo dos Maron, estabelecida com fazendas de cacau no Estado da Bahia. Carta
para o ricaço, preces para Alá, que não haveria de faltar ao filho perdido na
vastidão da América. O mulah se encarregaria de que assim fosse, o nome de Jamil
permaneceria em sua boca, nos ouvidos de Alá e de seu profeta Maomé.
Jorge Amado, A Descoberta da América pelos Turcos, Publ. Europa-América
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2º Exercício prático – Trabalho de grupo
Identificar as frases que correspondem à introdução e à conclusão.
Sintetizar o desenvolvimento do texto, de modo a realçar o contraste
apresentado entre as frases da introdução e da conclusão.
CALENDÁRIO – O tempo dos astros
Um calendário é um sistema inventado pelos homens para lançar as bases de
uma cronologia cómoda. É o céu que impõe a escolha das unidades. Os calendários
mais antigos eram sem dúvida meramente lunares, equivalendo este ciclo a 29 dias
e meio. O ano agrícola, que ritma as estações, foi impondo progressivamente os
calendários solares, baseados no ano tropical (365 dias e seis horas,
aproximadamente). O calendário gregoriano do mundo ocidental é essencialmente
solar, com excepção da Páscoa, de inspiração lunar. Sendo a duração do ciclo lunar
e do ano tropical incomensuráveis, o problema posto pelo calendário não tinha por
isso solução exacta. Para que o início do ano se apresentasse sempre na mesma
estação, revelou-se necessário intercalar periodicamente um décimo terceiro mês.
Estes calendários luni-solares foram usados pelos israelitas, pelos chineses, pelos
índios…
No calendário “vago”, adoptado pelos antigos egípcios, o ano comportava
um número fixo de dias (12 meses de 30 dias e 5 dias epagómenos [decididos pela
autoridade jurisdicional]. As definições do dia, do mês e do ano, tributárias da
rotação da Terra, do ciclo lunar e da revolução anual do nosso planeta em torno do
sol, eram outrora resultado de observações astronómicas. Mais recentemente, o
quartzo e o átomo permitiram uma contagem bem mais precisa do tempo,
independentemente dos fenómenos astronómicos. Os astros, nos primeiros tempos
da humanidade, serviam para medir o tempo dos homens, mas hoje em dia é o
homem que mede o tempo dos astros!
Christian Nitschelm e outros, ABCedário do Céu, Ed. Público
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TEXTOS UTILITÁRIOS
Tendo em conta que «utilitário» é «o que se refere à utilidade ou ao proveito que se pode tirar
das coisas», isto é, «que toma a utilidade ou o proveito como princípio», um texto utilitário será
todo aquele que pode ser útil a alguém, como é o caso de:
requerimento
carta oficial (formal e informal)
carta de apresentação
curriculum vitae
acta
relatório
1. O Requerimento
O requerimento é a forma do cidadão se dirigir à autoridade, solicitando um benefício, isto é, a
satisfação de um interesse. O requerimento compreende os seguintes elementos:
nome da autoridade, cargo por ele ocupado e órgão requerido - colocam-se na parte
superior direita;
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identificação do requerente - é indispensável e deve apresentar todos os dados julgados
necessários ou convenientes: nome, número do bilhete de identidade, estado civil,
profissão, morada, número de contribuinte, etc.
pedido ou objecto do requerimento - deve conter circunstâncias, ocorrências e situações
anteriores que possam, aos olhos da autoridade, justificar o pedido;
"pede deferimento" - deferir é satisfazer o pedido, usando-se frequentemente esta expressão
com o significado de que o autor do requerimento espera que o seu pedido seja atendido;
local, data e assinatura - são os elementos por que termina este documento.
Exemplo:
Requerimento de Admissão ao Exame de Técnicas de Comunicação Expressão
Ex.mo Senhor
Vice-Reitor para a Área Psico-pedagógica
, filho de
e de
, portador do Bilhete de Identidade n.º
____________________, natural do município de , bairro
, aluno do primeiro ano da Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos, com
o n.º de matrícula , roga a V. Exa. se digne admiti-lo ao exame da disciplina de
Técnicas de Comunicação e Expressão.
Luanda, de de 200___
Pede deferimento,
(Assinatura)
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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2. A Carta
Carta Formal
Normalmente, tem formas mais ou menos estereotipadas facilitando a sua automatização.
De qualquer modo, o início da carta tem de estar de acordo com o desenvolvimento de mesma.
A seguir, refere-se alguns inícios de cartas padronizados de acordo a mensagem que
queremos transmitir.
✍ Começo de assunto / solicitação:
Serve a presente para…
Pela presente vimos junto de V. Ex.ª solicitar …
Tendo tomado conhecimento de…
✍ Informação / esclarecimento:
Informamos V. Ex.ª que…
Vimos, por este meio, informar V. Ex.ª que…
Cumpre-nos pela presente informar V. Ex.ª que…
Temos o presente de informar V. Ex.ª que…
✍ Apresentação de desculpas / comunicações negativas
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Lamentamos não nos ser possível…
Lamentamos vermo-nos impossibilitados…
Cumpre-nos informar V. Ex.ª que nos é de todo impossível…
✍ Sequência de assunto:
Na sequência da carta de V. Ex.ª de (data) temos o prazer de…
De acordo com a carta de V. Ex.ª de (data) somos…
Estrutura da carta formal
CABEÇALHO
João Pedro Fonseca
Rua Amílcar Cabral, nº 150
Maianga
Luanda
Ex.mo Senhor: / Ex.ma Senhora
Dr. António Manuel da Fonseca/ Dra. Antónia
Manuela
Rua Direita de Luanda, nº128 1º A
Luanda
LOCALIDADE E DATA
ABERTURA
Ex.mo Senhor, / Ex.mo Senhor Doutor, / Ex.ma Senhora, / Ex.ma Senhora Doutora,
CORPO DA CARTA (FRASES TÍPICAS)
Junto envio a documentação referente ao...
Venho enviar /Envio em anexo o meu Curriculum Vitae...
Venho solicitar a V. Ex.ª se digne conceder-me uma audiência...
Solicito a atenção de V. Ex.ª para o assunto que passo a expor:
Em resposta ao anúncio publicado no jornal... do passado dia..., venho apresentar a V. Ex.ª a minha
candidatura ao lugar de...
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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Na sequência da conversa telefónica com..., venho comunicar a V. Ex.ª a minha disponibilidade
para...
Venho informar V. Ex.ª de que estou inteiramente ao vosso dispor para uma possível colaboração
com a vossa empresa.
Como é do conhecimento de V. Ex.ª, encontro-me actualmente a desempenhar as funções de...
FÓRMULA DE DESPEDIDA
Agradecendo antecipadamente a atenção de V. Ex.ª, apresento os meus melhores cumprimentos.
Na expectativa das prezadas notícias de V. Ex.ª, subscrevo-me com os melhores cumprimentos.
Com os meus (nossos) melhores cumprimentos,
Com protestos de elevada estima e consideração,
Com as minhas mais cordiais saudações, subscrevo-me,
Saudações cordiais,
Esquema da Carta Comercial
Nome do remetente ou da empresa
Endereço
Código Postal e localidade
Telefone
Fax
Nome do destinatário ou da empresa
Cargo da pessoa na empresa
Endereço
Código Postal e Localidade
País
À atenção de…
Referência (N/Ref:)
Assunto
Data
(Localidade, dia,mês, ano)
Saudação
Corpo da carta
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Despedida
P.S.
Assinatura
(Nome e apelidos)
(Cargo na empresa)
Carta Informal
Este tipo de carta tem um âmbito mais familiar no que se refere ao seu conteúdo, também
ela adquire uma estrutura mais ou menos estereotipada.
Estrutura da carta informal
LOCALIDADE E DATA
ABERTURA
(Vocativo ou fórmula de saudação)
Caro(a) amigo(a): / Caro(a) amigo(a), (menos informal)
Caro Jorge: / Caro Jorge, (menos informal)
Jorge: / Jorge,
Jorge e Mariana: / Jorge e Mariana,
Olá, Jorge: / Olá, Jorge, (familiar)
Querido Jorge: / Querido Jorge, (muito íntimo)
Querido(a) amigo(a): / Querido(a) amigo(a), (muito íntimo)
Saudações de amizade, / Saudações cordiais (relativamente formal)
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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Um abraço, (informal) Um abraço, (informal)
CORPO DO TEXTO: Desenvolver o assunto da carta.
FÓRMULA DE DESPEDIDA
Saudações de amizade, / Saudações cordiais (relativamente formal)
de
Um abraço, (informal)
Um beijinho, / Um beijo, / Muitos beijos, / Muitos beijinhos,
(familiar)
)
ASSINATURA
Carta de Apresentação
Deverá sempre fazer chegar uma Carta de Apresentação juntamente com o Currículo, que
explique resumidamente o que deseja atingir na sua candidatura e breve apresentação para
incentivar a pessoa que está a ler, a continuar a analisar a sua candidatura e passar para o passo
seguinte, que é olhar para o Currículo.
Depois deverá colocar o Currículo num envelope fechado e endereçar à pessoa responsável pela
análise das candidaturas. Este ponto é muito importante, porque em empresas com uma dimensão
maior, é fácil perderem-se documentos que não estejam completamente explícitos. Depois do
trabalho que teve, não vai querer que o Currículo nunca chegue às mãos certas…
Se tiver dúvidas sobre a pessoa responsável, ligue para a empresa e descubra o nome da pessoa e
enderece-lhe a carta directamente.
Comece por colocar um cabeçalho sublinhado que indique a vaga a que se candidata,
inclusivamente se tiver visto num anúncio publicitário, faça referência ao sítio onde viu o anúncio
da candidatura.
Carta de Apresentação formal
Esta Carta de Apresentação deverá ser formal dentro dos parâmetros do país onde se encontra.
Ela é estruturada em três parágrafos:
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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Parágrafo de introdução – em que se apresentam as razões da carta, se refere o anúncio e as
razões por que se responde;
Parágrafo de desenvolvimento – retoma os aspectos nucleares do anúncio e expõe os
argumentos pelos quais o candidato julga preencher esses requisitos;
Parágrafo de conclusão – em que se solicita a entrevista;
Fórmula de cortesia;
Assinatura.
A Carta de Apresentação deverá ser muito resumida, no máximo poderá ter um dos lados
de uma folha A4 preenchida. Deverá ainda ser educada e formatada de forma a ser de fácil leitura.
Coloque ainda a sua disponibilidade para ser entrevistado nas semanas seguintes.
Se seguir estes conselhos, conseguirá fazer um Currículo bastante completo e, mais importante,
com as coisas que são importantes de serem analisadas pelas empresas que o estão a considerar
para uma vaga. Além disso, fazer uma Carta de Apresentação para acompanhar o Currículo,
dar-lhe-á ainda mais vantagens sobre os outros candidatos concorrentes.
Se tiver feito um bom trabalho nas empresas por onde passou, indique os contactos de pessoas que
trabalhem lá (preferencialmente seus antigos chefes) para que possam dar a opinião deles acerca
do seu desempenho enquanto colaborador.
Se quiser, pode também colocar o contacto de algum professor que possa também referenciá-lo
positivamente.
Exemplo:
António Gonçalves (nome e apelido)
Rua Diogo Cão, Nº 427, RC/Dto
3434-088 Torres Vedras
Tel. 262445577
REFª. 1015; Diário de Notícias, 3 de Dezembro de 2000
Exmos. Senhores:
O vosso anúncio publicado no Diário de Notícias, em 3 de Dezembro de 2000,
despertou-me grande interesse. Com prazer consideraria a hipótese de integrar-me na vossa
empresa.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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Deduzo do vosso anúncio que procuram alguém que … De facto penso que a minha
preparação/experiência em … por … Particularmente entusiasma-me a possibilidade de na
vossa empresa …
Na entrevista que V. Exas. quiserem conceder-me terei oportunidade de completar
estas informações.
Na expectativa das vossas prezadas notícias, apresento a V. Exas. os meus melhores
cumprimentos e subscrevo-me
De V. Exas.
Atentamente,
Assinatura
3. Curriculum Vitae
Se está à procura de emprego, então aprender como fazer um Curriculum Vitae é muito
importante para que demonstre todo o seu potencial a um eventual empregador, ainda antes de ter a
oportunidade de estar numa entrevista e aí explicar melhor porque deve ser contratado.
O que é um Curriculum Vitae
A palavra Curriculum Vitae vem do Latim e significa história de vida e como o nome indica é
para colocar a história da sua vida profissional e alguns factos relevantes da sua vida pessoal. É o
documento em que um candidato a um emprego se dá a conhecer a uma empresa ou instituição. É
um dos instrumentos com que os empregadores seleccionam os seus colaboradores.
Modelos de Curriculum Vitae
Existem vários modelos de Curriculum Vitae disponíveis, inclusivamente existe há alguns anos o
Curriculum Vitae Europeu, para uniformizar este documento em todos os países pertencentes à
União Europeia. No entanto, os princípios do que deve colocar quando está a fazer um
Curriculum Vitae são iguais em todos os modelos.
Como fazer um Curriculum Vitae útil
Um Curriculum Vitae é simplesmente um anúncio para vender os seus serviços no mercado e
serve para mostrar porque é que é melhor que os outros candidatos que competem consigo.
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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Devemos enviar um Curriculum Vitae sempre que queremos concorrer a uma vaga numa
empresa directamente ou então para enviar para empresas de recrutamento on-line ou empresas de
recrutamento tradicionais.
O principal objectivo do Curriculum Vitae é impressionar quem o lê, o suficiente para que
consiga uma entrevista presencial, que é um tópico e tem uma preparação diferente.
Como fazer um Curriculum Vitae académico
Se ainda está a estudar e não tem qualquer experiência de emprego, procure no seu
estabelecimento de ensino, ajuda para preencher o seu. Eles deverão ter as habilitações
fundamentais do que aprendeu enquanto lá estudou, no entanto é preciso garantir que não vai
copiar textualmente o que aparece nesses documentos, porque isso é o que farão quase todos e
ninguém gosta de ver dezenas de Curriculum Vitae iguais quando estão a entrevistar candidatos
para a sua empresa.
O que fazer antes do Curriculum Vitae
Antes de começar a escrever o que quer que seja, analise os empregos a que pretende concorrer e
compare os seus conhecimentos com os conhecimentos que são pretendidos pela empresa. Se
estiver mesmo interessado numa determinada vaga, ligue para lá e peça mais informações sobre o
que se pretende do novo colaborador. As empresas maiores têm „job descriptions‟ que detalham
exactamente o que é pretendido de cada função dentro da organização. Só assim saberá se tem as
qualificações necessárias para o cargo, bem como saber se é o tipo de emprego que pretende para
si.
O que colocar no Curriculum Vitae
Informações Pessoais
Deve incluir os dados pessoais relevantes: nome, morada, contactos e data de nascimento.
Formação Académica
Coloque os locais onde estudou, começando pelos mais recentes, ou seja, a sua escola básica
deverá ser a última linha. Detalhe a sua educação mais recente e resuma a educação mais antiga, já
que esta não é muito relevante para uma função profissional.
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Ano
Nomenclatura do curso
Instituição
Experiência Profissional
Aqui também deverá colocar as suas experiências mais recentes em primeiro lugar. Os dados
importantes nesta informação são:
Nome da empresa
Cargo que ocupava
E o mais importante, quais os seus sucessos na empresa
Formação profissional
Nesta secção deverá incluir todos os cursos e formações que tenham contribuído para a sua
educação académica.
Ano
Nomenclatura da formação
Instituição que dinamizou (ministrou) a formação
Outras competências / Outros assuntos
Para fazer um Curriculum Vitae completo deve incluir todas as informações que podem ser
relevantes para um emprego e não mais do que isso. Por isso, nesta área deverá colocar
competências como:
Carta de condução
Conhecimentos de outras línguas
Conhecimentos informáticos
Tipos de Curriculum Vitae
Existem dois tipos de Curriculum Vitae, com algumas diferenças entre eles.
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Curriculum Vitae cronológico
Quando está a fazer este Curriculum Vitae, dentro de cada área incluem-se os eventos
cronologicamente, com os mais recentes inicialmente.
Curriculum Vitae funcional
Neste modelo, analisa-se as qualificações necessárias para o emprego e constrói-se o documento
dividido por áreas funcionais que se apliquem à vaga a que se candidata.
Este modelo dá mais trabalho porque é necessário adaptar a cada vaga, no entanto é mais eficaz
porque tenta responder às necessidades directas das empresas.
Como fazer um Currículo bonito
Saiba agora como fazer o Currículo chegar às mãos certas. Deve fazer a sua formatação correcta
quando o for entregar às empresas e fazer uma carta de apresentação para introdução.
Em termos de formatação é essencial que seja um documento impresso por um processador de
texto (não fazer um Currículo escrito à mão…) e impresso numa folha de papel de qualidade e
com a melhor qualidade que a impressora permitir. Afinal de contas, é a sua imagem.
Use os sublinhados e os negritos para realçar os cabeçalhos, mas não use muitos tipos diferentes.
Da mesma forma, mantenha apenas uma ou duas fontes, tamanhos e cores. Não faça do Currículo
um obra artística, mas sim um documento formal, bem organizado e de fácil leitura. Para isso,
deixe muitos espaços em branco e estruturas hierárquicas como balas e contadores.
O importante é, quando o documento estiver terminado, colocar-se na pele da pessoa que vai
analisar o Currículo, que tem de olhar para dezenas ou centenas diariamente, e pense se conseguia
ler o documento facilmente e se todas as ideias principais que quer transmitir estão bem
explicadas.
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A melhor forma de testar se o Currículo está bem feito, é pedir a outra pessoa que o leia e dê a sua
opinião sobre o documento. Amigos, familiares, colegas de emprego e professores, são todos
candidatos a ajudá-lo como fazer um Currículo perfeito.
Como fazer um Currículo com o tamanho certo
Aqui depende um pouco da informação relevante que tiver para dizer ao seu entrevistador.
Certifique-se apenas que é o mais reduzido possível (, sem perder informações importantes. Pode
ser apenas uma página A4, se conseguir resumir tudo e mesmo assim o documento ficar bem
legível.
Se tiver mais do que uma página, coloque números no canto inferior de cada uma delas, para
identificar correctamente a ordem do documento.
De qualquer forma, evite mais do que duas páginas A4 já que irá tornar-se enfadonho para a
pessoa que tiver de o analisar.
Resumindo….
Um bom CV é aquele que desperta no empregador a vontade de vir a comunicar
pessoalmente com o candidato de modo a conhecê-lo melhor - aquele que, redigido com
verdade, revela as marcas individuais da personalidade do candidato.
Quem lê currículos gasta em média três minutos com cada um.
Implica:
Clareza; boa leitura; sem erros de ortografia; sem repetições; frases curtas, parágrafos bem
definidos.
Ser escrito, se possível, numa página; se não, nunca no verso.
Em folha branca de formato A4.
As informações devem ser apresentadas pela mesma ordem.
Exemplo para quem está ou esteve empregado: data, nome da(s) firma(s) ou organizações onde
já trabalhou, ramo de actividade delas, cargo aí desempenhado.
Resumindo…
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As siglas, se usadas, devem ser descodificadas, por exemplo, EDEL (Empresa de
Distribuição de Energia de Luanda).
Pode-se sublinhar/destacar os aspectos considerados mais relevantes.
Há currículos em que os candidatos apresentam um “resumo relâmpago” do que acham
mais pertinente no seu “percurso de vida”.
Ao curriculum não se deve juntar documentos fotocopiados (a não ser que expressamente
solicitados) – isso é para a entrevista, em que se tem que provar as afirmações nele
constantes.
Um CV habitualmente não é assinado e pode ou não ser datado. Um sobrescrito do formato
da folha em que foi escrito poderá ajudar a que o CV, não sendo dobrado, fique mais
legível.
São sempre de evitar as conotações políticas ou religiosas. O desporto, sobretudo se for de
grupo, é um trunfo a favor.
Atenção aos efeitos de bumerang: o que se não conseguir provar tem o efeito contrário.
Ordem cronológica ou não? Cabe ao candidato optar por aquela que mais o valorize.
Resumo relâmpago? Se o candidato achar que se trata de um grande argumento.
Motivações e objectivos. Se não os incluir no CV, escreva-os na carta de acompanhamento
do CV.
4. A Acta
A acta requer a elaboração antecipada de uma convocatória. Na qual consta o dia, a hora, o local e
a ordem de trabalhos da reunião. A acta é um relato oficial de decisões tomadas em assembleias,
reuniões ou conselhos. O documento é elaborado pelo secretário que, no decurso da reunião, vai
tomando apontamentos com vista à elaboração de um texto prévio. Este texto, depois lido,
aprovado e assinado pela Assembleia Geral, no final da reunião ou no início da reunião seguinte, é
que corresponde à acta propriamente dita e tem valor jurídico.
A ACTA É UM REGISTO ESCRITO E FIEL DO QUE SE PASSOU NUMA REUNIÃO
Regras de redacção:
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estilo simples, conciso e claro;
sem abreviaturas;
números e datas por extenso;
intervalos em branco, entrelinhas e rasuras são eliminadas com traços, para evitar
adulterações;
no caso de erro, repete-se o assunto após as palavras "digo"e, caso a falha seja notada
posteriormente, deve-se acrescentar a frase: "onde se lê... leia-se...".
antes de ser assinada, deve ler-se em voz alta para ser aprovada;
a acta é aprovada por todos os presentes ou apenas pelo Secretário e pelo Presidente;
registar todas as intervenções, declarações e votações, se for o caso.
Exemplo
ACTA NÚMERO ___________
Aos _______ (1) dias do mês de ____________(1) de __________ (1), pelas _________ (1) horas
e _________ (1) minutos, realizou-se na ___________(2) uma reunião presidida por
______________(3) e com a presença de ____________ (4) e com a seguinte ordem de trabalhos
_____________ (5).
Desenvolvimento detalhado de todos os assuntos tratados, registo das várias opiniões e das
conclusões.
E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser
assinada pelo presidente e por mim,___________ (6), na qualidade de secretário(a), que a redigi.
O(A)Presidente O(A) Secretário(a)
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_______________ _________________
(1) – Todos os números vêm por extenso
(2) - Local, nome da empresa, escola, etc.
(3) – Nome completo do Presidente
(4) – Nome de todos os participantes
(5) – Enumeração dos pontos da ordem de trabalho
(6) – Nome do secretário
5. O Relatório (de observação)
O relatório é uma narração de factos visando a orientação de um superior hierárquico na tomada
de decisões. Nele estão contidas informações relevantes que permitirão a análise e o julgamento de
uma dada situação. A sua redacção deve se imparcial, estando o seu conteúdo baseado na
verificação pessoal ou em fontes fidedignas. À cabeça do relato figuram as razões que
determinaram a sua elaboração. O texto termina com a análise do assunto e com propostas de
soluções para o caso em estudo.
Técnicas de redacção:
frases curtas e gramaticalmente correctas;
discurso claro e objectivo
alíneas;
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parágrafos frequentes;
precisão de vocabulário;
destaque dos pontos de desenvolvimento;
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FICHA Nº1
Esopo, o fabulista, escravo do filósofo Xantós, em Samos, recebe do seu dono a ordem de
correr ao mercado e de aí comprar tudo o que houver de melhor para um banquete.
O escravo obedece e traz apenas línguas. Quando o dono o censura por ele apenas
servir esse prato, Esopo responde:
- Que há de melhor que a língua? A língua é que nos une a todos, quando falamos. Sem
a língua nada poderíamos dizer.
Xantós é levado a concordar, mas, para experimentar a sabedoria de Esopo, manda-o
novamente ao mercado, mas, desta vez, para trazer o que lá houver de pior.
E Esopo novamente traz língua…
- Língua, ainda? Língua? Não disseste, mostrengo, que língua era o que havia de
melhor? Queres ser espancado?
M. Santos (texto adaptado)
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1. Quantos parágrafos tem este texto? Numere-os.
1.1 Em que parágrafos existe discurso directo? Justifique a sua resposta.
1.2 Quantas frases há no segundo parágrafo?
1.3 Quantas orações existem na primeira frase do segundo parágrafo? Justifique a sua resposta.
No quarto parágrafo existe apenas uma frase. Transforme-a em três, sem alterar a lógica do
texto.
2. “E Esopo novamente traz língua…”. Que ideia traduzem as reticências no final desta frase?
3. Os dois pontos surgem duas vezes no texto. Explique a razão da sua utilização.
4. Reescreva as frases que se seguem, acrescentando-lhes as vírgulas que lhes faltam:
4.1 De qualquer forma João tens razão.
4.2 Para onde foi ele meu Deus?
4.3 Dona Nádia a mãe do Pedro espera-te nesta sala.
4.4 Espero porém que nos encontremos brevemente.
4.5 Professor como se faz este exercício?
4.6 Pensa um pouco Tiago.
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FICHA Nº 3
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ANEXO 2
Há que ler, ler muito, ler sempre.
Saber ler é apreender o sentido do texto. Neste nível de
ensino, o aluno já deverá ler com expressividade, sem
hesitações. Só assim a mensagem será captada por quem a
ouve.
Eis alguns conselhos para uma boa leitura:
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1. Sempre que possível, leia primeiro o texto silenciosamente, prestando muita atenção para
entender a mensagem;
2. Ao ler o texto em voz alta deve fazê-lo com expressividade para que a mensagem chegue
facilmente ao ouvinte;
3. Leia pausadamente. Ler rápido não significa ler bem;
4. Pronuncie bem as palavras, não omitindo as últimas sílabas;
5. Não baixe o tom à medida que se aproxima do fim da frase;
6. Leia com fluidez, sem hesitações;
7. Respeite a pontuação, fazendo as pausas ou entoações exigidas pelas diferentes frases;
8. Dê ao texto a entoação apropriada para que se possa, por exemplo, distinguir a fala das
personagens da voz do narrador;
9. Deixe transmitir ao ouvinte, através da expressividade, as emoções que o texto encerra;
10. Não se debruce sobre o texto, projete bem a sua voz para fora para que a mensagem seja
ouvida com clareza;
11. Levante, sempre que puder, os olhos do papel;
12. Treine a leitura em voz alta e se puder grave a sua leitura. Ao ouvir-se, se não gostar
dificilmente os outros poderão gostar;
13. Leia muito, pois quanto mais ler, melhor será a sua leitura e consequentemente, a sua escrita.
BIBLIOGRAFIA
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Porto Editora.
Azeredo, M. Olga e outros (2007). DA COMUNICAÇÃO À EXPRESSÃO – GRAMÁTICA PRÁTICA DE PORTUGUÊS. Lisboa; Lisboa Editora.
Borregana, António Afonso (2007). GRAMÁTICA – LÍNGUA PORTUGUESA (1ª edição).
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Coimbra, Olga Mata e Coimbra, Isabel (2002). GRAMÁTICA ACTIVA 1 (2ª edição). Lisboa; Lidel – Edições Técnicas, Lda.
Coimbra, Olga Mata e Coimbra, Isabel (2002). GRAMÁTICA ACTIVA 2 (2ª edição). Lisboa; Lidel – Edições Técnicas, Lda.
Cunha, Celso e Cintra, Lindley (2003). BREVE GRAMÁTICA DO PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO (16ª edição). Lisboa; Edições Sá da Costa.
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Gómez, Sonia Iborra (1999). CORRESPONDÊNCIA COMERCIAL (1ª edição).
Lisboa; Editorial Estampa, Lda.
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www.esffl.pt, consultado em 3/11/2008.
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