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MBA GESTÃO EM SAÚDE- USP-RIBEIRÃO PRETO Karem Christine Corrêa e Silva A Implantação da Gestão de Qualidade No Hospital Unimed de Sorocaba Sorocaba / SP 2012

MBA GESTÃO EM SAÚDE- USP-RIBEIRÃO PRETOcooperado.unimedsorocaba.com.br/artigo/Monografia_Dra_Karem.pdf · Avaliação da Qualidade pelo Processo de Acreditação Hospitalar Acreditação

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MBA GESTÃO EM SAÚDE-

USP-RIBEIRÃO PRETO

Karem Christine Corrêa e Silva

A Implantação da Gestão de Qualidade

No Hospital Unimed de Sorocaba

Sorocaba / SP

2012

Karem Christine Corrêa e Silva

A Implantação da Gestão de Qualidade

No Hospital Unimed Sorocaba

Trabalho de conclusão de curso MBA Gestão em Saúde pela

USP Ribeirão Preto e Fundação Unimed

Orientadores: André Lucirton Costa e

Sonia V. W. Borges de Oliveira

Sorocaba / SP

2012

Karem Christine Corrêa e Silva

Implantação da Gestão de Qualidade

No Hospital Unimed Sorocaba

Trabalho de conclusão de curso entregue ao coordenador do

MBA em Gestão em Saúde USP Ribeirão Preto.

Aprovado em:

Examinador:

Dedicamos este trabalho a nossa família que no período de

desenvolvimento deste trabalho nos ajudaram com paciência,

carinho e compreensão.

AGRADECIMENTOS

Ao meu esposo Fábio, meus filhos, aos amigos, colegas de trabalho, à equipe

da Gestão de Qualidade do Hospital Unimed Sorocaba, em especial Andrea e

Renato, e a todos que colaboraram direta ou indiretamente com a execução deste

trabalho.

RESUMO

Atualmente a gestão da qualidade assim como a acreditação hospitalar têm

sido importantes e frequentes objetos de estudo em várias organizações, inclusive

as de saúde. Portanto, sua implantação em um hospital geral de médio porte,

especificamente, o da UNIMED Sorocaba, é um excelente estímulo para um estudo.

Este trabalho mostra como ocorreu a formação inicial do Escritório da

Qualidade no Hospital da UNIMED Sorocaba e seu aprimoramento no controle de

processos e de colaboradores, inclusive com uso de vários indicadores, do balanced

score card, do benchmarking e dos ciclos de melhorias, proporcionando um

amadurecimento tanto da empresa como de seus gestores, levando a uma maior

satisfação de seus clientes.

Também é discutida a importância da acreditação hospitalar hoje em dia para

que um hospital particular se mantenha em um mercado tão competitivo, assim

como as dificuldades para sua obtenção e manutenção com o objetivo de manter os

bons resultados e buscando sempre a melhoria contínua.

Palavras chaves: gestão da qualidade, acreditação hospitalar, indicadores,

balanced score card, benchmarking, melhoria contínua.

ABSTRACT

Currently the management of quality and also the hospital accreditation are

important and frequent objects of study in several organizations, including those in

the health system. Therefore, its implementation in a general hospital of medium

size, specifically, the UNIMED Sorocaba Hospital, is an excellent stimulus for a

study.

This paper shows how to place the initial formation of the Office of Quality

Hospital UNIMED of Sorocaba and its improvement in process control and

employees, including the use of various indicators, the balanced scorecard,

benchmarking and improvement cycles, providing an upgrading for both the company

and its managers, leading to greater customer satisfaction. Also is taken in

discussion the importance of hospital accreditation today for a private hospital

succeed at its very competitive market, as well as the difficulty to obtain and keep the

accreditation status in order to maintain the good results and always striving for

continuous improvement.

Key Words: quality management, hospital accreditation, indicators, balanced score

card, benchmarking, continuous quality improvement.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8

2 TEORIA DA QUALIDADE .................................................................................... 9

3 METODOLOGIA ................................................................................................. 24

4 CARACTERIZAÇÃO DO HOSPITAL UNIMED DE SOROCABA E DO

SISTEMA DA QUALIDADE ...................................................................................... 25

5 GESTÃO DA QUALIDADE NO HUS ................................................................. 27

6 DISCUSSÃO ...................................................................................................... 45

7 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 50

8 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 51

9 ANEXOS ............................................................................................................. 53

8

1 INTRODUÇÃO

A implantação da Gestão de Qualidade em hospitais tornou-se uma

necessidade, pois a organização, afinal, tem por objetivo a qualidade no

atendimento a seus clientes. Além disso, a imagem dos hospitais baseia-se neste

padrão de qualidade e, portanto, seria vital que mantivesse seus bons serviços além

da melhoria contínua em seus processos levando a um aperfeiçoamento.

1.1-Justificativa- A escolha do tema foi inspirada pela recente obtenção do

nível 3 de acreditação hospitalar da Organização Nacional de Acreditação-ONA, fato

este importantíssimo e merecedor de atenção por parte de todos os cooperados,

pois os resultados dessa conquista afetam profundamente a empresa como um

todo. Porém, a importância de tal fato parece ser pouco reconhecida pelos

profissionais da saúde e público em geral nos motivando a melhor estudá-la.

Durante o processo de implantação, percebemos que houve certa resistência de

alguns profissionais para se adaptarem, pois além de não darem importância ao

tema muitos achavam que não passava de mera burocracia e não conseguiam

apreender a vantagem de sua aplicação prática.

1.2-Hipótese: A estruturação e implantação de um sistema de gestão da

qualidade possibilita a criação de indicadores de resultado, bem como sua melhoria

no tempo.

1.3-Objetivo: Descrever o processo de criação e implantação da Gestão da

Qualidade, de criação de indicadores de gestão e analisar sua evolução em um

hospital geral, no caso, Hospital Unimed de Sorocaba. Pretende mostrar o impacto

no desenvolvimento da organização com a implantação do sistema, assim como a

ampla melhoria resultante em seus processos, com sua padronização e com a

inserção da gestão de riscos e ciclos de melhorias que levou a maior satisfação da

população atendida.

9

2 TEORIA DA QUALIDADE

Histórico da Qualidade

Atualmente, a gestão de qualidade tem uma visão macro da existência

humana Qualidade deixou de significar apenas controle da produção. Hoje há uma

preocupação com a qualidade intrínseca de bens e serviços e com o uso de

ferramentas e métodos de gestão. Assim, o conceito de qualidade total ou de gestão

da qualidade passou a significar o modelo de gerenciamento que busca a eficiência

e eficácia organizacionais mostrando a importância deste conceito como modelo de

excelência para melhor gerir a organização.

Como conceito a qualidade é conhecida há milênios, porém, apenas

recentemente ela foi percebida como função da gerência e tendo um componente de

característica dinâmica. Essa ampliação de conceito é considerada essencial para o

sucesso estratégico (GARVIN, 2002) e pode também ser notada em

responsabilidades que se agregam à área, como qualidade ambiental e de vida,

ética e valores etc. fato que demonstra a crescente importância desse conceito para

a sociedade.

No século XX, Frederick W. Taylor atribuiu maior legitimidade à atividade de

inspeção, separando-a do processo de fabricação e atribuindo-a a profissionais

especializados (QUINTO NETO, 2000) e associando-a ao controle da qualidade. A

solução de problemas era vista como fora do departamento de inspeção.

Shewhart (1931) publicou um livro “Economic control of quality manufactured

product” que conferiu um caráter científico à prática da busca da qualidade. É

fundamentado no desenvolvimento de técnicas para controle do processo como, por

exemplo, carta de controle (ou gráfico de controle) e amostragem. A quantidade de

profissionais treinados nessa área levou a formação de grupos como o japonês

JUSE (Japanese Union of Scientists Engineers) e organizando os primeiros “Círculos

de Controle de Qualidade” (CCQ).

O estatístico especialista em qualidade, W. Edwards Deming (1950) foi ao

Japão convidado pela JUSE para proferir palestras e contribuiu muito para o

aperfeiçoamento das técnicas de qualidade japonesa. Joseph M. Juran (1954)

visitou o Japão e liderou a passagem da qualidade baseada em aspectos

tecnológicos das fábricas para uma nova, que passou a ser global e holística, o

10

“Total Quality Control” (TQC), que ganhou fama com Armand Feigenbaum, tornando-

se um conceito mais amplo, pois requer que todos os colaboradores - do presidente

aos operários, dos fornecedores aos clientes, e também a comunidade - participem

da melhoria da qualidade. (MARSHALL JUNIOR, 2006).

Nos anos 70, quatro elementos passaram a fazer parte desta nova era:

quantificação dos custos da qualidade, controle total da qualidade, engenharia da

confiabilidade e Zero Defeito. O Zero Defeito (teoria de Philip Crosby), ou seja, “fazer

certo na primeira vez” foi o último movimento importante da era da garantia da

qualidade.

Especialmente nas ultimas duas décadas do século XX a qualidade passou a

ser percebida como de cunho estratégico, além de seu viés tradicionalmente técnico.

A principal diferença entre seu conceito inicial e o atual é que agora ela está

relacionada às necessidades e anseios dos clientes. Por isso, é preciso estar bem

sintonizado com os colaboradores, pois a qualidade está muito mais associada à

percepção de excelência nos serviços, ou seja, mais relacionada às pessoas. Assim,

o elemento humano e sua qualidade representam o grande diferencial

contemporâneo. Logo, promover um treinamento adequado à equipe, por exemplo,

pode significar o êxito do empreendimento.

Sendo assim, o termo Qualidade (ou Melhoria Contínua da Qualidade nos

conceitos mais modernos) é um fenômeno continuado de aprimoramento, que

estabelece progressivamente os padrões, resultado dos estudos de séries históricas

na mesma organização ou de comparação com outras organizações semelhantes,

em busca do Defeito Zero – situação que, embora não atingível na prática, orienta e

filtra toda ação e gestão da qualidade. É também um processo essencialmente

cultural e desta forma envolve motivação, compromisso e educação dos

participantes da entidade, que são assim estimulados a uma participação de longo

prazo no desenvolvimento progressivo dos processos, padrões e dos produtos da

entidade.

Resumindo, entende-se Qualidade como um processo dinâmico, ininterrupto

e de exaustiva atividade permanente de identificação de falhas nas rotinas e

procedimentos, que devem ser periodicamente revisados, atualizados e difundidos,

com participação da alta direção até seus funcionários mais básicos.

11

A Qualidade Hospitalar no Brasil

Dentro deste contexto histórico, desenvolve-se no Brasil, já há alguns anos,

instrumentos oficiais de avaliação do desempenho das organizações hospitalares do

Sistema Único de Saúde, utilizando-se um conjunto de critérios que os hospitais

devem preencher, a partir de padrões preestabelecidos, tendo por base a aplicação

de conceitos e técnicas da qualidade total (QUINTO NETO, 2000). Fenômeno

semelhante pode ser observado nos hospitais da rede privada suplementar, que

fazem uso de certificações proferidas por organizações avaliadoras de

reconhecimento internacional como diferencial de mercado, demonstrando uma

crescente preocupação com a qualidade.

Padronização e classificação dos hospitais

Os primeiros esforços nesse sentido datam da década de 30, com o Censo

Hospitalar do Estado de São Paulo, no qual foi formulada uma primeira proposta de

regionalização e hierarquização de serviços. Porém, ela não chegou a ser

implantada, mas serviu de inspiração para outras classificações criadas

posteriormente.

Veja no quadro 1 um estudo de Odair Pedroso.

12

Em 1951, com o 1º Congresso Nacional do Capítulo Brasileiro do Colégio

Internacional de Cirurgiões, realizado em São Paulo, foram estabelecidos os

primeiros padrões mínimos para os centros cirúrgicos, com estudos tanto para os

aspectos de planta física como a organização desta unidade hospitalar, descritos no

Quadro 2.

Neste congresso foram ainda estabelecidos os componentes do prontuário

médico, bem como algumas normas gerais para a organização do hospital,

indispensáveis ao bom funcionamento do setor. (CARVALHO, 1973).

Em 1960, o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Previdenciários já

possuía padrões para credenciamento dos serviços hospitalares. Tais critérios

abrangiam: planta física, equipamento e organização, especificando itens para a

área “estrutura” como é classificada ainda hoje. Este relatório, porém, sofreu crítica

devido à excessiva ênfase aos aspectos físicos e a pouca importância aos recursos

humanos, e quase nenhuma menção à produção e produtividade (processo), sem

falar em resultados (AZEVEDO, 1991).

Atualmente estes critérios continuam válidos e foram apenas acrescidos

outros descritos em manuais e livros, complementando o processo inicial.

(FELDMAN, 2005)

Avaliação da Qualidade pelo Processo de Acreditação Hospitalar

Acreditação é uma palavra originária do inglês, utilizada pelo Manual

Brasileiro de Acreditação e pelo Manual das Organizações Prestadoras de Serviços

Hospitalares e diz respeito à conformidade do procedimento de avaliação dos

recursos institucionais (que deve ser voluntária, periódica, reservada e sigilosa) que

13

tende a garantir a qualidade da assistência através de padrões previamente aceitos.

Os padrões podem ser mínimos (definindo o piso ou base) ou mais elaborados e

exigentes, definindo diferentes níveis de satisfação e qualificação como

complementam. (NOVAES e PAGANINI, 1994)

A acreditação, assim, é um modelo de avaliação externa da qualidade. Abre-

se a instituição para especialistas da área para que a observem a partir de critérios

pré-estabelecidos.

No Brasil, ganhou maior evidência a partir dos anos 90 e desde então se

formaram vários grupos e atualmente temos a coexistência de vários modelos, coisa

única no mundo, segundo Laura Schiesari, gerente de unidades externas do

Hospital Sírio Libanês em debate no periódico SER Médico (CREMESP, 2011).

Esses modelos são o da Organização Nacional de Acreditação (ONA), o da Joint

Commission que, aqui é representado pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação

(CBA), a Accreditation Canada, designada pelo Instituto Qualisa de Gestão, e mais

recentemente, o DNV (Det Norske Veritas). Já o CQH (Compromisso com a

Qualidade Hospitalar) é um modelo de avaliação externa que não tem título de

acreditação, é voluntário e não é cobrado, mantido pelo CREMESP (Conselho

Regional de Medicina do Estado De São Paulo) e pela APM (Associação Paulista de

Medicina). Ele tenta estimular as instituições para a melhoria contínua que não

dependa tanto de forças externas, mas que seja inerente à organização.

A ONA é uma organização privada, sem fins lucrativos e de interesse coletivo

que tem como principais objetivos a implantação nacional de um processo

permanente de melhoria da qualidade da assistência à saúde, estimulando todos os

serviços de saúde a atingirem padrões mais elevados de qualidade, dentro do

Processo de Acreditação.

As Instituições Acreditadoras (IAC) são entidades de direito privado,

credenciadas pela ONA para desenvolverem o processo de avaliação das

Organizações Prestadoras de Serviços de Saúde (OPSS), tendo como atribuições

avaliar a qualidade dos serviços de saúde, competindo a elas a certificação das

OPSS e a capacitação dos avaliadores, sendo-lhes vedada a participação ativa ou

criativa no desenvolvimento do sistema de assistência, gestão ou qualidade da

OPSS, em caráter de consultoria ou assessoria. (ONA, 2011)

Atualmente existem seis IAC’s credenciadas pela ONA, para procederem a

atividades de capacitação e treinamento, diagnóstico organizacional e avaliação

14

para a certificação: Instituto Paranaense de Acreditação em Serviços de Saúde

(IPASS); Fundação Carlos Alberto Vanzolini (FCAV), Instituto Qualisa de Gestão

(IQG) e Germanischer Lloyd Certification South America (GLCSA), Instituto de

Acreditação Hospitalar e Certificação em Saúde (IAHCS), e Det Norske Veritas

(DNV), DICQ- Sistema Nacional de Acreditação LTDA. (ONA, 2011).

A ideia geral é que organização prestadora de serviços de saúde que aderir

ao processo de acreditação estará revelando a sua responsabilidade e o seu

comprometimento com segurança, com a ética profissional, com procedimentos que

realiza e com a garantia da qualidade do atendimento à população. Sendo assim, o

objetivo dos padrões da Acreditação é ficar à frente dos últimos progressos técnicos

nas organizações hospitalares. Afinal, se os padrões permitidos fossem mínimos,

não haveria a possibilidade de progressos técnicos. (BURMESTER, 1997)

O processo avaliatório da Acreditação dá-se a partir de padrões previamente

estabelecidos, isto é, compara-se o que é encontrado nos serviços com o padrão

considerado como referência. Assim sendo, verifica-se se o serviço atinge ou não os

critérios preconizados como desejáveis. Itens de verificação apontam as fontes onde

os avaliadores podem procurar as provas ou o que o hospital puder apresentar para

indicar que cumpre com determinado padrão e em que nível. Estas fontes podem

ser documentos do hospital, entrevistas com as chefias de serviço, funcionários,

clientes e familiares, prontuários médicos, registros dos pacientes e outros (MALIK,

1998).

A fase de avaliação e visita é composta por dois grandes momentos: a pré-

visita e a visita propriamente dita. Na pré-visita, o hospital prepara-se para o

processo com a divulgação interna e distribuição do manual aos funcionários. A

visita somente ocorrerá após a solicitação formal e voluntária do hospital, à

Instituição Acreditadora.

A duração da visita dos avaliadores é variável em função do porte e da

complexidade do hospital. Na visita, todos os setores e unidades são avaliados

dentro de uma programação definida, junto aos responsáveis do hospital.

O relatório é elaborado pelos avaliadores para o hospital e para a gerência da

Instituição Acreditadora com um parecer final dos avaliadores (de consenso) sobre a

indicação para a acreditação e em que nível. O Certificado é emitido pela Instituição

Acreditadora e tem a validade de dois anos, para “Acreditado” e “Acreditado pleno”.

Já o “Acreditado com Excelência” tem prazo de validade de três anos. Terminados

15

estes prazos, a instituição deve submeter-se a um novo processo de avaliação.

Considerando as avaliações externas como meio de implantar a equidade na

elaboração de critérios, existem cinco iniciativas atualmente no Brasil: ISO, Prêmio

Nacional de Qualidade, Acreditação, Auditoria Médica e Análise de Riscos

Profissionais Legais. Ressalta-se no contexto das avaliações da qualidade, o papel

integrador da ONA, que desenvolve um trabalho minucioso de unificação das

diversas iniciativas de avaliação fortalecendo o sistema de saúde no Brasil.

Em 1990 foi realizado um convênio com a Organização Pan-Americana de

Saúde (OPAS), a Federação Latino Americana de Hospitais e o Ministério da Saúde

para elaborar o Manual de Padrões de Acreditação para América Latina

(SCHIESARI, 1999).

Retomando o desenvolvimento da Acreditação na América Latina, em abril de

1992, a OPAS promoveu em Brasília o primeiro Seminário Nacional sobre

Acreditação, no qual foi apresentado o Manual de Acreditação da OPAS, que seria

um instrumento básico importante para iniciar o processo.

Em 1994, o Ministério da Saúde lançou o Programa de Qualidade com o

objetivo de promover esta cultura. Estabeleceu, ainda, a Comissão Nacional de

Qualidade e Produtividade em Saúde (CNQPS) que desempenhou importante papel

na elaboração das diretrizes do programa e na sua disseminação, inclusive em

outras esferas do governo.

Em dezembro de 1997, o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) realizou

um seminário com a assessoria da Joint Commission (entidade internacional de

acreditação) para elaborar um programa nacional de acreditação de hospitais. Nesta

ocasião, o Brasil foi integrado ao contexto internacional de avaliação de serviços de

saúde. (QUINTO NETO, 2004)

O Programa Brasileiro de Acreditação foi oficialmente lançado em novembro

de 1998, no Congresso Internacional de Qualidade na Assistência a Saúde em

Budapeste. Posteriormente, foram elaboradas propostas para o Sistema Nacional de

Acreditação, ou seja, as normas básicas do processo de acreditação:

credenciamento de instituições acreditadoras, qualificação e capacitação de

avaliadores, código de ética e programa brasileiro de acreditação hospitalar.

16

Organização Nacional de Acreditação – ONA

No período entre 1998 e 1999, o Ministério da Saúde realizou o projeto de

divulgação da “Acreditação no Brasil”. Constituiu-se de um ciclo de palestras

envolvendo 30 localidades, em âmbito nacional, entre elas as 27 capitais de Estado,

atingindo desta forma todas as regiões do país.

O ciclo de palestras teve como objetivo apresentar o projeto desenvolvido

pelo Ministério, para sensibilizar e melhorar a compreensão sobre o Sistema

Brasileiro de Acreditação bem como sua forma de operacionalização o que culminou

com a criação da entidade ONA - Organização Nacional de Acreditação, em maio de

1999.

Hoje, para ser acreditado o estabelecimento de saúde passa por uma

avaliação feita por uma organização independente, a instituição acreditadora,

credenciada pela ONA. O processo é voluntário e pode ser desenvolvido pelo

próprio hospital, depois de um diagnóstico preliminar. Ao final do processo, deve-se

atender aos padrões de qualidade definidos para cada área de trabalho, agrupados

em três níveis (ver quadro 3) e publicados em manuais elaborados em parceria pela

ANVISA e a ONA.

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Quadro 3- Acreditação Hospitalar - ONA

3

Indicadores criados pelo Sistema de Qualidade

Indicador é uma unidade de medida de uma atividade, com a qual se está

relacionada ou, ainda, uma medida quantitativa que pode ser usada como um guia

para monitorar e avaliar a qualidade de importantes cuidados providos ao paciente e

as atividades dos serviços de suporte. Um indicador pode ser uma taxa ou

coeficiente, um índice, um número absoluto ou um fato (BITTAR, 2001).

Na gestão pela qualidade total, indicadores também são chamados de itens

de controle. (NOGUEIRA, 1999)

Segundo (BALZANI, 2006), os indicadores podem ser simples ou compostos.

Os indicadores simples normalmente são autoexplicativos: descrevem

imediatamente um determinado aspecto da realidade (número de leitos hospitalares

18

implantados, por exemplo) ou apresentam uma relação entre situações ou ações

(como a relação entre o número de internações hospitalares de adultos). São

excelentes para realizar avaliações setoriais e para a avaliação de cumprimento de

pontos do programa de saúde, permitindo conclusões rápidas e objetivas. Já os

indicadores compostos são aqueles que agrupam, em um único número, vários

indicadores simples, estabelecendo algum tipo de média entre eles. Para isso, é

preciso definir uma forma de ponderação, ou seja, dizer que os indicadores terão

importância diferenciada (“peso”) para a determinação do resultado final.

Características de um indicador

No controle de qualidade de sistemas de saúde é necessário se ter em vista

uma matriz representativa de indicadores e seus respectivos índices. Neste sentido,

de acordo com Takashina (2000 apud Vieira, 2006). apresenta as principais

características de bons indicadores de qualidade, conforme segue:

a) Exatidão – possibilidades mínimas de erro;

b) Confiabilidade – mesmas medidas podem ser obtidas por diferentes

pesquisadores, frente a um mesmo evento;

c) Pertinência - estar correlacionado ao fenômeno ou critério que está sendo

examinado;

d) Simplicidade - fácil de entender - a facilidade para que qualquer um tire suas

conclusões a partir de um indicador é fundamental para a sua utilidade;

e) Validade – medir efetivamente o fenômeno ou critério;

f) Sensibilidade – detectar as variações no comportamento do fenômeno que

examina;

g) Econômico - indicadores que dão trabalho para serem calculados não funcionam;

h) Disponível a tempo - dados atrasados não representam mais a situação atual.

Devem estar disponíveis antes que a situação mude; e

i) Compatível - ser compatível com os métodos de coleta disponíveis.

Tipos de indicadores

Os indicadores são decorrentes da gestão estratégica (valores, missão, visão

de futuro, fatores críticos para êxito e metas estratégicas), da gestão operacional

19

(macroprocessos e processos) e das partes interessadas (clientes, servidores,

sociedade, fornecedores, etc.). Há necessidade de se manter alinhamento e

integração entre os indicadores.

Os principais indicadores, segundo Takashina (2004,apud Vieira, 2006), são:

a) Indicadores estratégicos - informam o “quanto“ a organização se encontra na

direção da consecução de sua visão. Refletem o desempenho em relação aos

fatores críticos para o êxito;

b) Indicadores de produtividade (eficiência) - medem a proporção de recursos

consumidos com relação às saídas do processo;

c) Indicadores de qualidade (eficácia) - focam as medidas de satisfação dos clientes

e as características do produto/serviço;

d) Indicadores de efetividade (impacto) - focam as consequências nos

produtos/serviços. Fazer a coisa certa da maneira certa; e

e) Indicadores de capacidade - medem a capacidade de resposta de um processo

através da relação entre as saídas produzidas por unidade de tempo. (VIEIRA,

2006).

As comparações entre metas, fatos, dados, informações, a criação de

parâmetros, internos e externos, são peças fundamentais para o conhecimento das

mudanças ocorridas em uma instituição, áreas ou subáreas, técnica esta conhecida

como “Benchmarking”, que nada mais é do que um processo contínuo e sistemático

para avaliar produtos, serviços e processos de trabalho de organizações que são

reconhecidas como representantes das melhores práticas, com a finalidade de

melhoria organizacional. Pode também ser definido com uma marca conhecida ou

ainda um padrão de referência pelo qual outros podem ser medidos ou julgados. Os

tipos de benchmarking são:

Benchmarking interno - É a comparação de processos semelhantes entre

diferentes áreas ou subáreas do hospital. Exemplo: a comparação entre o

atendimento (consulta) no ambulatório e no pronto-socorro;

Benchmarking funcional - É a comparação de processos semelhantes entre

hospitais que atuam em mercados distintos. Exemplo: a comparação das áreas de

internação de hospitais privados com fins lucrativos e os sem fins lucrativos (ou com

os hospitais públicos);

20

Benchmarking genérico - Trata-se do sistema de reformulação contínua dos

processos de uma empresa. Exemplo: a contínua comparação da produtividade de

várias células (áreas e subáreas) de produção de um hospital;

Benchmarking competitivo - É a forma mais associada ao benchmarking.

Trata-se da comparação de processos semelhantes entre concorrentes diretos.

Exemplo: a comparação do controle de estoques de dois hospitais. (vide anexo1)

A utilização de Marcador balanceado (BSC) e do Benchmarking se traduz em

formas metodológicas de continuamente alertar os responsáveis pelas instituições

das suas posições no mercado, ocorrências de eventos e sinais normais e anormais

nos programas e serviços técnicos e administrativos, bem como a prestação de

contas à sociedade, acionistas e proprietários das atividades e dos resultados por

eles esperados, já que contribuem com impostos ou valores para a manutenção das

mesmas.

Recentemente, a seleção de um grupo de indicadores passou a ser adotada,

numa certeza de um melhor conhecimento do que ocorre na instituição, sendo que a

introdução do Marcador Balanceado (balanced scorecard) veio satisfazer a

necessidade dos administradores, profissionalizando o conhecimento do

desempenho institucional assim como o benchmarking.

O Balanced Scorecard (BSC) surgiu da iniciativa de Kaplan e Norton, em

1992, que criaram um novo modelo de medição de desempenho, pois os modelos

até então existentes, baseavam-se muito em indicadores contábeis e financeiros

mostrando-se ultrapassados.

O BSC foi criado para solucionar o problema de comunicação do

planejamento empresa como um todo, visando utilizar uma visão holística da

administração em beneficio do seu planejamento estratégico. É o planejamento em

ação, revela-se como uma ferramenta capaz de atender às novas exigências de

gerenciamento dentro dos cenários econômicos em constantes mutações, como um

instrumento de maior importância à construção de uma estrutura de indicadores

estratégicos que possua abrangência e coerência compatível com a nova era do

conhecimento. (BALZANI, 2006). Estrutura-se em quatro perspectivas: Financeira,

Clientes, Processos e Pessoas. É um modelo multidimensional que ajuda os

executivos a articular, descrever, comunicar, implementar e monitorar suas

estratégias em todos os níveis da organização. Isso é conseguido conectando

objetivos, iniciativas e medições à estratégia organizacional.

21

Fonte:

http://www.icmc.usp.br/~cqp/Apostila%20Ferramentas%20para%20a%20Qualidade.pdf

Um conceito mais moderno seria transformar as perspectivas de um BSC

clássico em um BSC que considere também indicadores de QSMS (Qualidade,

Segurança, Meio Ambiente e Saúde). Dessa forma todos os indicadores da

organização são visualizados e controlados juntos, o que é fundamental para o

sucesso da estratégia da organização.

O novo BSC será dividido da seguinte forma:

Perspectiva Financeira

Perspectiva Clientes (incluindo indicadores de Qualidade) e

Perspectiva Sociedade (incluindo indicadores ambientais)

Processos Internos (vão incluir indicadores de Saúde e Segurança)

Aprendizado e Conhecimento

A sigla "ISO" refere-se à International Organization for Standardization,

organização não-governamental fundada em 1947, em Genebra, e hoje presente em

vários países. A sua função é a de promover a normatização de produtos e serviços,

para que a qualidade dos mesmos seja permanentemente melhorada.

Esta família de normas estabelece requisitos que auxiliam a melhoria dos

processos internos, a maior capacitação dos colaboradores, o monitoramento do

22

ambiente de trabalho, a verificação da satisfação dos clientes, colaboradores e

fornecedores, num processo contínuo de melhoria do sistema de gestão da

qualidade. Aplicam-se a campos tão distintos quanto materiais, produtos, processos

e serviços. Cada ISO tem suas normas e diretrizes, por exemplo:

- ISO 9000 – Fundamentos e Vocabulário: esta norma introduz o usuário aos

conceitos de sistemas de gestão e especifica a terminologia usada.

-ISO 9001 – Requisitos: esta norma define os critérios que você terá que

cumprir caso deseje operar de acordo com a norma e obter a certificação.

-ISO 9004 – Diretrizes para melhoria de desempenho: baseada nos oito

princípios de gestão da qualidade, estas diretrizes são desenvolvidas para serem

usadas pela alta administração como uma estrutura para guiar as suas organizações

em direção à melhoria de desempenho, ao levar em conta as necessidades de todas

as partes interessadas, não somente dos clientes.

A norma ISO 9001:2008 estabelece como requisito que a empresa tenha

indicadores para medir os processos do Sistema de Gestão da Qualidade e também

para evidenciar o atendimento aos objetivos da qualidade.

A norma ISO 14001:2004 estabelece a medição ambiental e a norma OHSAS

(Occupational Health and Safety Advisory Services) 18001:2007 estabelece os

indicadores de SST (Saúde e Segurança do Trabalho).

Além disso, os indicadores da Qualidade também poderão estar nas

perspectivas Processos Internos e Aprendizado e Conhecimento conforme o

esquema abaixo. Ademais, a Qualidade deve ser Total e deve estar inserida em

vários processos da organização, desde a preparação dos recursos humanos,

passando pelo planejamento e execução dos processos e produtos, até a entrega ao

cliente final.

23

Fonte: (RIGONI, 2010)

No HUS, Há uma preocupação com a responsabilidade socioambiental, por

exemplo, a cooperativa ajuda na manutenção de uma praça e de uma escola

públicas próximas ao hospital. Além disso, mantém um projeto com um clube de

periferia para inserir as crianças na prática desportiva. Há também a preocupação

com a destinação dos resíduos do hospital, que obedece todas as normas

recomendadas. Há o reaproveitamento das águas das chuvas para regar os jardins

do HUS, da água proveniente da hemodiálise para descargas dos vasos sanitários e

até lavanderia.

24

3 METODOLOGIA

Foram utilizados como fontes para a pesquisa: artigos científicos, textos

técnicos, sítios na internet, documentos existentes e disponíveis no banco de dados

do Hospital Unimed, no Ministério da Saúde, no Programa Brasileiro de Acreditação

Hospitalar e na Organização Nacional de Acreditação (ONA), apostilas da Fundação

Nacional de Qualidade (FNQ), revistas: SER do CREMESP e entrevista realizada

com informantes-chave, da gestão da qualidade do HUS.

Mecanismos de busca na internet foram utilizados para identificar instituições

nacionais e internacionais que desenvolvem atividades de acreditação. Uma

segunda abordagem de busca foi a utilização dos links existentes nos sítios destas

instituições. Para efeitos dessa pesquisa algumas categorias teóricas foram

selecionadas de forma a permitir a articulação entre o objeto de estudo e os

conhecimentos existentes, orientando assim a pesquisa. As entrevistas tiveram um

tom de conversa, portanto não foram estruturadas, pois objetivavam que o

informante se sentisse à vontade para expor ideias utilizando seus próprios termos.

Essas entrevistas tiveram como objetivo coletar informações sobre a implantação da

gestão da qualidade, utilização e aplicação na acreditação, bem como sua

importância no HUS. Atendendo aos princípios éticos, um Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido foi apresentado aos entrevistados com o objetivo de proteger as

pessoas, tratando-as com dignidade, respeitando sua autonomia e defendendo-as

em sua vulnerabilidade, ponderando riscos e benefícios individuais ou coletivos

(atuais e/ou potenciais), comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo

de danos e riscos, garantindo, assim, a não maleficência.

25

4 CARACTERIZAÇÃO DO HOSPITAL UNIMED DE SOROCABA E

DO SISTEMA DA QUALIDADE

Hospital Unimed Sorocaba

Denominado Hospital “Dr. Miguel Villa Nova Soeiro”, faz parte da Unimed de

Sorocaba - Cooperativa de Trabalho Médico e foi inaugurado em 30 de janeiro de

1996. É um hospital horizontal, com área construída de 12.190m², numa área total

de 67.000m². Localizado em Sorocaba, cidade do interior do Estado de São Paulo, é

um hospital geral de médio porte, privado, sem fins lucrativos, de média a alta

complexidade. Hoje, graças à implementação do programa de gestão de qualidade,

possui acreditação ONA nível 3 de excelência.

Conta com 105 leitos, sendo esses distribuídos pelas enfermarias, UTI adulto,

UTI infantil e berçário, além de leitos não operacionais no centro-obstétrico, pronto-

socorro, “Day Clinic”, hemodinâmica, hemodiálise, quimioterapia.

O complexo hospitalar possui uma média de 900 pacientes/internações por

mês, com taxa de ocupação em torno de 80%, com média de três dias de internação

e de 1.300 cirurgias por mês (de pequena até alta complexidade, por exemplo,

transplante cardíaco e hepático).

O quadro de funcionários tem por volta de 1215 funcionários, sendo 62

enfermeiros e 251 técnicos e 31 auxiliares de enfermagem. Possui 943 médicos

cooperados. Destes, 900 estão distribuídos nas seguintes especialidades:

Anestesiologia, Cardiologia, Cirurgia Geral, Cirurgia Bucomaxilofacial, Cirurgia de

Mão, Cirurgia Oncológica, Cirurgia Pediátrica, Cirurgia Plástica, Cirurgia Torácica e

Vascular, Clínica Médica, Dermatologia, Endocrinologia, Gastroenterologia,

Ginecologia e Obstetrícia, Hematologia, Imunologia, Nefrologia, Neurocirurgia,

Neurologia, Oftalmologia, Oncologia, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Pediatria,

Pneumologia, Reumatologia e Urologia.

Escritório da Qualidade

Atualmente, a Gestão de Qualidade é um núcleo que ocupa uma sala dentro

do hospital da UNIMED em Sorocaba e conta com uma gerente, dois analistas e um

auxiliar. Todavia, esse núcleo é coordenado por um médico. A equipe tem apoio

26

técnico, financeiro e de infraestrutura adequados ao fim, e o núcleo funciona como

um “representante da alta diretoria”, pois é a ponte entre a alta gestão e os gestores

intermediários. Ademais, ele não tem poder de decisão, a qual é compartilhada com

o diretor administrativo.

27

5 GESTÃO DA QUALIDADE NO HUS

Histórico da Implantação da Gestão da Qualidade no HUS

O Programa de Qualidade começou a ser implantado no HUS em 1997, pela

Diretoria Administrativa, e foi planejado, pois houve consultoria na área, treinamento

da ONA para gestores, formação de multiplicadores e sensibilização do Corpo

Clínico. Todavia, devido à baixa adesão de interessados e colaboradores, esta

primeira tentativa estagnou-se.

Em 2006, houve um empenho maior com a criação do Escritório da

Qualidade, mantendo a formação de multiplicadores. Foi criada a Comissão de

Gerenciamento de Riscos, iniciou-se a Pesquisa de Satisfação de Cliente Externo, a

sistemática de não conformidade (RNC), a sistemática de Indicadores da Qualidade,

e a implementação de diagnóstico externo, pela Fundação Vanzolini, obtendo,

assim, a Acreditação ONA – nível 2.

Em 2007, houve aprimoramento dos indicadores e visita de manutenção da

ONA - Fundação Vanzolini.

Em 2008, foi implantada a Política de Gestão da Qualidade e Riscos, com a

contratação de um coordenador médico da qualidade e o início do Sistema de

Gerenciamento de Documentação, além de treinamentos e reuniões dos

coordenadores médicos, visitação da ONA e a recertificação nível 2 pela Fundação

Vanzolini.

Em 2009, com ajuda de consultoria da KPMG LTDA, houve aprimoramento

dos indicadores de qualidade, da sistemática de não conformidades, da sistemática

de auditoria interna, do sistema de gerenciamento de documentação, da sistemática

de pesquisa de satisfação de cliente externo, divulgação e desdobramentos de

planos de ação do planejamento estratégico, treinamento e formação de auditores

internos pela ONA, elaboração do Manual de Qualidade, acompanhamento do plano

de contingência para situações de emergência causada pela gripe H1N1, elaboração

de regimentos médicos para cada área, elaboração de plano de treinamento para

HUS e a visita de manutenção da ONA - Fundação Vanzolini em relação ao

certificado pleno (nível 2).

Em 2010, teve início o mapeamento do processo do HUS, com o primeiro

ciclo de auditoria interna por processo, bem como a criação do grupo de

28

metodologia, análise e solução de problemas (MASP) e o aprimoramento do sistema

de gerenciamento de documentação GED (sistema Loyal), aprimoramento da

Análise Preliminar de Riscos (APR) incluindo treinamento institucional e integração

com segurança ocupacional, início das reuniões de análise crítica de indicadores

com as diretorias, integração com as áreas de Serviço de Controle de Infecção

Hospitalar (SCIH), com o Serviço Especialização em Engenharia de Segurança e

Medicina do Trabalho (SESMT) e com Setor de Responsabilidade Socioambiental

(RSA) para revisão dos documentos, aprimoramento da ferramenta de indicador,

incluindo Benchmarking com a Central Nacional UNIMED (CNU) e Associação

Nacional dos Hospitais Privados (ANAPH) e a visita de manutenção da ONA -

certificado pleno (nível 2) pela Vanzolini.

Em 2011, foi retomada com maior empenho a consultoria (feita pela KPMG

LTDA). Houve treinamento institucional de gestão de riscos interno e externo (dado

pela empresa Germnicher Lloyd), aprimoramento da Análise Preliminar de Riscos

(APR) com treinamento institucional, revisão dos riscos monitorados (sanitário,

assistencial, patrimonial, ambiental, ocupacional e outros) e utilização da visão de

processos para a confecção das APRs, disponibilização dos indicadores

institucionais no diretório do Escritório de Qualidade (EQ), possibilitando aos

gestores do hospital o abastecimento dos dados e a visualização de todos os

indicadores de um único lugar, divulgação dos dados de RH e resíduos através da

distribuição dos indicadores para as áreas responsáveis pelo gerenciamento das

ações contribuindo para o trabalho orientado por processos, verificação de eficácia e

das não conformidades pela equipe da qualidade através de auditoria in loco,

realização do Primeiro Simpósio de Gestão de Qualidade, treinamento interno para

gestores de ciclos de melhoria, para gestores de indicadores e para auditores

internos, continuidade do mapeamento dos processos do HUS, elaboração junto aos

gestores do documento “Descrição de Negócio” possibilitando oficializar as relações

entre clientes e fornecedores internos, continuidade das reuniões de análise crítica

com alteração no formato de realização e estabelecimento da mesma seguindo as

divisões de sessões do manual da ONA, elaboração do macrofluxo de processos do

hospital para documentar as relações entre os mesmos e finalmente a visita de

certificação ONA - Fundação Vanzolini de nível 3, quando o hospital foi acreditado

com excelência.

29

Os gestores (coordenadores e gerentes de área) têm sido treinados para

saberem com clareza as tarefas que precisam realizar para o bom desempenho dos

processos da organização. Além disso, eles estão envolvidos com suporte teórico e

a manutenção do processo e são motivados para desempenharem seus papéis,

sendo esse um dos objetivos da coordenação. Todavia, os colaboradores do nível

operacional nem sempre estão tão envolvidos nem sabem com clareza as tarefas

que precisam realizar ou cumprem com suas responsabilidades na execução das

mesmas.

As normas seguidas pelo Escritório de Qualidade do HUS são da ONA, NBR

ISO 31000/ 9001/9004 e cadernos da FNQ.

A comunicação interna não tem uma padronização, mas é feita por e-mail ou

contato telefônico (para problemas simples) ou reuniões do grupo MASP para os

casos de não conformidades mais complexas. Observa-se, contudo, que, apesar de

possuir uma atuação multidisciplinar, o grupo MASP não tem um médico

participante.

Os sistemas de informações usados são: planilhas Excel; o sistema ERP

chamado de MV (um sistema comprado para gerenciar o sistema hospitalar e

integra todas as áreas do hospital) foi implantado em 2008. Contudo, atualmente

está ocorrendo a migração para outro sistema da MV chamado Portal onde os dados

estarão online, em tempo real, mas não permite fazer sua análise; o gerenciador de

documentos utilizado é o GED (gestor eletrônico de documentos) Loyal, usado pela

qualidade, pois notifica as não conformidades. Já a sistematização da gestão de

documentos é feita seguindo as diretrizes da ISO/TR 10013.

O método utilizado de comparação para melhoria da qualidade é o de

benchmarking com outros hospitais de mesmo padrão. VIDE ANEXO1

Há programas de capacitação e treinamento, principalmente para os gestores,

relacionados à gestão de riscos e satisfação do cliente. Há controle de objetivos,

através dos indicadores de desempenho. As ações corretivas dependem do nível do

problema como já citado acima, mas a análise critica com a alta direção é feita duas

vezes no ano e existem comissões obrigatórias que ajudam a gerenciar os riscos,

como a comissão de controle de infecção hospitalar, a comissão de controle de

materiais, a comissão de farmácia e terapêutica etc.

30

GRÁFICO COM HISTÓRICO DA QUALIDADE NO HUS

PERSPECTIVAS AVALIAÇÃO DESCRIÇÃO

Histórico pela

Excelência

Cronologia

das Principais

Melhorias

1997

Início do Programa de

Qualidade - Fundação

Vanzolini

2004 Consultoria na área de

Qualidade

2005

Treinamento da ONA -

Gestores

Formação de

multiplicadores - Sena

Consultoria

Sensibilização dos

Médicos - Fundação

Vanzolini

2006

Criação do Escritório da

Qualidade

Formação de

multiplicadores

Formação da Comissão

de Gerenciamento de

Riscos

Início da Pesquisa de

Satisfação de Cliente

Externo

Início da Sistemática de

Não Conformidades

(RNC)

Início da Sistemática de

Indicadores da

Qualidade

Diagnóstico Externo -

31

Fundação Vanzolini (out)

Acreditação ONA - Nível

2 Fundação Vanzolini

(dez)

2007

Aprimoramento dos

Indicadores

Visita de manutenção da

ONA - Fundação

Vanzolini (out)

2008

Implantação da Política

de Gestão de Qualidade

e Riscos

Coordenador Médico da

Qualidade

Início do Sistema de

Gerenciamento de

Documentação

Treinamentos e reuniões

dos coordenadores

médicos

Visita de manutenção da

ONA - Fundação

Vanzolini (jun)

Recertificação da

Acreditação ONA - Nível

2 Fundação Vanzolini

(dez)

2009

Aprimoramento dos

Indicadores da

Qualidade

Aprimoramento da

Sistemática de Não

Conformidades

32

Aprimoramento da

Sistemática de Auditoria

Interna

Aprimoramento do

Sistema de

Gerenciamento de

Documentação

Aprimoramento da

Sistemática de Pesquisa

de Satisfação de Cliente

Externo

Divulgação e

desdobramentos de

Planos de Ação do

Planejamento

Estratégico

Treinamento de Auditor

ONA - Fundação

Vanzolini

Formação de novos

auditores internos – ONA

Elaboração do Manual

da Qualidade

Acompanhamento do

Plano de Contingência

para Situações de

Emergência - Gripe

H1N1

Elaboração de

Regimentos Médicos

para cada área

Elaboração de Plano de

Treinamento para o HUS

33

Visita de Manutenção da

ONA - Fundação

Vanzolini (out) -

certificado pleno (nível 2)

2010

Início do Mapeamento do

Processo do HUS

1º Ciclo de Auditoria

Interna por Processo

Criação do Grupo de

Metodologia, Análise e

Solução de Problemas

(MASP)

Aprimoramento do

Sistema de

Gerenciamento de

Documentação – Loyal

Aprimoramento da APR,

incluindo treinamento

institucional e integração

com Segurança

Ocupacional

Início das reuniões de

análise critica de

indicadores com as

Diretorias

Integração com as áreas

de SCIH, SESMT e RSA

para revisão dos

documentos

Aprimoramento da

ferramenta de indicador,

incluindo os BMK com a

CNU e ANAPH

34

Visita de Manutenção da

ONA - Fundação

Vanzolini (out) -

certificado pleno (nível 2)

2011

Treinamento Institucional

de Gestão de Riscos -

Interno e Externo (GL)

Aprimoramento da APR,

com treinamento

institucional, revisão dos

riscos monitorados

(sanitário, assistencial,

patrimonial, ambiental,

ocupacional e outros) e

utilização da visão de

processos para a

confecção das APRs.

Disponibilização dos

Indicadores Institucionais

no diretório EQ,

possibilitando aos

gestores do hospital o

abastecimento dos

dados e a visualização

de todos os indicadores

em um único lugar.

Divulgação dos dados de

RH e resíduos através

da distribuição dos

indicadores para as

áreas responsáveis pelo

gerenciamento das

ações contribuindo para

35

o trabalho orientado por

processos

Verificação de eficácia

das não conformidades

pela equipe da qualidade

através de auditoria in

loco

Realização do 1º

Simpósio de Gestão da

Qualidade

Treinamento interno para

os gestores de Ciclos de

Melhoria

Treinamento interno para

os auditores internos

Treinamento interno para

os gestores de

indicadores

Continuidade do

processo de

mapeamento dos

processos do HUS

Elaboração junto aos

gestores do documento

"Descrição de Negócio"

possibilitando oficializar

as relações entre

clientes e fornecedores

internos

Continuidade das

reuniões de análise

crítica com alteração no

36

formato de realização e

estabelecimento das

reuniões por MA.

Elaboração do

Macrofluxo de processos

do hospital para

documentar as relações

entre os processos do

hospital

Visita de Recertificação

ONA - Fundação

Vanzolini (outubro) -

certificação Nível 3

(Acreditado com

excelência)

Revisado em 18/01/2012

Fonte: Setor de Gestão da Qualidade do HUS.

Indicadores usados no HUS

É necessário enfatizar a importância da utilização de indicadores que meçam

a qualidade e quantidade do que é realizado em termos de programas e serviços de

saúde e que os mesmos cubram todos os seus componentes como a estrutura, os

processos e resultados, não esquecendo o meio ambiente que ora sofre influências

das instituições de saúde ora influencia as mesmas. (FUNDAÇÃO NACIONAL DA

QUALIDADE, 2008)

Executivos de organizações de destaque no cenário brasileiro têm

demonstrado a necessidade da orientação por processos e informações, onde a

tomada de decisões é fortemente orientada pela medição e análise do desempenho

para a obtenção de resultados consistentes e que evidenciem a alta performance

das respectivas organizações.

37

A apresentação dos resultados depende do uso de indicadores de

desempenho pertinentes e relevantes, podendo-se, adicionalmente, ser incluídas

premiações e menções de destaque que configurem o desempenho excelente.

Estes resultados devem abranger todas as partes interessadas, com seis tipos de

resultados, sendo cinco com foco específico em uma parte interessada sendo:

Resultados econômico-financeiros, Resultados relativos aos clientes e ao mercado,

Resultados relativos à sociedade, Resultados relativos às pessoas e Resultados

relativos aos fornecedores. Por fim, há os Resultados dos processos principais do

negócio e dos processos de apoio, que, indiretamente, têm relação com todas as

partes interessadas.

Os indicadores, também denominados “indicadores de desempenho”, são um

dado numérico a que se atribui uma meta e que é trazido, periodicamente, à atenção

dos gestores de uma organização. Os indicadores de desempenho se constituem no

elo entre as estratégias e o resultado das atividades, devendo evidenciar o valor

agregado às partes interessadas, atendendo as seguintes características:

• fácil visibilidade;

• possibilitar uma visão balanceada do desempenho da organização;

• facilitar o entendimento dos direcionadores do negócio;

• suportar a tomada de decisões visando influenciar

Ao definir indicadores é muito importante considerar adequadamente esses

dois fundamentos: Geração de Valor e Orientação por processos e informações.

Algumas organizações adotam o conceito de que a cultura de orientação para

resultados é caracterizada pelo uso extensivo de indicadores em todos os detalhes

de todos os processos. Este enfoque exagerado é agravado pela facilidade que os

recursos da tecnologia de informação proporcionam para implantar, armazenar e

disseminar indicadores.

Foi o que ocorreu com o HUS, pois o hospital chegou a ter em torno de 1.000

indicadores, mas a partir do amadurecimento da Gestão da Qualidade e da própria

organização este quadro vem sendo diminuído. Atualmente, existem por volta de

500 indicadores.

38

Segundo os cadernos de compromisso com a qualidade da FNQ

(FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE, 2008), Paretto, em suas pesquisas,

estabeleceu o famoso princípio geral “80/20” pelo qual “80% dos resultados são

devidos a 20% dos esforços”.

O estabelecimento de indicadores deve, portanto, ter como foco destacar os

20% de pontos de medição que fornecerão à organização os 80% de informações

mais relevantes sobre os objetivos estratégicos, processos, produtos, considerando-

se as necessidades de todas as partes interessadas.

A implantação de um sistema de medição em uma organização não é uma

tarefa simples e pode-se cair em algumas armadilhas que deverão ser evitadas na

implantação de indicadores:

-Excesso de dados, muitas informações, muitos sistemas;

-Foco exclusivo ou predominantemente financeiro;

-Foco nos processos internos, sem correlação com as necessidades das partes

interessadas;

-Nem todos os indicadores relevantes possuem adequada correlação com o sistema

de conseqüências da organização

Formas de evitar tais armadilhas:

-Considerar os pontos vitais e evitar os muito triviais;

-Considerar que o lucro é um indicador resultante e incluem todas as partes

interessadas;

-Estabelecer indicadores de forma a considerar os processos de agregação de valor;

-Cada pessoa procura agir com base na forma como seu desempenho é avaliado.

Verificar se o indicador, embora adequado a um processo em particular, não

direciona as pessoas para um comportamento não alinhado às estratégias da

organização.

Dessa forma, para assegurar que o indicador a ser utilizado está bem

identificado e definido e que será adequado, é conveniente estabelecer uma

atividade de análise das métricas no processo de planejamento ou como parte das

metodologias de aprendizado. Esta atividade deverá incluir as seguintes etapas:

39

• classificação do indicador;

• análise comparativa com formas alternativas, tanto relativas a outros indicadores

como na forma de medir (o desempenho pode ser medido por mais de um indicador

e um indicador pode ter mais de uma definição); e

• análise de robustez do indicador.

A forma gráfica sugerida para apresentar os resultados dos indicadores é

apresentada na Figura 1 . É nela que se baseiam a maioria dos indicadores do HUS.

A estruturação dos indicadores segue também modelo da Fundação Nacional Da

Qualidade, figura 2. Sendo que na Figura 3 é o modelo do indicador usado no HUS.

Figura:1

Fonte: (FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE, 2008)

40

Figura 2

Fonte: (FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE, 2008).

41

Figura3- Modelo de indicador usado no HUS

Fonte: Gestão da Qualidade do HUS

No HUS os indicadores mais usados são os já citados acima, conforme

descritos por Takashina.

As normas mais seguidas pelo Escritório de Qualidade do HUS tanto para

suas diretrizes quanto fazer seus indicadores são da ONA, NBR ISO 31000/

9001/9004 e cadernos da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ).

Interpretação dos resultados ou dos indicadores

Os fatores “relevância”, “nível atual” e “tendência” são considerados para

interpretar resultados.

A relevância é a importância do resultado para determinação do alcance dos

objetivos estratégicos e operacionais da organização. A análise dos indicadores

42

relevantes busca avaliar o sucesso alcançado pela organização a partir da

comparação com o nível de desempenho de outras organizações consideradas

referenciais e se este nível atual é sustentado.

Já o o fator “nível atual” é decorrente da comparação do valor atual em

relação às informações comparativas pertinentes. É importante destacar que a

avaliação será feita para o nível atual (resultado do último período disponível) e que

a pertinência da comparação deve ser claramente estabelecida.

Referencial pertinente é aquele que foi selecionado de forma lógica, em

coerência com o perfil, estratégias e mercado-alvo da organização. Existem quatro

tipos básicos de referenciais ou benchmarking:

• Competitivo: baseado em dados dos principais concorrentes ou do setor de

atuação. Podem ser utilizados: dados de um único concorrente mais importante, ou

dados segmentados relevantes, ou médias do setor obtidas por meio de

associações ou pesquisas de consultorias e da imprensa;

• Similar: baseados em dados de organizações que, embora não sejam concorrentes

ou nem mesmo sejam do mesmo setor de atuação, apresentam características

similares de porte, ou tecnologia, ou região geográfica, ou outras. Deve-se utilizar

dados da média das empresas similares que compõem o grupo;

• De excelência: baseado em dados de uma organização que se destacou

significativamente em um determinado campo, seja ela uma organização similar ou

não.

• De grande grupo: baseado em dados de muitas empresas não-similares, obtidos

por meio de grupos de benchmarking, ou de pesquisas genéricas, encontradas com

freqüência na literatura e na imprensa.

43

Fonte:Gestão da Qualidade do HUS

Por fim, o fator “tendência” é utilizado com o objetivo de avaliar se o

desempenho é fruto de uma gestão adequada ao longo do tempo. Para analisar a

tendência, requer-se a apresentação de um conjunto de pelo menos dois resultados

consecutivos. Neste sentido, vale destacar:

• os dois resultados requeridos não precisam ser necessariamente anuais. A

frequência de medição deve ser coerente com o que está sendo medido, seu ciclo

de análise e seu aprendizado (execução de ações corretivas e de melhoria). No

caso do HUS, o tempo do ciclo de análise pode variar de acordo com o processo ou

setor, sendo que o tempo do ciclo de melhoria fica em torno de um ano e meio, pois

seria um tempo mínimo para dar sustentabilidade à avaliação.

• existem casos em que será necessária uma série maior do que dois resultados

para demonstrar tendência, bem como casos em que o desejável é a estabilidade

dos resultados.

BMK Motivo de referencial Tipo de Referencial

ANAPH - Associação

Nacional de hospitais

Privados

Hospitais Privados acreditados ONA nível III,

ou JCI Accreditacion Canada ou NIAHO que

atendam majoritariamente clientes ligados à

medicina suplementar.

Competitivo - baseado em dados dos

principais concorrentes do setor de atuação.

CNU - Central Nacional

UnimedHospitais pertencentes ao sistema Unimed

Similar - baseado em dados de organizações

que apresentam características similares.

NAGEH - Núcleo de Apoio à

gestão hospitalar

Iniciativa do CQH (programa voltado para

melhoria contínua da qualidade hospitalar )

que possibilita o Benchmarking com mais de

100 hospitais do Estado de São Paulo. O HUS é

um hospital participante do CQH.

De grande grupo -baseado em dados de

muitas empresas não similares, obtidos por

grupos de benchmarking.

CDC - Centers for disease

control and prevention

Agência americana que fornece informações

para melhorar as decisões de saúde, e

promover a saúde através de parcerias com

secretarias estaduais de saúde dos EUA e

outras organizações com foco na prevenção e

controle de doenças infecciosas .

De excelência- baseados em dados de uma

organização que se destacou em

determinado campo.

Sociedades de classe

Organizações oficiais que publicam

diretrizes, normas e boas práticas aos

profissionais da área relacionada.

De excelências- baseados em dados de uma

organização que se destacou em

determinado campo.

ABRAMAN - Associação

Brasileira de manutenção

Instituição reconhecida nacionalmente que

promove a coleta de indicadores das

principais industrias brasileiras e apresenta

uma compilação dos resultados, contribuindo

co mo fator estratégico para o aumento da

competitividade das empresas e para a

melhoria da qualidade de vida e do meio

ambiente.

De grande grupo -baseado em dados de

muitas empresas não similares, obtidos por

grupos de benchmarking.

44

Para avaliação dos processos é muito usado o ciclo PDCA de Deming

(Planejar, Fazer, Checar e Agir), sendo esse um processo contínuo.

Fonte: http://ibenp.wordpress.com/page/2/

Após a análise referencial, segue-se o aprendizado, ou seja, o ciclo de

melhoria. Segundo o manual da ONA, esta fase tem em torno de um ano e

meio,pois seria um tempo minimo para se ter sustentabilidade da melhoria

implantada.

Segundo o Escritório de Qualidade do HUS, são feitas reuniões duas vezes

ao ano com a alta direção e os gestores para que eles tomem ciência do andamento

do sistema de gestão, assegurando, assim, sua contínua adequação, suficiência e

eficácia do modelo instituido. O Escritório de Qualidade do HUS possui um modelo

padronizado na instituição desse Ciclo de Melhoria de Indicadores.

Finalmente, procura-se ter a perspectiva da inovação e do aprendizado, em

que é fundamental conhecer aspectos relativos aos recursos humanos, fazer o

benchmarking com instituições semelhantes, concorrentes ou mesmo buscar as

melhores práticas em empresas diferentes. (BITTAR, 2001)

45

6 DISCUSSÃO

Um número cada vez maior de hospitais brasileiros tem se submetido a

processos de avaliação externa, com o objetivo de melhorar a qualidade e a

segurança do atendimento aos pacientes. No Brasil, o modelo mais usado é a

acreditação. Ela parece melhorar a qualidade da gestão hospitalar e proporciona

maior segurança.

Contudo, o uso da acreditação ainda é controverso, tendo como um dos

pontos negativos o aspecto financeiro, ou seja, não deveria ser vinculada à

remuneração, deveria ser feita por voluntários ou organizações voluntárias que não

estivessem comprometidas com a instituição a ser acreditada. Outro ponto seria

quem avalia, pois aí podem entrar interesses que seriam questionáveis como, por

exemplo, o ocorrido em um escândalo nos EUA relacionado a uma empresa de

acreditação, conforme citado por Haino Burmester, coordenador do programa de

Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH) em entrevista dada à revista SER

Medico (CREMESP, 2011). Outro problema seria a metodologia, que tem um peso

muito passageiro, sendo que há necessidade de se desenvolver nas organizações

modelos de gestão com durabilidade que ultrapassem as mudanças de gestores

buscando realmente a melhoria contínua. Outro ponto seria que a International

Society for Quality in Health Care (ISQua) é quem avalia os avaliadores. Ou seja, as

empresas internacionais existentes no Brasil são acreditadas por ela, seguindo

modelos externos e, no limite, diversos de nossa realidade. Por isso seria muito

importante que no Brasil se pense em uma entidade para regular esse mercado e

para se evitar distorções.

É inegável que os hospitais acreditados são diferenciados daqueles que não

são, pois os colaboradores acabam incorporando em sua rotina a autoavaliação e a

avaliação externa. Assim, há um melhor controle dos processos e prevenção dos

riscos, resultando em melhorias na segurança do cliente (que no caso do HUS é o

foco principal) e do próprio colaborador. O usuário/cliente demora mais a perceber o

impacto das iniciativas da qualidade, mas certamente sente as diferenças entre os

serviços acreditados e não acreditados, pois no primeiro, há permanente checagem

de nomes, pulseiras de identificação e avaliação da satisfação do cliente, por

exemplo. Já para os colaboradores deverá haver um estímulo da motivação para

46

obtenção da acreditação, mas isso deve permanecer mesmo após o sucesso nessa

empreitada para que haja a melhoria contínua da qualidade. Todavia, esse processo

e nível de exigência deveriam ser algo mais lúdico e agradável, não se tornando um

mecanismo de opressão e cobrança (uma vez que deveria ser voluntário).

É de suma importância que essa acreditação não seja imposta, mas sim,

voluntária tanto para o avaliador quanto para o avaliado, pois isso resulta em

melhoria contínua e que se incorporará no cerne da organização, ou seja, na rotina

hospitalar de modo fluido. Inclusive, a Associação dos Hospitais Privados tem

incentivado a acreditação voluntária justamente para evitar a “maquiagem”, a

alteração de dados para obter a acreditação (fato este já ocorrido no exterior, com

escândalos de adulteração na França e nos EUA, segundo Laura Schiesari, em

entrevista a revista SER Médico (CREMESP, 2011)), sendo que a participação

voluntária não estaria cedendo às pressões do mercado ou simplesmente cumprindo

a lei. (GURGEL JÚNIOR, 2002)

No setor hospitalar, observa-se uma grande resistência aos programas de

qualidade em função dos médicos e isso não foi diferente no HUS. Historicamente

os médicos detêm o poder dentro destas organizações e não veem com bons olhos

a ideia de contenção de custos nem uma avaliação do seu trabalho numa

perspectiva de medir a qualidade, pois se sentem fiscalizados e receosos de perder

sua autonomia na condução clínica dos pacientes.

Há também o fator financeiro, que não atrai a participação da categoria

médica nesses processos. Remunerados, em sua maioria, pela produção de

serviços, os médicos parecem achar que desperdiçam o horário de trabalho com

programas dessa natureza (GURGEL JÚNIOR, 2002). Além disso, a formação

médica ainda é fundamentada no modelo que dá ênfase à clínica em sua dimensão

biológica e no qual os aspectos sociológicos, políticos e administrativos ficam

relegados ao segundo plano. Estas questões são pouco observadas nos currículos

das escolas médicas. Por isso há obstáculos à adesão dos médicos aos programas

de qualidade, por deficiência e limitação na sua formação.

O envolvimento do médico é fundamental, mas infelizmente tem sido

pequeno, pois de modo geral ele é pouco afeito às questões institucionais. Um dos

grandes desafios seria seu envolvimento com a qualidade e a gestão em geral.

Deve-se envolvê-lo no processo desde o início e mostrar-lhe como tais mecanismos

47

aumentam a segurança para o exercício da profissão, preocupação tão importante

nos dias de hoje.

Segundo Berwick (1994, apud (GURGEL JÚNIOR, 2002), a intervenção dos

programas não se faz diretamente sobre o ato clínico, mas é fundamental nos

processos administrativos da organização hospitalar e da gestão profissionalizada

para que se alcance a qualidade nestes serviços. Os setores administrativos

(faturamento, contas médicas, almoxarifado), os serviços de apoio logístico

(lavanderia, transporte), enfim, todas as áreas da organização que garantem o

funcionamento dos setores operacionais e se comportam como “amortecedores”

seriam os objetos destes programas.

Tais programas impedem que os setores operacionais finais desperdicem seu

tempo na resolução de problemas administrativos, que não é seu foco de trabalho, e

se concentrem nas suas funções com melhores resultados. Além disso, argumenta-

se ainda que o instrumental estatístico desenvolvido pelos autores da qualidade,

aliado ao instrumental da epidemiologia de serviços de saúde, utilizada na rotina da

administração hospitalar, se constitui numa importante ferramenta de gestão,

podendo contribuir significativamente para melhoria da qualidade da assistência

(MALIK, 1998).

A qualidade total aplicada às organizações hospitalares é algo instigante,

capaz de provocar grandes discussões teóricas e um desafio a sua aplicabilidade

prática. Este processo parece impor vários questionamentos, motivo pelo qual se

deve continuar a exaustivamente estudá-lo como forma de desenvolver modelos de

gestão mais adaptados às peculiaridades e especificidades destas organizações.

Um dos maiores questionamentos sobre a gestão de qualidade nas

organizações hospitalares que podem se colocar como possíveis obstáculos à

introdução de programas de qualidade é o de natureza econômica. É sobre estas

questões que discorremos abaixo:

a) as leis de mercado não se aplicam bem ao setor em face das necessidades

humanas e prioridades não mercantis envolvidas, que se impõem

independentemente dos custos de produção, valor de mercado e preços praticados;

b) a concorrência não é um elemento forte no ambiente destas organizações, pois

este é um segmento cronicamente carente em alguns países, inclusive no Brasil;

48

c) cada paciente se comporta subjetivamente de maneira diferente, o que dificulta

uma rígida padronização do processo de trabalho em saúde e a racionalização da

oferta de serviços;

d) os clientes são geralmente leigos e não têm capacidade de julgar seu tratamento

nem suas necessidades, o que dificulta o exercício das suas opções de consumo;

e) o consumo do serviço é imediato à produção e, portanto, não há tempo para o

controle prévio da qualidade;

g) a produção do serviço é executada por uma grande variedade de profissionais de

diversos níveis de escolaridade e formação, com interesses corporativos distintos;

h) a categoria médica apresenta forte resistência aos programas por sentir-se

fiscalizada e tolhida na conduta clínica dos pacientes ante o controle externo.

Falando-se especificamente do HUS, a gestão da qualidade foi implantada

em 1997, mas somente em 2006 foi dada maior importância a ela com a criação do

espaço físico dentro do hospital, o Escritório de Qualidade.

Mas sua real importância no que se refere à gestão da cooperativa se deu a

partir de 2008, com uma participação maior do Corpo Clínico devido à mudança de

gestores para orientação, o que culminou com a atual Gestão de Qualidade,

introduzindo ferramentas para melhoria e controle dos processos, assim como

métodos de avaliação (indicadores e o BSC) para uma posterior ação para

resolução de problemas, redução de riscos. A partir de então foi possível evoluir

junto com a organização e influenciá-la, pois esta passou a ter um plano estratégico

e de ação mais embasado e com maior robustez, buscando sempre a melhoria

continua para se atingir a qualidade total.

Tanto assim que em 2011 o hospital UNIMED conseguiu a acreditação nível 3

da ONA com excelência. Tal conquista foi consequência de planejamento, ações,

controles, correções e prevenções de riscos inclusive com a preocupação com a

responsabilidade socioambiental. Neste aspecto, por exemplo, a cooperativa ajuda

na manutenção de uma praça e de uma escola públicas do bairro onde se situa, e

mantém um projeto com um clube de futebol de periferia para inserir as crianças no

49

esporte. Há também a preocupação com a destinação dos resíduos do hospital (que

obedece todas as normas recomendadas), o reaproveitamento das águas das

chuvas para regar os jardins do HUS e da água proveniente da hemodiálise para

descargas dos vasos sanitários e até no uso da lavanderia.

A acreditação com excelência foi traduzida em maior satisfação dos clientes

com segurança para os médicos e colaboradores e, futuramente, maior fidelização e

captação de novos clientes.

No Brasil ainda é cedo para se tirar conclusões deste movimento no setor

hospitalar. Uma avaliação metodológica e científica dos seus resultados faz-se

necessária, mas certamente os elementos apontados neste artigo servem como

referencial crítico para evitar o uso indevido do instrumental da qualidade e para não

se alimentar falsas expectativas.

Apesar da grande melhora, ainda há muito que evoluir, principalmente num

comprometimento maior da equipe operacional com futuros treinamentos e

movimentos de conscientização, sempre buscando a melhoria contínua. Quanto aos

indicadores e mecanismos para tomada de decisão, eles poderão ser mais bem

explorados em sua totalidade, mas é inegável a melhora da gestão após a

implantação deles nos programas de Qualidade.

Assim como a Gestão da Qualidade vem numa melhora contínua,

percebemos que a empresa e seus gestores também têm melhorado, atingindo um

maior amadurecimento e profissionalização em seus papéis e influenciando inclusive

no plano estratégico e de ações no hospital. Espera-se que essa acreditação com

excelência seja realmente incorporada pelo HUS e que se mantenha num crescente,

independente de gestões futuras. O envolvimento dos cooperados e colaboradores

facilita a gestão dos problemas e riscos e aumenta os resultados positivos da

implantação da Gestão da Qualidade no Hospital Unimed de Sorocaba.

50

7 CONCLUSÃO

Podemos observar que após a estruturação da Gestão da Qualidade no HUS,

tanto física como em relação ao aperfeiçoamento do controle de seus processos,

criação de indicadores (inclusive com o uso BSC), de ciclo de melhorias e

gerenciamento e prevenção de riscos houve um amadurecimento tanto da

organização quanto da própria direção do Hospital, culminando com a obtenção da

acreditação nível 3-ONA, em 2011, levando à maior satisfação dos clientes e

segurança dos cooperados e colaboradores.

Para manutenção desta excelência, há muito que melhorar, necessitando

especialmente de maior esclarecimento e consequentemente, aprimoramento e

engajamento dos cooperados e colaboradores com a organização, assim como o

compromisso da alta direção em manter a continuidade desse suporte a fim de

atingir o objetivo de alcançar a Excelência no mercado competitivo.

51

8 BIBLIOGRAFIA

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52

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de Excelência em Gestão e Tecnologia), Foz de Iguaçu, p. 10, 2006.

*

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9 ANEXOS

Anexo 1 – benchmarking (HUS = número 17)

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Anexo 2 – Termo de consentimento livre e esclarecido do participante

TERMO DE CONSENTIMENTO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DO PARTICIPANTE

Estamos realizando um projeto para o Trabalho de Conclusão de Curso

(TCC) intitulado “A Implantação da Gestão da Qualidade no Hospital Unimed

Sorocaba ”. O (a) sr(a). foi plenamente esclarecido de que participando deste

projeto, estará participando de um estudo de cunho acadêmico, que tem como

objetivo somente pesquisa administrativa e organizacional. Embora o (a) sr(a)

venha a aceitar a participar neste projeto, estará garantido que o (a) sr (a) poderá

desistir a qualquer momento bastando para isso informar sua decisão. Foi

esclarecido ainda que, por ser uma participação voluntária e sem interesse

financeiro o (a) sr (a) não terá direito a nenhuma remuneração. Desconhecemos

qualquer risco ou prejuízos por participar dela. Os dados referentes ao sr (a) serão

sigilosos e privados, preceitos estes assegurados, sendo que o (a) sr (a) poderá

solicitar informações durante todas as fases do projeto, inclusive após a publicação

dos dados obtidos a partir desta.

A coleta de dados será realizada pela Dra. Karem Christine Corrêa e Silva

(fone: (15) 9613-4643) da turma de MBA em Gestão de Saúde da USP Ribeirão

Preto e orientado pelo professor André Lucirton Costa (fone: (16) 8114-5243).

Sorocaba, 10 de abril 2012.

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Assinatura do Participante