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1
Mecânica Newtoniana: Momento Linear e Impulso
Prof. Dr. Walter F. de Azevedo Jr. E-mail: [email protected] ©2
01
8 D
r. W
alter
F.
de
Aze
ve
do
Jr.
Considere a equação vista para a segunda lei de Newton:
2
Segunda Lei de Newton e Momento Linear
Sabemos que a aceleração (a) é a taxa de variação no tempo da velocidade.
Assim temos:
O produto da massa (m) pela velocidade (v) é o momento linear (p) (ou quantidade de
movimento) de uma partícula.
Considerando-se a definição do momento linear (p), temos a expressão da segunda lei
de Newton como segue:
3
Segunda Lei de Newton e Momento Linear
Originalmente, a segunda lei de Newton foi proposta usando-se a definição acima, ou
seja, a força é igual à taxa de variação no tempo do momento com relação à
velocidade.
Podemos expressar a variação do momento com relação ao tempo, com a expressão
abaixo.
Muitas vezes a expressão acima é útil na análise de sistemas com massa variável,
como veremos na equação do foguete.
O momento total de um sistema de N partículas (Psis) é a soma vetorial do momento de
cada partícula (pi), como indicado abaixo:
4
Conservação do Momento Linear
Podemos expressar a somatória do produto mivi como o produto da massa total (M)
pela velocidade do centro de massa (vcm), como segue:
Tomando-se a derivada com relação ao tempo, temos:
Considerando-se a expressão da segunda lei de Newton em função da taxa de
variação no tempo do momento, temos:
5
Conservação do Momento Linear
Quando a força resultante externa é nula, temos que a taxa de variação no tempo do
momento do sistema é constante, como segue:
O resultado acima é chamado lei de conservação do momento linear.
Se a soma das forças externas sobre um sistema permanece zero, então o
momento total do sistema é conservado.
Exemplo 1. Durante um reparo do telescópio espacial Hubble, uma astronauta
substitui um painel solar avariado. Empurrando para o espaço o painel retirado, ela é
empurrada no sentido oposto. A massa da astronauta é 60 kg e a massa do painel é 80
kg. A astronauta e o painel estão inicialmente em repouso, em relação ao telescópio,
quando a astronauta empurra o painel. Depois disso, o painel se move a 0,3 m/s em
relação ao telescópio. Qual é a subsequente velocidade da astronauta em relação ao
telescópio?
6
Aplicações
Solução: Inicialmente temos a astronauta e o painel solar com velocidade zero.
7
Aplicações
va i
vp i
Solução: Ao final o painel solar tem velocidade de 0,3 m/s e astronauta velocidade va f
.
8
Aplicações
va f
vp f = (-0,3 m/s)i
Solução: Vamos considerar que a astronauta está se movendo na direção crescente
do eixo x e o painel solar na direção oposta.
9
Aplicações
va f
vp f = (-0,3 m/s)i
Solução: Considerando-se que a somatória das forças é nula, temos que o momento
se conserva. Assim, a partir da conservação do momento linear, temos:
10
Aplicações
va f
vp f = (-0,3 m/s)i
Solução: A astronauta e o painel solar estão em repouso.
11
Aplicações
va f 0 0
vp f = (-0,3 m/s)i
Solução: Rearranjando-se os termos, chegamos à seguinte expressão:
12
Aplicações
vp f = (-0,3 m/s)i
va f 0 0
Solução: Isolando-se a velocidade final da astronauta (va f ) temos:
13
Aplicações
va f 0 0
vp f = (-0,3 m/s)i
Solução: Substituindo-se os valores dados, temos:
14
Aplicações
va f 0 0
vp f = (-0,3 m/s)i
ma f = 60 kg
mp f = 80 kg
Considere uma força que varia em função do tempo, como ilustrada no gráfico abaixo.
15
Impulso
Definimos o vetor impulso I pela integral da força no intervalo de tempo entre ti e tf,
como indicado abaixo.
16
Impulso
Considerando-se a definição da segunda lei de Newton com o momento, temos:
17
Impulso
A expressão acima é o teorema do impulso-
momento para uma partícula.
No caso de um sistema de partículas, temos:
18
Impulso
A expressão acima é o teorema do impulso-
momento para um sistema.
Por definição, a média de uma força F no intervalo t é dada por:
19
Impulso
Considere o movimento de um foguete que apresenta massa variável. O foguete
queima combustível continuamente. Nesse processo o foguete expele gases que o
impulsionam para frente. Considere que o foguete tem massa inicial M0. Os gases da
exaustão abandonam o motor do foguete com velocidade u. O diagrama esquemático
abaixo ilustra o sistema.
20
Equação do Foguete
Mm Mm
À esquerda temos o foguete no instante inicial (t0) e à direita temos o foguete no
instante final (tf). O foguete ganha velocidade devido à ejeção de um elemento de
massa m, sendo a massa total do sistema foguete igual M + m, no instante inicial.
21
Equação do Foguete
Mm Mm
Considerando-se o momento linear do sistema no início e no final, temos:
22
Equação do Foguete
MmMm
Determinando-se a variação do momento linear P, temos:
23
Equação do Foguete
Mm Mm
Rearranjando-se os termos, chegamos:
24
Equação do Foguete
Mm Mm
Tomando-se a derivada de P com relação ao tempo, temos:
25
Equação do Foguete
Mm Mm
Considerando-se o limite quando t0, v0 e m0, temos:
26
Equação do Foguete
Mm Mm
0
Chegamos à expressão:
27
Equação do Foguete
Mm Mm
0
Considerando-se que a taxa de variação dm/dt é a diminuição da massa M, temos:
28
Equação do Foguete
Mm Mm
0
Sabemos pela segunda lei de Newton, que:
29
Equação do Foguete
Mm Mm
0
Onde F é a resultante das forças externas e P é o momento do sistema.
Substituindo-se dP/dt na expressão abaixo, temos:
30
Equação do Foguete
Mm Mm
0
Onde F é a resultante das forças externas e P é o momento do sistema.
Dividindo-se ambos os lados por M, temos:
31
Equação do Foguete
Mm Mm
0
Onde F é a resultante das forças externas e P é o momento do sistema.
Isolando-se dv/dt, temos:
32
Equação do Foguete
Mm Mm
0
Onde F é a resultante das forças externas e P é o momento do sistema.
Iremos resolver a equação em destaque.
33
Equação do Foguete
Mm Mm
Onde F é a resultante das forças externas e P é o momento do sistema.
Isolando-se dv e dt, temos.
Iremos resolver a equação em destaque.
34
Equação do Foguete
Mm Mm
Onde F é a resultante das forças externas e P é o momento do sistema.
Integrando-se de ambos os lados, temos.
Iremos resolver a equação em destaque.
35
Equação do Foguete
Mm Mm
Onde F é a resultante das forças externas e P é o momento do sistema.
Iniciando-se as resoluções das integrais, temos.
vf
v0
Iremos resolver a equação em destaque.
36
Equação do Foguete
Mm Mm
Onde F é a resultante das forças externas e P é o momento do sistema.
Continuando, temos.
vf
v0
tf
t0
Tabela de Integrais
Iremos resolver a equação em destaque.
37
Equação do Foguete
Mm Mm
Onde F é a resultante das forças externas e P é o momento do sistema.
A partir da tabela de integrais, temos.
vf
v0
tf
t0
Tabela de Integrais
Mf
M0
Iremos resolver a equação em destaque.
38
Equação do Foguete
Mm Mm
Onde F é a resultante das forças externas e P é o momento do sistema.
Assim temos:Tabela de Integrais
Iremos resolver a equação em destaque.
39
Equação do Foguete
Mm Mm
Onde F é a resultante das forças externas e P é o momento do sistema.
Considerando-se t0 = 0, v0 = 0, g = gj e u = -uj temos :Tabela de Integrais
Exemplo 2. O foguete Saturno V tinha uma massa inicial de 2,85.106 kg, 73 % desta
massa formada por combustível, queimado com uma velocidade de exaustão com
relação ao foguete de 2,46 km/s. Determine a velocidade do foguete após 150 s.
40
Aplicações
Solução. A massa final Mf é 0,27 da massa inicial, ou seja, Mf =0,7695.106 kg.
Substituindo-se na expressão, temos:
41
Aplicações
TIPLER, P. A. & MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. Vol. 1. 6ª Ed.
Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda. 2012., 759 pp.
Última atualização em: 15 de maio de 2018.
42
Referências Bibliográficas